Você está na página 1de 12

NORMA ABNT NBR

BRASILEIRA 12131
Segunda edição
16.10.2006

Válida a partir de
16.11.2006

Estacas — Prova de carga estática —


Método de ensaio
Piles – Static load test – Method of test
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

Palavras-chave: Estaca. Prova de carga.


Descriptors: Pile. Load test.

ICS 91.080.01

Número de referência
ABNT NBR 12131:2006
8 páginas
©ABNT 2006
Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

© ABNT 2006
Todos os direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida
ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e microfilme, sem permissão por escrito pela ABNT.

Sede da ABNT
Av.Treze de Maio, 13 - 28º andar
20031-901 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: + 55 21 3974-2300
Fax: + 55 21 2220-1762
abnt@abnt.org.br
www.abnt.org.br

Impresso no Brasil

ii ©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

Sumário Página

Prefácio ....................................................................................................................................................................... iv
1 Objetivo .......................................................................................................................................................... 1
2 Referências normativas ................................................................................................................................ 1
3 Ensaio ............................................................................................................................................................. 1
3.1 Princípio ......................................................................................................................................................... 1
3.2 Aparelhagem .................................................................................................................................................. 1
3.2.1 Dispositivo de aplicação de carga ............................................................................................................... 1
3.2.2 Dispositivos para as medições .................................................................................................................... 3
3.3 Preparação da prova de carga ..................................................................................................................... 4
3.4 Início do ensaio.............................................................................................................................................. 4
3.5 Execução da prova de carga propriamente dita ........................................................................................ 4
4 Expressão dos resultados ............................................................................................................................ 7
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados iii


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores,
consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

A ABNT NBR 12131 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-02), pela Comissão de
Estudo de Estacas – Prova de Carga Estática (CE-02:152.11). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme
Edital nº 03, de 01.03.2006, com o número de Projeto ABNT NBR 12131.

Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 12131:1991), a qual foi tecnicamente
revisada.
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

iv ©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados


Impresso por: UFSC-JAVA
NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 12131:2006

Estacas — Prova de carga estática — Método de ensaio

1 Objetivo
1.1 Esta Norma especifica um método para executar provas de carga em estacas, visando fornecer elementos
para avaliar seu comportamento carga x deslocamento.

1.2 Esta Norma se aplica a todos os tipos de estacas, verticais ou inclinadas, independentemente do processo
de execução e de instalação no terreno, inclusive a tubulões, que a elas se assemelham, neste sentido.

1.3 Esta Norma se aplica às provas de carga com cargas controladas.

2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está
sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de
se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em
vigor em um dado momento.

ABNT NBR 6122:1996 – Projeto e execução de fundações

ABNT NBR 6484:2001 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio

3 Ensaio

3.1 Princípio

A prova de carga consiste, basicamente, em aplicar esforços estáticos à estaca e registrar os deslocamentos
correspondentes.

Os esforços aplicados podem ser axiais, de tração ou de compressão, ou transversais.

3.2 Aparelhagem

3.2.1 Dispositivo de aplicação de carga

3.2.1.1 O dispositivo de aplicação de carga é constituído por um ou mais macacos hidráulicos alimentados
por bombas elétricas ou manuais, atuando contra um sistema de reação estável.

3.2.1.2 O sistema de reação deve ser projetado, montado e utilizado de forma que a carga aplicada atue na
direção desejada, sem produzir choques ou vibrações. Quando se utilizar mais de um macaco hidráulico, deve ser
feita uma programação de carregamento, de modo a garantir a direção e o ponto de aplicação da carga.

©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados 1


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

3.2.1.3 O macaco ou macacos utilizados devem ter capacidade ao menos 20% maior que o máximo
carregamento previsto para o ensaio e curso de êmbolo compatível com os deslocamentos máximos esperados
entre o topo da estaca e o sistema de reação, sendo no mínimo igual a 10% do diâmetro da estaca.

