Decreto 34113 2020 de Recife PE https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/decreto/2020/3411/34113/d...

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DECRETO Nº 34.113 DE 06 DE NOVEMBRO DE 2020

O PREFEITO DO RECIFE, no uso das atribuições que lhe confere o art. 54, inciso IV da Lei Orgânica do
Município do Recife, e;

CONSIDERANDO a necessidade de definir os parâmetros de uso e ocupação nas Unidades de Conservação

da Paisagem - UCP;
CONSIDERANDO que a Lei Municipal 17.802/2012 criou a Unidade de Conservação de Paisagem - UCP -
Parque da Tamarineira, proibindo em seu ar go 3º qualquer intervenção que comprometa o patrimônio
ambiental e cultural hoje existente no seu perímetro e determinando, em caráter exclusivo e permanente
o atendimento da função social de parque público;
CONSIDERANDO que, de acordo com o ar go 19 da Lei Municipal nº 18.014/2014 nas UCP deve ser
assegurada a proteção da paisagem e dos ecossistemas, de forma a garan r a integração entre o
patrimônio natural e construído, e o descor no das respec vas visadas de interesse paisagís co, histórico
ou esté co-cultural que emprestam significado e pres gio à história da cidade;
CONSIDERANDO que o § 1º do disposi vo acima citado estabelece que as UCP deverão obedecer aos
parâmetros urbanís cos da Zona de Ambiente Natural - ZAN, podendo receber maiores restrições por
meio de decreto do Execu vo, DECRETA:

Art. 1º A ocupação e uso do solo na Unidade de Conservação da Paisagem - UCP - Parque da Tamarineira
obedecerão às regras e parâmetros estabelecidos no presente Decreto, elaborados com base no estudo e
diagnós co que segue no anexo I.

CAPÍTULO I
DA SETORIZAÇÃO

Art. 2º Ficam estabelecidos, para fins de zoneamento da Unidade de Conservação da Paisagem Parque
da Tamarineira - UCP Parque da Tamarineira, os seguintes setores:

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I - Setor de Conservação Ambiental 2 - SCA 2;

II - Setor de Equilíbrio Ambiental - SEA.

Art. 3º A localização, dimensões, traçado e georreferenciamento dos setores da UCP Parque da

Tamarineira seguem no Anexo II deste Decreto.

CAPÍTULO II
DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS

Art. 4º Para cada Setor definido por este Decreto, ficam estabelecidos os seguintes parâmetros
urbanís cos reguladores da ocupação do solo:

I - Setor de Conservação Ambiental 2 - SCA 2:

a) Coeficiente de Aproveitamento Máximo - 0,5

b) Taxa de Solo Natural - 80%;
c) Gabarito - 15 metros
d) Afastamentos: Frontal: 7,00m; Lateral: 3,00m; Fundo: 3,00m

II - Setor de Equilíbrio Ambiental - SEA:

a) Coeficiente de Aproveitamento Máximo - 1,5

b) Taxa de Solo Natural - 50%
c) Gabarito - 24 metros
d) Afastamentos: Frontal: 5,00m; Lateral: 3,00m; Fundo: 3,00m

§ 1º As áreas técnicas localizadas nas lajes superiores não serão consideradas para fins de delimitação
do gabarito.

§ 2º Os parâmetros descritos neste ar go não afastam a incidência das legislações a nentes à

proteção e supressão de vegetação, sendo as autorizações de erradicações e podas regidas por lei
específica.

§ 3º Além dos parâmetros descritos neste ar go, deverão ser observadas as areas non aedificandi,
nos termos previstos na legislação.

Art. 5º Ficam proibidas na UCP Parque da Tamarineira qualquer intervenção que comprometa o
patrimônio ambiental e cultural hoje existente no seu perímetro.

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CAPÍTULO III
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 6º Fica autorizado o exercício da Transferência do Direito de Construir nos imóveis componentes da
UCP Parque da Tamarineira cujos proprietários decidam doar, no todo ou em parte, os terrenos
necessários para a implantação de parque público, nos termos previstos no ar go 108, §2º da Lei
Orgânica do Município c/c ar go 165 da Lei Complementar Municipal nº 17.511/2018.

Art. 7º Os imóveis doados para implantação do Parque da Tamarineira poderão transferir potencial
constru vo para outros imóveis, total ou parcialmente, até o limite do coeficiente básico previsto para a
ZAN - Zona de Ambiente Natural, nos termos do ar go 143 da Lei Municipal nº 17.511/2008 c/c ar go 19,
§ 1º da Lei Municipal nº 18.014/2014.

