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BOWLBY,John.

For
maçãoer
ompi
ment
odosl
açosaf
eti
vos.SãoPaul
o:Mar
ti
ns
Font
es,
1982.

For
maçãoer
ompi
ment
odosl
açosaf
eti
vos.

SériePsi cologi aePedagogi a.


Coor denaçãoedi torial
:LuisLor enzoRi ver a.
Apr enderaSent ir—Sent i
rpar aApr ender—Har oldC.LyonJr.
Orient açãoVocaci onal—AEst ratégiaCl ínica—Rodol f
oBohoslavsky.
CarlRoger s:OHomem esuasI déi as—Ri chardI.Evans
Tornar -sePessoa—Car lR.Roger s.
OPr imeiroAnodeVi da—RenéA.Spi tz.
ONãoeoSi m —RenéA.Spi t
z.
AEnt revi
stadeAj uda—Al fredBenj ami n.
OTr atament ocl ínicodaCr iança- Pr oblema—Car lR.Rogers.
GruposdeEncont ro—Car lR.Roger s.
Sobr eoPoderPessoal—Car lR.Roger s.
Ciênci aeCompor tament oHumano—B.F.Ski nner.
AFamí l
iacomoPaci ente—Hor stE.Ri cht er.
AFor maçãodoEgo—RenéA.Spi tz.
TemasdePsi col ogia—JoséBl eger .
AI magem doCor po—PaulSchi l
der .
OPr ocessoPsi codi agnósticoeasTécni casPr ojeti
vas
—M.L.S.deOcampo, M.E.G.Ar zeno, E.G.dePi ccol
oecolaboradores.
CuidadosMat er noseSaúdeMent al—JohnBowl by.
Teor iadoVí ncul o—E.Pi chon- Rivière.
FormaçãoeRompi mentodosLaçosAf et ivos—JohnBowl by.
OPr ocessoGr upal—E.Pi chon- Rivière.
JohnBowl by.
Formaçãoer ompi mentodel açosaf etivos.
Tradução–Ál var oCabr al.
Revi são–Lui sLor enzoRi vera.
Li
vr ariaMar ti
nsFont esEdi t
or aLt da.


tul
oori
ginal:
TheMakingandBr eaki
ngofAff
ect
ionalBonds©1979R.P.L.Bowl
byandot
her
s.
a
1 edi
çãobrasil
eir
a:outubr
ode1982.

CI
P-Br
asi
l.Cat
alogaçãonaPubl
icação,
Câmar
aBr
asi
lei
radeLi
vro.SP.

Bowlby,John.1907
Formaçãoer ompiment odoslaçosaf
eti
vos/
JohnBowl by;traduçãoÁl var
oCabral;revi
sãoLuizLor enzoRiver
a. SãoPaul
o:
Marti
nsFont es,
1982.
(Psi
cologi
aepedagogi a).
1. Cr i
anças — Desenvol vi
ment
o 2.Pai sef il
hos 3.Psicologi
ainf
ant
il4.
Rel
açõesinterpessoai
s5.Separação(Psi
col
ogia)1.Tí
tul
o.
82-
1553CDD- 155.418.

Í
ndi
cespar
acat
alogosi
stemát
ico:
1.Cri
anças:Desenvolviment oafetivo:Psi cologi
ai nfanti
l155. 418.
2.Cri
anças:Relaçõesf amil
iares:Psi cologiainfantil155.418.
3.Laçosaf et
ivos:Crianças:I nf
luenci anodesenvol vi
ment o:Psicologi
ai nf
ant
il
155.
418.
4.Pai
sef i
lhos:Relações:Psi col
ogi ai nfanti
l155.418.
5.Rompi mento afetivo:Crianças:I nfluênciano desenvol vimento:Psicol
ogi
a
i
nfanti
l155.418.
6.Separação f amil
iar:Crianças:I nf l
uência no desenvol vi ment
o:Psi col
ogi
a
i
nfanti
l155.418.

Produçãogr áf
ica:Nilt
onThomé.
Assistentedeprodução: Carl
osTomioKurat
a.
Composi ção:LúciaSpósi t
o.
Revisãotipográf
ica:GildaTomikoHara.
Paste-up:JoséSar i
sJr .
Capa:Vi t
onnoC.Mar t
ins.

Todososdi
rei
tosdest
aedi
çãoreservadosà
LI
VRARIAMARTI NSFONTÉSEDITORALTDA.
RuaConsel
hei
roRamalho,
330/340
01325—SãoPaulo—SP—Br asi
l.

AMEUSCOLEGASDEPESQUI SA.
MarySalterAi nswort
h.
AnthonyAmbr ose.
MaryBost on.
DorothyHear d.
Chri
stophHei nicke.
Coli
nMur rayPar kes.
JamesRober tson.
DinaRosenbl uth.
RudolphSchaf f
er.
Il
seWesthei mer .

Prefácio.
Det emposem t empos,aol ongodosúl timosvint eanos,f uiconvi dadopar af al
ara
colegas,ou a um públ ico mai s numer oso,em al guma ocasi ão formal.Esses
convites proporcionar am- me uma opor tuni
dade par a um r eexame críti
co dos
result
adosdepesqui sasepar adescrever ,em li
nhasger ais,opensament oat ual.
Nopr esentevol ume,f oram selecionadaspar ar eimpr essãoal gumasdessas
conferências e cont ri
bui ções par a si mpósios,na esper ança de que possam
fornecerumai ntroduçãoàsi déiasquesãoexpost assi stemat i
camentenost rês
volumesr ecém- concl uídossobot í
tuloger aldeAt tachmentandLoss( *1).Como
cadaconf erênciaoucont ribuiçãofoidi ri
gidaaum públ icopar ticul
arnumaocasi ão
parti
cular,acheipr eferívelr eedi
tá-l
asem suaf or
maor iginal,em vezdet entar
qualquerr evi
sãosubst anci al
.Por t
ant o,cadaumadel asépubl i
cadanumaf orma
próxima daquel a em que f oi originalmente di vulgada,com um par ágrafo
i
ntrodut ór
ioquedescr eveaocasi ãoeopúbl i
co.Apr ovei t
ou- seaopor t
unidadepar a
corri
gira gr amát ica e padr onizara t erminologia e as r eferênci
as;e f oram
acrescentadasal gumasnot asexpl i
cativasent r
ecol chet es,sempr equepar ecer am
necessár
ias.Todavezqueumaaf irmaçãoexigi
amodi ficaçãoouampl i
ação,àluz
de novas provas ou novos estudos,acrescenteium coment árioef or
neci
ref
erênci
as complement
ares (
remetendo fr
eqüentement eo lei
torpara um dos
vol
umesdeAt t
achmentandLoss)numaanot açãonof inaldocapít
ulo.Foiomit
ida
umaseçãodoCapí tul
o3porrazõesexpli
cadasnot ext
o.

Not
ader
odapé:

(*
1).Aserpubl
icadoporest
aedi
tor
asobot
ít
ulodeLi
gaçãoePer
da.
VII

Meui nteressepel osef eitosdedi ferent esf or masdeexper i


ênci af ami l
iarsobr euma
criançaem desenvol viment ocomeçouem 1929,quandot rabal heidur antesei s
mesesnoquehoj esechamar iaumaescol apar acr iançasdesaj ust adas.Uma
década depoi s,apóscompl et armi nha f or mação psi quiát rica epsi canal ít
ica,e
trabal hardur ant et rêsanosnaLondonChi l
dGui danceCl inic,apr esent eialgumas
obser vaçõesnum ar ti
go i ntit
ul ado “ TheI nf l
uenceofEar lyEnvi ronmenton t he
Devel opmentofNeur osi sandNeur oticChar acter”[ AI nfluênci adoMei oAmbi ente
InicialnoDesenvol viment odaNeur oseedoCar áterNeur ót ico]( 1940) ;eest ava
também col igindo mat erialpar a a monogr afi
a“ For t
y- FourJuveni le Thi eves”
[Quar entaeQuat roDel i
nqüent esJuveni s](1944,1946) .For am mui tasasr azões
pel asquai s,depoi sdaguer ra,escol hicomocampoespeci aldeest udoar emoção
deumacr iançadol arpar aumacr echeouhospi tal,enãomai soampl ocampoda
i
nt er açãopai s- fil
hos.Em pr i
mei rol ugar ,er aum event oque,acr edit avaeu,poder i
a
teref eit
osper niciosossobr eodesenvol viment odaper sonal idadedeumacr iança.
Em segundo l ugar ,não poder i
a haverdúvi das sobr eo f at o,o que cont rasta
enor mement ecom adi f
iculdadeem obt erinf ormaçãovál idasobr ecomoospai s
tratam umacr i
ança.Em t ercei rol ugar ,par eci aserum campoondepoder i
am ser
possí veismedi daspr event ivas.
Embor anessapesqui sat enhameesf orçadoconst ant ement epar aapl i
caro
mét odoci entífico,est ivesempr epr of undament ecônsci odeque,comoem out ros
camposdamedi cina,quandoum psi qui at r
aempr eendeum t ratament oout entaa
prevenção,el edevei r,com f reqüênci a,al ém doqueéci ent i
ficament eacei t
ável .A
dist i
nçãoent reoscr i
tér i
osnecessár i
osem pesqui saeosacei távei sem t erapiae
prevenção nem sempr e é ent endi da,e r esulta em mui ta conf usão.Numa
conf erênciar ecent e,“ Psychoanal ysi sasAr tandSci ence”[ Psi canál isecomoAr t
ee
Ciênci a](1979) , t
ent eidei xarcl araami nhaposi ção.
Ami nhadí vidapar acom mui toscol egasquecol abor ar am comi goaol ongo
dos anos,e a quem est e vol ume é dedi cado,ser á sal ient ada nas pr ópr i
as
conf erênciasqueseseguem.Est oupr of undament egr at oat odosel es.Também
est oumui togr atoàmi nhasecr et ária,Dor othySout hern,quet rabal houdesdeo
i
ní cioem cadaumadessasconf erênci as, em suasnumer osasver sõeser ascunhos,
eof ezcom i nf atigável cuidadoei nquebr ant ávelent usi asmo.

Í
ndi
ce.

1.Psicanál
iseecuidadoscom acri
ança(1956-
8)1.
2.Abordagem etol
ógicadapesqui
sasobredesenvolviment
oinfant
il(
1957)23.
3.Olutonai nf
ânci
aesuasi mpli
caçõesparaapsiquiatr
ia(
1961)41.
4.Efeit
ossobreocompor t
amentodor ompiment
odeum ví ncul
oafeti
vo(1967-
8)63.
5.Separaçãoeperdanafamíl
ia(
1968-70)77.
6.Autoconfi
ançaealgumascondi
çõesqueapr omovem (
1970-3)97.
7.Formaçãoer ompi
mentodevíncul
osafeti
vos(1976-
7)119.
Referênci
as151.
Índi
cedenomes163.

1.Psi
canál
iseecui
dadoscom acr
iança*
(1)
.

Em abr ile mai o de 1956,como par t


e das comemor ações do cent enário do
nasci ment odeFr eud,membr osdaSoci edadePsi canalíti
caBr itânicapr omover am
seis conf erências públ icas em Londr es sobr e“ Psicanálise e Pensament o
Cont empor âneo”.Fuiconvi dadoapr oferi
rumadel assobr e“ Psi
canál i
seeCui dados
com aCr iança” .Asconf erênciasforam publ i
cadasdoi sanosdepoi s.
Talvez nenhum out ro campo do pensament o cont empor âneo most re mai s
cl
ar ament eai nfl
uênci adaobr adeFr euddoqueoqueser efer
eaoscui dadoscom
acr iança.Embor asempr etenhahavi doaquel esquesabem seracr iançaopaido
homem eoamormat ernoal goindispensávelaobebêem cr esciment o,antesde
Freudessasver dadesant i
qüíssi
masnuncat inham si dot emasdei nvestigação
ci
ent íf
ica;por t
anto, eram pr ontamentepost asdel adocomosendosent imentalismo
sem f undament ovál i
do.Fr eudnãosói nsisti
unof atoóbvi odequeasr aízesde
nossavi daemoci onalmer gulham nai nfância,comot ambém pr ocurouexplor arde
um modosi stemát i
coal igaçãoentreacont eciment osdospr imeirosanosdevi dae
aest ruturaef uncionament odaper sonal i
dadeadul ta.
Embor a,comot odossabemos, asformul açõesdeFr eudt enham encont rado
mui taoposi ção— ai ndar ecentement e,em 1950,psi quiatrasemi nentesnosdi ziam
nãohaverpr ovasdequeoqueacont ecenospr i
mei rosanosdevi daéi mpor tante
paraasaúdement al—,mui tasdesuaspr oposiçõesbási cassãot omadascomo
certas.

Not
ader
odapé:

*(
1).Ori
ginal
mente publi
cado em Sut
her
land,J.D.( or
g.),Psychoanal
ysis and
Cont
empor ar
yThought.Londr
es:Hogar
thPress.Repr
oduzidocom autori
zaçãoda
Hogar
thPress.
1

Nãosóvemosr evist aspopulares,comoPi cturePost* (1),informar em seupúbl i


co
deque“ acriançainf eli
zconver t
e-senoi nfelizadul toneur óti
co”oquei mpor taé
“ocompor tament odaquel esent reosquai sumacr i
ançacr esce..
.e,nospr imei
ros
anos,especi alment eocompor tamentodamãe” ;masessasopi niõest iveram eco
naspubl icaçõesof iciais.OHomeOf fi
ce[doMi nistéri
odoI nteri
orbr it
âni co](1955),
ao descr evero t rabal ho do seu Depar tament o da Cr i
ança,assi nala que “ as
experiências passadas de uma cr iança desempenham um papelvi t
alem seu
desenvol vi
ment o,e cont i
nuam sendo i mpor tantes par a ela..
.e adver t
e que “a
fi
nalidadedevesegar anti
r,t
antoquant opossí vel,quecadabebêsej ar egularmente
cuidadopel amesmapessoa” .Finalmente,exi steum r elatóriopr eparadoporuma
comi ssãonomeadapel oMi ni
strodaEducaçãoquet r
ata,deum modoabr angente,
det odosospr oblemasdacr iançadesaj ustada( MinistériodaEducação,1955) .
Basei a suas r ecomendações,i nfl
exivel
ment e,em pr oposi ções t ais como “ A
pesqui samoder nasuger equeasi nfl
uênci asmai sformat ivassãoaquel asquea
criançar ecebeant esdei nici arasuaescol ar i
dade,eque,poressaépoca,cer tas
atitudesquepodem af etardeci si
vament etodooseudesenvol viment osubseqüent e
j
áadqui r
iram f
orma” ;e“ Af elici dadeeest abil
idadedeumacr iançanesseper í
odo( o
estágiof inaldainfânci a)ousuai nfeli
cidadeedesaj ustament onasoci edadeouna
escol adependem pr edomi nant ement edeumacoi sa:aadequaçãodesuaf ormação
nos pr i
mei r
os anos de vi da” .Ao cel ebr ar-se o cent enár io do nasci mento do
fundadordapsi canál i
se,éapr opriador egistrarmosessar evol uçãonopensament o
moder no.
Existehoje,entreospsi canal i
staseaquel esquesãoporel esinfl
uenciados,
umaampl aáreadeconcor dânci a,pelomenosquant oaal gumasdasquest ões
cruciaisqueser eferem aoscui dadoscom acr iança.Todosr econhecem,por
exempl o,aimpor tânciavi taldeumar elaçãoest áveleper manent ecom umamãe
(oumãe- substit
uta)amor osadur antetodaai nfância,eanecessi dadedeaguar dar
amat uraçãoant esdear riscari ntervençõest aiscomoodesmameeot rei
nament o
de hábi t
os pessoai s de hi giene — e,na ver dade,t odas as out r
as etapas na
“educação”deumacr iança.Sobr eout rasquest ões,ent retanto,exi st
em difer
enças
de opi nião e,em vi rtude da compl exi dade e da r elati
va novi dade do estudo
científ
icodessespr oblemas, ser i
asur preendent equenãoexi stissem.

Not
ader
odapé:

*(1)
.[Um semanár
iodegr
andeci
rcul
ação,
subseqüent
ement
esuspenso.
]
2

Issocausa,com f reqüência,conf usãoeper plexi


dadenospai s,especial
menteos
“ávidosdecer t
ezasnest avi da”.Comoser i
abem mai sf ácilpar at
odosnósse
conhecêssemost odasou,pel omenos,amai ori
adasrespost asaopr oblemade
comocr i
arosnossosf i
lhos!Masi ssoestál ongedeserasi tuaçãoatualenão
desejo,nem porum i nstante,darai mpressãodequeé.Ent retanto,acredi
toquea
obr adeFr eudnosdot oudeal gunsconheci mentossól
idose,al ém di
sso,oque
talvezsej
aai ndamaisi mpor t
ante,mostrou-nosum modof ecundodeconsi deraros
problemasqueenvol vem oscui dadoscom acr i
ançaeprocur arumacompr eensão
mai sprof
undadosmesmos.

Ambi
val
ênci
aesuar
egul
ação.

Donal dWi nnicott


,em suaconf erênciasobr epsi canáliseeculpa* (1),di scutiuo
papelvi tal,nodesenvol vimentohumano,dodesenvol vimentodeumacapaci dade
saudávelpar asent i
rcul pa.Deixoucl aroqueacapaci dadeparaexper iment arum
sentiment odecul paconst it
uiat ri
butonecessár iodapessoasaudável .Embor asej a
desagr adável ,comoadorf í
sicaeaansi edade,ébi ologi
camenteindi spensávele
const i
tuipar tedopr eçoquepagamospel opr ivilégiodeser mosser eshumanos.
Most ra,depoi s,comoacapaci dadepar asent i
rcul pa“ impli
caqueaambi valência
sejat olerada”eumaacei t
açãodar esponsabi l
idadepel onossoamoreonosso
ódio.Est est emast êm mer eci
doopr ofundoi nt
er essedospsi canali
st asbr it
ânicos,
em vi rtude da i nfl
uência preponder ante exercida porMel anie Klein.E mi nha
i
nt ençãoampl i
aragoraoexamedopapeldaambi valêncianavidapsí quica— essa
tendênci ainconvenientequet odospossuí mospar aficarmoscom raivae, porvezes,
com ódi o damesmapessoaquenosémai squer i
da— econsi deraraquel es
procediment osnoscui dadoscom acr i
ançaquepar ecem tomarmai sf áciloumai s
dif
íci
laumacr iançacr escercapazder egul aresseconf l
it
odeum modomadur oe
construti
vo.Poi s acredit
o que um cr it
ér i
o principalpar a se jul
garo val orde
dif
erentespr ocediment osnoscui dadoscom acr iançar esi
denosef ei
tos,
benéf i
cos
ouadver sos, queelest êm sobreacapaci dadeem desenvol vimentodeumacr iança
pararegularseuconf l
it
odeamoreódi o,e,atravésdi sso,acapaci dadeparasent i
r
deum modosaudável suaansi edadeecul pa.
Façamos uma descr ição sucint
a das i déias de Fr eud sobreo t ema da
ambivalência.Dosi númerost emasquesãovent iladosem t odaasuaobr a,nenhum
émai sbril
hant enem mai spersist
entedoqueesse.

Not
ader
odapé:

*
(1)
.[Umaconf
erênci
aant
eri
ornasér
ie.
]
3

Elesur giul ogonoi níciodapsi canál i


se.Dur antesuai nvest i
gaçãodossonhos,
Freud ( 1900)per cebeu queum sonho em quea pessoa amada mor rei ndica
freqüent ement eaexi stênciadeum desej oi nconsci ent edequeessapessoamor ra
— umar evelaçãoque,embor amenossur pr eendent edoquequandof oiexpost a
pelapr i
mei ravez,t alveznãosej ahoj emenosper tur bador adoquehámei osécul o.
Em suabuscadaor igem dessesdesej osi nopor t
unos,Fr eudvol tou- separ aavi da
emoci onaldacr i
ançaef ormul ouahi pót ese— queer a,naépoca,audaci osa— de
que,em nossospr imei rosanosdevi da,ér egr a,enãoexceção,ser mosi mpel i
dos
porsent iment osder aivaeódi o,tant oquant odei nt er esseeamor ,em r elaçãoa
nossospai senossosi rmãos.Def at o, foinessecont ext oqueFr eudapr esent ouao
mundo, pelapr i
mei ravez, ost emas, hoj ef ami l
iares, der ivali
dadeent reosi rmãose
deci úmeedi piano.
Nosanosquesesegui r
am àpubl icaçãodesuagr andeobr asobr esonhos, o
i
nt eressedeFr eudpel asexual idadei nf ant ilf ezcom queot emadaambi valênci a
passasseaocuparum l ugarmenospr oemi nent eem seusescr it
os.Reapar ecer á
em 1909quando,num ar t
igosobr eneur oseobsessi va,l embr a-nosque“ em t odas
asneur oses,depar amo- noscom osmesmosi nst i
nt osr epr imi dosport r
ásdos
sintomas. ..oódi omant ém- ser epr i
mi donoi nconsci ent epel oamor .
..”Al gunsanos
depoi s,af im deenf at i
zarosi gni f
icadof undament aldesseconf li
to,Fr eud( 1912)
i
nt roduzi uot er moambi val
ênci a, quef or acr i
ador ecent ement eporBl euler.
O si gnificadocl í
nicoqueFr eudat ri
bui uàambi valênciar eflete-seem suas
const r
uçõest eór icas.Napr imei r
adesuasduaspr inci paisf ormul ações,oconf l
it
o
i
nt rapsíqui cot em l ugarent reosi nst i
nt ossexuai seosdoego.Comonessaépoca
consi der avaosi mpul sosagr essi vospar tei nt egrant edosi nst intosdoego,Fr eud
resumi u sua pr oposi ção af i
r mando que “ os i nst intos sexuai s e os do ego
desenvol vem f acilment eumaant ít
esequer epeteadoamoreódi o”( 1915) .O
mesmoconf l
itobási cor eflete-sedenovonasegundadesuasf ormul ações—aque
ser efereaoconf l
it
oent r
eosi nstint osdevi daedemor te.Nest at ermi nologia,
verificamosqueaambi valênci acom queum paci ent eneur óticosedef rontaé
consi der adaporFr eudcomor esul tant edeumaf alhanopr ocessodef usãodos
i
nst intosdevi daedemor te,ouaum col apsoul t
eriordaf usão,ousej a,adef usão
(1923) .Concl ui,por tanto,que o pr obl ema cl í
nico e t eórico cr ucialest á em
compr eendercomooconf li
toent reamoreódi ochegaasersat i
sfator i
ament e
regul adoounão.
As opi niões sobr e os mér itos dessas f ormul ações met apsi cológicas de
Freud var
iam,e cont
inuarão vari
ando ainda pormuit
as décadas.Porvezes,
pergunt
o-meseascontrovér
siasteór
icasqueessasfor
mulações
4

suscit
aram eest imul
aram,ealinguagem abstrataem queseexpressam,nãoterão
obscurecidoanudezcr uaeasi mpli
cidadedoconf li
toqueoprimeahumani dade—
odeseencol er
izarcom apessoaqueémai samadaedesej armagoá-l
a.Essaé
uma di sposi
ção da humanidade que sempr e ocupou uma posição centr
alna
teol
ogiacr i
stã,equeébem conheci dadet odosnósem f rasescoloqui
aiscomo
“morderamãoquenosal i
menta”e“ mataragalinhadosovosdeour o”.Eotemada
BaladadaPr isãodeReading,deOscarWi l
de,daqualum trechodiz:

Yeteachmanki l
lsthethinghel oves,
Byeachletthi
sbehear d,
Somedoi twit
habi tt
erlook,
Somewi t
haf l
att
eringwor d,
Thecowarddoesi twit
haki ss,
Thebravemanwi thaswor d!*(
1).

Égr açasaFr eudqueosi gnificadodesseconf li


tonavi dadohomem f oi
percebi dodenovo,eét ambém gr açasael equepel apr imeiravezéobj etode
i
nvest igaçãoci entífi
ca.Sabemoshoj equeomedoeacul papr oveni ent esdesse
conflitoest ãosubj acent esamui tasdoençaspsi cológicas,eai ncapaci dadepar a
enfrentaressemedoeessacul paest ásubent endidaem mui tosdi stúr biosde
caráter,i ncluindoadel inqüênci aper si
st ent e.Embor anossot rabalhodevadarum
grandepassoàf r
ent equandoasquest õest eóri
casest i
ver em mai sclar as, acr edito
que, em mui toscasos, poder emospr ogr edi rbast anteusandoconcei t
osdodi a-a-
di a,
comoamoreódi o,econf lito— oi nevi távelconf li
toquesedesenvol veem nós
quandoamoreódi osãodi r
igidospar aumasóemesmapessoa.
Ficar áclaroqueospassosdadospel obebêouacr i
ançaaoavançarno
sentido da r egulação dessa ambi val ênci at êm i mpor tância deci siva par ao
desenvol vi
ment odesuaper sonal i
dade.Seacr i
ançasegui rum cami nhof avor ável ,
el
acr escer áconsci entedequeexi stem,em seuí nti
mo,i mpulsoscont radi t
órios,
mas est ará apta a di ri
gi-
los e cont rolá-los,e a ansi edade e cul pa que el es
engendr am ser ásupor t
ável.Seoseupr ogr essof ormenosf avorável,acr i
ançaser á
assedi adapori mpul sossobr eosquai ssent enãot ercont rol
eout erum cont role
i
nadequado;em conseqüênci adisso,sof reráumaansi edadeagudacom r elaçãoà
segur ançadaspessoasqueel aamaet ambém t emer áor evideque,acr edi t
ael a,
nãodei xarádecai rsobr esuapr ópri
acabeça.

Not
ader
odapé:

*(
1).Traduçãolit
eral
:“Noentanto,matacadahomem acoi saqueama,/Queist
o
sej
aouvi doportodoseles,/Algunsmat am com um ol
haramargo,/Out
roscom
umapal avradeadulação,/Ocovar deof azcom um beij
o,/Ovalent
ecom uma
espada!”(N.doT.)
.
5

Énessecami
nhoqueestáoperi
go— operi
godeapersonal
idader
ecorrerauma
sér
iedemanobr
as,cadaumadasquai
scr
iamaisdi
fi
cul
dadesdoquer esolve.Por
exempl o,omedodapuni çãoqueéesper adacomor esul t
adodeat oshost is— e
também,écl aro,dei ntuitoshost i
s,poi snuncaéf áci lpar aumacr iançadi stingui r
clarament eunsdosout ros— acar retaf reqüent ement emai sagr essão.Assi m,
vemosem i númer oscasosumacr iançaagr essivaagi rbaseadaem queoat aqueé
amel hordef esa.Domesmomodo, acul papodel evaraumaexi gênci acompul siva
dedemonst raçõesdeamorqueat r
anqüi lizem e, quandoessasexi gênci asnãosão
sat i
sfeitas,anovossent iment osdeódi oe,porconsegui nte,amai scul pa.São
essesoscí r
cul osvi ciososquer esul tam quandoacapaci dadeder egul aroamoreo
ódi osedesenvol vedemododesf avor ável .
Al ém di sso,quandoacr iançapequenanãot em conf i
ançaem suaapt idão
par acont rolarseusi mpul sosameaçador es,háor i
scodeque,i nadver t
idament e,
recor r
aaum oumai sdosi ncont áveismecani smospsí qui cosprimi t
ivosebast ant e
i
nef i
cazesdest inadosapr otegerseusent esquer idosdedanoseel apr ópr i
adador
de um conf li
to que par ece i nsol úvelporout ros mei os.Esses mecani smos
psíqui cos,quei ncluem ar epressãodeum oudosdoi scomponent esdoconf li
to—
or aoódi o,or aoamor ,e,porvezes,ambos— odesl ocament o,apr ojeção,a
super compensaçãoemui tosmai s,têm,t odos,umacoi saem comum:em vezdeo
conf li
to sert r
azi do par a campo aber to e enf rent ado pel o que é,t odos esses
mecani smosdedef esasãoevasõesenegaçõesdequeoconf l
itoexi st e.Não
admi r
aquesej am t ãoineficazes!
Ant es de chegar mos ao nosso t ema pr incipal— as condi ções que,na
i
nf ânci a,f avorecem our etardam odesenvol vi
ment odacapaci dadeder egul aro
conf li
to— quer oenf ati
zarmai sumacoi sa:nãoexi stenadademór bidonoconf l
ito.
Mui t
o pel o cont rário:conf l
it
o é,em t odosnós,a condi ção nor maldenossas
transações.Todososdi asr edescobr i
mosem nossasvi dasque,seadot armosum
det ermi nado cur so de ação,t er emos de r enunci ara out ros que t ambém são
desej ados;descobr imos,def ato,quenãopodemoscomerodoceef icarcom el e.
Por tanto, em cadadi adenossasvi das, cabe- nosat arefadedeci dirent reint eresses
rivaisem nossopr óprioíntimo, eder egul arconf l
itosent rei mpulsosi rreconci li
ávei s.
Out ros ani mai st êm o mesmo pr oblema.Lor enz ( 1956)most rou que,ant es,
pensava- sequesoment eohomem er aví t
imadei mpul sosconf li
tant esmasque
hoj esabe- sequet odososani mai ssãoconst antement eacossadospori mpul sos
quesãomut uament eincompat í
vei s,comoat aque, f
ugaeabor dagem sexual .
6

Um excel enteexempl oéopi ntarroxonoper íododeacasal ament o.*(1)Omachoea


fêmeat êm pl umagem i dêntica— ambost êm opapover melho.Napr imavera,o
machodel i
mitaum t err
it
óriopar asimesmoet em propensãoaat acart odosos
i
ntrusos que t enham papo ver melho.Isso signifi
ca que,quando uma esposa
potencialpenet raem seut er ri
tóri
o,opr imeiroimpul sodomachoéat acá-l
a,eo
primeiroimpul sodaf êmeaéf ugir.Soment equandoel asemost r
aar iscaéqueos
i
mpul soshost isdomachosãoi nibi
dosesuasr espostasdecor tesusci tadas.
Portanto,nasf asesinici
aisdonamor o,ambosossexosseencont ram num est ado
deconf li
to,omachodi vi
didoent r
eoat aqueeoavançosexual ,af êmeaent reo
fl
erteeaf uga.
Toda a pesqui sa r ecente em psi cologia e bi ol
ogia demonst r
ou
i
ncont estavelment equeocompor tament o,sejanopr ópri
ohomem ouem out r
os
organismos,ér esult
antedeum conf li
toquasecont í
nuodei mpulsosi nt er
atuantes:
nem o homem como espéci e nem o homem neur ót
ico como um subgr upo
atormentado t êm o monopól io do conf li
to.O que car act
eri
za o i ndiví
duo
psi
cologi
cament
edoent
eéasuai
ncapaci
dadepar
aregul
arsat
isf
ator
iament
eseus
conf
li
tos.

Condi
çõesqueger
am di
fi
cul
dade.

O quesabemos,poi s,dascondi çõesqueger am adi fi


culdade?Nãopodehaver
dúvidadequeumacar act erísti
capr i
ncipaldoconf lit
oquet omadi fí
cilregulá-
loéa
magni tudedeseuscomponent es.Nocasodeambi val
ência,seoi mpulsopar a
obtersat i
sf açãol i
bidinal* (2)ouoi mpul sopar amagoaredest rui
rapessoaamada
forext r
aor dinar i
ament ef orte,aument aráopr oblemader egularoconf li
to.Freud
percebeui ssodesdeocomeço.Logonoi níci
odesuaobr a,rejei
touai déi
adeque
aquiloquedi stinguiaosi ndi víduosment al mentesãosdosmenosaf ortunadoser aa
existênciaouanat urezadosconf li
tosexper i
ment ados;elesuger i
u,pel ocont rári
o,
queadi f
er ençar esidenof atodeosneur óticosapr esentarem, “em escal aampl iada,
sentiment osdeamoreódi oporseuspai s,oqueocor redemodomenosevi dentee
menosi ntensonasment esdamai ori
adascr ianças”( 1900).Est eéum pont ode
vista que f oiabundant ement e confir
mado pel ot rabalho cl í
nico dos úl ti
mos
cinqüentaanos.
Por tanto, umachavepar aoscui dadoscom acr iançaét r
atá-ladet almanei r
a
que nenhum dos doi si mpul sos que põem em per i
go a pessoa amada — a
voracidadel i
bidinaleoódi o—set omedemasi adoi nt
enso.

Not
ader
odapé:

*(1).[
Referênciaaopintar
roxoeuropeu,n5oaoamer icano. ]
*(2).Nestepar ágraf
oenossegui nt
es,usoat er
mi nologiatradicionalquandoem
refir
oa“ exist
ênciasli
bidi
nais”ou“necessi
dadesl i
bidinais”.Hoje,prefi
rorefer
ir
-me
aodesejodel i
gaçãodeumacr i
ançaou, t
alvez,
á“ buscadeumal igaçãosegura”da
criança.
7

Aocont r
áriodeal gunsanal istasquesãopessi mi stasquant oaovi gori natodos
i
mpul sosdeumacr i
ança,acr editoqueessacondi çãoé,namai ori
adascr i
anças,
resolvidacom r el
ati
vaf acil
idade, cont antoqueel ast enham pai scar inhosos.Seum
bebêt em oamoreacompanhi adesuamãeel ogot ambém adeseupai ,el
e
crescer ásem umapr essãoexager adadeansei osl ibidi
naisesem umapr opensão
i
r r
esistívelpar a odiar.Se não t i
ver essas coi sas,seus ansei os l i
bidinai
s
provavel ment eserãomui t
oel evados, oquesi gnificaqueobebêest arápr ocur ando
const antement eamoreaf ei
ção,eser ácont i
nuament epr opensoaodi araquel es
quenãoconseguem — oul hepar ecem nãoconsegui r— dar -lheoaf etoqueel e
tantodesej a.
Embor aanecessi dadei rresistí
velqueumacr iançat em deamoresegur ança
sejahoj eum f atomui t
oconheci do,háquem pr otest econt raisso.Porquehaver i
a
um bebêdef azertaisimposi ções?Porquenãopodef icarsat isf
eitocom menos
cuidadoseat enções?Comopoder emosar ranjarascoi sasdemodoqueospai s
tenham t emposmai st ranqüilosemenossobr ecar regados?Tal vezum di a,quando
souber mosmai sar espeitodasnecessi dadeslibidinaisdeumacr iançapequena,
estejamosapt osadescr everdeum modomai spr ecisoosseusr equisitosmí nimos.
Entrement es,seráaconsel hávelr espeitarassuasnecessi dadesecompr eenderque
negá- l
as equi val
ef reqüent ement e a ger ar na cr iança f orças poder osas de
exigênciasl i
bidinaiseapr opensãopar aodi ar ;ei ssopode,mai st ar
de,causar
grandesdi fi
culdadest antopar aelacomopar anós.
Não mi nimi zemos os pr oblemas que a necessi dade de sat isfazeras
exigênciasdeseusbebêscr ia para asmul her es.Em t emposi dos,quando a
educaçãosuper iorl heser avedada,havi amenosconf l
itoent r
easexi gênciasda
famíliaedacar r
ei r
a, embor aaf r
ustraçãopar amul her escompet ent eseambi ciosas
fossegr ande.Hoj e,ascoi sassãomui t
odi fer ent es.Asmul heresi ngressam em
profi
ssõesondepassar am adesempenharum papeli ndispensável .Com ef eit
o, em
todososcamposl i
gadosàsaúdeeaobem- estari nf antil
,elastêm f iguradoent reos
nossos l í
deres. Esse pr ogresso, entretanto, como t odo o cr escimento e
desenvol vi
ment o,acar ret
ousuaspr ópr
iast ensões,emui tasleitorasconhecer ão
pessoal menteo pr oblema dasexi gênciasconf lit
ant esdef amí li
a ecar reir
a.A
soluçãonãoéf ácile— nem f i
cabem par aaquel esque,ent r
enós,t êm asor t
ede
nãosedef rontarem com opr oblema— di t
arasl eiscom queoout rosexodever i
a
resolvê-l
o.Esper emosque,com o cor rerdo t empo,a nossa soci edade,ai nda
predomi nantement eor ganizadasegundoasconveni ênciasdoshomensepai s,se
ajusteàsnecessi dadesdasmul heresemães,equeast r
adiçõessoci aisevoluam
demodoagui arosi ndivíduosnum r umoescl ar eci dodeação.
8

Vol t
emosagor aao nosso t emaevej amoso queacont ecequando,por
qual querr azão,asnecessi dadesdeum bebênãosãosuf i
cient ement esat isf
eitas
nomoment ocer to.Háal gunsanosvenhoi nvest igandoosef eitosnoci vosque
acompanham asepar açãodecr iançaspequenasdesuasmães,depoi squeent r e
elassef ormar am r elaçõesemoci onai s.For am mui tasasr azõespel asquai sescol hi
esse t ópico par a as mi nhas pesqui sas:em pr imei rol ugar ,os r esul tados t êm
aplicaçãoi medi at aeval i
osa;em segundol ugar ,éumaár eaem quepodemosobt er
dadoscompar ativament esól idose,assi m,most raràquel esqueai ndasãohi per -
crít
icosda psi canál isequeest a possuiboasr azõespar ar eivindicaro st atus
científico;f i
nalment e,aexper i
ênci adeumacr i
ançapequena,aosersepar adade
suamãe,f ornece- nosum exempl odr amát i
co,quandonãot rági co,dessepr oblema
cent raldapsi copat ologia— ager açãodeum conf li
todet alenver gadur aqueos
mei osnor mai spar ar esolvê-losãodest roçados.
Par eceexi sti
ragor aumar azoávelcer tezadequeéporcausadai ntensidade
dademandal ibidinaledoódi oger adosqueasepar açãodeumacr iançadesua
mãe, depoi squef ormoucom el aumar elaçãoemoci onal,podeacar retaref eitost ão
devast ador es par a o desenvol viment o de sua per sonal idade.Conhecemos há
vários anos a saudade i ntensa e a agi t
ação que t ant as cr ianças pequenas
mani festam quandodai nternaçãonum hospi taloui nsti
tuiçãor esidenci al,eomodo
desesper adocomo,mai st arde,depoi squeseussent iment osacal mar am com o
regressoaol ar, seagar ram asuasmãeseasseguem obst i
nadament e.Oaument o
dei nt ensi dadedesuasexi gênci asl i
bi dinaisnãopr ecisaserenf atizado.Também
tomamosconheci ment odomodocomoessascr i
ançasr ejeitam suasmãesquando
voltam a vê- l
as pel a pr imei r
a vez,e as acusam amar gament e poras t erem
abandonado.
Mui tosexempl osdei ntensahost i
li
dadecont raaf igur amai samadaf oram
registr adosporAnnaFr eudeDor othyBur li
ngham nosr el atóriosdasHampst ead
Nur ser iesdur ant eaguer ra.Um exempl opar ticularment epungent eéodeReggi e,
que,com exceçãodeum i ntervalodedoi smeses,passout odaasuavi daem
crechesdesdeosci ncomesesdei dade.Dur anteasuaest ada,el efor mar a“duas
relações apaixonadas com duas jovens assistentes que cuidaram dele em
diferentesper
íodos.Asegundal i
gaçãofoisubitament equebradaaosdoi sanose
oito meses,quando a‘ sua’assist
entecasou.Reggi esent i
u-secompletamente
per di
doedesesper adoquandoelasaiu,erecusou-seaol há-l
aquando,quinzedias
depoi s,el
aovi si
tou.Vi
rouacabeçapar aoout roladoquandoel alhefal
ou,mas
fi
xouosol hosnapor t
a,queamoçaf echouaosai r.Anoi te,sent
ou-senacamae
disse:‘Minha,muitominhaMar y-
Ann!Masnãogost odela’”.(Bur
li
ngham eFreud,
1944: 51.)
9

Experi
ênciascomoessa, especial
menteser epet
idas,levam aum sent i
mento
dedesamor ,abandonoer ej
eição.Sãoessessent i
mentosqueseexpr essam nos
poemast r
agicômicosdeum del i
nqüentedeonzeanoscuj amãemor r
euquandoel e
estavaapenascom qui nzemesesdei dadeeque,apar t
irdeent ão,conhecera
numer osasmães- substi
tutas.Ei salgunsdosseusver sos( não estou cert
o se
ori
ginaisounão) ,escri
tosdur anteoseut r
atamentocom ami nhacol ega,Yana
Popper ,osquaispar ecem expr essaroqueel eachavaserar azãodet erpassado
sucessivament edeumaf iguramat ernaparaoutr
a:

Jumbohadababydr essedingreen,
wrappeditupinpaperandsentittotheQueen.
TheQueendidnotl i
keitbecauseitwastoofat,
Shecutitupinpiecesandgavei tt
othecat.
Thecatdidnotli
keitbecauseitwastoothin,
Shecutitupinpiecesandgavei tt
otheKing.
TheKingdidnotlikei
tbecausehewast oosl ow,
Threwitoutt
hewi ndowandgavei ttot
hecr ow.*(
1).

Maistarde,quandoasuat erapeut
asaiudef ér
ias,el
eexpr
imi
u,nal
etr
ade
umacançãot
radici
onal,oseudesesperopornãoseramado:

Oh,myli
tt
ledarl
ing,1l
oveyou;
Oh,myli
tt
ledarl
ing,1don‘
tbel
ieveyoudo.
I
fyoureal
lyl
ovedme, asyousayyoudo,
Youwouldnotgot oAmeri
caandleavemeatt
heZoo.*
2).

Difi
cil
mentesur preenderáqueum desesper otãoi ntensoestejaconjugado
com um ódi oigualment eintenso.Quant o maisReggiesesent i
aligado àsua
terapeuta,maispropensoer aaexpl osõesdeódi oviolento,algumasdasquai s
chegavam aserquaseper igosas.Pareciaevident
equeasr epeti
dasseparaçõesem
seuspr i
meirosanosdevi dat i
nham ger adonessemeni noat endênci
aauma
i
ntensaambi val
ência,det alampl i
tude,queoseuequi pament opsíquicoimaturo
forai ncapaz de regularhar moniosament e,e que os padr ões patol
ógicos de
regulaçãoadotadosem seuspr i
meirosanosper si
sti
ram.

Not
ader
odapé:

*(
1).Traduçãoli
ter
al:“
Jumbot eveum bebêvesti
dodeverde/embrul
hou-
oe
mandou-oàRainha./ARainhanãogost
oudeleporsermui
togor
do,
/Cort
ou-
oem
pedaci
nhosedeu- oaogato./O gat
onãogostouporqueeleer
amuit
omagro,/
Cort
ou-oem pedaci nhosedeu- oaoRei ./OReinãogostouporqueel
eeramuito
l
ento,/Jogou-opelajanelaedeu-oaocorvo.
”(N.doT.
).
*(
2).Tr adução li
ter
al:“Oh,meu benzinho,eu teamo;/Oh,meu benzi
nho,não
acr
editoquevocêmeame./Ser eal
mentemeamassecomodi z,/Nãoir
iapar
aa
América,deixando-menozoo”.(N.doT.).
10

Out raspr ovasdomodocomoasepar açãodamãepr ovocanumacr iançapequena


i
nt ensanecessi dadel ibidinaleódi osãof or neci dasporum est udodomeucol ega
Chr istophHei nicke( 1956) .El ecompar ouasr espost asdedoi sgr uposdebebês
ent re15e30mesesdei dade;um gr upoest avanumai nst ituiçãor esi denci al,o
out ro,numacr echedi ur na.Embor aascr iançasdeambososgr uposmost rassem
preocupações em r ecuper aros pai s per didos,os da i nst i
tuição r esidenci al
expr essar am seusdesej oscom mui t omai schor o— em out raspal avr as,mai s
i
nt ensament e;domesmomodo,ascr i
ançasdai nstit
uiçãor esidenci al,enãoasda
creche, foram asque, em vár iassituações, semost r
aram pr opensasaagi rdef orma
violent ament ehost i
l.Embor asej aapenasumai nferênciaqueessahost il
idadeé
i
ni cialment e di rigida cont ra os pai s ausent es,cer tos dados desse est udo
est ati
st i
cament ef undament adosãocompat í
vei scom ahi pót ese,f ormul adahá
algunsanos( Bowl by,1944) ,dequeum dospr incipaisef ei t
osdasepar açãomãe-
criançaéumagr andei ntensi ficaçãodoconf lit
odeambi valênci a.
Atéaqui ,aoconsi der armosoqueconcor repar adi f
icul tarar egul açãoda
ambi valênci a,nos pr i
mei ros anos da i nf ânci a,concent r
amos a at enção em
exper iênci as,comoapr ivaçãomat erna, queconduzem aoansei ol i
bidinaleaoódi o
em ní veispar ti
cul ar ment eel evados.Exi stem mui t
osout rosevent os,al ém desse,
quepodem, nat ural ment eocasi onarpr obl emas.Aver gonhaeomedo, porexempl o,
também podem ger argr andesdi fi
culdades.Nadaaj udamai sumacr i
ançadoque
poderexpr essarf rancament e,deum mododi ret oeespont âneo,seussent i
ment os
dehost i
li
dadeeci úme;enãoexi ste,crei oeu, tar efapar ent almai svál idadoqueser
capazdeacei tarcom ser eni dadeexpr essõesdedevoçãof ili
alt ai scomo“ Det esto
você,mamãe” ,ou “ Papai ,você é um br uto” .Ao t olerar mos t ai s expl osões,
most ramosaosnossof i
lhosquenãot ememosessasmani fest açõeshost i
seque
conf i
amosem quepodem sercont roladas;al ém di sso,pr opi ciamosàcr i
ançaa
atmosf eradet ol erânci aecompr eensãoem queoaut ocont rolepodedesenvol ver -
se.
Algunspai sacham di f
ícilquet aismét odossej am ef i
cazesousensat os,e
pensam quesedever iai ncul carnascr iançasqueoódi oeoci úmenãosãoapenas
coi sasr uins,maspot enci alment eper i
gosas.Hádoi smét odoscomunspar af azer
i
sso.Um del eséaexpr essãoveement eder epr ovaçãopormei odocast i
go;oout ro,
mai ssut i
leexpl orando o sent i
ment oi nf ant ildecul pa,consi steem i ncut irna
criançaacer tezadequeest ásendoi ngr ata,ei ndicar -
lheosof r
iment o,f ísi
coe
mor al,quet alcompor t ament ocausaem seusdedi cadospai s.Embor aambosos
mét odospr etendam cont rolaraspai xõesmal i
gnasdacr i
ança, aexper iênciacl ínica
suger equenem um nem out r
oémui tobem- sucedi donapr át ica,equeambos
acar retam um pesadoônusdei nfeli
cidade.
11

Osdoi smétodostendem afazercom queacriançar ecei


eseussentimentosese
culpeporel
es,levando-
aar ecal
cá-l
ose,assi
m,t ornando-l
hemai s(enãomenos)
dif
íci
lcont
rolá-
los.Ambostendem acr i
arper
sonal i
dadesdi f
ícei
s:opri
mei r
o— a
punição— gerandorebel
dese,sef ormuit
osever o,deli
nqüentes;osegundo— a
vergonha— neur ót icoscar regadosdesent iment osdecul paedeansi edade.Assi m
énapol ítica, assim écom ascr ianças:al ongopr azo, at olerânci adaoposi çãopaga
belosdi videndos.
Sem dúvi da,mui t
odoquef oiditoat éaquiét errenoconheci do:ascr ianças
necessi tam deamor ,segur ançaet olerânci a.Tudoi ssoest ámui tocer to,di rão,os
l
eitores,masquerdi zerquenuncapodemosf rust rarnossosf i
lhosedevemos
deixarqueel esf açam t udooquequi ser em?Todaessaevi taçãodaf rust ração
soment el evará,di rãoai nda,aqueel escr esçam comof il
hosbár bar osdepai s
espezi nhadoseopr imi dos.Acr editoquei ssosej aumaconcl usãoquenadat em a
vercom aspr emi ssas;mascomoset rat adeumaconcl usãousadat ãocomument e,
valeapenaocupar mo- nosdel aem mai ordet al he.
Em pr imei rol ugar ,asf rustraçõesr eal ment ei mpor tantessãoasquedi zem
respei t
oànecessi dadequeacr i
ançat em deamoreat ençãoporpar tedospai s.
Desde que essas necessi dades sej am sat isfeitas,as f rustrações de out ras
espéci esi mpor tam mui to pouco.Não quesej am par t
icularment eboaspar aa
criança.Com ef eito,umadasar t
esdeserum bom paiouumaboamãer esi dena
habilidadepar adi stingui rasf r
ust raçõesevi távei sdasi nevi táveis.Umaquant idade
i
mensadeat ri
toer aivaem cr iançaspequenas,edeper dadepaci ênci aporpar t e
dos pai s,pode serevi tada porpr ocedi ment os si mpl es como apr esent arum
brinquedoat raent eant esdei ntervirpar ar etirardasmãosdacr i
ançaamel horpeça
depor celanadamãe, ouat raí-l
apar aacamacom i nsi nuant ebom humorem vezde
exigirapr ont aobedi ência,ouper mi tir
-lhequeescol haasuapr ópriadi etaecoma
aoseupr ópr i
oj ei t
o,i ncluindo,seel aassi m odesej ar,ousodamamadei raat éos
doisanosdei dadeoumai s.Aquant idadedeansi edadeei rri
taçãoquer esul tam da
expect ativadequecr i
ançaspequenasseconf or mem àsnossaspr ópr i
asi déi as
sobr eoque,comoequandodevem comerér idículaet r
ágica— ai ndamai spor
dispor moshoj edet antosest udosmi nuci ososquedemonst ram aef i
ci ênciacom
que bebês e cr i
anças pequenas podem r egul ar suas pr ópri
as di etas,e a
conveni ênci aecomodi dadequer esul t
am par aospai squandoessesmét odossão
adot ados( Davi s, 1939) .
Admi tido,ent r etanto,queexi stem mui tassi tuaçõesem queaf rustr açãode
umacr i
ançapodeserevi tadasem i nconveni ent espar anósecom ef eitosbenéf icos
sobr eoest adodeâni modet odos,háout r assi tuaçõesem quenãopode.Of ogoé
per i
goso, apor celanaquebr a,a
12

ti
ntamanchat apetes,umaf acapodef erirumaout racr iançaef eri
rtambém a
própri
acr i
ança.Comoevi taremosessascat ástrofes?Apr i
mei rar egraéor ganizara
casademodoqueosf ósf oroseout rosar t
igoscombust ívei
sest ej
am sempr e
guardados,equeaspor cel anas,f acaset intasfiquem sempr ef oradoal cance.A
segunda é a i ntervenção cor di
almas f irme.E cur i
oso como t antos adul tos
i
nteli
gentespensam queaúni caal t
ernativapar adei xarumacr i
ançacor rersol t

i
nfli
gir-
lhecastigos.Umapol íti
cadei ntervençãof i
rmemasami stosa,sempr eque
umacr i
ançaest iverf azendoal gumacoi saquequer emosi mpedi r,nãosócr i
a
menosazedumedoqueumapuni çãomas, al ongopr azo, émui tomai sefi
caz.Cr eio
queumadasgr andesi lusõesdaci vil
izaçãooci dentaléaef icáciadocast igocomo
um mei odecont rol
e.Par acr i
ançasmai svel haseadul t
os,apuni çãot em seususos
comoauxi l
iardeout r
osmét odos;acr editoque,nospr i
mei rosanos,ocast igoé
despropositadoporserdesnecessár i
oepor quepodecr iar,atravésdaansi edadee
doódio, malesmui tomai or esdoqueaquel esquepr etendiacur ar.
Felizment e,com osbebêseascr iançasdepoucai dade,quesãomui t
o
menor esdoquenós,ai ntervençãoami stosaéf ácil
;num abr iref echardeol hos,
podemosagar rarumacr iançael evá- l
apar alongedol ugardeper i
go.Opr eçoque
i
ssoexi geéanossapr esençaquaseconst ante,um pr eçoqueaconsel hamosos
paisapagar em.Em t odocaso,nãot em qual querf undament oai déi
adequeas
cri
ançaspequenaspodem serdi scipli
nadaspar aobedecerar egras,demodoque
semant enham nal i
nha,mesmoem nossaausênci a.Ascr i
ançasr apidament e
apr endem asaberdoqueéquenósgost amosenãogost amos, masnãopossuem
oequi pament opsí quiconecessár iopar asat isfazersempr eosnossosdesej osem
nossaausênci a.A menosqueseat er r
or i
zeumacr iançaaopont odel evá-laà
i
nér cia,odi scipli
nament odenossosf ilhosest áf adadoaof racasso,eaquel esque
ot entam sópodem esper arfrustraçãoeexaust ão.Um model oqueexempl i
fi
caa
prát i
cadai ntervençãof i
rmemasami gáveléapr ofessoratalent osadej ardim de
i
nf ância,eospai spodem apr endermui tocom osmét odosqueel ausa.
Cumpr eassi nalarqueessat écnicadei ntervençãoami stosanãosóevi taa
estimul açãodar ai
vaedoazedume,ai ndaquei nconscient
es,queacr editoser em
i
nsepar áveisdapuni ção,masf or neceàcr iançaum model o par aar egulação
efetivadeseusconf li
tos.Most ra-
lhequeavi olência,ociúmeeavor aci
dadepodem
serdomi nados pormei os pací fi
cos e que não há necessi dade de r ecor r
era
mét odos dr ást i
cos de condenação e puni ção que,quando copi ados poruma
cri
ança,podem sof rerdi storçõeseconver ter-
se,porcausadesuai magi nação
primi t
iva,em cul paei mplacávelaut opuni çãopat ológi
cas.Trata- se,éclaro, de
13

umat écni
cabaseadanaconcepçãoqueDonal dWi nnicot
tnosexpôs,deacor do
com osensi nament osdeMel anieKlei
n— aconcepçãosegundoaqualexi stenos
sereshumanosasement edeumamor ali
dadei nat aque,set i
veroportunidadede
germinar,propor ci
ona à personali
dade da cr i
ança os al i
cer
ces emoci onais do
compor tamentomor al
.É umanoçãoquecol ocaapardoconcei t
odepecado
ori
ginal,do quala psi canáli
sedescobr et antaspr ovasno cor ação humano,o
conceitodepr eocupaçãoor i
ginalpel
onossosemel hanteoudebondadeor iginal
,a
qual,sebeneficiadaporcircunstânci
asf avoráveis,acabar áporganharapr imazia.
Éumaconcepçãocaut el
osament eoti
mi st
adanat urezahumana,queacr editoser
j
ust i
fi
cada.

Pr
obl
emasemoci
onai
sdospai
s.

Vimosat éaquialgumasdascondi çõespar aocui dadocom cr i


ançasquepar ecem
suscet íveisdepr omoverodesenvol viment osaudáveldacapaci dadeder egularo
conf l
ito.Eomoment oadequadopar aconsi deraropr obl
emadopont odevi st
ados
pais.Poder -
se-áper guntarseest amosaconsel handoospai saser em eternament e
amor osos,t olerantesecont rolador esami st osos.Pensoquenão. ..e,comopai ,
esperoquenão.Nós,pai s,também t emosnossossent imentosder ai
vaeci úme;e,
queri ssonosagr adeounão,éi nevitávelqueel esporvezesseexpr i
mam,quando
nãodeum mododel iberado,pelomenosi nadver tidamente.Émi nhaconvi cção,e
certament emi nhaesper ança,que,seosant ecedentesger aisdesent iment oe
rel
acionament osãobons, umaexpl osãoocasi onaldemauhumorouumapal mada
eventualnãopodem causarsér i
osdanos;i ssot em avant agem, porcer t
o, deal ivi
ar
osnossospr ópri
ossent iment ose,t al
vez,demost r
artambém aosnossosf i
lhos
quet emososmesmospr oblemasqueel es.Tai sexpr essõesespont âneasde
emoção,talvezcom um pedi dosubseqüentededesculpasset i
ver mosidol onge
demais,podem disti
nguir-senit
idamentedapunição,com seupr essupost
of ormal
sobreocertoeoer rado.Oaf ori
smodeBer nardShaw,denuncabat ernumacr iança,
anãoserquandoseest ivercom acabeçaquente,éum bom conselho.
Um pontoqueaquel esquenãosãopai sdevem terem ment eéquesempr e
foimuitomaisfácilcui
dardosf ilhosdosoutr
osdoquedospr ópr
ios.Em vi
rtudedo
víncul
oemoci onalquel i
gaacr iançaaospaiseospai sàcr i
ança,ascr ianças
sempr esecompor t
am deum modomai s“inf
anti
l”com seuspai sdoquecom
outraspessoas.Ouve-secom f reqüênci
apessoasbem intenci
onadascoment arem
queumacer tacri
ança
14

secompor tamar avi l


hosament ecom el as, equeoseucompor tament odi fí
cilcom a
mãesedeveàmanei rai nsensat acomoest al i
dacom of ilho;aacusaçãousualé
queamãeaest ragacom mi mos!Tai scr íticasger alment esãoi nj ustif
icadase
const ituem,com mui tomai sf reqüênci a,mani festaçõesdai gnor ânci adequem
crit
icadoquedei ncompet ênci adospai s.I stoéver dadei roat énomundodasaves.
Jovens t ent i
lhões per fei tament e capazes de se al i
ment arem porsimesmos,
começam i medi atament ei mpl orando comi da,deum modo i nfant il
,assi m que
avistam seuspai s.
Ospai s,especi alment eamãe,são,poi s,pessoasmui tocal uni adas;r eceio
quecal uni adassobr etudopel ospr ofi
ssi onai s, tantomédi coscomopr ofissionai sde
outrasár easaf i
ns.Noent ant o,ser i
aabsur dopr et
enderqueospai snãocomet am
erros.Al gunser r
osnascem dai gnorânci a,mast alvezmai snumer osossej am os
quesãof rutodospr oblemasemoci onai si nconsci ent esquet êm or igem em nossa
própr iainf ânci a.Quandoexami namoscr iançasnumacl ínicadeor i
ent açãoi nf antil
,
podepar ecerque,num cer tonúmer odecasos,assuasdi fi
cul dadesr esultam da
i
gnor ânciadospai ssobr ecoi sast ai
scomoosef eit
osnoci vosdapr ivaçãomat erna
ou da puni ção pr emat ura e excessi va,mas,com f reqüênci a mui to mai or,os
probl emassur gem por queospr ópri
ospai st êm di ficuldadesemoci onai sdequesó
estãopar cialment econsci ent esequenãopodem cont rolar.Porvezes,el esl eram
todososl ivrosmai sr ecent essobr ecui dadoscom cr iançaseassi stiram at odasas
conf erênci asdepsi cól ogos,naesper ançadedescobr irem amel hormanei rade
l
idarcom seusf i
lhos,mas,apesardi sso,ascoi sascont i
nuam sai ndoer r
adas.De
fato,of r
acassodemui tospai schei osde“ idéi aspsi col ógi cas”nar eal i
zaçãodeum
bom t rabal honacr iaçãodosf i
lhosdei xou- oscét i
cos,desval or i
zandoasi déi as.
Issoéum er ro.Oquedevemosent ender , cont udo, équeoi mpor t antenãoéapenas
oquef azemos,masomodocomoof azemos.Seamãeéansi osaeambi valent e,
amament arquandoobebêpedeacar retar ápr ovavel ment emai spr obl emasdoque
aamament ação r ot i
nei ra,r eguladapel or el ógi o,quando amãeéumapessoa
descont raída e f eliz.O mesmo acont ece com os mét odos moder nos ver sus
mét odosant i
quadosdet reinament odehábi tosdehi gi ene.I ssonãosi gnificaque
osmét odosmoder nosnãosej am mel hor es;querdi zerqueel essãoapenasuma
partedaqui loquei mpor ta,equeosser eshumanos,desdeai nfânci a,sãomai s
sensí veisàsat it
udesemoci onai sdaquel esqueoscer cam doqueaqual querout r
a
coisa.
Nãohámi stér i
oni sso;nem hánecessi dadedei nvocarum sext osent i
do.Os
bebêssãomai ssensí vei seest ãomai sat ent osaosi gni fi
cadodet onsdevoz,
gestoseexpr essõesf aci aisdoqueosadul t os;e, desdeos
15
primei ros di as de vi da,são pr ofundament e sensí veis ao modo como são
mani pulados* (1).Umamãeext remament eansiosa, dequem est out ratando, disse-
mecomodescobr iuqueseubebêdedezoi t
omeses,dequem sequei xaporser
mui t
o chor ão eapegado a el a,r eagedemanei r
a mui to diferenteconf ormea
manei racomovêamãesai rdoquar t
o.Seel asel evant adeum sal toesaicor rendo
par aevi tarqueapanel aqueest áf ervendoder rame,obebêchor aeexi gequeel a
volte.Masseamãesaidoquar tocal mament eesem est ardal haço,elemalse
aper cebedequef icousozi nho.Al ém dacompr eensãoi nt el
ect ual,queeunão
menospr ezo,ésobr etudodasensi bil
idadedospai spar aasr eaçõesdeseubebêe
dacapaci dade,sobr etudodamãe,par aseadapt ari ntuit
ivament eàsnecessi dades
delequenasceumapr áticaef i
cazdecui dardascr i
anças.
Isto não const i
tui novi dade nenhuma. Ouvi mos f reqüent ement e de
prof essor eseout rospr ofi
ssi onai squeumacr i
ançaest ásof rendoporcausada
atitudedeum deseuspai s,ger alment eamãe.Di zem- nosqueamãeéumacr iatura
excessi vament eansi osaour epressor adobebê,super -
possessi vaoupr opensaà
rejeição,et aiscoment áriossãor epet i
dament ejust ifi
cados.Masoqueoscr í
ti
cos
ger alment e não l evam em cont a é a or igem i nconsci ent e dessas at i
tudes
desf avor áveis.Porconsegui nte,os pai s desor ientados vêem- se al vo de uma
mi sturadeexor taçãoecr ít
icas,cadaumadel asmai si núti
lei nef i
cazdoqueas
out ras.
Umaabor dagem psi canal í
ticaescl areceaor i
gem dasdi fi
cul dadespar entais
e,aomesmot empo,f orneceumabaser acionalpar aaj udarospai s.Mui tasdas
dificuldadescom queospai ssedef rontam,oquenãochegaacausarsur presaa
ninguém,r esultam da sua i ncapaci dade par ar egul ara pr ópr ia ambi valência.
Quandonost ornamospai spar aumacr i
ança, poder osasemoçõessãodesper tadas,
emoçõest ãof ortesquant oasquevi nculam um bebêàmãeouum amant eaout ro.
Nasmães, em par ticular, existeomesmodesej odepossessãocompl et
a,amesma
devoçãoeamesmar enúnci aaout rosint eresses.Mas,l ament avel ment e,aparde
todos esses sent iment os del i
ci osos e t ernos,ocor ret ambém,com excessi va
freqüênci a,umami stura— hesi toem di zê-lo— der essent i
ment o,eat édeódi o.A
i
nt rusãodehost ili
dadenossent iment osdeumamãeoudeum paipel oseubebê
par ecet ãoest ranha, t
ãochocant ee, mui tasvezes, t
ãohor ri
pilante, quemui t
agent e
terádi fi
cul dadeem acr editar.Ent ret anto, éumar eal i
dadee, porvezes, umasombr i
a
realidadepar aum dospai separ aacr iança.Qualéasuaor i
gem?

