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SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

RESOLUÇÃO SMA nº 41, de 17 de outubro de 2.002.

Dispõe sobre procedimentos para o licenciamento ambiental de aterros de


resíduos inertes e da construção civil no Estado de São Paulo.

O Secretário do Meio Ambiente:

Considerando que a indústria da construção civil gera grande quantidade de


resíduos, que, se dispostos em locais inadequados, contribuem para a degradação
da qualidade ambiental;

Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo


percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas;

Considerando que as cavas de mineração resultantes da atividade minerária


constituem degradação ambiental, além de sério risco à saúde da população, por
facilitar a proliferação de vetores de doenças e provocar freqüentes casos de morte
por afogamento;

Considerando que as cavas de mineração inundadas, enquanto não tiverem uma


destinação definida, não podem ser consideradas como lagoas, lagos ou
reservatórios artificiais, como definido no Código Florestal;

Considerando, ainda, a necessidade de disciplinar o gerenciamento dos resíduos da


construção civil e resíduos inertes em geral, por meio da adoção de soluções
tecnicamente corretas e de ferramentas institucionais que privilegiem a ação
preventiva;

Considerando que o Estado tem o dever de providenciar a preservação, recuperação


e a melhoria do meio ambiente, nos termos do disposto no artigo 191 da Constituição
do Estado;

Resolve:

Art. 1º - A disposição final de resíduos da construção civil classificados como


classe A, pela Resolução CONAMA 307, de 05/07/2002 e de resíduos inertes
classificados como classe III, pela NBR – 10.004 – Classificação de Resíduos, da
ABNT, no Estado de São Paulo, fica sujeita ao licenciamento ambiental quanto à
localização, à instalação e à operação, no âmbito dos órgãos da Secretaria do Meio
Ambiente – SMA.
Art 2º - A disposição final dos resíduos mencionados no artigo 1º deverá ser
feita em aterros que atendam às normas e exigências estabelecidas pelos órgãos
ambientais competentes, a saber: DAIA – Departamento de Avaliação de Impacto
Ambiental, DUSM – Departamento de Uso do Solo Metropolitano, DEPRN –
Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais e CETESB – Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental.

Art. 3º - O licenciamento dos aterros mencionados no Artigo 2o fica sujeito à


manifestação do DUSM, quando localizados em Área de Proteção aos Mananciais –
APM, e do DEPRN, quando houver intervenção em Área de Preservação
Permanente - APP ou supressão de vegetação nativa.

Art. 4º - Os aterros mencionados no artigo 2º, cuja capacidade total não


exceda 100.000 m3 e que recebam uma quantidade de resíduos igual ou inferior a
150 m3 por dia, serão dispensados de licenciamento ambiental prévio, no âmbito da
SMA/DAIA, procedendo-se o licenciamento ambiental no âmbito da CETESB.

Parágrafo Único – Ficam condicionados à manifestação do Departamento de


Avaliação de Impacto Ambiental – DAIA, da SMA, sobre a necessidade de
licenciamento ambiental prévio por aquele departamento, independentemente das
demais características, os aterros cuja localização se enquadre em uma ou mais
situações relacionadas a seguir:

I. Unidades de Conservação definidas pela Lei Federal 9.985/00, Capítulo III, e


áreas limítrofes às mesmas;
II. Áreas e monumentos tombados pelo CONDEPHAAT;
III. Áreas com cobertura vegetal primária ou secundária em estágio médio ou
avançado de regeneração.

Art. 5º - Os aterros mencionados no artigo 2º, cuja capacidade total seja


inferior ou igual a 100.000 m3 e que recebam uma quantidade de resíduos superior a
150 m3 por dia e inferior ou igual a 300 m3 por dia, dependerão de consulta, a ser
encaminhada pela agência ambiental da CETESB, ao Departamento de Avaliação de
Impacto Ambiental - DAIA da SMA para manifestação acerca da necessidade de
licenciamento ambiental prévio por aquele departamento.

Art. 6º - Os aterros mencionados no artigo 2º, cuja capacidade total seja


superior a 100.000 m3 ou que recebam uma quantidade de resíduos superior a 300
m3 por dia dependerão do licenciamento ambiental prévio da SMA/DAIA , nos termos
da Resolução SMA nº 42, de 29 de dezembro de 1994, mediante a apresentação de
RAP na agência ambiental da CETESB.

Art. 7º - Os aterros para a disposição dos resíduos mencionados no artigo 1º


que, simultaneamente, ocupem área igual ou inferior a 1.000 m2, volume total igual
ou inferior a 1.000 m3 e tenha como finalidade imediata a regularização de terrenos
para fins de edificação ficam dispensados do licenciamento ambiental, porém,
sujeitos à manifestação do DEPRN, e do DUSM quando localizado em APM.

Art. 8º O licenciamento ambiental de empreendimentos que se localizem na


Região Metropolitana de São Paulo, será regido pela Resolução SMA 35/96, que
instituiu o regime de Balcão Único.

Art. 9º - Os aterros mencionados no artigo 2º que serão implantados em cavas


exauridas de mineração terão o licenciamento ambiental vinculado à prévia
aprovação de um PRAD - Plano de Recuperação de Área Degradada ou do
RCA/PCA – Relatório de Controle Ambiental e Plano de Controle Ambiental, ou
documento equivalente.

Art. 10 - Os aterros mencionados no artigo 2º em operação na data de


publicação desta Resolução deverão solicitar junto à CETESB a respectiva licença
de funcionamento, em um prazo máximo de 180 (cento e oitenta dias), contados a
partir da data de publicação desta Resolução.

Art. 11 - Caberá ao DUSM, ao DEPRN e à CETESB, no âmbito de suas


competências, a fiscalização para a correta aplicação desta Resolução.

Art. 12 - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando


revogada a Resolução n. 34, de 06.05.96, publicada no D.O. de 07.05.96.

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