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Estresse e Aromaterapia
Estresse e Aromaterapia
TATIANA PAGANINI
Itajaí (SC)
2013
1
TATIANA PAGANINI
Itajaí (SC)
2013
2
112f. : il. ; 30 cm
Bibliografia: f. 105-111
CDU: 615.85
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus exemplos de vida, que são meus pais, pelo
apoio, dedicação e pela vida que através do seu amor me impulsionaram a nunca
desistir dos sonhos e ir atrás dos meus estudos e ideais.
A minha professora orientadora Drª. Yolanda Flores e Silva, por todo o envolvimento
com o trabalho, pela paciência nos momentos mais complicados, pela dedicação,
incentivo e confiança em minha pessoa, obrigada,
As todas as pessoas aqui não citadas, que direta e indiretamente contribuíram para
a conclusão desta longa e árdua caminhada.
5
RESUMO
A pesquisa realizada teve por meta coletar dados sobre o uso da aromaterapia no
cuidado as pessoas com estresse. A aromaterapia é considerada uma alternativa
aos tratamentos da biomedicina e para alguns pesquisadores é tida como uma
medicina não convencional que não cura, mas, que pode contribuir para o bem-estar
físico, mental e espiritual das pessoas. Considerando esta realidade e contexto, o
objetivo geral desta proposta foi o de apresentar uma revisão documental e
bibliográfica sobre o uso da aromaterapia no cuidado as pessoas com estresse. A
pesquisa foi realizada no período de julho de 2012 a junho de 2013. Para a
recuperação do material bibliográfico utilizaram-se as palavras-chave: bem-estar,
qualidade de vida, estresse e aromaterapia, por meio do acervo físico da biblioteca,
e de ferramentas como: Portal Capes Periódicos, BDTD (biblioteca digital de teses e
dissertações), Google Acadêmico, SCIELO e BIREME, totalizando 90 documentos,
sendo 24 livros, 33 artigos científicos (2 internacionais) além de ensaios, relatórios, e
material publicado pelo Ministério da Saúde, ANVISA e outras organizações da
saúde relacionados a Antropologia Filosófica e da Saúde, Filosofia e Terapias
Complementares, correlacionando os principais autores. Os resultados do estudo
demonstraram que a Aromaterapia via uso dos óleos essenciais podem auxiliar nos
sintomas relacionados ao estresse, contribuindo para o equilíbrio corpóreo como um
coadjuvante nos tratamentos biomédicos. Estes estudos demonstram também que
para uma pessoa ter bem-estar muitos fatores estão envolvidos e que para gerar
equilíbrio corporal (físico, mental e espiritual) e qualidade de vida muitos fatores são
importantes e fundamentais. Para eles, as práticas terapêuticas que fazem uso da
aromaterapia embora com limitações, permitem que o profissional e / ou terapeuta
tenha uma visão mais totalitária da pessoa no processo saúde-doença. No caso das
pessoas estressadas num estado de maior vulnerabilidade para contrair doenças, a
indicação da Aromaterapia pode ajudá-las a partir do processo de ansiedade e
outros problemas desencadeados pelo estresse. Sobre esta questão quase todos os
autores são unânimes no sentido de dizer que o cuidado preventivo traz resultados
importantes e impedem que a situação se agrave. Entretanto, recomendam que a
Aromaterapia seja, quando necessário, associada a cuidados da biomedicina
tradicional.
ABSTRACT
The research goal was to collect data on the use of aromatherapy in the care of
people with stress. Aromatherapy is considered an alternative to biomedical
treatment and for some researchers, it is regarded as a non-conventional medicine
does not cure, but can contribute to physical, mental and spiritual well-being.
Considering this reality and context, the general objective of this proposal was to
present a review of documents and literature on the use of aromatherapy in the care
of people with stress. The survey was conducted from July 2012 to June 2013. For
the literature search, we used the keywords well-being, quality of life, stress and
aromatherapy in a search of the library’s archives, and tools such as: the Capes
Journals Portal, BDTD (digital library of theses and dissertations), Google Scholar,
and SCIELO BIREME. The search yielded a total of 90 papers, 24 books, and 33
scientific articles (2 international) as well as essays, reports, and material published
by the Ministry of health, ANVISA and other organizations related to Philosophical
and Health Anthropology, Philosophy and Complementary Therapies, correlating the
main authors. The results of the study demonstrated that through the use of
Aromatherapy, essential oils can help ease symptoms of stress, contributing to bodily
equilibrium as an adjunct to biomedical treatments. These studies also show that for
a person to have well-being, there are many factors involved, and to generate body
equilibrium (physical, mental and spiritual) and quality of life, many factors are
important and fundamental. According to them, the therapeutic practices that use
aromatherapy, albeit with limitations, allow the professional and/or therapist to have a
more holistic view of the person in the process of health-sickness. In the case of
people with stress, in a state of heightened vulnerability to diseases, aromatherapy
can help ease their anxiety and other problems triggered by stress. On this issue,
almost all authors are unanimous in their view that preventive care brings important
results and prevents the situation from worsening. However, it is recommended that
the aromatherapy be combined, where appropriate, with traditional biomedical care.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 10
2 METODOLOGIA.................................................................................... 12
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 105
10
1 INTRODUÇÃO
Foi com este olhar e perspectiva que este estudo foi realizado. Com o intuito de
conhecer mais da aromaterapia como uma terapêutica complementar aos cuidados
e tratamentos de pessoas enfermas e não enfermas. Nesse sentido a questão
norteadora dessa proposta de pesquisa foi: “Como as práticas de aromaterapia
através dos cuidados estético-terapêuticos contribuem para o bem-estar e qualidade
de vida das pessoas estressadas”?
2 METODOLOGIA
Nos leva, a uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, [...] descreve
pormenorizada ou relata minuciosamente o que os diferentes autores ou
especialistas escrevem sobre o assunto e, a partir daí, estabelece uma série
de correlações para, ao final, darmos nosso ponto de vista conclusivo
(OLIVEIRA, 2002, p.117).
Esquema 1 - Metodologia
Palavras-chave:
Ferramentas de Buscas
Documentos
O programa pretende que o trabalho nos serviços de saúde, não fique subentendido
como um mero exercício de novas atividades, mas na aplicação das competências
de todos os envolvidos, superando assim os limites da divisão do trabalho em
relação ao tratar e cuidar do próximo (FERREIRA, 2005).