Not
ader
odapé:

*(
1).Ver,porexempl o,orelat
odeSt ewar
tetal.(1954)sobrebebêsque
chor
am excessi
vamente.Verif
icar
am queeraumarespost
aàsdi f
icul
dadesqueas
mãesexperi
mentavam em l
idarcom osfi
lhosdeum modocoerent
e.
16

Embor a ainda seja di


fícilexpl
icaressa hostil
idade,parece evi
dente que os
senti
ment osquesãodesper t
adosem nósquandonost ornamospaistêm muitoem
comum com ossent iment osqueforam susci
tadosem nós,quandocr ianças,por
nossospai seirmãos.Amãequesof r
eupri
vaçãopode, senãosetomoui ncapazde
senti
rafeição,exper
iment arumaintensanecessi
dadedepossui roamordobebêe
fazert
udooqueest i
veraoseual canceparaassegur ar
-sedequeoobt ém.Amãe
que,quandocr i
ança,ti
nhaci úmesdeum i rmãomai snovo,poderáexperimentar
agor aumahost i
lidadeabsur daeexor bitantepel onovoepequeni no“ estranho”que
veioi nstalar
-senaf amí li
a.Essesent iment o,ent retant o,émai scomum nopai .A
mãe( ouopai )cuj oamorpel apr ópr i
amãeer ai mpr egnadodeant agoni smopel o
modoaut ori
táriocomo,em cr iança,f oiporel at r
atada( o)
,ser ápassí veldei rr
itar-se
eabomi naromodocomoobebêf azval erei mpõesuasexi gênci as.
Acredito que o pr oblema não r eside na si mpl es r epet ição de ant i
gos
sent iment os—t alvezumacer tadosedessessent i
ment osest ejapr esent eem t odos
ospai s— mas,sobr et udo,nai ncapaci dadepar entalpar atol erarer egul aresses
sent iment os.Aquel esque,nai nf
ânci a,exper i
ment ar am intensaambi valênciaem
relaçãoaospai soui rmãos,equer ecor reram ent ão,i nconsci entement e,aum dos
mui t osmecani smospr imiti
vosepr ecár i
osder esol veroconf l
itoaquemer ef eri
ant es— r epressão,desl ocament o,pr ojeção,et c.— est ãodespr eparadospar aa
renovação do conf li
to quando se t omam pai s.Em vez de r econhecer em a
verdadei ranatur ezadeseussent iment osem r el
açãoàcr i
ançaedeaj ust arem seu
compor tamento,vêem- se instigados e i mpel i
dos porf orças que i gnor am,e
most ram- seper plexosporser em i ncapazesdeagi rcom t odooamorepaci ênci a
quedesej am.Adi f
icul dadedel esr esideem queor essur giment odossent i
ment os
ambi valentesest ásendoenf rentado,sem queosai bam,pel osmesmosmét odos
primi tivosepr ecáriosaquer ecor r
er am em suapr ópr iainfânci a,numaépocada
vida em que não di spunham de mel hores mét odos.Assi m,a mãe que est á
const antement eapr eensi vacom apossi bili
dadedequeseubebêmor r
a,nãot em
consci ênciadoi mpul soem seupr ópr i
oí ntimopar amat á-l
o* (1)e,adot andoa
mesmasol uçãoqueadot ounai nfânci aem r elaçãoaseusdesej osdemor tecont ra
apr ópr i
amãe, esforça- seobst i
nadament e,deum modoi ncessant eei nf r
ut í
fero,por
afast art odososper igosquepossam vi rdeout rosl ados:aci dent es,doenças,
negl igênciadevi zinhos.Opaiqueser essent edomonopól iodobebêsobr eamãe
— sua esposa — ei nsisteem queasat ençõesdel a são escassas,não t em
consci ênciadequeest ásendomot i
vadopel amesmaespéci edeci úmequesent i
u
nai nf ânciaquandonasceuum i rmãomai snovo.

Not
ader
odapé:

*(
1) .Existem mui
tosedi f
erent
esestadosdeespíri
toquepodem l evarumamãea
estarconst ant
ementeapreensi
vatemendoqueseubebêmor ra,sendoqueodesej o
i
nconsci entedemat aracr i
ançaéapenasum del es.Entreout r
osestãoaper da
anteriorde um f i
lho pequeno,a perda de um ir
mão dur anteai nfânciaeo
compor t
amento viol
ento do paida cri
ança.Vera di scussão das fobias nos
capítulos18e19deAt t
achmentandLoss[ Li
gaçãoePerda],vol
ume2.
17

Omesmoéver dadearespeitodamãei mpeli


daapossui rtodooamordeseubebê
eque,porsuaabnegaçãoi ncansável,t
entaassegurar-
sedequenãoédadaaobebê
nenhumadescul papar
aal i
ment arquaisqueroutr
ossent imentosquenãosej am de
amoregr ati
dão.Essamãe,queàpr i
mei r
avistaparecesert ãocar i
nhosa,geraem
seubebê,inevi
tavel
mente,um grander essent
imentoem f acedet amanhaexigência
deamor ;etambém umagr andeculpaem r azãodasal egaçõesdel adequeéuma
mãet ãoboa,quenãosej ust
ifi
canenhum out rosent imentoal ém dagr ati
dão.
Comportando-sedessemodo,écl ar
oqueel anãotem consci ênciadequeédi gna
deamor— oamorqueel anuncat evequandoer acr i
ança.Quer orepet
irque,em
minhaopinião,nãoésimpl esmenteof atodeospai sterem essasmot i
vaçõesque
criaasdi ficuldadespar aosf ilhos;oquecausapr oblemaséospai si gnorarem seus
própriosmot i
vos, er ecorrer em i nconsci entement eàr epr essão, àr acional i
zaçãoeà
projeção, par alidarcom seuspr ópr iosconf li
tosí ntimos.
Provavel ment enãoexi st enadamai spr ejudici alpar aumar elaçãodoque
umapar t
eat r
ibui rsuaspr ópr iasf alhasedef eit
osàout ra,conver t
endo- aem bode
expiatór i
o.I nfelizment e,osbebêseascr iançaspequenassãoper feit
osbodes
expiatór i
os, poismani festam def or manuaecr uat odosospecadosdequeacar ne
éher dei r
a;sãoegoí stas,ci ument os,suj os,i nteressadosem sexoepr opensosa
explosõescol éricas,àobst inaçãoeàvor acidade.Ospai squecar regam consi go
um sent i
ment odecul paem r elaçãoaumaouout radessasf raquezaspodem t ornar
-seext remament ei ntolerant esdi ant edesuasmani f estaçõesnum f i
lhopequeno.
Atorment arãoacr i
ançacom suast entativasf úteispar aer radicaroví cio.Lembr o-
medeum pai ,at orment adoavi dai nteir
apel amast ur bação,quet entoui mpedi -la
em seuf i
lhocol ocando- osobum chuvei r
of riosempr equeoencont ravacom a
mãonosór gãosgeni t
ais.Agi ndodessemodo,opaiapenasconsegui ui ntensi fi
car
osent i
ment odecul padacr i
ança,et ambém oseumedoeaver sãoàaut oridade.
Algumasdasr elaçõesent repai sef i
lhosmai senvenenadasquel evam agr aves
problemasnascr iançasr esul tam dof atodeospai sver em ci scosnosol hosde
seusf il
hospar anãover em t orasnosseus.
Ninguém com or i
ent açãopsi canal ít
icaquet enhat rabal hadonumacl ínicade
orientaçãoi nf antilpodet erdei xadodesei mpr essi onarcom af reqüênci acom que
esseseout rospr oblemasemoci onai scompar ávei socor rem nospai sdecr i
anças
quef or am encami nhadaspar at rat ament o,oucom oel evadogr auem queos
problemasdospai spar ecem t ercr iadoouexacer badoasdi fi
culdadesdascr ianças.
Com ef ei
to,sãot ãof reqüent es,queem mui tascl ínicasédadat antaat ençãoaos
pais,aj udando- osar esol ver em seuspr oblemasemoci onais,quant oàscr ianças,
ajudando- asar esolverem osdel as.Por tanto,nãodei xadeseri nteressant epensar
que
18

esseéum aspect odadoençapsi col


ógicaquepar ecet ersidoquasedesconheci do
paraFr eude,t alvezporessar azão,um dosaspect osaque,em mi nhaopi nião,os
psicanali
stasai ndat êm quepr est aradevi daatenção.Ent r
etanto, acr edi
toquesej a
um dosmai spromi ssor espar aof uturo.Al imit
adaexper i
ênci aquet emossuger e
que a aj uda especi ali
zada aos pai s nos meses cr í
ti
cos,ant es e depoi s do
nasciment o,enospr imeirosanosdevi dadeumacr iançapodeserext remament e
i
mpor t
antepar aaj udá- l
osadesenvol ver em asrelaçõesaf etivasecompr eensivas,
quequaset odosel esdesej am com obebê.Sabemosqueospr imei rosanosdeum
bebê,quando,sem que el e o saiba,os al i
cer ces de sua per sonalidade são
assentados, const i
tuem um per íodocr í
ticodeseudesenvol vi
ment o.Anal ogament e,
parecequeospr imei r
osmeseseanosapósonasci ment odeum bebêsãoum
períodocr í
ticonodesenvol vi
ment odeumamãeedeum pai .Naf asei nici
al,os
sentimentosdosnovospai spar ecem mai sacessíveisdoqueem out rosper íodos, a
ajudaéf reqüent ement eprocur adaebem r ecebida,e,comoasr el açõesnaf amí li
a
aindasãopl ásti
cas,essaaj udaéef icaz.Mesmoquesej ar elati
vament emodest a,
sef orumaaj udaqual i
ficadaeopor t
unapoder áteref ei
tosdur adour os.Seonosso
pensament oécor r
et o,entãoaf amíl
iacom um novobebêéum pont oest ratégico
para quebr aro cí rculo mal i
gno de cr i
anças per t
urbadas que,ao cr escer em,
convertem- seem pai sper turbadosque,porsuavez,l i
dam com seusf il
hosdet al
modoqueager açãosegui ntedesenvol veráasmesmasper turbaçõesouout ras
semel hantes.Asvant agensdot ratament odecr i
ançaspequenassãohoj emui t
o
conheci das;estamosadvogandoagor aquet ambém ospai sdever i
am seraj udados
l
ogodepoi squet enham “ nascido” .
O pensament ocont empor âneot alvezai ndanãot enhar econhecidocomo
uma das pr incipais causas dos er r
os dos pai s a di storção que os conf l
it
os
i
nconsci entesor iundosdesuapr ópr i
ai nfânciaacar retam aossent imentosqueel es
nutrem em r elaçãoaosf ilhos.Issonãoéapenasper tur badoreal armantepar aos
paismui t
osdosquai stêm aesper ançanat uraldeverasdi fi
culdadesf amili
aresem
alguma out r
a par te que não em seus pr óprios cor ações —,mas t ambém é
desconcer tante par a os médi cos e out ros investigador es pr ofi
ssionais — que
descobr em quemui tosdospr obl emascom quesedef rontam si t
uam- senum
domí nioapar entement ei
nt angí
vel ,sobr eoqualnãopossuem conheci ment os,nem
sãot reinadospar aaj udarar esol vê-los.Nãoobst ant e,éevi dent equeessaéa
reali
dadee,seospai stêm quer eceberaaj udaescl areci daqueoscapaci tease
tornarem osbonspai squeambi cionam ser ,ospr of issionai st erãoquet eruma
compr eensão mai ordo conf l
itoi nconsci ente e do papelque esse conf l
it
o
desempenhanacr iaçãodedi st
úr bios
19

noscuidadosqueospai
sdispensam aseusfil
hos.Ist
osusci
taum problemade
pri
meir
a ordem — demasi
ado amplo para que possamos consi
der
á-l
o nest
e
capí
tul
o.

Conf
li
toext
rapsí
qui
coeconf
li
toi
ntr
apsí
qiuco.

Opont odevi staqueest oudef endendo,comosever á,basei a-senaconvi cçãode


que mui tai nfelicidade e mui ta enf ermi dade ment alse devem a i nfluênci as
ambi ent ais,asquai sest áanossoal cancemudar .Em psi canál ise, comoem out ros
ramos da psi qui atri
a,de f ato,em t odas as ci ências bi ológi cas,di scut e-se
const ant ement esobr eascont r
ibui çõesdaher editariedadeedaapr endi zagem,
sobr eoqueéi natoeoqueéadqui r
ido.Onossopr oblemaéent enderporquer azão
um indi víduocr escesem gr andesdi ficuldadesem suavi dai mpul siva, enquant oum
outroéf lageladoporessesi mpul sos.Nãopodehaverdúvi dasdequevar i
açõesna
dotaçãoher editáriaenai nf luênci adomei oambi entedesempenham i mpor t
ant es
papéi s.O pr ópr i
o Fr eud,ent retant o,t alvezem r azão desuapr i
mei r ahi pót ese
ambi ent al( ar eferent eài nfluênci adaseduçãoi nfantil
)est arcompr ovadament e
errada,f oi caut eloso em i ncluir var iações ambi ent ais na expl icação das
difi
cul dadesdeseuspaci ent es;e, àmedi daquef oienvel hecendo, pareci aacr edi t
ar
cadavezmai squepoucopodi aserf ei
toem t er mosdemudançasambi entai spar a
mitigaraf orçadoconf l
it
oi nf ant i
l.Mui tospsi canal istasosegui ram nessanoção.
Alguns,def ato,nãosósust ent aram queaquel esdent renósquesemost r
am mai s
esper ançososest ãoequi vocados,mast ambém mani festaram suasapr eensões,
temendoqueaênf asesobr eosi gnif i
cadodomei oambi entenosf açadesvi aras
atençõesdof atocr ucialdoconf litoi ntrapsíquico.Cumpr eadmi tirqueesseper igo
existe e que anal istas escr ever am l ivros sobr e os cui dados com a cr i
ança
focalizandopr incipalment eoconf litoext r
apsí quico,ousej a,oconf litoent r eas
necessi dades da cr i
ança e as opor tunidades l i
mi t
adas que o mei o ambi ente
propor cionapar aasat i
sfaçãodessasnecessi dades.Embor a,comoj áassi nal ei,eu
acredi te que esse conf l
ito ext rapsí quico ent re necessi dades i nt
er nas e
opor t
uni dadesext ernaspar asat isfazê- lasébast anter eal ,quer odei xarcl ar oque,
em mi nha opinião,ele tem em si mesmo,i mportância l
imit
ada para o
desenvol
vimentopsíqui
co.Quantoaomeioambienteexterno,oqueimport
aésaber
em quemedi daasfrust
raçõeseoutr
asinf
luênci
asimpost asporel
edesenvol
vem o
confl
it
ointrapsí
quicodet alfor
maecom t ant
aintensidadequeoequi pamento
psí
quicoimaturodobebênãopossar egul
á-l
asati
sfator
iamente.Écom est
ecri
tér
io
quedevemos
20

avaliarosmér i
tosoudemér itosdoscui dadoscom cr i
anças,eéabor dandoo
probl emadessemodo,cr eioeu,queapsi canál iset em suapr i
ncipalcont ribuiçãoa
dar.
Embor aeusej aum adept oconvi ctoeent usi ast adanoçãosegundoaqualas
si
tuaçõesconcr etasqueum bebêexper iment at êm i mpor tânci acr uci alpar aoseu
desenvol viment o,r epi toquenãodesej odarai mpr essãodequesabemoshoj e
comohabi l
it
art odasascr i
ançasacr escer em sem per turbaçõesemoci onai s.Cr eio
quej ásabemosmui tacoi saeque,sepuder mosapl i
carnossosconheci ment os
atuais( eem vi rtudedaescassezdepr of i
ssionai squal if
icadosr eceioqueessesej a
um gr ande“ se”),ocor rer áum aument osubst anci aldaf el icidadehumanaeuma
tr
emendar eduçãodasdoençaspsi col ógicas.Ent retanto,ser iaabsur dosuporque
j
át emost antosconheci ment osquepodemosgar ant i
rqueumacr iança,set i
vert al
ou t alexper iênci a,cr escer á sem mai ores di ficuldades.Exi stem pr oblemas
espinhososar esol ver ,comoosquedecor r
em doef eit
odet urpadordasf antasi as
deumacr iançaesuai nterpret açãoer rôneadomundoquear odei a* (1) ,assunt o
que não abor deinest e capí tulo;mas,al ém di sso,t ambém podem exi stir
difi
cul dadessobr ecuj aor igem nadasabemosat ual ment e.Mesmosobr eaquel as
de que j át emos al guma compr eensão,os nossos conheci ment os ai nda são
escassosenãot êm umabasesuf ici entededadossi stemat icament ecol et ados.
Sóof ut uror evelar áasl i
nhasdepesqui samai sfecundas.Todapesqui saé
um j ogodeazar ,et emosquej ogaronossodi nhei ronoscaval osem quet i
vermos
palpite.Num campot ãovast o,ami nhat endênci aéapost arnosmest iços.Par ece-
mepr ovávelqueest udosdemot ivaçãoem cr iançaspequenas,especi alment eo
estudodomodocomoamãeeobebêdesenvol vem suasr elaçõesi mpr egnadasde
alt
acar gaemoci onal , umapr eocupaçãot ãocent raldapsi canál ise, ganhar ãomui to
em cl areza e pr eci são se l hes apl icarmos concei tos e mét odos de pesqui sa
derivadosdaescol aeur opéiadeest udosdocompor t
ament oani mal ,l ider adapor
LorenzeTi nber genef reqüent ement econheci dacomoet ologi a.Pensot ambém que
onossoi nsightdomundocogni tivoqueumacr iançapequenaconst róipar asi ,
depoi s habi taef inalment e model a,pr ogr ediria bast ant e com os concei tos e
mét odosdepesqui saquet i
ver am Pi agetcomopi onei r
o.Também él í
ci toesper ar
queat eoriadaapr endi zagem escl areçaopr ocessodeapr endi zagem queocor re
nosmeseseanoscr ít
icosem queumanovaper sonal i
dadenasce.Ent ret ant o,ainda
queeuconsi dereascont ribuiçõesdesset ipoi ndi spensávei s, elasser ãoest éreisse
nãof orem const ant ement ei nt erpret adasàl uzdosconheci ment osadqui ridospel o
cont atoí ntimocom avi daemoci onaldecr iançasepai snum cont ext ocl í
nico,
usando mét odoscomo osi nt roduzi dosporMel ani eKl ei n eAnnaFr eud,ent re
outrospsi canal istasdecr ianças,ei ndobuscarsuai nspi raçãoúl timanohomem
cujocent enár i
odenasci ment ocel ebr amosest asemana.

Not
ader
odapé:
*(1).Acreditoqueocar át
erdeturpadordasfantasiasinfanti
sf oimuit
oexager ado
pelat eori
apsi canal í
ti
catradici
onal.Quantomai sdetalhesseconhecersobr eos
aconteciment osdavi dadeumacr iançaesobreaqui l
oquel hefoidi
to,aqui
loque
elaouvi uouobser voumasseesper aquenãosai ba,mai sclaramentesepoder ão
versuas i déias sobr e o mundo e sobr e o que acont ecerá no fut
uro como
construçõesper f
eitamenter azoáveis.Osdadosquedemonst r
am essepont ode
vista são apresent adosnoscapí t
ul osf
inai
sdo segundo vol umeeem t odo o
tercei
rovolumedeAt tachmentandLoss.
21

Pós-
Escr
it
o.

Amai oriadostemasesboçadosnaconferenciarepr
oduzi
danestecapi
tuloforam
ret
omadosem conf erenci
assubseqüent
esdest acolet
ânea.Paraumadescr ição
dostrabalhosmaisrecent
essobr
eodesenvol vi
mentodasr el
açõesmãe-bebê,ver
Ster
n( 1977).
22

Abor
dagem et
ológi
cadapesqui
sasobr
edesenvol
viment
oinf
ant
il*
(1)
.

Em sua conf erência anualna pr i


maver a de 1957,a Soci edade Br it
ânica de
Psicol ogiaor ganizouum si mpósi osobr e“ ACont ri
buiçãodeTeor i
asAt uaispar a
umaCompr eensãodoDesenvol vimentodaCr iança” .Fuiconvidadoaf azeruma
palest rasobr eacont r
ibuiçãoquesepoder áesper ardaet ol
ogia;eout rast rêssobr e
teor i
adaapr endizagem associ at iva,sobrepsi canál i
seesobr eosconst rutoresde
sistemas,Pi ageteFr eud.Todasasquat rocont ribuiçõesforam publ icadasnof i
m
desseano.
Um pr oblemacent raltantopar aapsi col
ogi aclínicaquant opar aapsi col ogiasoci al
éanat ur ezaeodesenvol viment odasr elaçõesdeumacr iançacom out raspessoas.
Em suaabor dagem dessepr oblema,at endênci adospsi cól
ogoséadot arum de
doisenf oques:set i
verem umaor i
entaçãoacadêmi caeexper iment al,tender ãoa
privilegi arumaouout raf or madet eori
adaapr endizagem;set i
verem or ientação
clí
ni ca, segui rãoumaouout raf or madepsi canál i
se.Ambososenf oquesl evar am à
realização de val i
osos t r
abal hos.Ent retanto,as t entati
vas de r elacionaruma
per spect i
vacom aout r
at êm si dopoucasenãomui tobem- sucedidas, aopassoque
adesconf i
ançaeascr ít
icasmút uasent r
eadept osdeumaeout ratêm si docomuns.
Ospsi canalistasf or am ospr imei r
osa conceberasr elaçõessoci aisno
homem comosendomedi adaspori nstintosqueemanam der aízesbi ológicase
i
mpel em oi ndi ví
duoàação.

Not
ader
odapé:

*(
1).Ori
ginal
ment
epubl
icadoem Br
it
ishJour
nalofMedi
calPsychol
ogy(
1957)
,30:
230-40.
23

Grandepart
edat eori
apsi canalít
icatem levadoem cont aessesi nst
intos,seu
surgi
ment
osucessi voegr adualnaont ogeni
a,suaor gani
zaçãogradati
va,enem
semprebem-sucedida,em t otal
idadesmai scomplexas,osconfl
itosquesur gem
quandodoisoumai sinst
int osest ãoati
vosesãoi ncompatí
vei
s,aansi edadee
cul pa a que dão or igem,as def esas chamadas a agi r par a enf rent á-las.
Pr eocupados com essas pai xões humanas pr imi tivas que,em vi rtude da
rudi ment aridadedosmecani smosexi stent espar agover ná-la,sãocapazes,como
sabemosport ermospagoopr eçodaexper iênci a,denosl evaràr eali
zaçãodeat os
quemai st ardel ament amos,ospsi canal ist ast êm f reqüent ement emani fest ado
i
mpaci ênci a par a com a abor dagem dos t eóricos da apr endi zagem.Em sua
teor ização,par ecehavermui topoucol ugarpar aosent iment ohumanooupar aa
mot ivaçãoquej orradaspr ofundezasi nconsci entesei rraci onais.Aoanal i
staeao
psi cól ogocl ínico,sempr epar eceuqueot eór i
codaapr endizagem est át ent ando
met eràf orçaum l it
rodenat urezahumanar ebel dedent rodeum dedalder ígidae
pret ensi osat eoria.
Inver sament e,ost eór i
cosdaapr endi zagem cr i
ticam ospsi canal i
stas.As
def iniçõesdei nstintosãonot or i
ament ei nsat isfatór iasesuscet íveisdedegener ar
em al egór i
co.Embor a as descr ições cl ínicas sej am vol umosas,os r elatos de
obser vaçãosi stemát icacont inuam sendoescassos.Omét odoexper iment alsef az
not arporsuaausênci a.Piorquet udo, ashi pót esessãof reqüent ement ef ormul adas
det almanei raqueéi mpossí velt est á-las— um def eitof atalpar aopr ogr esso
cient ífico.A t eor i
adaapr endi zagem,sust ent a-secor retament e,def ineosseus
termos,f ormul aassuashi pótesesoper aci onal ment eepassaat está-lasmedi ant e
exper iment osadequadament epl anej ados.
Comoal guém queseesf orçaporserum cl ínicoeum ci ent i
sta,t enhosi do
agudament esensí velaesseconf lito.Comocl í
ni co,consi deroaabor dagem de
Freud a mai sr ecompensador a;não só el e at raiu a at enção par a pr obl emas
psi col ógi cos de i mpor tância cl í
nica i medi ata,como t ambém a sua sér ie de
concei t osi nvocador esdeum i nconsci ent edi nâmi coconst i
tuinapr áticaum modo
útildeor denaçãodedados.Ent retant o,comoci ent ista,si nto- memui t
asvezes
cont rafei to em f acedo st atuspr ecár i
o demui tasdenossasobser vações,da
obscur idadedemui tasdenossashi pót esese,sobr etudo,daausênci adequal quer
tradi ção que exi j
a que as hi pót eses sej am t est adas.Esses def eitos são
responsávei s,creioeu, pelascont rovér si as—com excessi vaf r
eqüênci aacal or adas
eest érei s— quet êm car acterizadoahi stór iapsi canal íti
ca.Tenhoper gunt adoa
mui toscol egascomopoder emossubmet erapsi canál i
seaumamai ordi sci pli
na
cient ífica, sem sacr i
fi
carassuasi nigual ávei scont ribui ções.
24

Foinesseest adodeespí r
itoquemedepar ei,háalgunsanos, com aobr aque
vem sendor eali
zadapel oset ologistas.Fi queii medi atament eempol gado.Aíest ava
umacomuni dadedebi ól ogosdedi cadosaoest udodocompor t
ament odeani mais
em seuhabi tatnatural,
quenãosóusavam concei toscomoosdei nsti
nto,confli
toe
mecani smodedef esa,ext r
aor di
nar i
ament esemel hantesaosquesãoempr egados
em nossot rabalhocl í
nicododi a-a-
dia,comof azi am descr içõesmar avil
hosament e
detal
hadasdocompor t
ament oehavi am cr iadoumat écnicaexper iment alpara
submet ersuashi pótesesapr ovas.Cont inuohoj et ãoi mpr essionadoquant oestava
então.Aet ologia,crei
oeu,est áest udandoosf enômenosr el
evant esdeum modo
cient
íf
ico.Namedi daem queest udaodesenvol viment odocompor t
amentosoci ale,
especialmente,odesenvol viment oder elaçõesf amiliar
esem espéci esi nferi
ores,
acredi
to queest á estudando um compor tament o anál ogo,et alvez,porvezes,
homólogo,amui todoquenospr eocupacl inicament e;namedi daem queusaa
descri
ção de campo,hi póteses com concei tos oper acionalment e def i
nidos e
experi
ment os,est áempr egando um r igor oso mét odo ci entífi
co.É ver dadeque
soment edepoi sdeserpr ovadanocadi nhodaat i
vidadedepesqui sasaber emosse
aet ol
ogi aé,def at
o,umaabor dagem t ãof ecundacom ser eshumanosquant ooé
com espéci esinf eri
ores.Bast adi zerqueset ratadeumaabor dagem quesei mpõe
maisvi vament eami m,por queacr edit
oqueel apodef or neceror epertóriode
concei tos e dados necessár i
os,se qui ser mos que os dados e i nsights
propor cionadosporout rasabor dagens,not adament eosdapsi canálise,dat eor i
a
daapr endi zagem edePi aget ,sej
am expl oradosei ntegr
ados.
Recapitulando suci ntament e as pr incipais caract er í
sticas do enf oque
etol
ógi co,comecemospel a obr a deDar win( 1850),não só por queel ef oium
etol
ogi sta ant es da pal avr at er si do invent ada,mas t ambém por que uma
preocupação bási ca da et ologia é a evol ução do compor tament o através do
processodesel eçãonat ur al.
Em AOr igem dasEspéci es, escr i
toexat ament eháum sécul o,Dar windedi ca
um capí t
uloaoi nsti
nto,noqualassi nalaquecadaespéci eédot adadeseupr ópr i
o
repertóriopecul iardepadr õesdecompor t
ament o,domesmomodoqueédot ada
de suas pr óprias pecul iaridades de est rut ura anatômica.Enf ati
zando que “ os
i
nstintossãot ãoi mpor t
ant esquant oaest ruturacor por
alpar aobem- estardecada
espéci e”,Darwi nf ormulaahi pótesedeque“ t
odososi nstint osmai scompl exose
mar avilhosos”se or igi
nar am at ravés do pr ocesso de sel eção nat ural,t endo
preservado as var iações cont i
nuament e acumul adas que são bi ologicament e
vantajosas.I l
ust raasuat esecom r eferênciasàscar act
erísticas
25

docompor tament odevár i


asespéci esdei nset os, comoasf ormi gaseasabel has, e
deaves, comoocuco.
Depoi sdeDar win, oszoól ogost êm- seempenhadoem descr everecat alogar
os padr ões de compor tament o que são car acterí
sticos de uma det ermi nada
espéci eeque,embor avar i
áveisemodi ficáveisem cer togr au,sãomar cast ão
distintivasdaespéci equant oopapover mel hodopi ntarroxoouasest ri
asdapel e
dot i
gr e.Nãopodemosconf undiraat ividadedaf êmeadocuconaépocadapost ura
com adagansa, ami cçãodocaval ocom adocão, acor tedomer gulhãocom ado
galodecapoei r
a.Em cadacaso, ocompor tament oexibidot em ocunhodaespéci e
par ticulare,por tanto,éespecí fi
codaespéci e,par ausarum t er
moconveni ente
embor aum t antodesaj ei
tado.Comoessespadr õessedesenvol vem deum modo
car acter í
sti
coem quaset odososi ndivíduosdeumaespéci eeat éem i ndiví duos
criadosem i solament o,éevi dent equesão,em gr andemedi da,her dadosenão
apr endi dos.Porout rol ado,encont ramosi ndivíduosem quet ai spadr õesnãose
desenvol veram ouadqui riram for maspecul iares,epoder emosconcl uir
,por tant o,
que o mei o ambi entet ambém t em cer tai nfl
uênci a.I stol embr a-
nos que,em
organi smosvi vos,est ruturaef unçãosópodem desenvol ver-senum det ermi nado
mei oambi enteeque,embor aaher edi tariedadesej apoder osa,af ormaexat aque
cadaum adqui r
edepender ádanat ur ezadessemei oambi ent e.
Ospadr õesdecompor tament o especí f
icosdaespéci eem queest amos
i
nt eressadossão,com f r
eqüênci a,espant osament ecompl exos.Consi dere-se,por
exempl o,odesempenhodeum chapi m- realnaconst ruçãodeseubel oni nhoem
cúpul aer ecober t
odel iquens.Compr eendeaescol hadeum l ocal ,acol etapr i
mei ro
demusgo edepoi sdef iosdet eiadear anhapar af ormarumapl ataformae,
gradual ment e, por movi ment os l ater ai
s, enquant o per manece sent ado na
plataf orma, omusgoét eci doat éf ormarumat aça.Est acr escedemanei r
ar egul are
unif ormeàmedi daqueopássar ovait ecendooni nhoàsuapr ópriavol t
a,at éque,
comor esul
tadodecont i
nuart ecendoporci madacabeça,oni nhoganhauma
cobert
ur aem abóbada.Ent r
ement es,foram adicionadosliquensàpar edeext
ernae
foideixado apenasum or if
ício aber to para a entrada.Fi nalmente,asparedes
l
aterai
sdaent radasãor eforçadaseoni nhoér evesti
doi nteri
ormentecom uma
prof
usão depenasmaci as.Nest edesempenho sur pr
eendent eexi st
em cator
ze
ti
posdi sti
ntosdemovi ment oecombi naçõesdemovi ment o,algunscomunsa
outr
asespéci es,out
rosespecí f
icosdest aespéci e,cadaum del esadaptadoaomeio
ambient epart
icul
ardocasalet udot ãobem or gani zadonot empoenoespaçoque
oresultadoéumaest r
uturacoer ente,disti
ntadet udooque
26

seencont r ananat urezaequeconcor repar aumaf unçãovi talnasobr evivênci ada


raçadoschapi ns-reais( Tinber gen, ci tadoporThor pe, 1956) .
Out rospadr õessãomui tomai ssi mpl es.Quandosacudi mosoni nhodeum
mel r
o,numer osascabeci nhasf eiasseespi cham par af ora,cadaumadel ascom
umagi gant escabocaescancar ada;quandocol ocamosum pi ntode24hor asnuma
mesacom gr ãosdecomi da,el edebi cal ogo,demodopr eciso,em cadaum del es.
Masat émesmoessespadr õesmai ssi mpl esest ãol ongedeserr udi ment ar es.A
respost adebi coescancar adodosf il
hot esdemel roésusci tadaeor ientadapor
umaGest al tvi sual,assi m comopel oest remeci ment odoni nho;asbi cadasdopi nto
estãoor gani zadasdet almodonoespaçoenot empoquecadagr ãoéal cançado
com exat idão i mpecável .E evi dent e que t ais padr ões de compor t
ament o não
podem sersi mpl esr eflexos.Em pr imei r
ol ugar ,suaor gani zaçãoémai scompl exae
diri
gidapar aocompor tament oem um ní velgl obal ;em segundol ugar,par eceque,
umavezat ivados,possuem f reqüent ement eum í mpet omot i
vaci onalpr ópr ioque
sócessaem ci rcunst ânci asespeci ai s.
Oset ologistasest udam essespadr õesdecompor tament oespecí ficosda
espécie;ot ermoet hosder ivadogr egoesi gni fica“ danat urezadacoi sa* (
1) .Desde
os t empos de Dar win,uma f inal i
dade pr incipaldesse est udo per maneceu
taxonômi ca, ousej a, acl assi ficaçãodasespéci escom r eferênci aàssuasr elações
mai spr óxi mas,vi vasemor tas.Ver i
ficou- seque,apesardavar i
abi l
idadepot encial
,
af i
xidezr el at i
vadessespadr õesnasdi ferent esespéci esdepei xeseavesét al,
que
elespodem serusadospar af insdecl assi ficaçãocom um gr audeconf iabi li
dade
nãoi nfer i
oraodasest rut urasanat ômi cas.Umavi sitaàest açãodepesqui sasde
Konr adLor enz,naAl emanha,demonst r
ar api dament eoi nteresseper manent ede
Lorenzem r everacl assi f
icaçãot axonômi cadepat osegansosporr eferênci aaos
seuspadr õesdecompor tament o.Domesmomodo, um dospr i
nci paisobj etivosde
Niko Ti nber gen é f azer um compl etoi nvent ário descr i
tivo em t ermos de
compor tament odemui tasespéci esdeavesmar i
nhas.Enf atizoi stopar amost r
aro
grauem queessespadr õesdecompor tament osãoespecí fi
cospar acadaespéci e,
sãoher dadosef azem par tedanat ur ezadoor gani smo, t
ant oquant oseusossos.
Nest epont o,dou- mecont adequeal gunsl eitorest alvezest ejam um pouco
i
mpaci entes.Si m,poder ãodi zeral guns,t udoi ssoémui toi nt eressant eepodeser
verdadei roquant oapei xeseaves,masquem nosgar ant equeseapl i
cat ambém
aosmamí f eros, par anãof alardohomem?

Not
ader
odapé:

*(
1).Par
aumadi
scussãodost
ermos,
verTi
nber
gen(
1955)
.
27
Ocompor tament odomamí feronãosedi stingueporsuavar i
abi li
dadeepel apar te
quecabeàapr endi zagem?Est amoscer tosdequeexi stem padr õesher dadosde
compor t ament onosmamí feros?O et ologi star esponder á:Si m,éver dadequeno
mamí fer oocompor tament oémai svar iávelequeaapr endi zagem desempenhaum
papeli mpor t
ant emas,nãoobst ant e,cadaespéci eexi beum compor tament oque
l
he é pecul i
ar— porexempl o,a r espei to da l ocomoção,al i
ment ação,cor tee
acasal ament o,ecui dadoscom osf il
hot es— epar ecemui toi mpr ovávelqueesses
padr õessej am i nteirament eapr endi dos.Al ém di sso, comoBeachdemonst r
oucom
ratos,eCol haseBl auvel tcom cabr as,épr odut i
voest udaressecompor t
ament o
pelosmesmosmét odoseconcei tuarosdadosdomesmomodoquepr ovousert ão
compensadornocasodosver t
ebr adosi nf erior es.Noqueser efer eaospadr õesde
compor t ament o, nãoháqual quersi naldequeexi staumar uptur aent repei xes, aves
e mamí feros,que sej a mai s acent uada do que no t ocant e à anat omi a.Pel o
cont rário,apesardai ntroduçãodenovasei mpor t
ant escar act erísticas,exi stem
todosossi nai sdeumaseqüênci aevol ucionár ia.Padr õesi nat osdecompor t
ament o
parecem t ão i mpor tant es par a medi aros pr ocessos bi ológi cos bási cos de
mamí fer osquant odeout r
asespéci es;e,namedi daem queoHomem compar til
ha
doscomponent esanat ômi cosef isiol ógi cosdessespr ocessoscom osmamí fer os
i
nfer i
or es,ser i
aest ranhoquenãocompar t
ilhasset ambém,pel omenosem cer ta
medi da, deseuscomponent escompor tament ais.
Par af i
nst axonômi cos, adescr i
çãomi nuci osadepadr õesdecompor t
ament o
podesersuf iciente.Par aumaci ênci adocompor tament o,ent retant o,pr ecisamos
sabermui tomai s.Em especi al,pr eci samosconheceromáxi mopossí velsobr ea
natur ezadascondi çõesi nternaseext er nasdoor ganismoquer egem opadr ão.
Os et ologistas der am uma i mpor tant e cont ribuição par a o nosso
conheci ment odascondi çõesext er nasr elevant espar aoor gani smo.Hei nrothf oi
um dospr imei rosaassi nal arqueospadr õesdecompor tament oespecí f
icosda
espéci e são f reqüent ement e ativados pel a per cepção de Gest alten vi suai s ou
auditivasbast ant esi mpl esaqueel assãoi nat ament esensí vei s.Exempl osmui to
conheci dosdi sso,anal isadospormei odeexper iment osqueusam bonecosde
váriosf or mat osecor es,sãoar espost adeacasal ament odomachodoesgana- gat o,
aqualésusci tadapel aper cepçãodeumaf or maqueseassemel haaumaf êmea
grávida,ar espost adebi coescancar adodof i
lhot edagai votaf alcoei ra,susci tada
pelaper cepçãodeum pont over mel hosemel hant eaoqueseobser vanobi code
umaaveadul ta, ear espost adeat aquedeum pi nt arr
oxo, susci tadapel aper cepção
em seupr ópr iot err
itóriodeum t ufodepenasver mel hassemel hant eaoqueexi ste
nopei t
odeum machor ival.
28

Em todosost rêscasos,ar espostapar eceserprovocadapel apercepçãodeuma


Gestaltmuit
osi mples,conheci dacomoum “ estí
mul odesinal”
.
Uma par te consi deráveldo t rabalho etol
ógi
co t em sido dedi cada à
i
dent i
fi
cação dos est ímul os de si nalque susci t
am os vár ios padr ões de
compor t
ament oespecí fi
cosdasespéci esem pei xeseaves.Namedi daem que
muitosdessespadr õesdecompor tament osãomedi adoresdocompor t
ament o
social—corte,acasalament o, al
imentaçãodosf il
hotespelospaisesegui mentodos
paispelosfi
lhotes—mui tacoi safoielucidadasobreanat ur
ezadai nt
eraçãosoci al
.
Em dezenasdeespéci es,foidemonst radoqueocompor tament
opr opiciadordo
acasalamentoepar entalidadeécont r
oladopel apercepçãodeest í
mul os-si
nais
apr esent adosporout rosmembr osdamesmaespéci e, comoaenver gadur adeuma
caudaouacordeum bi co, ouum t rinadoouum chamament o,cuj ascar acteríst i
cas
essenci aissãoasdeGest al
tenr elat ivament esi mpl es.Tai sest í
mul os-sinaissão
conheci doscomo“ det onador essoci ais” .
Osnecessár iosest í
mul osext er nossãot ãosi mpl esnosmamí ferosquant o
em pei xeseaves?Essaquest ãof oir ecentement edi scut idapel opsi cólogonor t
e-
amer i
canoBeach, cuj ost rabalhossobr eocompor t
ament odeacasal ament odor ato
macho e o de r ecuper ação de f i
lhot es porr atas se basei am em mét odos e
concei tos semel hant es aos da escol a européi a de et ol ogia,com suas r aí zes
zool ógicas.Apósnumer ososexper iment os,BeacheJaynes( 1956)chegar am a
concl usõesdeque,àpr imeiravi sta,par ecem col ocarosr at osnumacat egor ia
diferent edospi ntarroxos;ambasasr espost as,concl uíram el es,dependem deum
padr ãodeest í
mul oqueédenat ur ezamul t
issensor ial.Noent anto,most ram- se
caut elosos,e,numa comuni cação pessoal ,Beach subl inhou a possi bilidade,
apr esent adaporTi nber gen, “deque, sef ragment armosar espost amat ernalt otalda
fêmeaadul taem seçõesousegment os,épossí velconcl uirquecadael ement ono
padr ãoseqüenci aler a,def ato,cont rol adoporumasi mpl espi stasensor i
al”.Al ém
disso,na mesma comuni cação,Beach obser vou que “ o compor tament o de
mamí fer os mui t
oj ovens poder ia per fei
tament e sergover nado porcont r oles
sensor i
ai smaissimpl esdoqueaquel esqueoper am nai dadeadul ta”equeémai s
doquepr ovávelqueal gunsdel essej am susci tadosporal goqueseapr oximade
um est ímul o-
sinal.Opi ni õesdest egêner o,pr oveni ent esdeum i nvest i
gadordo
gabar itodeBeach,em nadacont ribuem par acor robor aropont odevi stadeque
umaabor dagem etológicaéi naplicávelamamí feros.
Também podem serusados exper i
ment os par a el uci daras condi ções
i
nt ernasdoor ganismoquesãonecessár iasàat ivaçãodeum padr ão
29

decompor tament o.Tai scondi çõesi ncluem amat uraçãodocor poedosi stema
nervosocent ral,comonocasodovôodepássar osnoper í
ododecr esciment o,eo
equilíbrioendócr i
no,comonocasodocompor t
ament osexualdagr andemai ori
a
dosver t
ebrados,senãot odos.Também i ncl
uem ar ecent eativaçãoounãodo
padr ão,poi s sabe- se que mui t
as at i
vidades i nsti
ntivas são menos f acilment e
evocadasdepoi sdet erem est ador ecent ement eem açãodoquedepoi sdeum
períododequi escênci a.Apósacópul a, poucosani maissãosexual ment eexci t
ados
com t antafacilidadequant oer am ant es.Essasmudançaseout rascompar áveis
devem- secl arament eaumamudançano est ado do pr ópr i
o or ganismo e,em
mui toscasos,osexper iment osdemonst ram queessamudançar esi denosi stema
nervosocent r
al.Par aexpl i
caressasmudanças,Lor enz( 1950)f ezahi pótesede
umasér ieder eser vatóri
os,cadaum del eschei ode“ ener giaespecí fi
cader eação”
apropr iada a um det er
mi nado padr ão de compor tament o. Concebeu cada
reservat óri
o como cont rol
ado por uma vál vula( oI RM — i nnat er el
easi ng
mechani sm * (
1)quepodeseraber tapel aper cepçãodoest í
mul o-
si nalapr opr i
ado,
demodoqueaener giaespecí f
icader eaçãoser ádescar regadanar ealizaçãodo
compor t
ament o especí fi
co.Quando a ener gia se esgot a no r eser vatório,o
compor t
ament ocessa.Supôsque,subseqüent emente,com avál vulaf echada,a
energi aacumul a-sedenovoe,apósum cer t
ot empo,opr ocessoest ápr ont opar a
repetir-se.Est e model o psi co-hi
dráulico de i nsti
nto,com seu r eser vat
ór i
oe
acumul ação de“ energia”,apresenta uma semel hança óbvi a com a t eoria dos
i
nstint osexpost aporFr eud,enãopar ecei mpr ovávelqueFr eudeLor enzf ossem
l
evadosapr opormodel ossemelhantescomor esul
tadodet erem t entadoexpli
car
compor tament ossemel hant
es.
Sej acomof or
,essemodel opsi co-hi
dráulicoestáhoj edesacr edi
tado.Deixou
deseradot adoporLor enzeporTi nbergen;e,demi nhapar te, esper oquechegueo
dia em que sej at ambém abandonado pel os psicanal istas.Poi s não só é
mecani cament erudiment ar
,comonãof azjusaosdadosexi stentes.Numer osos
trabal
hos exper imentais em anos recent es demonst raram que os padr ões de
compor tament ocessam por queforam “ amortecidos”ou“ desl igados”,nãopor que
tenham si do esvaziados de al guma ener gi a hipotética. Vár ios processos
psicol
ógi cospodem levaraesser esultado.Um del es,queaf et aocompor t
ament oa
l
ongopr azo,éahabi t
uação.Um out ro,queoaf etaacur topr azo,éi l
ustr
adopor
experi
ment osqueusam cãessubmet idosaesof agotomia.

Not
ader
odapé:

*
(1)
.IRM —mecani
smoi
nat
odedesencadeament
o.(
N.doT.
)

Est asexper iênci asdemonst r


aram queosat osdecomerebebersãoencer r
ados
pormei odeest ímul ospr opr iocept ivose( ou)i nteroceptivosqueseor i
ginam na
boca,esôf agoeest ômago,eque,noani mali ntato,sãoaconseqüênci adapr ópria
realizaçãodessesat os;em out raspal avras, existeum mecani smopar aof eedback
negat ivo.Talcessaçãonãosedeveàf adiganem àsaci açãodanecessi dadede
comi daebebi da;pel ocont rário, opr ópr i
oat oor i
ginaosest í
mul osdef eedbackque
l
hepõem t ermo.[ Par adi scussãodessepr ocesso,verDeut sch( 1953)eHi nde
(1954) .]
Igualment ei nt eressant essãoasobser vaçõesdeet ologistassegundoas
quai s o compor tament ot ant o pode serat ivado porest í
mul os ext erocept i
vos,
quant osert ermi nadoporel es.Moyni han( 1953) ,porexempl o,demonst rouqueo
i
mpul sodachapal het apar achocarsóser eduzquandoel asesent asobr euma
ninhadacompl etadeovosar rumadosdef ormaadequada.Enquant oessasi t
uação
per sist i
r,aaveper manecer át ranqüi lament esent ada.Seosovosf orem r eti
radosou
desar rumados,a chapal het af icar ái rr
equi etaet ender áaf azer t odos os
movi ment osdeni di f
icação.Essedesassossegopr ossegueat équeel aexper i
ment e
denovoosest ímul ospr oveni ent esdeumani nhadacompl et adeovosar rumados
def or maapr opr iada.Hi nde( 1954)t ambém obser vouque, nocomeçodapr i
maver a,
asi mpl espr esençadeum t entilhãof êmeal evaaumar eduçãodocompor tament o
decor tedomacho,comocant arepr ocur ar.Quandoaf êmeaest ápr esent e,elese
mant ém qui eto e cal ado,quando el a est á ausent e,o t entil
hão t orna-se
i
medi at ament eat ivo.Nest ecaso,ondeum padr ãodecompor t
ament osoci alment e
relevant e é supr imido por est ímul os- sinais,poder í
amos t alvez f alar de um
“supr essorsoci al”comoum t ermopar alelodeum det onadorsoci al .
Parecepr ovávelqueosconcei t
osdedet onadorsoci alesupr essorsoci al
sejam val i
osos no est udo da i nt eração soci alnão- verbalem ser es humanos,
sobr et udoai nteraçãoquecont iverumacar gaemoci onal;volt areiaf azerr eferência
ael esquandoexami narapossí velapl i
caçãodessasi déiasàpesqui sasobr eo
desenvol viment oi nfant i
l.
O nosso model o bási co par a o compor tament oi nst intivo é,poi s,uma
unidadequecompr eendeum padr ãodecompor t
ament oespecí fi
codaespéci e
gover nadopordoi smecani smoscompl exos,um quecont rolaasuaat i
vaçãoeo
out roasuat ermi nação.Ver ifica- se,nãor arasvezes,queum cer t
onúmer ode
padrões disti
ntos,cada um dos quai s mer ece um estudo detalhado,estão
conjugadosdet almaneir
aquer esul
taum compor t
amentotãocompl exoquant oo
de cor t
ejare constr
uirninhos.A função biológi
ca desses padr
ões e de sua
organizaçãosuperi
oréconcorrerpar
aospr ocessosvitai
sbásicosdomet abol
ismo
edar eprodução;
31

sãoascont rapar tes, aoní velgl obaldocompor tament o, dospr ocessosf i


siológicos
i
gual ment eenvol vi dosnomet abol ismoenar epr odução,osquai ssãodesdel onga
dataoobj et odeest udodaf i
siol ogia.Talcomoest esúl t
imos,suaspr i
nci pais
formasem cadaespéci esãoher dadase, comosuger i
uDar winháum sécul o, suas
vari
açõesher edi tar i
ament etransmi ssíveisest ãosuj eitasàsel eçãonat ural,tant o
quant oqual querout racar acterísticaher dada.
Nat ur alment e,essemodel onãoéexcl usivodaet ologi a.Um model oanál ogo
foipr opost oi ndependent ement e por ,pel o menos,um psi cól ogo exper iment al
(Deutsch,1953) ,eboapar tedosdadosexper iment ai sr eferent esaopapeldos
estí
mul osi nter ocept i
vosf oicol etadaporpsi cólogosef i
siologist as.Issoi l
ust raa
natureza compl ement ar dos enf oques et ológico e psi cológi co. Não são
compl ement ar es apenas;depoi s de Wi l
liam James não f altaram psi cól ogos
profundament eat ent osaosf enômenosest udadosporet ol ogistaseal guns,como
YerkeseBeach,der am cont ribui çõesnot ávei s.Aspr i
ncipai scont ri
buiçõesdos
etol
ogi stast êm si doaanál isedeumaseqüênci acompl exadecompor tament o
i
nstintivo,como cor tej are const r
uirni nhos,num cer to númer o de padr ões
compl exos,cadaum del esgover nadoporseupr ópr ioecompl exomecani smoe
organizadosconj unt ament enum t odomai or ;oi solament odaquel ascar acterísticas
dopadr ãoquesãoher dadas;eadescober tadequet ant oem suaat i
vaçãocomo
em sua t ermi nação os est í
mul os ext erocept i
vos desempenham um papel
i
mpor t
ant e.
Ant es de consi der ar
mos a apl i
cação desses concei tos à pesqui sa do
desenvol viment oi nfant il
,quer or ef erir
-mer api dament eadoi sout rosconcei tospar a
osquai set ologi stasepsi cólogost êm dadocont ri
buições— osdef asessensí veis
do desenvol viment o* (1)eder egul ação do conf l
ito.Ambososconcei tossão
centraispar aapsi canál i
seeanossacr escent ecompr eensãodeambosr evest e-se
depar ticulari nter essepar aoscl ínicos.
Foi apur ado que, no i ndivíduo em cr esci ment o, os padr ões de
compor tament o especí ficos da espéci e passam f reqüent ement e por f ases
sensívei sdedesenvol viment o,dur anteasquai sal gumasdesuascar acterísticas
sãodet ermi nadasper manent ement e,ouquase.Asf asessensí veis,queocor rem
comument e,embor a não necessar i
ament e,no i nício do ci clo vi t
al,af etam o
desenvol viment oem, pel omenos, quat r
oaspect osdi fer entes:
(a)se, def at o,ar espost asedesenvol veounão;
(b)ai ntensi dadecom queépost eri
or ment eexibi da;
(c)af or mamot or apr ecisaqueassume;e
(d)osest í
mul osqueaat i
vam out ermi nam.

Not
ader
odapé:

*(
1).Na ver são original,useia expressão então corr
ente“ f
ase crít
ica do
desenvol
vimento”
.Est a,porém,t
em adesvantagem dei
mpl i
carqueaocorrênci
aou
nãodeum det erminadodesenvol vi
mentotem um caráterdetudo-ou-
nada,oque
estál
ongedeserocaso.Pori
sso,depoisf
oiadotadaaexpr essão“fasesensí
veldo
desenvol
viment
o”par
aindi
carque,durant
eessaf ase,ocursododesenvol vi
mento
em quest
ãonãoémaisdoqueespecialmentesensívelacondiçõesambientai
s.
32

(a)Ospadr õesquesedesenvol vem em t odososmembr osdeumaespéci e


quando cr i
ados num mei o ambi ent e“ nor mal ”podem dei xari nt ei
rament e de
apar ecerseomei oambi entef oir est ringidodeal gumaf ormaespeci al.Assi m,f oi
verifi
cadoquear espost adedarbi cadas, queéevi dent eem t odosospi ntosdeum
diadei dadenum mei oambi ent ecomum,nuncasedesenvol veseopi ntof or
conf i
nadonum r eci nt oescur odur ant eosseuspr imei r
oscat or zedi asdevi da
(Padi l
la, 1935) .Anal ogament e,at endênci adopat inhoput riãopar asegui rum obj eto
em movi ment o, queest áem suaf asemai ssensí velcer cadedezessei shorasapós
sairdacasca, nãosedesenvol veseopat inhonãot iver,em suaspr i
mei rasquar enta
hor as, qual querobj et opar asegui r( Wei dman, 1956) .Em cadacaso, fal t
ouoper í
odo
sensí velpar aa“ mobi l
ização” da r espost a e,por tanto,a r espost a est eve
i
nt eir
ament eausent e.
(b)Em out r
oscasos,opadr ãopodedesenvol ver-sedomodousualmas,em
virtudedeumaexper i
ênciapar ticul arnai nfânci a,mani festar -
senoadul tocom
i
nt ensi dade i ncomum. Um exempl o mui to conheci do é a var iação no
compor tament o de ent esour ament o,dos r atos adul t
os,após al guns di as de
frustraçãoal i
ment ar .Osr atosquef or am submet idos,poucodepoi sdenascer ,a
um per íodo de f r ust r
ação al iment ari nter mitent e,t endem,quando adul tos,a
armazenarmui t
omai spel otasdecomi dadoqueosr atosquenãopassar am port al
exper iênci a.Essapesqui sa,écl ar o,f oir ealizadaporum psi cólogoexper i
ment al,
Hunt
(1941) .
(c)Em mui toscasos, apar temot oradopadr ãoésuscet íveldepr ocessosde
apr endi zagem e,em al guns,apur ou- sequeessasuscet ibil
idadeest áconf i
nadaa
um per íodol imitado.Um dosexempl osmai sbem est udadoséaapr endizagem do
cant odost entil
hões.Thor pe( 1956)most rouque,embor acer tascar act er
ísticasdo
cant osedesenvol vam mesmonum t ent i
lhãocr iadoem i solament o,outrassão
apr endi das,eessaapr endizagem est áconf i
nadaaper íodosespeci ai sdopr imeiro
anodopássar o.Ocant oqueel eapr endeent ãoéoquecant aráor estodesuavi da.
(d)Osest í
mul osqueat i
vam out ermi nam um padr ãodecompor tament o
podem,no começo,serger ais,e mai st ar
de,at ravés de um pr ocesso de
apr endi zagem,t ornar -
serest ri
tos.Essepr ocessoder estrição,segundoseapur ou,
também podeserconf i
nadoaum br eveper í
ododoci clovi t
al.Of amosot r
abal hode
Lor enz( 1935)sobr eo “ imprinting”nos f ilhotes de ganso é mui to conheci do;
enquant oque, nocomeço, um gansi nhosegui ráqual querobj etoem movi ment oque
estejadent rodecer toseampl osl imi t esdet amanho, apósal gunsdi asel esoment e
segui ráaespéci edeobj et
osaqueest áacost umado, sejaamãegansaouum
33

homem;ef azissoindependentement
edet errecebidoali
ment oouconfortodo
objeto.Um outr
oexempl omui t
oconhecidoéodocor dei
roórfãocri
adonafazenda,
quecont raiumaf i
xaçãoem sereshumanosedei xa,daíem diant
e,deterr
elações
sociaiscom ovelhasecarnei
ros.
Final
mente,desejochamaraat ençãoparaadescober t
adeque,navi da
cotidi
ana comum do ani mal,surgem constantemente si
tuações de confl
it
o.
Acabar am ost emposem quesesupunhaquesóoHomem car regavaopesode
i
mpul sosconf li
tantes;sabemoshoj equeaveseani mai sdet odasasespéci es
também est ãosuj eit
osael es.Apr endemos,al ém disso,queodesf echodet ai
s
confli
tosvar iamui toe,porvezes,ét ãomaladapt ado,quant opodesê- l
onosser es
humanos.Nãoénecessár i
oconf rontarani maiscom t arefasi nsuper ávei spar aque
elesfaçam coi sasabsur das;umal igeir
adi st
raçãodamãemamí fera, poucodepoi s
de terdado à l uz,desl ocará o mecani smo sensi ti
vo que r egul a os i mpulsos
potencialment econf l
itantesde,porum l ado,comerassecundi nase,porout ro,
cuidardacr i
a,ei ssoleva- aacont inuarcomendodemodoquedevor aránãosóas
secundi nascomoopr ópriof i
lhote.Mui tomai sser áapr endido,cr eioeu,com o
estudodosmodoscomooconf l
itoér eguladoem ani mai seascondi çõesque
l
evam um i ndivíduoaadot arum ouout ropadr ãodesaj ustado.Ami nhaexpect ati
va
pessoalé de que,t ambém nesse aspect o,descobr iremos que exi stem fases
sensíveisdedesenvol viment o,cujor esultadodet erminaquemododer egul
ação
cadaani maladot aráhabi t
ualment edaíem di ante.Epar aessepr oblema— f ases
sensíveisnodesenvol viment odemodosder egularoconf l
it
o— queeugost ari
a
parti
cularment edeverdi ri
gidaapesqui sa;poi sestouconf i
anteem queasol ução
dessepr oblemanosf ornecer áumachavepar aacompr eensãodasor i
gensdas
neuroses.At éondemeédadosaber ,
aindanãof oidadaat ençãoai sso.

Apl
icaçãodeconcei
toset
ológi
cosàpesqui
sadodesenvol
viment
odacr
iança.

