Você está na página 1de 127

Revisão da Lei Complementar 021 de 2006

Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Alegrete


Proposta e Minuta de Lei

Versão 01 de Publicação
02 de dezembro de 2020

1
Ficha Técnica

Prefeitura Municipal de Alegrete Consórcio 3C Prócidades

Prefeito Márcio Amaral 3C Arquitetura e Urbanismo


Diretor Executivo de Gabinete do Prefeito: Everton Arq. Tiago Holzmann da Silva
Gonçalves Vilaverde Arq. Paulo Carvalho
Procurador Geral: Paulo Rodrigues de Freitas Faraco Arq. Alexandre Pereira Santos
Arq. Leonardo Damiani Poletti
Coordenadoras do Grupo Técnico: Arq. Leonardo Marques Hortencio
Arquiteta Raquel Griebler Martins;
Arquiteta Danieli Chaves Pozzebon. Arq. Alexandre Couto Giorgi
Adv. Armenio de Oliveira dos Santos
Equipe técnica do Município:
Arquiteto Ricardo da Luz Wallau; Acad. Arq. Elisa Escosteguy Utzig
Desenhista Larissa Fontoura Nunes; Acad. Arq. Helena Tonel Fernandes
Agente Admin. Adriana Salete Bortoluzzi Moraes;
Topógrafo Clovenir Dias Garcia; PRÓ CIDADES
Bióloga Iraline Brum de Souza Santini; Arq. Ida Marilena Bianchi
Engenheira Florestal Gabriela Leonardi Urbanetto; Renato Cordeiro Rhoden
Geógrafa Lívia Hahn Durgante;
Guarda Municipal Ricardo Dias da Silva; Eng. Civil Eleonora Furian Lindner
Agente de Fiscalização Rosimere Martins da Silva; Arq. Tais Caetano Bochi
Guarda Municipal Marcelo Aurélio Nunes;
Advogada Liza Arrussul Carús;
Agente de Fiscalização José Márcio Mombach Ramos;
Inspetora Tributária Tatiana Souza Mendonça; e
Fiscal Ambiental Rosana Maria Migotto.

2
Índice
Ficha Técnica....................................................................................................................................................2
TÍTULO I - ABRANGÊNCIA, PRINCÍPIOS E OBJETIVOS...................................................................................6
CAPÍTULO I - DA ABRANGÊNCIA..........................................................................................................6
CAPÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS...................................................................................10
TÍTULO II - DAS POLÍTICAS E DOS SISTEMAS URBANOS E AMBIENTAIS....................................................13
CAPÍTULO I - DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO.............................................13
Seção I - Da Estratégia Municipal de Redução de Riscos.................................................................13
Seção II - Da Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável..................................................15
Seção III - Das Políticas Sociais.....................................................................................................15
Subseção I - Da Política Municipal de Educação.........................................................................16
Subseção II - Da Política Municipal de Assistência Social............................................................16
Subseção III - Da Política Municipal de Saúde............................................................................17
Subseção IV - Da Política Municipal de Segurança Pública..........................................................17
Seção III - Do Sistema de Equipamentos Públicos..........................................................................18
CAPÍTULO II - DA POLÍTICA CULTURAL.............................................................................................19
Seção I - Do Sistema Municipal de Cultura.....................................................................................19
Subseção I - Do Sistema de Proteção ao Patrimônio Cultural......................................................20
Subseção II - Da Política Municipal de Esporte e Lazer...............................................................21
Subseção III - Da Política Municipal de Turismo.........................................................................22
Seção II - Do Plano Municipal de Cultura.......................................................................................22
CAPÍTULO III - DA POLÍTICA DE SANEAMENTO AMBIENTAL...............................................................23
Seção I - Do Sistema de Saneamento Ambiental............................................................................23
Subseção I - Da Rede de Abastecimento de Água......................................................................24
Subseção II - Da Rede de Esgotamento Sanitário......................................................................24
Subseção III - Da Rede de Drenagem.......................................................................................25
Subseção IV - Da Rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos...............................................26
Seção II - Do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado.................................................28
CAPÍTULO IV - DA POLÍTICA DE MOBILIDADE....................................................................................28
Seção I - Do Sistema de Mobilidade...............................................................................................29
Subseção I - Da Rede Viária.....................................................................................................30
Subseção II - Da Rede de Pedestres.........................................................................................30
Subseção III - Da Rede Cicloviária............................................................................................30
Subseção IV - Da Rede de Logística e Cargas............................................................................31
Seção II - Do Sistema de Transporte Público Coletivo.....................................................................31
Seção III - Da Acessibilidade Universal..........................................................................................32
Seção IV - Do Plano Municipal de Mobilidade..................................................................................32
CAPÍTULO V - DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO.......................................................................................33
Seção I - Do Plano Municipal de Habitação.....................................................................................34
CAPÍTULO VI - DA POLÍTICA AMBIENTAL DO Município......................................................................35
Seção I - Do Sistema de Áreas Ambientais.....................................................................................37
Seção II - Do Plano Municipal do Meio Ambiente............................................................................37
TÍTULO III - DO ORDENAMENTO TERRITORIAL...........................................................................................39
CAPÍTULO I - DA DIVISÃO TERRITORIAL...........................................................................................39
Seção I – da Área Urbana.............................................................................................................39
Seção II – da Área Rural...............................................................................................................42