3.2.1.4 O sistema de reação para provas de carga à compressão pode ser:

a) plataforma carregada (cargueira), desde que:

1) a plataforma seja sustentada por cavaletes ou “fogueiras”, projetadas de forma a garantir condições
adequadas de segurança;

2) a plataforma seja carregada com material cuja massa total permita superar a carga máxima prevista para
a prova em, ao menos, 20%; e

3) a segurança do sistema seja verificada durante toda a realização da prova de carga;

b) estruturas fixadas ao terreno por meio de elementos tracionados, projetados e executados em número
suficiente para que o conjunto permaneça estável sob as cargas máximas do ensaio. Estes elementos
tracionados podem ser:

1) conjunto de estacas definitivas, ou executadas apenas para atender à realização do ensaio, projetadas
com capacidade de carga à tração ao menos 50% superior à máxima carga prevista para a prova.
Por segurança, deve-se controlar o levantamento das estacas de reação durante todo o desenrolar da
prova, através de deflectômetros ou leitura ótica;
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

2) conjunto de tirantes ancorados no terreno, obedecendo-se aos seguintes critérios:

 caso os tirantes sejam ensaiados antes da realização da prova de carga, admite-se um fator de
segurança de 1,2;

 caso contrário, os tirantes devem ser projetados para suportar 1,5 vez a máxima carga prevista para
cada tirante;

c) a própria estrutura, devidamente verificada para todas as solicitações impostas pela prova de carga.

3.2.1.5 Nas provas de carga com carregamentos transversais ou axiais à tração, a reação pode ser obtida por
apoio no terreno, nas estruturas existentes ou em outras estacas. O sistema deve ser projetado de modo a
garantir coeficiente de segurança mínimo de 1,5, em relação à carga máxima do ensaio.

3.2.1.6 No caso de provas de carga com esforços simultâneos, em estacas inclinadas e/ou em obras dentro
d’água, exige-se projeto específico e memorial justificativo.

3.2.1.7 Entre o sistema de reação e a estaca ensaiada, quando esta tiver seção transversal circular, deve
haver uma distância mínima de três vezes o diâmetro da maior seção transversal da estaca ou ao menos 1,5 m,
medida do eixo da estaca ao ponto mais próximo do eixo do bulbo dos tirantes, ou das estacas de reação ou, no
caso de reação contra a estrutura ou cargueiras, do eixo da estaca até o ponto mais próximo do apoio do sistema
de reação.

No caso de estacas de seção transversal não circular, deve ser considerado o diâmetro de uma seção circular de
área equivalente, mantidas as observações acima. No caso de perfis metálicos deve-se considerar como área
equivalente a área do menor quadrilátero que circunscreve a seção.

3.2.1.8 A distância mínima especificada em 3.2.1.7 deve ser majorada, em pelo menos 20%, nos seguintes
casos:

a) quando o processo executivo do sistema de reação e a natureza do terreno puderem influenciar o


comportamento da estaca a ser ensaiada;

2 ©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

b) quando as estacas tiverem comprimentos superiores a 25 m;

c) quando forem empregados tirantes injetados e o topo do seu bulbo de ancoragem situar-se acima da cota de
ponta da estaca a ensaiar.

3.2.2 Dispositivos para as medições

3.2.2.1 Na prova de carga são, obrigatoriamente, realizadas medidas das cargas aplicadas (por meio de
células de carga ou de manômetros calibrados), dos deslocamentos axiais (ensaio com carregamento axial) ou
transversais (ensaios com carregamento transversal) do topo da estaca e do tempo da realização de cada medida.

3.2.2.2 As cargas aplicadas no topo da estaca são medidas através de célula de carga ou com manômetro
instalado no sistema de alimentação do macaco hidráulico.

Os manômetros com leitura máxima superior a 80 MPa (800 kgf/cm2) devem ser dotados de escala com leituras
máximas de 1 MPa (10 kgf/cm2), e aqueles com leitura máxima abaixo de 80 MPa, de escala com leitura máxima
de 0,5 MPa (5 kgf/cm2).

3.2.2.3 A célula de carga ou o conjunto macaco hidráulico-bomba-manômetro devem estar calibrados por
entidade reconhecida e autorizada pelo INMETRO e ter certificado de calibração com prazo de vigência não
superior a seis meses.