Sãoesses, pois,ospr incipaisconcei


tospropostospel osetologi
stas.Em seu
conjunto,fornecem- nosumaabor dagem muitodi f
erentedaquel asdat eoriada
aprendizagem edapsi canálise;entret
anto,nãosãoi ncompatíveis,em absol uto,
com oscomponent essubst anci ai
sdessesdoi soutrosenf oques.Faltaver,ainda,
se a abor dagem et ológica l eva à mel hor compr eensão dos dados do
desenvolviment o da criança e se f or
nece um estímul o para mais e mel hores
pesquisas.Par eceindubi t
ável,por ém,quenosf orneceumaper specti
vadiferente
paraobser var
mosascoi sase
34

nosl evaaempr eenderdi ferentest i


posdepesqui sa.Il
ustrareiissoconsi der ando
duascar acterísti
casmui to conheci dasdo compor tament o soci aldosbebês:o
sorri
soeat endênci adel es, apar t
irdosseismesesdei dade,par asel i
garem àsua
fi
guramat ernaf ami l
iar.
JamesBar riedisse- nosque, quandoopr i
mei robebêsor ri
u, osorri
sodesf ez-
seem mi lfragment osecadaum del esconverteu-senum duende.Possoacr edi tar
piament e ni sso.Os sor risos de bebês são coi sas poder osas e f ascinant es,
deixandosuasmãesenf eitiçadaseescr avi
zadas.Quem i ráduvi dardequeobebê
quemai spr ontament eretribuium sor ri
soàsuamãeéomai sbem amadoeomai s
bem cui dado?
Nest asobser vaçõespr el
iminaresaventurei-
medi r
etament enumadescr ição
eexpl oraçãoet ológicadosor r
isodobebê.Apr esenteiavocêsosor ri
soi nf ant i
l
como um det onadorsoci al— um padr ão de compor tament o,pr ovavelment e
específicodaespéci e,noHomem, que,em cir
cunst ânciasnor mai s,amadurecenas
primeirassemanasdevi daequet em comoumadasf unçõessusci tarnamãeo
compor t
ament omat ernal.Al ém disso,mencioneiapossi bil
idadedequeset enha
desenvol vi
do na evol ução da espéci e humana uma t axa di f
erencial de
sobrevivênci af avorecendo osbebêsquesor ri
em bem.Vi sto poressepr isma,
estareii nteressado,écl aro,em i dent ifi
carascondi ções,i nter naseext er
nasao
bebê,quesãonecessár iaspar apr ovocarum sor ri
so,eascondi çõesquel evam à
suat ermi nação.Em especi al
,tent
ar eiapur arser espondeaest ímul os-sinaisvisuais
eaudi tivos,eseest áounãosuj eito,sobqual queraspect o,àsf asessensí veisdo
desenvol viment o.Al ém di sso,esper o vê-lo atuando como um component e na
organização super i
or de padr ões de compor t
amento que compr eendem o
“compor tament odel igação”nobebêl igeirament emaisvel ho,ousej a,ocompl exo
decompor t
ament oquel igaacr iançaàf i
guramat er
na.Pesqui sasnessesent ido
estãosendoempr eendidasem Tavi st ockpel omeucol egaAnt honyAmbr ose* (
1).
Essa abor dagem, que pode ser f acil
mente int egr ada à t eoria da
aprendi zagem,cont rastacom aqueér igorosamenteconf i
nadapel at eori
ada
aprendi zagem.
Hácer cade20anos, Dennis( 1935)not ouqueosbebês( deset eadezessei s
semanas)sor r
iam aum r ostoeumavozhumanos.Comot eór icodaapr endizagem,
acreditavaqueor ost oeavoznãopodi am serosest í
mul osnão- condicionadose,
assim,r ealizou exper imentos par a verse podi aidentificaro est ímulo não-
condicionado.O seumét odoconsi stiuem cr i
arosbebêsdet almodoque,t anto
quant opossí vel,suaamament açãoeout roscui dadosfossem r eal i
zadosdef orma
queel esnãopudessem verum r ost ohumanoequenãol hesf ossedi r
igidaa
palavra;asuaexpect ati
vaer adeque,com opassardot empo,ser i
apossí vel
determi narpar aoqueéqueosbebêssor r
iam nat ur
almente.

Not
ader
odapé:

*(
1).Veroest
udodeAmbr
ose(
1974)
.
35

Osr esul tadosqueobt eve, entret


anto, nãoconf ir
mar am suasexpect ativas;osbebês
cri
ados desse modo ai nda sor ri
am par a um r osto humano e nenhuma out ra
condi ção de est ímul o er a mai s eficaz do que essa.Porconsegui nte,Denni s
declar ouquenãoobt iverapr ovasdaexi stênciadeum est í
mul onão- condi cionado
paraar espost adesor ri
ràqualor ostohumanopudesset erficadocondi cionado.
Não obst ant e, Denni s não podi a crer no que seus ol hos vi am.
Desconhecendo os t rabalhos de Hei nr oth e Lor enz,cont inuou r ejeit
ando a
possi bil
idade de que o pr óprior ost o humano sej a um ef i
caz est í
mul o não-
aprendi do,usando o ar gument o( er r
ado)de que não havi a pr ovas de uma
especi fi
ci dadesemel hantenocont r
ol esensor i
alder espostasnão- apr endi dasem
animai s.Pr eferi
u,pel ocont r
ári
o,apr esent arumat eor i
aespecul ativasegundoa
qual esse sor r i
so acaba sendo pr ovocado medi ante um pr ocesso de
condi cionament o“ porqual querestímul oqueanunci aot érmi nodaaf liçãoaqueo
bebêest avasuj eito”.Eevi dentequeum apoi oexclusi voei rrest
ritonat eoriada
aprendi zagem,embor ai nspirandoexper iment osinteressant es,t i
nhat omadodi fí
cil
paraDenni sconcederodevi dopesot ant oàssuaspr ópriasdescober tasquant oa
explicaçõesal ternativas.
Dezanosdepoi s,Spi tzeWol f(1946)publ icaram mai sal gunst r
abal hos
exper iment ais sobr e o sor ri
so do bebê.Numa sér ie de exper iment os usando
máscar as,el esdemonst r
ar am queem bebêsent redoi sesei smesesdei dade,
ori
undos de di f
erent es or igens raci ais e cul t
urais,o sor riso é evocado pel a
qualidade conf i
gur ativa visualdo r osto humano.Af ir
mar am ai nda que essa
configur açãodevei ncl ui
rcomoel ement osdoi solhosnaposi çãof ront aldor osto
em movi ment o.Essasobser vaçõesf oram amplament econf i
rmadaseampl i
adas
porAhr ens( 1954),quet ambém most r
oucomoaconf i
guraçãonecessár iapar a
suscitarosor ri
sotorna-semai scompl exacom ai dade.Par eceirref
utável,eesses
doispesqui sadoresconcordam,quepel omenosum dosest ímulosexteroceptivos
queevocam um sor ri
sonobebêdedoi sparat rêsmeseséumaGest altvisual
rel
ativament esimples.Por tanto,éumasur presadescobr irque,aoexami naro
component emot ordosor r
iso,Spitznãooconsi deraum padr ãoinatoeespecí f i
co
da espécie.Dei xou claro,em comuni cações pessoai s,que o consi dera,pel o
contrári
o,uma r esposta mot ora aprendida em r esul
tado do condi ci
onament o
i
nstrument al.Equiparando-
aàapr endizagem dal inguagem at ravésdasel eçãoe
usoespeci ali
zadodef onemasnat uralmentedados, Spitzescreve:
“Umasel eçãoocor r
epel asupr essãoprogressi va(ouabandono)dospadr ões
não-adaptadosaosf i
nsepel or ef
orçodospadr õesdecompor tamentoadapt ados
aosf i
ns.
36

Foii ssoqueeupr et endisi gni f


icarquandodi ssequear espost adesor ri
soéum
padr ãodecompor tament oadqui ri
doem r espost aaoscui dadosmat ernos;el eestá
present e desde o começo,como uma de mui tas dezenas de padr ões de
compor tament of isionômi co;é cr istalizado,dent ret odos el es,em r espost aà
solicit
udedamãe, ousej a,aoi níciodar elaçãoobj etal”.
Spi tznãoadmi tef acil
ment eanoçãodequeopadr ãopodeser ,pelocont rári
o,
i
nat o no bebêhumano edeque,porvol t
a dassei ssemanasdei dade,est á
organi zadoepr ont oaserpr ovocadopel osest ímulosapr opr iados.
Ent ret
ant o,nadaser iamai spr ovável .Nof im dascont as,gr andesr iscos
foram assumi dosdur ant eaevol uçãodoHomem.Em seuequi pament o,of ielda
balançai ncli
nou- seacent uadament eem f avordaf lexibilidadedecompor tament oe,
portant o,daapr endi zagem,em oposi çãoàf i
xidezi nat a.Ser ia,noent ant o,mui t
o
estranho que a segur ança bi ológi ca r esult
ante de padr ões f i
xos f osse
compl et ament eabandonada.Suponhoquechor ar,
chuparesor r
irsejam al gunsdos
nossosmui tospadr õesmot oresi nat oser epresent em a gar anti
a da nat ureza
cont radei xartudoaoacasodaapr endi zagem.
Reconheço,noent anto,queocasonãoest ápr ovadoet al
veznuncasej a
provadodeum modoabsol uto.Al ém di sso,quer oenf ati
zarquenadaexi steno
quadr o que apr esent eique sej ai ncompat ívelcom o f ato de o sor ri
so ser
i
nfluenci adopel aapr endi zagem.Com ef eito,temosboasr azõespar aacr edi t
arque
seja.Recent ement e,Br ackbill(1956)r elat ouum exper iment oem quedoi sgr upos
debebêsent re14e18semanasdei dadef or
am submet idos, dur ante15di ascada,
a“ r
ecompensas”dedoi sgr ausdi f
erent esporseussor risos, sendoa“ recompensa”
umaat ençãoext raporpar tedaexper iment adora.Nof inaldoper íodo,osdoi s
gruposdi vergiam si gni fi
cativament e,nosent idoesper ado,quant oàf reqüênci ae
persist ênci adeseussor ri
sos.A concl usãodequeosor risoéi nfl
uenci adopel o
condi cionament oi nst rument alpar eceest arbem baseadanaspr ovasapr esent adas
porBr ackbi l
l.Qual querout ra suposi ção de que o sor ri
so deva serent endido
exclusi vament e em t ermos de condi cionament oi nst rument alnão é j ust i
ficada
pelosdadosof ereci dospel aaut orae,comoj ádisse,par ecei mpr ovável .Andare
corrersão aper feiçoados pel a prática,e nem pori sso concl uímos que esses
compor tament os sej am adqui ri
dos uni cament e porapr endizagem — e se o
fi
zéssemosest ar íamoscer tament eerr ados!
Mui tacoi sadependedomodocomoconcei tuamososor ri
sodobebê;as
questõessobr
edesenvol vi
mentosocialparaasquaisprocuramosrespost
asna
pesquisaser
ãof or
mul adasdemododi f
erente,épossí
velquetodasasnossas
concepçõesdaint
eraçãosocialhumanasejam
37

difer ent es,east écni caseducaci onai secl ínicascom asquai sconcor damost erão
ênf asesdi ferent es.Exami nemosbr evement ecomoi ssoaf etar áapesqui sasobr eo
desenvol vi ment osoci alnospr i
mei r
osanosdevi da.
Seadot armos,sem r estri
ções,opont odevi stadat eor iadaapr endi zagem,
conceber emos o Homem como um ani malsem r espost as soci aisi nat as.
Est ar emos,ent ão,comoHeat hers( 1955)eGewi r
tz( 1956)r econhecem,di ant edo
probl emadeexpl i
carcomoéque,aosset eouoi tomesesdei dade,um bebê
desenvol veuumaf or tel igaçãoemoci onalcom suamãe.Gr andepar tedonosso
trabal ho exper iment al t erá por obj etivo,nesse caso,el uci dar como esse
desenvol vi ment o ocor reu at ravésdepr ocessosdeapr endi zagem baseadosna
sat i
sf açãodenecessi dadesf isi
ológi cas.
Se,porout rolado,adot amosum pont odevi staet ol ógico,pr oceder emosde
um modo mui to difer ent e.Em pr imei rol ugar ,est aremosat ent osanumer osos
padr õesdecompor tament oespecí ficosdaespéci eem bebês,comoosor riso,que
concor rem par aai nt eraçãocom amãe.( Doi squepodem serconsi deradosdesse
ti
poequeesper amosest udarnaTavi stocksãoochor oeat endênci adosbebês
par aest ender em osbr aços,oquepar ecesersempr ei nt erpret adopel osadul t
os
comoum desej odeserapanhadonocol o.)Tendoi dent i
ficadoessespadr ões,
tent ar emos anal isaros est ímulos det onador es e supr essor es a que el es são
sensí veis. Esper amos encont rar que esses est í
mul os sej am comument e
apr esent adospel amãeei remospr ocur á-losem coi sast aiscomoasuaapar ência,
ot om desuavozeapr essãodeseusbr aços.Al ém di sso,est ar emosat ent osàs
fasessensí veispel asquai sessasr espost aspodem passar( tant oquant oàsua
mat ur açãocomoquant oaseuscomponent esapr endidos) , aopr ocessomedi ant eo
qualasnumer osasr espost associ aissãoi ntegr adasnum t odomai scompl exo,às
situaçõesem queconf l
itam com r espost asi ncompat ívei s,comohost ili
dadeou
fuga,às si t
uações de est resse suscet í
vei s de acar ret ar sua desi ntegr ação
tempor ár i
aou,possi vel ment e,permanent e,aseusef eit
ossobr eocompor tament o
mat er no, etc.
Éevi dent equeset r
atadedoi spr ogr amasdepesqui samui todi ferent es.
Além desuaadequaçãoàsconcepçõesor iundasdaexper i
ênci apsi canal í
t i
cae
out ras exper iênci as cl íni cas,uma r azão pr i
ncipalpar a se pr ef eri
ro pr ogr ama
etológi coéqueel ej ápr ovouserf ecundonaanál i
sedodesenvol vi
ment oeda
i
nt er açãosoci alem out rasespéci es, aopassoqueat eoriadaapr endizagem, como
opr ópr i
oGewi rtzsubl i
nhou,f oidesenvol vidapar aexpl icarf enômenosquesão
relativament emai ssi mpl eseque,porconsegui nte,aindapr eci sademonst rarsua
per tinênci a.
38

Esperonãosernecessár ior
epeti
rque, aopref
eri
raabor dagem et
ológi
canão
est
ou descartando at eori
adaapr endizagem.Pelo contrár
io,paraseent ender
muit
os dos pr ocessos de mudança a que estão suj
eit
os os component es de
padr
ões insti
nt i
vos,a t eori
a da aprendizagem é indispensávele,por tanto,
complementardaet ol
ogia.
Analogament e,aobradePiaget(1937)também écompl ementardaetologi
a.
Mesmoqueest ejamoscer tosaoconsi der arque,nospr i
mei rosmesesdevi dado
bebê,osest í
mul osdet onador esesupr essor esdepadr õesdecompor tament o
socialsãodanat urezadesi mpl esGest alten,i st ologodei xadeserver dade.Jápor
voltadossei smesesdei dadeosest í
mul osmedi adoresdocompor t
ament osoci al
dobebêi ncluem compl exasi magensment ai s,aopassoquenosegundoanoel e
está desenvol vendo a capaci dade de pensament o si mból i
co que aument a
consi der avel ment e os est í
mul os que se r evest em de si gnificação soci al.Par a
compr eenderessa mudança,par ece pr ovávelque os concei tos de Pi agetse
most rem i ndispensávei s.Ent r
et anto,nãopr eci samossuporque,pel of atodeum
i
ndi víduot er-set ornadocapazdeut i
li
zarobj etosdeper cepçãoeconcei tosmai s
compl exos,el edei xenecessar iament edeseri nfl
uenci ado porest í
mul osmai s
primi tivos. Pel o cont r
ár io,não par ece i mpr ovávelque,à semel hança dos
chimpanzés, descr i
tos com t ant a compr eensão por Yer kes ( 1943: 35- 6),
cont inuemos sendo i nfluenci ados port ai s est í
mul os e que,em condi ções de
ansi edadeeest resse,sej amospar t
icularment esensí vei sael es.
Issonosl evaàr el açãoent r
eaet ol ogi aeapsi canál ise.Eevi denteque,na
medi daem queseocupadoHomem comoum ani malqueusasí mbol os, dot adode
extraor dinár i
ascapaci dadespar aapr endere,por t
ant o,par apr otelar,di stor cere
disfar çaraexpr essãoder espost asi nst i
nt i
vas,apsi canál iseest áexpl orandouma
regiãoadj acent eecompl ement ardaet ologi a.Cont udo, namedi daem queseocupa
das pr ópr ias respost as i nstint i
vas,par ece pr ovávelque as duas di sci pli
nas
coinci dam em mui t
os pont os.Nesse cont ext o,é i nt eressant er efleti
rsobr ea
convi cçãoexpr essaporFr eudhámai sde40anos( Freud,1915)deque,par auma
compr eensão mai s pr ofunda do i nst i
nto,a psi cologi a pr ecisari
a da aj uda da
biologi a.Em conseqüênci adodesenvol viment odaci ênci adaet ologia,quet em
suasr aízesmer gulhadasnabi ol ogia,acr edi tot erchegadoagor aomoment oem
queat eor i
apsi canal í
ticadoi nst i
ntopodeserr eformul ada.Nãoéest aaocasi ão
parat ent armosum t ãovast oepol êmi coempr eendi ment o.Ent retanto,seráevi dent e
quenoçõest ai
scomoasdenar ci
sismopr imár i
oedecont roledoi nstint ocomo
resul tadosexcl usivosdaapr endi zagem soci alnãomer ecerãomui t
aat enção,ao
passoqueasder elaçõeshumanaspr i
már ias, inevi t
abilidadedoconf l
ito
39

i
ntrapsíqui
co,defesascontraoconf l
it
oemodosder egulá-l
o,serãonoçõescent rais.
Um dos r esult
ados dessa reformulação poder á serum cor po t eóri
co mai s
parci
moni osoecoer ent
e.
O desenvolvimentodet odasessasl inhasdepensament opel apesqui sa
empíricaserátarefadeumager ação.Sei ssoser áempr eendidoounão, dependerá
de um cl i
ma de opi nião na psicologia brit
âni
ca que val orize todas essas
abordagens, r
econheça-ascomor eciprocamentecompl ement ar
ese, assim, l
eveos
est
udant es de graduação e pós- graduação a receber em instrução sobre os
pri
ncípiosqueasr egem.

Pós-
Escr
it
o.

Aabordagem def
endi
daf oiadotadacom notávelêxi
toporMarySal terAi
nswor th,
de quem numerosas publ
icações são i
ndi
cadas nas Ref
erências do presente
vol
ume,etambém porNicholasBlurt
onJones(1972).
Paraumaexposiçãoatuali
zadadosconceit
osedadosetológicosem relação
aohomem, verHi
nde(1974).
3.Ol
utonai
nfânci
aesuasi
mpl
icaçõespar
aapsi
qui
atr
ia*
(1)
.

Todos os anos,a Associ ação Psiquiátr


ica Amer i
cana convida par
a as suas
reuni
õesanuai sum confer
encista,usualmenteum psi qui
atr
adef oradosEstados
Unidos,
paraf azerumapalestraem honradeAdol fMeyer.Fuiconvi
dadopar
af al
ar
nareuni
ãor eali
zadanaprimaverade
1961,em Chicago.Otext
of oipubli
cadomai starde,nessemesmoano.

Durantemei osécul ooumai s,exist


iuumaescol adepensament oqueacr edi
tava
que as exper i
ências da i nfância desempenham um i mportant
e papel na
determinaçãodapr opensãodeum i ndivíduopar a,aocr escer,contrai
rounãouma
doençament al
.Adol fMeyerdeuumagr andecont ri
bui çãopar aodesenvol vimento
dessaescol a.Aoi nsist
irqueopaci entepsi qui
átri
coéum serhumanoequeseu
pensament o,seu sent i
ment o e seu compor tament o per t
urbados devem ser
examinadosnocont ext
odoambi enteem queest ávi vendoeem quevi veu,Adol f
Meyerconvi dou-nosapr estaratençãoat odososcompl exosdetalhesdabi ografi
a
do paci ent
e como possí veis pistas par a a sua doença.“ A mais val iosa
caracterí
sti
cadet erminanteé,vi ader egr a,af ormadeevol ução do compl exo
[si
ntoma] ,o tempo,a dur ação e as ci rcunst
ânci as de seu desenvol viment o.”
Embor a eu não encont re provas de que o pr ópr i
o Adol f Meyer est i
vesse
grandement eint
eressadoem exper i
ênciassobr eospr imeirostemposdai nfância,
elassi t
uam-seobvi ament eem seucampodevi sãoeconst it
uem,def ato,uma
extensãológicadeseut r
abalho.

Not
ader
odapé:

*(
1).Publicadoor
igi
nal
menteem Ameri
canJournalofPsychiat
ry(
1961)118:481-
98.Copyr ight
,1961,The Amer
ican Psychi
atr
ic Associ
ati
on.Rei
mpresso com
autor
ização.
41

Com opassardosanos, fortaleceu-seaconvi cçãodequeasexper iênci asda


i
nfânci aser evestem degrandesconseqüênci aspar aodesenvol viment odadoença
psiquiátrica.Ent r
etanto,ahi pótesebási casempr ef oiobj et
odevi vacont r
ovér sia.
Algunsaf i
rmaram queahi póteseest áer r
ada— queadoençapsi quiát
ricanãot em
suasr aízesnospr imeirosanosdai nfânciamasem al gum out rol ugar;enquant o
queaquel esqueacr edit
am queahi póteseéf ecundaai ndacont i
nuam, nasdécadas
de1960e1970,pr ocurandodescobr ir
,pr ecisament e,quai ssãoasexper iênci as
rel
evant es.Boapar tedacont r
ovér siadecor redadi ficuldadeem r eali
zarpesqui sas
satisfatór i
as nessa ár ea — di fi
cul dade que decor r
e,pr i
ncipal mente,do l ongo
i
nter valodet empoent reosacont eciment osconsi deradosi mpor tanteseoi ní cioda
doençadecl arada.Por t
anto,par aaci ênciadapsi copat ologia,opr oblemaquese
colocaécomoexpl orarmel horaár eaaf i
m deseal cançarum t er renomai ssól ido.
Omeupl anoéf orneceraquiumadescr i
çãodospr ogr essosr ecent esnumal inhade
i
nvest igação — aquel a quesepr opõecompr eendero ef eit
o quea per da dos
cuidadosmat ernosnospr imeirosanosdai nfânci at em sobr eodesenvol viment oda
personal idade.
Nos úl t
imos vinte anos,acumul aram- se mui tas pr ovas que i ndicam a
existênci a de uma r elação causalent re a per da dos cui dados mat emos nos
pri
mei rosanosdevi daeodesenvol viment odaper sonalidadeper turbada( Bowl by,
1951) .Mui t
osdesvi oscomunspar ecem r esultardeumaexper iênci adessegêner o
— desdeaf ormaçãodocar áterdel inqüent eat éumaper sonalidadepr opensaaos
estadosdeansi edadeeàdoençadepr essiva.Embor ahajaai ndaal gunspsi qui at
ras
quecont estam essaconcl usãoger al,umaat i
tudemai susualconsi steem acei tar
queexi ste,provavel ment e,algumacoi sanessar elaçãoepedi ri nfor maçõesmai s
minuci osas.Umasol icit
açãopar ti
cul art em si dopar aquesef ormul eumahi pótese
capaz de f orneceruma expl icação pl ausívelde como os ef eitos per niciosos
atri
buídosàsepar açãoepr i
vaçãor esul t
am det aisexper iências.Nasl i
nhasquese
seguem apr esent areium esboçodocami nhopar aondeaspr ovaspar ecem est ar
nosconduzi ndo.
Estai nvest igaçãonãoobedeceàpr áti
causualdapesqui sapsi quiátri
ca,que
começacom um sí ndr omeclínicomai soumenosdef ini
doedepoi st entadel i
neara
patologi a subj acent e.Começa,pel o cont rário,com um det ermi nado t ipo de
experiênci a,aper dadaf igur
amat er nanai nfânci a,et entaem segui dadescr everos
processospsi cológi cosepsi copat ológi cosquedel ar esultam comument e.Uma
mudança desse t ipo na or i
entação da pesqui sa ocor reu há mui tot empo na
medi cina f i
siológi ca.Porexempl o,nosest udossobr ea pat ologi a da inf ecção
pulmonarcr ônica, oi nvesti
gadorj ánãocomeçacom um gr upoapenasdecasosde
42

i
nfecçãocr ônica, par adescobr iroagent e( ouagent es)i nf ecci osoqueest áat uando.
Émui tomai spr ovávelquecomececom um agent eespecí fico,t alvezobaci lode
Kochoual gum ví rusr ecém- i
dent ificado, af im deest udarospr ocessosf isiológi cos
efisiopat ológicosaqueel edáor igem.Assi mf azendo, elepoder ádescobr irmui tas
coisas que não são i mediatament er elevant es par a as condi ções pul monar es
i
nfecci osas cr ôni cas.Não só el e poder á eluci darcer tas i nf ecções agudas e
condi çõessubcl í
ni cas, maséquasecer toquedescobr irá( eescl arecerá)quai ssão
asi nfecçõesdeout r
osór gãos,al ém dospul mões,pr ovocadaspel oor gani smo
patogêni coqueescol heupar aest udo.Oi nvest igadordei xoudet ercomoi nter esse
centralapesqui sadeum det er mi nadosí ndr omecl ínico,passandoai nteressar -
se
mai spel asmúl tiplasseqüel asdeum agent epat ogêni coespecí fico.
Oagent epat ogênicoquenosi nteressaéaper dadaf igur amat ernadur ant eo
períodocompr eendi doent r
e,apr oxi madament e,sei smesesesei sanosdei dade.
Durant eospr i
mei r osmesesdevi da, obebêapr endeadi scr imi narumacer t
af i
gur a,
usual ment eamãe,edesenvol veum gr andepr azerem est arnasuacompanhi a.
Depoi s dos sei s meses de i dade,apr oximadament e,o bebê most ra suas
preferênci asdemodoi nconfundí vel( Schaf f
er,1958) .Dur ant easegundamet adedo
pri
mei ro ano de vi da,e a t otalidade do segundo e t er ceiro,a cr i
ança est á
i
ntimament el i
gadaàsuaf igur amat erna,oquesi gni ficaquef icacont ent ena
companhi a del a e af li
ta quando el a est á ausent e. Mesmo separ ações
moment âneasl evam f reqüentement eacr iançaapr ot est ar ;easmai sdemor adas
sempr e envol vem os mai s vi gor osos pr ot estos. Após o t erceir
o ano,o
compor tament odel i
gaçãoésusci tadoum poucomenospr ont ament edoqueant es,
embor aamudançasej aapenasdegr au* (1).Apar tirdopr imei roani versário,out ras
fi
gur as,comoopaiouumaavó,t ambém podem t or nar -sei mpor tantespar aa
cri
ança,demodoqueasual igaçãonãosel imi tamai saumaúni caf i
gur a.No
entant o,exi st
eusual menteumapr eferênci abem mar cadaporumadet ermi nada
pessoa.Àl uzdaf ilogenia,épr ovávelqueosví ncul osi nst intivosquel i
gam obebê
humanoaumaf igur amat ernasej am const ruídosdeacor docom omesmopadr ão
geralpresent eem out
rasespéci esmamíferas(Bowl by,1958;Rollman- Branch,1960;
HarloweZi mmer mann, 1959).
Amai ori
adascr iançasnãopassaporqual querdesintegraçãodessal i
gação
pri
már i
aem seuspr i
mei rosanosdevi da.Elasvi vem com suaf iguramat ernae,
duranteosper í
odosrelati
vament ebr
evesem queamãeest áausent e,sãocuidadas
poruma f igur
a secundár i
af amili
ar.Porout r
ol ado,uma mi nor i
a sofret ai
s
desint
egr ações.Amãepodeabandonarol aroumor rer
;acr i
ançapodeserdei xada
num hospi talouinsti
tuição;podesertransferi
dadeumaf iguramat er
napar auma
outra.

Not
ader
odapé:

*(1).Naver sãoor i
ginaldaconf er
ênciaquef or maest ecapítul
o,r
eferi
-meauma
mudançana“ f
orça”dal igação.Entretant
o,ficoupr ovadoqueéext remament e
enganadorconceberal igaçãocomoal goquevar i
adeacor docom suaf orça,ea
i
déi afoiabandonadaporpesqui sadoresesclar
eci dos.Com f r
eqüênci
a,éútilpensar
queal i
gaçãovar iasegundoumadi mensão“ segur ança-ansi
edade”.Verami nha
anál i
sedaquest ãonospar ágr
afosini
ciaisdoCapí tulo15deAt t
achmentandLoss
[LigaçãoePer da],
Vol.2.
43

Ai nter rupçãopodeserl ongaoubr eve,acont ecerumaúni cavezour epet


ir
-se.As
exper iênciasengl obadassobadesi gnaçãoger aldepr ivaçãomat ernasão,poi s,
múl t
iplasenenhumai nvest igaçãopodeest udá-last odas.Por tanto,paraquea
pesqui sasej aeficaz,aexper i
ênciaaserest udadadeveserdef i
nidacom mui ta
preci sãoem cadapr oj
et o.
Quant o às est ratégias de pesqui sa,o i nvesti
gadort em uma escol ha
(Ainswor theBowl by,1954) .Umapossi bi
lidadeóbvi aéexami narumaamost rade
criançasmai svel haseadul t
osqueem seuspr imeirosanosdevi da t
enham
passadoporessaexper iência,par averseel esdi f
erem ounãodeumaamost ra
compar ávelde pessoas que não t enham passado pel a exper i
ência.Embor a
adot adacom br i
lhantismoporGol df
ar b( 1955) ,essaest r
atégiaapr esentamui tas
dificuldadespr áticas.Aspr i
ncipaissão:al ocali
zaçãodeumaamost raadequada;a
seleçãoeoexamedoscont rolesapr opr i
ados;aut ili
zaçãodei nstr
ument osidôneos
par amedi rascar act
er ísti
casdaper sonal i
dadequeseesper aqueapr esentem
diferenças.Uma abor dagem al t
ernativa consi ste em est udaras r espostas da
criançadur ant
eaexper iênciaenoper í
odoi medi atament epost er
ior.Depoisde
passarvár i
osanosnãomui t
opr oduti
vosusandoapr imeiraest r
atégi
a, omeugr upo
depesqui saconcent rou- se,dur anteamai orpar tedadécadapassada, nasegunda.
Issot em dador esultadosmui tomai sgr ati
ficantes.

Separ
açãodamãeel
utonai
nfânci
a.

Osdadosquenosi nt
eressam basi cament esãoasobser vaçõesdocompor tamento
decr i
ançassaudáveisdeumai dadedef i
nida,ouseja,nosegundoenot er
ceir
oano
dei dade,expostasaumasi tuaçãoi gualmentedef i
nida,asaber ,umaest adade
duraçãol i
mitadanumacr echer esidencialouenf ermariadehospi tal
,ondef oram
assisti
dasdamanei rat r
adicional.Isto signi
fi
caqueacr iançaf oireti
radados
cuidadosdesuaf i
guramat ernaedet odasasf igurassecundárias,assim comode
seuambi entefamili
ar,epassouasercui dadanum l ugarestranhoporumasér iede
pessoas desconhecidas. Out ros dados sur gi
ram de obser vações do
compor t
ament odacri
ançaem seul arnosmesessubseqüent esaoseur egresso,
e
dosdepoi mentosdeseuspai ssobr eesseperí
odo.Graçasaot rabalhodeJames
RobertsoneChr ist
ophHeinicke,dispomosagor adeum consi derávelacer vode
observações.Algumas delas j
áf oram publi
cadas (Rober
tson e Bowl by,1952;
Robertson,1953a,b;Bowlby,1953;Hei ni
cke,1956)
,masout r
asai ndaest ãopor
divul
gar*(1).

Not
ader
odapé:

*(
1).Verespecial
ment
eoest udorel
atadoporHeini
ckeeWest hei
mer(1966)
,do
qualal
gum dadoseconcl
usõessãopornósapr
esentadosnoCapít
ulo4.
44

Estamosbast ant econf i


ant esnosmodel oscomunspor queasobser vaçõesf eitas
porout r
osi nvest igador es( Burlingham eFr eud,1942,1944;Pr ugheout ros,1953;
Il
li
ngwor t
heHol t,1955;Roudi nesco, Ni col aseDavi d,1952;Aubr y,1955;Schaf fere
Callender ,
1959)r egi str
am seqüênci asder espost assubst anci al
ment esemel hant es.
Nocont extodescr ito,um bebêdequi nzeat ri
ntamesesquevenhat endo
umar elaçãobast ant esegur acom suamãeenuncaset enhasepar adodel aant es,
most rará,vi a de r egra,uma seqüênci a pr evisívelde compor t
ament o.Essa
seqüênci apodeserdecompost aem t rêsf ases, deacor docom aat i
tudedomi nant e
damãe.Descr evemo- l
ascomoasf asesdepr ot est o,desesper oedesl igament o* (1).
Primei rocom l ágr imaser aiva,obebêexi gequesuamãer egresseepar ecet er
esper ançadeconsegui rr eavê- l
a.Est aéaf asedepr otesto,epodedur arvár iosdi as.
Depoi s,torna-semai scal momas,par aum obser vadorper spicaz,éevi dent equeo
bebêcont i
nuat ãopr eocupadoquant oest avaant escom aausênci adamãeeai nda
ansei apel oseur egr esso;massuasesper ançasdi ssiparam- seeel eent ranaf ase
dedesesper o.Essasduasf asesseal ternam f reqüent ement e:aesper ançaconver te
-seem desesper o eo desesper o em r enovada esper ança.Fi nalment e,por ém,
ocor reumamudançamai or .O bebêpar eceesquecersuamãe,demodoque,
quandoel ar egr essa,per manececur iosament edesi nteressadoe,i nclusi ve,pode
parecerquenãoar econhece.Est aéat ercei raf ase— adodesl i
gament o.Em cada
umadessasf asesacr iançaépr opensaabi rraseepi sódi osdecompor tament o
destr ut i
vo,mui tasvezesdeum t i
poi nqui etant ement evi ol
ent o.
Ocompor tament odacr iançaaovol tarpar acasadependedaf aseat ingi da
durant eoper í
ododesepar ação.Usual ment e,dur ant eum cer t
ot empo,most r a-se
i
ndif er enteenadapede;em quegr aueporquant ot empo,dependedadur açãoda
separ açãoedaf reqüênci adasvi sitas.Porexempl o,quandoest evef or aesem
recebervi sit
asdur antesemanasoumeses,eat ingiuassi m ospr imei rosest ági os
dodesl i
gament o,épossí velqueai ndi fer ençaper sistadur ant eum per íodoquevai
deumahor aaum di aoumai s.Quandof i
nal ment esedesf az,torna-semani fest aa
i
ntensa ambi valênci a de seus sent i
ment os pel a mãe.Desencadei a-se uma
tempest adedesent i
ment os,i ntensoapegoàmãee,sempr equeest aseaf ast a,
nem quesej apori nstant es,umai nt ensaansi edadeer aiva.Daíem di ant e,por
semanasoumeses,amãepoder áest arsuj eitaasol i
citaçõesansi osasdesua
presençaconst anteear ecr iminaçõesf ur i
osasquandoseausent a.

Not
ader
odapé:
*(1).Em al
gunsart
igosanteri
ores,foiusadaapalavr
a“negação”paradesi
gnara
tercei
raf
ase.El
atem, cont
udo,muitasdesvant
agensefoiabandonada.
45

Ent r
etant o,quandoacr iançaest evef or aporum per íodosuper i
orasei smesesou
quandohouvesepar açõesr epet idas,demodoat ersi doal cançadoum est ágio
avançadodedesl igament o,háoper i
godequeacr iançaf iqueper manent ement e
desligadaenuncamai sr ecuper esuaaf eiçãopel ospai s* (
1).Or a,nai nterpr etação
dessesdadoseem seur el aci
onament ocom apsi copat ologi a, um concei to-chaveé
odel uto.Exi stem, def at o, boasr azõespar aacr edi tarqueaseqüênci ader espost as
descr it
a— pr ot
esto,desesper oedesl i
gament o— éumaseqüênci aque,numa
varianteouout ra,écar act er
ísticadet odasasf ormasdel uto.Apósumaper da
i
nesper ada,par ecehaversempr eumaf asedepr otest o,dur ant eaqualapessoa
quesof reuaper daseempenha,nar eal i
dadeouem pensament oesent iment o,em
recuper arapessoaper di da* (2)ear ecrimi naporsuadeser ção.Dur anteest af ase
dedesesper oeasegui nte,ossent iment ossãoambi val ent es,enquant oqueo
estadodeâni moeaaçãovar i
am ent reumaexpect ativai medi ata,expr essanuma
i
ntimação r aivosa par a que a pessoa r egr esse,at é um pr of undo desesper o,
expr essoem suspi roscont idos— ouat émesmoi nexpr imi do.Embor aaesper ança
e o desesper o al t
ernados possam cont inuarpormui t
ot empo,acabar á por
desenvol ver-
seum cer togr audedesl igament oemoci onaldapessoaper dida.Após
terpassadopel adesor gani zaçãodaf asedodesesper o,ocompor tament onest a
faseser eor ganizacom basenaausênci aper manent edapessoa.Embor aest e
quadr odol ut osadi onãosej ai nt eirament ef ami l
iaraospsi qui atras,aspr ovasde
suaver acidadepar ecem convi ncent es( Bowl by, 1961b) .
Seest epont odevi staécor reto,asr eaçõesdecr iançaspequenasaoser em
removi daspar aum hospi taloui nst i
tuiçãodevem sersi mpl esment econsi der adas
comovar i
ant esdepr ocessosbási cosdel uto.Par ecequeosmesmost iposde
respost asocor r
em,namesmaseqüênci a,i ndependent ement edai dade.Talcomo
osadul tos,bebêsecr iançaspequenasqueper der am umapessoaamadasent em
pesarepassam porper íodosdel uto( Bowl by,1960b) .Par ecehaverapenasduas
diferençasi nt er-
relacionadas.Uma, équenacr iançaaescal adet empoéabr evi ada,
embor amui tomenosdoque,porvezes,sepensava.Aout ra,queési gni ficat i
va
par aapsi quiat r
ia,équenai nfânci aospr ocessosquecul mi nam nodesl igament o
têm condi çõespar asedesenvol ver em pr emat urament e,t ant omai squecoi nci dem
(emascar am)com um f or teansei or esidualpel apessoaper didaer aivacont rael a;
estessent iment osper si stem, pront ospar amani fest ar-se, em ní veli nconsci ent e.

Not
ader
odapé:

*(1).Numer osasvar iáveisinfl


uenciam o compor tament o da cr i
ança durant ee
depoisdasepar ação,ei ssotornadi f
ícilumabr eveexposi çãoesquemát ica.A
descriçãofeitaaplica-seespecialmenteaocompor tamentodeumacr iançaquenão
recebevi si
taseécui dadaporenf ermei r
asouout r
aspessoasquemani fest am
poucacompr eensãooucompai xãopelaaf li
çãodel a.Par ecepr ovávelquevi sitas
l
ivreseumaassi stênci amai sescl
arecidapodem mi ti
garospr ocessosdescr i
tos,
masexi stemui topoucai nfor
maçãoconf iávelsobr eisso.
*(2).Naver sãoor i
ginaldestecapítulo(eem al gunsl ugar esdosdoi santeriores),
seguiat r
adiçãopsi canal í
ti
cader ef
erênciaa“ relaçõesobj et ai
s”,“oobjetoamado”e
“oobjetoper dido”.Abandoneiesseusopoucot empodepoi s.Nãosóel edecor rede
um par adigmat eóri
coquemesmoem 1961euj ánãomai ssustentava,como
consideroseriamenteerrôneomencionarumaout r
apessoacomoum obj et
o,poi s
i
mpl icaarelaçãocom algoinert
eenãocom out roserhumanoquedesempenhaum
papeligualout al
vezdomi nant
enadeterminaçãodecomoar el
açãosedesenvol ve.
Portanto,ao voltaragoraapubl i
caro quef oiaconf er
ênci
aor i
ginal
,altereia
redação epasseiamenci onarsempreuma“ pessoaamada”ou uma“ pessoa
perdida”,
em vezde“ obj
etoamado”ou“ obj
etoper di
do”.
46

Em vi rtudedessei nício pr emat uro do desl igament o,ospr ocessosdel ut o na


i
nf ânci ager alment etomam um cur so* (1)queser iaconsi der adopat ológi coem
criançasmai svel hasenosadul tos.
Umavezquer econhecemosqueasepar açãodeumacr i
ançapequenade
sua amada f igur a mat er na pr ecipi t
a comument e pr ocessos de l ut o de t i
po
pat ológico, estamosapt osar elaci onarosnossosdadoscom osobt i
dosem mui t
as
out ras i nvest igações.Temos,por um l ado,as concl usões de est udos de
i
nvest igador esquepar ti
r am doest udodosent i
ment odepesardosadul t
ospar a
umai nvest igação depsi copat ologia( Lindemann,1944;Jacobson,1957;Engel ,
1961) :porout ro,t emos as i nvest i
gações dos pesqui sador es — mui t
o mai s
numer osos— quesegui ram omodel ot radi ci onaldepesqui sapsi quiát ri
ca,que
começacom um paci ent eet entadescobr i
rquai sf oram osevent osant er i
or escom
signi fi
caçãocausal ,ef or mul aram ahi pótesedequeaper dadeumapessoaamada
é,deal gum modo, patogêni ca.
As pesqui sas que apont aram a per da de uma pessoa amada como
provavel ment epat ogêni casãoel asmesmasdedi ver sost i
pos.Em pr imei r
ol ugar,
exist em osnumer ososest udos,dosquai sLut oeMel ancol ia( 1917) ,deFr eud,éo
prot ótipo,quer elacionam um sí ndromepsi qui átricodei nícior elati
vament eagudo
— comoum est adodeansi edade, doençadepr essi va, ouhi st eria— com umaper da
mai soumenosr ecent e, epr opõem queoquadr ocl ínicodeveserent endi docomoo
resul tadodof atodeol utot ersegui doum cur sopat ológico.Em segui da,t emosos
estudos,quaset ãonumer osos,quer elacionam um sí ndr omepsi quiátri
codegr au
mai scr ôni co,comoat endênci apar aadepr essãoepi sódi caouumadi fi
cul dade
par a exper iment arsent i
ment os,com uma per da que ocor reu na i nfânci a ou
adol escênci a do paci ent e. Em t er ceiro l ugar ,ci ta-se a ext ensa l i
ter at
ura
psicanal í
ticaquepr ocur ar elaci onarapr opensãopar aadoençapsi qui átricana
i
dadeadul tacom al gumaf alhanodesenvol viment opsí quicodur anteai nf ânci a.Em
quar tol ugar ,háumasér iecr escent edeest udosquemost r
am quenavi dade
pessoas que cont raí
r am doença psi qui átrica houve,dur ant eai nfânci a,uma
i
nci dênci a el evada de per das; e, f inalment e, r egistr e-se a obser vação
i
mpr essi onant edequehái ndiví duosquesãosuscet íveisdecont r
airumadoença
psiqui átrica numa i dadequepar eceserdet ermi nada porum epi sódi o desua
i
nf ânci a,quandosof r
er am aper dadeum dospai s— aschamadasr eaçõesde
aniver sár i
o.
Ora, écer tament ei mpossí veldi scut i
rdemodosi stemát ico, num úni coar t
igo,
aper tinênci adaspr ovasf orneci dasporcadaumadessasf ont es.Omáxi moque
podemosf azeréapoi ar mo- nosem al gunsest udost ípicosdecadaum desses
campos( masexcl ui
ndoasr eaçõesdeani ver sár io)

Not
ader
odapé:
*(
1).Estáagor aclaroqueopr ocessodel utoem cr i
ançasnãonecessit
aadotarum
cursoquel eveàpat ol
ogia,sebem quet alaconteçacom bastant
ef r
eqüência.O
advérbi
o“ habitual
mente”usadonot exto,aquieem out rospontosdocapítulo,é,
portant
o,desorientador
.Ascondi çõesquei nf
luenciam odesf
echosãoexami nadas
porFurman( 1974)et r
atadasem det al
het ambém naPar teII
IdeAt t
achmentand
Loss,Vol.3.
47

emost r
armosdemodosuci nt
ocomoessesdadospar ecem conjugar
-se.Ent
retant
o,
comoat esegr avi
tatodaelaem tor
nodanat urezadospr ocessosqueent r
am em
ação no l ut
o e,especi al
mente,os que estão present
es na pr i
mei r
af ase,é
necessári
odi spensar
-lhesmaisat
enção.

Impul
sos par
ar ecuper
are par
arecr
imi
nara pessoa per
dida:seu papelna
psi
copat
ologi
a.

Nem sempr eseper cebequear ai vaconst it


uiumar espost ai medi ataàper da,
comum et alvezi nvar iável.Em l ugardar aivai ndicandoqueol utoest ásegui ndoum
cur sopat ológi co— umaopi niãosuger idaporFr eudecomument esust ent ada— as
provasexi stent esevi denci am quear aiva,i nclui ndoar aivacom r elaçãoàpessoa
per dida,épar tei ntegrant edar eaçãodepesar .Af unçãodessar aivapar eceserade
refor çaroí mpet odosesf orçosvi gor osost antopar ar eaverapessoaper didacomo
par adi ssuadi -ladeumanovadeser ção, quesãomar casdi sti
nt i
vasdapr i
mei rafase
dol uto.Comoat éhoj enãoset em pr est adomui taat ençãoaessaf aseecomo,
além di sso, elapar ecesercr ucialpar aum ent endi ment odapsi copat ologia, toma- se
necessár ioexpl orá-l
amai scompl et
ament e.
Comonoscasosdemor teum esf or çocar regadoder ai vapar ar ecuper ara
pessoa per dida ét ão obvi ament ei nócuo,há uma t endênci a par a consi derá-lo
pat ológicoem simesmo.Acr editoquei ssoéum er ro.Longedeserpat ológi ca,as
provassuger em queaexpr essãomani f
est adessei mpul soi rresistível,pormai s
foradar ealidadeei nút ilquesej a,éumacondi çãonecessár iapar aqueol ut osiga
um cur sosaudável .Soment edepoi squet odososesf orçosf oram f eitospar ar eaver
apessoaper di daéque,segundopar ece,oi ndi víduoadqui r
eum est adodeâni mo
capazdef azê- loadmi tirader r
otaeder eorient á-lopar aum mundoem quea
pessoaamadaéacei tacomoi rr
epar avel ment eausent e.Opr ot esto,incl uindouma
exigênci ar aivosador etomodapessoaeumar ecr i
mi naçãocont rael aport er
deser t
ado f az par te da r espost a à per da,t ant o por par t
e de um adul to
(especi alment equandoset r
atadeumaper dasúbi ta)comoporpar t
edeuma
criança.
Issopoder ápar ecerdesconcer t
ant e.Comoexpl icarquet aisexi gênci ase
recr i
mi naçõessej am f eit
asmesmoquandoapessoaj ánãopodesert razi dade
volta?Porqueum i rr
eal i
smo t ão gr i
tant e?Acr edito exi sti
ruma boa r espost a,
originadanat eoriadaevol ução.
Em pr imei rol ugar ,um examedasr espost ascompor tament aisàper daque
sãomani fest adasporespéci esnão- humanas—aves, mamí feros
48

i
nfer
ior
eseprimatas— sugerequeessasrespost
ast
êm anti
gasraí
zesbiol
ógicas.
Embora não est
ejam regi
str
adas em toda a sua ext
ensão,as i
nformações
existent esmost ram, cont udo, quemui tas( senãot odas)ascar acterísticasdescr i
tas
par a ser es humanos — ansi edade e pr otesto,desesper o e desor gani zação,
desl i
gament oer eor ganização— t ambém sãoar egraem mui tasout rasespéci es
*(1).
Em segundol ugar,nãoédi fí
cilper ceberqueessasr espost asdevem t er
evol uído.Naexi st ênci apr imi t
ivaenat ur al,per derocont atocom ogr upof ami liar
i
medi at o éext r
emament eper igoso,sobr et udo par a osf i
lhot es.Por t anto,édo
i
nt eressedasegur ançai ndividualedar eproduçãodaespéci equeexi stam f or
tes
l
açosuni ndoosmembr osdeumaf amí li
aoudeumaf amí li
aext ensa;ei ssor equer
quet odaasepar ação,ai ndaquebr eve,sej ar espondi daporum esf or çoi medi ato,
aut omát icoevi gor osopar ar ecuper araf amí li
a,especi alment eomembr ocom
quem a l igação émai sf orte,epar a desencor aj aressemembr o a uma nova
separ ação.Por essa r azão,suger e-se que as det erminant es her dadas do
compor t
ament o( fr
eqüent ement equal if
icadasdei nsti
ntivas)evol uíram det almodo
queasr espostaspadr onizadasà per da depessoasamadassão sempr e,em
primei rol ugar,impul sospar ar eavê- l
ase,depoi s,par ar ecrimi ná-las.Ent retant o,se
osi mpul sospar ar ecuper arer ecriminarsãor espost asaut omát i
casi ner ent esao
organi smo,concl ui -sequeel asent rarãoem açãocomor espost aat odaequal quer
per da,sem di scrimi narent reaquel asquesãor eal ment er ecuper ávei seaquel as,
estat i
st i
cament er ar as,quenãoosão.Éumahi pótesedesset ipo,cr ei oeu,que
expl i
caporqueumapessoaquesof reuumaper daexper iment acomument eum
i
mpul so i r
resi
stívelpar ar eavera pessoa,mesmo sabendo que a t ent ativa é
i
nf rutífera,e par ar ecriminá- l
a port erpar t
ido,mesmo quando sabe que a
recr i
mi naçãoéi rraci onal.
Logo,set ant ooesf orçoi nútilpar ar ecuper arapessoaper didacomoas
recr i
mi naçõesf uriosascont raelaport erdeser tadonãosãosi naisdepat ologia,
poder -se- áper gunt ar :então,dequemodosedi stingueol ut opat ol ógi codol ut o
saudável ? O exame dos el ement os de demonst r
ação suger e que uma das
principai s caract eríst i
cas do l uto pat ológico é a i ncapaci dade par a expr essar
aber tament eessesi mpul sospar areaverer ecrimi narapessoaper dida, com t odaa
saudadedodeser toret odaar aivacont r ael equeessesi mpul sosi mpl icam.

Not
ader
odapé:

*(
1) .Asdemonst r
açõesf oram r
eexaminadasporBowl by(1961b)ePol l
ock( 1961).
Paradarum exempl oci tadoporPol l
ock:um chimpanzéquet i
nhaper didosua
companhei r
af ezrepeti
dosesf orçosparar eani
má-la.Guinchour ai
vosament ee,
algumasvezes,expr essousuacól eraarr
ancandot ufosdepêl odesuapr ópri
a
cabeça.Depois,houvechor oeluto.Com otempo,fi
coumai sint
imamenteligadoao
seut r
atadoremost r
ava-semaisirrit
adodoqueantesquandoot r
atadori
aembor a.
49

Em vezdesuaexpr essãoaber t
aque, apesardesert empestuosaeest ér
il
,levaaum
resultadosaudável,osi mpulsosder ecuperaçãoer ecri
mi nação,com t
odaasua
ambi valência de sent iment
os,ci ndem- se e são r epri
mi dos.Daíem di ante,
continuam comosi st emasat i
vosnaper sonali
dademas,i ncapazesdeencont r
ar
uma expr essão di
r eta e manifesta,passam a i nfl
uenciaros sentimentos e o
compor t
ament odeum modoest ranhoedi storci
do.Daíasnumer osasformasde
perturbaçãodecar át eredoençaneur ót i
ca.
Dareium breveexempl oilustrati
vodeumadessasf or
mas,extr
aídodeum
casor el atadoporHel eneDeut sch( 1937) .Quandovei opar aumaanál ise,esse
homem,com t rinta e poucos anos,não apr esent ava di fi
culdades neur óticas
apar ent es.Oquadr ocl ínico, ent ret anto, eradeum car áteri nexpr essi voecar entede
afet i
vidade.Hel eneDeut sch descr evecomo o paci ent e“ most rou um compl eto
bloquei odeemoçõesesent i
ment os,sem omenori nsi ght...Nãot inhar el
ações
amor osas,nem ami gos,nem i nter esser ealporqual quercoi sa.Em t odosost ipos
deexper iênciasmost ravaamesmar eaçãoapagadaeapát i
ca.Nãohavi aempenho
nem desapont ament o...Não havi ar eações de pesarpel a mor t
e de pessoas
próxi mas,nem sent iment os i nami stosos ou i mpul sos agr essi vos” .Como se
desenvol veu essa per sonal idade est érile mut il
ada?À l uzde uma hi pótese a
respei todol utonai nf ânci a,ahi st óri
a,em conj unt ocom omat er i
alpr oveni enteda
anál i
se, pudemosconst r
ui rumaexpl i
caçãopl ausí vel.
Pr i
meiro,ahi stór ia:Quandoopaci entet i
nhaci ncoanosdei dade,suamãe
falecer a,edi sser am queel et inhar eagi doaessaper dasem qual queremoção( 3).
Daípordi ant
e,além di sso,el enãot i
nhaconser vadol embr ançadenenhum event o
ant eri
oràmor tedamãe.Segundo,omat eri
alpr oveni ent edaanál ise:O paci ente
descr eveucomo, dur ant eosúl ti
mosanosdesuai nf
ânci a, cost umavadei xaraber t
a
apor tadeseuquar to,“ naesper ançadequeum gr andecãoseapr oxi massedel e,
fossemui tocari
nhosocom el eesat isfizesset odososseusdesej os” .Associ adaa
essaf ant asiaest avaumaví vidar ecor daçãodai nf ânciadeumacadel aquedei xara
suascr iassozi nhasedesampar adas, aomor rerpoucodepoi sdedaràl uz.Embor a
nessa f antasia a saudade ocul ta da mãe que el e per deu par eça pl enament e
evident e,el enãoaexpr essademodosi mpl esedi r
et o.Pel ocont rár i
o,t odasas
recor daçõesdesuamãet inham desapar ecidodaconsci ênciae, namedi daem que
podi am serper cebi dos, osaf etosconsci entesem r elaçãoael aer am host is.
Par aexplicarocur sodedesenvol viment onest ecaso,ahi pót esequeest ou
apr esent ando( equenãoémui todi fer entedadeHel eneDeut sch)éque,apósa
mor t
edamãe,em l ugardehaverumaexpr essãopl enadoi mpul sopar ar ecuper ar
suamãeedar aivapel adeser çãodel a,ol utodopaci ent et i
nha- sedesl ocado
precipi tadament epar aumasi t
uaçãodedesl igament o.

Not
ader
odapé:

*(1)
.Naver sãoor i
ginaldestecapítulo(eem al gunslugaresdosdoi santeri
or es),
seguiat r
adiçãopsicanal í
ti
cader ef
erênciaa“relaçõesobjetai
s”,
“oobjetoamado”e
“oobj etoper di
do”.Abandoneiesseusopoucot empodepoi s.Nãosóel edecorrede
um par adigmat eóri
coquemesmoem 1961euj ánãomai ssustentava,como
consider oser i
amenteer rôneomenci onarumaout rapessoacomoum obj et
o,poi s
i
mpl icaar elaçãocom al goinert
eenãocom out roserhumanoquedesempenhaum
papeli gualout al
vezdomi nant
enadet erminaçãodecomoar el
açãosedesenvol ve.
Portant o,ao voltaragor aapubl i
caro quef oiaconf erênciaori
ginal,al
tereia
redação epasseiamenci onarsempr euma“ pessoaamada”ou uma“ pessoa
perdida” ,
em vezde“ obj
etoamado”ou“ objet
oper dido”
.
50

Assimf azendo,asaudadeear ai
vat i
nham-
set r
ancadonoí nti
modopaci ente,
potenci
almenteati
vomasf echadopar aomundo,esóor emanescent
edesua
personal
idade ti
nha f i
cado livre para desenvol
viment
o subseqüente. Por
conseguint
e,elecresceugravementeempobr eci
do.Seestahi pót
eseéválida,a
tar
efadot r
atament
oconsisteem ajudaropaci
entearecuper
arsuasaudadelatent
e
damãequeper deuesuar aival at enteporel aot erabandonado;em out r
aspal avr as,
ar egressaràpr i
mei raf asedol ut ocom t odaasuaambi valênci adesent iment oe
que,naépocadaper da,t i
nhasi doomi tidaoucont ornada.Aexper iênciademui tos
anal i
stas,bem i l
ust radanum ar tigodeRoot( 1957) ,sugereque,def ato,sóassi m
umat alpessoapodevol tarat erumavi dadesent iment oeligação.
Essahi póteseéf ortement econf irmadapornossasobser vaçõesdecr ianças
separ adasdesuasmãesequenãor ecebem vi si
tas,especialment eporaqui l
oque
sabemossobr eosest ági osi ni ciaisdodesl i
gament oqueseseguem aopr otestoe
desesper o.Quandoumacr iançasepar adai ngr essanaf asededesl igament o,ela
parece j á não se pr eocupar com sua mãe ausent e e t er -
se adapt ado
satisfat oriament eaoseunovoambi ente.Quandoamãer eapar ecepar al evá-lade
voltapar acasa,em vezder ecebê- l
aef usivament eedeseagar rarael a,acr iança
mant ém- sedi stant eei ndifer ent e;éumasi t
uaçãoqueamai oriadasmãesacha
depr i
ment eei ncompr eensí vel .Cont udo,seasepar açãonãodur out empodemai s,
essasi tuaçãoér ever sível,eoi nt eresseespeci alest ánaquiloqueacont eceapósa
reversão.
Al gumashor asoual gunsdi asdepoi sdeest ardenovocom suamãe,o
compor tament odedesl i
gament oésubst i
tuídonãosóport odaaant i
gal igação
mast ambém porumal igaçãomui tomai si ntensa.I ssomost r
aque,dur ant eo
períododedesl i
gament o, osl açosquevi nculam acr iançaàmãenãosedi ssi
par am
porcompl et
o,como f oisuger i
do porAnna Fr eud ( 1960)* (1),nem houveum
simpl esesqueci ment o.Pel ocont rário,osdadosmost ram que,dur anteaf asede
desligament o,asr espost asquel igam acr i
ançaàmãeeal evam aempenhar -
se
parar eavê- l
a est ão suj eitas a um pr ocesso def ensivo.São de al gum modo,
removi dasdaconsci ênci a, masper manecem l at entesepr ontasaser em r eati
vadas,
com el evadai ntensi dade, quandoasci rcunstânci asmudam * (2).

Not
ader
odapé:

* (
1).Numapublicaçãoant er
ior(Bur
li
ngham eFr eud,1942),
entretant
o,AnnaFr eud
adotouum pontodevistasemel hant
eaoadot adoaqui.
*(2)
.A mudançadeci r
cunstânciarequeri
davar iacom oest ágiopar aoqualo
desli
gamento progredi
u.Quando a cr iança ainda está nas fases ini
ciai
s,a
renovaçãodali
gaçãoseguel ogoánovauni ãocom amãe;quandoacr iançaati
ngiu
um estági
oavançado, t
alvezsejanecessári
oum tratamentopsicanalí
ti
co.
51

Ist
osi gnifi
caque, em bebêsecr i
ançaspequenas, aexperi
ênciadesepar açãoi nici
a
habitualment eprocessosdef ensi vosquel evam àsaudadedapessoaper didaea
recri
mi naçõespel adeser ção,t ornando-seunseout rosinconscientes.Em out ras
palavras,na i nfânci
aoi ndivíduo r eage à perda com processos de l uto que
habitualment e*(1)enver edam porum cami nhoque,nosadul tos,éconsi der ado
patológico.
Aquest ãoquesur geagor aésaberseospr ocessosdefensivosquesãot ão
i
mpr essionant esapósumaper danai nfânciasãodenat urezadi f
er entedoque
ocorre no l uto saudávelou se el es t ambém ocor rem no luto saudável ,mas
apresent andoalgumadi ferençadef or maoudet iming.Asevidênciassuger em que,
def ato,el esocor r
em ( Bowl by,1961b)masque,no pr ocesso saudável ,o seu
desencadeament o épr otelado.Porconsegui nt
e,osi mpul
sospar ar ecuper ara
pessoaper didaepar arecr i
mi ná-latêm t emposufici
enteparaseexpr essar em,de
modoque,at ravésdar epet i
daomi ssão,el essãogr adual menteabandonadosou,
em t ermosdat eor i
adaapr endizagem, ext i
ntos.Oquepar eceacont ecernai nfância
(e no l ut o pat ol
ógi co de anos ul teri
or es),porout rolado,é a acel eração do
desenvol viment odepr ocessosdef ensi vos.Comor esul t
adodi sso,osi mpul sosde
recuper ação er ecrimi nação não t em umaopor tuni dadedeext inguir-
see,pel o
cont rár
io, persi stem, com sér iasconseqüênci as.
Vol t
emosaapl icar ,em poucaspal avras,essasi déi
asaopaci entedeHel ene
Deut sch.Apósamor tedesuamãe,quandoel et i
nhaci ncoanos,segundopar ece,
saudadeer aivadesapar ecer am doeuconsci entedopaci ente.Contudo,af antasia
davi sit
adocãomost raque, nãoobst ante,ambosossent iment ospersi
st em aní vel
i
nconsci ente.I st oeaspr ovasor iundasdeout roscasosevi denci
am que,embor a
i
mobi li
zados,t ant ooseuamorquant oasuar aivaper manecer am dir
igidospar aa
recuper açãodamãemor ta.Assi m, bl oqueadosaser viçodeumacausai rreal i
zável,
esses sent iment os acabar am por se per der par a uma per sonal i
dade em
desenvol viment o.Com aper dadamãet ambém seper der aavi daemoci onale
sent i
ment aldopaci ente* (2).
Doi st ermost écni coscomunssãousadospar adesi gnarospr ocessosem
ação:f ixaçãoer epr essão.I nconsci ent ement e,acr iançaper manecef ixadaàmãe
queper deu:seusi mpul sospar areavê- l
aer ecr iminá-la,easemoçõesambi valentes
ael esligados, sof reram r epr essão.
Um out ropr ocessodef ensivo,est reit
ament er elacionadocom ar epressãoe
alt
er nativopar aest a,também podeocor rerem conseqüênci adaper da.Tr ata-seda
“divisãodoego”( Freud, 1938) .