3
CAPÍTULO II - DAS ÁREAS AMBIENTAIS.............................................................................................44
Seção I - Da Rede de Áreas de Proteção e Interesse Ambiental.......................................................44
Seção II - Da Rede de Áreas Verdes Urbanas.................................................................................45
CAPÍTULO III - DO ZONEAMENTO URBANO........................................................................................46
Seção I - Das Zonas de Uso..........................................................................................................47
Seção II - Das Zonas Especiais......................................................................................................49
CAPÍTULO IV - DA INFRAESTRUTURA VIÁRIA.....................................................................................50
TÍTULO IV - DO REGIME URBANÍSTICO........................................................................................................53
CAPÍTULO I - DO PARCELAMENTO DO SOLO......................................................................................53
Seção I - Das Modalidades de Parcelamento do Solo......................................................................54
Seção II - Dos Requisitos e Parâmetros de Parcelamento do Solo....................................................56
Seção III - Do Parcelamento de Interesse Social - PIS....................................................................59
Seção IV - Dos Procedimentos do Parcelamento do Solo.................................................................59
Seção V - Dos Condomínios Fechados............................................................................................63
CAPÍTULO II - DO REGIME DE OCUPAÇÃO DO SOLO..........................................................................65
CAPÍTULO III - DO REGIME DO USO DO SOLO...................................................................................70
Seção I - Dos Usos Residenciais R.................................................................................................70
Seção II - Dos Usos não Residenciais - nR.....................................................................................71
Seção III - Das Condições de Instalação e dos Parâmetros de Incomodidade...................................79
CAPÍTULO IV - DO LICENCIAMENTO, DA FISCALIZAÇÃO E DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS. 80
Seção I - Dos parcelamentos e edificações existentes e usos instalados...........................................80
Seção II - Do Licenciamento e Fiscalização das Atividades..............................................................81
Subseção I - Dos usos irregulares.............................................................................................82
Subseção II - Do desrespeito aos parâmetros de incomodidade..................................................83
Subseção III - Dos parcelamentos irregulares............................................................................84
Subseção IV - Do Procedimento de Multas................................................................................85
TÍTULO V - DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA E DE GESTÃO AMBIENTAL...................................86
CAPÍTULO I - DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO URBANO.......................................................86
Seção I - Dos Instrumentos Indutores da Função Social da Propriedade..........................................86
Subseção I - Do Âmbito de Aplicação........................................................................................86
Subseção II - Do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios.........................................87
Subseção III - Do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU Progressivo no Tempo..................88
Subseção IV - Da Desapropriação.............................................................................................88
Subseção V - Da Listagem dos Imóveis que não Cumprem a Função Social.................................89
Subseção VI - Do Consórcio Imobiliário.....................................................................................90
Subseção VII - Do Direito de Preempção...................................................................................90
Subseção VIII - Da Arrecadação de Bens Abandonados..............................................................92
Seção II - Do Direito de Construir..................................................................................................93
Subseção I - Do Direito de Superfície........................................................................................93
Subseção II - Da Outorga Onerosa do Direito de Construir.........................................................94
Subseção III - Da Transferência do Direito de Construir.............................................................95
Seção III - Dos Instrumentos de Proteção ao Patrimônio Cultural....................................................97
Subseção I - Do Termo de Ajustamento de Conduta Cultural - TACC e das Penalidades por danos
ao Patrimônio do imóvel tombado.............................................................................................97
CAPÍTULO II - DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANO-AMBIENTAL...............................................98
Seção I - Do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental...................................................................98
Seção II - Do Termo de Compromisso Ambiental - TCA..................................................................99
Seção III - Do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Ambiental - TCACA...................99
Seção III - Dos Instrumentos Controladores do Impacto de Vizinhança..........................................100
Subseção I - Do Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança................................100
Subseção II - Do Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança.................................................101
Seção V - Dos Instrumentos de Regularização Fundiária...............................................................103
CAPÍTULO III - DOS PROJETOS DE INTERVENÇÃO URBANA - PIUs....................................................105