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O desejo de humanizar, de garantir que tudo que envolva a saúde e a doença das
pessoas seja digno da condição humana, converteu-se em um anseio universal. Isso
significa dizer que humanizar não é uma tarefa exclusiva da saúde, afeta da mesma
forma a cultura, a política, a educação e a economia e em todos os âmbitos em que
o ser humano se realiza ou atua. E a questão central da humanização, é como fazer
da relação entre a pessoa que atue como profissional da saúde e a pessoa que se
encontra doente ou fragilizada, uma experiência saudável (BERMEJO, 2008).
Construir um bom vínculo com uma pessoa enferma ou frágil facilita o caminho para
o enfretamento de uma doença ou de outros problemas que podem levar ao
adoecimento. Neste contexto a função básica do profissional da saúde é facilitar o
desenvolvimento humano pelo processo de ajuda que é oferecido, analisar a pessoa
considerando o aspecto biopsicossocial e mostrar que neste vínculo os dois papéis,
tanto do profissional quanto da pessoa fragilizada exigem reciprocidade, empatia e
acordo entre ambos (LIMA; OLIVEIRA, 2012).
Segundo Fortes (2004, p.2) “humanizar na atenção à saúde é entender cada pessoa
em sua singularidade, tendo necessidades específicas, e, assim, criando condições
para que tenha maiores possibilidades para exercer sua vontade de forma
autônoma”. Não se pode dar ênfase somente aos problemas biológicos, é
necessário abranger todas as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e
psíquicas presentes nos relacionamentos humanos existentes nas ações relativas à
atenção em saúde. Tratando as pessoas doentes ou fragilizadas com dignidade,
21
O trabalho em saúde quando humanizado traz consigo uma maior qualidade de vida
para os enfermos, não enfermos e para toda a equipe de saúde. A humanização
depende em grande parte das pessoas envolvidas no processo, é necessário mudar
a maneira de pensar, se aproximar, ter empoderamento, se colocar no lugar do
outro. Faz-se necessário humanizar a fim de qualificar o atendimento terapêutico,
promovendo a satisfação do profissional e usuário, reconhecendo o paciente como
sujeito e não como um simples objeto de atenção. Cada pessoa deve ser vista de
maneira holística, levando em consideração vários aspectos de sua vida como
contexto social, econômico, cultural entre outros fatores (SILVA; SILVEIRA, 2011). O
ser humano quando passa por momentos de estresse precisa antes de tudo de
acolhimento: sentir-se protegido, amparado, enfim ter um atendimento digno,
solidário e acolhedor.
Nos últimos dois séculos, a medicina concentrou sua atenção na doença, na lesão e
na incorporação e valorização da tecnologia instrumental, diagnóstica, algo que
22
Não é de hoje que esta terminologia é discutida. Entre os povos egípcios possuir
saúde e tempo para o lazer era considerado qualidade de vida, no entanto, suas
visões transcendentais da existência e da morte fizeram acreditar que havia
qualidade de vida após a morte (FERREIRA, 2011).
Este caminho mais ‘interdisciplinar’ para pensar uma definição para qualidade de
vida terminou por mostrar que ela não está centrada na saúde, é algo mais
abrangente que envolve condições de estilo de vida. É considerada como a
percepção das pessoas no contexto da cultura com os valores, objetivos,
expectativas, padrões e preocupações, até a dimensão ética e política. A
classificação dos estudos sobre qualidade de vida possui quatro abordagens:
socioeconômica, biomédica, psicológica e geral. Na abordagem socioeconômica os
indicadores sociais são os elementos base para sua ancoragem e estão
relacionados às melhores condições de moradia, lazer, ócio, educação,
empregabilidade entre outros elementos. A abordagem biomédica associa qualidade
de vida às condições de saúde e o seu funcionamento social. É influenciada pela
subjetividade, o impacto do estado de saúde e a capacidade de viver plenamente da
pessoa enferma ou fragilizada pelo cansaço, pela morte de alguém, pela falta de
emprego, entre outras possibilidades. A abordagem psicológica tem como
indicadores a subjetividade do indivíduo com a sua vivência, da experiência da
pessoa com os aspectos da sua vida, como felicidade, satisfação, prazer. Considera
o aspecto interior da pessoa, e assim não considera o contexto ambiental na qual
ela se insere. As abordagens gerais conceituam qualidade de vida como algo
multidimensional, sendo um conceito complexo de definir, difere de pessoa para
pessoa de acordo com o seu contexto (ALMEIDA; GUITERREZ, 2004).
De uma forma mais ampla, todas estas abordagens na sua essência mostram que a
qualidade de vida e o consequente bem-estar de alguém abordam parâmetros
subjetivos como bem-estar, felicidade, amor, boa saúde e, portanto inclui ainda,
fatores relacionados ao bem-estar físico, mental, emocional e funcional.
Uma experiência subjetiva positiva pode contribuir para melhorar a qualidade de vida
das pessoas e assim prevenir possíveis patologias, desfrutando de uma existência
feliz e saudável (SIQUEIRA; PADOVAN, 2008).
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Para Sánchez e Bertolozzi (2007) para ter bem-estar uma pessoa não pode estar
vulnerável aos agentes estressores. O termo de vulnerabilidade vem sendo utilizado
na área da saúde e está associado à possibilidade do ser humano sofrer danos e ter
também a capacidade de se recuperar, sendo muitas vezes diretamente relacionado
à pobreza, as crises econômicas e ao nível educacional. O conceito de
vulnerabilidade faz um convite para se repensar sobre as práticas sociais e
históricas, que contribuem para mudanças políticas e culturais, envolvendo
diferentes setores da sociedade. Mesmo que ela não negue e reconheça o modelo
biomédico tradicional, busca superá-lo. Para intervir nas situações de
vulnerabilidade no processo saúde-doença é necessário o desenvolvimento de
ações que envolvam o social, a participação ativa da população, através da
solidariedade, na busca de solucionar problemas e as próprias necessidades da
saúde.
Selye et al. (apud SADIR; BIGNOTTO E LIPP, 2010) argumentam que o estresse é
uma reação do organismo, na qual este precisa se adaptar e ir além de suas
limitações. O estresse atinge as pessoas do ponto de vista biológico e social. Os
fatores relacionados ao biológico atingem fisicamente e emocionalmente as pessoas
deixando-as sem motivação, irritadas, com dificuldades interpessoais, depressão,
ansiedade e infelicidade, e essas fontes de tensão geram outras consequências num
círculo vicioso destruidor.