3.2.2.4 Os deslocamentos verticais do topo da estaca (ou do bloco de coroamento) devem ser medidos
simultaneamente através de quatro deflectômetros mecânicos instalados em dois eixos ortogonais.
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

Os deflectômetros devem permitir leituras diretas de 0,01 mm.

3.2.2.5 No caso de carregamentos transversais os deslocamentos devem ser medidos por dois ou mais
deflectômetros dispostos no plano ortogonal ao eixo da estaca, simetricamente posicionados em relação ao eixo
do carregamento.

Os deflectômetros devem permitir leituras diretas de 0,01 mm.

3.2.2.6 Por segurança, em ensaios com carregamento axial, os movimentos laterais da estaca devem ser
continuamente acompanhados para identificar a introdução de esforços adicionais (por exemplo, comparando as
leituras individuais dos quatro deflectômetros).

3.2.2.7 Os deflectômetros ficam fixados em vigas de referência com as seguintes características:

a) rigidez compatível com a sensibilidade das medidas;

b) independência de eventuais movimentos do terreno. Para tanto, essas vigas são simplesmente apoiadas em
ambas as extremidades, em peças fixadas ao solo, distantes (quando as estacas forem de seção transversal
circular) em pelo menos cinco diâmetros da maior seção transversal, ou 1,5 m, no mínimo, do eixo da estaca
ensaiada e, também, do eixo dos tirantes ou das estacas de reação, ou do ponto mais próximo do apoio do
sistema de reação. No caso de estacas de seção transversal não circular, deve ser considerada a seção
circular de área equivalente, mantidas as observações acima (no caso de perfis metálicos deve-se considerar
como área equivalente a área do menor quadrilátero que circunscreve a seção);

c) a prova de carga deve ser protegida de modo a evitar a influência do vento e minimizar os efeitos de variação
de temperatura.

3.2.2.8 Nos casos em que houver dúvidas quanto à imobilidade do sistema de referência, deve haver controle
através de instrumento ótico de precisão e referencial de nível profundo situado a uma distância mínima
de 30 diâmetros, ou 10 m do eixo da estaca ensaiada. No caso de estacas de seção transversal não circular, deve
ser considerada a seção circular de área equivalente. No caso de perfis metálicos deve-se considerar como área
equivalente a área do menor quadrilátero que circunscreve a seção.

©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados 3


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

3.2.2.9 Os dispositivos de medida (aparelhos e vigas de referência) devem estar convenientemente abrigados
de intempéries. Outras interferências, tais como vibrações, devem ser evitadas durante todo o transcorrer da prova.

3.3 Preparação da prova de carga

3.3.1 A realização da prova de carga deve ser comunicada ao executante da estaca, ao solicitante dos ensaios
e ao projetista, devendo ser garantido seu acesso em todas as fases da execução do ensaio.

3.3.2 A estaca a ser ensaiada deve estar suficientemente documentada.

Estes registros devem incluir, detalhadamente, sua geometria, seu método de execução, as propriedades dos
materiais constitutivos e os controles realizados durante sua execução. Quando for o caso, devem ser fornecidos
parâmetros de cravação, ou de escavação, ou de injeção, e a descrição de incidentes de qualquer natureza.

3.3.3 O subsolo, onde estiver instalada a estaca submetida à prova de carga, deve estar caracterizado através
de sondagens de simples reconhecimento, no mínimo com medidas dos valores da resistência à penetração
do SPT, conforme a ABNT NBR 6484.

A estaca deve estar situada dentro da área de abrangência da sondagem mais próxima, definida por um círculo
com centro no eixo da estaca e raio de 10 vezes seu diâmetro e, no máximo, de 5,0 m.

A profundidade atingida pela sondagem deve ser superior à atingida pela ponta da estaca.

Quando necessário, a critério do projetista, as sondagens devem ser complementadas por novas sondagens ou
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

outros ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório.

3.3.4 Para a realização da prova de carga, o topo da estaca deve ser convenientemente preparado, de tal
maneira que os esforços aplicados não comprometam sua integridade estrutural.