Art. 8º Os imóveis receptores serão os previstos na legislação vigente no momento da efe va u lização
do potencial constru vo que ocorrerá nos termos do ar go 13 deste Decreto.

Art. 9º O potencial constru vo passível de transferência do direito de construir na UCP Parque da

Tamarineira é aquele ob do pela aplicação da fórmula "PCpt = 1,5 x Atc", sendo:

I - PCpt: potencial constru vo passível de transferência;

II - Atc: área do terreno cedente;

Art. 10. O proprietário do imóvel que se enquadre nos termos dos ar gos 6º a 7º e que tenha interesse
em efetuar a transferência do direito de construir deverá formular requerimento ao Poder Execu vo
Municipal para que seja emi da Declaração de Potencial Constru vo Passível de Transferência.

§ 1º A Declaração, a ser emi da pelo órgão ou en dade responsável pelo planejamento urbano
municipal, deverá conter no mínimo:

I - o potencial constru vo passível de transferência;

II - a data de emissão da Declaração de Potencial Constru vo Passível de Transferência;

III - a área do terreno;

IV - o código e o valor do metro linear de testada fic cia, conforme Planta Genérica de Valores - PGV;

§ 2º A Declaração somente será expedida após concluído o procedimento de doação.

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Art. 11. O potencial constru vo passível de transferência será conver do para o imóvel receptor
aplicando-se a fórmula de equivalência "PCr = PCpt x (V0cd /V0rc)", sendo:

I - PCr: potencial constru vo a ser recebido no imóvel receptor;

II - PCpt: potencial constru vo passível de transferência, conforme consta da declaração expedida;

III - V0cd: valor unitário do metro linear de testada fic cia da face de quadra do logradouro público
onde se localiza o terreno cedente, ob do conforme dados da Planta Genérica de Valores de Terrenos
vigente e con do na declaração emi da nos termos do Art. 10º, §1º

IV - V0rc: valor unitário do metro linear de testada fic cia da face de quadra do logradouro público
onde se localiza o terreno receptor, ob do conforme dados da Planta Genérica de Valores de Terrenos
vigente.

Parágrafo único. O potencial constru vo de que trata o caput deste ar go poderá ser conver do
totalmente em um único imóvel ou fracionado em mais de um imóvel.

O controle administra vo da aplicação do instrumento da TDC de que trata este Decreto será
Art. 12.
realizadopelo órgão ou en dade responsável pelo planejamento urbano municipal, cabendo-lhe
promover, após a expedição da Declaração de que trata o §1º do ar go 10º, o seu registro no Cartório de
Imóveis competente.

Art. 13. O uso do potencial constru vo objeto da Declaração de Potencial Constru vo Passível de
Transferência não está sujeito a prazo, devendo, contudo, ser observadas as regras legais vigentes no
momento da conversão quanto às zonas que poderão receber esse potencial, bem como o potencial
constru vo máximo dos imóveis receptores.

A conversão do potencial constru vo dar-se-á no ato da emissão da licença de construção do

Art. 14.
imóvel receptor, devendo ser concluída mediante emissão, pelo Poder Execu vo Municipal, de Cer dão
de Transferência de Potencial Constru vo, que deverá ser averbada na matrícula do imóvel cedente no
respec vo Cartório de Registro de Imóveis.

§ 1º A Cer dão de Transferência de Potencial Constru vo, a ser emi da pelo órgão ou en dade
responsável pelo planejamento urbano municipal, deverá conter, no mínimo:

I - O potencial constru vo objeto de transferência;

II - A data de transferência;

III - as variáveis u lizadas na conversão do potencial constru vo na data de cálculo.

§ 2º Quando for u lizada fração do potencial constru vo passível de transferência do imóvel cedente,

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constará da Cer dão de que trata este ar go a fração do potencial u lizado e, quando for o caso, o saldo
de potencial remanescente.

Art. 15. O Poder Execu vo Municipal disponibilizará por meio de seu portal na internet informações
acerca das emissões dos documentos referentes a TDC de que trata este Decreto.

Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Recife, 06 de novembro de 2020.

GERALDO JULIO DE MELLO FILHO

Prefeito do Recife

RAFAEL FIGUEIREDO BEZERRA

Procurador Geral do Município

JOÃO GUILHERME DE GODOY FERRAZ

Secretário de Governo e Par cipação Social

JOÃO BRAGA
Secretário de Mobilidade e Controle Urbano

ANTÔNIO ALEXANDRE
Secretário de Planejamento Urbano

Nota: Este texto não subs tui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 11/11/2020

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