Nem todas as pessoas são vulneráveis aos mesmos agentes estressores, o que vai
determinar é o conjunto de características do ser humano com o ambiente no qual
ele convive, e quando excessivo e de forma contínua compromete a saúde do
indivíduo, podendo desenvolver inúmeras doenças. Segundo Couto (1987 apud
29
corporais, pelos movimentos, esta energia vital percorre uma rede de caminhos no
corpo, chamado de meridianos. Os elementos que formam é o ying-yang, que
apontam dois aspectos do viver humano: o aspecto da oposição e o aspecto
complementar como o feminino, masculino, passivo, ativo, escuro e o iluminado
(BONTEMPO, 2001; SILVA, 2001).
De acordo com Gnatta, Dornellas e Silva (2011); Eler, Jaques (2006) as terapêuticas
como a aromaterapia pelo seu caráter não invasivo, conseguem diminuir os efeitos
colaterais mais dolorosos e podem produzir uma ação preventiva, que proporciona
equilíbrio nos níveis físico, mental e emocional, além de poderem ser usadas
paralelamente com outros tratamentos médicos.
Edward Bach, médico inglês, desenvolveu a noção que as doenças não são
exatamente geradas por fungos ou bactérias, mas são resultantes de desarmonias,
ou conflitos ocasionados por elementos da personalidade (TSUCHIYA;
NASCIMENTO, 2002). Para Bach (1997) o medo, o egoísmo, o ódio, o desrespeito
às leis da natureza eram as doenças reais, responsáveis pelo enfraquecimento do
organismo, abrindo assim caminho para doenças físicas de todos os tipos.
São utilizados óleos essenciais de flores, ervas, plantas, árvores ou especiarias, pois
cada essência tem propriedades peculiares e atua sobre o equilíbrio do organismo
como um todo. Os óleos essenciais entram no corpo por inalação ou absorção por
meio dos poros da pele, e atuam de três maneiras: farmacologicamente,
fisiologicamente e psicologicamente (TSUCHIYA; NASCIMENTO, 2002; MARINS,
2004).
Em algum momento este ser humano lançou na fogueira plantas, galhos, ervas e
percebeu que os aromas e óleos produzidos aumentavam ou diminuíam em seu
corpo sintomas como sonolência, vigilância e alegria. Com o passar do tempo
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através da sua vivência foi aperfeiçoando com sua inteligência esses aromas e
utilizando conscientemente conforme suas necessidades e problemas. Entre os
egípcios a cura pelas plantas e essências era considerada a mais eficaz, pois eles
acreditavam que os cheiros eram uma especial provisão dos deuses, destinada ao
homem. Logicamente, os reis faziam o uso dos perfumes mais caros, eram enchidas
as piscinas com água de rosas, e quando morriam seus corpos eram pincelados
com resina coníferas para que o processo de decomposição fosse evitado. Na
tumba do rei Amon foram encontrados recipientes com essências aromáticas que
denotam o período de 1400 a.C. e ainda assim não perderam sua intensidade.
Entre homens e mulheres da realeza e sacerdotes se utilizava um desodorante feito
com mirra, incenso, rosmarinho e tomilho. Os óleos eram misturados com gordura e
sob a roupa iam derretendo com o calor dos corpos (KELLER, 2009).
e proteger o linho contra a traça. O mundo árabe na verdade teve sua grande
importância para a história da aromaterapia pelo fato de ser neste momento
descoberto o método de destilação dos óleos essenciais (DAVIS, 1996).
Um grande exemplo é o médico Avicena (figura 5) que deixou valiosos registros por
escrito, aproximadamente 800 plantas e seus efeitos sobre o corpo humano. Nos
manuscritos árabes havia desenhos de alambiques, nesta época as rosas tinham
um significado especial como experimento alquímico. Nos alambiques eram
depositadas as rosas e aquecidas com outros materiais, ao serem aquecidas
produziam uma quantidade de águas de rosas e uma porção mínima de óleo ou Atar
de rosas, os quais flutuavam sobre a superfície, sendo esse um método artesanal de
destilação (DAVIS, 1996; SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).
Figura 6 - Alquimistas
Todas as plantas que existem na natureza são feitas de um corpo físico, uma alma e
um espírito segundo os alquimistas. A arte consistia em dissolver o corpo físico e
assim condensar a alma e o espírito, que continham todo o poder curativo, extraindo
sua quintessência. O material então era destilado diversas vezes a fim de remover
todas as impurezas e como produtos finais tinham remédios valiosos. Essas
quintessências eram à base da maioria dos remédios e durante séculos os óleos
essenciais formam a única forma de combater as epidemias (LAVABRE, 2005).
O termo óleo essencial só apareceu no século XVI, a terminologia diz que o óleo é
originado do árabe que significa azeite, e o essencial surgiu com os alquimistas que
acreditavam que este óleo tinha a “alma da planta” (SILVA, 2001).
Vale ressaltar que o uso das plantas para a cura no extremo Oriente, como na Índia
e China eram diferentes da Europa. Na Índia os textos religiosos mais antigos como
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o Rigveda que datam 2000 a.C continham invocações às próprias plantas. O rei
budista Ashoka organizou o cultivo das plantas medicinais. Argumentavam que para
serem colhidas precisava que fosse por um homem puro e santificado, em solo fértil
e de boa drenagem, longe de locais como templos, santificados ou cemitérios. As
plantas medicinais da Índia ganharam fama por toda a Ásia (DAVIS, 1996).
A Índia é provavelmente o único lugar do mundo aonde a tradição não morreu, com
mais de dez mil anos de práticas contínuas, a medicina Ayurvédica é a mais antiga
forma da prática médica. O livro mais sagrado “Vedas” menciona aproximadamente
setecentos produtos de plantas medicinais, nestes escritos há o uso de perfumes e
substâncias aromáticas para os fins litúrgicos e terapêuticos (LAVABRE, 2005).
Voltando para a Europa verificou-se um grande interesse do uso das plantas de uma
forma mais integral e natural, contudo, foi somente após o século XVIII, com o
advento dos estudos universitários, que químicos como o francês René Maurice
Gattefossé (figura 8) tornaram conhecidos os efeitos de práticas como a
43
aromaterapia. Isto foi por obra do acaso, quando este químico queimou sua mão e
instintivamente a colocou dentro do recipiente mais próximo com lavanda. Ao
perceber que em pouco tempo sua mão cicatrizou, iniciou algumas experiências com
os soldados feridos da guerra e depois divulgou os benefícios dos óleos, lançou o
termo aromaterapia e em 1928 publicou o primeiro livro sobre o assunto, intitulado
“Aromathérapie” (KELLER, 2009).
Figura 8- Maurice Renné Gattefossé
extraídos de partes de plantas, raízes, rizomas, folhas, flores, caules, cascas, frutas
entre outros, por diferentes métodos de extração (SILVA, 2001). A palavra “óleo” se
caracteriza em função de sua aparência oleosa à temperatura ambiente (JAKIEMIU,
2008).
