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1° Prova
Questão 1 - Sobre o programa ‘ping’, responda: que protocolos da camada de rede ele usa?
Como ele funciona?
Quando o comando "ping" envia um pacote de solicitação de eco, ele inclui um número
de sequência único e um timestamp. O dispositivo de destino recebe o pacote e, se
estiver configurado corretamente, responde com um pacote de resposta de eco contendo
o mesmo número de sequência e timestamp. O tempo decorrido entre o envio da
solicitação e o recebimento da resposta é registrado e exibido como o "tempo de ida e
volta" (round-trip time), também conhecido como RTT.
Em resumo, o "ping" utiliza o protocolo ICMP para enviar pacotes de solicitação de eco e
receber pacotes de resposta de eco, fornecendo informações sobre a conectividade e a
qualidade da rede.
Questão 2 -Explique o que é e como funciona o NAT e sua tabela, detalhando todos os
campos da tabela .
A tabela NAT, também conhecida como tabela de tradução de endereços, é uma estrutura
de dados utilizada pelos dispositivos NAT para realizar a tradução dos endereços IP. Essa
tabela contém informações sobre os endereços IP e portas envolvidos na tradução,
permitindo que o dispositivo NAT faça o mapeamento correto entre os endereços privados
e públicos.
Quando um dispositivo da rede local envia um pacote para a Internet, o dispositivo NAT
examina a tabela NAT para determinar se há uma correspondência com o endereço IP e
a porta interna do pacote. Se houver uma correspondência, o dispositivo NAT substitui o
endereço IP e a porta interna pelos valores correspondentes do endereço IP externo e da
porta externa da tabela NAT. O pacote é então encaminhado para a rede externa.
Quando uma resposta é recebida da rede externa, o dispositivo NAT verifica a tabela NAT
para determinar o dispositivo interno associado ao endereço IP externo e à porta externa
do pacote de resposta. Em seguida, o dispositivo NAT realiza a reversão da tradução,
substituindo o endereço IP e a porta externa pelos valores originais do endereço IP
interno e da porta interna. O pacote de resposta é, então, encaminhado para o dispositivo
interno correspondente.
Assim, o NAT permite que múltiplos dispositivos em uma rede local compartilhem um
único endereço IP público, melhorando a eficiência do uso de endereços IP e facilitando a
comunicação com a Internet. A tabela NAT desempenha um papel fundamental ao
armazenar as informações necessárias para a tradução dos endereços e portas durante
esse processo.
Questão 3 - Como é possível utilizar o IPv6 entre duas máquinas se o caminho entre elas
tem roteadores que só implementam o IPv4 e não o IPv6 ? Explique como é feito o
tunelamento e cite todos os passos do pacote entre a origem e o destino nesse tipo de uso.
Para permitir a comunicação entre duas máquinas utilizando IPv6, mesmo quando o
caminho entre elas contém roteadores que suportam apenas IPv4, é possível utilizar uma
técnica chamada "tunelamento IPv6 sobre IPv4". Nesse cenário, os pacotes IPv6 são
encapsulados dentro de pacotes IPv4 para atravessar a rede IPv4.
É importante notar que o tunelamento IPv6 sobre IPv4 pode adicionar sobrecarga e
impactar o desempenho da comunicação. Além disso, a interoperabilidade entre os
roteadores IPv4 e IPv6 é essencial para garantir o funcionamento adequado do
tunelamento.
Existem outros métodos de tunelamento IPv6 além do IPv6 sobre IPv4, como 6in4
(encapsulamento IPv6 em pacotes IPv4 usando protocolo 41), 6over4 (encapsulamento
IPv6 em pacotes IPv4 multicast) e GRE (Generic Routing Encapsulation). Cada método
tem suas próprias características e requisitos específicos.
O tunelamento IPv6 sobre IPv4 é uma solução temporária para permitir a comunicação
em redes mistas IPv4/IPv6 enquanto a transição completa para o IPv6 é realizada. A
adoção generalizada do IPv6 é o caminho ideal para obter conectividade nativa e evitar a
necessidade de tunelamento
Esses protocolos intra-AS são projetados para facilitar o roteamento eficiente e confiável
dentro de um único sistema autônomo, com base em políticas de roteamento definidas
pelo administrador da rede.
Os protocolos de estado do enlace são baseados na ideia de que cada roteador tem um
conhecimento completo e atualizado da topologia da rede. Cada roteador coleta
informações sobre os enlaces (conexões) em sua área ou domínio de roteamento e
compartilha essas informações com outros roteadores no mesmo domínio.
Item C - Como é possível que dois pacotes enviados por uma mesma máquina e para o
mesmo destino cheguem em ordem diferente da ordem de envio ? Explique.
