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Tópicos Especiais em Redes

Tema 03 – Mecanismos de
coexistência e transição

Objetivos
• Descrever as características de coexistência
entre o IPv4 e IPv6.
• Conhecer e aplicar os principais mecanismos
de transição do IPv4 para o IPv6.

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Coexistência entre IPv4 e IPv6
Toda a estrutura da Internet está baseada no IPv4.

A troca imediata de protocolo é inviável devido ao tamanho e à proporção da rede.

A adoção do IPv6 deve ser realizada de forma gradual.

Haverá portanto um período de transição e coexistência entre os dois protocolos.

Redes IPv4 precisarão comunicar-se com redes IPv6 e vice-versa.

Para facilitar esse processo, foram desenvolvidas técnicas para a manter a compatibilidade
de toda a base das redes instaladas sobre IPv4 com o protocolo IPv6.

Coexistência entre IPv4 e IPv6


IPv4 e IPv6 não são diretamente compatíveis entre si.

Mas podem funcionar simultaneamente (coexistência).

Essa estratégia é conhecida como uso de PILHA DUPLA ou DUAL


STACK.

Dessa forma, quando o IPv6 estivesse implementado em todos os


dispositivos, o IPv4 poderia ser removido gradualmente.

Mas o IPv6 ainda não está completamente implementado e os


endereços IPv4 já se esgotaram.

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Adoção do IPv6

O gráfico mostra a porcentagem de usuários que acessam o Google por IPv6.


https://www.google.com/intl/en/ipv6/statistics.html

Adoção do IPv6 pelo mundo


• Em relação a conectividade com IPv6 entre os usuários do Google

Menos
Mais implantado
implantado

https://www.google.com/intl/en/ipv6/statistics.html#tab=per-country-ipv6-adoption&tab=per-country-ipv6-adoption

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Adoção do IPv6 no Brasil

Coexistência e Transição

Prefixos IPv6 Alocados no BRASIL (6lab da Cisco)


http://6lab.cisco.com/stats/cible.php?country=BR&option=all

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Cenário 1

• Rede IPv6 para Internet


IPv4
– Devido à falta de
endereços IPv4 ou
outras limitações
técnicas ou econômicas,
a rede cliente possui
somente IPv6, mas
necessita conectar-se à
Internet IPv4.

Cenário 2

• Internet IPv4 para Rede IPv6


– Mesma rede existente no
Cenário 1, mas que
necessita receber conexões
da Internet IPv4, para o
caso, por exemplo, de
haver servidores IPv6 na
rede que devem atender
solicitações de cliente na
Internet IPv4.

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Cenário 3

• Internet IPv6 para Rede


IPv4
– Típico cenário onde uma
rede legada, na qual
não é possível fazer uma
atualização para IPv6,
necessita continuar em
uso e responder a
requisições da Internet
IPv6.

Cenário 4

• Rede IPv4 para Internet


IPv6
– Cenário que só deve ser
encontrado em estágios
bem avançados da
implementação do IPv6,
quando a maior parte
dos serviços na Internet
já tiverem migrado para
o novo protocolo.

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Cenário 5

• Rede IPv6 para Rede IPv4


– Ambas as redes estão
na mesma organização,
e os endereços IPv6 e
IPv4 podem ser públicos
ou privados.

Cenários 6

• Rede IPv4 para Rede IPv6


– Similar ao Cenário 5,
invertendo o sentido da
comunicação.

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Cenário 7

• Internet IPv6 para Internet


IPv4
– Qualquer dispositivo na
Internet IPv6 pode iniciar
uma conexão com um
dispositivo na Internet
IPv4.

Cenário 8

• Internet IPv4 para


Internet IPv6
– Similar ao Cenário 7,
invertendo o sentido
da comunicação.

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Cenário 9

• Rede IPv6 para Rede IPv6


bidirecional via Internet
IPv4
– Caso onde a
comunicação entre duas
redes IPv6 necessita ser
feita através da Internet
IPv4 ou Rede IPv4,
podendo ser iniciada por
ambas as Redes IPv6.

Cenário 10
• Rede IPv4 para Rede IPv4
bidirecional via Internet
IPv6
– Caso onde a
comunicação entre duas
redes IPv4 necessita ser
feita através da Internet
IPv6 ou Rede IPv6,
podendo ser iniciada por
ambas as Redes IPv4.

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Classificação das Técnicas de
Transição - Funcionalidade
Consiste na convivência do IPv4 e do IPv6
nos mesmos equipamentos, de forma
1. PILHA DUPLA nativa, simultaneamente.
ou DUAL STACK Essa é a técnica padrão escolhida para a
transição para o IPv6 na Internet e deve
ser usada sempre que possível.

Permitem que diferentes Redes IPv4


2. TÚNEIS comuniquem-se através de uma Redes
IPv6 ou vice-versa.

Faz com que equipamentos usando


IPv6 comuniquem-se com outros que
3. TRADUÇÃO usam IPv4, por meio da conversão dos
pacotes.

BOAS PRÁTICAS
• Critérios que devem ser considerados na escolha da técnica a ser
implementada:
– Preferir técnicas que impliquem na utilização de IPv6 nativo pelos usuários
finais, de forma que túneis IPv4 dentro de IPv6 devem ser preferidos em
detrimento de túneis IPv6 sobre IPv4;
– Preferir técnicas stateless em detrimento de técnicas statefull;
– Evitar técnicas para prolongar o uso do protocolo IPv4, sem a adoção
concomitante do IPv6;
– Analisar a adequação da técnica à topologia da rede onde será aplicada e
– Analisar a maturidade da técnica e as opções de implantação, como por
exemplo suporte à mesma nos equipamentos de rede e em softwares.