O ser humano depende das plantas em todos os sentidos, para obter alimentos,
energia e oxigênio e assim ter uma relação de complementariedade com elas. É a
parte de um todo, é a própria vida e por isso as plantas não representam uma
agressão para o organismo. A chave da cura está no próprio ser humano, só há
ganho quando se dá informações corretas para o organismo e os óleos essenciais
visam isso, pois desempenham um papel importante para as plantas, funcionam
como catalisadores e mensageiros, protegendo as plantas contra parasitas e
ajudando no processo de fertilização. Os óleos carregam informações de uma célula
para outra e desencadeiam a reação hormonal da planta em situações de estresse
fazendo a adaptação da mesma ao meio ambiente. Controlam ainda a multiplicação
e renovação das células, muitas vezes são encontrados óleos essenciais no exterior
das folhas, na película das frutas cítricas e na casca de algumas árvores. A grande
maioria das plantas de onde são extraídos os óleos essenciais cresce em áreas
secas e por conta disso são produzidos pelas atividades solares. Alguns
pesquisadores da área antropossófica relatam que os óleos são a manifestação das
forças cósmicas do fogo, são produzidos pelo eu cósmico das plantas aromáticas e
a matéria dissolve-se em calor, indicados então para as patologias que se originam
no corpo astral (LAVABRE, 2005).
Os óleos essenciais são solúveis em álcool, éter e outros compostos graxos, não
são solúveis em água e podem ser incolores ou apresentar tons claros ou até fortes
e opacos. Mesmo que se utilize o termo “óleo”, os mesmos não são
obrigatoriamente gordurosos e diferenciam-se dos óleos vegetais por serem
altamente voláteis. Suas principais qualidades são o aroma e suas propriedades
terapêuticas. Os óleos possuem odores característicos, densidade menor que a
água, elevado índice de refração, são ativos e sensíveis à luz e ao ar. Alguns
estudiosos acreditam que o poder dos óleos essenciais naturais está em sua energia
vital, encontrada apenas na matéria viva. Portanto, os óleos sintéticos podem ser
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muito semelhantes no seu odor aos naturais, mas não em suas propriedades
terapêuticas (ANDREI; PERES; COMUNE, 2005).
Os óleos essenciais são fluidos, mas alguns podem ser até sólidos quando estão em
temperatura ambiente, diferenciam-se dos óleos graxos pela sua alta volatilidade.
Isso é perceptível, quando se aplica uma gota de óleo essencial em pedaço de pano
ou papel desaparecendo depois de algum tempo. Não se dissolvem na água e são
levemente solúveis em vinagre. Na solução alcoólica dissolvem-se bem e podem
ainda serem misturados em óleos vegetais, gorduras ou ceras. São encontrados
como pequenas gotas entre as células das plantas, agindo como reguladores, têm
por objetivo auxiliar a planta para a adaptação do meio ambiente, isso é visível pelo
aumento da produção dos óleos em situação de estresse. Nos climas de
temperatura muito quente, como no deserto do Saara, os arbustos de mirra e
olíbano são envolvidos por uma tênue de óleos essenciais que acabam filtrando os
raios do sol e refrescam o ar ao redor das plantas. Além de protegerem também de
doenças, parasitas e permitem também a atração dos insetos para a polinização
(LAVABRE, 2005)
A extração dos óleos essenciais ocorre na sua maioria a partir das plantas, por meio
da destilação, utilizando processos de hidrodestilação, destilação com vapor d´água
saturado à pressão atmosférica ou destilação á vácuo, maceração, prensagem,
extração do solvente e eufloragem ou enfleurage. (SIMÕES; SPITZER, 1999). Os
óleos essenciais quanto a sua composição química podem variar significativamente
de acordo com o solo e as condições climáticas.
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Caso o óleo essencial estiver em uma solução com óleos carreadores, a vida do
produto final vai ser do limite da vida do carreador em questão, por isso as regras da
luz, do calor e da vedação dessas embalagens são muito importantes. No geral, a
qualidade de conservação dos óleos carreadores é de doze meses, depois desse
tempo ele torna-se rançoso, embora os óleos essenciais permaneçam com suas
propriedades, a solução fica com um aroma relativamente rançoso também,
inapropriado então para o uso (PRICE, 2006).
De acordo ainda com Lavabre (2005) alguns estudos realizados na Europa, Estados
Unidos concluíram que os efeitos dos óleos essenciais na psique podem ser muito
mais importantes do que os cientistas imaginam. Pois o sentido do olfato age
53
Fazendo uma síntese, o processo olfativo (figura 12) constitui uma série de reações
interligadas, químicas e elétricas, na seguinte ordem, a substância odorante é
levada pelo ar, entra no nariz e chega às células olfativas que formam um tapete de
muco e reagem aos diversos odores por ligar-se as moléculas específicas, causando
então as reações químicas e elétricas e assim a estimulação dos cílios olfativos. As
proteínas fixadoras de substâncias odoríferas, localizadas nos cílios, encarregam-se
para a transmissão dos sinais do sistema nervoso central.
Segundo os autores, quando acorre por via cutânea, o uso tópico, através da
massagem, por exemplo, o óleo essencial é absorvido então e transportado pelo
sangue, sendo levados até os órgãos e tecidos do organismo, ocasionando assim os
efeitos desejados dos óleos essenciais. Mas, quando são ingeridos, é necessário
cautela, por conta do grau de toxidade dos óleos, as moléculas são absorvidas pelo
intestino e lavadas aos diversos tecidos do corpo (GNATTA; SILVA; DORNELLAS,
2011). Na figura 13 uma representação do caminho e efeito dos aromas no corpo
humano.
aplicando o óleo essencial em seu veículo (óleo carreador) sobre a pele (ANDREI;
PERES; COMUNE, 2005; CORAZZA, 2002; PRICE, 2002).
O olfato do ser humano é muito apurado, consegue detectar até uma parte apenas
do material fragrante em dez trilhões de partes ou mais. Quando o indivíduo tem um
nariz treinado pode diferenciar diversos cheiros. Mas o que é mais interessante é
que os cheiros são identificados conforme imagens e associações e não funciona
como um sistema analítico (LAVABRE, 2005).
os efeitos específicos, sendo que são sempre maiores que quando utilizados
individualmente (LOW; RAWAL; GRIFFIN 1974 apud PRICE, 2006), uma grande
razão para utilizar óleos essenciais verdadeiros e não essências. A combinação de
dois a três óleos essenciais é maior que os efeitos de um óleo essencial apenas,
chamado de sinergia, acrescentando benefícios para a saúde, corpo e mente
(PRICE, 2006).