Not ader odapé:


*(1).Estáagor aclaroqueopr ocessodel ut
oem cr i
ançasnãonecessi taadotarum
cursoquel eveàpat ol
ogia,sebem quet alaconteçacom bast ant
ef reqüência.O
advér bi
o“ habi tual
mente”usadonot exto,aquieem out r
ospont osdocapí t
ulo,é,
portanto,desor i
entador
.Ascondi çõesquei nfl
uenciam odesfechosãoexami nadas
porFur man( 1974)et r
atadasem det al
het ambém naPar t
eIIIdeAt tachmentand
Loss, Vol.3.
*(2).Nãor arasvezes,umacr i
ançanãor espondecom emoçãoàmor tedeum dos
paispor quer ecebeupoucaounenhumai nf
ormaçãosobr eoqueacont eceue,
mesmoquesej ainfor
mada,nãol heédadaaopor tuni
dadedeexpr essarseus
sentiment oseemoções,oudef azerper gunt
asaum adul tocompr eensivo.Para
referênci
as, veranot a4acima.
52

Em taiscasos,umapar tedaper sonali


dade,secr et amasconsci ente,negaquea
pessoat enhar ealment edesapareci doeafirmaqueel aaindaestáem comuni cação
com opaci ent
e,ouqueem br eveel areapar ecerá;si mul t
aneament e,umaout r
a
partedaper sonali
dadecompar til
hacom ospar enteseami gosoconheci mentode
queapessoaest áirremediavelment eperdida,parasempr e.Pormaisi ncompatívei
s
quesej am,asduaspar t
escoexi stem durantemui tosemui t
osanos.Talcomono
casodar epressão,asdi vi
sõesdoegot ambém cul mi nam em doençapsi qui
átr
ica.
Porque,em al gunscasos,apar t
equeai ndaansei aporr eaverapessoa
perdidaser iaconscientee, em outros,seri
ai nconsci ente?Essaéumaquest ãoque
não est áescl ar
ecida.Tampouco são cl arasascondi çõesquel evam algumas
cri
ançasór fãsasedesenvol verem demodosat isfatórioeout r
asnão* (
1).Este
problemat em sidoest udadoporHi l
gard( Hil
gard,NewmaneFi sk,1960).O que
par ececer to,ent retant o,équeapr eci
pitaçãodoi ní ciodospr ocessosdef ensi vos,
repr essãooudi visão,com af ixaçãor esultante,ocor remui t
omai sf acilment ena
i
nf ânci adoqueem anosmai smadur os.Nessef ator esi de, ameuver , aexpl icação
principaldeporqueecomoasexper iênciasdeper danospr i
mei rosanosda
i
nf ânci aacar ret am odesenvol viment odef eituosodaper sonalidadeeapr opensão
par aadoençapsi quiát rica.
Por tanto,ahi pót esequeest ouf ormul andoédeque,nacr i
ançapequena,a
exper iênci adesepar açãodaf i
gur amat ernaéespeci alment esuscet í
veldeevocar
processospsi col ógicost ãocr uciaispar aapsi copat ologi aquant oai nfl
amaçãoe
seur esul tantet ecidoci catri
cialpar aaf isiopatologi a.I ssonãosi gnificaqueo
resul t
adoi nevitávelsej aumamut il
açãodaper sonal idade;massi gnifi
caque, como
nocasode,di gamos,umaf ebrer eumát i
ca,f orma- secom mui taf reqüênci aum
tecidoci cat r
icialquel eva,mai st arde,aumadi sfunçãomai soumenossér ia.
Segundopar ece, ospr ocessosem quest ãosãovar iant espat ol
ógi casdaquel asque
car acterizam ol ut osaudável .
Embor aest aposi çãot eór i
caest ejamui t
opr óxi madeout rasj áexi stentesno
campo, elapar ece, nãoobst ante, serdiferent edet odas.Suaf or çar esidenof atode
relacionarasr espost aspat ológicascom quenosdepar amosem paci entesmai s
velhoscom asr espost asàper daquesãor ealment eobser vadasnospr i
mei r
os
anos da i nfânci a,f or necendo assi m um el o mai s sól ido ent r
e as condi ções
psiqui átri
casdavi daadol escent eeadul taeaexper iênci ai nfant i
l.Passemosagor a
acompar aressaf ormul açãocom al gumasdasqueapr eceder am.

Not
ader
odapé:

*(
1).Sabe-
sehoj
emui
tomai
ssobr
eascondi
çõesr
elevant
es;verasnot
as4e5
aci
ma.
53

Duast
radi
çõesnat
eor
izaçãopsi
canal
í
tica.

Dur ant e o sécul o at ual,numer osos psi canal i


stas e psi quiatras pr ocur aram
relacionardoençapsi quiát r
ica,per dadeumapessoaamada,l utopat ológicoe
exper iênciai nfant i
l.
Já passar am mai sdesessent a anosdesdequeFr eud apr esent ou pel a
primei ravezai déiadequeahi steriaeamel ancol iasãomani fest açõesdel uto
pat ológico, em conseqüênci adeumamor temaisoumenosr ecente( Fr eud, 1954) ,e
mai sdequar entaanosdesdeque, em Lut oeMel ancolia, eleapresent ouahi pót ese
deum modosi stemát ico( Freud,1917) .Daíem di ante,nãof alt
aram est udosque, de
modosdi fer entes,cor robor assem ahi pót esefreudiana* (
1) .Aexper i
ênci acl ínicae
uma l eitura das demonst rações dei xam poucas dúvi das sobr e a ver dade da
principalpr oposi ção— adequemui tasdoençaspsi quiátricassãoumaexpr essão
del ut opat ológi co— ouadequet aisdoençasi ncluem mui toscasosdeest adode
ansi edade, depr essãoehi steri
a,et ambém mai sdeum t ipodedi stúrbi odecar áter
.
Éevi dent equeum vast oei mpor t
ant ecampof oiaquidescober to;par aquesej a
compl etament eexpl orado, sãonecessár i
osnovosemi nuci osost rabalhos.
A cont r
ovér si
a começa quando passamos a consi derarporque al guns
i
ndi víduosr eagem à per da com essesmodospat ológi cos,eout ros,não;ea
hipót ese que est ou pr opondo per tence ao gr upo de hi póteses que pr ocur am
expl i
caraor igem det aisrespost asdi ferenciai
s.
Uma hi pót esequei nfluenci ou t odososi nvest i
gador essubseqüent esde
ori
entaçãopsi col ógicaf oidelineadaporAbr aham (1924) .Em conseqüênci adet er
anali
sadonumer osospaci entesmel ancól i
cos,chegouàconcl usãodeque“ em
últ
imai nst ância,adepr essãomel ancól icader i
vadeexper iênciasdesagr adávei s
queocor rer am nai nfânciadopaci ent e”.Suger epor tantoqueessesmel ancól i
cos,
duranteai nf ânci a,sofreram doqueAbr aham chamouuma“ par atimiapr imor dial”
.
Nessaspassagens,ent retanto,elenuncausouaspal avr aspesarel uto;nem est á
cl
aroqueel et enhar econheci doque,par aacr iançapequena,aexper i
ênci ade
perderamãe( oudeper deroamordel a)sej a,naver dade, um sof ri
ment opr ofundo,
comoquedeor fandade.
Depoi sdeAbr aham,mui t
osout rospsi canalistas,aopr ocur arem descr ever
as raízes i nfant i
s da doença depr essi va e das per sonali
dades pr opensas a
desenvolvê- la,têm chamadoaat ençãopar aasexper i
ênci asinfelizesnospr imei ros
anosdevi dadeseuspaci entes.Cont udo, excetuando- seat r
adi çãot eór i
caini ci
ada
porMel anieKl ei n,poucosconcei t
uar am asexper i
ênci asem t ermosdeper dael uto
patol
ógico.Ent retanto, quandoest udamosasexper i
ênci asaqueser eferem, par ece
evi
dent eseresseoquadr oder ef
er ênci aaqueel asmel horseaj ust am.

Not
ader
odapé:

*(
1).Verespeci
alment
eosl
ivr
osdePar
kes(
1972)
,eGl
ick,
Wei
ssePar
kes(
1974)
.
54

Dar eicomoexempl ost rêspaci entesdescr i


tosnal it
er atura.
Em 1936,Ger odescr eveudoi spaci entesquesof ri
am dedepr essão.Um
deles,concl uiuoaut or ,tinhasi do“ car entedeamor ”quandocr iança;oout rofora
envi adopar aumacr echer esidencialesóvol tarapar acasaquandot i
nhat rêsanos
dei dade.Ambosmost raram i ntensaambi valênciaem r elaçãoaqual querpessoa
que er a amada,uma condi ção que,acr edi t
ava Ger o,podi a serat r i
buí da à
exper iênciai nfanti
l.Nosegundocaso,el eser efereaumaf i
xaçãoàmãeeauma
i
ncapaci dadepar aper doá- l
apel asepar ação.Edi t
hJacobson,em suaext ensaobr a
sobr eapsi copat ol
ogi adadepr essão, apói a-ser egular ment enumapaci ent e,Peggy,
cujaanal i
sedescr eveem doi sest udos( 1943, 1946) .Quandof oiencami nhadapar a
tratament o,Peggy,de 24 anos de i dade,encont rava- se num est ado de gr ave
depr essão,com i mpul sossui cidasedesper sonal ização;essessi ntomast i
nham
sido pr ecipitadosporumaper daat ual ,aper dado homem aquem amava.A
exper iênciai nfantilaqueEdi thJacobsonat ri
buimai orênf aseocor r
euquando
Peggyt inhat r
êsanosemei o.Nessaépoca,amãef oihospi talizadapar at erum
novo bebê,enquant o Peggyeseu paif i
car am em casa com a avó mat er
na.
Começar am asbr igasent reasogr aeogenr o,eopaidePeggyf oiembor a.“A
criançaf i
cou sozi nha,decepci onadacom o paieaguar dando ansi osament eo
regressodamãe.Ent r etant o,quandoamãevol toudamat er nidadet raziaobebê. ”
Peggyl embr a-
sedet ersent i
do,nessaépoca,que“ Essanãoémi nhamãe,éuma
pessoadi fer ente”( um sent i
ment oquesabemosnãoseri ncomum em cr ianças
pequenasqueest iveram separ adasdesuasmãesporal gumassemanas) .Foi
poucodepoi sdesseepi sódio,acr editaEdi thJacobson,que“ ameni nat evesua
primei radepr essãopr of unda” .
Ora,poder -se-á per gunt ar se os acont eciment os na i nfância desses
paci entesf oram r ecor dadoscom exat idãoet ambém seosanal istasest ãocer tos
em at ri
buir-lhes tant o si gnifi
cado par a o desenvol viment o emoci onalde seus
pacientes.Mas,seacei tar
mos,comoestamosi ncl
inadosaf azer
,tantoavali
dade
dosacont eci
ment osquantooseusi gni
fi
cado* (
1),creioqueoconcei todel uto
patológicoéoquemel horseajust
aàdescr i
çãodar eaçãodopaci ent
enaépocae
aor el
acionament odoaconteci
mentonainfânci
acom adoençapsi quiát
ri
canavi da
adulta.Porém, nenhum dosdoi
sautor
es,GeroeJacobson, ut
il
izaesseconcei
to.

Not
ader
odapé:

*(1)
.NocasodePeggy,hárazõesparacrerqueaseparaçãoaost r
êsanosemei o
foiapenasaculmi
naçãodeumasériededistúr
biosem seurelaci
onamentocom a
mãe,descrit
a como uma mulherdominadora que di
sci
pli
nava a cr
iança com
severi
dade.
55

Ambospr eferiram usarconcei tost aiscomo“ desapont ament o”e“ desilusão” ,que
par ecem t erum si gni f
icadodi fer ente.
Mui tosout rosanal istas,embor aat entosem mai oroumenorgr aupar ao
papelpat ogêni codessesevent osnai nf ânci a,tampoucoi dent ifi
cam ar espost ada
criançaàper dacom ol ut
o.Um dessesaut oreséFai rbai rn( 1952) .Um segundoé
Stengelque,em seusest udossobr eodevanei ocompul sivo( 1939,1941,1943) ,
chamaespeci alat ençãopar aoi mpul soder ecuper açãodoobj etoper dido.Um
terceiroaut orsoueumesmo,em meuspr imei r
osest udos( Bowl by,1944,1951) .
Out rossãoAnnaFr eud( 1960)eRenéSpi t
z( 1946) ;aocont est arem anoçãodeque
bebêsecr iançaspequenassent em pesar ,rejeit
am como umapossi bili
dadea
hipót esedequeodesenvol vi
ment odocar áterneur óticoepsi cóticosej a,porvezes,
or esul t
adodeum sent iment odel utonai nfânciat erenver edadoporum cami nho
pat ológico.
Umar azãopr i
ncipalpel aqualar espost adacr iançaàper danãoét ão
freqüent ement ei dentifi
cada com o l uto par eceseruma t radição quel imitao
concei tode“ lut o”apr ocessosquet êm um desf echosaudável .Embor aesseuso,
comoqual querout ro,sejalegítimo, tem umasér i
adesvant agem:l ogicament e, t
oma
-sei mpossí veldi scut i
rquaisquervar i
ant esdol utoquepossam par ecerpat ológi cas.
Asdi fi
cul dadesaqueesseusodáor igem est ãoi lust r
adasnoar tigode
Hel eneDeut sch,“ AbsenceofGr ief”[ Ausênci adePesar ]( 1937) ,jáci tado.Em suas
consi derações,vemosqueaaut or ar econhececom vi gorol ugarcent ralquea
per dadapessoaamadanai nf ânci aocupanapr oduçãodesi ntomasededesvi os
decar áter,assi m comodeum mecani smodedef esaque,em conseqüênci ada
per da,poder ár edundarem ausênci adeemoçãoesent i
ment o.Cont udo,embor aa
aut orar elacioneessemecani smoaol ut o,el eér epr esent adomai scomouma
alternativadoquecomoumavar iant epat ológicadol ut o.Sebem que,àpr i
mei r
a
vista,essadi st inçãopossapar ecermer ament edet ermi nol ogi a,seusi gnificadoé
mai spr of undo;com ef eit
o,consi der aropr ocessodef ensi voquer esul tadeuma
per danai nfânci acomoumaal ternat ivadol utosi gni fi
caomi tiraquel espr ocessos
def ensivosdeespéci essemel hant esmasdemenorgr auei níciomai st ardioque
também par t
icipam dol ut
osaudável ,eesquecert ambém queoqueépat ológico
nãosãot ant oospr ópriospr ocessosdef ensivosmas, sobr et udo, asuai ntensi dade
eoseui níciopr emat uro.
Domesmomodo,embor aFr eudest ivesse,porumapar t
e,pr ofundament e
i
nt eressado no papelpat ogêni co do l ut o e,porout ra,especi alment eem seus
últimos anos,t ambém t i
vesse consci ência do papelpat ogêni co da per da na
i
nfânci
a,el
enuncaapont
ouol
utoi
nfant
ilesua
56

pr edisposi çãopar aadot arum cur sopat ol ógicocomoconcei tosqueconj ugam


essesdoi sconj unt osdei déi as.I ssof icoubem i l
ust radoem suadi scussãosobr ea
divisãodoegonopr ocessodef ensi vo, àqualest avadedi candoespeci alat ençãono
finaldesuavi da(1938) .
Num dosseusar tigossobr eoassunt o( 1927) ,Freuddescr evedoi spaci ent es
nosquai sumadi visãodoegosesegui raàper dadopai .Escr eveuel e:“Naanál i
se
dedoi sjovens,t omeiconheci ment odequeambos— um em seusegundoanode
vidaeoout roaosdezanos— t inham- ser ecusadoar econheceramor tedopai ...e,
noent anto,nem um nem out rohavi am cont r aí
doumapsi cose.Um segment omui t
o
i
mpor tanteder ealidadet i
nhasi doassi m negadopel oego. .
.”.Mas,cont i
nuaFr eud,
“forasoment eumacor rent edospr ocessosment aisquenãor econhecer aamor te
do pai ;havi aumaout raquet i
nhapl enaconsci ênci ado f at o;aquel aqueer a
coer ent ecom ar ealidade[ ousej a,amor tedopai ]mant eve-sel adoal adocom a
quecor respondi aaum desej o”[ odequeopaiai ndavi vesse]( 1927) .Ent ret ant o,
nesseeem out rosar ti
gossobr eomesmot ema,Fr eudnãor elaci onaadescober t
a
det aisdi visõesdoegocom apat ologi adol utoem ger alnem com ol utoi nf ant ilem
par ti
cul ar.Reconheceu- as, por ém, comoseqüel asnãoi ncomunsdeper dassof r idas
nocomeçodavi da.Quandodi scut esuasconcl usões, Freudobser va:
“Suspei todequeocor r
ênci assemel hant esnãosãor aras, em absol uto,nai nf ânci a”.
Est udos est atí
sticos r ecent es most ram- nos que a suspei ta de Fr eud er a
fundament ada.
Assim, um examedal it
er atur amost r
aque, apesardosi gni f i
cadof ortement e
pat ogêni coat ri
buí doàper dadeum dospai seàper dadeamor ,nat radi ção
pr i
ncipaldat eorizaçãopsi canal ít
icaaor igem dol ut opat ológicoedaconseqüent e
doençapsi quiátri
canoadul tonãoest ál igadaàpr edisposi çãodospr ocessosde
l
ut opar aadot arem um cur sopat ológi coquandoocor r
em apósumaper dasof r i
da
nai nf ância.
Acreditoqueumai mpor t
ant econt ri
bui çãodeMel anieKl ein( 1935,1940)f oi
terest abelecidoessar elação.Af irmaquebebêsecr iançaspequenasseaf l
igem e
passam porf asesdedepr essão,equeseusmodosder esponderem t aisper í
odos
sãodet erminant esdamanei racomo, nor est odavi da, r
esponder ãoanovasper das.
Cer tosmét odosdedef esa,acr edi taKl ei n,devem serent endidoscomo“ dirigidos
cont ra a pr ostração porcausa do obj eto per dido”.Sob esse aspect o,mi nha
abor dagem ésemel hant eàdel a.Sur gem di fer
enças,ent retant o,ar espei todos
acont eciment osconsi der adosi mpor tant es,dai dadeem queel esocor rem,eda
nat urezaeor i
gem daansi edadeeagr essão.
Asper dasdequef alaMel ani eKl einsãopat ogêni cas,si tuando- set odasno
pr i
mei roanodevi dae, em suagr andemai oria,relacionadas
57

com aamament açãoeodesmame.Aagr essãoéconsi der


adaumaexpr essãodo
i
nstintodemor t
e,eaansi edadeoresul
tadodesuapr oj
eção.Nadadi ssomepar ece
convincente.Em pr i
meirol ugar
,as pr ovas que ela apresentaar espeito da
i
mpor tância deci
siva do pr imeir
o ano de vi da e do desmame, quando
minuciosamenteexami nadas,deixam deserconvi ncentes( Bowlby,1960b) .Em
segundol ugar
,ashipótesessobreagressãoeansi edadedifici
lmenteseaj ustam a
um quadr oder ef
erênci
abaseadoem t eor i
abiológi
ca(Bowl by,1960a).Cr ei
oque
em r azãodosdet alhesi nt
r i
ncadoscom queMel anieKl einenvol veuahi pót ese
sobr e o papeldo l utoi nfantil,det alhes esses que mui tos consi deram pouco
plausí vei
s, apr ópriahi póteseacabousendodespr ezada.Éumapena.
Por tanto,embor anãoconsi der equenospor menor esat eor iadeMel anie
Klein sobr e a posi ção depr essi va expl ique de modo sat isfat ór i
o porque os
i
ndi víduossedesenvol vem demodost ãodi versosque,enquant oal gunsr eagem à
perdaul teriorcom um l utosaudávelout rosof azem com umaouout raformade
l
ut opat ológi co,ami nhaposi çãoéque,apesardi sso,at eor i
akl eineanacont ém os
germesdeum modomui topr odut ivodeor denament odosdados.Ameuver ,os
dadosapont am par aum out ro desdobr ament o segundo o qualo obj eto mai s
signi f
icativoquepodeserper didonãoéosei omat erno,masapr ópr iamãe( e,por
vezes,opai );oper í
odovul nerávelnãoest ál imitadoaopr i
mei roanomasest ende-
seporvár iosanosdai nfância( comosust ent ouFr eud,1938) ;eaper dadeum dos
paisdáor igem nãosóàansi edadeeaopesarpr imár iosdesepar ação,masa
processosdel utoem queaagr essão, cujaf unçãoér eal i
zarar euni ão, desempenha
um papeli mpor tante.Embor aat endo- ser i
gor osament eaosdados, estaformul ação
tem omér itoadicional deseaj ust arf aci l
ment eàt eoriabi ológica.
Embor aasdi ferençasent reopont odevi stadeMel ani eKl eineomeusej am
subst anci ais,aár eadeconcor dânci at ambém ésubst anci al.Ambossust entamos
comohi pót esepr incipalqueospr ocessosdel ut oqueocor rem nessespr imei ros
anosdevi dasãomai ssuscet í
vei sdoquequandoocor rem naadol escênciaena
i
dadeadul t
adeadot arum cur sopat ol ógicoe,por tant o,dedei xardaíem di ant eo
i
ndi víduomai spr opensodoqueout rosar esponderdemanei r
aanál ogaauma
novaper da.Aver sãodessat eor i
aqueest ouagor apr opondopar ecesercoer ent e
com boapar tedomat eri
alcl í
nicopubl icadonal iteraturaej ámenci onado.I ncl uios
casosdeFr euddedi visõesdoego, oscasosdeSt engeldedevanei ocompul sivo, os
paci entes depr essivos descr itos porAbr aham,Ger o e Edi th Jacobson,e os
paci entescom desvi osdecar áterdescr it
osporHel eneDeut sch,Mel anieKl ein,
Fairbai r
neeupr óprio.Também écoer entecom osnumer ososest udospubl icados
nasduas
58

últi
masdécadasquemost r
am queai ncidênci
adeper dasnai nfância,nasvi dasde
pacient es que sof r
em de doença psi qui
átri
ca e de desvi os de car áter,é
significativament e mai s elevada do que na popul ação ger al
.[ Como os dados
estatísticosat é1967sãoapr esentadosnopr óximocapítulo,osqueconst avam da
versão or i
ginaldest ef oram omi tidos.Par te dos coment ários,ent retanto,f oi
mant i
da. ]
Noent anto,dadaai mpor t
ânciaqueosdadosest atí
sticost êm par aami nha
argument ação,é possí velque sur j
am al gumas dúvi das.Em pr i
mei r
ol ugar,
devemosest arat entospar aaf al
áciaposthocer gopropterhoc.Em segundol ugar,
mesmoqueest ejamoscer t
osaoaf irmaraexi st
ênciadeumar el
açãocausalent rea
perdapr emat uraeadoençasubseqüent e,não seseguequeel asej asempr e
medi adapel ospr ocessospat ológicosant eri
ormentedescr itos.Def ato,exi st
em
duasout rasespéci esdepr ocessosque,em al gunscasos,quasecer t ament edão
origem àpat ologia.Umadel asconsi stenopr ocessodei dentifi
caçãocom ospai s,o
qualépar t
ei ntegrantedodesenvol viment osaudávelmasl eva,freqüent ement e,à
difi
cul dadeapósamor tedeum del es* (1).Aout r
aespécieéevocadapel omembr o
sobr evivent edocasal ,viúvoouvi úva,cuj aat i
tudeparacom acr i
ançapoder á
mudaret omar -
sepat ogênica.
Há uma out r
a dificuldade que a hi pótese deve enf rentar.Embor a seja
verdadequeháumai ncidênciamai ordemor tedepai snai nf ânciadei ndivíduos
que,mai st arde,sãopr opensosadesenvol vercer t
ost i
posdeper sonali
dadee
certasf ormasdedoença, ai ncidênci
aabsol utaé, noent anto,bai xa.Per guntar-se-á:
comoexpl icarosout r
oscasos?Exi stemaisdeumaexpl i
caçãopossí vel.
Em pr i
meirolugar,af i
m debasearami nhat eseem pr ovassól idas,restri
ngi
deliberadament eamai orpar tedadi scussãoài ncidênciadamor tedeum dospai s.
Quandosãoi ncluí
dasout r
ascausasdeper dadospai snospr imei rosanos,a
percent agem de casos af etados aument a consi deravelment e.Al ém di sso,em
mui tosdoscasosem quenãohouvenenhum epi sódi odesepar açãor ealnoespaço
entreacr i
ançaeum dospai s,exist
em freqüent ement epr ovasdequehouve,não
obst ante,separaçãodeout rotipoemai soumenosgr ave.Rej eição, per dadeamor
(tal
vezcom achegadadeum novobebêouem vi rtudededepr essãodamãe) ,perda
deaf ei
çãodeum dospai spel oout r
oesi tuaçõessemel hant es,têm t odascomo
fatorcomum aper dapelacr i
ançadeum ent eaquem amaeaquem est áligada.Se
oconcei t
odeper daforampl iadoparacobr i
raper dadeamor ,essescasosdei xarão
deconst i
tuirexceções.

Not
ader
odapé:

*(
1).Dist
úrbiospsi
qui
átri
coscm queai dent
if
icaçãocom opai(oumãe)quese
perdeudesempenhaum papelsi
gnif
icat
ivovêm sendoest
udadoshámuit
ot empo
poranali
stas.Sãopart
icular
ment
ecl ar
osnasr eaçõesdeaniver
sár
io(
Hilgar
de
Newman, 1959).
59

Parece impr ovável,cont udo,que t alampl iação abranjat odos o casos


i
ncluídosnossí ndromespsi quiát ri
cosem quest ão.Seessef orcompr ovadament eo
caso,entãoser ánecessár i
opr ocur aralgumaout raexplicaçãoparaosquenãosão
consideradospel apr esentehi pót ese.Tal veznum examemai sapuradooquadr o
clí
nico det aiscasossemost resubst ancial
ment edi fer
entedaquel esquesão
rel
atados.Também pode acont ecerque as condi ções clíni
cas se most r
em
essencialmentesemel hantes,masospr ocessospat ológicosem açãoem casos
não relatados tenham si do i niciados porevent os de uma espéci e diferente.
Enquanto essas e out ras possi bil
idades não f or
em expl oradas,os pr oblemas
subsisti
rão.Entret
ant o,comor arament eexisteumar elaçãosimplesent resíndrome,
processopat ol
ógicoeexper iênciapat ogênica,osproblemasnãosãodi ferentesdos
queocor rem constantement eem out roscamposdapesqui samédica.

Concl
usão.

Épr ovávelqueamai orpar t


edapesqui sanocampodapsi qui
atri
aaindacomece
hojecom um pr odutofinal,um pacientedoent e,epr ocuredesvendaraseqüênci a
deacont eciment os,psicológicosef i
siológicos, quepar ecem terculminadoem sua
doença.I ssor esultaem mui t
asesugest i
vashi pótesesmas,comoqual queroutro
método de i nvesti
gação,t em algumas l imi tações.Uma das car acter
ísti
cas
preponder antesdeumaci ênciaem pr ogressoéaexpl oraçãodet antosmét odos
quantos puder em sercr iados.Quando na medi ci
na f i
siol
ógica a pesquisa foi
ampl i
adapar ainclui
rai nvestigaçãosistemát i
cadeum ouout roagentepatogênico
eseusef eitos,colheu-seumaenor mequant idadedeconheci mentos.Talveznão
estej
adi stanteodiaem queomesmosej apossí velem psiquiat r
ia.
Porcausadesuasi mpl i
caçõespr át
icaseci entíf
icas,oest udoder espostasà
perdadaf iguramat ernanospr imeirosanosdevi daéum dosmai spr omissores.
No aspect o práti
co,exi st
e a pr obabili
dade de nos t or narmos capazes de
desenvol vermedidaspar aimpedi r
,pelomenos,al gumasf or masdeenf ermidade
ment al
.Soboaspect oci
entíf
ico,háopor tunidadesquesãopr oporci
onadaspel a
i
dentifi
caçãodeum event odai nfância,queépr ovavelment epat ogênico,quepode
serclarament edefinidoecujosef eitossobr eaper sonalidadeem desenvol vimento
podem sersi stematicamenteest udadosporobser vaçãodi reta.
Existem,écl aro,muitosout r
osacont ecimentosnai nf ância,além deuma
perda,queconst it
uem umaboar azãopar aacr edit
arquet ambém
60

contr i
buam par ao desenvol vimento daper sonali
dadeper turbadaedadoença
psiquiátrica.Um exempl oéacr iançaest arexpost aaumaouout radasvár i
as
espéci esdeat i
tudepar ent
alquehámui tosãoobj etodepr eocupaçãoeesf or
ço
terapêut i
conascl ínicaspsiquiát
ri
casi nfanti
s.Paracadaumadel as,atarefade
pesqui sa consiste,pr imeir
o,em def i
niro event o ou a seqüência de eventos;
segundo,em l ocalizarumaamost radecasosem queoevent oouaseqüênci ade
event osest áocor rendo,demodoqueosseusef eitossobreodesenvol vi
mento
psicológicopossam serest udados;e,f i
nalmente,rel
acionarospr ocessosquese
apur ou ser em desencadeados port alevent o ou eventos com os pr ocessos
present esem paci entescom doençadecl ar
ada.Asconseqüênci asdet alampli
ação
dosl imitesdapesqui sasãodomai oralcance.

4.Ef
eit
ossobr
eocompor
tament
odor
ompi
ment
odeum ví
ncul
oaf
eti
vo*
(1)
.

Dur antevári
osanos,aEugeni csSoci
etyorganizousi
mpósi
ossobr eainter
açãode
fatoresgenéticoseambi entaisnodesenvolvi
mentohumano.O quar t
osimpósi o,
realizadoem Londresnoout onode1967,ocupou-sede“Inf
luênciasGenéti
case
Ambi ent
aisSobreoCompor tamento”
.Oest udoqueseseguef oiumacontri
buição
paraosi mpósi o,
efoipubl
icadonoanosegui nt
e.

Médi cosdef amí l


ia,sacer dotesel eigosper cept
ivossabem,hámui t
ot empo,que
existem poucosgol pespar aoespí rit
ohumanot ãogr andesquant oaper dade
alguém pr óxi
moequer ido,O senso- comum t r
adicionalsabequepodemosser
esmagadospel opesaremor rerporcausadeum gr andesof r
imento,etambém que
um amant erepudiadoécapazdef azercoisasquesãoi nsensatasouper i
gosas
parael emesmoepar aosout r
os.Sabeai ndaquenãosent imosamorenem pesar
porum serhumanoqual quer,masapenasporum oual gunsser eshumanosem
particular
.Onúcl eodaqui l
oqueeuchamode“ vínculoafetivo”éaat raçãoqueum
i
ndi víduosenteporum out roindiví
duo.
Atédécadasr ecentes,aci ênciat evepoucoadi zersobr eessesassunt os.
Cient i
stasexperi
ment ai
snast r
adiçõesdapsi col
ogi asejafisiol
ógicasejadat eori
a
hulli
anadaapr endizagem dapsi cologianuncamost rar
am i nter
essepelosvínculos
afetivose,porvezes, fal
aram eagi ram comoseel esnãoexi st
issem.

Not
ader
odapé:

*
(1)
.Publ
icado or
igi
nal
ment
eem Thoday,J.M.ePar
ker
,A.S.(
orgs.
)(1968)
,
Genet
icandEnvironment alI
nfl
uencesonBehavi
our.Edi
mbur
go:Ol
iver& Boyd.
Rei
mpressocom autor
izaçãodeTheEugeni
csSoci
ety.
63

Ospsi canali
stas,pel
ocont rário,hámui t
or econheceram ai mpor tânci
aimensados
vínculosafeti
vosnasvi dasepr obl
emasdeseuspaci entes,masdemor aram para
desenvolveruma est r
utura cientí
fica adequada,dent ro da quala f or mação,
manut ençãoer ompiment odet ai
sví nculospossam serent endidos.Al acunaf oi
preenchidapel osetologist
as,começandocom oest udocl ássi codeLor enz,The
Compani oni ntheBir d’
sWor l
d( 1935) ,prosseguindocom i númer osexper i
mentos
sobrei mpri
nting(Bateson,1966;Sl uckin,1964)at éaosest udosdocompor tamento
del i
gaçãoem pr imatasnão- humanos( HindeeSpencer -
Boot h,1967;Sade, 1965),e
i
nspi r
andoospsi cól
ogosar eali
zarem est udossemel hantescom ser eshumanos
(Ainsworth,1967;Schaf f
ereEmer son, 1964).

Pr
eval
eci
ment
odavi
ncul
ação.

Ant esdeexami narmososef eitosdor ompi mentodeví ncul os,éconveni enteuma


notasobr eavi nculaçãoeseupr evaleci ment o.O trabal hoaquenosr eferimos
most raque, mesmoquenãosej am uni ver saisem avesemamí feros,víncul osf ortes
eper sistentesent rei ndi ví
duossãoar egraem numer osasespéci es.Ost iposde
víncul osquesãof or madosdi fer em deumaespéci epar aout ra,sendoosmai s
comunsaquel esqueexi stem ent reospai sesuapr ole,eent r eadul t
osdesexos
opost os.Nosmamí feros,i ncluindoospr imat as,opr i
mei roemai sper sistentede
todososví nculoséger alment eent reamãeeseuf i
lhopequeno,um ví ncul oque
freqüent ement e persist e atéai dade adul ta.Como r esultado de t odos esses
trabal hos,é possí vel,agor a,consi derarmos os f ortes e per sistentes ví ncul os
afetivos est abelecidos por ser es humanos a par tir de um pont o de vi sta
compar ati
vo.
A vinculação af et i
va é o r esultado do compor tament o soci alde cada
i
ndi víduodeumaespéci e,diferi
ndoconf or meoout roindi víduodesuaespéci ecom
quem el e estejat ratando;i sso i mpl ica,é cl ar
o,uma apt i
dão par ar econhecer
i
ndi víduos.Enquant oquecadamembr odeum parvi ncul adot endeamant er-
sena
proximi dadedoout r oeasusci tar ,noout ro,ocompor tament odemanut ençãoda
proximi dade,osi ndivíduosquenão est ão assi m vincul adosnão most ram t ais
tendênci as; com ef eito, quando doi s i ndi
víduos não est ão vi nculados,
freqüent ement eum del esr esistevi gor osament eaqual querabor dagem queoout ro
possat entar.Sãoexempl osdi ssoasat i
tudesdospai sdi antedaapr oximaçãode
fil
hot esquenãosãoosseus,easat it
udesdeum machof renteàapr oximaçãode
um out romacho.
Acar acterí
sti
caessenci aldavi ncul açãoaf eti
vaéqueosdoi spar ceiros
64

tendem a mant er-


se pr óximos um do out ro.Quando,porqual querr azão,se
separam,cadaum del espr ocuraráoout r
o, maiscedooumai st arde,afim dereatar
apr oxi
midade.Qual quert entati
va,porpar t
edet er
ceir
os,par asepar arum par
vincul
adoencont r
arávi gorosar esi
stência;nãoér ar
oomai sf ortedospar ceiros
atacarointr
usoenquant oomai sfracot ratadef ugi
rou,talvez,deseagar rarao
parcei
romai sfort
e.Exempl osóbviossãoassi tuaçõesem queum i nt
rusot enta
ti
rarosfil
hotesdeper todeumamãe, porexempl o,obezerr
odavaca, ousepar ara
fêmeadeum parhet er ossexualvi ncul ado, porexempl o, gansoegansa.
Deuma f or ma um t ant o par adoxal ,o compor tament o det i
po agr essivo
desempenhaum papeldeci sivonamanut ençãodeví ncul osaf etivos.Assumeduas
formasdi sti
nt as:pr imei r
o,at aqueseaf ugent ament odei ntrusose,segundo,a
puni çãodeum par ceir oer rante, sejael eesposa, mar i
doouf il
ho.Hápr ovasdeque
boapar tedocompor tament oagr essivodeum t ipodesconcer tanteepat ológicot em
origem em umaouout radessasf ormas( Bowl by, 1963) .
Osví ncul osaf etivoseosest adossubj et i
vosdef or t
eemoçãot endem a
ocor rerj untos, comosabem t odososr omanci st aseaut or est eatrais.Assi m, mui tas
dasmai si ntensasemoçõeshumanassur gem dur anteaf ormação,manut enção,
rompi ment oer enovação de ví nculos emoci onais.Em t ermos de exper i
ência
subj et i
va, af ormaçãodeum vi nculoédescr it
acomo“ apai xonar -se”,amanut enção
deum ví ncul ocomo“ amaral guém” ,eaper dadeum par ceirocomo“ sofrerpor
alguém” .Anal ogament e,aameaçadeper dager aansi edadeeaper dar ealcausa
tri
st eza;aopassoqueambasassi tuaçõespodem desper tarr aiva.Fi nalment e,a
manut enção i ncont est ada de um ví ncul o é exper i
ment ada de segur ança,e a
renovação deum ví ncul o como uma f ont edej úbilo.Assi m,qual querpessoa
i
nt eressadanapsi col ogi aepsi copat ol
ogi adaemoção,sej aem ani mai souno
homem, nãot ardar áem depar ar-secom pr oblemasdevi ncul açãoaf etiva:oquef az
com queosví ncul ossedesenvol vam epar aqueexi st em,e,especi alment e,as
condi çõesqueaf etam af ormaassumi dapel oseudesenvol vi ment o.
Namedi daem quepsi cólogosepsi canal istast ent aram expl icaraexi stência
deví ncul osaf et i
vos, quasesempr efor am i nvocadasasr azõesdeal i
ment oesexo.
Assi m,nat ent ativadeexpl icarem porqueumacr iançasel i
gaàmãe,t eóricosda
apr endi zagem ( Dol l
ar deMi ll
er, 1950;Sear s, MaccobyeLevi n, 1957)epsi canal i
stas
(Freud, 1938)supuser am, cadaum porseul ado, quei ssosedeveaof atodeamãe
ali
ment arobebê.Nat ent ati
vadecompr eender em porqueadul t
ossel igam unsaos
out ros,o sexo f oicomument e consi der ado a expl icação óbvi a e suf ici
ent e.
Ent retant o,quandoaspr ovassãomi nuci osament eexami nadas,
65

veri
fica- se que essas expl icações são i nsuf ici
entes.At ual ment e,há pr ovas
abundant esdeque,nãosóent reasavesmast ambém ent reosmamí feros,os
fi
lhosl igam- seaobj etosmat ernosapesardenãoser em aliment adosporessaf onte
(Harlow eHar low,1965;Cai r
ns,1966) ,edequeosví ncul
osaf etivosent r
eadul tos
nãosão, demodoal gum, necessar iament eacompanhadosporr elaçõessexuai s;ao
passo que, i nver sament e, r el
ações sexuai s ocor rem, com f r
eqüênci a,
i
ndependent ement edequai squerví ncul osaf eti
vosper sist
entes.
O quesesabehoj eacer cadaont ogeni adosví nculosaf etivossuger eque
estessedesenvol vem por queacr iatur anascecom umaf ortei ncl i
naçãopar ase
aproximardecer tascl assesdeest ímul os,notadament eosquel hesãof ami l
iares,e
para evi t
arout ras cl asses de est í
mul os — os est ranhos.Quant oàf unção,a
obser vaçãodeani mai sem seuhabi tatnat uralsuger eniti
dament equeaf unção
biol
ógi cadequaset oda,senãodet odaavi nculaçãoent r
ei ndi víduosdamesma
espéci eéapr oteçãocont r
apr edador es— umaf unçãot ãoi mpor t
antequant oa
nutri
ção ou a r epr odução par a a sobr evivência de uma popul ação,mas que
geralment etem si domenospr ezadapori nvestigadoresconf i
nadosent reasquat ro
paredesdeum l abor atóri
oepr eocupadosapenascom ohomem quevi veem
sociedadeseconomi cament edesenvol vidas.
Sej am essashi pótesescor r
obor adasounãoporpesqui sassubseqüent es,a
capacidade de um i ndivíduo para est abel ecerví nculos af eti
vos de um t i
po
adequadoacadaf asedoci cl
ovit
aldesuaespéci eeaoseupr ópri
osexoconst it
ui,
obviament e,umacapaci dadet ãotípicadei ndivíduosdaespéci emamí feraquanto
ascapaci dades,porexempl o,dever,ouvir,comeredi gerir.Eémui t
opr ovávelque
umacapaci dadedevi nculaçãotenhaum val ordesobr evi
vênci aparaumaespéci e,
tãograndequant oqual querdessasout rascapaci dadesest udadasdesdel onga
data.Ecompr ovadament epr odut
ivoconsi derarmui tosdi stúrbiospsiconeuróti
cos
eda per sonalidadenosser eshumanoscomo um r eflexo deum di stúr
bio da
capacidade par a estabelecervíncul os af eti
vos,em vi r t
ude de uma f alha no
desenvolvimentonai nfânciaoudeum t ranst ornosubseqüent e.

Rompi
ment
odeví
ncul
osedoençapsi
qui
átr
ica.

Aquel
esquepadecem dedi st
úrbi
ospsiquiátr
icos— psiconeuróti
cos,soci
opát
icos
oupsicót
icos— manifest
am sempr edeteri
oraçãodacapaci dadepar aest
abel
ecer
ou mantervíncul
osaf et
ivos,umadet eri
oração que,com f reqüênci
aégr avee
dur
adoura.Embora,em al
gunscasos,
66

taldet er ior açãosej acl ar ament esecundár iaem r elaçãoaout r


asmudanças,em
mui tosépr ovavel ment epr imár iaeder i
vadef alhasnodesenvol viment o,quet er
ão
ocor ri
donumai nf ânci avi vidanum ambi ent ef ami liarat ípi
co.Embor a,sobesse
aspect o,or ompi ment odosví ncul osquel i
gam umacr iançaaseuspai snãosej aa
únicaadver sidadequeomei oambi ent epodeapr esent ar,éaf or maquet em si do
registradadeum modomai sconf iávelesobr ecuj osef eitosmai ssabemos* (1) .
Aoexami nar em ascausaspossí vei sdedi st úr biopsi qui átr
iconai nfânci a,
os
psiqui atrasi nfant isper ceber am desdecedoqueascondi çõesant ecedent esde
i
nci dênci a si gnificativament e el evada são a ausênci a de opor t
uni dade par a
estabel ecerví ncul osaf etivosouent ãoaspr ol ongadaset al
vezr epet idasr upt uras
deví ncul osquef oram est abel ecidos( Bowl by, 1951;Ai nswor t
h, 1962) .Embor asej a
ampl ament esust entadoopont odevi stadequet aiscondi çõesnãosóest ão
associ adasao di stúrbio subseqüent emast ambém causam t aldi st úrbio,essa
concl usãocont inuasendo, noent ant o,di scut ível.
Est udossobr eai ncidênci adeper dasnai nf ânci aem di ferent esamost r asde
popul açõespsi qui átr
icast êm- semul tipl i
cadonosúl ti
mosanos.Em vi r
tudedas
amost rasedosgr uposdecont roleser em t ãodi fer entement econst ituí
dos,dos
crit
ér i
osdeper daser em def ini dosdemodosdi f
er ent es,edeumasér i
edeacasos
demogr áficoseest atísti
cos,asuai nter pretaçãonãoéf ácil.Noent ant o,al gumas
descober tas, i
nclusi venumer ososest udosr ecent esbem cont roladosr el at
adospor
i
nvest igador es i ndependent es,t êm apr esent ado t ant a coer ênci a,que podemos
conf i
arr azoavel ment enel es.Foisi stemat icament eapur adoquedoi ssí ndr omes
psiqui átricoseduasespéci esdesi nt omasassoci adossãopr ecedi dosporuma
elevadai nci dênci adeví ncul osaf etivosdesf ei tosdur ant eai nf ânci a.Assí ndr omes
são a per sonal idadepsi copát ica (ou soci opát ica)ea depr essão;ossi ntomas
persist ent es, adel inqüênci aeosui cídio.
Opsi copat a( ousoci opat a)éumapessoaque,embor apãosendopsi cótica
oument alment esubnor mal ,r eal i
zaper sistent ement e:( i)atoscont raasoci edade,
porexempl o,cr i
mes;( ii
)at oscont raaf amí lia,porexempl o,negl igênci a,cr uel dade,
promi scui dadesexualouper ver são;( i
ii)at oscont raapr ópr i
apessoa, porexempl o,
toxicomani a, suicí dioout ent at ivadesui cídio, abandonor epetidodoempr ego.
Em tai
spessoas,acapaci
dadepar
aest
abel
eceremant
erví
ncul
osaf
eti
vosé
sempr
edesordenadae,
nãoraro,
ausent
e.

Not
ader
odapé:

*(1)
.Também exist
em vali
ososest
udossobreareaçãodeadult
osàmortedeum
entequeri
doeasr elaçõesent
reasreaçõesdeperdaeadoençamental(Par
kes,
1965).Numaexposiçãosucint
acomoest aéimpossí
veli
ncl
uirumadi
scussãode
todosessesdados.
67

Apur ou-se que f r


eqüent ement eai nfânci a de t aisi ndivíduos f oiser iament e
perturbadapel amor t
e,di vór cioousepar açãodospai s,ouporout r
osevent osque
resultam na r upt ur a de ví ncul os af et i
vos,sendo que a i nci dência de t ais
perturbaçõesémui tomai sel evadadoqueem qual querout rogr upocompar ável,
quersej adepessoasdapopul açãoger al,quersej adepessoasqueapr esentem
quadr ospsi qui átricosdeout r asespéci es.Porexempl o,num est udodebem mai s
demi lpacient esdeambul atór iopsi qui átrico,com menosde60anosdei dade, Ear l
e
eEar l
e( 1961)di agnost icar am 66comosoci opatase1357comopor tadoresde
algum out r
odi st úrbio.Adot andocomocr i
téri
oaausênci adamãedur antesei s
meses ou mai s,ant es dos sei s anos de i dade,Ear le e Ear l
e apur aram uma
i
ncidênci ade41%par aossoci opat ase5%par aosr est antes.
Quando o cr itéri
o é ampl i
ado,a i ncidênci a aument a. Assi m,Cr aft,
StephensoneGr anger( 1964)adot ar am comocr it
érioaausênci adamãeoudopai
(oudeambos)ant esdedezanosdei dade.Dos66i nternosdosexomascul i
noem
hospi tai
sespeci aispar apsi copat asagr essi vos,nadamenosde65% t inham t ido
essaexper iênci a.Num est udodevár iosgr uposdecont role,Cr af tmost racomoa
i
ncidênci adesset ipodeexper iênci ainf ant i
lseel evacom ogr audecondut aant i-
social mani festadapel osmembr osdeum gr upo.
Outrosquedi vulgar am concl usõesest atisti
cament esi gnificat i
vasdomesmo
ti
popar agr uposdepsi copat asedel i
nqüent esper si stentesf or am Naess( 1962) ,
Greer( l
964a) ,eBr owneEpps( 1966) ;epar aal coólatraset oxicômanos,Dennehy
(1966) .
Nospsi copat as,ai nci dênci adei legitimidadeedet ransf er ênciadacr i
ança
de um “ l
ar”par a out r
o é el evada.Não é pormer o acaso que Br ady,dos
assassi natos“ Moor s”,eraum psi copat acom essascar acterísti
cas.
Um out rogr upopsi qui átricoquemost raumai ncidênci amui toaltadeper da
nai nfânciaéodosPaci ent essui cidas,t ant oosquet entaram osui cí
diocomoos
queoconsumar am * (1).Omai spr ováveléqueasper dast enham ocor r
idodur ante
ospr i
mei r
osci ncoanosdevi daet enham si docausadasnãosópel amor tedeum
dos pai s mas t ambém por out r
as causas per manent es,pr inci
pal ment ea
i
legitimidade e o di vórcio.Nesses aspect os,os paci entes sui cidas t endem a
assemel har-se aos soci opat as e,como se ver á mai s adiant e,a di feri
rdos
depr essivos.

Not
ader
odapé:

*(
1) .Emboraqual
quergrupodesui
cidasedei ndi
víduosquetent
aram osuicí
dio
contenhaalgunssoci
opataseal
gunsdepressi
vos,amai or
iaseráprovavel
mente
diagnost
icadacomosofrendodeneuroseoudi st
úr bi
odepersonali
dade(Greer
,
GunneKol
ler
,1966)econst
it
ui,
por
tant
o,um gr
upopsi
qui
átr
icobast
ant
edi
sti
nto.
68

Quadro1.I
ncidênci
adeperdaouausênci
acontí
nuadeum oudeambosospai
s
nat
urai
sdurantepel
omenos12mesesantesdecompl
etar15anos.

I
dadedaper da:0-4anos.
Pacientesnão-psiquiát
ri
cos%:9.
Pacientespsiquiátr
icosnão-
suici
das%:9.
I
ndivíduosquet entaram osui
cídi
o%:26.

I
dadedaper da:5-9anos.
Pacientesnão-psiquiát
ri
cos%:12.
Pacientespsiquiátr
icosnão-
suici
das%:10.
I
ndivíduosquet entaram osui
cídi
o%:11.

I
dadedaper da:10-14anos.
Pacientesnão-psiquiát
ri
cos%:7.
Pacientespsiquiátr
icosnão-
suici
das%:7.
I
ndivíduosquet entaram osui
cídi
o%:11.

I
dadedaper da:duvidoso.
Pacientesnão-psiquiát
ri
cos%:0.
Pacientespsiquiátr
icosnão-
suici
das%:2.
I
ndivíduosquet entaram osui
cídi
o%:1.

I
dadedaper da:0-14anos.
Pacientesnão-psiquiát
ri
cos%:28.
Pacientespsiquiátr
icosnão-
suici
das%:28.
I
ndivíduosquet entaram osui
cídi
o%:49.

I
dadedaper da:N.
Pacientesnão-psiquiát
ri
cos%:156.
Pacientespsiquiátr
icosnão-
suici
das%:156.
I
ndivíduosquet entaram osui
cídi
o%:156.

Dosnumer ososest udosquer elatam umai ncidênciamui toaltadeper dana


i
nfânciaent reosindivíduosquet entam osui cídi
o— porexempl o,Br uhn( 1962) ,
Greer(1964b)eKessel( 1965)—, um est udor ecentedeGr eer
,GunneKol ler(1966)
éum dosmai sbem cont r
olados.Umasér i
ede156i ndiví
duosquet entaram o
suicí
diof oicompar ada com amost ras da mesma gr andeza,de paci entes
psiqui
átri
cosnão- suicidasedepaci ent esdeci r
urgiaeobst etríci
asem hi stóri
a
psiqui
átri
ca;ambos os gr upos de cont role se equi paravam ao de sui cidas
potenciai
squant oài dade,sexo,cl asseeout r
asvar i
áveisrelevant es.Tomando
comocr i
téri
odeper daaausênci acont ínuadeum ouambosospai sdur ante,pelo
menos, dozemeses, Gr eerapurouquet aiseventost i
nham ocor ridoant esdosci nco
anosdei dadecom f reqüênci atr
êsvezesmai ornogr upodesui cidaspot enciaisdo
queem qual querdosgr uposdecont rol
e— umai ncidênciade26%cont ra9%par a
cadaum dosout rosgr upos( Quadro1) .
Além di sso,as per das no gr upo de sui cidas pot enci
aistendiam mai s
freqüentement easerper manent esedeambosospai s,aopassoquenosout ros
gruposdi zi
am r espeit
o,com mai orfreqüência,
aapenasum dospai seer am perdas
tempor árias,causadasporexi gênciast aiscomodoençaout r
abalho*(1)
.
Num out ro estudo sobr eo mesmo gr upo dei ndiví
duosquet entar
am o
suicídio( GreereGunn,1966) ,verif
icou-sequeaquel esquet inham sofr
idoaper da
dospai sant esdecompl et
arqui nzeanosdi f
eriam si gnif
icati
vamente,em certos
aspect os,dosquenãot inham.Umadessasdi ferenças,em concor dânciacom as
out r
asconcl usões,éof at
odequeaquel esquehavi am sof r
idoumaper dana
i
nf ânciat i
nham mai orprobabili
dadedeserdi agnosticadoscomosoci opatasdoque
aquel esquenãot i
nham sof ri
doumaper danainfânci a(18%cont ra4%).

Not
ader
odapé:

*(
1).Vert
ambém um est
udo subseqüent
edasr elaçõesent
rea or
fandadena
i
nfânci
aeasi
déi
asdesui
cídi
o,deautor
iadeAdam (
1973) .
69

Umaout racondi çãoqueest áassoci adaaumai ncidênci asigni ficativament e


mai or de per da na i nfânci a é a depr essão.Ent r
etant o,o t i
po de per da
exper iment adat endeaserdeumaespéci edi f
er entedadet er i
or açãof ami li
arger al,
queét ípicadai nf ânciadepsi copat asedei ndivíduosquet ent am osui cídio.Em
primei rol ugar ,nai nfânci adedepr essivos,aper dadeve- semai sf reqüent ement eà
mor tedeum dospai sdoqueài legitimidade,di vórcioousepar ação.Em segundo
l
ugar ,nosdepr essi vos,ai nci dênci adeor fandadet endeasermai ordur ant eo
segundo qüi nqüêni o da i nf ânci a e,em al guns est udos,t ambém no t er ceiro.
Resul tadosdesset ipof oram r elatadosporF.Br own( 1961) , Munr o( 1966) ,Dennehy
(1966)eHi llePr ice( 1967) .Asi ndi caçõessãodequeaper dadeum dospai spor
mor teocor r ecom f reqüênci aduasvezesmai ornum gr upodedepr essi vosdoque
napopul açãot otal* (1).
Assi m,par eceagor ar azoavel ment ecer toque,em numer ososgr uposde
paci entespsi qui át r
icos,ai nci dênci ader ompi ment odeví ncul osaf etivosdur ant ea
i
nf ânciaési gnif i
cat i
vament eel evada.Embor aest esúl timosest udosconf ir
mem as
concl usõesant erioresar espei todamai ori ncidênci adeper dadamãedur ant eos
primei ros anos da i nfânci a,el es t ambém as ampl iam.Par a vár ios t ipos de
condi ções, sabe- seagor aqueasmai oresi ncidênci asdeví ncul osaf etivosdesf eitos
i
ncl uem t antoosví nculoscom ospai scomocom asmães, esãoobser vadosent r e
osci ncoeoscat orzeanos, tant oquant onospr i
mei rosci ncoanos.Al ém di sso, nas
condi çõesmai sext remas— soci opat iaet endênci assui cidas— nãosóépr ovável
queumaper dai nicialtenhaocor ridonospr imei rosanosdevi damast ambém é
provávelque t enha si do uma per da per manent e,segui da da exper i
ênci a de
repet i
dasmudançasdef igur aspar entais.
Noent ant o,demonst rarumai ncidênci amai ordeal gum f atoréumacoi sa;
demonst rarqueel edesempenhaum papelcausaléout racoi samui todi fer ent e.
Embor aamai or iadosaut or esqueapr esent aram essesdadosconcl usi vosaci ma
referidosacr editequeamai ori nci dênciadeper dasnai nfânci at em umar el ação
causalcom osubseqüent edi st úrbiopsi quiát r
ico— eexi stem i númer osr elat os
clí
nicos apont ando nessa di r
eção ( parar eferências,ver Bowl by,1963) —,
explicaçõesal ter nativasai ndasãopossí veis.Comoexempl o, amai ori nci dênci ade
mor temat ernaepat ernaem paci entespsi quiátricospoder iaserr esul t
adodof ato
deasdi
fer
ençasent
reasidadesdospaci
ent
esedeseuspai
sser
em mai
oresdo
queamédi
aparaapopul
ação.

Not
ader
odapé:

*(1).Dadosest at í
st i
cosar espeito dai ncidênci adeper dadospai sdur ant ea
i
nf ância em adul t
os depr imi dos têm si do f reqüent ement e cont raditóri
os,e eu
simpl i
fiqueia ver são or iginaldest e par ágraf oaf im de har moni zá-lo com o
pensament oat ual .
O est udo mai sr ecent eeabr angentedo pr oblema ( embor a conf inado a
mul heres)éodeGeor geBr owneTi rrilHar r
is( 1978) .Elesconcl uem queaper dana
i
nf ânciacont r
ibui,det rêsmanei rasdi sti
ntas, par aadepr essãocl íni
ca.Em pr imei ro
l
ugar ,
asmul heresqueper deram amãepormor teousepar ação, antesdos11anos
de idade,são mai s propensas a r eagirà per da,ameaça de per da e out ras
difi
culdadesecr i
sesnavi daadul tamedi anteodesenvol viment odeum di st úrbio
depr essivodoqueasmul her esquenãoexper iment arem essaper danai nf ância.
Em segundol ugar ,seumamul hersof reuumaoumai sper dasdemembr osda
famí l
iapormor teousepar açãoant esdos17anosdei dade,qual querdepr essão
quesedesenvol vasubseqüent ement eésuscet íveldesermai sgr avedoquenuma
mul herque não t enha sof rido perdas desse t i
po.Em t erceir
ol ugar,a f orma
assumi dapel aper danai nfânci aafetaaf ormadequal querdoençadepr essivaque
possa desenvol ver-se mai st arde.Quando a per da na i nfânciaf oidevi da à
separ ação,épr ovávelquequal querdoençaquesej asubseqüent ement econt raí
da
most r
e car acterísticas de depr essão neur ót i
ca,com si ntomas de ansi edade.
Quando a per da se deve a mor te,qual quer doença que se desenvol va
subseqüent ement epoder áapr esentarcar acter í
st i
casdedepr essãopsi cóti
ca,com
mui toretardament o.
BrowneHar ri
st ambém chamam aat ençãopar aal gunsdospr obl emas,
antes não r econheci dos,de obt enção de númer os vál i
dos quando se f azem
compar açõesent reum gr upodepaci entespsi qui átri
coseum gr upodecont r
ol e.
70

Sendoassi m,nãosóamor tedeum dospai socor reri


amai scedo,mast ambém
haver i
amai orpr obabi l
idadedeof ilhonascercom umacar gagenét icaadver sa.
Assi m, oquepar eceserum det erminant eambientalpoderia,nof im dascont as, ser
um det ermi nant egenét ico.
Não é f ácilt estaressa possi bili
dade.Par a que el a seja cor robor ada,é
preciso:pr i
mei r
o, quesever i
fiqueseasmédi asdasdi f
erençasent reasi dadesdos
pacient espsi quiát r
icoseasdesuasmães( e/oupai s)são,def at o,super ioresàs
médi aspar aapopul açãot otal;e,segundo,quesepossademonst r
arqueai dade
mai sel evadadospai snaépocadonasci mentodosf il
host em um ef eitoadver so
sobr eadot açãogenét icadof il
ho,det almodoqueaument eapr obabi l
idadede
distúrbiospsi quiátricos.O pr imeiror equisi
to podeserper f
eitament esat i
sf eito:
provasr ecent es( Dennehy,1966)suger em queasmédi asdasdi ferençasent reas
i
dadesdospaci entespsi quiátri
coseasdosseuspai spodem si tuar -
seaci madas
médi aspar aapopul açãodaqualel espr ovêm.Dosegundor equisit o,porém, émai s
difí
cilobt erpr ovas.Em t ermoscl aros,t al
vezleveai ndaal gum t empopar aquea
quest ãosej ar esolvida.
Noent anto,aquel esqueacr edi t
am sercausalar elaçãoent reor ompi ment o
deví ncul osaf eti
vosdur anteai nfânciaeadet eri
oraçãodacapaci dadepar amant er

nculosafet
ivos,t
ípi
cadasper t
urbaçõesdapersonal
idadenavidaadolescentee
adul
ta,apont
am outrasprovasquesustent
am suahipótese.Tai
spr
ovasenvol vem
omodopel oqualjovenspri
matashumanosesub- humanossecompor t
am quando
um ví
nculoafeti
voérompidoporseparaçãooumor t
e.

Ef
eit
osacur
topr
azodeví
ncul
osdesf
eit
os.