É possível que dois pacotes enviados por uma mesma máquina e para o mesmo destino
cheguem em ordem diferente da ordem de envio devido a características do roteamento e
encaminhamento de pacotes em redes de computadores. Essa situação é conhecida
como "desordem de pacotes" ou "reordenação de pacotes". Existem algumas razões
pelas quais isso pode ocorrer:
1. Rotas diferentes: Quando um pacote é enviado de uma máquina para outra, ele
pode seguir rotas diferentes em uma rede. Os roteadores ao longo do caminho
podem ter caminhos distintos com base em várias métricas, como atraso,
congestionamento ou otimização do roteamento. Como resultado, pacotes
diferentes podem ser encaminhados por caminhos diferentes e podem chegar ao
destino em ordem diferente da ordem de envio.
2. Multiplos caminhos: Em algumas topologias de rede, pode haver múltiplos
caminhos possíveis para um destino. Os pacotes podem ser divididos em várias
partes e enviados por diferentes caminhos. Essa divisão e o envio por caminhos
distintos podem resultar em pacotes chegando fora de ordem.
3. Priorização de tráfego: Em redes com diferentes classes de serviço ou qualidade
de serviço (QoS), os pacotes podem ser priorizados e encaminhados de forma
diferente com base em suas características ou requisitos. Isso pode levar à
desordem de pacotes, onde pacotes com prioridade mais alta podem ser
encaminhados mais rapidamente e chegar ao destino antes de pacotes com
prioridade mais baixa, mesmo que tenham sido enviados posteriormente.
4. Atrasos variáveis: Durante o trânsito de pacotes em uma rede, os pacotes podem
experimentar atrasos variáveis devido a congestionamentos, latências de enlace
ou processamento em roteadores intermediários. Esses atrasos podem fazer com
que os pacotes cheguem ao destino fora de ordem em relação à ordem de envio.
1. Área OSPF: A rede é dividida em áreas OSPF. Cada área é uma coleção de
roteadores e redes diretamente conectadas. Os roteadores dentro de uma área
possuem uma visão completa da topologia dessa área.
2. Identificação de vizinhos: Os roteadores OSPF trocam pacotes Hello para
identificar vizinhos OSPF na mesma rede. Eles estabelecem adjacências com os
vizinhos para trocar informações de estado do enlace.
3. Troca de informações de estado do enlace: Os roteadores OSPF trocam pacotes
de estado do enlace (LSAs - Link State Advertisements) para compartilhar
informações sobre os enlaces da rede. Esses pacotes contêm informações, como
identificadores de roteador, custo do enlace, ID de rede, entre outros.
4. Banco de Dados de Estado do Enlace: Cada roteador OSPF mantém um banco
de dados de estado do enlace (LSDB - Link State Database). Esse banco de
dados contém todas as informações de estado do enlace recebidas dos
roteadores vizinhos.
5. Cálculo do SPF: Com base nas informações de estado do enlace, os roteadores
OSPF executam o algoritmo SPF (Shortest Path First) para calcular o caminho
mais curto para cada destino na área OSPF. O algoritmo SPF considera o custo
do enlace (métrica) e usa uma árvore de caminhos para determinar os melhores
caminhos.
6. Tabela de Roteamento: Após o cálculo do SPF, os roteadores OSPF constroem
suas tabelas de roteamento. Essas tabelas contêm informações sobre os destinos
alcançáveis, os próximos saltos (próximos roteadores) e o custo do caminho para
cada destino.
7. Troca de tabelas de roteamento: Os roteadores OSPF trocam tabelas de
roteamento periodicamente para atualizar as informações de roteamento em toda
a área OSPF. Essa troca ocorre por meio de pacotes de atualização OSPF (OSPF
Update).
8. Convergência: O OSPF busca alcançar a convergência, ou seja, garantir que
todos os roteadores tenham uma visão consistente e atualizada da topologia da
rede. A convergência ocorre quando todos os roteadores têm informações
consistentes em suas tabelas de roteamento.
É importante destacar que o OSPF utiliza o conceito de "área de backbone" para conectar
diferentes áreas OSPF. A área de backbone é responsável por fornecer conectividade
entre as áreas e é obrigatória em redes OSPF.
Em resumo, o OSPF utiliza troca de pacotes Hello para identificar vizinhos, troca de
pacotes de estado do enlace para compartilhar informações, algoritmo SPF para calcular
os melhores caminhos, e troca de tabelas de roteamento para manter as informações
atualizadas. Esses processos garantem que os roteadores OSPF tenham uma visão
atualizada da topologia da rede e possam encaminhar pacotes eficientemente através
dos melhores caminhos.