Uma forma da sua utilização é a aromatização ambiental que visa criar um estado
de espírito com aromas dos óleos essenciais, assim como quando a Cleópatra
mergulhava as pombinhas em água de rosas e deixava esvoaçando para aromatizar
o ambiente. Os antigos egípcios queimavam perfumes nas ruas e nos templos,
assim como Hipócrates o pai da medicina ocidental, há mais de dois mil anos,
conseguiu combater a peste em Atenas espalhando fumigações aromáticas por toda
a cidade. Na Idade Média também, eram queimados pinheiros e outras madeiras
perfumadas nas ruas em épocas de epidemia com o objetivo de expulsar os
demônios (SILVA, 2001).
As quentes colocar meio litro de água fervente com 5 gotas de óleo essencial,
embeber o tecido, retirar o excesso e repousá-lo sobre a pele. Deve trocar a
compressa assim que ela esfriar, para retardar o processo deve-se cobrir a
compressa com um tecido de lã. Utiliza-se em situações crônicas, onde existem
sinais de deficiência e frio (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).
Figura 17 - Compressas
As inalações (figura 19) também são muito bem utilizadas, são tão antigas como a
própria humanidade. Os curandeiros, feiticeiros e sacerdotes já recorriam esse tipo
de prática em seus rituais e cerimônias (LAVABRE, 2005). Existem dois métodos, a
inalação a seco para superar medos, coloca-se 3 gotas de óleo essencial em um
lenço e depois faz a inalação sem encostar as narinas, usado também para
desentupir as vias respiratórias. E a inalação úmida que combate gripes, resfriados,
dores de garganta, coloca-se de 4 a 10 gotas de óleo essencial dependendo do óleo
em uma vasilha grande para um litro de água fervente, cobrir a cabeça com uma
toalha grande e fazer a inalação, manter os olhos fechados durante o procedimento,
permanecer no máximo dez minutos. Os óleos essenciais quando inalados podem
ser vasodilatadores ou vasoconstritores, afetando o ritmo cardíaco ocasionando a
sensação de bem-estar e alívio ao ser humano (SILVA, 2001).
Figura 19 - Inalação
A técnica de massagem (figura 20) tem por finalidade reduzir a tensão do dia-a-dia,
e existem alguns principais movimentos, o primeiro é a fricção ocasionando uma
hiperemia local, que é o processo de vermelhidão, aumenta o fluxo sanguíneo e
prepara o tecido cutâneo, a pele, para receber os óleos essenciais diluídos no óleo
carreador. Há também o tapotement, que significa percussão ou movimentos de
tapinhas, aprimora a circulação localizada para expandir os capilares superficiais,
quando realizados nas costas conseguem remover o muco e a congestão do trato
respiratório. E a effleurage, é o movimento de deslizar, trabalha a circulação
sanguínea e melhora a circulação linfática, e têm por funcionalidade a pressão
utilizada, quanto maior a pressão dos movimentos, dentro dos certos limites, mais
64
Figura 20 - Massagem
Existem os pedilúvios que são conhecidos como escalda pés (figura 21), são
utilizados por milhares de anos. O método consiste em fazer uma infusão de óleo
essencial em um recipiente com água quente para os pés. Essas práticas são bem
eficazes, principalmente quando os banhos aromáticos ou os banhos de assento são
pouco viáveis, nos casos de pessoas enfermas e idosas com pouca mobilidade ou
ainda quando não há banheiras no local. A pele dos pés consegue absorver os óleos
essenciais com grande rapidez (DAVIS, 1996). A técnica é utilizada para
relaxamento, contusões, suor excessivo, ativação do sistema circulatório entre
outros.
Dica de utilização - Em uma bacia colocar aproximadamente 3 litros de água
fervente, dissolver 10 gotas de óleo essencial em 5 ml de óleo vegetal em um copo
de leite integral morno, pode ainda acrescentar uma colher de sal grosso para
promover um melhor relaxamento (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).Esse
método pode contribuir para outros problemas, como emocionais e até dores de
cabeça, pois nos pés existem pontos reflexos que correspondem ao organismo
(PRICE, 2005).
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Manilúvio (figura 22) é uma técnica realizada nas mãos para o relaxamento, ativação
do sistema circulatório, contusões, inflamações, regularização do sistema nervoso
entre outros casos.
Dica de utilização - Em um recipiente colocam-se dois litros de água a 37 ˚C e
dissolve-se aproximadamente 7 gotas de óleo essencial em 5 ml de óleo vegetal,
Diluir essa emulsão em um copo de leite integral (SCHOTTEN; CORREA;
MACHADO, 2010).
Figura 22 – Manilúvio
Os gargarejos ou bochechos (figura 23) visam tratar da assepsia bucal, o mau hálito
e algumas inflamações na boca. Além disso, ajudam a amenizar a dor de garganta e
auxiliam o organismo a combater os resfriados.
Dica de utilização - Tomar 2 a 5 gotas de óleo essencial em um copo com água olhe
para o teto e agite o líquido da boca com o ar sendo expelido pela laringe. O volume
66
Figura 23 - Gargarejos
Existem ainda os travesseiros aromáticos (figura 24), utilizados para dormir bem e
ter sonos tranquilos. Alguns cuidados devem ser tomados, o travesseiro precisa ter
filtro que evitem a saída de partículas de pó que possam assim ocasionar alguma
reação alérgica, observar se a erva do travesseiro é selecionada e a procedência do
67
aroma do óleo essencial aplicado. Algumas ervas e óleos como a lavanda, podem
auxiliar nos problemas de insônia, pois são neurossedativos (SILVA, 2001).
Os cremes e loções para a pele são formulações que cuidam da pele, do corpo e do
couro cabeludo. Utilizam-se 5 ml de óleo essencial em 100 g/ml de base carreadora
(SCHOTTEN; CORREA, 2010).
Para o uso dos óleos essenciais via ingestão são necessários que sejam extraídos
por destilação e que tenha qualidade terapêutica comprovada (PRICE, 2006). No
entanto, é de extrema importância utilizar as doses exatas, pois qualquer óleo em
quantidade elevada poderá ser perigoso, como a toxicidade. A dose máxima deve
ser de 5 gotas, três vezes ao dia. Pode ser misturados no mel, são indicados para
azia e úlceras (LAVABRE, 2005).