Quandoumacr iançapequenasevêent r
eest ranhosesem suasf i
gurasparentais
fami l
iares,ela não só se most r
ai nt
ensament e afl
it
a no moment o,mas suas
relações subseqüent es com os pai s f i
cam compr ometidas, pelo menos
tempor ar
iamente.Ocompor tamentoobser vadoem cr i
ançasdedoi sanosdei dade,
dur anteeapósumabr eveest adanumacr echer esi
denci
al,éoobj etodeum
sistemát i
coest udodescr i
ti
voeest atí
sti
coempr eendidonaTavistockporHei nicke
eWest heimer(1966).Apar tedor el
atóri
opar aaqualchamoaat ençãoéaquel aem
queel escompar am ocompor t
ament o,em r elaçãoàmãe,dedezcr i
ançasque
ti
nham est adonacr echeeagor avol t
aram par acasa,com odeum gr upode
cont rol
ef or
madopordezcr i
ançasqueper manecer am em casaot empot odo.
Nascr i
ançassepar adasobservaram- seduasf ormasdedistúrbi
odo
71

compor tament oaf etivo,nenhumadasquai sf oiobser vadanogr upodecont rolede


crianças não- separ adas.Uma f or ma é a de desl i
gament o emoci onal ;a out ra,
apar entement eopost a,éumai mpl acávelexi gênci apar aest arper todamãe.
(1)Nopr imei roencont rocom amãe,apóst erest adof or adecasacom
estr anhos porduas ou t rês semanas,uma cr iança de doi s anos mant ém-se
car act eristicament edi st ant eedesl igada.Enquant oque,dur ant eseuspr imei r
os
diasf or adecasa,écomum umacr iançachor arpat eti
cament epel amãe,quando
fi
nal ment er egressapar ecenãoar econhecerouevi tá-
la.Em vezdesepr eci pi
tar
par aamãeef icaragar radaàssuassai as,comopr ovavel ment ef ari
acasose
per dessenumal ojadur ant emei ahor a,acr i
ançaf reqüent ement eaf icaest udando
er ecusa- seadar -
lheamão.Todoocompor tament odebuscadepr oximi dade,

picadeum ví ncul oaf et i
vo,est áausent e,usual ment epar aconst ernaçãoi ntensa
damãe;econt i
nuaausent e— àsvezesapenasporal gunsmi nut os,masout r
as
vezes dur ante di as,o r eat ament o da l igação pode serr epent ino mas,com
freqüênci a,é l ent o e gr adual.O t empo em que o desl i
gament o per siste est á
Posi t i
vament ecor relacionadocom ot empodesepar ação( Quadr o2) .
(2)Quando— comoéusual— ocompor t ament odel igaçãoér eatado,uma
criançamost ra-secomument emui tomai sapegadadoqueant esdasepar ação,
Desagr ada- lhequeamãeadei xesozi nhaet endeachor arouasegui -l
apel acasa
toda.Omodocomoessaf aseevol uidependemui todecomosuamãer eage.Não
rarasvezessobr evém um conf lit
o, umacr iançaexi gindoaconst ant ecompanhi ade
sua mãe e est ar ecusando a t alr ecusa evoca pr ontament e na cr i
ança um
compor tament ohost ilenegat i
vo, capazdedesaf iaraindamai sapaci ênciadamãe.
Dasdezcr iançassepar adasquef or am obser vadasporHei nickeeWest heimer ,seis
delasapr esent aram um compor tament ohost ilint ensoeper si
st ent eem r el
açãoà
mãe,enegat i
vismoapósavol t
apar acasa;t alcompor t
ament onãof oiobser vado
nascr iançasnão- separ adas( Quadr o3) .
Écl aroqueai ndaháumagr andedi stânci aent remost rarqueosví nculosde
umacr iançacom suamãe,ef reqüent ement et ambém com seupai ,sofrem um
desequi l
íbr i
o em vi rtudedeuma br evesepar ação,edemonst rardeum modo
i
nequí vocoquesepar açõeslongasour epeti
dasest ãocausalment er el
acionadas
com ossubseqüent esdist
úrbi
osdeper sonalidade.Entret
anto,ocompor t
amentode
desligamentotãotípi
codecr i
ançaspequenas,apósumasepar ação,nãot em mais
doqueumasemel hançapassageiracom ocompor tament odedesl i
gament ode
algunspsicopatas,emborasejadifí
cildi
stinguirocompor t
ament oagressivamente
exigentedemui t
ascr i
ançasr ecent
ement er eunidasà mãedo compor tamento
agressivamenteexigent
edemui taspersonali
dadeshi stér
icas.
72

Quadro 2.Númer o de cr
ianças separ
adas e não-
separadas que most
raram
desl
igamento dur
ant
eos3 pr i
meir
osdi asapósar euni
ão (ou dur
anteperí
odo
equi
valent
e).

Nenhum desligamento:
Separadas:-.
Não-separados:10.

Desl
igament odurant
eum úni
codi
a:
Separados:1.
Não-separados:-
.

Desl
igament oalt
eradocom agar
rament
o:
Separados:4.
Não-separados:-
.

Desl
igament opersi
stent
edur
ant
e3di
as:
Separados:5.
Não-separados:-
.

Total
:Separ
ados10.Não-
separ
ados10.
Graudedesli
gamentocor
rel
aci
onadocom adur
açãodasepar
ação:r
:0,
82;p:
0,01.

É compr ovadament e út i
lo post ul
ado de que,em cada t ipo de caso,o
compor t
ament oper tur
badodoadul tor epresent
aumaper sistência,aol ongodos
anos,depadr õesdesvi ant
esdocompor t
ament odel i
gaçãoqueseest abel eceram
em conseqüênci ador ompimentodeví ncul osafet
ivosduranteai nf ânci a.Porum
l
ado,aj udaaor ganizarosdadoseaor ientaroprosseguiment odapesqui sa;por
outro,fornecediretri
zesparaotrat
ocot i
dianocom esset ipodepessoa.
Par aampl iarosnossosconheci ment osnessecampo,ser iaobvi ament ede
valorincalculávelreali
zarumalongasér i
edeexper i
mentosaf i
m dei nvest igaros
efeit
os,acur toeal ongoprazo,sobreocompor t
ament o,dor ompi ment odeum

ncul oaf et
ivo,levandoem cont aai dadedoi ndi
víduo,anat urezadoví nculo,a
extensãoeaf reqüênciadosrompiment os,além demui t
asout r
asvar iáveis.

Quadro3.Númer odecri
ançassepar
adasenão-
separ
adasquemost
rar
am f
ort
ee
persi
stent
ehosti
li
dadeàmãeapós
areunião(oudur
anteper
íodoequi
val
ent
e).

Poucoounenhum compor
tament
ohost
ilounegat
ivi
smoem r
elaçãoámãe:
Separ
ados:4.
Não-
separ
ados:10.

Forteeper sist
entecompor
tament
ohosti
lenegat
ivi
smoem r
elaçãoámãe:
Separ ados:6.
Não-separ ados:0.
Total:Separados–10.Não-separados–10.
P:0,01
73

Quadro4.
Conster
naçãopel
asepar
açãotempor
ári
adamãe,dopaioui
rmão,em meni
scos
anóxi
cosenãoanóxi
cosnonasci
mento.
2°ano:

Anóxicos:
Consternados:8.
Não-consternados:2.

Não-anóxicos:
Consternados:2.
Não-consternados:12.
Si
gnifi
cânciaP:0,01.

3°ano:

Anóxicos:
Consternados:9.
Não-consternados:2.

Não-anóxicos:
Consternados:4.
Não-consternados:7.

Si
gni
fi
cânci
aP:0,1.
Otot
aldeamost rascompreende29par
esdemeni
nosequi
par
adosporcl
asse,
or
dem denasci
mentoeidadedamãe.

Igualmente óbvio,ent r
et anto,é que quai squerexper iment os desse t ipo com
sujei
toshumanossãor ejeit
adospormot i
vosét icos.Poressasr azões, émui tobem
-vi
ndo o f at
o de est arem sendo agor a empr eendidos exper i
ment os anál ogos
usandopr imatasnão-humanos.Dadospr eliminaressuger em que, em bebêsr hesus
desei smesesdei dade, osef eit
osdeumaper dat empor ári
adamãe( seisdi as)não
são,dur ant
eeapósasepar ação,dif
erentesdosver i
fi
cadosem cr iançasdedoi s
anos( Spencer-BootheHi nde,1966)-porexempl o,af l
içãoení velr eduzi dode
ati
vidade durante a separ ação,e uma t endênci a excepci onal
ment ef or t
e par a
apegar -
seàmãedepoi squevol tar
am ar eunir-se.Além di sso,asr eaçõesdamãe
rhesusaessecompor tament onãodi fer
em dasdamãehumana.At éagor a, porém,
nãohár egi
str
odequenenhum bebê- macacot enhamost radodesl i
gament o,ei sso
poderár epr
esentarumadi ferençaprópri
adaespéci e.
Tantoem bebêshumanoscomoem macacos, veri
fi
ca- seumavast agamade
vari
ações individuais na reação ao rompiment o de um víncul
o.Par t
e dessa
vari
ação deve-se,pr ovavelmente,aos efeit
os sobre um bebê de eventos que
ocorr
em durant eagr avidezeopar t
o.Assim, Ucko(1965)apurouquemeni nosque
nopartoti
nham sof r
idoum per í
ododeasf i
xiasãomui t
omai ssensí
vei
sàmudança
ambiental
,inclusivesepar açãodamãe,doquemeni nosquenãosof rer
am asf i
xia
(Quadro4).Porout rolado,ébem provávelqueumaout rapart
edessavariânciaseja
geneti
cament edet er
mi nada.Com ef
eito,
éumahi pót
eserazoávelade
74

que uma das pr inci


paisf ormas pel
as quai s os fat
ores genéti
cos atuam par a
i
nf luenciarodesenvol vi
ment odasaúdement aledadoençament aléat r
avésde
seuef ei
tosobr eocompor t
ament odevinculação:em quegr auef orma,eem que
circunstâncias,podeum i ndiví
duoestabeleceremant ervínculosafet
ivos,ecomo
reageel eaor ompimentodessesví nculos?Real i
zandoestudosdesset ipo,t
alvez
seja possí velno futuro conjugaras pesqui sas ambientai
s e genéticas sobre
distúrbiosdecompor tament o.
75

5.Separ
açãoeper
danaf
amí
li
a*(
1).

Napr i
maverade1968, quandoeuest avanaCal ifórni
a,aSociedadePsi canalí
ticade
SãoFr anci
scoorganizouumaconf erênciaparapr ofi
ssi
onaisdasdi versasáreasde
saúdement alsobr eot ema“ SeparaçãoePer da” .Fuiconvidadoacont r
ibuire
apresenteientão uma ver são do presente estudo,o qualf oipost er
iormente
ampliadocom aaj udademeucol ega,Col i
nMur r
ayPar kes,epubl i
cadoem 1970
sobnossaaut ori
aconjunt a.Éreedi
tadoaquicom asuaper missão.

Provavelment e,todosnósest amospr ofundament econsci entesdaansi edadee


consternação quepodem sercausadasporsepar açõesdeent esquer idos,do
profundoepr olongadopesarquesepodesegui ràmor t
edeum del es,edosr iscos
queessesevent osconst i
tuem par aasaúdement al
.Umavezat entospar aesses
fatos,nãoser ádi f
íci
lverquemui tosdospr oblemasquesomoschamadosat ratar
em nossospaci entesdevem serat r
ibuí
dos, pelomenosem par te,aumasepar ação
ouumaper daqueocor r
eu,sej ar ecentement e,sejaem al gum per íodoant eri
orda
vida.Ansiedadecr ônica,depr essãoi ntermitenteousui cídiosãoal gunsdost i
pos
mai scomunsdepr oblemasquehoj esabemosser em atribuíveisat aisexperiências.
Além disso,sabe- sequeasi nterrupçõespr olongadasour epet i
dasdoví nculoent re
amãeeof i
lhopequeno,dur anteospr imeiroscincoanosdevi dadacr i
ança,são
especialmente f r
eqüentes em paci entes di agnost i
cados mai s t arde como
personali
dadespsi copáti
casousoci opáti
cas.

Not
ader
odapé:

*(
1).Publ
icadoorigi
nal
menteem Ant hony,E.J.eKouper
nik,C.(
orgs.
)(1970)
,The
Chil
dinHisFami l
y,Vol
.1.NovaIorque:JohnWi l
ey,
Copyr
ight©1970JohnWi ley&
Sons,I
nc.Reproduzi
docom per
mi ssão.
77

Osdadosquecompr
ovam essasaf
ir
mações,especi
almenteasqueseref
erem à
mai
orinci
dênci
adeperdadeum dospaisdur anteainfânci
aem amostr
asde
paci entescom t aisprobl
emas,quandocompar adoscom amost rasdecont rolesão
exami nados em out ro l ugar * (
1) . Um Pont o que desej amos enf ati
zar
par ti
cularment eéque, embor aasper dasocor r
idasdur anteospr i
mei roscincoanos
sejam,pr ovavel mente,mui t
o per i
gosas par a o f uturo desenvol viment o da
per sonalidadeasper dasocor ridasmai stardenavi dat ambém sãopot encialment e
per i
gosas.
Embor aest ej
aest atí
sticaecl ini
cament ecompr ovadaaexi st
ênci adeuma
relaçãocausalent redistúrbiopsi col
ógi coeumasepar açãoouper daocor ridaem
alguma f ase da i nfância,adol escênci a,ou até mesmo mai st arde,subsi stem
numer osospr obl emasnacompr eensãodospr ocessosem at i
vidadeet ambém das
condi çõesexat asquedet erminam seor esul
tadoébom oumau.Cont udo,nãoos
i
gnor amosi nt
ei ramente.O nosso pl ano nestear ti
go consisteem darat enção
especi alaosmét odospormei odosquai spoder emosaj udarosnossospaci entes.
Quersej am cr i
ançasouadul tos,queraper dasej arecenteout enhaocor ri
dohá
mui tot empo,acr edit
amosquepodemosdi scerniragoracertospr incípiosem que
basearanossat erapia.
Começar emospordescr everopesareol utotalcomoocor r
em em adul tos,e
apar ti
rdaíparaai nfânci
a.

Pesarel
utonavi
daadul
ta.

Contamoshoj ecom umasomaConsi deráveldei nf ormaçõesi dôneassobr eomodo


peloqualadul t
osr eagem aumaper dai mpor tant e.El aspr ovêm denumer osas
font
es,not adamenteosest udosdeLi ndemann( 1944)eMar ri
s( 1958) ,ampliados
porum r ecenteestudo,aindainéditoem suamai orpar t
e,dePar kes( 1969,1971b)
*(2)
.Embor aai ntensidadedopesarvar i
econsi deravel mentedei ndi ví
duopar a
i
ndivíduo,eadur açãodecadaf asetambém var ie, existeum padr ãoger albásico.
Num est udoant er
ior(Bowlby,1961b) ,suger i
u-sequeocur sodol utopode
divi
dir-
seem t r
êsfasespr inci
pais,massabemoshoj e, queessadi visãoomi t
iuuma
i
mpor tanteprimeir
af ase,aqualéusual mentebast ant ebr eve.

Not
ader
odapé:

*(
1).[Notadamente,osCapítul
os3e4dest evolume.]
*(
2).Asi nfor
maçõesf oram obti
dasdeumaamost rabastanterepr
esent at
ivade22
vi
úvasent reos26e65anosdei dade,duranteoanoquesesegui uàper dado
marido.HouvenadamenosdoqueCi ncol ongasentrevi
stasclí
ni cascom cada
vi
úva,aos1,3,6,9e18mesesapósof aleci
ment odocônjuge.Obt eve-
seum bom
contatoemui tagrat
idãofoiexpressapel acompr eensãoofereci
daEm dezcasos, a
mortedomar i
dotinhasidorepentina;em três,rápi
da;eem novet i
nhasi doprevi
sta
com antecedênciade,pelomenos, umasemana.
78

Oqueant eseraenumer adocomof ases1,2e3,f oireor


denado,por
tanto,como
fases2, 3e4.Asquat rof
asesagorareconheci
dassão:
1.Fasedet orporouatur
dimento,queusual
ment eduradealgumashor asa
umasemanaepodeseri nt
err
ompidaporacessosdeconst er
naçãoe( ou)raiva
extremament eintensas.
2.Fasedesaudadeebuscadaf igur
aperdi
da, dur
andoalgunsmesese, com
freqüência,vár
iosanos.
3.Fasededesorgani
zaçãoedesespero.
4.Fasedemaioroumenorgrauder eorgani
zação.

Fasedet
orpor
.

Em nossoest udo,ar eaçãoi medi ataànot íci


adamor tedomar i
dovar i
ou
muitodeumavi úvapar aout r
a.Amai ori
adel asmost r
ou- seaturdi
dae,em gr aus
vari
áveis,incapazdeacei taranotícia.Um casoem queaf asedet or
pordur oumai s
doqueoger alf oiodeumavi úvaquedi sseque,aoseri nf
ormadadamor t
edo
mar i
do,per maneceu cal ma e “ não sent i
u absolutament e nada”e f icou mui t
o
surpreendida,por tant o,quando per cebeu que est ava chorando copi osament e.
Dissequeevi touconsci ent eedeliberadament eseussent i
ment os,porquet emiaser
vencidapel adorouenl ouquecer.Dur antet r
êssemanas,cont inuour elat
ivament e
calmaecont rolada,at éque, fi
nalment e,desmor onounar uaedesf ez-
seem pr anto.
Refleti
ndosobr eessast rêssemanas,descr eveu-asmai st ar
decomosendoal go
parecidocom “ cami nharàbei r
adeum poçonegr oesem fundo” .
Mui t
as out ras vi úvas relataram que as not í
cias as t i
nham dei xado
i
nteirament eimpassí veisno começo.No ent ant
o,essa cal ma queant ecedea
tempest adeer aquebr ada,àsvezes,poracessosdeemoçãoext rema,usual ment e
demedomas, com freqüênci a,der ai
vae, em um oudoi scasos, deexaltação.

Fasedesaudadeepr
ocur
adaf
igur
aper
dida.

Al
guns dias,ou uma ou duas semanas depois da perda,ocorr
e uma
mudança,eapessoacomeça,embor aapenasepisodi
cament e,adar-
secont ada
real
idadedaperdaquesof r
eu;i
ssol
evaaespasmosdei ntensaafl
içãoeacrisesde
choro.Ent
ret
anto,quaseaomesmot empo,hágr
andedesassossego, pr
eocupações
com pensamentossobr eapessoaperdi
da,mui
tasvezesacompanhadosporuma
sensaçãodesuapr esença
79

real,eumat endênci aacent uadaai nterpr etarsinaisousonscomoumai ndicação


dequeapessoaper di
daest áagor adevol ta.Porexempl o,ouvirosom dot ri
ncoda
portaàs5hor asdat ardeéi nterpret adocomosendoomar i
dor egressandodo
trabal
ho, ouum homem nar uaéer roneament eper cebidocomoomar idoausent e.
Apur ou- sequeal gumasdessascar acterí
sticas,out odasel as,ocor r
em na
grandemai oriadasvi úvasent revistadas.Comoasmesmascar acterí
sticassão
também r el
at adaspormui t
osout rospesqui sadores, nãopodehaverdúvi dadeque
são um t r
aço r egulardo compor t
ament o de l uto e não são,em absol uto,
característi
casanor mai s.
Quandoaspr ovasdesset ipof oram r eexami nadasháal gunsanos( Bowl by,
1961b) ,suger imosque,dur anteessaf asedol ut
o,apessoaédomi nadaporum
i
mpul sopar abuscarer eaveraf i
gur aper dida.Porvezes, apessoat em consci ência
dessei mpul so,sebem que,com mai orf reqüênci a,nãot enha;algumasvezes,a
pessoadei xa- selevarporel evol untar i
ament e,comoquandovi si
taasepul t
ur aou
outros lugar es est reit
ament e associ ados à f i
gur a perdida,mas out r
as vezes
esforça-seporsuf ocartalimpulsoporseri r
racionaleabsur do.Entretanto,sejaqual
foraat i
tudequeumapessoaadot eem r elaçãoaessei mpulso,elasevêi mpel idaa
buscare, sepossí vel,recuperaroent eper dido.
Essepont odevi stafoienunci adoem 1961.At éondenosédadosaber ,até
agoranãof oiquest ionado,embor aduvi demosdequej át enhasi doger alment e
aceito.Sej acomof or,aspr ovasdequedi spomoshoj emost ram queel eest ábem
fundament ado.
Ot extosegui nt eéext raídodeum est udor ecent e,ondef icam clarasas
provasdahi pótesedabusca:
“Embor asej amospr opensosaconceberabuscaem t ermosdoat omot orde
movi ment oi nquietonosent idodaspossí veislocalizaçõesdoobj etoperdido,[a
busca]t ambém t em component esper ceptivosei deaci onai s..
.Sinaisdoobj et
osó
podem seri dentificadosporr eferênciaal embrançasdo obj eto como el eer a.
Portanto, abuscadesi nai
sdoobj etonomundoext ernoi ncluioest abeleci
ment ode
uma ‘ disposição’per cepti
va interna der i
vada da pr évia exper iência do objeto.”
(Parkes, 1969) .
Édadooexempl odeumamul herbuscandoseuf i
lhopequenoquemor reu:
elamovi ment a-
sei ncansavel ment epel osl ocaispr ovávei sdacasa,buscandocom
osol hosepensandonomeni no;ouveum est ali
doei medi atament eoi denti
ficacom
osom dospassosdof i
lhonaescada;gr i
ta, “
John, évocê? ”.Oscomponent esdest a
seqüênci asão:
(a)movi ment ar-seinquietament eeesquadr i
nharomei oambi ente;
(b)pensari ntensament enapessoaper di
da;
80

(c)desenvol veruma“ disposi ção”per ceptiva,ousej a,umadi sposi çãopar a


per ceberepr estarat ençãoaquai squerest í
mul osquesugi ram apr esençada
pessoa, eignor artodosaquel esquenãof orem relevant espar aesseobj et i
vo;
(d)dirigiraat ençãopar aaspar t
esdomei oambi enteem queser iapossí vela
pessoaest ar;
(e)chamarapessoaper di da.
Enfatiza- sequecadaum dessescomponent esest ápresent eem homense
mul her esqueper deram um ent equer i
do;al ém di sso,al gumasdaspessoasque
sof rem umaper daest ãoconsci entesdeum i mpul sodebusca.
Duascar acterí
st icasmui to comunsdo l ut o,quef oram i nterpr et
adasem
nossosescr itosant erior escomosendopar tedessei mpul sopar aabusca,sãoo
chor oear aiva.
Darwi nconcl ui
uque( 1872)asexpr essõesf aci aist í
picasdopesarnoadul to
resul tam,porum l ado,deumat endênci apar agr itarcomoumacr iançaquandose
sent eabandonadae,porout ro,deumai nibiçãodosgr it
os.Chor aregr i
tarsão,é
claro,mét odospormei odosquai sumacr iançacomument eat raier ecuper asua
mãeausent e, oual gumaout rapessoaquepossaaj udaraencont rá-la;eocor rem no
l
ut o,acr editamosnós,com osmesmosobj etivosem ment e— consci enteou
i
nconsci entement e.
Acredi tamosqueaf reqüênci acom quear aivasemani festacomopar t
edo
l
ut o nor malt em si do habi tualment e subest i
mada — t alvezpor que par eça tão
despr oposi t
adaever gonhosa.Ent retant
o,nãopodehaverdúvi daacer cadesua
ocor rênci amui tof r
eqüent e,sobr etudonospr imei rosdi as.LindemanneMar ri
s
fi
car am i mpr essionados com i sso. A r aiva f i
cou evi dent e, pel o menos
episodi cament e,em 18das22vi úvasquef oram est udadasporPar kes,eem set e
delasf oimui toacent uadanaépocadapr imeiraent revista.Osal vosdessar aiva
eram umapessoadaf amí l
ia( quat rocasos) ,sacer dot es,médi cosouf uncionár i
os
públ icos( ci
ncocasos) ,eem quat rocasosopr ópr i
omar i
domor to.Namai ori
a
dessescasos, ar azãodadapar aar ai
vaf oiqueapessoaem quest ãot i
nhasi do,de
cert
omodo, responsávelpelamor te,
ouindiferenteem rel
açãoael
a, querparacom
ofalecidooupar acom avi úva.
Entr
easquat rovi úvasqueexpr essaram suar aivaem r
elaçãoaomar ido
morto,houve uma que desabaf ou fur
iosament e dur
ante uma entrevi
sta,nove
mesesdepoi sdaper da:“ Oh,Fred,porquef oiquevocêmedei xou?Sevocê
soubesseoi nfernoquei stoé,nuncamet eri
adei xado!
”.

81

Mai st arde,el anegouqueest i


vessef ur iosaecoment ou:“ Ser iaumaper ver sidade
sei ssoacont ecesse” .Umaout ravi úvat ambém expr essousuasr ecr imi nações
raivosascont r
aomar idoport ê-ladeser tado.
Também f oicomum um cer togr audeaut o-acusaçãoger alment equandoem
tornodeal gumaomi ssãoouaçãodemenori mpor tânciaassoci adaàúl t
imadoença
ouàmor tedomar ido.Embor aser egi st rassem moment osem queessasaut o-
acusaçõeser am mui t
osever as,em nenhumadessasvi úvaser am t ãoi ntensase
i
mpl acávei s quant o em i ndi víduos cuj o pesar per sist iu at é ser ,f inalment e,
diagnost icadocomodoençadepr essi va( Par kes, 1965) .
Noest udoant erior( Bowl by,1961b) ,foisubl inhadoquear aivaéusualeút i
l
quandoasepar açãoéapenast empor ária;nessecaso, ajudaavencerobst áculosà
reuni ão com a f igur a ausent e;e,concr et i
zada a r euni ão,as expr essões
recr i
mi nat ór iasem r elaçãoaquem par ecet ersi dor esponsávelpel asepar ação
tornam menos pr ovávelque uma separ ação vol te a acont ecer.A r ai va e as
recr i
mi nações só são despr oposi tadas quando a separ ação é per manent ee
def i
nitiva.
“Foiconcl uídoosegui nt e:exi stem, por tant o,boasr azõesbi ológi caspar aque
ser eaj aat odaequal quersepar açãodeum modoaut omát icoei nst intivocom um
compor tament oagr essi vo;aper dai rrecuper áveléest at isticament et ãoi ncomum
quenãoél evadaem cont a.Nodecor rerdenossaevol ução,segundopar ece,o
nosso equi pament oi nstintivo acabou sendo f ormado de t almodo que se
pressupõequet odasasper dassej am r ecuper áveis,reagi ndoseem conf or mi dade
com essai déi a.”(Bowl by, 1961b) .
A hi pót esecent ralem t odaanossat eseéquemui tascar act er í
st i
casda
segundaf asedol utodevem serent endi dascomoaspect osnãosódasaudademas
também da busca r ealda f i
gur a per di da.Essa hi pót ese est ái nt i
mament e
relacionada,écl aro,com oquadr odecompor tament odel igaçãoquef oidescr it
o
porum denós( Bowl by,1969) .Ar gument oqueocompor tament odel igaçãoéuma
formadecompor tament oi nst intivoquesedesenvol vet ant oem ser eshumanos
comoem out rosmamí feros, dur anteai nf ânci a, equet em comoobj etivooumet aa
proxi mi dadedeumaf iguramat erna.Suger e-sequeaf unçãodocompor tament ode
l
igaçãoéapr oteçãocont rapr edador es.Embor aocompor tament odel igaçãose
mani festedemanei r
aespeci al ment ef or te* (1)dur ant eai nf ânci a, quandoédi ri
gido
par aasf i
gur aspar ent ais,el econt i
nuaem at i
vi dadedur ant eavi daadul ta,quando
ger alment eédi ri
gidopar aal gumaf i
gur aat ivaedomi nant e,mui tasvezesuma
pessoadaf amí li
amas,out rasvezes,um pat rãooual gumapessoamai svel hada
comuni dadeAt eor i
aenf at i
zaqueocompor tament odel igaçãoésusci tadosempr e
queumapessoa( criançaouadul to)est ádoent eouem di ficuldades,eémui t
o
i
nt ensoquandoel aest áassust adaouquandoaf i
gur adel igaçãonãopodeser
encont rada.
Not
ader
odapé:

*(
1).VeraNot
a1doCapí
tul
o3.
82

eémui toi ntensoquandoel aest áassust adaouquandoaf i


gur adel i
gaçãonão
podeserencont rada.Umavezque, àl uzdessat eor i
a, ocompor tament odel igação
éconsi der adocomoumapar tenor malesaudáveldaconst it
ui çãoi nsti
nt ivado
homem,sust ent a- sequeéext remament eer rôneoqual ificá- lode“ regressi vo”ou
puer i
l,quandoobser vadonumacr iançamai svel haounum adul to.Poressar azão,
também, ot ermo“ dependênci a”éconsi deradopassí veldel evaraumaper spect i
va
ser iament e equi vocada,por quant o,na l i
nguagem cot idi ana,descr everal guém
comodependent enãopodedei xardei mpl icarcer tasconot açõesdecensur a.Em
cont r
apar tida,descr everal guém como l i
gado a out rem i mpl ica uma aval i
ação
posi tiva.
Est equadr odocompor tament odel i
gaçãocomoum component enor male
saudáveldoequi pament oi nstint
ivodohomem l eva- nost ambém aconsi der ara
ansi edadedesepar açãocomoumar espost anat uralei nevi tável ,sempr equeuma
figur adel igaçãoest ái nexpl i
cáveloui njustificadament eausent e.Eàl uzdest a
hipót ese,acr editamos,quepodem sermel horent endi dososacessosdepâni coa
quesãopr opensas, comosesabe, aspessoasqueper der am um ent equer ido.Tai s
acessost êm pr obabi li
dadedeocor rerdur ant eospr imei rosmesesapósaper da,
especi al ment equandoar ealidadedessaper dasei mpõedemanei r
ai napel ávelà
pessoaenl ut ada.
Tant oonossopr óprioest udo,em pequenaescal amasi ntensivo,comoa
pesqui sar eal izadaporMaddi soneWal ker( 1967) ,suger em queamai or iadas
mul her esl evamui totempopar asuper araper dadomar ido.Sej aqualf oromodel o
psi qui át r
ico segundo o qualsão j ul gadas,menosdemet adedel asconsegui u
recuper ar-senof inaldopr i
mei roano.Das22vi úvasent revi stadasporPar kes, duas
foram consi der adasai ndaent reguesaum pr ofundopesareout rasnoveest avam
i
nt er mi tent ement e per turbadas e depr imi das.Soment e quat ro par eciam est ar
consegui ndoum bom aj ust ament onof inaldopr imei roano.I nsôni aevár i
osout r
os
i
ncômodosmenor eser am ext r
emament ecomuns.Napesqui saempr eendi dapor
Maddi son e Wal ker,um qui nto das vi úvas est ava ai nda com a saúde mui to
debi litadaenum est adoemoci onalper turbadonof inal dopr imei roano.
Enf atizamosessesdados,ai ndaqueabor recidos,poracr edit
ar mosqueos
clínicosal i
ment am,porvezes,expect ativasi rreal i
st assobr ear apidezcom que
alguém deve super ar uma per da i mpor tant e.É possí velque al gumas das
formul açõest eór icasdeFr eudsej am um t ant odesor i
ent ador asaesser espei to.Por
exempl o,umapassagem f reqüent ement eci t
adadeTot em eTabu( 1902- 3)di zo
segui nt e:“ Ol ut ot em umat arefapsí qui camui topr eci saaexecut ar:asuaf unçãoé
desl igarasl embr anças

83

esperançasdosobr evi
venteem r
elaçãoaomor t
o”.Deve-sereconheceruquando
j
ulgadosegundoessecr i
téri
o,olutoémalsucedido.O própr
ioFreud,ent
retant
o,
apercebeu-
sedisso.Assim,numacartadecondolênci
aspar aBi
nswanger(verE.L.
Freud,1961)
,escreveu:

Emboraeusai baqueapóst amanhaperdaoest adoagudodel utoacabará
por dissipar-se,t ambém sei que per maneceremos i nconsol áveis e nunca
encontraremosum subst i
tuto.Sej aoquef orquevenhapr eencheral acuna, eainda
queapr eenchessecompl etament e,cont i
nuari
asendo,nãoobst ante,umaout ra
coisa.E,nar eali
dade, éassi m quedeveser .Eaúni camanei radeper petuaraquel e
amoraquenãoquer emosr enunci ar”.
Asvi úvasent r
evi
stadasporPar kesapósum anodevi uvezf izeram ecoa
essaspal avras.Mai sdemet adedel asai ndaachavadi f
ícilaceitarof atodeo
mar i
doest armor to;amai ori
adel asaindapassavamui tot empopensandono
passadoe,porvezes,ai ndat inhaasensaçãodapr esençapr óximadomar i
do.Em
nenhumadessasvi úvasasl embr ançaseasesper ançashavi am sedesl igadodo
mor t
o.
Em nossosest udos,et ambém nosdeMaddi soneWal ker,foiapur adoque
quantomai sjovem éumamul heraoenvi uvar,maisi ntensoéoseusent iment ode
l
utoemai orapr obabil
idadedequesuasaúdeest ejaal t
eradaaocabodedoze
mesesdevi uvez.Em cont rapar t
ida,seumamul herjápassoudos65anosquando
seumar idomor r
e, ogolpeser ápr ovavelmentemui tomenosi ncapacitador .Écomo
seosl açosent r
eel esjáest i
vessem começandoaaf r
ouxar .Essadi ferençamui to
acentuadanai ntensidadeedur açãodol utotal
vezpossaf ornecerumapi stapara
secompr eenderoqueacont eceapósumaper dadurant eainf ância.

Pesarel
utonai
nfânci
a.

Háal gunsanos,um denós( Bowl by,1960b)enf ati


zouqueascr i
ançaspequenas
nãosóseaf li
gem com asepar ação, comot ambém opesardel aséfr eqüentement e
mui tomai sdemor adodoqueporvezessesupõe.Em apoi odessepont odevi st
a,
citaram-sealgumasobser vaçõesdecol egas—Rober tson(1953b)eHei ni
cke( 1956)
*(1)— sobr eoper sist
entepesardecr iançasdeum edoi sanos,em cr eches
residenciai
s,aof icarem separ adasdesuasmães,et ambém asdescr içõesde
casosdecr i
ançasnasHampst ead Nur seriesduranteaguer ra.Essesest udos
par ecem deixarcl aro que,nessas ci rcunstânci
as,cr i
anças de t enrai dade se
most r
am abert
ament epesarosascom af alt
adamãedur ante,pelomenos, al
gumas
semanas,chor andoporel aoui ndicandodeal gum outromodoqueai ndat êm
saudadedel aeesper am oseur egresso.

Not
ader
odapé:

*(
1).Vert
ambém um est
udomai
srecent
edeHei
nickeeWest
hei
mer(
1966)
.
84

Anoçãodequeopesarnai nfânciaéefêmeronãor esisteaum exameat ento, àluz


dessas obser vações.Em especi al,foicitada a descr ição fei
ta porFr eud e
Burlingham (1943)deum meni nodet r
êsanosedoi smeses,cuj opesarper sisti
u
cl
ar amentepormui totempo,embor asil
enciosament e.Repet i
mosessadescr ição
agor aporacr editarmosquecont ém muitosdadosi mpor tantes.Aoserdei xadona
creche,Pat ri
ckf oiaconsel
hado a serum bom meni no e não chor ar— caso
cont r
áriosuamãenãoovi si
tari
a.

Patri
ckt entoucumprirsuapromessaenãof oivi stochor ando.Em vezdi sso,
meneaval entament eacabeçasempr equeal guém olhavapar aele,egar ant i
a—
parasimesmoepar aquem sei nter
essasseem escut á-l
o— quesuamãevi ri
a
buscá- l
o,lhevest ir
iaocasacoeol evari
adenovopar acasacom el a.Sempr eque
um ouvi nt
epar eciaacr edi t
ar,eleficavasat isfeit
o;sempr equeal guém ocont radi zia,
Pat rickdesmanchava- seem chor oconvul sivo.
Essemesmo est ado decoi saspr ossegui u dur ant eosdoi sou t rêsdi as
segui ntes,com vár i
osel ement osnovos.Osacenosdecabeçaassumi ram um
car átermai scompul sivoeaut omát i
co:‘ Mi nhamãemevest i
ráocasacoemel evar á
denovopar acasa’ .
Maist arde, foiacr escent adaumal i
st a,cadavezmai or,depeçasdevest uár i
o
quesuamãel hevest i
r i
apar asair:‘
Elamevest ir
áocasaco,easmei ascompr idas,
ef echar áozí per ,emepor áogor ro’
.
Quandoasr epet i
çõesdessaf órmul aset omar am monót onasei ntermi návei s,
alguém l heper gunt ousenãopoder i
apar ardedi zersempr eamesmacoi sa.Pat rick
tent oudenovoserum bom meni no,comosuamãequer i
aqueel ef osse.Dei xoude
repet iraf órmul aem vozal t
a,masosmovi ment osdeseusl ábi osmost r
avam que
elecont inuavar ecitando- aconst antement e, em silênci o,par asimesmo.
Aomesmot empo,subst itui
uaspal avrasporgest os,comoseest ivesse
colocandoogor ro,vest i
ndoum casacoi magi nár io,f echandoozí per,etc.O que
num di aapar eci acomoum movi ment oexpr essivo,er ar eduzidonodi asegui ntea
um mer o gest of r
ustr ado dosdedos.Enquant o amai ori
adasout r
ascr ianças
estavam ocupadas com seus br i
nquedos,j ogando,cant ando,et c.,Pat rick,
totalment edesi nteressado,f i
cavadepénum cant o,mexendoasmãoseosl ábi os
com umaexpr essãoabsol utament et r
ági canor ost o.”( FreudeBur l
ingham,1942:
89. )
Muitacont r
ovér siasesegui uaospr imei r
osest udospubl i
cadosdeBowl by;e
suspei tamosdequeai ndapassar áal gum t empoant esquet odosospr oblemas
vent iladosf i
quem escl ar ecidos.Dasmui tasquest õesdebat idas,háapenasduas
sobr easquai squer emosf azeraquial gunscoment ár i
os.Apr i
mei r
ar efere-seao
usodot er
mol ut o;asegundadi zrespeitoàssemel hançasedi ferençasent reol uto
dacr iançaeol utodoadul to.
85

Nosest udosant er i
ores,consi derou-seút i
lusarot ermo“ l
uto”num sent i
do
ampl o,af im deabr angerumagr andevar iedadeder eaçõesàper da,i ncluindo
algumasqueconduzem aum r esul tadopat ológi co,et ambém aquel asquese
seguem aumaper danospr imeirosanosdevi da.Avant agem desseusoéquese
toma ent ão possí velreuni rnumer osos pr ocessos e condi ções que as pr ovas
most ram est ari nter-r
elacionados— assi m comoot ermo“ infl
amação”éusadoem
fisiol
ogi aepat ol ogiapar areuni rnumer osospr ocessos,al gunsdosquai st êm um
desf echosaudáveleout rossãomal sucedi doser esul t
am em pat ologia.Apr áti
ca
alternat ivaconsi st
eem r estringirot ermo“ l
ut o”aumaf ormapar ti
cularder eaçãoà
per da,ousej a,aquel a“em queoobj et oper didoégr adual ment edescat exiadopel o
dol orosoepr olongadot rabal hoder ecor darepel ot estedar eali
dade”( Wol fenstein,
1966) .Um per i
godesseuso,ent r
et anto,équepodel evaraexpect ati
vassobr e
comodever iaserol utosaudável ,
queest ãoem di scor dânci atotaldaqui l
oquehoj e
sabemos ocor r er,realment e,em mui t
as pessoas.Al ém di sso,se pr eferir
mos
convenci onarum usor estrito,vemo- nosdi ant edanecessi dadedeencont rar,ou
talvezi nventar,al gum novot er
mo;poi sacr editamosseressenci al
,sequi sermos
discut irpr odutivament eest asquest ões,di spordeal gumapal avraapr opriadapel a
qualpossamosnosr ef eri
rat odaagamadepr ocessosqueent ram em ação
quandoésof r
idaumaper da.Nest aocasi ão,usar emosot ermo“ pesar ”nesse
sent i
do,umavezquej át em si doempr egadoporanal i
stasdeum modobast ante
ampl oenãoexi steobjeçãoaquecr iançasmui t
opequenasf i
quem pesar osas.
Além det erem concent r
adoaat ençãonumaár eacentraldapsi copat ologia,
ascont rovérsiasdeanosr ecentest êm t i
domui t
osout rosefeit
osquedevem ser
bem acol hi
dosport odos.El asmost raram oquant oaindasabemospoucosobr eo
modopel oqualcr i
ançasdet odasasi dades, inclusiveadolescentes,reagem auma
per da impor tante,e sobr e que fat ores são r esponsáveis pelo desfecho mai s
favor ávelem al gunscasosdoqueem out ros*(1) ;em segundolugar ,est
imul aram
pesqui sasval iosas.
Já enf atizamos como é mui to di fí
cil
,mesmo par a adultos,apr eender
i
ntei r
ament equeal guém mui topróximoest ámor toenuncamai svol t
ar á.Par a
cri
anças,evi dent emente,émui tomai sdi fí
cilainda.Wol f
enstei
n( 1966)r elatouas
respost asdenumer osascr iançaseadol escent esquet inham perdidoum dospai s
ef oram encami nhadaspar aanál i
se,mui tasdel asdur anteopr i
mei roanoapóso
faleciment o.Ent reospont osquei mpr essionar am oseugr upodeobser vador es,
salientou-seque“ ossentiment osdet r
istezat inham sidocer ceados;havi apouco
chor o.Ai mer sãonasat ivi
dadesdavi dacot i
dianacont i
nuou...
”.

Not
ader
odapé:

*(
1).At
ualment
esabe-semui
tomai
ssobr
eascondi
çõesqueaf
etam ocur
sodo
l
utonainf
ânci
a.VerasNot
as4e5doCapí
tul
o3.
86

Ent retant o,gr adual ment e,osanal i


st asquet r
atavam essascr i
ançasaper ceber am-
sedeque,mani festament eounão,el asest avam “ negandoocar áterdef initivoda
per da” ,edequeaexpect ati
vadavol t
adoent eper didoaindaest avapr esent eem
um ní velmai soumenosconsci ent e.Asmesmaseper si
stentesexpect ativassão
regist radasporBar nes( 1964)comot endoocor ri
doem duascr i
ançasdeescol a
mat ernalqueper der am suasmãesquandot i
nham,r especti
vament e,doi sanose
mei o e quat ro anos de i dade.Essas cr ianças cont inuaram expr essando a
esper ançaeaexpect ativadequeamãer egressar i
a.
Quando,nodevi dot empocom aaj udadosanal ist
asedeout ros,essas
criançasgr adual ment eadqui r
ir
am consci ênciadequeamãe,def ato,nuncamai s
voltar ia,reagi ram com pâni coer aiva,t alcomof i
zeram asvi úvasdescr i
tasaci ma.
Rut h,umameni nade15anosdescr itaporWol f
enstein,coment ou,al gunsmeses
apósamor tedesuamãe:“Semamãeest ivesser ealment emor t
a,eu f icari
a
sozi nha. ..Ficar i
at err
ivelment eassust ada” .Em out raocasi ãocont a-sequeRut h,na
cama,à noi te,às vezes sent i
a-se desesper ada,“ cheia de frust ração,r aiva e
saudade.Ar rancavaasr oupasdecama,embr ulhava-aspar alhesdarof ormat ode
um cor pohumanoeabr açava- seael as” .
Assi m,embor acer tament eexi stam di f
erençasent reo modo como uma
criançar eageàper daeaquel ecomoum adul toreage,também hásemel hanças
mui t obási cas.
Existe,al ém di sso,umaout rasemel hançapar aaqualdesej amoschamara
atenção.Acr editamosquenãosóacr iança,mast ambém oadul to,necessi tada
assi stênci adeumaout rapessoadesuai nteir
aconf iança,sequi serr ecuper ar -
seda
per dasof rida.Aoexami nar em asr eaçõesdecr iançasàper daeamel horfor made
ajudá- las,quaset odososaut oresenf atizaram comoéi mensament eimpor t
ante
queacr iançadi sponhadeumapessoaqueat uecomosubst i
tutaper manent e,a
quem el apossal igar-segr adual ment e.Sóem t aiscircunstânciaspodemosesper ar
que uma cr i
ança venha,em úl tima i nstância,a aceitara perda como sendo
i
rremediávelea r eorganizarentão sua vi da inter
iordeacor do com isso *(1)
.
Suspeit
amosdequeomesmoocor r enocasodeadul tos,sebem quenavi da
adult
apossasermai sfácilencontrart ambém apoi onacompanhi adeal gumas
outr
aspessoas.I stolevaaduasquest õesinter-
rel
acionadasemui topráti
cas:o
quesabemosdosf atoresqueauxili
am oudi fi
cult
am olutosaudável?Qualomel hor
métodopar aajudarumapessoaenl utada?

Not
ader
odapé:

*(
1).O quanto qualquerout r
o arr
anjoéi nsat
isf
atóri
of oiexpresso,de for
ma
pungente,
porWendy, ameni nadequatr
oanosdescr i
taporBarnes(1964).Quando
opaidelaenumerouaext ensali
stadepessoasqueconheciam Wendyeaamavam,
el
ar espondeu t
rist
ement e:“Mas quando mamãe não est ava mor ta eu não
preci
savadetant
agent e.
..eupreci
savasódeuma” .
87

Condi
çõesquef
avor
ecem oudi
fi
cul
tam ol
utosaudável
.

Atualment e,ospsi quiatrasem ger alconcor dam em que,par aqueol utol eveaum
resultadof avor ável ,
enãodesf avor ável,énecessár ioqueapessoaquesof reuuma
perdaexpr esse— mai scedooumai st arde— seussent iment oseemoções.“ Sol tai
aspal avrast r
istes”,escr eveuShakespear e,“ aspenasquenãof alam suf ocam o
coraçãoext enuadoef azem- noquebr antar”.
Ent retant o,embor aat éaquit odospossamosconcor dar ,par aumapessoa
queéi ncapazdeexpr essarseussent iment osepar aout r
aqueest ejat ent ando
ajudá-laaexpr essá-los,per manecem asper gunt as:Comosol taraspal avr as?Quai s
sãoossent iment osaexpr essar?Eoquei mpedesuaexpr essão?
Exist em hoj e pr ovas de que os af etos mai sint ensos e per turbador es
provocadosporumaper dasãoomedodeserabandonado,asaudadedaf igur a
perdidaear aivapornãor eencont rá-l
a—af et osqueest ãoassoci ados, porum l ado,
aoansei odebuscaraf iguraper di
dae,porout ro,aumat endênci apar ar ecrimi nar
furi
osament e quem querque par eça sero r esponsávelpel a per da ou est ar
difi
cultandoar ecuper açãodapessoaquef oiper di da.A pessoaquesof r
euma
perdapar ecel utarcont r
aodest i
no,com t odooseuseremoci onal ,nat ent ativa
desesper ada de r evertera mar cha do t empo e r eaveros t empos f el i
zes que
subitament el he f oram ar rebatados.Em vezde enf rent ara r ealidade e t ent ar
harmoni zar -secom el a,umapessoaquesof reumaper daempenha- senumal uta
contraopassado.
Evident ement e,par adar mosàpessoaquesof reumaper daot ipodeaj uda
quedesej ar íamosdar ,éessenci alver mosascoi sasdo seu pont o devi stae
respeitarmosseussent iment os— pormenosr eali
st asquepossam par ecer .Poi s
soment e se a pessoa que sof r
e a per da sent irque podemos,pel o menos,
compr eendê- laesi mpat i
zarcom el anast ar efasqueest abel eceupar asimesma,
haver áapossi bil
idadedequeexpr esset odosossent iment osqueest ãof ervilhando
em seuí nt i
mo—seuansei opelor egr essodaf i
guraper di
da, suaesper ançadeque,
mi l
agr osament e,tudopossaai ndaest arbem, suar aivaport ersi dodeser tada, suas
recri
mi naçõesr aivosasei njustascont ra“ essesmédi cosi ncompet ent es”,“ essas
enfermei r
asi ncompet entes” ,econt r
aseupr óprioeucul pado;set ivessef ei
toi st oe
aquilo, ounãot ivessef eitoistoeaqui lo,tal
vezodesast repudesset ersi doevi tado.
Querest
ejamosnopapeldeami
godeumapessoaquer
ecent
ement
e
88

sof reuumaper daounodet er apeut adeal guém quesof reuhámui tosanosamor t


e
deum ent equer idoenãoconsegui uresol verseul ut o,par eceserdesnecessár ioe
prejudi cialcol ocar mo-nosnopapelde“ represent antesdar eal i
dade” :desnecessár i
o,
por que a pessoa que sof reu a per da est á,em al guma par te de simesma,
per feitament ecônsci adequeomundomudou;pr ejudi ci alpor que, aoi gnorar moso
mundot alcomoumapar t
edapessoaai ndaovê, afast amo- nosdel a.Onossopapel
deveser ,ent ão,odeum companhei ropr ont oaof er ecert odooapoi o,pr epar ado
par aexpl orar ,em nossasdi scussões,t odasasesper ançasedesej oset ênues
possi bil
idadesi mprovávei squeapessoaai ndaacal ent a,somadosat odasas
recr i
mi nações, remor sosedecepçõesqueaaf l
igem.Ei sdoi sexempl os.
Num est udoant erior( Bowl by,1963) ,foidescr itoocasodaSr a.Q,uma
mul herdeapr oxi madament e35anosdei dade;seupaif alecer ai nesper adament e
apósumaoper açãof acul t
at i
va,enumaépocaem queot er apeut adel a( J.B. )
estavanoext erior.Dur ant eum ano,aSr a.Q guar dar aseussent iment osesuas
i
déi aspar asimesma;ent ret ant o,noani versáriodamor t
edopai ,over dadei r
o
quadr of oi r
evel ado.
“Cont ou-meagor aquedur anteassemanasquesesegui ram àmor tedeseu
pai,t i
nhavi vidopar cialment econvi ctadequeohospi talcomet er aum er rode
i
dent idadeedeque,aqual quermoment o,el est el
ef onar iam ‘ par adi zerquehavi a
um enganoequeseupaiest avavi voepr ont opar avol tarpar acasa’ .Al ém di sso,
estavaespeci alment ezangadacomi gopoi sacr editavaque,seeut ivesseest ado
disponí vel,poder iaterexer cido a mi nha i nfluênci a sobr e o hospi tale,assi m,
consegui doqueel ar ecuper asseopai .Agor a,dozemesesdepoi s,essasi déiase
essessent i
ment osaindaper sist i
am.El aai ndaal i
ment avaumacer taexpect ativade
um r ecadodohospi tal,eai ndaest avai rr
it
adaporeunãoent rarem cont atocom a
direçãodel á.Al ém disso, secr etament e,aSr a.Qest avaf azendopr epar ativospar a
receberopaiem casa,quandoel evol tasse.I ssoexpl icavaporquef i
car af ur i
osa
com amãeport ermandador edecor aroapar tament oem queosvel host inham
vividoj untoset ambém porquecont inuavaadi andoar edecor açãodeseupr ópr i
o
apar tament o;el asent iaqueer avi talquequandoopaif i
nal ment er egressasse
pudesseencont rarosl ugar esquel heer am fami li
arest alcomoosdei xar a.”( Bowl by,
1963. )
Ora,não houve necessi dade de o seu t er apeut ai nter virem nome da
realidade;out rosj áot i
nham f eitoeel asabi abem qualer aavi sãoqueseus
par ent es e ami gos t i
nham de t udo i sso.O que el a pr eci sava er a de uma
opor tuni dadepar aexpr essarasaudade,asesper ançaseoamar gorqueseus
par ent eseami gosnão podi am ent ender .El acont ou que,nasemanaant eri
or,
pensar at ervi stoseupaiol handoavi t
rinadeumal ojaequet inhaat ravessadoa
ruapar ainspeci onarmai sdeper toohomem em quest ão.Descr eveusuaf úr i
apar a
com aenf ermei raquel he
89

tr
ansmiti
raanotíci
adamor t
edopaiecomosesent i
ratentadaaj ogá-
lanochãode
concret
oeaest ourar-
lheosmi olos.Cont
oucomosent ir
aqueoseut erapeutaa
tr
air
aporest arl
ongej ust
ament equandomaispreci
saradel e;ef al
oudemui tas
outr
ascoisasque,àluzfri
adodi a,el
amesmosabianãoser em real
ist
asej ust
as.O
queelanecessit
avadot erapeut
a,eesperamosquetenhaencont r
ado,er
aal guém
quepudessecompr eendê- laesesol i
darizassecom onão- reali
smoeai njust i
ça
dela.Com opassardosmeses, suasesper ançasesuar ai vaforam sedi ssipando, e
aSr a.Qcomeçouaser econci liarcom ar eal idadedaper da.
O mesmo papelf oidesempenhado com um r apazde16 anos,aquem
chamar emosBi l
l.Elet inhasi doexami nadopr imei roporum psi qui atra( J.B.)numa
clí
nica, quandot inhaquat r
oanosdei dade, por queascoi sasest avam cor rendomal
em seul aradot i
vo.Ahi stórianãoer amui t ocl ara, masdepr eendemosqueamãede
Billeraumapr ost i
tutaquecol ocar aof il
honum l aradot ivo,quandoel et i
nhadoi s
anos, edepoi sdesapar ecera.Bi llapresent ougr andespr obl emaseospai sadot ivos
recusar am- seaconser vá-
lo.Consegui u-separ ael eassi stênciaespeci ale,mai s
tarde,t r
atament onum est abeleci ment or esidenci alpar acr iançascom di stúrbios
sérios.Er aexami nadoal gumasvezesporanonacl ínicapel omesmopsi quiatrae,
dessemodo,pudemospr opor cionar-l
heumacer t
acont inuidade.Agor a,aos16
anos, termi nari
aaescol aem br eve.
Nessaent revista,Bi llfal ouaopsi quiat rasobr eoseupl anodei rpar aa
Amér icapr ocuraramãe.Jáest i
veranumaempr esadenavegaçãomar í
timae
estavat ent andoconsegui rapassagem t rabal handoabor dodeum car gueiro.Er a
um r apazmui t
oi nteligenteeseuspl anospar aavi agem par eciam vi áveis.Mas
i
magi ne-seoespant odopsi qui atra!Aíest avaum r apazquet i
nhavi stoamãepel a
últi
mavezquandot inhaapenasdoi sanosdei dadee,desdeent ão,nuncamai s
ti
ver anot íciasnem ouvi raf alardel a,quenãot inhaamí nimai déiadeondeel a
poder iaest ar,equenem mesmot i
nhaacer tezadonomedel a.Fr ancament e,o
planoer aum j ogodecabr a-cega.Masopsi qui atracont eve-se.Esseer aomundo
deBi lleer aopl anodeBi l
l,eel eoest avaconf i
denci andoaoseut erapeuta,cuj o
papelnãoer adepr eciá- l
onem dest ruí-l
o.Def ato,asessãot odaf oidedi cadaà
discussãodopl ano.Bi llacredi tavaqueseupaier aum mi l
it
aramer icanoequea
mãeoacompanhar adepoi sdaguer ra.Seuspl anospar aat r
avessaroAt lânt i
co
foram r eexami nados,bem comoosmét odospel osquai spoder iaganhardi nheiro
suf i
cientedoout rol adodoAt lânt i
copar acont inuarsuabusca.Nenhumaobj eção
foilevant adapel opsi quiatra,masconvi douBi llavol t
arpar aumanovaconver sa
dent r
odeumasemana, mai soumenos.Bi llvoltou.
90

Cont ouquet inhapensadomui tosobr eopl ano, masqueagor acomeçavaat ersuas


dúvidas.Tal vezf ossedi fícillocalizarsuamãe;et alvez,mesmoquef ossebem-
sucedi do,el anãooacol hessedebom gr ado.Af i
naldecont as,reflet
iuBi ll
,elenão
passar i
adeum est ranhopar ael a.Umavezmai s,dadaumaopor tunidadepar a
explor arjunt ocom al guém compr eensivot odosossent i
ment osepl anosqueel e
acariciarasecr etament edur anteanos, opr ópr i
osensoder eali
dadeer asuf i
ciente.
Nat ural
ment e,nocasodeout rospaci entes,sobr etudoosmai svel hos,que
sofreram umaper davár iosanosant es,durant eai nfânciaouadol escênci a,atarefa
deaj udá- losar ecuper arseussent iment osper didos,suasesper ançasper didasde
reuniãoesuar aivaport erem si doabandonados,podeserl ongaet ecnicament e
difí
cil.Masosobj eti
vosger aiscont inuam sendoosmesmos.
Ansi arpel oimpossí vel,raivadesmedi da,chor oi mpotent e,hor rorant ea
perspect ivadesol i
dão, súpl i
casl astimosasporcompai xãoeapoi o— sãoessesos
sentiment osqueumapessoaquesof reumaper danecessi taexpr essare, porvezes,
primei rodescobr i
r,par aquef açaal gum pr ogr esso.Ent retanto,sãosent iment os
passí veis de ser em encar ados como i ndignos e degr adantes.Na mel hordas
hipóteses,expr essá-l
ospodepar ecerhumi lhant e;napi or,podem at r
aircr íti
case
despr ezo.Nãoédeadmi r
arquet aissent i
ment osmui tasvezesacabem nãosendo
expressados, podendomai st ardeserr ecalcados.
I
stol eva-nosaf azerumaper gunta:Porqueal gumaspessoasacham mai s
dif
ícil— f reqüentement e,mui to mai s difí
cil— do que out r as expressarseus
sentiment osdepesar ?
Estamosconvi ctosdequeum mot ivoprincipalporqueal gumaspessoas
acham ext remament edi fícilexpr essarpesaréqueaf amíli
aem queel asforam
cri
adas,ecom aqualai ndaconvi vem,édaquel asem queocompor tament ode
l
igaçãodeumacr iançaévi st
osem si mpat i
a,comoal goaserel i
mi nadoomai s
rapidament epossí vel.Em t aisfamí li
as,ochor oeout r
asmani festaçõesdepr otesto
porumasepar açãopodem serqual i
fi
cadoscomopuer i
s,coisadebebês,ear aiva
ouoci úmecomosent iment osal tament erepreensíveis.Al ém disso,nessasf amí l
ias,
quant omai sumacr iançapedepar af i
carcom amãeouopai ,mai slheédi toque
tai
sexi gênci assãot olasei njustifi
cadas;quant omai sacr i
ançachor aouf azbirr
as,
mai slhedi zem queét ola,capr i
chosaoumá.Em conseqüênci adeest arsubmet ida
at aispr essões,épr ovávelqueacr i
ançaacabeacei tandoessespadr õesparasi
mesma;chor ar,fazerexi gênci as,sent i
r-
se f ur
iosa por que não são sat i
sfeit
as,
culparosout ros,t udo i sso ser áj ulgado pela criança como al go i njust
if
icado,
censur áveler ui
m.Assi m,quandosof r
eumaper dasér ia,em vezdeexpr essaro
ti
pode
91

sentiment osquei nvadem qual querpessoaquesof r eumaper da, elatendeasuf ocá


-l
os.Al ém di sso,seuspar ent es,produt osquesão damesmacul turaf ami li
ar,
compar ti
lham pr ovavel ment e das mesmas concepções cr í
ti
cas a r espei to da
emoção e sua expr essão.E assi m,a pr ópr ia pessoa que mai s necessi ta de
compr eensãoeencor ajament oéaquel aquet em menospr obabi l
idadesder ecebê-
l
os.
Umai l
ustr
açãocl aradessepr ocessodei nternal i
zaçãodoscont rolesde
censur anosédadapel ocasodePat r
ick,omeni nodet rêsanos,daHampst ead
Nurser y,descr i
toant er iorment e.Patri
ck, comoser ecor dar á,foraaconsel hadoaser
um bom meni no,compor tar-
sebem enãochor ar—casocont rári
osuamãenãoi ria
visi
tá-lo.Par ecepr ovávelquei ssoer at ípicodaat i
tudedamãeem r el
açãoàs
expressõesdeconst er nação do meni no.Por t
anto,não sur preendequeel ese
esforçasseporsuf ocart odososseussent i
ment ose,em l ugardeexpr essá- los,
desenvol vesseum r i
tualqueset or
nou cadavezmai sdi vorciado do cont ext o
emoci onalem queseor iginar a.
Evitarol utoéumai mpor t
antevar i
ant epat ológicadopesarmasnãoé,
acreditamos,a úni ca.Exi stem mui t
osadul tosquesof r
em per da osquai s,ao
procur arem aaj udadepsi qui atr
as,dãopoucaspr ovasdai nibi
çãoemoci onalque
foidescr i
taaci ma.Pel ocont rári
o,comof oidocument adonum est udoant erior
(Parkes,1965) ,essaspessoasmani festam t odasascar acterí
st icasdopesarde
umaf ormasever aepr olongada.Opr oblemaaquinãoéapur arporqueapaci ent eé
i
ncapazdeexpr essarpesar ,
masporqueel a(usual ment e,éumamul her )éincapaz
desuper á-lo.Podeser , écl aro, quemesmonessescasosexi staal gum component e
aindanãor econhecidodopesarqueest ásendoi ni
bi do;mashát r êscar acterí
st icas
quepar ecem di sti
ngui ressasr eaçõesdepesarcr ôni coequepodem suger iruma
expli
caçãoal t
ernati
va.
Em pr imeirol ugar ,verifica-
seusual ment equeal igaçãodapaci entecom o
mar i
dof alecidof oiext remament eíntima,sendoqueboapar t
edaaut o-estimae
i
dent idadedopapeldasobr eviventedependiadacont í
nuapresençadoesposo.E
mui toprovávelquet aispaci entesr el
atem tersofri
dograndeconst ernaçãomesmo
dur antebrevessepar açõest empor ári
asnopassado.Em segundol ugar,apaci ente
nãot em relaçõesest reit
ascom um out romembr odaf amíli
apar aquem possa
transferi
ral guns dos l aços que a vi nculavam ao seu esposo.Suas r el
ações
i
nt ensascom el epar ecem tersi dotãoexclusivasquemesmoaquel esmembr osda
famí l
iaqueexi stem seaf astaram, demodoque, apósof al
ecimento, asobrevivente
nãoencont roupessoasnem i nteressespar adist
raí-l
adeseupesar .Finalment e,as
relaçõesmat ri
moniaist al
vezt enham si dodenat urezaambivalent
e,pel ofatodeo
mar i
doser essenti
rdacondut apossessi vadaesposa.
92