Nessa preparação deve-se remover o trecho do topo da estaca eventualmente danificado ou com material de má
qualidade, refazendo-o de modo a adequá-lo às condições do ensaio.

3.4 Início do ensaio

3.4.1 Entre a instalação da estaca e o início do carregamento da prova de carga deve ser respeitado um prazo
mínimo de três dias, no caso de solos com comportamento não coesivo, e de dez dias, no caso de solos com
comportamento coesivo.

3.4.2 No caso de estacas moldadas no solo, além do estabelecido em 3.4.1, deve-se garantir um prazo mínimo
para que a resistência do elemento estrutural seja compatível com a carga máxima do ensaio.

A resistência característica do concreto deve ser assegurada por meio de ensaios pertinentes.

3.4.3 Os prazos estabelecidos em 3.4.1 podem ser modificados caso haja interesse em observar o
comportamento da estaca ao longo do tempo (casos de recuperação ou perda de resistência do solo ao longo do
tempo, atrito negativo etc.).

3.5 Execução da prova de carga propriamente dita

3.5.1 Na execução da prova de carga, a estaca é carregada até a carga definida pelo projetista, atendendo aos
requisitos de segurança da ABNT NBR 6122.

A critério do projetista, o ensaio pode ser realizado:

a) com carregamento lento; ou

4 ©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

b) com carregamento rápido; ou

c) com carregamento misto (lento seguido de rápido); ou

d) com carregamento cíclico, lento ou rápido, para estacas submetidas a esforços axiais de compressão.

Os deslocamentos correspondentes a estes quatro tipos de ensaios podem ser diferentes e sua interpretação
deve considerar o tipo de carregamento empregado.

3.5.2 O ensaio com carregamento lento deve ser realizado de acordo com as seguintes prescrições:

a) o carregamento deve ser executado em estágios iguais e sucessivos, observando-se que:

 a carga aplicada em cada estágio não deve ser superior a 20% da carga de trabalho prevista para a
estaca ensaiada;

 em cada estágio, a carga deve ser mantida até a estabilização dos deslocamentos e no mínimo por 30 min;

b) em cada estágio os deslocamentos devem ser lidos imediatamente após a aplicação da carga correspondente,
seguindo-se leituras decorridos 2 min, 4 min, 8 min, 15 min, 30 min, 1 h, 2 h, 3 h, 4 h etc., contados a partir do
início do estágio, até se atingir a estabilização;

c) a estabilização dos deslocamentos está atendida quando a diferença entre duas leituras consecutivas
corresponder a no máximo 5% do deslocamento havido no mesmo estágio (entre o deslocamento da
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

estabilização do estágio anterior e o atual);

d) terminada a fase de carregamento, a carga máxima do ensaio deve ser mantida no mínimo durante 12 h entre
a estabilização dos recalques e o início do descarregamento;

e) o descarregamento deve ser feito em no mínimo quatro estágios. Cada estágio é mantido até a estabilização
dos deslocamentos com registro segundo os critérios estabelecidos em 3.5.2-b e 3.5.2-c. O tempo mínimo de
cada estágio é de 15 min;

f) após o descarregamento total, as leituras dos deslocamentos devem continuar até a sua estabilização.

3.5.3 O ensaio com carregamento rápido deve ser realizado de acordo com as seguintes prescrições:

a) o carregamento deve ser executado em estágios iguais e sucessivos, observando-se que:

 a carga aplicada em cada estágio não deve ser superior a 10% da carga de trabalho prevista para a
estaca ensaiada;

 em cada estágio a carga deve ser mantida durante 10 min, independentemente da estabilização dos
deslocamentos;

 em casos especiais, como fundações de torres de linhas de transmissão, o tempo de manutenção da


carga pode ser reduzido para 5 min;

b) em cada estágio, os deslocamentos devem ser lidos obrigatoriamente no início e no final do estágio;

c) atingida a carga máxima do ensaio, devem ser feitas cinco leituras: a 10 min, 30 min, 60 min, 90 min e 120 min,
neste estágio. A seguir procede-se ao descarregamento, que deve ser feito em cinco ou mais estágios, cada
um mantido por 10 min, com a leitura dos respectivos deslocamentos;

d) após 10 min do descarregamento total, devem ser feitas mais duas leituras adicionais aos 30 min e aos 60 min.

