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O trabalho do antropólogo. 2. ed. / Roberto Cardoso de Oliveira.

Brasília: Paralelo 15; São Paulo Editora UNESP, 2000. Pag. 17-35.
Roberto Cardoso de Oliveira (1928-2006) formou-se em filosofia na
Universidade de São Paulo (USP) no início da década de 1950, mas é na
antropologia que sua carreira se consolida. Seu objetivo era desenvolver uma
reflexão sobre o fazer antropológico no Brasil e em outros países considerados
“periféricos”. Ao final da década de 1990 retorna à UnB, onde permanece
trabalhando no Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas
(atualmente Departamento de Estudos Latino-Americanos) até a sua morte em
2006 (SERAFIM, 2020).
Em primeiro momento podemos apresentar que estamos nestes
parágrafos, formalizando como é o processo de transformação de pesquisa de
um antropólogo, que certa forma não é tão distante das outras disciplinas, mas
como é visto na apresentação do autor, podemos ver que ele está centrado em
buscar um desenvolvimento da reflexão antropológica. Em partes gerais, o
texto apresentado é de suma importância para o aprendizado dos alunos que
ingressam nessa disciplina e que tem seu primeiro contato com a pesquisa.
O que podemos verificar é a vontade do autor de sistematizar o foco do
pesquisador quanto ao que se diz a etapa de desenvolvimento de um trabalho
que esteja focado na observação e no campo. Tanto que em modo mais grosso
ele reproduz o processo de produção do material didático de pesquisa em três
etapas, olhar, ouvir e escrever.
Nessa amplitude, ele esmiúça cada um dos tópicos e reproduz ao seu
modo de olhar a pesquisa cada um desses pontos e os apresenta como
essências. De certa forma, nós como pesquisadores precisamos além do mais,
estarmos livres de julgamentos e acreditar que a pesquisa é parte de identificar
um certo problema que nos traz inquietude, sendo assim, mais do que nunca,
como autor nos passa, ambos os processos precisam de habilidade, para que
não usemos nossas experiências, mas sim as dos pesquisados, pois é deles as
derivadas praticas observadas.
O passo de escrever deve levar em consideração os aspectos que
condicionam cada situação, e cabe ao autor, utilizar a melhor que se encaixe
ao enredo abordo. Sendo assim, mais do que pesquisador, somos
observadores que precisam atender as necessidades dos nossos pesquisados,
precisamos utilizar os resultados de toda essa ideia, no seio das comunidades
que entrevistamos e conseguimos entender derivado problema. Não podemos
deixar de lado o papel que a universidade tem de levar a pesquisa para a
melhoria de vida para a comunidade, então ao invés de enviesar os temas,
poderíamos dar voz a quem realmente produz no espaço e mantem as
relações sociais.
FONTES
SERAFIM, Amanda Gonçalves. 2020. "Roberto Cardoso de Oliveira".
In: Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo,
Departamento de Antropologia. Disponível em:
<http://ea.fflch.usp.br/autor/roberto-cardoso-de-oliveira&gt;

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