O uso adequado dos óleos essenciais permite que o ser humano encontre o seu
equilíbrio corporal, mas para tal, é indispensável que o profissional tenha uma
formação sólida sobre o uso da aromaterapia. Os profissionais de Cosmetologia e
Estética, por meio de sua formação acadêmica são capazes de executar esta terapia
complementar visando o bem-estar e qualidade de vida das pessoas.
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A área de estética e cuidados para o bem-estar físico e mental é uma das que mais
crescem no Brasil, visto que o profissional que atua na área de Cosmetologia e
Estética não trabalha apenas com a parte estética do indivíduo, estuda também
trabalhos científicos e protocolos que contribuem para o acolhimento do ser humano.
Aromaterapia é uma opção de vida que nos ajuda a sentir bem fisicamente,
mentalmente e emocionalmente. Seus meios para restaurar o equilíbrio do
corpo e do espírito estão fundamentados nos preceitos de saúde e no poder
das plantas e seus óleos essenciais.
humano em sua totalidade, pois desta forma irá descobrir quais são os fatores que
ocasionam aquele sintoma em questão.
Muitas vezes, quando o médico possui essa visão mais “holística” e realiza o
trabalho multidisciplinar com o profissional de Cosmetologia e Estética que trabalha
com aromaterapia, consegue então descobrir situações estressantes pendentes,
seja tanto na vida pessoal como na profissional e assim possibilita um tratamento
mais completo visando o paciente na sua totalidade.
O autor Price (2006, p. 110) faz uma analogia com as armas dos efeitos da medicina
tradicional com o uso dos óleos essenciais, da seguinte forma:
A autora afirma ainda que este profissional possui outras habilitações, como a de ter
coerência do fazer e do saber, trabalhar com uma equipe multidisciplinar, possuir
atitudes e comportamentos questionadores para sempre buscar atualizações diante
da ciência e tecnologia. Possuir atitudes de solidariedade, respeito, cuidado com as
pessoas envolvidas neste cenário.
Este perfil ainda prevê que o profissional desempenhe diferentes funções nas áreas
de cabelos, anexos, corporal e facial, e também trabalhar com as terapias
complementares, visando o trinômio, saúde, qualidade de vida e bem-estar.
O bem-estar e qualidade de vida nunca foram tão valorizados como nos dias de
hoje, visto que a sociedade está cada vez mais frenética e cobiçada por bens
materiais esquecendo de cuidar do ser humano. A área da estética possibilita não
apenas cuidar do estético, mas pode proporcionar ao cliente todo o conforto e
acolhimento necessário.
De acordo com Alves, Silveira e Amaral (2012, p.13) os protocolos existentes para
tratamento do estresse indicam a aplicação de 8 gotas de óleo essencial de lavanda
e 2 gotas de óleo essencial de gerânio. Os métodos de aplicação indicados são:
Por difusão: Aplicar a sinergia dos óleos (mistura) nos difusores elétricos ou
ainda nos pulverizadores, diluídos então em álcool.
Schotten; Correa e Machado (2010, p.13) corroboram e acrescentam ainda que nas
situações de estresse podem ser utilizados os óleos essenciais de Camomila-
romana e Bergamota. Os métodos de utilização são banhos aromáticos (imersão),
difusão, pulverização, inalação e massagem.
De acordo com Price (2006), os óleos essenciais mais usados para o estresse
precisam ser os calmantes e relaxantes como o Anis, Bergamota, Camomila-
romana (C. nobile), Gerânio, Lavanda, Tangerina, Néroli, Ylan-ylang, Manjericão,
Alcaravia, Cipreste, Zimbro, Limão, Melissa, Laranja amarga, Sândalo e os métodos
de aplicação são os que promovem bem-estar ao ser humano.
O autor Davis (1996), argumenta ainda que os óleos essenciais precisam ser
sedativos e calmantes para induzir o relaxamento e os mais utilizados são
Bergamota, Camomila, Sálvia-esclaréia, Lavanda, Manjerona, Néroli e Rosa-
marroquina. Todo o indivíduo que está sofrendo de estresse, seja de forma
77
Segundo Lavabre (2005), os óleos que mais auxiliam a patologia do estresse são
Cedro, Abeto, Ylang-ylang, Pinheiro-silvestre e diversas são as formas de utilização
para a restauração da saúde e conforto da mente. Fazer a relação dos óleos
essenciais é de suma importância, pois desta forma é analisado como os óleos com
suas propriedades influenciam diretamente nas emoções para combater o estresse.
Figura 25 – Abeto-branco
Nome Científico: Abies alba Mill.
Origem (árvores): Europa.
Método de extração: Destilação a vapor das folhas de abeto.
Rendimento: 500 kg de folhas para extrair 1 kg de óleo essencial.
Ação psicológica: Afrodisíaco, relaxante, calmante.
Indicações Terapêuticas: Tosse, resfriado, libido, sinusite.
Propriedades medicinais: Antisséptico, diurético, antiespasmódico,
expectorante.
Modo de usar: Banhos, inalação, fricção, aromatização ambiental,
massagem, escalda-pés.
Sinergias: Limão, lavanda, laranja, néroli, petitgrain, toranja.
O abeto expele uma resina que é o bálsamo de abeto, o qual os índios norte-
americanos usavam na medicina e na religião. Este óleo é transparente e de odor
balsâmico, seus principais constituintes são l-pineno, l-limoneno, acetato de levo-
bornila (LAVABRE, 2005; SILVA, 2001).
78
Figura 26 - Alcaravia
Nome científico: Carum carvi L.
Origem (erva): Europa e Ocidente.
Método de extração: Destilação a vapor d`água.
Rendimento: 15 a 30 kg de semente para extrair 1 kg de
óleo essencial.
Indicações terapêuticas: Cólica, falta de apetite, febres.
Ação psicológica: Cansaço mental, tensão muscular.
Propriedades medicinais: Diurético, estomáquico.
Modo de usar: Difusão.
Sinergias: Jasmim, néroli, canela, limão, ylang-ylang,
rosa.
Fonte: Wikipédia (2013)
De acordo com Alves; Silveira; Amaral (2012); Silva (2001); Price (2006) o óleo é
muito interessante nos tratamentos para o sistema nervoso, pois suas propriedades
calmantes, sedativas e anti-inflamatórias combatem os problemas emocionais.
Ajudam ainda a eliminar os efeitos do estresse, como a frustação e raiva, o efeito
antiespasmódico (reduz a frequência dos espasmos, da contração do músculo liso
gastrointestinal, alivia a dor), diminuindo as cólicas “emocionais”, além de ser
resolutivo para a digestão física, proporciona alívio também para a digestão
“emocional” provocada por aborrecimento.