©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados 5


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

3.5.4 O ensaio com carregamento misto (lento, seguido de rápido) deve ser realizado de acordo com as
seguintes prescrições:

a) o ensaio é feito com carregamento lento (conforme 3.5.2-a a 3.5.2-c, até a carga 1,2 vez a carga de trabalho
da estaca);

b) a seguir, executar o ensaio com carregamento rápido, conforme 3.5.3.

3.5.5 Provas de carga para solicitações combinadas, como compressão com esforço transversal etc., devem
obedecer, no que couber, ao prescrito em 3.5.1. Neste caso, é indispensável que os dispositivos de reação e de
aplicação de carga reproduzam as condições reais de trabalho da estaca.

3.5.6 Nas provas de carga interrompidas por qualquer motivo, a estaca deve ser totalmente descarregada e o
ensaio reiniciado, não deixando de se apresentar todos os dados do carregamento interrompido.

3.5.7 No caso de estacas submetidas a esforços axiais de compressão, sejam ou não instrumentadas para
medir encurtamentos em profundidade, a prova de carga, lenta, rápida ou mista, pode fornecer elementos para a
separação das parcelas de atrito e ponta, desde que satisfaça os seguintes requisitos:

a) o recalque máximo do topo da estaca deve ser no mínimo 10% do diâmetro da estaca, de forma a garantir,
para a carga máxima, substancial desenvolvimento do atrito lateral e, também, da resistência de ponta; e

b) o descarregamento deve ser feito em no mínimo cinco estágios, seguindo as mesmas prescrições do
carregamento quanto ao tempo de manutenção da carga, aos intervalos de tempo para leitura e ao critério de
estabilização, essa última prescrição se for aplicável (isto é, se a prova de carga for lenta).
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

3.5.8 O ensaio cíclico lento deve ser realizado de acordo com as seguintes prescrições:

a) o carregamento deve ser feito em ciclos de carga-descarga, com incrementos iguais e sucessivos,
observando-se que:

 o incremento de carga aplicada, entre ciclos sucessivos de carga-descarga, não seja superior a 20% da
carga de trabalho prevista para a estaca ensaiada; e

 em cada ciclo de carga-descarga a carga máxima, aplicada de uma só vez (um estágio), seja mantida até
a estabilização dos deslocamentos e no mínimo por 30 min;

b) em cada ciclo os deslocamentos devem ser lidos imediatamente após a aplicação da carga máxima
correspondente, seguindo-se leituras decorridos 2 min, 4 min, 8 min, 15 min, 30 min, 1 h, 2 h, 3 h etc.,
contados a partir do início do estágio, até se atingir a estabilização;

c) a estabilização dos deslocamentos está atendida quando a diferença entre duas leituras consecutivas
corresponder a no máximo 5% do deslocamento havido no mesmo estágio (entre o deslocamento da
estabilização do estágio anterior e o atual);

d) não sendo atingida a carga de ruptura da estaca (estabelecida na ABNT NBR 6122), a carga máxima do
ensaio deve ser mantida durante um tempo mínimo de 12 h entre a estabilização dos recalques e o início do
descarregamento do último ciclo; e

e) os descarregamentos, em cada ciclo, devem ser feitos também de uma só vez, em um único estágio por ciclo.
A carga nula no topo, em cada ciclo, é mantida até a estabilização dos deslocamentos com registro segundo
os critérios estabelecidos em 3.5.2-b e 3.5.2-c.