Em t odo o caso,a sobr evi vente ger alment e descobr e al guma f ont e de aut o-
recr i
mi naçãoecast i
ga- sepornãot erconsegui dosermel horesposaeport er
permi t
ido queseu mar ido mor resse.O pesardet aispessoasf reqüent ement e
parececont erum el ement odeaut o-puni ção,comoseol utoper pét uoset i
vesse
conver tidonum deversagr adopar acom omor to,pormei odoqualocônj uge
sobr evi vent epoder ácast igar -seeexpi arsuascul pas.
Ot ratament odet ai spaci ent esmui t
asvezesédi fícil
,poi sel aspar ecem,
freqüent ement e,sabor earaopor t
uni dadequel hesédadader epetirem,sempr ede
novo,odol or osodr amadaper daquesof r
er am.Embor anãohaj aconcor dânci a
geralquant oaoval ordapsi cot erapi apar aessaspaci entes,mui topodeserf eito
paraaj udarar estabel ecerseuenvol vi ment ocom omundo.Af amí l
ia, opár ocol ocal
ouoser viçodeampar odeumaor gani zaçãocomoCr useouSamar itanspodem ser
mobi li
zadospar aat uarcomopont e, enquant oqueumami ssacomemor ativa,umas
férias com ami gos ou mesmo a r edecor ação da casa podem const itui
rum
moment ocul mi nant e, um r itodepassagem dopapeldeenl utadapar aonovopapel
devi úva.
Vist asobesseaspect o,avi uvezt or na-seum pr oblemadef amí li
a.Por tanto,
preci samossaberquai sasmudançasqueocor r
em naest ruturadi nâmi cadeuma
famí liaquandomor reum deseuspr inci pai smembr os.Infor maçõesr elevant est êm
sidoext raí dasdeum est udoqueest ásendor ealizadosobr ejovensvi úvosevi úvas
*(1).Al ém dospr obl emasemoci onai s,opr obl emamai si medi at
oéodospapéi s.
Quem,porexempl o,vaiassumi rospapéi sdomar idomor t
o?Al gunsdel es,comoa
admi nist r
açãodosassunt osdomést i
cos,passam par aomembr osobr evivent edo
casal .Out r
os per manecem vagos;assi m,mui tas vi úvas dor mem com um
travessei rooual mof adãoaol adodel asnacama.Umaj ovem vi úvager alment e
tentar áper ceberseu mar ido mor to como umaconst anteaj udanat omadade
deci sões,ef azerdosdesej osepr ef erênci asdel eabasepar aboapar tedopr óprio
compor tament odel a.Quandof orpr eci sot omardeci sõesquesesi tuam f orado
alcancedesse“ ár bitroi nterno” ,elar ecor r
er áf reqüent ement eaoi rmãodomar i
do,
comoapessoamai spr óxi madel eem t ermosdecul turaesangue.Domesmo
modo,um vi úvot endeaconsi derarasuacunhadacomoomembr omai sút i
lda
famí liadesuaesposaeapr ocur araaj udadel apar at omardeci sõesacer cados
fil
hosoudosassunt osdomést icos.
Com opassardot empo,ent r
et ant o,essasat ribuiçõesdepapéi sf enecem e
sãosegui das, com f reqüênci a,deumagr adualdesi ntegr açãodaf amí l
iaext ensa.O
viúvoouavi úvadei xadeconsi der araf amí li
adocônj ugecomoumaf ont edeapoi o
ecomeçaadesenvol verum mai orgr audeaut oconf i
ança,apesardasol idãoedas
tensõesf ami li
aresi nt ernasquei ssoacar reta.
Not
ader
odapé:

*(
1).Verol
ivr
odeGl
ick,
Wei
ssePar
kes(
1974)
.
93

Osami goseosf i
lhosconver t
em- seent ãonumai mpor t
antef ont edeaf i
rmação,à
medi daqueovi úvoouavi úvadesenvol veumapost uramai sf i
rmeeenf rentao
mundodenovo.
A capaci dadedeum vi úvooudeumavi úvapar aenf rent aressesnovos
papéi ser esponsabi li
dadesdependecl ar ament e,em par te,daper sonal idadee
exper i
ênci aanter ior ,e,em par te,dasexi gênci asf eitaspel oambi entef ami l
iaredo
apoi oqueencont rarnel e.Osf il
hospequenospodem serum f ardoouumabênção,
assi m comoospar ent esdocônj ugef aleci do;eamul hersem exper iênci adeum
trabal hof oradecasat erádesuper armui tosobst ácul os.Nãosur preendequeuma
pr opor çãosi gnificat ivadevi úvasnãoconsi gaencont rarqual quermodosat i
sf atório
devi da.Quando, depoi sdet rezemesesdevi uvez, foram i ndagadassobr ecomose
sent iam,74% dasj ovensvi úvasdeBost on concor dar am em que“ vocênunca
super ai sso” .
Um est udoquei l
ustraopapelqueami gosepar ent esdesempenham par a
i
nf l
uenci aro desf echo do l utof oir ealizado porMaddi son e Wal ker( 1967) .
Est udar am doi sgr upos,cadaum compost oporvi ntevi úvasqueconcor dar am em
serent revistadas.Essesgr uposf or am equi parados,omáxi mopossí vel ,deacor do
com asvar i
áveissoci ológicasmai scomuns.Um gr upot i
nhasi dosel ecionado
por que,aof im dedezmesesdevi uvez,t odososseusmembr ospar eci am,com
baseem suasf ichasdesaúde,t erchegadoaum r esultadobast antef avor ável;o
out rogr upot i
nhasi dosel ecionadopor quesuasf ichasdesaúdesuger iam nãot er
sidoat ingi doum r esul tadosat isfatór io.Asent revistasconf i
rmar am que, def ato,as
fichas de saúde const i
tuem um bom i ndi cadorde como uma pessoa est á
enf rent andoospr obl emasemoci onai sdavi uvez.
Nodecor rerdel ongasent revi stassemi -estruturadas, oent revistadori ndagou
quem t i
nhasecol ocadoàdi sposi çãodavi úvadur anteseuspr imei rost rêsmeses
devi uvez, e,arespei todecadaumadessaspessoas, seaconsi der araút il,inútilou
neut ra.Al ém di sso,f oram f eit
asper gunt aspar aapur arseavi úvaachar af ácilou
dif í
cilexpr essarseussent iment oscom cadapessoamenci onada, seel asat inham
encor ajadoounãoasedet ersobr eopassado,set inham i nsist i
doem di r
igirsua
at ençãopar aospr obl emasdopr esent eedof uturo, eset i
nham of ereci doqual quer
ti
podeaj udapr át ica.Comooobj etivodai nvest igaçãoer aapur arapenascomoas
pr ópriasvi úvasl embr avam seu r elacionament o com out raspessoas,nenhuma
tent ativa f oif eita par a checarse seus depoi ment os cor r
espondi am aos das
pessoascom quem el astinham est adoem cont at o.
Quandoasr espost asdosdoi sgr uposdevi úvasf oram compar adas,
94

destacaram-seassegui ntesdiferenças.Em primeir


olugar,asviúvascuj acondição
apósdozemeseser adesf avorávelr el
atar
am quet inham recebidomui t
opouco
encorajamento,tant
opar aexpr i
mi rem seupesarer ai
vacomopar afalarem sobreo
mar i
do mor to e o passado.Quei xaram-se de que,pelo contrári
o,as pessoas
pareciam tomarmaisdi f
ícilaexpr essãodesentimentosaoi nsi
sti
rem par aqueelas
serefizessem esecont rol
assem, queafinaldecontasnãoer am asúni casasofrer
,
queser iaumapr ovadesensat ezenfrent arem ospr oblemasdof uturoem l ugarde
fi
car em r episando est er il
ment e o passado.Em cont r
apar t
ida,as vi úvas cuj o
resul tadodol utof oirazoavel mentesat isf atór i
or elat
ar am comoaspessoascom
quem t inham t ido cont ato havi am f acilitado par a elaso chor o desi nibido ea
expr essãodeseusi ntensossent iment os;edescr ever am oal ívioquet i
nhasi do
poder em f alarlongael ivr ement esobr eost empospassadoscom omar idoeas
circunst ânci asdamor tedel e.
Como i nterpretaresses dados?Uma expl i
cação óbvi a,e t alvez a mai s
acei t
ável ,équeaat i
tudedessesami gosepar entesl evouavi úvaasupr imi rou
evitarexpr essõesdepesarequeor esultadopat ol
ógicoocor reraem conseqüênci a
disso.Podesert ambém queavi úvat enhaat r
ibuídoaseusami gosepar ent eso
seupr ópr i
omedodeexpr essarsent i
ment os,r esponsabi l
izando- osporsuapr ópr i
a
i
ncapaci dade.Ouambosospr ocessospodem t erocor r
idoconj untament e.
Ent retanto,nem t odas as f ormas de desf echo pat ológico descr itas por
Maddi soneWal kerpodem serat ri
buídasài nibiçãoouevi taçãodossent iment osde
pesar ;mui tasvi úvasmost raram osí ndr omedopesarcr ôni co,descr i
toaci ma.
Nessescasos,épossí velqueasexper iênci asdescr it
aspel asvi úvasr eflit
am um
colapso de comuni cação,de t almodo que a f amí li
a não er a vi sta como
compr eensi vaeút i
l.Fal tandoacompr eensãoeoapoi odepar ent eseami gos,a
viúva pode mui t
o bem t er-se visto em di ficuldades par a encont r
arqual quer
i
ncent ivopar ar ecomeçart udo,par aseenvol verem um novoi nvest iment ono
mundo, com t odososper igosdeumanovadecepçãoeper da.Em vezdi sso, par ece
queat endênci adel aédesevol t
arpar aopassado,debuscarconst ant ement eo
mar i
do, queel asópoder áencont r
arnasr ecor dações, edecondenar -seaum pesar
per sistent e.
Istonosl evaaonossopont ofinal .Umapar tedat eor iaapr esent adana
l
iterat ura psi canalíti
ca e a l inguagem usada nas di scussões cl í
ni cas não nos
sat i
sf azem i nteirament e.Porexempl o,nãoéi ncomum ochor odeadul tos,após
umaper dadesast rosa,sercl assifi
cadocomo“ umar egressão” ,ouof or teansei o
pelacompanhi adeumaout rapessoa,um i mpul sodeapegoaout r
em,serdescr i
to
como expr essão de “ dependênci ai nfant i
l”.Não só acr editamos,com bases
científicas, que
95

essat eoriaestáequi vocada,comor epr esent af r


ancament eumaat i
tudeque,se
tr
ansf eridapar aot rabalhocl ínico,sópoder efor çarast endênci asdeumapessoa
quesof reuumaper daasent ir-secul padaet erver gonhadospr ópriossentimentos
ecompor tament oque,em nossoent ender ,mai saaj udar ãoasuper araper da,
desdequeosexpr esse.
Existem outraspal avraseconcei tosqueacr editamosl evarem àsmesmas
dif
iculdades.“ Pensament omági co”e“ fant asia”sãot ermosquedevem serusados
com ext remacaut ela.Umaf ant asiaé,pordef inição,algoi nteirament enão-real
ista;
assim,desi gnarasesper ançaseexpect ativasdeumacr i
ançaquant oaor egresso
desuamãemor tacomo
“r
eal i
zaçãodeum desej oem f ant asi
a”é, em nossoent ender ,nãof azerjusti
çaat ai
s
sentiment os.Acr ençadaSr a.Qem queseupaiai ndapoder iaest arvivoestava
certament eequivocada,comoel apr ópriasuspei tava,masnadat inhadeabsur da.
Ocasi onalment ecomet em-seer ros,epessoasdesapar eci dasr eaparecem quando
menossãoesper adas.Asi déi asdeBi ll,or apazde16anosqueal i
mentavaa
esperançader eencont r
arsuamãe,er am pr ovavelment emalconcebi dasmas,
dadascer taspremissas,consti
tuí
am um pl anobastant elegit
imo.Seevi t
armos
termostãocar r
egadoscomo“ negaçãodar eal
idade”e“fantasi
a”,epref
eri
rmosusar
frasestai
scomo“ nãoacredi
tarquetenhaocor ri
doX”,“acredi
tarqueYai ndapode
serpossível”ou“f
azerum planoparaconsegui rZ”,
parece-nosqueconseguiremos
veromundomai scomoosnossospaci entesovêem,emant eraquel
aposição
neutraeempát icaapar t
irdaqual,comosabemosporexper iênci
a,ter
emosmai s
condiçõesdeosaj udar
.
96

6.Aut
oconf
iançaeal
gumascondi
çõesqueapr
omovem *
(1)
.

Noout onode1970, aTavistockCliniccelebrouoJubi l


eudeOurodesuaf undação.
Paraassi nalaroevento,aCl í
nicaesuaor ganização-i
rmã,oTavist
ockInsti
tuteof
Human Rel ati
ons,organizaram uma conf er
ênci a em que f
oram apresentados
tr
abalhosdescr evendoaspesqui sasem
cursonasduasi nsti
tui
ções.Umaver sãodopr esent
eestudofoiincl
uídanessa
conferência,e uma ver são ampl iada foipubl i
cada,maist ar
de,nas atas da
conferência.

Oconcei
todebasesegur
a.

Acumul am-seevi dênciasdequeser eshumanosdet odasasi dadessãomai s


fel
izesemai scapazesdedesenvol vermel horseust al
ent osquandoest ãosegur os
deque,port rásdeles,exi
stem umaoumai spessoasquevi r
ãoem suaaj udacaso
surjam dif
iculdades.Apessoaem quem seconf i
a,também conheci dacomouma
fi
gur adeligação( Bowlby,1969) ,podeserconsi deradaaquel aquef orneceaoseu
companhei ro( ouàsuacompanhei ra)umabasesegur aapar t
irdaqualpoder á
atuar.
Anecessi dadedeumaf iguradel i
gação,umabasepessoalsegur a,nãose
l
imitaabsol utamenteàscr i
anças, sebem que, em virt
udedeseusi mpulsosdur ante
ospr i
meirosanosdevi da,duranteessesanost alnecessidadesejamai sevidentee,
portant
o,obj etodemai sest udos.Háboasr azõespar aacr edi
tar
,entretanto,quea
necessidadeocor retambém com adol escenteseadul tosmadur os.

Not
ader
odapé:

*(
1).Origi
nalmentepubli
cadoem Gosli
ng,R.G.( or
g.)(
1973),Suppor
t,I
nnovat
ion
andAut onomy.Londres:Tavi
stockPubli
cat
ions.Reimpressocom permi
ssãodo
Tavi
stockInsti
tut
eofHumanRel ati
ons.
97

Reconhece-seque,nest esúlt
imos,anecessidadeé,em ger al,menosevi dente,eé
provávelquesej adifer
entesegundoossexosesegundoasdi ferent
esf asesda
vi
da.Poressesmot ivos,et ambém porr azõesligadasaosval oresdacul t
ura
ocidental
,anecessidadedeumabasesegur aparaadult
ost endef reqüentementea
seresquecida,oumesmodenegr ida.
Noquadr odefuncionament odapersonali
dadequedaíemer geexistem dois
conjuntospri
ncipai
sdei nfl
uências.Opri
mei r
odizrespeit
oàpr esençaouausênci a,
parcialoutotal
,deumaf igur
adeconf iança,di
spostaeapt aaf ornecerot i
pode
base segura necessár i
a em cada f ase do cicl
o vital.Est as constituem as
i
nf l
uênci asext ernasouambi entai s.Osegundoconj unt odi zr espei toàcapaci dade
oui ncapaci dader el
ativadeum i ndi víduo,pr i
mei r
o,par ar econhecerquandouma
pessoaédi gnadeconf iançaeest ádi spost aaf ornecerumabase,e,segundo,se
houveresser econheci ment o,par acol abor arcom t alpessoademodoquesej a
i
niciada emant ida uma r elação mut uament egr atificant e,Est asconst i
tuem as
i
nf l
uênci asi nt ernasouor ganí smicas.
Aol ongodavi da,osdoi sconj untosdei nfluênci asi nteratuam demanei ra
compl exaeci rcular.Num sent ido,ot i
podeexper iênci aqueumapessoat em,
especi alment edur anteai nfânci a,t em umagr andei nf l
uênci asobr eof at odeel a
esper arounãoencont rarmai st ardeumabasepessoalsegur a,et ambém sobr eo
grau de compet ênci
a que possuipar ai niciare mant err elações mut uament e
grati
f i
cant es, quandoaopor tunidadeseof erece.Nosent idoopost o, anat urezadas
expect ativas que uma pessoa t em e o gr au de compet ênci a que possui
desempenham um i mpor tant epapelnadet ermi naçãodost iposdepessoascom
quem seassoci aedomodocomo,nessecaso,el asat ratam.Em vi rt
udedessas
i
nterações,sej aqualf oropr imei ropadr ãoaseest abel ecer ,éessequet endea
persist i
r.Est aéumadaspr incipai sr azõesporqueopadr ãoder elaçõesf amiliares
queumapessoaexper iment adur ant eai nfânci aser evest edeumai mpor tânciat ão
decisivapar aodesenvol viment odesuaper sonal i
dade.
Vistasobest al uz,of unci onament odaper sonal idadesaudávelem t odae
qualquer i dade r efl
ete,em pr imei rol ugar ,a capaci dade do i ndivíduo par a
reconhecerf igur asadequadasqueest ãodi spost aseapt asapr opor cionar-l
heuma
basesegur a,e,em segundol ugar ,asuacapaci dadepar acol abor arcom essas
fi
gur asem r elaçõesmut uament egr atif
icant es.Em cont rapar tida, mui tasformasde
funcionament odaper sonal idadeper turbadar efl
etem ar eduzi dacapaci dadedeum
i
ndiví duopar ar econhecerf i
gur asadequadasedi spost asaf ornecerumabase
segur ae( OU)umar eduzi dacapaci dadepar acol abor arem r elaçõesgr at
ifi
cant es
98

com qual querdessasf igur as,quandoencont radas.Taldet erioraçãopodeserde


diversosgr auseassumi rmui tasf ormas:apegoansi oso,exigênci asexcessi vasou
mui toi ntensaspar aai dadeepar aasi tuação,não- envolviment oi ndif
erentee
i
ndependênci adesaf iador a.
Par adoxal ment e,a per sonal i
dade saudável ,quando vi sta sob essa l uz,
most ranãosert ãoi ndependent equant oosest ereót
iposcul turai
ssupõem.Os
i
ngr edient esessenci aissãoacapaci dadepar aconf i
arnosout r
osquandoaocasi ão
requer ,epar asaberem quem éconveni enteconf iar.Umapessoaf uncionandode
modosaudávelé,poi s,capazdet r
ocarpapéi squandoasi t
uaçãomuda.Or aest á
fornecendoumabasesegur aapar t
irdaqualseucompanhei r
ooucompanhei ros
podem at uar ;or a sent e sat i
sfação em conf iar em um ou out ro de seus
companhei r osque, em compensação, l
hepr oporcionaessabase.
A capaci dade par a adot ar um ou out ro papel ,de acor do com as
circunst ânci as,ébem i lustradapormui t
asmul heresdur antesucessi vasf asesde
suasvi das,desdeagr avidezat éamat er
nidade,passandopel opar t
o.Umamul her
capazdeenf rentarcom êxi t
oessasmudançasest áapt a,dur anteagr avidezeo
puer pério, segundoapur ouWenner( 1966),tantoaexpr essaroseudesej odeapoi o
eaj udacomot ambém apr opor cionarapoi oeaj uda,deumaf ormadi retaeef eti
va,
aumaf igur aapr opriada.Seur elacionament ocom omar idoéest r
eito,eel ase
most raávi daecont ent eporconf i
arnoapoi odel e.Porsuavez, elaécapazdedá- l
o
espont aneament eaout ros,i nclusiveaoseubebê.Porout rolado,di zWenner ,uma
mulherque passa porsér ias di f
iculdades emoci onai s durante a gr avi
deze o
puerpériotem,compr ovadament e,difi
culdadeem conf iarem out raspessoas.El aé
i
ncapazdeexpr essarseu desej o deapoi o ou então expr essa-o deum modo
agressivament eexigente,refletindonum casoouout rosuaf altadeconf i
ançaem
queesseapoi olheser ádado.Comument e,
elasemost r
ai nsati
sfeitacom oquel he
podeserdadoeéi ncapazdedarespont aneament eaout rem.
Paraf orneceracont i
nui dadedeapoi opot encialqueéaessênci adeuma
basesegur a,asr elaçõesent reosi ndiví
duosenvol vi
dosdeveper sistirdurant eum
perí
ododet empo,medi doem anos.Embor a,paraacl arezadaexposi ção,at eor i
a
sejaf r
eqüent ement emel horf ormuladaem t ermosnão- emoci onai s,cumpr et er
sempr e em ment e que mui tas das emoções humanas mai si ntensas sur gem
duranteaf ormação,manut enção,i nterrupçãoer enovaçãodaquel asr elaçõesem
queum par ceiroest áf ornecendoumabasesegur aaoout ro,ouem queel es
alt
ernam seuspapéi s.Enquant oqueamanut ençãoi nalteradadet aisr elaçõesé
experimentada como uma f ont e de segur ança,a ameaça de per da pr ovoca
ansiedade e f r
eqüentement er ai
va,e a per da realpr ovoca o t urbi
lhão de
sentimentos,queéopesar .
99

Aposi çãot eóricapr opost aincluium cer t


onúmer odeconcei t
osconheci dos
da t eor i
a psi canalíti
ca da r elação com o obj eto;porexempl o,o concei t
o de
dependênci a madur a,de Fai rbair
n,e o concei t
o de ambi entef acili
tador,de
Wi nnicot t,( Fairbairn,1952;Wi nnicott
,1965) .Di fere,por ém,da t eori
a cl ínica
tradicional , em numer osos pont os. Um del es é a evi t ação dos t ermos
“dependênci a”e“ necessi dadesdedependênci a”,osquai s,segundosesust ent a,
sãopar cialment er esponsávei spel aconf usãomui tosér i
anat eor i
aexi st
ente.Um
segundo pont o é atribuirimpor t
ância,par a o desenvol viment o,a exper i
ênci as
ocor ri
das dur antet odos os anos da i nfância e adol escênci a,e não quase
exclusi vament eaospr imei r
osmesesouanosdevi da.Out r
ospont ossãoqueo
esquemapr opostoévazadoem t ermosdet eoriadecont role,equeseapói anãosó
em dadoscl í
nicosmast ambém nasconcl usõesdeumavast agamadeest udos
descr i
tivoseexper i
ment ais,tantodepr i
mat ashumanoscomonãohumanos* (
1) .
Os obj eti
vos dest e ensaio são i ndicar al gumas das evi dênci as que
cor r
obor am opont odevi staesboçado,exami narsuci nt
ament eoqueseconhece
dascondi çõesquef avor ecem oui mpedem odesenvol viment odaper sonali
dade
saudável ,t alcomoéaquiconcebi da,e,sepossí vel,escl
ar ecerquest õest eór icas
quet êm si docompr ovadament eembar açosas.

Est
udosdehomensej
ovensaut
oconf
iant
es.

Duranteasduasúl timasdécadas, numer ososclínicosvol t


aram suasat ençõespara
oest udodei ndi
víduosque,ér azoávelcrer,possuem per sonalidadessaudávei se
funcionando bem.Não só essas pessoas não most r
am nenhum dos si nai
s
habituai
sdedi st
úrbiodaper sonal i
dade, t
antonopr esentequanto, at
éondesepode
averi
guar ,nopassado,comot ambém sãomani festament eautoconf i
antesebem-
sucedidasem suasr elaçõeshumanaseem seut r
abalho.Embor acadaum dos
estudospubl i
cadosat éagorasej ai nadequadosobcer tosaspect os,asconclusões
são sugest i
vas. Em pr imeiro l ugar,essas per sonalidades bem adapt adas
apresentam um per f
eit
oequi l
íbrioent r
e,porum l ado,inici
ativaeaut o-conf
iança,e,
porout r
o,acapaci dadepar abuscaraj udaef azerusodeaj udaquandoaocasi ão
r
equer
.

Not
ader
odapé:

*(
1).Tantoat eor
iapr opr
iament
edit
acomoasprovasem queel
aassent
asão
apresent
adasem maj ordetal
henospri
mei
roesegundovol
umesdeAtt
achment
andLoss( Bowl
by,1969e1973).
100

Em segundol ugar,um examedeseudesenvol viment omost raqueel asf oram


criadasem f amí li
asest reit
ament euni das,com pai sque,segundopar ece,nunca
deixar am del hespr opiciarapoi oeest í
mul o.Em t er ceirolugar , embor anest epont o
aspr ovassej am menossubst anci ais,apr ópr iaf amí li
af oi,eai ndaé,par tedeuma
redesoci alest ávelem queacr i
ançaem desenvol viment oébem acol hi daepode
mi stur ar-secom adul tosecompanhei rosdesuai dade,mui tosdosquai slhesão
fami liaresdesdeosseuspr imei rosanosdevi da.
At éondenosédadover ,cadaest udoof ereceomesmoquadr o— oquadr o
de uma base f ami l
iarest ável ,a par t
irda qualpr imeiro a cr iança,depoi so
adol escent ee,f inal
ment e,oj ovem adul t
oseaf astanumasér i
edesaí dascadavez
mai sl ongas.Embor aaaut onomi asej aevi dent ement eencor aj adaem t ai sfamí l
ias,
elanãoéf orçada.Cadapassosegueoant er i
or ,numasér iedeest ági osacessí veis.
Embor aosl açosf ami li
arespossam serat enuados, nuncasãoquebr ados.
Osast ronaut ast êm umaposi çãodest acadacomohomensaut oconf i
ant es,
capazesdevi veret rabalharef icazment eem condi çõesdegr ander i
scoeest resse.
Seusdesempenhos,suasper sonal idadesesuashi stóri
asf oram est udadospor
Kor chi neRuf f.Em doi sar tigos( Kor chineRuf f,1964;Ruf feKor chi n,1967) ,eles
publ icar am suasconcl usõespr el i
mi nar essobr eumapequenaamost radeset e
homens.
Apesardoel evadogr audeaut oconf iançaeumaní t
idapr efer ênci apel aação
i
ndependent e,t odos os homens decl arar am sent ir-
se “ sat i
sfeitos quando é
necessár ia a dependênci a de out ros”e possui rcapaci dade par a“ mant era
conf iança,em condi çõesquepoder i
am par ecerdedesconf iança” .Odesempenho
da t ripul ação da Apol o 13,quesof r
eu uma avar i
a no cami nho par a a Lua,é
testemunhodessacapaci dade.Nãosóosmembr osdat ripulaçãomant iveram sua
própr iaef iciênci aem condi çõesdegr andeper i
go,mascont inuar am cooper ando,
conf iant eeef icazment e,com seuscompanhei rosnabaset err estre.
Passandoàssuasbi ogr afias, ver i
ficamosqueesseshomens“ crescer am em
comuni dadesr elati
vament epequenasebem or gani zadas,com umaconsi derável
solidar iedadef ami l
iaref ortei dent ifi
caçãocom opai ..
.[Most raram]um padr ãode
cresci ment or elati
vament et ranqüi loesem gr andesobst ácul os,em quepuder am
enf r
ent arosdesaf i
osexi stent es,at i
ngi rní veiscr escent esdeaspi rações,adqui r
ir
cadavezmai orconf iançae, dessaf orma, ganharem compet ênci a”.
Um out roest udo,dest avezsobr ej ovensuni ver si
táriosquepar eciam aseus
prof essor espossui rumaboasaúdement alepr omet erum bom f utur ocomol í
der es
desuager açãoecomot rabalhador esem pr oldacomuni dade,f oir elatadopor
Grinker( 1962) .
101

Ent
reos65estudant
esentr
evi
stados,Gr
inkerconsider
ouqueapenasal
guns
del
esmani
fest
avam umaestr
utur
aneur ót
icadecaráter.Agr andemai
ori
aer
ade
j
ovens í nt egros,si ncer os e pr ecisos em suas aut o-avaliações,com “ uma
capaci dadepar aest abel ecerr elaçõeshumanasest reitasepr ofundas. ..com os
membr os de suas f amí li
as,col egas,pr ofessor es e o ent revistador ”.Seus
depoi ment os sobr e exper iênci as de ansi edade ou t risteza suger i
ram que t ais
sentiment os sur giam em si t
uações apr opriadas e não er am gr aves nem
prolongados.
Quant oàssuasexper iênciasdevi daf ami liar,oquadr oger aldescr itopel os
estudant esénot avel ment esemel hant eaor elatadopel osast ronaut as.Em quase
todososcasos,ambosospai sai ndaest avam vi vos.Oquadr ot ípicoapr esent ado
era o de um l arf elizet r anqüilo,em que ambos os pai s compar t
ilhavam
responsabi li
dades e i nteresses,e er am vi stos pel os f il
hos como gener osos e
afetuosos.Dur ant eai nfânci a,af i
rmar am,t i
nham- sesent i
dosegur oscom amãe,
acimadequal querout rapessoa.Aomesmot empo,i dent if
icar am- sef ortement e
com opai .Gr inkerr elatamui tomai spr ovasqueapói am essasconcl usões.
Osdadosdeum est udododesenvol viment o,dos10aos17anos,de34
adolescent esdecar act eresmui todi fer entes( PeckeHavi ghur st,1960) ,et ambém
deum pequenoest udodeest udant esbem- sucedi dos,dur ant esuat r
ansi çãodo
cursogi nasi alpar aocol egial( Mur pheyeout r
os, 1963) ,sãomui tosemel hant esaos
apresent adosporGr inker .Aspr ovasapr esent adassuger em queaaut oconf iançae
acapaci dadepar aconf iarnosout r
ossãof r
utodeumaf amí li
aquef ornecesól ido
apoioàsuapr ol
e,combi nadocom or espei toporsuasaspi r
açõespessoai s,senso
de r esponsabi li
dade e apt idão par al idarcom o mundo.Em vezde abal ara
autoconf iançadeum j ovem, par ececl ar oqueof or teapoi odaf amí liapodeest i
mul á
-l
a.Concl usõessemel hant essãor elatadasnum est udomai sr ecent ede73r apazes
adolescent es( Offer,1969) .
Essemesmopadr ãodeaut oconf i
ançabaseadanumal i
gaçãosegur acom
uma f i
gur a em quem se conf ia,e desenvol vendo- se a par t
irdest a,pode ser
obser vadodesdeopr imei roanodevi dadeumacr i
ança.Par asaberseesses
padr õespr imiti
vossãoounãoosver dadei rospr ecur soresdosquesedesenvol vem
poster i
orment e,épr eci soaguar darnovaspesqui sas.Ent r
etant o,par aosquet êm
exper i
ênci aem psi qui atri
af ami l
iar,par ecepr ovávelquesej am.
102

Desenvol
viment
odur
ant
eai
nfânci
a.

Desdeospr i
mei rost r
abal hosdeFr eud,um pr i
ncípiof undament aldapsi canál i
se
tem sidodequeasbasesdaper sonal i
dadesãoal icerçadasdur anteospr i
mei ros
anos da i nfância.As opi ni ões divergir
am,por ém,sobr e quais os anos mai s
i
mpor tantes,quai s os pr ocessos psi cológicos envol vidos e que exper iências
i
nf l
uem nadet ermi naçãodor esult
adof i
nal .Namedi daem quedadosempí r
icos
rel
evant esest avam f altando,er ainevi t
ávelqueodebat echegasseaum becosem
saída.Agor a,entretanto,gr açasaot rabalhodepsi canal istas,psicólogoscl ínicose
etologistas,as condi ções est ão mudando.Embor a os dados ai nda sej am
l
ament avelment ei nsufi
cient es,osqueexi stem jásãosuf icientesparaper mitiruma
tentati
vadear t
iculaçãosi st emáticadosdadosedat eor i
a.Al ém disso,gr açasaos
progressosr egist
r adosnabi ol
ogiateór i
ca,apr ópri
at eoriapodeserr eformuladade
um modomai sadequadoaosdados.Assi m, atualment easper spectivasdeavanço
sãoboas.
Entreosquesesi tuam navanguar dadessemovi ment o,nãosepodedei xar
deci tarMar ySal terAi nswor t
h,que,depoi sdet ert rabal hadonaTavi stockent re
1950e1954,cont inuouest udandoospr oblemasdel i
gaçãoesepar ação.Como
resul tadodessesest udos,el apubl i
couum est udonat urali
stasobr eai nteração
mãe- criança em Uganda ( Ainswor t
h,1967) ,e est á agor a apresentando os
resul tados de um est udo pl anejado sobr eai nt
eração mãe- bebê em f amíli
as
brancasdecl assemédi aem Bal t
imor e,Maryland.
Duranteoseuest udosobr eai nfância,em Uganda, Ainswor t
hnot oucomoos
bebês,umavezadqui r
idamobi l
idade,comument eusam amãecomoumabasea
par t
irdaqualr eali
zam suasexpl orações.Quandoascondi çõessãof avoráveis,
afast am- sedamãeem saí dasexpl or
atóri
aser egressam par ajuntodeladet empos
em t empos.Porvol tadosoi tomesesdei dade,quaset odososbebêsobser vados
quet inham t i
doumaf iguramat ernaestávelaquem est avam l i
gadosmost rar
am
essecompor tament o;masem casodeausênci adamãe,t aissaídasor ganizadas
tornavam- semui tomenosevi dent esoucessavam.Subseqüent emente,Ander son
(1972)r eali
zouobser vaçõessemel hantesdeexpl oraçãoapar ti
rdeumabase,por
criançasent r
equi nzemesesedoi sanosemei oquebr i
ncavam num r ecanto
i
sol adodeum j ar
di m deLondr esenquant osuasmãesest avam tranqüil
ament e
sent adasnum banco.
Em seupr ojetocui dadosament eplanejadoem Bal ti
mor e,Ainsworthnãosó
pôdeest udarmai smi nuci osament eessaespéci edecompor tament omas,al ém
disso, descreveumui t
asvar iaçõesi ndivi
duais,
103

obser vadasnumaamost rade23bebês* (1)dedozemesesdei dade.For am f eitas


obser vaçõesdocompor tamentoexpl orat órioedel igaçãodosbebês, edoequi lí
brio
ent reambos,quando osbebêsest avam em casa com suasmãeset ambém
quandoer am colocadosnumasi t
uaçãol i
geirament eest ranhadet este.Al ém di sso,
tendoobt i
dodadossobr eot i
podecui dadosmat emosquecadabebêr eceber a
dur anteopr imeiroanodevi da(medi ant esessõespr olongadasdeobser vaçãoa
i
nt ervalosdet rêssemanasnosl aresdascr ianças) ,Ai nswor tht em condi çõesde
proporhi pótesesqueconj uguem cer tost i
posdeor gani zaçãocompor tament alaos
dozemesesacer tostiposdeexper i
ênci aant eriordecui dadosmat ernos.Opr ojeto
estádescr it
oeosr esultadospreli
mi nar essãor elatadosem Ai nswor theBel l(1970);
asdi ferençasi ndividuaiseseusant ecedent essãoexami nadosem Ai nswor th, Belle
Stayt on(1971, 1974) .
Asconcl usõesdoest udomost ram que,com apenasal gumasexceções,o
modocomoum bebêdedozemesessecompor t
a, com ousem suamãeem casa, e
omodocomosecompor tacom esem el anumasi t
uaçãol i
geir
ament eest ranhade
teste,t êm mui ta coisa em comum.Tomando porbase as obser vações de
compor tament onosdoi st i
posdesi t
uação,épossí velcl assificarosbebêsem
cincogr upospr i
ncipais,deacor docom doi scr itéri
os:( a)seexpl oram mui t
oou
poucoquandoem si t
uaçõesdi f
erent es, e(b)comot ratam amãe—quandoel aest á
present e,quandoel aseaf astaequandoel ar egressa* (2).
Osci ncogr upos, com um cer tonúmer odebebêscl assif
icávei sem cadaum
deles, sãoossegui ntes:
GRUPO P:O compor tamentoexpl or at
ór iodeum bebêdest egr upovar iacom a
situaçãoeémai sevidentenapr esençadamãe.El eusaamãecomobase, mant ém
-seat entoaopar adei r
odel aet r
ocaol har escom el a.Det emposem t empos,vol ta
par aj untodamãeedesf rutadocont atocom el a.Quandoamãer egr essa,após
umabr eveausênci a,obebêar ecebeef usivament e.Nenhumaambi valênci ase
mani festademodoevi denteem relaçãoàmãe.N=8.
Not
ader
odapé:

*(
1).Embor aaamost ratotalestudadanasi t
uaçãoestr
anhacompr eenda56bebês,
soment e23del esf oram t
ambém obser vadoscom amãeem casa.
*(
2).Acl assificaçãoaquiapr esentada,baseadanocompor tament oem ambosos
ti
posdesi tuação, éumaver sãoligeir
ament emodifi
cadadaquef oiapresentadapor
Ainswortheseuscol aboradores( 1971),naqualocompor t
ament odeumacr iança
em seupr ópr iol aréaúni cafontededados.Osbebêscl assifi
cadosaquinos
gruposP,QeRsãoi dênticosaoscl assifi
cadosnosGr uposI ,IIeIIIdeAi nswor t
h.
Osbebêscl assi f
icadosaquinoGr upoTsãoosmesmoscl assi fi
cadosnoGr upoV
de Ainswor th,menos um bebê que,embor a passi
vo em casa,most r
ou ser
acentuadament eat ivonot estedesi t
uaçãoest r
anhaefoi,portanto,transferi
dopar a
oGr upoS.OsbebêsnoGr upoSsãoosmesmosdoGr upoI VdeAi nswor th,maiso
bebêt r
ansf erido.Acl assifi
caçãoaquiapr esent
adateveaapr ovaçãodapr ofessora
Salt
erAi nswor t h.
104

GRUPOQ:Ocompor t
ament odest esbebêsémui tosemel hant eaodosbebêsdo
Gr upoP.Di fer
em em que,pr i
mei ro,osbebêsdest egr upot endem aexpl or armai s
ativament enasi tuaçãoest r
anhae,segundo,t endem aserum t antoambi valent es
em r elaçãoàmãe.Porum l ado,sei gnoradoporel a,um bebêpodet omar -se
i
nt ensament eexigente;porout ro,el epode,em cont rapar ti
da,i gnorá-laouevi tá-l
a.
Ent retant o,em out rasocasi ões,oparécapazdeest abelecerumacomuni cação
recí procaf el i
z.N=4.
GRUPO R:Um bebêdest egr upoexpl oramui toat i
vament e,queramãeest eja
present eouausent e,querasi t
uaçãosej af amili
arouest ranha.El et ende,al ém
disso, adependermui topoucodamãee, com f r
eqüênci a,nãoest ái nteressadoem
queel aopeguenocol o.Em out rasocasi ões, especialment edepoi squesuamãeo
dei xousozi nhonasi tuaçãoest ranha,obebêcompor ta-
sedemodoi nteirament e
cont r
ário, orabuscandoapr oximi dadedamãeedepoi sevitando- a,orapr ocur ando
ocont atoedepoi sesqui vando- sedel a.N=3.
GRUPO S:O compor tament o dosbebêsdest egr upo éi nconst ant e.Àsvezes,
par ecem mui t
oindependent es,embor a,usual mente,apenasporbr evesper íodos;
out rasvezes,par ecem i ntensament eansi ososquant oaopar adei r
odamãe.São
nitidament eambi valent esnoqueser ef ereaocont atocom el a,buscando- ocom
freqüênci a,masnãopar ecendodesf r utá-loquandol heépr opiciadooumesmo
resi sti
ndo- lhevi gorosament e.Deum modo bast ant epar adoxal ,elest endem a
i
gnor arapr esençadamãe, quandonasi t
uaçãoest ranha, eaevi t
arapr oximi dadee
ocont atocom el a.N=5.
GRUPO T:Est esbebêst endem aserpassi vos,em casaenasi tuaçãoest ranha.
Most ram r el
ati
vament e pouco compor t
ament o expl or atóri
o, mas mui to
compor tament oauto-er ótico.Sãonot oriament eansi ososacer cadopar adei roda
mãe e chor am na ausênci a del a; cont udo, podem ser acent uadament e
ambi valent escom el a,quandoamãer egr essa.
N=3.
Quando se f az uma t entati
va de aval iação desses di ferentes padr ões de
compor tament ocomopr ecur soresdof uturodesenvol viment odaper sonal idade, as
oitocr i
ançasdosGr uposSeTpar ecem serasmenossuscet ívei
sdedesenvol ver
uma aut oconf i
ança est ável,combi nada com a conf i
ança em out ras pessoas.
Algumas são passivas em ambas as situações;outr
as expl
oram,mas só
brevement
e.Amai orpart
edelaspareceansi
osaquantoaoparadei
rodamãe,eas
rel
açõescom est
atendem aserext
remamenteambi val
ent
es.
105

Ast rêscr iançasdoGr upoR sãoext remament eat ivasnaexpl or ação,e


par ecem seri ntensament ei ndependent es.Ent retant o,suasr elaçõescom amãe
são caut el
osas,mesmo l i
gei rament ei ndi fer ent es.Par a um cl ínico,el asdão a
i
mpr essãodeser em i ncapazesdeconf iarnosout rosedet erem desenvol vidouma
i
ndependênci apr emat ura.
Asquat rocr iançasdoGr upoQsãomai sdi fícei sdeaval iar.Par ecem si t
uar -
seamei ocami nhoent reasdoGr upoReasdoGr upoP.
Seaper spect i
vaadot adanest eest udof orcor ret a, asoi tocr i
ançasdoGr upo
Pser ãoasquet êm mai orespr obabi lidadesde,nodevi dot empo,desenvol veruma
aut oconf i
ançaest ávelcombi nadacom aconf iançaem out raspessoas;poi ssãoas
quesemovi ment am mai sl i
vreeconf i
ant ement eent reum i nteresseat ivo na
expl oraçãodeseumei oambi ente,easpessoasecoi sasnel eexi stent es,sem
dei xarde mant erum est r eito cont at o com a mãe.E ver dade que most ram,
freqüent ement e, menosaut oconf iançadoqueascr iançasdosGr uposQeR, eque
na si tuação est ranha são mai s af et adas do que est as úl timas pel as br eves
ausênci asdamãe.Ent retant o,suasr el açõescom amãepar ecem sersempr e
ent usiást i
caseconf i
ant es,querexpr essasporbei joseabr aços,querem t rocasde
olhar esevocal izaçõesàdi st ância, ei ssopar ecesermui topr omi ssorpar aof uturo
del as.
Quandoot ipodecui dadosmat er nosr ecebi dosporcadaum dessesbebêsé
exami nado,usando os dados obt idos dur ant e as l ongas vi si
tas que os
i
nvest igador esf izer am àcasadecadaum del es,det r êsem t rêssemanas,dur ante
opr imei roanodevi dadobebê,mani fest am- sei nter essant esdi ferençasent reos
bebêsdecadaum dosci ncogr upos.
Aoaval iarocompor t
ament odeumamãeem r el açãoaoseubebê, Ai nswor t
h
usaquat r
oescal asdi stintasdenovepont os.Cont udo,ascl assi fi
caçõesnessas
escal assecor relaci onam at alpont oque,nopr esent eest udo,baseamo- nosnos
resul t
ados de apenas uma escal a.Tr at a-se da escal a que mede o gr au de
sensi bilidadeoui nsensi bili
dademani f est adopel amãeaossi nai secomuni cações
de seu bebê.Enquant o que a mãe sensí velpar ece est ar const ant ement e
“sintoni zada”par ar eceberos si nai s de seu bebê,é capaz de i nter pretá- l
os
cor retament eer esponder -lhes pr ont a e apr opr iadament e,a mãe i nsensí vel
freqüent ement enãonot ar áossi nai sdoseubebê,i nt erpretá-los- ái ncorr etament e
quandoosnot ar ,er esponder áael est ar di ament e, deum modoi nadequado, ounão
l
hesdar ár espost aal guma.
Quandosãoexami nadasascl assi ficaçõesnest aescal apar aasmãesdos
bebêsem cadaum dosci ncogr upos,ver ifica- sequeasmãesdosoi tobebêsno
Gr upoPobt êm umacl assificaçãouni for mement eel evada( ent re5, 5e9, 0) ,asdos
onzebebêsnosGr uposR, SeTsi tuam- senuma
106

f
aixaunif
ormementebai
xa(
1,0a3,5)easdosquat r
obebêsdoGrupoQest
ãonuma
f
aixaint
ermediár
ia(
4,5a5,
5).Essasdif
erençassãoest
ati
sti
cament
esi
gni
ficat
ivas
(
usandooTest eUdeMann-
Whi t
ney).
Asdifer
ençasent
regrupos,namesmadi reçãoe,gr
ossomodo,damesma
ordem demagni tude,sãoi gual ment eapur adasquandoasmãessãocl assi ficadas
nasout rastrêsescal as.Assi m, asmãesdebebêsdoGr upoPobt êm cl assi ficações
el
evadas nas escal as de acei tação- rejeição, cooper ação- int erferênci a e
acessibi li
dadedesconheci ment o.Inver sament e, asmãesdebebêsdosGr uposR, S
eTsãocl assificadasnumaf aixademédi apar abai xaem cadaumadessast rês
escalas.AsmãesdebebêsnoGr upoQmost ram cl assificaçõesquesesi t
uam mai s
oumenosamei ocami nhoent reascl assi fi
caçõesdasmãesdebebêsnoGr upoPe
asdebebêsnosGr uposR, 5eT, respect ivament e.
Éevi dent equeum gr andenúmer odenovosest udosser áai ndanecessár i
o
paraquesej apossí velext rai
rconcl usõescom um al togr audeconf iabilidade.Não
obstant e,ospadr õesger aisdedesenvol vi
ment odaper sonal idadeedei nt eração
mãe-bebêvi síveisaosdozemesesdei dadesãosuf icient ement esemel hant esao
queseobser vadodesenvol viment odaper sonal i
dadeedai nt eraçãoent repai se
fi
lhosem anossubseqüent espar aquesej apl ausívelacr editarqueunssãoos
precursor es dos out r os. Pel o menos,os dados of erecidos por Ai nswor th
demonst r
am queum bebêcuj amãeésensí vel ,acessí veler ecept iva,queacei tao
compor tament odel eeécooper ativanot ratoenor elaci onament ocom el e,est á
muitol ongedeseracr iançaexi gent eei nf elizqueal gumast eor iaspoder iam
suger i
r.Pel o cont rári
o,os cui dados mat er nos desse t ipo são evi dent ement e
compat ívei
scom umacr iançaqueest ádesenvol vendoumamedi dal imi tadade
autoconf i
ançaporvol tadoseupr i
mei roani versár io,combi nadacom um al togr au
deconf i
ançaem suamãeedepr azernacompanhi adel a* (1) .
Out r
asf ortesevi dênci asapont andonessadi reçãof oram apr esent adaspor
Baumr i
nd( 1967) ,quer ealizouum est udomui tomi nuci osode32cr iançasdej ardim
deinfânci a,det rêsequat roanosdei dade, esuasmães.
Assim,at éondeal cançam aspar casevi dênci asdequedi spomos,sust ent a-
se a hi pótese de que uma aut oconf iança bem al icerçada desenvol ve-se
paralelament eàconf i
ançanum dospai s,oqualpr opor cionaàcr iançaumabase
segur aapar ti
rdaqualel ar ealizarásuasexpl orações.

Not
ader
odapé:

*(
1).Publ i
caçõesmaisrecentesdaDr a.Sal
terAinswor
theseuscolegasserão
encontradasnum est
udoder ecapi
tul
açãodeAinswort
h(1977)enumamonografi
a
defi
nit
iva,Ainswor
theOutr
os( 1978).
107

Pont
osdedi
fer
ençaem r
elaçãoàsf
ormul
açõest
eór
icasat
uai
s.

Embor aoesquemat eóricoaquiapr esentadonãosej amui todi ferentedaquele


adotadoimplici
tamentepormui tosclíni
cos, eledif
erenum cer tonúmer odepont os
deboapar t
edat eori
acor rentementeensi nada.Ent r
eessasdi ferenças,citar
emos
asseguintes:
(
a)Umaênf ase,noesquemaat ual,sobr eopar âmetroambi entalfamil
iar
-
estr
anho, aqualnãoexi st
enat eoriatr
adicional;
(
b)Ênf ase,no esquema at ual,sobreosmui tosout roscomponent esda
i
nteraçãomãe- bebêal ém daamament ação;sust enta-sequeaexcessi vaênfase
sobre a amament ação pr ejudicou imensament e a nossa compr eensão do
desenvolvi
ment odaper sonali
dadeeascondi çõesqueoi nf
luenciam;
(
c)Asubst it
uiçãodosconcei tosde“ dependência”e“ i
ndependênci a”pelos
concei tosdel igação, confiança, segur ançaeaut oconf i
ança;
(d)A subst i
tuiçãodat eor i
adaor al
idadeder i
vadadat eor i
adosobj etos
i
nter nosporumat eor i
ademodel osoper aci
onaisdomundoedoeu,osquai ssão
concebi doscomo sendo const ruídosporcada i ndivíduo em r esultado desua
exper i
ênci a,determinam suasexpect ativas,ecom basenosquai soi ndi víduot raça
seuspl anos.
Exami nemos,uma de cada vez,essas di f
erenças,as quai s est ão
i
ntimament einterl
igadas.
Ai mensai mpor tâncianavi dadehomenseani maisdopar âmet rof ami l
iar-
estranhosóf oiinteirament er econheci danasduasúl ti
masdécadas,mui todepoi s
deter em si doformul adasasvár iasver sõesdet eor i
acl í
nicaai ndaensi nadas.Sabe-
sehoj eque,em numer osasespéci es,sempr equeumasi tuaçãoset omaf ami li
ara
um i ndivíduo,elaét ratadacomosef ornecessesegur ança,aopassoquequal quer
outrasi t
uaçãoét ratadacom r eser va.Aoest ranhament or eage- sedeum modo
ambi valent e;porum l ado,el eéger adordemedoer etraiment o,porout r
o,susci t
a
curi
osi dade e i nvest i
gação.A pr edomi nância de uma ou de out rar espost a
anti
t éti
cadependedemui tasvar iávei s:dogr audeest r
anhezadasi tuação,da
presençaouausênci adeumacompanhi a,edofatodeoi ndivíduoquer espondeser
madur ooui maturo,bem di spost ooucansado, saudáveloudoent e.
Ar azãopel aqualaf ami li
ar i
dadeeaest r
anhezat eriam acabadoporexer cer
efei
tost ãopoder osossobr eocompor tamentoéexami nadanaseçãof inaldest e
capítulo,com especi alreferênci aaoseupapelnapr oteção.
Enquant oai nf l
uênci adaf ami l
iaridadeeest r
anhezasobr eocompor tament o
dohomem nãof oicompr eendi da, ascondi çõesquel evam umacr i
ançaal igar-seà
mãedel aer am poucoent endi das.O pont odevi stamai spl ausí vel,subscr i
topor
Freudepel amai ori
adosanal istas, e
108

também pel os teóri


cos da apr endizagem,er a que a var i
ávelmai si mportante
consi sti
a em seramament ado pel a mãe.Essa t eoria,uma t eori
a do i mpulso
secundár io,embor a nunca t i
vesse si do baseada em pr ovas ou ar gument os
sistemát icos, l
ogoset omouampl ament eacei tael evounat uralmenteaduasout ras
noçõesqueat r
aíram numer ososadept os.Umadi zquet udooqueacont ecenos
primei r
os meses de vi da deve ser de i mpor tância mui to especi alpar ao
desenvol vi ment o subseqüent e.A out ra noção é de que,quando uma cr iança
aprendeuaal i
ment ar-
sesozi nha, deixadehaverqual querrazãopar aqueel aexi j
aa
presençadamãe;porconsegui nt e,acr iançadeveabandonart al“dependênci a”,a
qual ,daíem di ante,passaaserest i
gmat izadacomoi nfanti
loupuer i
l.
O pont odevi staaquiadot ado,eapoi adopornumer osaspr ovas( Bowl by,
1969) ,é de que o al i
ment o desempenha apenas um papelsecundár i
o no
compor tament odel i
gaçãodeumacr iançaàmãe,dequeessecompor tament ose
mani festacom omáxi movi gor* ( 1)dur ant eosegundoeot er cei
roanosdevi dae
persiste com menos i ntensidade i ndef inidament e,e de que a f unção do
compor tament odel i
gaçãoéapr ot eção.Cor olári
osdessepont odevi stasãoquea
separ açãoi nvoluntári
aeaper dasãopot encialment et raumát i
casdur anteosanos
da i nfânci a e adol escênci a,e que,com gr aus de i nt
ensi dade adequados,a
propensão par a mani festaro compor tament o de l i
gação é uma car act er
ísti
ca
saudávelenadat em depuer il.
Domesmopr essupost otr adici
onal ,dequeumacr i
ançasel igaàmãepor
dependerdel acomof ont edesuassat isf açõesf isi
ológi cas,provêm osconcei t
ose
at erminologiade“ dependênci a”e“ independência”
.Desdequeumacr iançapode
ali
ment ar-
sesozi nha,di zem osdef ensoresdat eori
adoi mpul sosecundár i
o,ela
devet omar -
sei ndependent e.Por tanto,daíem di ante,qual querdesej of or
teda
presençadeumaf iguradel igaçãopassaaserconsi deradocomoexpr essãode
uma“ necessi dadeinfantil
”,par tedeum eu“ pueri
l”quedevef icarparatrás.
Como t ermos e concei tos par a expressar a t eoria aqui pr oposta,
“dependênci a”e“ i
ndependênci a”t êm um certonúmer odegr avesinconvenientes;
porconsegui nte,sãosubst i
t uídosport ermoseconcei tost aiscomo“ conf i
arem” ,
“li
gado a” ,“ contarcom”e “ autoconf i
ança”.Em pr i
mei rolugar,dependênci ae
i
ndependênci a são i nevit
avel ment e concebidas como sendo mut uamente
exclusivas;aopassoque, comoj áfoienfati
zado,confi
arem out roseaut oconfi
ança
nãosósãocompat í
veiscomosãomut uamentecompl ement ar
es.Em segundo
l
ugar ,descr everal guém como “ dependente”impl i
ca i nevit
avelmente um mat iz
pejorativo,aopassoquedescr everal guém como“ confianteem out rapessoa”nada
tem dedepr eciati
vo.
109

Em t ercei r
ol ugar ,enquant ooconcei todel igaçãosubent endesempr el i
gaçãoa
umaoumai spessoasespeci alment eamadas,oconcei t
odedependênci anão
i
mpl icat alrelaci onament omas, pel ocont r ário, tendeaseranôni mo.
Mui toinf luenci adot ambém pel opapelespeci alat ribuídoàamament açãoeà
or ali
dadenat eor iapsi canal í
ti
caéoconcei t
ode“ objetoi nterno” ,um concei toqueé
ambí guosobmúl t
iplosaspect os( St r
achey, 1941) .Em seul ugarpodesercol ocado
oconcei to,der ivadodapsi cologi acogni tivaedat eoriadocont rol e,deum i ndi ví
duo
que desenvol ve dent ro de simesmo um ou mai s model os oper aci onais
repr esent andoaspr i
nci pai scar act erí
sticasdomundoàsuavol taedesimesmo
comoum agent enessemundo.Tai smodel osdet ermi nam suasexpect ativase
pr evisões, ef or necem- lhei nstrument ospar aaconst ruçãodepl anosdeação.
O que na t eor iat radici
onalé denomi nado um “ objeto bom” ,pode ser
ref ormul ado,dent rodest equadr oder ef er ênci a,comoum model ooper acionalde
umaf igur adel igaçãoqueéconcebi dacomoacessí vel,conf i
ávelepr ontapar a
ajudar ,quandosol icit
ada.Anal ogament e,oquenat eor iat r
adi cionalédesi gnado
comoum “ obj etomau” , podeserr eformul adocomoum model ooper aci
onaldeuma
figur adel i
gaçãoaquem seat r i
buem car act er íst
icast aiscomoacessi bili
dade
i
ncer ta,relutânci aem pr estaraj udaou,t alvez,pr obabi lidadedeumar eaçãohost i
l.
Domesmomodo, pensa- sequeum i ndivíduoconst r
óium model ooper aci onaldesi
mesmo,em r elaçãoaquem osout rosr esponder ãodecer tasf ormaspr evisíveis,O
concei todemodel ooper acionaldoeucompr eendedadosquesãoat ualment e
concebi dosem t er mosdeaut o-i
magem, aut o-est ima, et c.
Em que medi da t ais model os oper aci onais são pr odut os vál idos da
exper i
ênci arealdeumacr iançaaol ongodosanos,ousãover sõesdi st orcidasde
talexper iência, éumaquest ãodesumai mpor tânci a.Ost rabalhosdepsi quiatr i
ada
famí liadosúl timos25 anosapr esentar am numer ososdadossuger indo quea
for maqueomodel oadot aé,def ato,for tement edet ermi nadapel asexper i
ênci as
reai sdeumacr iançadur ant eai nfânci a,mui t
omai sdoquesesupunhaant es.Est e
é um campo de i nt eresse vi tale r equer ,ur gent ement e,uma i nvest igação
especi ali
zada.Um pr obl emacl í
ni coedepesqui saconsi steem queosi ndivíduos
per turbadosf reqüent ement epar ecem mant erdent r
odel esmai sdeum model o
oper aci onalt ant o do mundo como do eu- no- mundo.Al ém di sso,t aismodel os
múl t
iplossãof reqüent ement eincompat ívei sent resiepodem sermai soumenos
i
nconsci entes.
Talvezset enhaditoosufici
ent
eparamostr
arqueoconceit
odemodelos
operacionaisécent r
alparaoesquemapropost
o.Oconcei
topodeserel
abor
adoa
fi
m deper mi t
irquemuitosaspect
osdaest
rut
ura
110

daper sonali
dadeedo mundo i nterno sejam descri
tosdemodo aaut orizara
pesquisari
gorosaeadef i
niçãoprecisa.
Assim, ateori
aaquipropostanãosóest áenunci adaem l
inguagem dif
er ent
e,
mascont ém numerososconceitosdisti
ntosdaquelesusadospelateori
atradicional
.
Entr
emui t
asout r
ascoisas,essesconcei tospermitem umanovaabor dagem do
vel
hopr oblemadaansiedadedesepar ação,aqual,quandoexcessiva,éi
nimi gado
desenvolvi
mentodaauto-confi
ança.

Opr
obl
emadaansi
edadedesepar
ação.