Segundo Lavabre (2005), a camomila era dedicada ao sol pelos egipícios, é uma
das plantas medicinais mais antigas, era considerado ainda o médico das plantas,
pois acredita-se que dava saúde aos seus semelhantes. Descobriu-se que quando a
flor é destilada é encontrado o azuleno, que é um excelente anti-inflamatório. Os
principais constituintes químicos são ésteres como isobutirato de n-butila, angelatos
de isobutila, isoamila, ésteres de ácidos (angélico, tíglico) e álcool (metil-3-pemtanol-
1).
(ALVES; SILVEIRA; AMARAL, 2012); (SILVA, 2001). Não deve ser aplicado
diretamente na pele, as principais propriedades químicas são citral, citronelal, linalol,
geraniol, dipenteno e nerol.
Para os antigos romanos purificar os banhos, o óleo favorito era o de lavanda, além
de acelerar curas, desde o século XVIII, ele vem sendo utilizado para fabricar
sabonetes, perfumes e talcos (MALUF, 2012).
Price (2006) relata ainda que este óleo ajuda a resolver a maioria das condições
emocionais, pois suas propriedades analgésicas amenizam a dor emocional. Por ser
cicatrizante, auxilia a curar o rancor, perdão, e os demais sentimentos da mesma
espécie. Talvez a propriedade mais importante deste óleo é a capacidade de
restaurar estados de desequilíbrios da mente e do corpo, os componentes ativos
deste óleo são os éteres (acetatos linalílico e geranílico), o geraniol, o linalo, o
cineol, o d-borneol, o limoneno, o l-pineno, o cariofileno, os ésteres do ácido butírico
e do ácido valeriânico e a cumarina.
84
O nome da planta deriva do termo latino lavare, que significa lavar, deve-se pelo fato
de se utilizar para limpar feridas, embora seja muito utilizada para banhos pessoais.
Foram descobertas as propriedades terapêuticas do óleo essencial de lavanda
através do René Meurice Gattefossé, que ao queimar suas mãos colocou dentro de
um frasco que continha o óleo e logo após verificou-se suas propriedades
antissépticas e analgésicas. Uma das funções mais importantes é o fato de ser
reguladora e normalizadora para os problemas emocionais (DAVIS, 1996; SILVA,
2001; CORAZZA, 2002).
De acordo com Silva (2001), este óleo não deve ser aplicado na pele antes da
exposição solar, pode ser usado em gestantes e crianças, quando diluído, seus
efeitos calmante auxiliam nos problemas emocionais. Seus principais constituintes
químicos são d-limoneno, n-decílio, aldéido, linalol, terpinol, citral.
Apesar do óleo de melissa ser um dos mais caros, seu efeito calmante e sedativo
auxilia nos medos, agitações nervosas e apreensão, além de induzir o sono. É um
normalizador do ritmo cardíaco, sua ação antiespasmódica é eficaz para quem sofre
de indigestão nervosa, assim relaxando os músculos envolvidos. No entanto, é difícil
encontrar o verdadeiro óleo de melissa, pois há estudos que a produção mundial de
1988 não passou de 25 kg. A planta recebeu este nome em homenagem à ninfa
grega Melissa, protetora das abelhas, seus principais constituintes são geraniol,
linanol, citral, citronelol, citronelal (SILVA, 2001; LAVABRE, 2005; PRICE, 2006).
Este óleo é muito precioso e caro, por isso na grande maioria das vezes é utilizado
diluído em óleos carreadores, pelo alto valor do mercado é muito comum encontrar
este óleo adulterado. Os constituintes químicos são álcoois, álcool feniletílico,
hidrocarbonetos, acetato de linalila (SILVA, 2001).
Este belo óleo essencial provém de uma árvore que quando a casca se fere, a
árvore exsuda uma resina em gotas, ou “lágrimas”, e o óleo essencial é extraído da
resina através de destilação a vapor. A coloração do óleo varia de uma tonalidade
incolor ao amarelo bem claro, com um penetrante odor puro, fresco e ligeiramente
canforoso (DAVIS, 1996).
88
Este óleo possui coloração amarelo-claro de odor balsâmico e tem efeito suavizante
sobre as vias respiratórias, suas principais propriedades são dipenteno, pineno,
silvestreno, cadineno (SILVA, 2001).
O óleo é grosso e amarelo, sua fragrância é persistente, oriental, por isso é ótimo
fixador de perfumes de alto nível. É uma árvore sagrada da Índia, foi mencionada
nos antigos registros e é utilizada como incenso em cerimônias religiosas
(LAVABRE, 2005; SILVA, 2001). Seus principais constituintes são santeno, santenol,
santelona.
A fragrância é mais doce que laranja, lembra a bergamota, é a mais delicada das
frutas cítricas, antigamente era oferecida aos mandarins, são parecidas com as
propriedades do laranja, no entanto, as propriedades sedativas e antiespasmódicas
são mais acentuadas (LAVABRE, 2005).
Deve-se evitar a exposição solar sol nos dias que utilizar este óleo para massagem.
Pode ser utilizado em idosos, crianças e gestantes, têm coloração amarela e seus
principais constituintes são d-limoneno, citral, geraniol (SILVA, 2001).
De acordo com Silva (2001) e Lavabre (2005) este óleo possui coloração incolor ou
vermelho amarronzado, a fragrância é quente, picante. Desde a antiguidade o
tomilho vem sido usado em terapia por aquecer, estimular e purificar. Seus principais
constituintes são timol, nopineno, canfeno e limoneno. Este óleo é contra indicado
para gestantes, hipertenso e quem sofre de hipertireoidismo.
Como o rendimento deste óleo é muito baixo, faz com que o óleo verdadeiro de
verbena seja uma mercadoria rara e cara, a produção mundial deste óleo é limitada.
Produz um óleo muito simpático que acrescenta um aroma fresco e cítrico
(LAVABRE, 2005). Sua coloração é verde-amarelado e seus principais constituintes
são citral, limoneno, mirceno.
Este óleo é conhecido principalmente pelo seu efeito desintoxicante dos rins e de
todo aparelho digestivo, por esta finalidade talvez possa ter a capacidade de dissipar
sentimentos enrijecidos, além das suas propriedades anti-inflamatórias para auxiliar
nos sentimentos de raiva e irritação (PRICE, 2005; SILVA, 2001).
A destilação das flores para obter o óleo essencial é um procedimento que leva dias,
sua consistência é xarope, e sua cor é amarelada, fragrância doce, exótica, sendo
um ótimo fixador. É uma árvore que atinge quase 20 metros e produz lindas flores, é
utilizada na tradição dos recém-casados na lua de mel, colocando-se sobre a cama.