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Coexistência e Transição

Statefull x Stateless
• Técnicas stateful mantém tabelas de estado
com informações sobre os endereços ou
pacotes para processá-los.
– são mais caras:
• gastam mais CPU e memória
– Escalabilidade baixa
• Técnicas stateless não mantém tabelas de
estado, cada pacote é tratado de forma
independente.

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Classificação das Técnicas de
Transição – Casos de uso
• Pode-se dividir as técnicas conforme seus CASOS
DE USO:
– Fornecer IPv6 e IPv4 para todos os dispositivos: Pilha Dupla.
– Oferecer conectividade IPv6 nativa em conjunto com conectividade IPv4
com compartilhamento e preservação de endereços: DSLite, DSLite com
A+P, 4rd, NAT64, IVI e 464XLAT.
– Transportar IPv6 em uma rede MPLS IPv4: 6PE e 6VPE.
– Obter conectividade IPv6, quando o provedor de Internet não a oferecer:
Tunnel Broker e Túneis estáticos 6over4 ou GRE.
– Oferecer conectividade IPv6 para os usuários sobre um rede de
transporte IPv4: 6rd (normalmente usado em provedores) e ISATAP
(para redes internas).
– Mecanismos para compartilhar endereços IPv4, estendendo sua vida:
A+P e NAT444.

1. Pilha Dupla

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1. Técnica usando PILHA DUPLA

Pilha Dupla

1. Técnica usando PILHA DUPLA


Dispositivos e roteadores utilizam pilhas para ambos os
protocolos, tendo a capacidade de enviar e receber os dois
tipos de pacotes, IPv4 e IPv6.

Um nó Pilha Dupla, ou nó IPv6/IPv4, se comportará como um


nó IPv6 na comunicação com outro nó IPv6 e se comportará
como um nó IPv4 na comunicação com outro nó IPv4.

Cada nó IPv6/IPv4 é configurado com ambos endereços.

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2. Tunelamento

2. TUNELAMENTO
Túneis 6over4 (IPv6-over-IPv4)

Tunelamento

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2. TUNELAMENTO
Túneis 6over4 (IPv6-over-IPv4)

Tunelamento

2. TUNELAMENTO
Túneis 6over4 (IPv6-over-IPv4)

Túnel manual 6over4 entre dois dispositivos

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2. TUNELAMENTO
Túneis 6over4 (IPv6-over-IPv4)

Túnel manual 6over4 entre dois roteadores

2. TUNELAMENTO
Túneis GRE
• GRE (Generic Routing Encapsulation - RFC
2784) cria um túnel estático para o
transporte de IPv6 em redes IPv4

• Suportado na maioria do sistemas


operacionais e roteadores e possibilita a
criação de um link ponto a ponto

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2. TUNELAMENTO
Túneis GRE

Tunelamento GRE

2. TUNELAMENTO
Tunnel Broker
• Permite que dispositivos isolados, ou toda uma
rede IPv4, obtenham conectividade IPv6 por meio
do estabelecimento de um túnel com um provedor

• O provedor realizará de forma automática, ou


semi automática, a configuração do seu lado do
túnel e permitirá o download de instruções, ou de
um software ou script de configuração, para
configurar o lado do usuário

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2. TUNELAMENTO
Tunnel Broker

1. Cliente pilha dupla solicita


túnel (pode ser solicitada
autenticação) via IPv4
2. Broker cadastra usuário no
Servidor de túnel
3. Broker informa cliente
parâmetros para criação
do túnel
4. Túnel estabelecido

3. Tradução

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3. TRADUÇÃO
NAT444 (Carrier Grade NAT)
• Tenta prolongar a vida útil do IPv4 na Internet
• Deve ser evitado ao máximo
• Este mecanismo atribui um IPv4 privado para
cada um dos usuários de um ISP (provedor de
internet), semelhante ao que já é ocorre
normalmente em redes domésticas e
corporativas
– Ou seja, os usuários conviverão, nesse caso, com
duas camadas de NAT

3. TRADUÇÃO
NAT444 (Carrier Grade NAT)

Tradução NAT444

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3. TRADUÇÃO
NAT64 e DNS64
• Aplicável em situações para nós que são
somente IPv6 acessarem a Internet IPv4
• NAT64 (RFC 6146) é uma técnica stateful de
tradução de pacotes IPv6 em IPv4
• Necessita de uma técnica auxiliar para a
conversão do DNS, chamada de DNS64 (RFC
6147)

3. TRADUÇÃO
NAT64 e DNS64

Diagrama de sequência do NAT64 / DNS64

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3. TRADUÇÃO
NAT64 e DNS64

Topologia de rede do NAT64 / DNS64

3. TRADUÇÃO
464XLAT
• Utiliza dupla tradução de IPv4 para IPv6:
uma tradução stateless e outra stateful
• Tem a finalidade de oferecer um IPv4
compartilhado para usuários IPv6 nativos

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3. TRADUÇÃO
464XLAT

Diagrama de sequência do 464XLAT

3. TRADUÇÃO
464XLAT

Topologia de rede do 464XLAT

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