Asnumer osasobser vaçõesdo compor tament o decr i


ançaspequenas,quando
retiradas de seus pai s e col ocadas em ambi entes est ranhos com pessoas
estr anhas,descr itasporJamesRober t
soneout r
osdur ant eosúl timosvi nteanos,
ainda não f or
am i nteirament e articuladas na t eoria cl ínica.Não exi ste ainda
concor dânciasobr easr azõespel asquai saexper iênci aét ãoaf lit
ivapar auma
criançanaépoca,nem porqueel a,post er i
or mente,semost rat ãoi ntensament e
apr eensivacom medodequet alexper i
ênci avol t
eaacont ecer .
Em anosr ecentes, numer ososexper i
ment osf oram r eal i
zadoscom macacos
j
ovensquef oram separ adosdamãe, usual ment eporcer cadeumasemana.Sej am
quai sfor em asdi ferençasquesepr oveexi stirem entreasr eaçõesdemacacosede
ser eshumanosem t alsituação,oquei mpr essionadei medi at oéasemel hançada
respost a.Na mai oria das espéci es de macacos est udadas,o pr otesto pela
separ açãoeadepr essãodur anteamesmasãomui t
opr onunci adose,apósa
reuni ão,o apego àmãeémui to mai or.Nosmesessubseqüent es,embor aos
i
ndi víduosvar i
em,osbebêssepar adost endem,em médi a,aexpl orarmenosea
fi
carmai stempoagar radosàmãe;eper manecem vi sivel ment emai st í
mi dosdo
queosbebêsmacacosquenãoexper i
ment aram umasepar ação.( Par aum exame
dest esdados, verHi ndeeSpencer -Boot h,1971. )
Essesest udosdemacacossãodegr andeval ornamedi daem que:
(a)For necem pr ovascl aras,gr açasaexper iment ospl anejadosquemant êm
estávei s numer osas var i
áveis,de que,na vi da real,as obser vações de ser es
humanost ornam di fícilchegar -
seaconcl usõesf ir
mes;
(b)Demonst ram que, mesmoquandot odasasout rasvar i
áveissãomant idas
const antes, um per íododesepar açãodamãesusci tapr ot estoedepr essãodur ante
asepar ação, eumaansi edadedesepar açãomui tomai orapósar euni ão;
111

(c)Deixam claroqueost iposder espostaàsepar açãoquesãoobser vados


em sereshumanospodem, em outrasespécies,sermedi adasaum nívelpri
miti
voe,
presumi vel
ment e,i
nfra-
simból
ico.
Estaúl t
imaconcl usãoquest i
onaasvár iast eor
iasclini
camenteder i
vadas
quepr ocuram expl i
caraansiedadedesepar ação,dadoqueamai orpartedelas
consideravi r
tualment eaxi
omát i
coqueasepar açãoinvoluntár
iadeumaf i
gura
mat er
nanãopode,porsimesma,ger aransiedadeoumedoeque,por t
anto,deve
existiralgum out roper igoqueépr evistoet emi do.Mui tasedi ver sassugest ões
foram pr opost aspar aoquepoder iaseresseout roper igo.Porexempl o,Fr eud
(1926) ,que f oio pr imei ro a consi derara ansi edade de separ ação como um
probl ema- chave,suger i
uque,par aosser eshumanos,“ asi tuaçãof undament alde
perigo é uma si t
uação r econheci da,r ecor dada e esper ada de i mpot ênci ae
desampar o”.Mel anieKl einpr opôst eoriasi nvocandoum i nst i
ntodemor teemedo
deani quilament o,et ambém t eoriasder i
vadasdesuasi déiassobr eansi edade
depr essivaeper secut ória.Ot raumadonasci ment oéai ndaumaout rasugest ão.
Revendo a l it
eratura, f i
ca mui to cl ar o que mui tas das quest ões mai s
veement ement edebat idasem psi copat ologiaepsi coterapi agr avitaram,eai nda
gravitam,em t ornodecomoconcei tuamosaor igem enat urezadaansi edadede
separ ação( Bowl by,1960a, 1961a, 1973) .Comoodebat epr osseguehát ant ot empo
e com t ão pouco pr ogr esso,l evant a-se a quest ão de saberse est ão sendo
formul adasasquest õeser radase( ou)seest ãosendout il
izadospr essupost os
i
niciai serrados.Exami nemos, poi s,quaisf oram ospr essupost osi nici ai
s.
Quaset odasast eor iassobr eoquepr ovocamedoeansi edadeem ser es
humanospar tiram dasuposi çãodequeomedosóéapr opr i
adament esusci tado
em si tuaçõesper cebidascomoi ntrinsecament edol orosasouper i
gosas.Pensa- se
quet alper cepçãoder ivaoudeexper iênci aspr éviasdedorouent ãodeal guma
consci ênci ainat adef orçasi nt erioresper igosas.Umaouout r
adessassuposi ções
seráencont radanat eor i
adaapr endizagem,napsi qui atriat radi cional ,como é
exempl i
ficadonum est udodeLewi s( 1967) ,eem t odasasdi versasver sõesda
psicanál i
seesuasder i
vações.
Quem adot arum pr essupost odesset ipol ogosedef rontarácom of atode
queosser eshumanosf reqüent ement emani festam medoem numer osassi tuações
comunsquenãopar ecem seri nerent ement edol orosasouper i
gosas.Quant osde
nós,poder -se-á per gunt ar,sent iremos pr azerem ent rarsozi nhos numa casa
compl et
ament eest r
anhaei mer saem t otalescur idão?Queal íviosent i
ríamosse
ti
véssemosa companhi a deal guém,ou uma boa l uz,ou,depr eferênci a,um
companhei roeumal uz!
112

Embor a na i nfânci a si t
uações desse gêner o suscitem medo mai sf áci le
i
nt ensament e, éinútilfingirqueosadul t
osest ãoacimadessascoi sas.Qualificaros
medosdesset ipocomo“ infantis”,comosef azf r
eqüentement e,équer erf ugira
umapor çãodequest ões.
Éi mpr essionant ever ifi
carcomoexi stem tãopoucosest udosempí ri
cosdas
situaçõesquecomument edesper t
am medoem ser eshumanos, depoisdot rabal ho
sistemáticodeJer sildnoi níciodadécadade1930.Aspubl icaçõesem queel es
foram divulgados( porexempl o,Jersil
deHol mes, 1935;
Jersild, 1943)sãomi nasde
i
nf ormaçõesút eis.
Em cr iançasent reosegundoeoqui ntoanosdevi da,r elat
aJer sil
d,exi ste
um cer t
onúmer odesi tuaçõesbem def ini
dasquehabi t
ual ment esusci t
am medo.
Porexempl o,asdescr içõesde136cr ianças,num per í
ododet r êsmeses,most ram
quenadamenosde10% del asmost raram medo,pel omenosnumaocasi ão,
quandocol ocadasem conf r
ont ocom cadaumadassegui ntessi t
uações:(a)r uídoe
eventos associ ados a r uído;( b)al tura;( c)pessoas est ranhas,ou pessoas
conhecidascom i ndument áriaest r
anha;( d)objet
osesi t
uaçõesdenat urezainsól ita;
(e)animai s;(f)doroupessoasassoci adasàdor .
Também exi stem pr ovas abundant es de que as cr ianças mani f
est aram
menosmedoquandoacompanhadasdeum adul todoquequandosozi nhas.Par a
qual querpessoaf ami l
iari
zadacom cr ianças,essesdadosdi f
icil
ment epodem ser
consi der adosr evol ucionár ios.
Ent retanto,nãoénadaf áci
lhar moni zá-loscom ospr essupostosdosquai s
par t
eamai or i
adat eor i
zação.Fr eudt inhaper fei
tanoçãodi ssoeconf essou-se
perpl exocom opr obl ema.Ent r eassol uçõesqueel ebuscouest áat ãoconheci da
tentat i
vadedi stingui rent reum per i
gor ealeum per igoimagi nário.At esequeel e
expõeem I nibições,Si ntomaseAnsi edade( 1926),podesersi nteti
zada,usando
suaspr ópr i
aspal avr as:“ Um per i
gor ealéum per i
goqueameaçaumapessoa,
oriundodeum obj etoext erno” .Portanto,sempr equeaansi edadeé“ acer cadeum
perigoconheci do” ,podeserconsi deradacomouma“ ansiedader eali
sta”;aopasso
que,sempr e que f or“ acer ca de um per igo desconheci do”,ser á“ ansi edade
neur ótica”.Comoomedodeest arsozinho, noescur ooucom est r
anhos, émedo, na
opiniãodeFr eud,deper i
gosdesconheci dos,deveserconsi deradoneur ót ico(S.E.
,
Vol .20,pp.165- 7) .Al ém di sso,como t odasascr i
ançasexper iment am esses
medos,sust enta-se que t odas as cr ianças sof rem de neur ose (pp.147- 8)
.
Cer t
ament e, hámui tosquenãosesat isfazem com t alsolução.
Asdi ficuldadescom queFr eudsedebat eudesapar ecem quandoseadot a
umaabor dagem compar at ivadomedohumano.Poi sevidenci a-sequeohomem
nãoé, em absol ut o, aúni caespéci equedemonst ramedo
113

em si tuaçõesquenãosãoi ntri
nsecament edol orosasouper igosas( Hinde,1970) .
Ani mai sdemui tasespéci esapr esent am um compor t
ament odemedoem r espost a
ar uí
doseout rasmudançasbr uscasdeest i
mul ação,ao escur o et ambém a
estranhoseaevent osi nsól i
tos.Oabi smovi sualeum est ímul oquer apidament ese
expande t ambém susci t
am medo,r egularment e,em ani mais de numer osas
espéci es.
Quando i ndagamos como é que si tuações desses t i
pos podem t ão
facilment eger aromedoem ani mai sdet antasespéci es,nãoédi f
íci
lper ceberque,
embor anenhumadel assej ai ntrinsecament eper igosa, cadaumadessassi tuações
é,em cer t
ogr au, potenci alment eper i
gosa.Porout raspal avras, enquant onenhuma
delascont ém um al tor i
sco,cadaumadel ascompor taum r iscol i
geirament emai s
elevado, mesmoqueesser iscoaument e,digamos, de1%par a5%.
Vistasobest epr isma,cadaumadessassi tuaçõescausador asdemedoé
consi deradaum i ndícionat ur aldemai orrisco.Reagi rcom medoat odasessas
situaçõesé,por tant o,reduzi rosr iscos.Comot alcompor t
ament opossuival orde
sobr evivência,ar gument a-sequeoequi pament ogenét icodeumaespéci etoma- se
talquecadaum deseusmembr os, aonascer ,tendeasedesenvol verdemanei raa,
usual ment e,passarasecompor tardessaf ormat í
pica.O homem nãoconst itui
exceção.
Umadi sti
nçãoaquii nvocada,equeéum l ugarcomum par aoset ologistas
masumaf ontedemui t
aconf usãoeper pl
exidadepar aospsi cólogosexper iment ai s
ecl í
nicos,éadi st
inçãoent recausaçãoef unçãobi ológica— porum l ado,as
condi ções que causam o compor t
ament o e,porout ro,a cont r
ibuição desse
compor tament opar aasobr evivênci adaespéci e.Nest at eoria,consider a-sequeo
estranhament oeout rossi naisconcr etosdesempenham,cadaum del es,um papel
causalnager açãodocompor tament odemedo;enquant oqueaf unçãodet al
compor tament oéapr oteção.
Talvez a di stinção ent re a causa e a f unção de um det ermi nado
compor tament opossaserescl ar
ecidacom r eferênciaaocompor t
ament osexual ,
em queadi sti
nçãoét ãoóbvi a,queger al
ment eél idacomocer t
aevi rtualmente
esquecida.Em t ermoscl aros,adi sti
nçãoéassi m descri
ta:osestadoshor monais
do organi smo ecer tascar acter
íst
icasdo par ceiro do sexo opostol evam,em
conjunto,aoi nt
er essesexualedesempenham papéi scausaisnapr oduçãodo
compor tament osexual .A f unçãobi ológicadessecompor tamento,entretanto,é
umaout raquest ão;éar eprodução.Umavezquecausaçãoef unçãosãodi st
intas,
épossível, pormei odacont racepção, i
nterferi
rentreocompor t
amentoeaf unçãoa
queeleser ve.
Em ani maisdet odasasespéci esnão- humanas, ocompor tamento
114

sepr ocessasem queoani mal( pr esumi vel ment e)t enhaqual queri nsi ghtdaf unção.
Omesmopodeserdi todamai or iadosser eshumanos,amai orpar tedot empo.
Sobest epr isma,nadahádesur pr eendent enof atodeosser eshumanosr eagirem
habitualment ecom um compor t ament odemedoem cer tassi tuações,apesarde
um obser vadordef or apodersaberque,em t aissi t
uações,oaument odor i
scode
vi
daémí ni mo,ounem mesmoi sso.Noi nício,apessoasi mpl esment er eageà
si
tuação— umasúbi tamudançaouum al toní velder uído,um r ost oest r
anhoou
um acont eciment oi nsól ito,um movi ment obr usco—enãoaqual querest i
mat ivade
ri
sco.Ocál culopr udent eder iscopodeounãosesegui r.
Asepar açãor el utantedeumacr i
ançadeseuspai s,oudeum adul t
odeum
companhei roem quem conf ia,podesersi mpl esment econsi der adacomouma
outrasi t
uaçãodomesmogêner o,embor asej aum exempl oum t antoespeci al.
Mesmoem comuni dadesci vil
izadas, existem mui t
asci rcunst ânci asem queor i
sco
é um t ant o mai orquando um i ndivíduo est á sozi nho do que quando est á
acompanhado.I ssoacont eceespeci alment edur anteai nf ânci a.Porexempl o,os
ri
scosdeaci dentesem casaobvi ament esãomai oresquandosedei xaumacr i
ança
sozinhadoquequandoopaiouamãeest ãoporper to.Omesmopodeserdi tode
aci
dent esnar ua.Em 1968,nodi strit
ol ondr i
nodeSout hwar k,46% det odosos
aci
dent esdet rânsi toocor rer am com cr iançasdemenosde15anos,com amai s
al
tai ncidênci anogr upoet áriodost rêsaosnoveanos.Mai sde60% dessas
cri
ançasest avam compl etament esozi nhas, edoi st erçosdasr est ant esestavam na
companhi adeapenasumaout racr i
ança.Par aosvel hosoudoent es, vi
versozi nho
éum r i
sconot ório.Mesmopar aadul t
ossaudávei s,excur si onarpel asmont anhas
oupr ati
caral pinismosozi nhosi gni fi
ca, mat eri
alment e, aument aror iscodevi da.No
meioambi enteem queohomem evol ui u,osr i
scosqueacompanham oest ar
sozinhodevem t ersi do,porcer to,mui tomai or es.Umasi mpl esr ef l
exãomost ra,
portanto,que,comoest arsozi nhoaument aor isco,nãof altam r azõespar aqueo
homem t enhadesenvol vidosi st emascompor tament ai squeol evam aevi tá-lo.No
casodosser eshumanos,r eagi rcom medoàper dadeum companhei roem quem
seconf ianãoé, poi s, mai sdesconcer tant edoquer eagi rcom medoaqual querdos
outros indí cios nat urais de per igo pot encial— est ranheza,movi mento súbi to,
mudançabr uscaoual toní velder uí do.Em t odososcasos,r eagi rassi mt em val or
desobr evi vênci a.
Umacar act erísticamui toespeci aldocompor tament odemedoem ser es
humanos e em out ros ani mai s é o gr au em que r ecr udesce em si tuações
caracterizadaspel apr esençadedoi soumai ssinai sconcr et os;por
115
exempl o, oest ranhoquesubi tament eseapr oxi ma, ocãodesconheci doqueui va, o
ruídoi nesper adoqueseouvenoescur o.Coment andosobr easobser vaçõesf eitas
dur ante21 di asporpai sacer ca desi tuaçõescausador asdemedo,Jer silde
Hol mes ( 1935)assi nalam que combi nações de duas ou mai s das segui ntes
car acterísticas f oram f reqüent ement e ci t
adas em conj unto:r uído,pessoas e
situaçõesest ranhas,oescur o,movi ment obr uscoei nesper ado,eest arsozi nho.
Enquant o que uma si tuação assi nal ada poruma úni ca dessas car acter ísticas
poder á apenas al er taro i ndi víduo,o medo,mai s ou menos i ntenso,pode
per fei
tament esersusci tadoquandovár iasdel asest ãopr esentesem conj unt o.
Por quear espost aaumacombi naçãodef atoresé,com f reqüênci a,mui to
mai orou di ferent e do que a r espost a a qual querum del es i soladament e,é
conveni entedesi gnart aissi tuaçõescomo“ compost os”,um t ermoescol hidopar a
l
embr araanal ogiaquí mi ca( Bowl by,1973) .
Em conf ormi dade com out ros dados sobr e os ef eitos de si tuações
compost as, osexper iment oscom cr iançasecom macacosr hesus( Rowel leHi nde,
1963)most ram aenor medi ferençadei nt ensi dadedasr eaçõesdemedosegundoa
presençaouausênci adeum companhei rodeconf iança.Porexempl o,Jer silde
Hol mes ( 1935)apur aram que,quando cr ianças de t rês e quat ro anos f oram
solicitadasai rapanharumabol aquer ol arapar aum cor redorescur o,met adedel as
recusar am- seaf azê- l
o, apesardosi nci tament osdosexper i
ment ador es.Ent retant o,
quandoum dosexper i
ment ador esasacompanhou,quaset odasascr i
ançasse
most r
ar am di spost asai rpr ocur arabol anoescur o.Di f
erençasdomesmot ipo
foram obser vadas em mui tas out ras si tuações l evement e assust ador as,por
exempl o, quandoumacr i
ançaf oisol icitadaaapr oxi mar -sedeum cachor roi menso,
presoporumacor rent e,eacar iciá-lo.
Essesr esul tadoshar moni zam- sedet almodocom aexper iênci acomum que
podepar ecerabsur doal ongar mo- nosem suadescr i
ção.Ent r
etant o, éevi dent eque,
quandopsi cólogosepsi qui atraspassam at eorizarsobr eomedoeaansi edade,o
signi f
icadodessesf enômenoséser iament esubest i
mado.Porexempl o,quandose
prest aadevi daat ençãoaessesr esultados, deixadeserum mi stérioque, em quase
todasassi tuaçõesf ami li
ar es, omedoeaansi edadesej am gr andement er eduzi dos
pelamer apr esençadeum companhei rodeconf iança.Tai sconcl usõeshabi lit
am-
nosacompr eendert ambém porqueaacessi bili
dadedospai sesuadi sponi bi l
idade
par ar esponderdáaumacr i
ança,um adol escent eouum j ovem adul tocondi ções
par asesent irem segur os,eumabaseapar ti
rdaqualpodem conf iant ement e
procedera expl or ações.El uci dam- nos i gual ment e sobr e o modo como,da
adol escênci a em di ante,out ras f i
gur as de conf iança passam a t erf unções
semel hant es.
116

I
ssonoslevadevol t
aaopont odepar ti
dadenossaar gumentaçãoeaj udaa
expli
carporque o apoi o deci
dido e sistemático dos pais,combi nado com o
encorajamentoeor espei
topelaaut onomiadeumacr iança,muitolongedeabalara
autoconfi
ança,f
ornece,pelocontrário,ascondiçõesem queel apodedesenvol ver
-
semel hor.Também aj udaaexpl icarporque,i nversamente,umaexper i
ênciade
separaçãoouper da,ouameaçasdesepar açãoouper da,especial
ment equando
usadaspelospaiscomosançõespar ainduzirobom compor tamento,podem abalar
aconf i
ançadeumacr iançanosout r
oseem simesma,acar r
etandoassim um ou
outrodesviododesenvol vimentoót imo— af altadeconf i
ançaem simesma,a
ansiedadeoudepr essãocrônica,onão- envolvi
mentodi st
anteouai ndependência
arrogant
equesoafalso.
Umaautoconfiançabem fundamentada,podemosconcl ui
r,é,ger
almente,o
produtodeum cresci ment
ol ent
oenãor epri
mido,dainfânci
aat éamat uri
dade,
duranteoqual,atravésdai nter
açãocom out ros,i
ncent
ivadoreseconf i
ávei
s,a
pessoaaprendeacombi naraconfiançanosoutroscom aconfi
ançaem simesma.
117

7.For
maçãoer
ompi
ment
odeví
ncul
osaf
eti
vos*
(1)
.

O RoyalCol lege ofPsychi at


rist
s organi
za anualment e uma conf erênci
a em
homenagem aHenr yMaudsl ey,quefoium benfei
tordainsti
tuiçãopredecessor
ado
Coll
ege,a RoyalMedi co-
PsychologicalAssociati
on (et ambém do Hospi tal
Maudsl ey).Fuiconvidadoapr ofer
iraconferênci
ade1976nar euni
ãodoCol lege,
real
izadaem Londr esnoout ono.Foipublicadaem f ormamui toampliadaeem
duaspar tesnaprimaveraseguinte.

Et
iol
ogi
aepsi
copat
ologi
aàl
uzdat
eor
iadal
igação.

Desdeost emposem quei nicieimeusest udosdepsi quiatr


ianoHospi t
alMaudsl ey,
meus i nter esses concentraram- se na cont ri
buição do mei o ambiente de uma
pessoaaoseudesenvol vi
ment opsi cológico.Dur antemui tosanos,essaf oiuma
áreamenospr ezadaesóagor aestár ecebendot odaaat ençãoquemer ece.I sso
nãof oicul pador esolut
odef ensordoest udoci entíf
icodosdi stúrbi
osment ais,cuja
vi
daeobr ar ecordamoshoj e.Poi sai ndaqueem al gumaspassagensdeseus
escrit
ossepossapensarqueHenr yMaudsl eydeupoucai mportânci
aaosf atores
ambi entais, i
ssoestálongedeserver dadei ro,comof i
caevi dentepelalei
turadeseu
i
nf l
uentel ivro,Responsibil
ityinMent alDi seases,publ i
cadoháquaseexat ament e
um sécul o.Com ef eit
o,desdeoi níci
odesuacar rei
ra, aabor dagem deMaudsl eyf oi
debiólogo—comoser i
adeseesper ardof il
hodeum agr i
cultor;

Not
ader
odapé:

*(
1).Origi
nalmentepubl
icadoem Bri
ti
shJour
nalofPsychi
atry(
1977),130:201-
10e
421-31.Reimpressocom per
missãodoRoyalCol
legeofPsychi
atr
ist
s.
119

eel esabi aqueem psi quiatri


a,comoem t odasascoi sasbi ológicas,énecessár i
o
consi derar“oi ndivíduoeseumei oambi ente,ohomem esuasci rcunst âncias”,e
quei ssor equerqueadot emosumaabor dagem em t er mosdedesenvol viment o*(1).
Assi m,aopr epar arest aconf erênci
a,quemesi ntomui tohonr adoport ersi do
convi dadoapr of eri
rnestadat a,considero-meapoi adopel aconvi cçãodequeoseu
tema,ododesenvol viment osocialeemoci onalem di ferentest i
posdeambi ente
fami l
iar,estádeacor docom t udooqueHenr yMaudsl eydef endeu.
Oque,porumaquest ãodeconveni ência,designocomot eoriadal i
gação,é
um mododeconcei t
uarapr opensãodosser eshumanosaest abel ecerem fortes
vínculos af et
ivos com al guns outros,e de expl icaras múl tiplas formas de
const ernaçãoemoci onaleper turbaçãodaper sonali
dade, incl
uindoansi edade, r
aiva,
depr essãoedesl igament oemoci onal,aqueasepar açãoeper dai nvoluntáriasdão
origem.Comoum cor podet eori
a,li
dacom osmesmosf enômenosqueant eser am
tratadosem t ermosde“ necessidadededependênci a” ,ou de“ relaçõescom o
objeto”,oude“ simbi oseei ndi
viduação” .Embor ai ncor poremui t
odopensament o
psicanal í
t i
co,ateor i
adal igaçãodi f
er edapsi canál iset radicionalaoadot arum cer t
o
númer odepr i
ncípiosqueder i
vam dasdi scipli
nasr elativament enovasdaet ologiae
teoriadocont role;assi mf azendo,est áhabi l
itadaadi spensarconcei tost aiscomo
osdeener giapsí quicaei mpul so,eaest abelecerest reitosl açoscom apsi cologi
a
cogni t
iva.Osmér it
osqueseat ribuem ael asãoque, embor aseusconcei t
ossej am
psicológi cos,elessãocompat ívei
scom osdaneur ofisiologiaedabi ol
ogi ado
desenvol viment o,eque,t ambém,seconf orma aoscr itér i
oshabi tuaisdeuma
discipli
naci entífi
ca.
Osdef ensor esda t eori
a da l igação ar gument am quemui tasf ormasde
distúrbiopsi quiátri
copodem serat ribuídasouadesvi osnodesenvol viment odo
compor tament o de l igação ou, mai s r arament e, a uma f alha em seu
desenvol viment o;ar gument am t ambém que a t eor ia escl arece a or igem e o
trat
ament o dessas condi ções Em suma,a t ese dest a conf erência é que,se
quisermosaj udart er apeuticament et aispaci entes, énecessár i
oqueoshabi l
itemos
aconsi derarmi nuci osament ecomoosseusmodosat uai sdeper ceberel i
darcom
pessoas emoci onal ment e si gnificat i
vas, i ncluindo o t erapeuta, podem ser
i
nf l
uenci adose,t al
vez,ser iament edi st orci
dospel asexper iênciasqueel estiveram
com seuspai sdur ant eosanosdai nfânci aeadol escênci a,equepossi velment e—
pelomenosal gumasdel as—ai ndaper sistem our eper cutem nopr esente.

Not
ader
odapé:

*(
1).Acitaçãoédeum ensai
odeMaudsleypubli
cadoem 1860.Porestaeoutr
as
i
nformaçõessobreavi
daeobr adeMaudsl
ey,est
ougratoàdescri
çãofei
taporSir
AubreyLewisna25Conf
erênci
aMaudsl
ey(Lewis,
1951).
120

Issoi mpl i
caqueopaci ent erevej aessasexper iênci asdomodomai shonest o
possível,uma r evisão que o t erapeut a pode apoi arou i mpedi r.Numa br eve
exposição,sóépossí velenunci arpr incípioseosf undament osl ógicosqueos
subent endem.Começamoscom um br eveesboçodoqueseent endeport eor iada
l
igação.( Paraumadescr i
çãomai scompl etadosdadosem quesebasei a,os
conceitosempr egadoseosar gument osaseuf avor ,com t odasasr eferênci as,ver
ostrêsvol umesdeAt tachmentandLoss, Bowl by,1969, 1973, 1980. )
At é meados da década de 1950,só pr edomi nava um pont o de vi st
a
expli
citament efor mul adosobr eanat urezaeor igem dosví nculosaf eti
vos, e, sobre
essaquest ão,haviaconcor dânciaent r
epsi canali
st aset eóricosdaapr endi zagem.
Osví nculosent rei ndi víduosdesenvol vem- se,segundoer asust entado,por queum
i
ndivíduodescobr eque,par asat i
sfazercer tosi mpul sos,comoporexempl ode
ali
ment ação nai nf ânci aedesexo navi daadul ta,énecessár io um out ro ser
humano.Esse t i
po de t eoria propõe duas espéci es de i mpul sos,pr i
már ios e
secundár ios;cl assifica o al i
ment o e o sexo como i mpul sos pr imár ios,e a
“dependênci a”eout rasr elaçõespessoai scomosecundár i
os.Embor aost eór i
cos
das r elações obj et ais( Bali
nt,Fai r
bai rn,Gunt ri
p,Kl ein,Wi nnicott)t ent assem
modificaressaf ormul ação,osconcei tosdedependênci a,or alidadeer egr essão
persi
st i
ram.
Osest udosdosef eit
osper niciososdapr ivaçãodecui dadosmat ernossobr e
odesenvol viment odaper sonal i
dadel evaram-meaquest i
onaraadequaçãodo
model ot radici
onal.Noi níciodadécadade1950,ost rabal hosdeLor enzsobr e
i
mpr inting,quet i
nham si dopubl i
cadosor igi
nal menteem 1935,t omar am-semai s
geralment econheci doseof ereceram umaabor dagem al ter
nativa.Lor enzt inha
veri
ficadoque,pel omenosem al gumasespéci esdeaves,dur anteospr i
mei ros
dias de vi da,desenvol vem- se fortes víncul os com uma f igura mat erna,sem
qualquerr eferênciaàal iment açãoesi mpl esment eatravésdaexposi çãodof i
lhote
àf i
gur aem quest ão,com aqualsef ami l
iari
zou.Ar gument andoqueosdados
empí ri
cossobr eodesenvol viment odol açodeum bebêhumanocom suamãe
podem sermel horentendi dosem t ermosdeum model oder i
vadodaet ol
ogi a,
deli
neeiuma t eoria da ligação num ensai o publ i
cado em 1958.Si multânea e
i
ndependent ement e,Har l
ow ( 1958)publ i
cou os r esul t
ados de seus pr i
mei ros
estudos com f ilhotes de macacos r hesus cr iados com bonecos como mães-
subst i
tutas.Um bebêmacaco,apur ouHar l
ow,agar rar-se-
áaum bonecoquenãoo
ali
ment a, desdequeessebonecosej amaci oeconf ortável
.
Dur anteosúl t
imos15anos, foram publ i
cadosnumer ososestudosempí ricos
sobrecr ianças( porexempl o, RobertsoneRober tson,1967-72;
121

Heini ckeeWest heimer ,1966;Ai nswor th,1967;Ai nswor th,Bel leSt ayt on,1971,
1974;Bl ur t
onJones,1972) ,at eor iaf oiconsi der avel ment eampl i
ada( porexempl o,
Ainswor th,1969;Bowl by,1969;Bi schof ,1975) ,ef oiexami nadaar elaçãoent rea
teoriadal igaçãoeat eoriadadependênci a( MaccobyeMast er s,1970;Gewi rtz,
1972)* (1).For am pr opost asnovasf ormul açõesar espei todaansi edadepat ol ógica
edaf obi a( Bowl by,1973) ,assi m comodol utoesuascompl i
caçõespsi quiátricas
(porexempl o,Bowl by, 1961c;Par kes, 1965, 1971a, 1972) .Par kes( 1971b)ampl ioua
teoriapar aabr angert odaagamader eaçõesobser vadassempr equeumapessoa
sedef ront acom umai mpor tant emudançaem suasi tuaçãovi tal.For am f eitos
mui tosest udosdecompor tament ocompar ávelem espéci espr imat as( veroexame
crí
ticodessesest udosporHi nde, 1974) .
Em suma, ocompor tament odel igaçãoéconcebi docomoqual querf or made
compor tament o que r esul t
a em que uma pessoa al cance ou mant enha a
proximi dade com al gum out roi ndivíduo di ferenci ado e pr ef eri
do,o qualé
usual ment econsi der adomai sf or tee( ou)mai ssábi o.Embor asej aespeci alment e
evident edur anteospr i
mei rosanosdai nfânci a,sust enta- sequeocompor tament o
del igaçãocar acteri
zaosser eshumanosdober çoàsepul tura.Incluiochor oeo
chamament o,que susci t
am cui dados e desvel os,o segui ment o e o apego,e
também osvi gorosospr otest osseumacr iançaf icarsozi nhaounacompanhi ade
estranhos.Com ai dade,af r
eqüênci aei ntensidadecom queessecompor tament o
se mani fest a dimi nuem gr adat ivament e.No ent ant o,t odas essas f ormas de
compor tament oper sist em comopar teimpor tantedoequi pament ocompor t
ament al
dohomem.Nosadul tos,el assãoespeci alment eevi dent esquandoumapessoa
estáconst er nada,doent eouassust ada.Ospadr õesdecompor tament odel igação
mani f est adosporum i ndivíduodependem,em par t
e,desuai dadeat ual,sexoe
cir
cunst ânci as,e,em par t
e,dasexper i
ênci asquet evecom f i
gurasdel igaçãonos
primei rosanosdesuavi da.
Comoum mododeconcei tuaramanut ençãodapr oximi dade,at eor iada
l
igação,em cont r
ast e com a t eoria da dependênci a,enf atiza as segui ntes
caract er ísticas* (
2):
(a)Especi ficidade.O compor t
ament o del i
gação édi rigido par aum ou al guns
i
ndi víduosespecí ficos, ger alment eem or dem cl aradepr ef erência.
(b)Dur ação.Umal i
gaçãoper siste, usual ment e,porgr andepar tedoci clovi t
al.
Not
ader
odapé:

*(
1).Outroscamposcl i
nicament eimportantesaqueat eori
adal i
gaçãof oiapli
cada
efi
cazmentesãoasor i
gensdoví nculomãe- bebêduranteoper íodoneonat al
,por
MarshallKlauseJohnKennel l(1976),distúr
biosdorelaci
onament oconj ugal
,por
JanetMat tinson e I
an Si nclai
r( 1979) ,e as conseqüências emoci onais da
separaçãoconjugal
,porRober tS.Weiss( 1975).
*(
2).Aodescr everest
ascar acterí
sti
cas,baseio-menot ext
odeum ar t
igo( Bowlby,
1975)escritoparaoVol ume6doAmer icanBookofPsychi at
r yO1975byBasi c
Books,Inc.
,eagradeçoaosseusor ganizadoreseedi
torespelaper mi
ssãopar afazê
-l
o.
122

Embor a,dur ant eaadol escência,asl igaçõesdai nfânciapossam serat enuadase


supl ement adaspornovasl i
gações,eem al gunscasossubst ituídasporest as
últimas,aspr imei rasl igaçõesnãosãof acilment eabandonadaseémui t
ocomum
per sistirem.
(c)Envol viment o emoci onal* (
1).Mui tas das emoções mai si ntensas sur gem
dur ant eaf ormação,manut enção,r ompi ment oer enovaçãoder el açõesdel igação.
Af ormaçãodeum ví nculoédescr i
tacomo“ apai xonar-
se”,amanut ençãodeum
víncul ocomo“ amaral guém”eaper dadeum par ceir
ocomo“ sof rerporal guém” .
Domesmomodo, aameaçadeper dager aansi edadeeaper darealpr oduzt risteza;
enquant o que cada uma dessas si t
uações é passí velde susci tarr aiva.A
manut enção i nalter ada de um ví nculo af eti
vo é sent ida como uma f ont e de
segur ança,ear enovaçãodeum ví nculo,comoumaf ontedej úbi l
o.Comot ais
emoçõessãousual ment eum r efl
exodoest adodosví ncul
osaf eti
vosdeuma
pessoa, concl ui-sequeapsi cologiaepsi copat ologiadaemoçãoé, em gr andepar te,
apsi col ogiaepsi copat ologiadosví nculosaf etivos.
(d)Ont ogeni a.Nagr andemai oriadosbebêshumanos, ocompor tament odel igação
com umaf i
gur apr efer i
dadesenvol ve-sedur ant eospr imeirosnovemesesdevi da.
Quant o mai sexper i
ênci a dei nteração soci alum bebêt i
vercom uma pessoa,
mai or essãoaspr obabi li
dadesdequeel esel igueaessapessoa.Poressar azão,
torna- seapr i
nci palf iguradel i
gaçãodeum bebêaquel apessoaquel hedi spensara
mai orpar te dos cui dados mat ernos.O compor t
ament o de li
gação mant ém- se
ativadoat éof inaldot erceiroanodevi da;nodesenvol vimentosaudável ,tor na-se,
daí em di ante, cadavezmenosat i
vado.
(e)Apr endi zagem.Se bem que apr endera di sti
nguiro f ami liardo est ranho
const i
tuaum pr ocesso- chavenodesenvol viment odal i
gação,asr ecompensase
puni çõesconvenci onai susadaspel ospsi cólogosexper imentaisdesempenham
apenasum papelsecundár io.Def ato,umal i
gaçãopodedesenvol ver-seapesarde
repet idaspuni çõesporumaf iguradel i
gação.
(f)Or gani zação.I nici al
ment e,ocompor t
ament odel i
gaçãoémedi adoporr espost as
organi zadassegundol inhasbast antesi mpl es.A par ti
rdof i
naldopr i
mei roano,
passaasermedi adoporsi stemascompor tament aiscadavezmai sr efi
nados,os
quai ssãoor gani zadosci bernéti
cament eei ncor poram model osr epr esent aci onais
domei oambi enteedoeu.

Not
ader
odapé:
*(
1).Emboraest
eparágraf
osejapoucodifer
entedeparágr
afossemelhantesnos
capí
tul
os4e6,deixo-
oinal
ter
adoporque,sem el
e,est
ecapí
tul
ofi
cari
aser i
amente
i
ncomplet
o.
123

Essessi stemassãoat ivadosporcer t


ascondi çõeset ermi nadosporout ras.Ent re
ascondi çõesat i
vador asest ãooest r anhament o,af ome,ocansaçoequal quer
coisaquesej aassust ador a.Ascondi çõest er mi naisi ncluem avi sãoouosom da
figura mat erna e, especi alment e, a i nteração f el i
z com el a. Quando o
compor t
ament odel i
gaçãoéf ortement edesper tado,ot érmi nopoder árequer ero
cont atof í
sicoouoagar rament oàf i
gur amat er nae( ou)seracar iciadoporel a.
Inversament e,quandoaf iguramat ernaest ápr esent eouseupar adei roéconheci do,
umacr iançadei xademani fest arocompor t
ament odel i
gaçãoe,em vezdi sso,
desliga- sedaquel aeexpl oraoseumei oambi ent e.
(g)Funçãobi ológica.O compor t
ament odel i
gaçãoocor r
enosj ovensdequase
todasasespéci esdemamí f
er ose, em cer tasespéci es, persistedur ant et odaavi da
adulta.Embor ahaj amui tasdi ferençasdedet alheent reasespéci es, amanut enção
dapr oxi midadecom um adul topr eferido( quasesempr eamãe)porum ani mal
i
mat uroéar egr ager al,oquesuger equet alcompor tament opossuium val orde
sobr evivênci a.Num out r
oescr ito( Bowl by,1969)ar gument eiqueamai spr ovável
funçãodocompor tament odel igaçãoé, delonge, apr ot eção, principal ment econt r
a
ospr edador es.
Assi m,o compor tament o de l igação é concebi do como uma cl asse de
compor t
ament odi st i
ntadocompor t
ament odeal i
ment açãoedocompor tament o
sexual ,t endo,pel omenos,um si gnificadoi gualnavi dahumana.Nadaexi stede
i
nt ri
nsecament epuer iloupat ol ógicoquant oael e.
Cumpr eassi nalarqueo concei to del i
gação di feresubst anci al
ment edo
concei todedependênci a.Porexempl o,adependênci anãoest áespeci ficament e
relacionadacom amanut enção dapr oximi dade,não ser efereaum i ndivíduo
especí fico,nem est ánecessar iament eassoci adaaumaemoçãof orte.Nenhuma
função bi ológi ca l he é at ribuí da.Al ém di sso,no concei to de dependênci a há
i
mpl i
caçõesdeval orquesãooopost oexat odaquel asqueoconcei todel i
gação
subent ende.Enquant oquequal if
icarumapessoacomodependent et endeaser
depr eciat i
vo, descr evê- lacomol igadaaal guém podemui tobem serumaexpr essão
deapr ovação.I nver sament e, serumapessoadesl i
gadaem suasr elaçõespessoai s
éconsi der ado,usual ment e,comoum compor t
ament oquenadat em deadmi rável.
O el ement o depr eci ati
vo no concei t
o de dependênci a,o qualr eflete um não-
reconheci ment odoval orqueocompor t ament odel i
gaçãot em par aasobr evivência,
const ituiumaf raquezaf atalpar aseuusocl í
nico.
Noquesesegue,oi ndi víduoquemani fest aocompor t
ament odel i
gaçãoé
usual ment emenci onadocomocr i
ança, eaf i
gur adel igaçãocomomãe.
124

Issoocorrepor que,atéagora,ocompor t
amentosóf oimi nuciosamenteestudado
em crianças,Oqueseexpõe,ent ret
anto,éapli
cáveltambém aadul toseaquem
querqueest ej
aat uandoparaelescomof i
gur
adel igação— f r
eqüentementeum
cônjuge,algumasvezesum dospai se,com freqüênciamai ordoquesepoder i
a
supor,um fil
ho.
Foiassinaladoem (f)que,quandoamãeest ápr esenteouseupar adeir

conhecidoeel aestádispostaapar t
ici
parnum intercâmbi oami st
oso,acr i
ança
ger alment edei xadeapr esent arocompor tament odel igaçãoepr ef ereexpl or aro
seu mei o ambi ent e.Nessa si tuação,a mãe pode serconsi der ada como a
fornecedor adeumabasesegur aapar tirdaqualacr i
ançaf arásuasexpl orações, e
àqualr egressar á,sobr et udoquandosecansarouseassust ar.Nor est ant edesua
vida,apessoaésuscet íveldemani fest aromesmopadr ãodecompor t
ament o,
afast ando- secadavezmai seporper íodoscadavezmai oresdaquel esaquem ama,
aindaquemant endosempr eocont atoer egr essando,mai scedooumai st ar de.A
baseapar tirdeondeum adul tooper aser áasuaf amí l
iadeor i
gem,ouent ãouma
novabasequeel ecr i
oupar asimesmo.Qual queri ndi víduoquenãopossuat albase
éum sersem r aí zesei nt ensament esol itário.
Na descr ição f eita at é agor a,f oram menci onados doi s padr ões de
compor tament oal ém dal i
gação, ousej a, aexpl oraçãoeocui dar .
Existem hoj eevi dênci asabundant esqueapói am opont odevi stadequea
atividadeexpl or at óriaédegr andei mpor t
ânci aperse,habi lit
andoum ani malou
umapessoaaf ormarum quadr o coer entedascar act er í
sticasambi ent aisque
podem,em qual quer moment o,t or nar -se i mpor t
ant es par a a sobr evi vênci a.
Criançaseout rascr iat urasmui toj ovenssãonot oriament ecur i
osasei ndagador as,
oqueasl evacomument easeaf ast arem desuasf igur asdel igação.Nest esent ido,
o compor tament o expl or at ório é ant itét i
co do compor tament o de l i
gação.Em
i
ndi víduossaudávei s, osdoi st iposdecompor tament onor mal ment eseal t
er nam.
Ocompor tament odospai s,edequal querpessoaquesei ncumbadopapel
decui dardacr iança,écompl ement ardocompor tament odel igação.Af unçãode
quem di spensaessescui dadosconsi st eem,pr i
mei ro,est ardi sponí velepr ont oa
atenderquandosol icitado, e, segundo, i
nt ervirj udi ciosament enocasodeacr iança
ouapessoamai si dosadequem secui daest arpr est esamet er-seem apur os.Não
sói ssoconst ituium papelbási co,comoexi stem pr ovassubst anci aisdequeo
modocomoédesempenhadopel ospai sdet er mi na,em gr auconsi der ável ,sea
criançaser áment alment esaudávelaocr escer .Poressar azão, et ambém por queé
esse o papelque desempenhamos quando agi mos como psi coter apeut as,
sust ent amosqueanossacompr eensão do mesmo ser evest edei mpor tânci a
cruci alpar aapr át i
cadapsi cot er api a.
125
Um out ro pont o pr ecisa ser assi nal ado,ant es de exami nar mos as
i
mpl icaçõesdesseesquemapar aumat eor i
adaet iol ogiaepsi copat ologi a,e,por
consegui nte,par aapr át icapsi cot er apêut ica.Ref er e-seànossacompr eensãoda
ansi edadee, em par ticul ar,daansi edadedesepar ação.
Um pr essupost omui tocomum dast eor iaspsi qui átricasedapsi copat ologi a
édequeomedosódevemani f
est ar-seem si tuaçõesquesej am ver dadei rament e
per i
gosas,equeomedoquesemani fest aem qual querout rasituaçãoéneur ótico.
Istol evaàconcl usãodeque, comoasepar açãodeumaf igur adel igaçãonãopode
serconsi der adaumasi tuaçãover dadei rament eper igosa,aansi edadeem t or noda
separ açãodessaf igur aé,por tant o,neur ótica.Oexamedasevi dênci asmost raque
tant oopr essupost oquant oaconcl usãoaquel evasãof alsos.
Quandoabor dadaempi ri
cament e,ver i
fica- sequeasepar açãodeumaf igur a
del igaçãoper tenceaumacl assedesi t
uaçõespassí veisdesusci tarmedo,sendo
que,noent anto,nenhumadel aspodeserconsi der adai ntr i
nsecament eper igosa.
Essas si tuações i ncl uem,ent re out ras,o escur o,as mudanças súbi tas e
acent uadasno ní veldeest í
mul o:r uí dosf ortes,movi ment osbr uscos,pessoas
est ranhasecoi sasi nsól itas.Háevi dênci asdequeani mai sdemui tasespéci esse
alarmam em t aissi tuações( Hinde,1970) ,edequei ssot ambém éver dadei rono
caso decr ianças( Jer si l
d,1947) ,emesmo deadul tos.Al ém di sso,o medo é
especi alment esuscet í
veldeserpr ovocadoquandoduasoumai sdessascondi ções
estãosi mul taneament epr esent es, porexempl o, ouvi rum r uídof or tequandoseest á
sozi nhonoescur o.
Sust ent a-sequeaexpl icação dosmot i
vospel osquai st ão r egul arment e
i
ndi víduosr eagem com t emoraessassi tuaçõeséque,embor anenhumadas
situaçõessej ai nt r
insecament eper igosa, cadaumadel ascompor taum r iscomai or.
Ruí do,est ranhament o,i sol ament oe,par amui tasespéci es,aescur idão,sãoout ras
tant ascondi çõesest ati
st icament eassoci adasaum r iscomai or.Or uídopodesero
prenúnci odeum desast renat ural:i ncêndi o,i nundaçãoout err emot o.Par aum
animalj ovem,um pr edadoréest r
anho,movi ment a-see,com f reqüênci a,at acade
noi te,sendomui tomai spr ovávelqueof açaquandoaví ti
maest ásozi nha.Como
talcompor tament o pr omove assi m o êxi to da sobr evivênci a e da pr ocr i
ação,
prosseguea t eor ia,ver ifica-sequeosj ovensdasespéci esquesobr evi veram,
i
ncl uindoohomem,sãogenet i
cament epr opensosasedesenvol ver em demodoa
reagi r ao r uído,est ranheza,apr oximação súbi t
a e escur i
dão; as r eações
car act erísticas,em t aiscasos,sãoaaçãodeevi taçãoouaf uga— def at o,el esse
compor tam como se o per i
go est ivesse r eal ment e pr esent e.De um modo
compar ável ,reagem aoi sol ament opr ocur andocompanhi a.Asr espost asdemedo
susci tadas pel a ocor rênci a nat uralde t aisi ndí cios de per i
go f azem par te do
equi pament ocompor tament albási codohomem ( Bowl by,1973) .
126
Vi stasobest epr i
sma,aansi edadeem t omodasepar açãoi nvol unt ár i
ade
umaf igur adel i
gaçãoassemel ha-seàansi edadequeocomandant edeumaf orça
expedi cionár iasent equandoascomuni caçõescom asuabasesãocor tadasou
ameaçadas.
Issol evaàconcl usãodequeaansi edadeem t omodeumasepar ação
i
nvol unt áriapodeserumar eaçãoper feitament enor malesaudável .Oquepodeser
difícildeexpl i
caréporquet alansi edadeédesper tadaem al gumaspessoascom
umai ntensi dadet ãogr andeou, aocont r ário,em out ras, com t ãopoucai nt ensi dade.
Issonosconduzaquest õesdeet iologi aepsi copat ologi a.
Aol ongodet odoest esécul o,t em si doaci rradoodebat esobr eopapeldas
exper i
ênci as i nf antis na causação dos di st úrbios psi qui át r
icos.Não só os
psiqui at rasdement alidadet radi cionalt êm si docét i
cosquant oài mpor tânci ade
taisexper i
ênci as,comot ambém ospsi canal istas,nasdécadasde1960e1970,
most rar am umaat i
tudei dênt ica.Dur ant emui tot empo, amai or i
adosanal ist asque
atribuem i mpor tânci aàexper iênci adavi dar ealconcent raram suasat ençõesnos
doi sout rêspr imei rosanosdevi daeem cer tast écni caspar acui dardecr i
anças—
omodocomoum bebêéal i
ment adoer ecebet reinament odehi giene—nof at odea
criançapr esenci arounãoasr elaçõessexuai sdospai s.A at ençãoài nt eração
fami l
iareaomodocomoospai str atam umacr iançanãof oiest imul ada.Def ato,
algunsext remi st assust ent aram queoest udosi stemát icodasexper iênci asdeuma
pessoanosei odesuaf amí li
aest áf or adosi nter essespr ópr iosdeum psi canal i
sta.
Ni nguém quesededi queàpsi qui at ri
ai nfant i
l,mel hordenomi nadapsi quiatri
a
fami l
iar,podecompar til
hardet alpont odevi st a.Numagr andemai or i
adecasos,
nãosóexi st em evi dênci asder elaçõesf ami l
iar esper tur badasmas,habi tual ment e,
predomi nam pr oblemas emoci onai s dos pai s que der ivam de suas pr ópr i
as
i
nf ânci asi nf elizes.Assi m,sempr emepar eceuqueopr obl emanãoconsi steem
estudarou não o ambi ent ef ami li
arde um paci ente mas em deci di rque
car act erísticassãoi mpor tant es, quemét odosdei nvest i
gaçãosãoexeqüí vei seque
ti
podet eor iaseaj ust amel horaosdados.Umavezquemui t
osout r
osadot ar am o
mesmopont odevi sta,umaquant idadeconsi der áveldepesqui sasr azoavel ment e
conf iávei svem sendor eal izadapori nvest igador esor iundosdevár iasdi scipli
nas.É
com basenosr esul t
adosdessaspesqui sas,i nterpr etadosem t ermosdat eor iada
l
igação, queof ereçoagor aasgener al izaçõeseasi déi asqueseseguem.
127
Opont of undament aldemi nhat eseéqueexi steumaf or ter el açãocausal
ent reasexper iênci asdeum i ndi víduocom seuspai sesuacapaci dadepost erior
par a est abel ecer ví ncul os af et i
vos,e que cer tas var i
ações comuns dessa
capaci dade,mani festando- seem pr obl emasconj ugai seem di ficuldadescom os
fi
lhos,assi m comonossi nt omasneur ót i
cosedi st úrbiosdeper sonal idade,podem
serat ribuí dasacer t
asvar i
açõescomunsnomodocomoospai sdesempenham
seuspapéi s.Mui tasdasevi dênci asem queat esesebasei asãor et omadasno
segundovol umedeAt tachmentandLoss( Capí tulo15em di ant e) .A pr incipal
var i
ávelpar aaqualchamoaat ençãoéogr auem queospai sdeumacr i
ança( a)
l
hef or necem umabasesegur ae( b)aest imul am aexpl or arapar ti
rdessabase.
Nessespapéi s,odesempenhodospai svar i
asegundovár iospar âmet ros, dosquai s
omai si mpor t
ant e, porqueper mei at odasasr elações, t
al vezsej aogr auem queos
paisr econhecem er espei tam odesej oeanecessi dadequeacr iançat em deuma
basesegur a,eaj ust am seucompor tament oai sso.I stoi mpl i
ca,em pr imei rol ugar,
umacompr eensãoi ntuitivadocompor tament odel i
gaçãodeumacr iançaeuma
disposi çãopar asat i
sfazê- loe,nomoment oadequado,t ermi ná- lo;e,em segundo
l
ugar ,or econheci ment odequeumadasf ont esmai scomunsder aivanacr iançaé
af rust ração do seu desej o de amore cui dados,e de que a sua ansi edade
ger alment er efleteai ncer tezaquant oàdi sponi bil
idadedospai s.Compl ement arem
i
mpor tânci aaor espei todospai spel osdesej osdel igaçãodeumacr i
ançaéo
respei topel oseudesej odeexpl or areampl iargr adual ment esuasr elaçõescom
criançasdesuai dadeecom out rosadul tos.
Aspesqui sassuger em que, em mui tasár easdaGr ã-Br etanhaedosEst ados
Uni dos,mai sdamet adedapopul açãoi nfant ilest ácr escendonacompanhi ade
paisquepr opor ci onam t ai scondi çõesaseusf il
hospequenos.Ger alment e,essas
criançascr escem segur aseaut oconf i
ant es, emost r
am- seconf i
ant es, cooper ati
vas
epr est ativaspar acom asout raspessoas.Nal i
t eraturapsi canal ít
ica,di z-
seque
umapessoaassi mt em um egof or t
e;epodeserdescr i
tacomoal guém queé
dot adode“ conf iançabási ca”( Er i
kson,1950) ,“ dependênci amadur a”( Fairbai r
n,
1952) ,ou“ int r
oj et ouum obj etobom”( Kl ein, 1948) .Nost er mosdat eoriadal igação,
apessoaédescr i
tacomot endoconst ruí doum model or epr esent aci onaldesi
mesmacomosendocapazdeseaj udaremer ecedor adeseraj udadasesur girem
dificuldades.
128
Porout rol ado, mui tascr ianças( em al gumaspopul ações, um t er çooumai s)
crescem com pai squenãoof erecem essascondi ções.Cumpr eassi nal araquique
of ocodeat ençãoest ánasr el
açõesqueospai st êm com um det ermi nadof i
lho,
umavezqueospai snãot ratam t odososf il
hosdamesmamanei raepodem
propor cionarcondi çõesexcel entespar aum econdi çõesmui toadver saspar aum
out ro.
Consi der emos al guns dos padr ões de desvi o mai s comuns de
compor tament odel igaçãoapr esent adosporadol escent eset ambém poradul tos,
com exempl osdeexper i
ênci ast ípicasdai nfânci aqueaquel esqueapr esent am t ais
padr õespr ovavel ment et i
ver am quandocr ianças, et alvezai ndat enham.
Mui t
os daquel es que são encami nhados a psi quiat
ras são i ndivíduos
ansiosos,i nsegur os,ger alment edescr i
toscomosuper dependent esoui mat uros.
Em condi çãodeest resse, tendem adesenvol versi ntomasneur óti
cos,depr essãoou
fobia.Aspesqui sasr evel am queel esest i
ver am expost osapel omenosum,e
geralment emai sdeum,decer t
ospadr õestípicosdapar entali
dadepat ogêni ca,os
quaisincluem:
(a)ausênci aper si stent eder espost asdeum ouambosospai saocompor t
ament o
eli
ciadordecui dados, dacr iança, e/oudepr eciaçãoer ejeiçãomar cada;
(b)descont inuidadesdapar ental
idade,ocor rendomai soumenosf r
eqüent ement e,
i
ncluindoper í
odosem hospi taloui nstit
uição;
(c)ameaçasper sist ent esporpar tedospai sdenãoamaracr iança,usadascomo
um mei opar acont rolá-la;
(d)ameaças,porpar tedospai s,deabandonaraf amí li
a,usadasoucomoum
mét ododedi sciplinaracr i
ançaoucomoumaf ormadecoagi rocônj uge;
(e)ameaçasporpar tedeum dospai sdeabandonaroumesmodemat aroout ro,ou
entãodecomet ersui cí di
o( estasameaçassãomai scomunsdoquesepoder i
a
supor )
;
(f)induçãodecul paàcr iança,af irmandoqueocompor t
ament odel aéouser á
responsávelpel adoençaoumor t
edeum dospai s.
Qual querdessasexper i
ênciaspodel evarumacr iança,um adol escenteou
um adul toavi verem const anteansi edade,com medodeper dersuaf igurade
l
igação e,porconsegui nte,a t erum bai xo limiarpar a a mani festação do
compor tament odel igação.Acondi çãoémel hordescr itacomodel i
gaçãoansi osa
(*).

(*) Não exi ste qual quer pr ova em f avor da i déiat radicional,ai nda
gener alizada,dequet alpessoaf oit ratadacom excessi vacompl acênciaquando
criançaeque, porisso, acabou“ estragadapel omi mo” .
129
Um conj unto adi cionalde condi ções a que al guns desses i ndiví
duos
estiveram expost os,ouai ndaest ão,équandoum dospai s,ger alment eamãe,
exer cepr essãosobr eelespar aatuar em comof igur adel i
gaçãopar ael a,invert
endo
assi m ar el
ação nor mal .Os mei os de exer cert alpr essão var i
am desde o
encor ajament oi nconsci entedeum sensopr emat uroder esponsabi li
dadepar acom
osout ros,at éousodel iberadodeameaçasoui nduçãodecul pa.Osi ndiví
duos
tratados dessa manei ra são passí veis de se t ornarem excessi vament e
escr upul ososedomi nadosporsent iment osdecul pa,assi m comoansi osament e
l
igados.Uma mai oria de casos de f obia escol ar e agor afobi a se pr oduz,
provavel ment e,dessemodo.
Todas as var i
ant es de compor tament o par entalat é aquidescr it
as são
suscet ívei snãosódepr ovocarr aivadospai snacr i
ança,mast ambém dei nibira
suaexpr essão.O r esul tadoémui t
or essentiment opar cialment ei nconscient e,o
qualper siste na vi da adul ta e expr essa- se,ger alment e,num af astament o em
relação aos pai s e numa apr oxi
mação em r elação a al guém mai sf raco,por
exempl o, um cônj ugeouum f il
ho.Épr ovávelquet alpessoat ambém est ejasuj eit
a
af ortesansei osi nconsci entesdeamoreapoi o,osquai spodem expr essar -
sepor
algumaf ormaaber rantedecompor tament oeliciadordecui dados,porexempl o,
tentativas f rouxas de sui cídi
o,si ntomas de conver são,anor exia ner vosa,
hipocondr i
a,etc.(Hender son, 1974).
Um padr ãodecompor tament odel igaçãoqueéaber tament eoopost oda
l
igaçãoansi osaéodescr it
oporPar kes( 1973)comoaut oconf i
ançacompul siva.Ao
i
nvésdebuscaroamoreoscui dadosdeout ros,umapessoaqueapr esent aesse
padr ãoi nsi steem agüent arf i
rmeeem f azert udoporsimesma, sejam quai sf or em
ascondi ções.Também essaspessoassãopassí vei sdedesmor onarsobest ressee
apr esent arsi nt omaspsi cossomát icosoudepr essão.
Mui tasdessaspessoast iver am exper iênci assemel hant esàsdosi ndi víduos
quedesenvol vem umal igaçãoansi osa;masr eagi ram ael asdemododi ferent e,
i
ni bindo o sent i
ment o e o compor tament o de l i
gação,e negando,t alvez at é
ridicularizando,qual querdesej oder el açõesest reitascom quem querquepudesse
daramore car inho.No ent ant o,não é pr eciso t ermui to discer niment o par a
compr eenderqueel asdesconf i
am pr of undament edequai squerr el
açõesí nt i
mase
ater r
oriza- asasi mplesi déiadet er em queconf i
arem out rapessoa,em al guns
casospar a evi t
ara dordeser em r ej eitadas,e,em out ros,par a evi t
arser em
submet i
dasapr essõesqueasobr i
guem acui dardeout rapessoa.Talcomono
casodal igaçãoansi osa,épr ovávelqueexi stamui tor essent i
ment osubj acent e,o
qual ,quandosusci tado,sevol tacont rapessoasmai sf racas,et ambém mui to
ansei oi nexpr i
mi dodeamoreapoi o.
130
Um padr ãodecompor tament odel i
gaçãor elaci onadocom aaut o-conf i
ança
compul si va éo desol i
citudecompul siva.Uma pessoa queo mani fest a pode
envol ver -se em mui tas r elações í ntimas,mas sempr e no papelde di spensar
cuidados, nuncadeosr eceber .Com f reqüênci a, oi ndi víduoescol hidoéum al eijado
quepoder á,poral gum t empo,agr adeceroscui dadosquel hedi spensam.Masno
casodasol icitudecompul siva,apessoaesf orça- set ambém porcui dardequem
não pr ocur a nem agr adecet alaj uda.A exper i
ênci at ípica da i nf ânci a det ais
pessoas é t erem t i
do uma mãe que,devi do à depr essão ou al gum out ro
i
mpedi ment o, nãopôdecui dardacr i
ançamas, em vezdi sso, acei t
oudebom gr ado
sercui dada, et al
vezt enhaexi gidot ambém aj udapar acui dardei rmãosmai snovos.
Assi m,desdeocomeçodai nfânci a,apessoaquesedesenvol vedessemodo
descobr equeoúni coví ncul oaf etivodequedi spõeéum ví ncul oem queésempr e
elaquedevesersol ícitapar acom osout rosequeaúni caat ençãoquepoder á
receberéaat ençãoquedáasimesma.( Ascr iançasquecr escem em i nst i
tuições
também sedesenvol vem,porvezes,dessemodo. )Talcomonaaut oconf i
ança
compul si va, também nest ecasoexi stemui toansei ol atent edeamoresol icitude, e
mui t
ar ai val atent epar acom ospai spornãol hest er em dadoamoreat enção;e,
umavezmai s,mui taansi edadeecul paem t omodaexpr essãodessesdesej os.
Wi nnicot t( 1965)descr eveui ndi víduosdesset i
pocomot endodesenvol vidoum
“falsoeu”econcor daem queasuaor i
gem deveserencont radanapessoaque,
quandocr iança,nãor ecebeucui dadosmat emos“ suf icient ement ebons” .Aj udar
essapessoaadescobr iroseu“ ver dadei roeu”i mpl icaaj udá- laar econhecerea
deixar -
sepossui rpel oseuansei odeamoreat enção,eporsuar aivapar acom
aquel esquenãosouber am supr i-laquandocr iança.
Osevent osdavi daquesãoespeci alment epassí veisdeat uarcomof at or es
deest resseem i ndivíduoscuj ocompor tament odel igaçãosedesenvol veuem uma
ouout radasdi reçõesat éaquidescr i
tassãoadoençagr aveoumor tedeuma
figuradel igaçãooudeal guém aquem seer amui toaf eiçoado,oual gumaout ra
formadesepar ação.Umadoençagr avei nt ensi fi
caaansi edadeet al vezacul pa.A
mor t
eouasepar açãoconf irmam aspi oresexpect ativasdapessoael evam ao
desesper oeàangúst ia.Nessaspessoas,ol ut oporumamor teousepar ação
poder ásegui rum cur soat í
pico.Nocasodal igaçãoansi osa,ol ut ot endease
car act erizarporumar ai
vaext raor dinariament ei ntensae( ou)aut o-recrimi nação
acompanhadadedepr essão, etendeaper si stirpormui tomai stempoqueonor mal .
Nocasodaaut oconf i
ançacompul siva,ol ut opodeserpr oteladopormesesouanos.
Ent ret anto,i rritabi li
dadeet ensãoger al ment eest ãopr esent esepodem ocor rer
depr essõesepi sódicas,masmui t
asvezest ant ot empodepoi s,queseper dede
vistaaconexãocausalcom amor teousepar ação.Est asf ormaspat ológi casde
l
ut osãodi scut idasporPar kes( 1972) .
131
Aspessoasdot i
poat éaquidescr itonãosósãosuj eitasaent rarem col apso
após uma per da ou separ ação,como t ambém podem depar ar-se com cer tas
dificul dadest ípi casquandocasam et êm f il
hos.Em r elaçãoaum cônj uge,uma
pessoapodeapr esent arumal i
gaçãoansi osaef azerconst ant esexi gênci asde
amoreat enção;ouai ndapodeapr esent arumasol icit
udecompul sivapar acom o
cônj uge, com r essent i
ment ol atenteporl hepar ecerquenãoest ejasendoapr eci ada
enem cor respondi da.Em r elaçãoaum f ilho,essespadr õest ambém podem se
mani fest ar.Nopr imei rocaso,apessoa( paioumãe)exi gequeof i
lhocui dedel ae,
no segundo,i nsi ste em cui dardo f ilho mesmo quando i sso dei xou de ser
apr opr i
ado,oquer esul taem “ amorsuf ocant e”( * )
.Di stúr biosdocompor tament o
dospai sr esul tam t ambém dof atodeof ilhoserper cebidoet ratadocomosef osse
um i r mãomai snovo, oquepoder esul t
ar , porexempl o,em um paisent i
rci úmedas
atençõesquesuamul herdi spensaaof ilhodeambos.
Umaout raf or macomum dedi stúrbi oéquandoum dospai svêem seuf il
ho
umar éplicadel emesmo,especi alment edaquel esaspect osqueel eseempenhou
em r epr i
mi rem simesmoequeseesf or çaagor aporr epr i
mi rt ambém nacr iança.
Nessesesf orços,opai( ouamãe)usar ápr ovavel ment eumaver sãodosmesmos
mét odosdedi sci pli
na—t alvezr udesevi ol entos, talvezr epr ovador esesar cást icos,
talvezi ndut or esdecul pa—aquef oisubmet ido( a)em cr iançaequer esult ar am no
desenvol viment odosmesmospr oblemasqueseempenhaagor aem pr eveni rou
cur ar ,demanei rat ão inadequada,no pr ópriof il
ho.Um mar i
do t ambém pode
per ceberet rat arsuamul herdomesmomodo.Anal ogament e,umaesposaemãe
podeadot aressepadr ãoem suaper cepçãoemanei radet r
at aromar idoouof ilho.
Quandonosdef ront amoscom um compor tament odesagr adávelef rustradordesse
ti
po, éi mpor tant elembr arquecadaum denósécapazdef azeraout rosaqui loque
nosf oifei to.Oadul tot ir
ano,quemal trataosmai sf racos,éacr i
ançat ir
ani zadae
mal tr atadaquecr esceu.