É um óleo que acalma e inibe a raiva causada pela frustração (LAVABRE, 2005).
Seu uso deve ser evitado em caso de pressão baixa arterial ou histórico de apnéia.
Seus principais constituintes são cadineno, cariofileno, eugenol, geraniol, linalol
(MALUF, 2012).
Visto todo o contexto dos óleos essenciais mais utilizados para o estresse, pouco se
vê sobre os protocolos prontos para o estresse. Diante disso surge a necessidade
de um protocolo específico para tal patologia, o qual é um dos propósitos desta
pesquisa, porém antes da aplicação do protocolo se faz necessária uma pequena
entrevista com o paciente, ou seja o preenchimento de uma ficha de anamnese. Por
isso, sugere-se também um modelo de ficha para ser utilizada antes do tratamento.
Os protocolos para esta patologia devem observar alguns tópicos, por meio de uma
ficha de anamnese com especificações, visando desta forma uma individualização
para o tratamento da pessoa fragilizada. Segue sugestão de ficha para ser adotada,
conforme o Ministério da Saúde (2010):
95
( ) Não
2.6 Faz uso de bebidas alcóolicas:
( ) Sim, frequência?
( ) Não
2.7 Apresentou alguma reação alérgica a algum medicamento?
( ) Sim, quais?
( ) Não
3. MONITORAMENTO DO TRATAMENTO
3.1 Apresentou exames com valores alterados?
( ) Sim, quais?
( ) Não
3.2 Apresentou sintomas com efeitos adversos?
( ) Sim, quais?
( ) Não
4 TRATAMENTO TERAPÊUTICO
4.1 Conhece a prática terapêutica de aromaterapia?
( ) Sim
( ) Não
4.2 Conhece os óleos essenciais?
( ) Sim
( ) Não
4.3 Sente afinidade com óleos essenciais cítricos, como bergamota, laranja-amarga, limão,
verbena-limão?
( ) Sim
( ) Não
4.4 Sente afinidade com óleos essenciais florais como lavanda, gerânio, camomila-
romana?
( ) Sim
( ) Não
4.5 Sente afinidade com óleos essenciais mais fortes e marcantes como ylang-ylang,
pinheiro-silvestre, cedro, tomilho?
( ) Sim
( ) Não
4.6 Têm algum óleo essencial/ aroma que não sente afinidade?
( ) Sim, quais?
97
( ) Não
4.7 Quais práticas de aromaterapia são mais adequadas para o conforto, bem-estar diante
do estresse?
( ) Aromatização ambiental, pulverizadores
( ) Banhos aromáticos, banhos de assento
( ) Compressas frias e quentes
( ) Fricção
( ) Inalação seco e úmida
( ) Massagem
( ) Pedilúvio, manilúvio
( ) Gargarejos, bochechos
( ) Travesseiros aromáticos
( ) Ingestão
4.8 Acredita que esta prática possa trazer benefícios para a doença?
( ) Sim, quais?
( ) Não
5. Reações adversas da prática de aromaterapia.
( ) Efeitos tóxicos
( ) Não se identifica com o odor do óleo essencial
6.Outras informações importantes.
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
7.Uso de outros medicamentos.
Não fazer o uso de outros medicamentos sem o consentimento do médico ou orientação
de outra profissional da saúde.
8.Outras informações
_______________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
Fonte: (Elaborado pela autora adaptado Ministério da Saúde, 2010).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelos estudos realizados conclui-se que bem-estar envolve todos os fatores que
geram o equilíbrio corporal (físico, mental e espiritual) e a qualidade de vida
depende deste equilíbrio e também do ambiente no qual o indivíduo está inserido,
além dos fatores sociais.
O ser humano passa em sua vida por muitos momentos de estresse gerados pela
própria correria do seu dia-a-dia, algumas pessoas conseguem enfrentar esses
obstáculos sem que interfiram diretamente em sua saúde física, no entanto, para a
grande parte das pessoas, o próprio organismo sente mais dificuldade para este
enfrentamento e como consequência há um vasto desgaste no corpo, resultando
desequilíbrios no campo mental, físico e espiritual.
No modelo biomédico tradicional muitas vezes este paciente é tratado como um fator
isolado, caracterizando a doença do estresse como unifatorial, mas vários estudos já
demonstraram que existem outros pressupostos por de trás incluindo-se o lado
emocional com influência direta sobre as doenças que atingem as pessoas
desestabilizando-as.
Contudo, ainda que o Ministério da Saúde não indique ainda a Aromaterapia como
uma prática importante para o cuidado ao estresse como apontam os autores
investigados, esta é uma prática milenar e já existem registros da sua história por
diversos povos, na intenção da cura e prevenção das enfermidades proporcionando
bem-estar e aumento da qualidade de vida.
Existe uma grande diversidade desses óleos essenciais no mercado, cada qual com
sua ação específica, porém é necessário que sejam aplicados por um profissional
habilitado, com conhecimento sobre a técnica, para que possa contribuir para a
saúde e a restauração do indivíduo.
o ser humano em toda a sua totalidade, um ser único, composto de corpo, mente e
espírito.
REFERÊNCIAS
ALVES, S.; SILVEIRA, C.; AMARAL, F. Manual técnico WNF: saúde e beleza. 6.
ed. São Paulo: WNF, 2012.
BACH, E. Cura te a ti mesmo: uma explicação sobre a causa real e a cura das
doenças. In: ______. Os remédios florais do Dr. Bach. 16. Ed. São Paulo:
Pensamento, 1997.
CERVO, A.L; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron
Books, 1996.
FERREIRA, T.R. Saúde e qualidade de vida: uma meta a atingir. São Paulo:
UNIESP, 2011.
LASZLO. História do uso dos óleos essenciais. Belo Horizonte. 2013. Disponível
em: <http://www.laszlo.ind.br/default.asp?pagina=historia>. Acesso em: 28 abr.
2013.
PAIM, J.S. Atenção à saúde no Brasil. In: BRASIL. Ministério da saúde. Saúde no
Brasil: contribuição para a agenda de prioridades de pesquisa. Brasília. Ministério
da Saúde, 2004. p.14-40.
SADIR; M.A.; BIGNOTTO, M.M.; LIPP, M.E.N. Stress e qualidade de vida: influência
de algumas variáveis pessoais. Padeia, v.20, n.45, p.73-81, jan./abr. 2010.
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/paideia/v20n45/a10v20n45.pdf>. Acesso
em: 05 abr. 2013.
110
SILVA, A.R . Tudo sobre aromaterapia: como usá-la para melhorar sua saúde
física, emocional e financeira. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001.