6 ©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

3.5.9 O ensaio cíclico rápido deve ser realizado de acordo com as seguintes prescrições:

a) o carregamento é feito em ciclos de carga-descarga, com incrementos iguais e sucessivos, observando-se que:

 o incremento de carga aplicada entre ciclos sucessivos de carga-descarga não deve ser superior a 10%
da carga de trabalho prevista para a estaca ensaiada;

 em cada ciclo de carga-descarga, a carga máxima, aplicada de uma só vez (um estágio), deve ser
mantida durante 10 min, independentemente da estabilização dos deslocamentos; e

 o recalque máximo do topo deve ser no mínimo 10% a 20% do diâmetro da estaca, de forma a garantir,
para as cargas máximas dos ciclos finais, o esgotamento do atrito lateral e que se avance no
desenvolvimento da resistência de ponta;

b) em cada ciclo os deslocamentos são lidos obrigatoriamente no início e no final do estágio;

c) atingida a carga máxima do ensaio (último ciclo) devem ser feitas cinco leituras: a 10 min, 30 min, 60 min,
90 min e 120 min;

d) os descarregamentos, em cada ciclo, devem ser feitos também de uma só vez, em um único estágio por ciclo.
A carga nula no topo, em cada ciclo, é mantida por 10 min, com a leitura dos respectivos deslocamentos; e

e) após os dez minutos do descarregamento total do último ciclo, devem ser feitas mais duas leituras adicionais
a 30 min e 60 min.
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

4 Expressão dos resultados


4.1 Os resultados da prova de carga devem ser apresentados em relatório contendo pelo menos as seguintes
informações:

a) descrição geral do ensaio realizado, incluindo:

 identificação do ensaio e sua localização;

 data e hora do início e do fim da prova:

 planta de locação, indicando a estaca ensaiada e os pontos de realização dos ensaios de campo para a
caracterização do solo;

 apresentação das características do terreno através das sondagens mais próximas;

 planta e corte da montagem da prova de carga, mostrando os sistemas de reação, de aplicação de carga
e os dispositivos de leitura e referência;

b) tipo e características da estaca ensaiada, tais como:

 dimensões geométricas (o comprimento, a seção transversal, o volume de base, se houver, e,


eventualmente, inclinação);

 cotas do topo e da ponta da estaca;

 data de execução, moldagem ou cravação;

 características estruturais da estaca (armadura, concreto etc.);

©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados 7


Impresso por: UFSC-JAVA
ABNT NBR 12131:2006

c) dados de instalação da estaca, tais como:

 dados do equipamento de execução e dos controles executivos, conforme o tipo da estaca;

 informações referentes a eventuais ocorrências anormais durante a execução, conforme 5.1.2;

d) referência aos dispositivos de aplicação de carga e de medição dos deslocamentos, inclusive número e
localização dos deflectômetros e dados de aferição do conjunto macaco-bomba-manômetro;

e) ocorrências excepcionais durante o ensaio, tais como:

 perturbações dos dispositivos de carga e de medição;

 modificações na superfície do terreno contíguo à estaca;

 eventuais alterações nos pontos de fixação das referências de leituras;

 desaprumos do dispositivo de carga;

 deformações excessivas dos tirantes;

 variações da temperatura ambiente, no decorrer do ensaio (máxima e mínima diárias);

 eventuais inobservâncias desta Norma devidas a contingências locais;


Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - 83.899.526/0001-82

f) tabelas das leituras tempo-recalque e carga-recalque de todos os estágios;

g) curva carga x deslocamento, salientando os tempos de início e do fim de cada estágio, adotando-se uma
escala tal que a reta ligando a origem e o ponto da curva correspondente à carga estimada de trabalho resulte
numa inclinação de (20 ± 5)° com o eixo das cargas.

h) referência a esta Norma.

4.2 Adicionalmente, em provas de carga com instrumentação ao longo do comprimento da estaca, devem ser
apresentadas as descrições detalhadas dos instrumentos utilizados, sua locação e os resultados obtidos, em
forma de tabela, com leituras, a formulação usada para a interpretação dos dados e a interpretação gráfica da
análise.

4.3 Caso se pretenda estabelecer correlações entre os resultados fornecidos pela prova de carga e outros
ensaios in-situ, esses ensaios devem ser em número não inferior a três e estar a uma distância não superior a 2,0 m
do eixo da estaca.

8 ©ABNT 2006 - Todos os direitos reservados


Impresso por: UFSC-JAVA

Você também pode gostar