(
*)Ot ermo“ simbiót
ico”éusado,porvezes,par adescreveressasr elações
sufocantement eí nti
mas.Cont udo,ot ermonãof oibem escol hi
do,vistoque,em
biol
ogia,refere-seaumapar ceri
amut uament evantajosaentr
edoi sorganismos, ao
passoqueasr elaçõesfami l
iaresassim denomi nadassãoser iamentedesaj ustadas.
Descreveracr i
ançacomo“ superprotegida”éi gualmenteer r
ôneo,poisnãosão
l
evadasem cont aasi nsi
stentesexi gênci asdeat ençãoqueum dospai sest á
fazendoàcr i
ança.
132
Quando um i ndi
víduo adot a em r el
ação a simesmo ou aos out ros as
mesmasat i
tudesef ormasdecompor tament oqueseuspr ópriospaisadot aram e
podem est araindaadot andoem r elaçãoael e,pode-seafi
rmarqueel esei dent i
fi
ca
com um dos pai s.Os pr ocessos pel os quai s essas ati
tudes e f ormas de
compor t
ament osãoadqui r
idassão,pr esumi velmente,osdaapr endizagem por
observação e,assi m,não di ferem dos pr ocessos pelos quais out r
as f ormas
compl exasdecompor tament osãoadqui r
idas, incl usiveashabi l
idadesút ei s.
Dosmui tosout rospadr õesdef unci onament of ami li
aredesenvol vi ment oda
personal i
dade per tur bados que podem ser ent endi dos em t er mos do
desenvol viment o pat ol ógico do compor tament o de l igação,um dos mai s
conheci doséoi ndi víduoemoci onalment edesl i
gado, incapazdemant erum ví nculo
afetivoest ávelcom quem querquesej a.Aspessoascom essai ncapaci dadesão
classificadascomopsi copat ase( ou)histér i
cas.Sãof reqüent ement edel i
nqüent es
esui cidas.Ahi st óriat ípicaédepr ol
ongadapr ivaçãodecui dadosmat emosdur ante
os pr imei ros anos de vi da,ger alment e combi nada com r ejeição post eri
orou
ameaçasder ej
eiçãopel ospai soupai sadot ivos( *).
Par aexpl icarporquei ndiví
duosdedi f er entest i
poscont i
nuam apr esentando
ascar act erí
st i
casdescr it
asmui todepoi sdet erem cr escido,par ecenecessár i
o
post ul
arque,sej am quai sf orem os model os r epr esent acionais de f iguras de
l
igaçãoedoeuqueum i ndi ví
duoconst róidur ant esuai nf ânciaeadol escênci a,eles
tendem aper sistirr elativament ei nal
teradosat éedur ant etodaavi daadul t
a.Por
consegui nte,essei ndiví duot endeaassi mi larqual quernovapessoacom quem
possaf ormarum ví ncul oaf eti
vo,aesposaouum f i
lho, um pat rãoouot erapeut a,a
um model oexi stent e( odeum ouout rodeseuspai soudopr óprioeu) ,econt inua
freqüent ement eaf azê- lo,apesarde r epet idas pr ovas de que o model oé
i
nadequado.Anal ogament e,esperaserper cebi doet ratadoporessaspessoasde
um modo que sej a apr opr i
ado ao seu model o do eu,e cont inuar á com t ai
s
expect at i
vas apesarde pr ovas em cont rár io.Tai s per cepções e expect ativas
distorcidasl evam adi ver sascr ençaser r
ôneassobr easout raspessoas,af alsas
expect at i
vasacer cadomodocomoel assecompor tar ãoeaaçõesi nadequadas,
com ai nt ençãodef rust rarocompor t
ament oesper adodel as.Assi m,par adar mos
um si mpl es exempl o,um homem que dur ant eai nf ânci af oif reqüent ement e
ameaçado deabandono podef acil
ment eat ribuiri ntençõessemel hant esàsua
esposa.Por tanto, interpr etar áascoisasqueel adi zouf azem f unção

(*)Comot odasascondi çõespsi qui átri


casmenci onadasr epresent am gr aus
e padr ões var i
ávei s da mesma psi copat ologia subj acent e,não exi stem mai s
perspectivas de di stinguirni tidament e umas das out ras do que de di sti
nguir
niti
dament eent redi ferentesf or masdet uber culose.Par aexpl i
carasdi fer enças,
provavelment esãoi mpor t
ant esosf ator
esgenét i
cos, assim comoasvar iaçõesnas
experiênciaspessoai sdedi ferent esi ndi
víduos.
133
dessasi ntençõesquel heatribui, et omaráent ãoqual queri niciativaquej ulguesera
mel horpar a enf rent ara si tuação que acr edita existi
r.Sobr evi r
ão equí vocos e
conf l
it
os.Em t udoi sso, el
enãot em consci ênci adequeest ásendoi nfl
uenci adopor
suasexper iênciaspassadas,nem dequesuasat uaiscr ençaseexpect ativassão
i
nf undadas.
Nat eor i
at radicional,ospr ocessosdescr i
tossãof reqüent ement eci tadosem
termosde“ i
nt er
nal i
zaçãodeum pr oblema” ,easat ri
buiçõeseper cepçõeser r
ôneas
sãoi mput adasàpr oj eção,introjeçãoouf ant asia.Nãosóasaf irmaçõesr esul tantes
tendem aserambí guascomot ambém of atodet aisat r
ibui çõeseper cepções
errôneasder ivarem di r
etament edeexper i
ênci aspr évi
asdavi dar ealsór ecebeuma
vagaal usão,ouent ãoéi nteirament eobscur ecido.Acr edit
oqueadescr içãodos
processosem t er mosda psi col ogia cogni ti
va gar antemui to mai orpr ecisão e
possibili
taaf ormul açãodehi pót esesem f ormat est
ávelar espei todopapelcausal
dosdi ferent est iposdeexper i
ênci ai nfant i
l,at r
avésdaper sistênciademodel os
representacionai
sdef igurasdeligaçãoedoeunum ní velinconsci ent
e.
Cumpr e assi
nal ar que model os repr esentacionai s inadequados mas
persistentescoexi
stem f r
eqüentement ecom out rosmai sapr opriados.Porexempl o,
um mar i
dopodeosci larentreacreditarquesuaesposal heéf i
elesuspeitardeque
elapr etendeabandoná- l
o.A exper i
ênciaclínicasuger equequant omai sf or
tes
forem asemoçõesdesper t
adasnumar el
ação,mai spr ovávelser áqueset omem
domi nantes os model os mai s primiti
vos e menos consci ent es.Expl
icaresse
funcionament oment al,queét radici
onalment edi scuti
doem t ermosdepr ocessos
defensivos,apresentaum desaf ioaospsi cól
ogoscogni t
ivos— masum desaf i
odo
qualelesj áestãoseocupando( porexempl o,Erdelyi,1974)( 2).

Al
gunspr
incí
piosdepsi
cot
erapi
a

Tai ssão,poi s,osel ement osdeumapsi copat ologi abaseadanat eoriada


l
igação.Queor ient açãoel anosdápar aaval iarmosospr obl emasdeum paci ent ee
ajudá- l
o?
Em pr imei rol ugar ,devemosdeci dirseopr obl emaapr esent adoest áent r
e
aquel esaqueat eoriadal igaçãoéapl icável ,umaquest ãoqueai ndar equermui t
a
explor ação.Sef orapl icável ,exami naremosqualopadr ãot i
pi cament eassumi do
pelocompor tament odel igaçãodopaci ent e,l evandoem cont aoqueel enosdi za
respei todel emesmoedasr elaçõesqueest abelece,et ambém comoser elaci ona
conosco,seusaj udant espot enci ais.Também expl oramosevent osr elevant esde
sua
134
vida,pr i
ncipal ment epar ti
das,doençassér i
asoumor t
e,et ambém chegadas,e
exami namosem quemedi daossi ntomasapr esent adospodem serent endi dos
como r espost as r ecent es ou t ar di as a esses event os.No decor r
erdessas
explor ações, podemoscomeçaraobt eral gumai déiadospadr õesdei nteraçãoque
predomi nam nol arat ualdopaci ent e, quepodeserol ardesuaf amí li
adeor igem ou
odanovaf amí liaqueel eaj udouacr iar,ou( talvezespeci alment enocasode
mul her es)ambos.Qual quermat er ialhi stór i
coqueel ucideomodocomoospadr ões
atuaissepr oduzi ram ser vepar at or narmai sní tidasasnossasper cepções.
Umai mpor tantedi fi
cul dadenessepr ocessodeaval i
açãoéqueai nf or mação
ofereci dat alvezomi taf atosvi taisouosf alsifique.Nãosóospar ent es— pai sou
cônjuge— sãocapazesdeomi ti
r,supr imi rouf alsificart aisf at os,masopr ópr i
o
pacient et ambém poder áf azê- l
o.I st o, écl aro, nãoocor reporaci dent e.Em pr imei r
o
l
ugar ,éevi dent equemui tospai s,queporumar azãoouout ranegl igenci ar am ou
rejei
tar am um f i
lhopequeno, ameaçar am- nodeabandono, encenar am t ent ativasde
suicídio, ti
veram r epet i
dasbr igasent reelesouseapegar am àcr i
ançaporcausade
seupr ópr i
odesej odecont ar em com umaf igur aquel hesdesseat enção, det est arão
queosver dadei rosf atossej am conheci dos.I nevitavelment e,esper am cr í
ticase
recrimi nações e, assi m, pr efer em di stor cer a ver dade, al gumas vezes
i
nadver tidament e,out r
asdel iber adament e.Do mesmo modo,osf il
hosdepai s
comoessescr escer am sabendoqueaver dadenãodeveserdi vul gadaet al vez
estejam mei oconvenci dost ambém dequeel esmesmossãocul padosport odosos
problemas,comoseuspai ssempr ei nsistiram em af irmar .Um mét odocomum de
mant erem segr edoosdi stúr biosf ami liar esconsi steem at r i
bui rossi ntomasa
algumaout racausa;el et em medodosmeni nosnaescol a( enãodequeamãe
possasesui cidar );elasof rededor esdecabeçaei ndigest ão( enãopor queamãe
ameaçar epudiá- laseel asai rdecasa) ;el ef oidi f
ícildesdequenasceu( nãoque
fossei ndesej adoenegl i
genci adopel ospai s);el aest ásof rendodeumadepr essão
endógena( enoent ant oest áchor andot ardi ament eaper dadopai ,queocor r
euhá
mui tos anos) .Mui tas vezes,o que é descr i
to como sendo um si nt oma é
compr ovadament e uma r espost a que,di vor ciada da si tuação que a pr ovocou,
par ecei nexpl icável .Ouent ãoum si nt omasur gecomor esul t
adodat ent ativaf eita
pelo paci ent e de evi tar r eagi r com sent i
ment o aut ênt ico a uma si tuação
verdadei rament eaf liti
vaoudepr iment e.Em um casoouout ro,umapr imei rae
i
mpor tant et ar ef aconsi steem i dent i
ficarasi tuação, ousi tuações, àqualopaci ent e
estár espondendo, oui nibindoumar espost a.
Éobvi ament edesej ávelquequal quercl í
ni coqueempr eendaesset i
pode
trabal hodi sponhadeum ext ensoconheci ment odospadr ões
135
desvi ant esdecompor tament odel igaçãoedasexper i
ênci asf ami l
iarespat ogêni cas
quecomument eseacr edi tacont ribuí rem par aosmesmos;et ambém deveest ar
fami liar izado com os t ipos de i nfor mações que são f reqüent ement e omi ti
das,
supr imi das ou f alsificadas.Se houveresse conheci ment o,mui tas vezes pode
tornar -
seevi dent eaf altadeal gumai nf or maçãocr uci alouocar áterduvi doso,
quandonãocl arament ef al so, decer tost i
posdeaf ir
mações.Sobr etudo, um cl ínico
com exper iênci anesset ipodet rabal hosabequandoai ndat em quedescobr i
ros
fatoseest ápr epar adopar aesper arqueasi nfor maçõesi mpor tant esvenham à
tonaoupar asondarcaut elosament easár easpr omi ssor as.Ospr incipiant essão
capazesdesal tarpar aconcl usõesapr essadasecomet erer r
os.
Aoel abor arum quadr ocl íni co, ser ápr udent eopsi qui atranãoconf i
arapenas
nosmét odost radicionai sdeent revi stamas, sim, sempr equepossí vel, r
eal i
zaruma
ou mai s ent revist as com a f amí lia.Nenhuma out rat écni ca of erece mai or
probabi li
dadeder evel arr api dament eospadr õespr esent essobsuaver dadei ral uz
edef or necerpi stassobr eomodocomoel essedesenvol ver am.At ual ment ehá
numer ososl ivr ossobr epsi qui at riadaf amí l
iaet erapi adaf amí lia.Embor ael es
chamem aat ençãopar aai mensai nfluênci aquedi f
er ent espadr õesdei nt eração
podem exer cersobr ecadamembr odaf amí li
aedescr evam t écni casdeent revist ae
modosdei nt ervenção, osconcei tosqueusam nãosãoosdat eor i
adal i
gação.Par a
osf insdapr esent eexposi çãoel essão, por tant o, deval orl imi tado.
Ai ndahámui tot rabal hoaserf eitoant esdepoder most ercer tezasobr e
quai s os di st úrbios do compor tament o de l igação que são t ratávei s pel a
psicot erapi aequai sosquenãosão;e, set ratávei s, aqualdosvár iosmét odosdeve
serdadapr ef erênci a.Mui tacoi sadependedaexper i
ênci a,capaci dadeer ecur sos
do cl ínico.Demodo ger al ,podemosacompanharMal an ( 1963) ,usando como
princi palcr itér io se o paci ent ee( ou)os membr os de sua f amí li
a most ram
disposi çãopar aexpl oraropr obl emaapr esent adodeacor docom asdi retrizes
descr itas;ger al ment e, énodecor rerdanossaaval iaçãoquef i
car ácl aroseéesseo
caso,ou não.À5 vezes,o paci ente e seus f ami li
ar es r eagem,pr ont a ou
relutant ement e,à noção dequeo pr obl ema ou si nt omasdequesequei xam
par ecem f azersent idoem t er mosdosacont eci ment osedosdi stúr bi
osf ami l
iares
queest ãodescr evendo.Nãoér ar oqueessasi déi assej am r epul sivaspar aum ou
mai se,ocasi onal ment e,sãor ej
ei tadascomoi rrelevant eseabsur das.Dependendo
dessasr eaçõeséquedeci dimosanossaest ratégi at er apêut ica.
Nãot emosespaçoaquipar aexami nart odososusosl imi taçõesdosmui tos
padr õespossí vei sdei nt ervençãot er apêut i
ca—sej acom pai s
136
ef ilhos( det odasasi dades)oucom casai s— queset or nar am hoj eumapr át i
ca
estabel eci da. Ent revi stas conj unt as, ent revist as i ndi viduai s, as duas
alternadament e,t udot em seul ugar ,assi m comoassessõespr olongadasque
podem dur arvár i
ashor as;masest amosmui tol ongedesaberqualopadr ãoque
podeseri ndi cadocomoomel horpar aum det ermi nadopr obl ema.Exi stem,por ém,
cer tos pr i
ncí pios que são r elevant es par a qual quer desses pr ocedi ment os
terapêut i
cos.Porumaquest ão def acil
idadedeexposi ção,escol ho o caso da
terapi ai ndividual ,embor aassi nalandoqueépossí velr ef ormul aroenunci adode
cadapr i
ncí piodemodoqueser efiraaosmembr osdeumaf amí li
a, em vezdeuma
úni capessoa.
Em meuent ender ,aum t erapeut acaber eal izarum cer tonúmer odet arefas
i
nt er -r
el acionadas, ent reasquai sest ãoassegui nt es:
(a)em pr i
mei rol ugar ,eaci madet udo, propor cionaraopaci ent eumabasesegur aa
par tirdaqualel epossaexpl orarasimesmoeexpl or artambém suasr elaçõescom
todosaquel escom quem est abel eceu, oupoder áest abelecer , um ví ncul oaf et i
vo;e,
simul taneament e,fazercom quef iquecl ar opar ael equet odasasdeci sõessobr e
comoanal isarmel horumasi tuaçãoesobr equalamel horf ormadeagi rdevem ser
dele, equeacr editamosque, com aj uda, eleécapazdet omaressasdeci sões;
(b)j unt ar -
se ao paci ent e nessas expl orações,encor aj ando- o a exami naras
situaçõesem queat ual ment eel eseencont racom pessoassi gni fi
cat i
vas,eos
papéi s que pode desempenharnel as,e t ambém como r eage em sent iment o,
pensament oeaçãoquandonessassi tuações;
(c)chamaraat ençãodopaci ent epar aosmodoscomo,t alvezi nadver tidament e,
elet endeai nter pret arossent iment oseocompor tament odot erapeut aem r elação
ael e,epar aaspr evi sõesqueel e( opaci ent e)f azeasaçõesqueadot aem
resul tadodi sso;econvi dá-lodepoi saexami narseosseusmodosdei nt er pretar,
predi zereat uarpodem serpar cialout ot alment ei nadequados,àl uzdaqui loque
sabear espei todot erapeut a;
(d)aj udá- loaexami narcomoassi tuaçõesem queger alment eseencont raesuas
reaçõest í
pi casael as, incluindooquepodeest aracont ecendoent reel epr ópr i
oeo
terapeut a,podem serent endidasem t ermosdasexper i
ênci asdavi dar ealquet eve
com f i
gur asdel igaçãodur ant eai nf ânci aeadol escênci a( et alvezai ndaest ej
a
tendo) ,edequai sf or am ent ão( epodem serai nda)suasr eaçõesael as.
137
Embor aasquat rot arefasdel ineadassej am concei tual ment edi stint as,na
prát icat êm queserempr eendi dassi mul t
aneament e.Poi sumacoi saéot er apeut a
fazert udo o queest i
verao seu al cancepar aserumaf igur aconf i
ável ,út ile
const ant e,eumaout raéopaci ent ei nt
er pretá- locomot aleconf iarnel e.Quant o
mai sdesf avor ávei st i
ver em si doasexper iênci asdopaci ent ecom seuspai s, menos
fáci lser á par a el e conf i
aragor a no t erapeut a,e mai sf acilment e per ceber á,
i
nt er pret aráer eceber ánegat i
var nent et udooqueot erapeut af izeredi sser .Al ém
disso,quant omenosconf i
arnot er apeut a,menosl hecont ar áemai sdi fícilser á
par aambasaspar tesexpl or arosevent osdol or osos,assust ador esoumi ster i
osos
quepossam t erocor ridodur ant eosanosdei nf ânci aeadol escênci adopaci ent e.
Final ment e,quant o menos compl eto e exat of oro quadr o exi stent e do que
acont eceunopassado,mai sdi fícilser ápar aambasaspar tesent ender em os
sent iment oseocompor tament oat uai sdopaci ent e, emai orapr obabi lidadedeque
per sist am suasper cepçõesei nt erpr et açõeser rôneas.Assi m, ver i
ficamosquecada
paci ent eest áconf inadonum si stemamai soumenosf echado,esól ent ament e,
mui tasvezespassoapasso, épossí velaj udá- loaescapar .
Dasquat r
ot aref as,aquel aquepodeesper armai séoexamedopassado,
vistoquesuaúni cai mpor tânci ar esi denosescl areci ment osquef ornecepar ao
present e.A seqüênci a,par aot erapeut a e o paci ent et rabalhando j unt os
freqüent ement e poder á ser : pr i
mei r
o r econhecer que o paci ent e t ende
habi tual ment ear eagi raum det ermi nadot ipodesi tuaçãoi nt erpessoaldeum cer to
mododer rot i
st a;em segui da, exami narquet iposdesent iment oseexpect ativast ais
situaçõescomument edesper tam nel e;e, sódepoi sdi sso, exami narseel epodet er
ti
doexper i
ênci as,r ecent esouem seupassadodi stant e,quecont r
ibuíram par ao
fato de el er eagi r com esses sent iment os e expect ativas nas si tuações
apr esent adas.Dessaf or ma,l embr ançasdeexper i
ênci asr el evant essãoevocadas,
nãosi mpl esment ecomoacont eci ment osi nf eli
zes,masem t er mosdai nfluênci a
penet rant equeexer cem nopr esent esobr eossent iment os,pensament oseações
dopaci ent e.
Éevi dent equeum gr andenúmer odepsi cot er apeut as,i ndependent ement e
desuasconcepçõest eóricas,dedi cam- sehabi t
ual ment eaessast arefas,demodo
quemui todoqueest oudi zendol heséf ami l
iarhámui tot empo.Nat ermi nol ogia
tradici onal , ast aref assãomenci onadascomof or neci ment odeapoi o,i
nt erpr etação
dat r
ansf er ênci a, econst r
uçãoour econst ruçãodesi tuaçõespassadas.Seéquehá
novospont osquemer ecem ênf asenapr esent ef or mul ação, el essão:
(a)at ribui çãodeum l ugarcent ral, nãosónapr át i
camast ambém
138
em t eor i
a,donossopapeldedot arum paci ent ecom umabasesegur a,apar ti
rda
qualel epossaexpl oraredepoi schegaràssuaspr ópr iasconcl usõeset omarsuas
própr i
asdeci sões;
(b)r ejeitarasi nter pret açõesquepost ulam vár iasf or masdef antasi amai sou
menospr imi ti
vas,eopt arpel aconcent ração nasexper iênci asdavi dar ealdo
paci ent e;
(c)vol taraat ençãopar ticular ment epar aosdet alhesdecomoospai sdopaci ente
podem r eal ment et er-secompor tadoem r elaçãoael e,nãosódur antesuai nf ância
mast ambém dur ant eaadol escênci aeat éopr esent e;et ambém par aomodo
comoel ecost umar eagir ;
(d)ut i
lizarasi nt er r
upçõesnodecor rerdot ratament o,especi alment easi mpost as
pelot erapeut a, querr ot i
nei r
ament e, comonocasodef ér ias, querexcepci onal ment e,
comonocasodedoençaouout rasopor tunidades:pr imei ro,par aobser varcomoo
paci ent ei nt er pr etaumasepar açãoecomor eageael a;depoi s,par aaj udá- loa
reconhecercomoest ái nterpr etandoer eagi ndo;e,f inal ment e,par aexami narcom
elecomoeporqueel esedesenvol ver i
adessemodo.
Umai nsi stênci anopr incí piodequeaat ençãodeum paci ent edevesevol tar
par ao examedo quepodem t ersi do suasexper iênci asr eais,ecomo essas
exper i
ênci as podem ai nda i nf luenci á-lo,f reqüent ement e dá or i
gem a um mal -
ent endi do.Poder -se- áper gunt ar :ser áquenãoest amosapenasencor ajandoum
paci ent eaat ribui rt odaar esponsabi l
idadeporseuspr obl emasaospai sdel e?E,
sendo assi m,que benef ício pode r esul tardi sso? Em pr imei rol ugar ,cumpr e
enf atizarque,como t erapeut as,não nos compet e det ermi narquem deve ser
i
ncr i
mi nadoouporquer azões.Nossat aref aconsi ste, si m, em aj udarum paci entea
compr eenderem quemedi dael eper cebeei nt er pr etaer roneament eacondut a
daquel esaquem est i
maoupoder iaest imarnopr esent e, ecomo, em conseqüênci a,
elet rat aessaspessoasdeumaf or maquepr oduzr esul tadosqueel el ament aou
depl or a.Nossat aref a,def at o,consi steem aj udá- lo ar eexami narosmodel os
repr esent aci onai sdasf igur asdel igaçãoedel emesmoque,sem queseaper ceba
disso,est ão gover nando suas per cepções,pr evisões e ações,e como esses
model ospodem t ersi dodesenvol vidosdur antesuai nfânci aeadol escênci ae,se
eleacharconveni ent e,ajudá- loamodi fi
caressesmodel osàl uzdeexper iênci as
mai sr ecent es.Em segundol ugar ,consi der andoqueum paci ent eat ri
buicul pas
facilment e,devemossercapazesdeassi nalarasdi f i
cul dadesemoci onai seas
exper iênciasi nf eli
zesporqueseuspai st alvez
139
tenham passado,desper t
ando,assi m,asuasi mpat iaecompr eensão.Tendoem
ment eonossopapelmédi co,devemosabor darocompor tament odospai s,que
podeserpr of undament elament ável ,deum modot ãoobj et i
voquant oomodopel o
qualt ent amosabor darocompor tament odopr ópr i
opaci ent e.Onossopapelnãoé
atr i
bui rcul pas nem apont arcul pados,mas i dent i
ficarcadei as causai s com a
finalidadeder ompê- lasouat enuarsuasconseqüênci as.
Est eéomoment oopor t unopar anosr eferirmosàt erapi af ami liar ,ur navez
que,nodecor rerdasent revist ascom af amí l
ia,talvezsej apossí veladqui riruma
per spect i
vamui to mai sext ensasobr eo modo como sur giram asdi ficul dades
atuai s.Usando essasocasi õespar at raçarur naár vor egeneal ógi cadet alhada,
dadosvi taispodem serdesent er r
adospel apr imei ravez, especi alment equandosão
i
ncl uí dososavós.Comoobser vouum col ega,“ ésur pr eendent everosef ei tosque
tem sobr eum paci ent eouvi rseusavósf alar em ar espei t
odosavósdel es” .
Embor aeuacr editequeosmesmospr incípiosseapl i
quem t ant oàt er apia
fami liarcomo à t er apiai ndi vidual ,asdi f
erençasna apl i
cação são numer osas
demai spar apoder mosdi scut i-l
asaqui ,mer ecendoserexami nadasem det al
he
num est udo à par te.Uma di ferença pode,ent retant o,sermenci onada.Ur na
finalidadepr ecí puadat erapi af ami liaréhabi li
tart odososmembr osdaf amí liaa
relaci onar em- seunscom osout rosdemodoaquecadamembr opossaencont rar
umabasesegur aem seur elaci onament ocom af amí lia,comoocor reem t odasas
famí liasquet êm um f uncionament osadi o.Com esseobj eti
voem vi sta,aat enção
sevol tapar aacompr eensãodosmét odospel osquai sosmembr osdaf amí li
aàs
vezesconseguem of erecerunsaosout rosumabasesegur a,masout r asvezesnão,
porexempl o, interpr etandoer roneament eospapéi sunsdosout ros, desenvol vendo
falsasexpect at ivasunsem r elaçãoaosout r
os, ouquandodi rigem aum membr oda
famí liaf or masdecompor tament oqueser i
am adequadassedi rigidasaum out ro.
Porconsegui nte,nat erapi af ami liar ,ser ár eser vadomenost empoài nter pr et ação
dat ransf er ênci adoquenat er api ai ndividual .Umavant agem f undament aléque,
quandoat erapi asemost raef icaz, podef reqüent ement et ermi narmai scedoecom
menordoreper turbação do queat erapi ai ndividual ,no decor rerdaqualum
paci ent epodef acilment eacabarconsi derandoot er apeut acomoaúni cabase
segur aquel heépossí velimagi nar .
Vol temosagor aaf alarem t er mosdet erapi aindi vidual .
Já enf at i
zeique,em mi nha opi nião,uma i mpor t
ant et aref at er apêut ica
consi st eem aj udarum paci ent eadescobr irquai ssãoassi tuações,at uai sou
passadas, com queosseussi nt omasser elacionam, quer
140
set rateder espost asaessassi tuaçõesoudeef eitossecundár i
osdat ent at ivade
nãor eagi rael as.Ent retant o, comof oiopaci ent equeest eveexpost oàsi tuaçãoem
quest ão, elej ápossui ,num cer tosent i
do, todasasi nf or maçõesr elevant es.Porque
é, ent ão, queel enecessi t
adet ant aaj udapar adescobr i
- l
a?
Of atoéquegr andepar tedasi nfor maçõesmai si mpor tant esr efer em- sea
event osext remament edol orososouassust ador esqueopaci ent e,naver dade,
pr efer i
riaesquecer .Lembr ançasdet ersi dosempr econsi der adoi nconveni ent e,de
t•ert i
doquecui dardeumamãedepr imi da,em vezdet ersi docui dadoporel a,do
terrorer aivaquesent iaquandoopaier avi olent oouamãef aziaameaças, dacul pa
queoi nvadi aquandol hedi zi am queseucompor tament of ari
aseuspai sf i
car em
doent es, dopesar , desesper oer aivaqueodomi navam depoi sdeumaper da, ouda
i
nt ensi dadedeseusansei osnãocor r espondi dosdur ant eum per íododesepar ação
forçada.Ni nguém poder ecor dart ai
sevent ossem queser enoveoseusent i
ment o
deangúst ia,our aiva,oucul pa,oudesesper o.Ni nguém f azquest ãodeacr edi tar
queseuspr ópr iospai s,queem out rasocasi õespodem t ersi docar inhosose
solícitos,em al gunsmoment ossecompor taram def ormamai sdepr i
ment e.E,por
out rol ado, émui topoucopr ovávelqueospai sest imul em seusf i
lhosar egi strarou
ar ecor dart aisacont eci ment os;com ef ei t
o,com mui t af reqüênci ael est ent am
negarasper cepçõesdosf ilhosei mpõem- lhesosi lênci o.Par aospai séi gual ment e
penoso exami nar em dequemanei ra o pr ópr io compor tament o del espodet er
cont r
ibuí do,et alvezai ndaest ej acont ri
bui ndo,par aospr obl emasat uai sdof ilho.
Por tant o,exi stem,det odasaspar tes,f or tespr essõespar aoesqueci ment oea
distor ção, ar epr essãoeaf al sificação, inocent ando- seumapar teei ncr imi nando- se
aout ra.Concl uímos, poi s, queospr ocessosdef ensi vost êm comoobj etivoi mpedi r
or econheci ment oouar ecor daçãodeevent osdavi dar ealeossent iment ospor
elessusci tados, assi m comosempr et iver am porobj etivoat omadadeconsci ênci a
dei mpul sosouf ant asi asi nconsci ent es.Com ef eito,mui tasvezessóquandoa
trajetór iadet alhadadeal gumar elaçãoper turbadaeaf litivaér ecor dadaedescr itaé
quevêm àment eo sent iment o desper tado porel aeasaçõescogi tadasem
respost a.Lembr o- mebem decomoumaj ovem i nibidaesi l
enci osa,depoucomai s
de20anos,pr opensaaest adosdeâni mosupost ament ei mpr evi sí
vei seacr i
ses
histér i
casem casa,r espondeuaomeucoment ár i
o:“ tenhoai mpr essãodequesua
mãer eal ment enuncaaamou” .( Elaer aasegundaf ilha, sendosegui dadeper topor
doi sf ilhosmui t
odesej ados. )Lavadaem l ágr imas,el aconf irmouami nhaopi nião,
citando,pal avraporpal avr a,coment ár i
osf eitospel amãedesdeai nf ânci aat éo
present e, eodesesper o,
141
ciúmeer aivaqueomodocomoamãeat rat avadesper t
avam nel a.Segui u- se
nat ural ment eaanál i
sedesuapr ofundaconvi cçãodequeeut ambém aachava
ant ipát i
caedequesuasr elaçõescomi goser iam t ãodesast rosasquant ocom a
mãe, oqueexpl icavaossi lênci osmal -humor adosquevi nham i mpedi ndoat erapi a.
At écni cadesenvol vidapar aaj udarpessoasquesof reram per dasi lust r
abem
ospr incí piosqueest oudescr evendo.Nesset r
abal ho,osevent osem quest ãoeos
sent iment os,pensament oseaçõesporel esusci tadossão r ecent ese,assi m,
compar adoscom osevent oseasr eaçõesdai nf ânci a, têm mai orespr obabi l
idades
deserr ecor dadoscom ni tidezeexat idão.Ossent i
ment osdol orosos,al ém di sso,
ainda est ão f reqüent ement e pr esent es ou,pel o menos,são mai sf aci l
ment e
acessí vei s.
Aquel es que se dedi cam ao aconsel hament o de pessoas que sof rer am
per das( porexempl o,Raphael ,1975)apur aram empi ricament eque,par aqueel as
sejam aj udadas,é necessár io encor ajá-las a r ecor dare a descr ever ,mui to
det alhadament e, todososevent osqueconduzi ram àper da, asci rcunst ânci asquea
cer car am easexper iênci asporquepassoudesdeent ão;com ef eito,par eceque
soment edessemodoéqueumavi úva( *),ouqual querout rapessoaquesof reu
umaper da,conseguedi st i
ngui rsuasesper anças,ar rependi ment osedesesper os,
suaansi edade, rai vaet alvezcul pa, e, tãoi mpor tant equant oi sso, r
ecapi tulart odas
asaçõeser eaçõesquepr et endi a( et alvezai ndapr et enda)r eali
zar ,pormai s
i
nadequadasear r
asador asquemui tasdel assempr et enham si do,ecer tament e
seri
am agor a.Edesej ávelqueapessoaquesof reuumaper darecapit
ulenãosó
tudooquecer couessaper da,comot ambém t odaahi stóri
ador el
acionament o,
todasassuassat i
sfaçõesedef i
ciênci
as, ascoisasquef oram feit
aseaquel asque
fi
caram porf azer.Def ato, parecequesóquandoconseguer elembrarer eorganizar
aexper i
ênciapassadaéqueset ornapossívelpar aelaconsi derar-
seviúva,r efl
eti
r
sobretodasassuaspossi bili
dadesf r
it
ur as,
com suasl imitaçõeseopor tunidades, e
ti
rardelasomai orpr ovei to,sem t ensõesnem esgot ament ossubseqüent es.O
mesmoseapl i
ca, éclaro, avi úvoseapai squeper deram um f il
ho.
Até aqui , não menci onei qual quer consel ho. A exper iência do
aconselhament oapessoasquesof r
eram perdamost raque,at équeelast enham
ti
dot emposuf i
cientepar aavançarem suar ecapitulaçãodopassadoeem sua
reori
entaçãopar aof utur o, osconsel hossãomui tomai snoci vosdoquebenéf i
cos.
Além disso,apessoanecessi t
amui tomai sdei nformaçãodoquedeconsel hos.
Poisasi t
uaçãodavi dadeuma

(
* ) Por r azões demogr áficas, o desenvol viment o de t écni cas de
aconsel hament oem casosdeper daf ez-sepr i
nci palment ecom vi úvas;pori sso,
sãoessesoscasosquasesempr eci tados, nest epar ágr af oenossegui nt es.
142
viúvaémui todi f
er ent edoqueer a.Mui toscami nhosconheci dosdeaçãof oram
agor af echadosepodeserquef altem ael ai nfor maçõessobr eaquel esquel he
est ãoagor aaber tos,esobr easvant agensedesvant agensdecadaum.For necer -
l
he— ouor j
entá4anosent idode— i nformaçõesr elevant es,eaj udá-laaexami nar
suasi mpl icaçõespar ao f uturo,dei xando,ao mesmo t empo,queel at omeas
deci sões,poder á ser ,no moment o opor t
uno,mui to ut il.Hambur g enf at i
zou
reiteradament e a gr ande i mpor tânci a de uma pessoa buscare ut ilizarnovas
i
nf or mações,como um passo necessár i
o par a enf rent arqual quert ransição
est ressant e( Hambur g e Adams,1967) .Aj udarum paci ent eaf azeri sso no
moment ocer toedamanei r
acor retaconst itui,poi
s, aqui ntat arefadot er apeut a.
Quandoseassi steaum paci entepsi quiátrico,ast ar ef asaempr eendereas
técni caspar ar ealizá- l
asnãosãoespeci f
icament edi fer ent es,cr eioeu,dasusadas
no aconsel hament o a pessoas que sof reram per da.Aquel as di fer enças que
por vent ur aexistam devem- seaof at odeosmodel osr epr esent acionaisdopaci ent e,
e os padr ões de compor tament o nel es baseados, est arem f irmement e
est abeleci dos há mui tot empo,de mui tos dos event os que l evar am ao seu
desenvol viment oter em ocor ridohámui t
osanos, edeopaci ent eemembr osdesua
famí l
iar elutarem pr ofundament e em enf rentar de novo essas coi sas.Por
consegui nte,quandoum t erapeut aaj udaum paci ent epsi qui átricoaexpl orar -
seasi
mesmoeaexpl or
aroseumundo, el etem um papelcompl exoapr eencher .
Assi m,deveencor ajaroseupaci enteaexpl or ar ,mesmoquandor esi stea
fazê- lo,et ambém deveaj udá- lonabuscachamandoaat ençãopar acar act erísti
cas
dahi st óriaquepar ecem t erpr obabi li
dadedeadqui ri
ri mpor t
ânci a,descar tando
aquel asque, aparent ement e,sãoi rrelevant esepodem desvi á- l
o.Com f reqüênci a, o
terapeut achamar áaat ençãodopaci entepar aasuar elut ânci aem exami narcer tas
possi bilidades e,t alvez si mul taneament e,most rará compr eensão par a com a
per plexidade, angúst iaedorquet alexamepoder i
aacar ret ar.Em t udoi st o, comose
not ará,est oudeacor docom osqueacr editam queopapeldot erapeut adeveser
ativo.Ent retanto,par a seref icaz,o t erapeut a deve r econhecerque não pode
cami nharmai sdepr essadoqueopaci enteeque,aochamaraat enção,com
demasi adai nsi st ênci a, par at emasdol orosos, desper taráomedoem seupaci entee
sóganhar áar ai vaeopr ofundor essent iment odel e.Fi nal ment e,ot erapeut anunca
deveesquecerque,pormai spl ausí vei seconvi ncent esquel hepar eçam suas
conj etur as,em compar açãocom opaci ent eel eest áem posi çãodesf avor ávelpar a
conhecerosf at os,eque,em úl t
imai nst ânci a,aqui lo queo paci ent eacr edita
sincer ament eéquedeveseracei tocomodef i
niti
vo.
143
Nest epont o,tocamosnaquest ãoi mensament ei mpor t antedasper spect i
vas
edosval or esdopr ópr iot er apeut aem r el açãoaopaci ent eeseuspr obl emas;poi s
sejam quai sf or em asper spect ivaseat itudesdot erapeut a, elasnãopoder ãodei xar
dei nfluenci arasat itudesdopaci ente, nem quesej aat ravésdopr ocessoal tament e
i
nconsci ent edaapr endi zagem porobser vação( i
dent i
ficação) .Nessepr ocesso,a
exper iênci aqueopaci ent et em docompor t
ament oedot om devozdot er apeuta, e
omodocomoest eabor daum t ópico,sãopel omenost ãoi mpor tant esquant o
qual quercoi sa que el e di ga.Assi m,com a t eor ia da l igação em ment e,um
terapeut at ransmi t
irá,sobr etudopormei osnão- ver bai s,seur espei toesi mpat i
a
pelosdesej osqueseupaci entet em deamoresol i
ci tudedeseusf ami l
iar es,sua
ansi edade,r ai va e t alvez desesper o porverseus desej os f rust rados e ( ou)
difamados,nãosónopassadomast ambém nopr esent e,eaconst ernaçãoeo
pesar que t al vez uma per da na i nfânci a possam t er ger ado;e most r
ar á
compr eenderqueconf li
tos,expect ativaseemoçõessemel hant espoder ãoat uar
i
gual ment enar elaçãot erapêut ica.Tant oat r avésdacomuni caçãonão- ver balcomo
dacomuni caçãover bal ,um t erapeut at ransmi t
iráseur espei toeapoi oaodesej odo
seupaci ent edeexpl or aromundoechegaràssuaspr ópr iasdeci sõesnavi da;sem
deixarder econhecer ,aomesmot empo, queopaci ent epodeal i
ment arumacr ença
prof undament eenr aizada,der ivadadaqui loem queout rosi nsistiram,dequeser á
i
ncapazdeoconsegui r.Nessescont at oscot i
dianos, um cer topadr ãodecondução
der elaçõesi nt erpessoai sé,i nevi tavel ment e,demonst radopel ot erapeut a,ei sso
nãopodedei xardei nfluenci ar ,em cer tamedi da,ospont osdevi stadeseupaci ent e.
Porexempl o, em l ugardoquepodet ersi doum padr ãoder ecr imi nações, punições
er evi des,oudecoer çãopori nduçãodecul pa,oudeevasãoemi stificação,o
terapeut ai nt roduzum padr ãoem quesedest acaat ent at ivadecompr eendero
pont odevi stadaout rapessoaededi scut i-
loaber tament ecom el a.Em cer tos
pont osdat er api a,adi scussãodessesdi ferentesmodosdet ratarpessoaseas
provávei sconseqüênci asdecadaum del espodeserumaest r
at égiaút i
l.Dur ant e
essasdi scussões,ot erapeut al evant aráquest õesef or necer ái nf or mações,ao
mesmot empoque, umavezmai s,dei xar áqueopaci ent et omeasdeci sões.
Éevi dent eque,par aserbem- feito,esset rabal hoexi gedot erapeut anãosó
umaboaapr eensãodospr incípi os,comot ambém acapaci dadedeempat iaede
toleraruma emoção i ntensa e penosa.Aquel es que possuem uma t endênci a
fortement eor gani zadapar aaaut oconf i
ançacompul sivanãosãoosmai si ndi cados
par ar ealizart alt rabal ho—eémel horquenãoof açam.
144
Ao f al ar mos ant es sobr e as quat rot arefas bási cas do t erapeut a,f oi
enf ati
zado que,embor a concei tual ment e di st i
ntas,el as devem,na pr ática,ser
execut adassi mul taneament e.At équepont oat erapi apodeedeveserr eali
zada
com qual querf amí li
a ou paci ent eéuma quest ão di fícilecompl exa.O pont o
principalt al vezsej aquear eest rutur açãodosmodel osr epr esent aci onai sdeuma
pessoaesuar eaval iaçãodeal gunsaspect osdasr el açõeshumanas,com uma
cor respondent emudançaem seusmodosdel idarcom aspessoas, pr ovavel ment e
ser á um t rabal ho l ent o ef ragment ado.Em condi ções f avor ávei s,o t er reno é
prepar adopr imei rodeum ângul o,depoi sdeout ro.Namel hordashi pót eses,o
avançor ealiza- seem espi ral.At éondeot erapeut apodei reat équepont osedei xa
envol verpr ofundament eéumaquest ãopessoalpar aambasaspar t es.Porvezes,
umaúni casessãoouapenasmei adúzi adesessõeshabi lit
am um paci ent eouuma
famí l
iaaenxer garpr oblemassobumanoval uzou,t alvez,aconf irmarqueum
pont odevi sta,r ej eitadoer idicular i
zadoporout r
os,énaver dadepl ausí velepode
seradot adocom vant agem.( Verdescr i
çõeseexempl osem Capl an, 1964;Ar glese
Mackenzi e,1970;Li nd,1973;Hear d,1974. )Um val orespeci aldasent r evistas
fami l
iaresconj unt aséquehabi li
tam cadamembr odeumaf amí liaadescobr ir
comocadaum dosout rosencar aavi daf ami l
iardet odosel es,demodoque,em
conj unt o,par tam par a a sua r eaval iação e mudança.Com f reqüênci a,essas
ent revist ast ambém habi li
tam t odososmembr osdaf amí liaat omarconheci ment o,
quasesempr epel apr imeiravez,dasexper i
ênci asi nf elizesqueopaiouamãe
podem t ert idoem anospassados,exper iênciasessasque,l ogoseper ceber á,
ti
ver am comoconseqüênci aoconf litof ami liarat ual.( Um excel enteexempl o,em
que uma cr i
se conj ugalat ualr emont a às conseqüênci as per sistent es de l uto
def i
ci enteapósumaper danai nfânci a,f oidescr itoporPaul ,1967) .Ent ret ant o,há
mui t osout roscasos,sobr etudoem paci ent esquedesenvol ver am um f alsoeu
altament eor gani zadoeset ornar am compul sivament eaut oconf iant esoudadosa
cuidardeout ros, em queum per í
odomui tomai sext ensodet ratament opoder áser
necessár io, antesdeseobser varqual quert ipodemudança.
Ent retant o,querat erapi asej abr eveoupr olongada,sãocl arasaspr ovasde
que,seot er apeut anãoest iverpr epar adopar aest abel ecerum r elaci onament o
aut ênt i
cocom umaf amí li
aouum i ndi víduo,nenhum pr ogr essopodeseresper ado
(Mal an,1963;Tr uaxeMi tchel l
,1971) .I ssoi mpl icaqueum t erapeut adeve,na
medi dado possí vel ,sat i
sfazero desej o do paci ent edet erumabasesegur a,
embor ar econhecendo
145
queosseusmel hor esesf orçosf icar ãoaquém doqueum paci entedesej aedoque
l
hepoder iapr opor cionart otalbenef í
cio;quedevepar t i
cipardasexpl or açõesdo
paci ent ecomoum companhei ropr ont oaconduzi rouaserconduzi do;quedeve
estardi spost oadi scut i
rasper cepçõesqueopaci ent et em del eeogr auem que
elaspodem ounãoseradequadas,oque,porvezes,nãoéf ácildedet er mi nar ;e,
fi
nal ment e,quenão devef ingi ro cont rário sef icaransi oso ar espei t o deum
paci ent e ou f ori rritado porel e.I sto especi alment ei mpor tant e no caso dos
paci ent escuj ospai ssempr esi mul ar am af eiçãopar aencobr irapr of undar ejeição
pelosf ilhos.Gunt rip( 1975)descr eveudemanei raexcel ent e‘ atar efadot er apeut a:
“Em meu ent ender ,é o f or neciment o de uma r el ação humana conf iávele
compr eensi va,deum t i
poqueest abel ececont atocom acr i
ançat raumat i
zada
prof undament er epr imi da,demodoahabi l
itar[opaci ent e]at ornar -
secadavez
mai scapazdevi ver ,nasegur ançadeumanovar elaçãoaut ênt i
ca,com ol egado
traumát icodospr imei rosanosf or mat i
vos,quandoel esei nfi
ltraoui r rompena
consci ênci a” .
Quandoadot aumapost uradesset ipo,ot erapeut acor r ecer tosper igos,dos
quai sébom quet enhaconheci ment o.Em pr imeir olugar ,oansei odopaci ent epor
obt erumabasesegur aeseumedoaf liti
vodeserr ejeitadopodem t or narsuas
reclamaçõesi nsi st entesedi fíceisdet ratar.Em segundol ugar ,emui tomai sgr ave,
aof azert aisr ecl amações, um paci ent epodeest arempr egandocom ot er apeut aos
mesmosmét odosqueospai st alvezusassem com el e, quandoer acr i
ança.Assi m,
um homem cuj amãe, quandoel eer acr i
ança, inver t
euar elaçãoexi gindoqueof ilho
cuidassedel a, equeusouameaçasout écni casdei nduçãodecul paaf im def or çá-
l
oai sso, poder á,dur anteot ratament o,empr egaressasmesmast écni cascom seu
terapeut a.Édamai orimpor tânci a,evident ement e, queot erapeut ar econheçaoque
estáacont ecendo,r emont andoàor i
gem dast écni casqueest ãosendousadase
resist i
ndoael as,i st oé,col ocandol i
mi t
es.Ent ret anto,quant omai ssut i
sf orem as
técni casdei nduçãodecul paequant omai sansi osoot erapeut aest i
verporpr est ar
ajuda,mai orser áoper igodeel eseral iciado.Desconf iodequeumaseqüênci a
desse t i
po expl i
ca mui tos dos casos descr it
os por Bal i
nt ( 1968) como
mani fest açõesde“ regr essão mal i
gna”ecl assi fi
cadosporout roscomo casos
l
imí trof es.Ospr oblemascl ínicosaquepodem daror igem est ãobem i lust radospor
Mai n( 1957)et ambém porCoheneseuscol abor ador es( 1954) .Est eúl timogr upo
apont aoper igodeum t erapeut anãor econhecerquandoasexpect at i
vasdeum
paci ent e se t or nam i r realistas por que,quando f i
ca cl aro que el as não ser ão
satisf eitas, opaci ent epodesubi tament esent ir-set otalment er ejei
tadoe, assi m, cai r
em desesper o.
146
Comomui tasdasquest õesdequeat eor iadal igaçãoseocupasãoas
mesmast ratadasporout rast eoriasdapsi copat ologia— quest õesdedependênci a,
relaçõesobj etai s,si mbi oseeansi edade,pesar ,nar cisismo,t r
aumasepr ocessos
def ensi vos— nãosur pr eendequemui t osdospr i
ncípi ost er apêut i
cosaqueel a
conduzsej am conheci doshá mui tot empo.Al gumasdassobr eposi çõesent re
i
déi asqueeupr opuseasdeBal i
nt( 1965,1968) ,Wi nni cot t(1965)eout ros,f oram
discut i
dasporPedder( 1976)apr opósi t
odot ratament odeum paci ent edepr i
mi do
com um “ falsoeu” .Out rassobr eposições,porexempl o,aequi valênci adoconcei to
dej ogodeWi nnicot t( 1971)edoquedesi gnamosaquiporexpl or ação,f oram
assi nal adasporHear d( 1978) .Sobr eposi çõescom asi déiasdepsi cot erapeut as
que chamar am at enção especi alpar a o papeldesempenhado na gênese de
depr essõesepi sódi casedemui tosout r ossi ntomasneur ót i
cosporf racassodo
l
ut oquandodaper dadeum dospai sdur ant eai nf ânci aouadol escênci a( por
exempl o,Deut sch,1937;Fl emi ngeAl tschul ,1963)oupordi ficuldadedeacei tação
dat ent ativadesui cí diodeum dospai s( Rosen,1955) ,t ambém ser ãoevi dent es.
Cont udo,embor a essas sobr eposições sej am bast ant er eais,t ambém exi st em
diferençassi gni fi
cat ivas,t ant odeênf asecomodeor ient ação.El asdependem,em
par te,do modo como concebemos o l ugardo compor t
ament o de l igação na
nat ureza humana ( ou,em cont raparti
da,que uso f azemos dos concei tos de
dependênci a,or ali
dade,si mbi oseer egressão)e,em par te,decomoacr editamos
que uma pessoa adqui r
e cer tas f ormas desagr adávei s e aut odest rutivas de
i
nt eraçãocom aquel esquel hesãomai schegados, oudecr ençasdespr oposi tadas,
como,porexempl o,adequeapessoaéi nerent ement ei ncapazdef azerqual quer
coisaút i
louef i
caz.
Todos aquel es que pensam em t ermos de dependênci a,or al i
dade ou
simbi oser efer em- seàexpr essãodedesej osecompor tament odel igaçãoporum
adul tocomosendoor esul tadodeel eterr egredi dopar aal gum est adoquesej ul ga
sernor maldur ant eai nf ânci a,freqüent ement eodemamarnosei omat erno.I sso
l
evaost erapeut asaf al arem aum paci ent esobr e“ apar tei nfantildoseueu”ou
“suanecessi dadepuer ildeseramadooual i
ment ado” ,ear efer i
rem- seaal guém em
prant os,apósof aleciment odeum ent equer ido,comoest andonum “ estadode
depr essão” .Em mi nhaopi nião,t odasessasaf irmaçõesest ãoer radas,porr azões
tant ot eór icascomopr át i
cas.Quant oàt eoria,j áf oidi toosuf i
cient epar adei xar
claroqueconsi der oodesej odeseramadoepr otegi docomoumapar t
ei nt egr ante
danat ur ezahumana, queraol ongo
147
davi daadul ta,quernosanosdai nfânci aeadol escênci a,equeaexpr essãodet al
desej odeveseresper adaem t odooadul t
o,especi alment eem épocasdedoença
oucal ami dade.Noqueser efereàpr át i
ca, par eceal tament ei ndesej ávelmenci onar
as“ necessi dadespuer is”deum paci ent equandoest amost entandoaj udá- loa
recuper arseusdesej osnat uraisdeseramadoepr ot egido,osquai s,em vi rtudede
exper i
ênci asinf eli
zesnocomeçodavi da,el eseesf or çoupornegar .Interpr etare
classi fi
caressesdesej oscomopuer isf azcom queum paci ent epossaf aci l
ment e
i
nt erpret arnossoscoment árioscomodepr eci ati
voser emi niscent esdeum pai
desapr ovador ,quer ejeitaof i
lhoquepr ocur aserconsol ado,chamando- ode“ bobo
ei nf ant i
l”.Um modo al t
ernat ivo def azeral usão aosdesej osdeum paci ente
consi st eem r efer i
r-seaseusansei osdeseramadoepr otegidocomosendoal go
quet odosnóspossuí mosmasque,nocasodel e,f oir eprimi doquandoer auma
criança( pormot ivosquepoder emosent ãoespeci fi
car )(* )
.
Umasegundaár eadedi f
er ençadi zr espei t
oaomodopel oqualsupomosque
umapessoapassaaapl icaraocônj ugeouaosf ilhos,et ambém,porvezes,ao
terapeut a,cer t
aspr essõesdesagr adávei s,porexempl o,ameaçasdesui cídioou
modos sut i
s de i ndução de cul pa.No passado,embor a o pr oblema f osse
reconheci do,nãosedeumui taat ençãoàpossi bil
idadedequeopaci ent et ivesse
apr endi doaexer ceressaspr essõespel of atodeast ersof ri
doquandoer acr iançae,
consci enteoui nconsci ent ement e,est ivesseagor acopi andoseuspai s.
Uma t erceira ár ea de di f
erença di zr espei to à or igem do pr olongado
desesper oedesampar o.Tr adici onal ment e,issof oiat ribuído,deum modoquase
excl usivo,aosef eitosdacul pai nconsci ente,O pont odevi staqueeuadot o,que
estádeacor docom osest udosdeSel igmansobr ei mpot ênciaapr endida( Sel igman,
1975) ,et ambém écompat í
velcom anoçãot r
adi cional ,édequeal guém que
mer gulhou f acilment eem est adospr olongadosdedesesper ança edesampar o
estever epet i
dament eexpost o,nai nf ância,asi tuaçõesem quesuast ent ativasde
i
nf luenci arospai spar aquel hededi cassem mai st empo,af eiçãoecompr eensão,
nadamai sencont r
ar am doquer epul saepuni ção.
Fi nalment e,poder -
se-áper gunt arquepr ovasexi stem dequeumat erapia
conduzi dadeacor docom ospr incípi osaquiexpost os,em l inhasger ais,éef icaze,
sef or ,em quet iposdecasos?Ar espost aéquenãoexi stem pr ovasdi r
et aspor que
nenhumasér iedepaci entesf oit ratada

(*)Asdi sti
nçõesqueest ouf azendosãoi dênt i
casàsf ei
tasporNeki( 1976),
queest abeleceocont rastedoval ordadopel acul turaíndiaa“ l
igaçõesaf il
iati
vas
for
tement ei nt
erdependent es,f
oment adasel evadasat éai dadeadul ta”com oval or
ocidentalde“ i
ndependênci aori
entadapar aar ealizaçãopessoal ”.Oseuexamede
como esses i deais divergent
es af etam a t erapia nesses aspect os obedece a
dir
etri
zesmui t
osemel hantesàsaquidel ineadas.
148
exatament edeacor docom essaor ientação,def ormaqueéi mpossí velqualquer
i
nvest i
gaçãodosr esultados.O máxi moquesepodedi zeréquecer taspr ovas
i
ndi r
etas são pr omissor as. Pr
ovêm de i nvestigações sobr e a ef i
cácia da
psicoterapiabreveedoaconsel hament oapaci entesquesof reram per da.
Mal an (1963,1973)vem exami nando há mui tosanososr esult
adosda
psicoterapiabreve(def i
nidaarbit
rariament ecomot endo,nomáxi mo, 40sessões)e
concl uiu que se pode especi fi
carum gr upo de paci ent es suscet íveis de se
benef iciarem com um cer tot ipo depsi cot erapi a cujascar act eríst i
cast ambém
podem serespeci fi
cadas.Ospaci ent esquet êm possi bili
dadedecol herbenef ícios
sãoaquel esque,dur ant easpr imei rasent revi stas,most ram- seapt osaenf rent aro
conf l
itoemoci onaleest ãodi spost osaexpl or arsent i
ment oseacol abor ardent rode
umar elaçãot er apêut i
ca.A t écni caquepr ovouseref i
cazf oiaquel aem queo
terapeut asesent i
uapt oacompr eenderospr obl emasdopaci ent eeaf or mul arum
plano;e em que acompanhou a r el ação de t ransf erênci aeai nterpr etou
francament e, prest andoespeci alat ençãoàansi edadeer aivadopaci ent equandoo
terapeut af ixouumadat adet ér mi no.
Nar epet i
çãodoest udo, Mal aneseuscol egaschegar am àmesmaconcl usão.
Além di sso,apur aram que“ um i mpor tant ef atort erapêut i
coéadi sposi çãodo
paci ent epar aenvol ver -sedeum modoquer epitaumar elaçãodai nf ânci a”com um
ouout rodeseuspai s, oucom ambos, easuahabi li
dade, com aaj udadot erapeut a,
par ar econheceroqueest áacont ecendo( Mal an,1973) .Um est udosubseqüent e
feitopel omesmogr upo,dest avezcom paci ent esquemel hor aram depoi sdeuma
únicaent r
evi sta,apr esent anovosdadosquecompr ovam essaconcl usão( Mal ane
out ros, 1975) .
Embor aat eor i
adepsi copat ologi ausadaporMal aneseuscol egassej a
difer ente, em al guns aspect os, da que del ineamos aqui , exi stem cer tas
semel hançasi mpor tant es.Al ém di sso,comoser ánot ado,exi steumaconsi der ável
semel hança ent re os pr i
ncí pios de t écni ca que el e consi der a ef icazes e os
def endi dosaqui .
A aval iaçãodaef i
cáci adoaconsel hament oavi úvasconsi der adascomo
tendo um pr ognóst ico desf avor ávelt ambém apont anumadi reção pr omi ssor a.
Ent reasvi úvasquer eceber am af or madeaconsel hament oaci madescr i
to, apur ou-
sequeonúmer odasquet inham pr ogr edi dof avor avel ment e, aof i
m det rezemeses,
erasi gni ficativament emai ordoqueent reasdeum gr upodecont rolequenão
receber aqual querespéci edeaconsel hament o( RaphaeleMaddi son, 1976) .
Deve- ser econhecer ,écl ar o,quedel inearpr incípiosdet erapi aémui tí
ssi mo
mai sf ácildoqueapl icá- l
osnascondi çõessempr evar i
adas
149
dapr át i
cacl ínica.Al ém di sso, apr ópr iat eor iaai ndaseencont ranum est ági oini cial
dedesenvol vi ment o,emui t
ot r
abal ho ai ndapr ecisaserf eito.Ent r
east ar efas
prior it
áriasest ádet ermi nart ant oagamadecondi çõescl í
nicaspar aasquai sa
teor iaér elevant ecomoasvar iant espar ticul aresdat écni camai sadequadaspar a
tratá- l
as.
Ent retant o, aquel esqueadot am at eor i
adal i
gaçãoacr edi tam quet antoasua
estr uturacomosuar elaçãocom osdadosempí ricossãohoj et aisqueasua
util
idade pode sert estada si stemat icament e.Nos campos da et iologi a e da
psicopat ologi a,el a pode serusada par a el abor arhi pót eses especí fi
cas que
relaci onam di fer entesf ormasdeexper i
ênci af ami l
iarcom di ferent esf ormasde
distúr biopsi qui át r
icoet ambém, tal vez, com asmudançasneur ofisiológi casqueas
acompanham,comoHambur geseuscol egas( 1974)acr edi tam.Nocampoda
psicot erapi a,podeserusadapar aespeci f
icarat écnicat erapêut i
ca,descr evero
processot erapêut i
coe,dadososdesenvol viment ost écni cosnecessár ios,par a
medi ramudança.Àmedi daqueaspesqui saspr ossegui rem,apr ópr i
at eoriaser á,
sem dúvi da,modi ficadaeampl i
ada.I ssonosdáaesper ançadeque,nodevi do
moment o, at eor iadal i
gaçãosemost reút i
lcomoum component enosei odocor po
mai sampl odaci ênci apsi qui át r
ica,queHenr yMaudsl eyseesf orçouaomáxi mo
porf
oment
ar.

Notas
(1)Out r
oscamposcl ini
cament ei
mpor tantesaqueat eori
adal i
gaçãof oi
apli
cada ef i
cazmente são as or i
gens do ví nculo mãe- bebê durante o perí
odo
neonatal,porMar shal
lKl auseJohnKennel l(1976) ,di
stúrbiosdor el
acionamento
conjugal,porJanetMat ti
nsoneI anSi ncl
air(1979) ,easconseqüênci asemoci onais
dasepar açãoconjugal,porRober tS.Weiss(1975) .
(2)NosCapí t
ulos4e20deAt t
achmentandLoss,Vol ume3,t r
aceium
esboçodomodocomoospr ocessosdef ensivospodem serabor dadosem t ermos
depr ocessament odei nf
ormaçãohumana.Vert ambém amonogr afiadeEmanuel
Peterfr
eund( 1971).
150

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