4
Seção I - Das áreas prioritárias para elaboração de Projetos de Intervenção Urbana - PIUs.............106
Subseção I – do PIU ferrovias.................................................................................................106
Subseção II – do PIU pedreira................................................................................................107
Subseção III – do PIU termoelétrica........................................................................................108
Subseção IV – do PIU Ibirapuitã-Regalado...............................................................................108
Subseção V – do PIU antigo aeroporto....................................................................................109
Subseção VI – do PIU áreas militares......................................................................................110
Subseção VII – do PIU Tiaraju................................................................................................111
TÍTULO VI - DO SISTEMA DE GESTÃO..........................................................................................................111
CAPÍTULO I - DOS COMPONENTES DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO................112
Seção I - do Grupo Técnico de Monitoramento e Avaliação do Planejamento Urbano - GTMA..........112
CAPÍTULO II - DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR..........................................................113
Seção I - Do Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA......................................113
Subseção I - Da Composição do Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA.....113
Subseção II - Das Atribuições do Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA. . .115
Seção II - Do Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal - CPDDM...........................116
CAPÍTULO III - DOS DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL........................................................118
CAPÍTULO IV - DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - FMDU..............................119
Seção I - Do Conselho Gestor do FMDU.......................................................................................119
Seção II - Dos Recursos do FMDU e de sua Aplicação...................................................................121
Seção III - Do Plano Anual de Aplicação, da Solicitação, Movimentação e Liberação de Recursos e da
Prestação de Contas...................................................................................................................122
Seção IV - Das Disposições Finais................................................................................................124
CAPÍTULO V - DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES,
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PDDM.....................................................................................124
Seção I - Da Articulação do Plano Diretor com o Programa de Metas, Plano Plurianual e Orçamento 124
Seção II - Do Sistema Geral de Informações................................................................................124
Seção III - Da Comunicação Entre o Poder Executivo e a Sociedade..............................................125
Seção IV - Do Monitoramento e da Avaliação da Implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento
Municipal - PDDM.......................................................................................................................126
TÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS........................................................................126

5
TÍTULO I - ABRANGÊNCIA, PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

CAPÍTULO I - DA ABRANGÊNCIA

Art. 1º Fica instituído o Plano Diretor de Desenvolvimento do Município de Alegrete -


PDDM, com fundamento na Constituição da República Federativa do Brasil; na Lei Federal n.º
10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade; na Constituição do Estado do Rio Grande do
Sul e na Lei Orgânica Municipal.
Parágrafo único. As normas, princípios básicos e diretrizes para implantação do Plano
Diretor, são aplicáveis a toda a extensão territorial do Município.

Art. 2º O PDDM é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município e


integra o processo de planejamento municipal.
Parágrafo único. O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento anual
e o Código Tributário deverão incorporar as diretrizes e as prioridades contidas neste PDDM.

Art. 3º São complementares ao PDDM o Código de Obras e o Código de Posturas do


Município.
Parágrafo único. Outras leis poderão vir a integrar ou complementar o PDDM, desde que
tratem de matérias pertinentes às ações de planejamento municipal.

Art. 4º O PDDM considera o disposto na legislação e nos planos nacionais e estaduais


relacionadas às políticas de desenvolvimento urbano, incluindo saneamento básico, habitação
social, mobilidade urbana e ordenamento territorial, além da política de meio ambiente.
Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal deverá encaminhar à Câmara Municipal
proposta de revisão deste PDDM, a ser elaborada de forma participativa e atendendo à legislação
vigente, no ano de 2030, o que perfará o prazo de 10 (dez) anos a contar da sanção desta Lei
Complementar.

Art. 5º Para a promoção, planejamento, controle e gestão do desenvolvimento municipal,


serão adotados, dentre outros, os seguintes instrumentos:
I - Instrumentos de planejamento urbano;
II - Instrumentos tributários e financeiros;
III – Instrumentos jurídico-administrativos;
IV - Instrumentos de democratização da gestão urbana.

Art. 6º. Para os efeitos desta lei, as seguintes expressões ficam assim definidas:
I - Áreas de Interesse Ambiental:
a) Área de Preservação Permanente – APP: corresponde a áreas de preservação
permanente definidas por legislação ambiental vigente, sendo coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas;
b) Unidades de Conservação: definidas pela Lei Federal 9.985 de 2000, são espaços
territoriais com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, aos quais se
aplicam garantias adequadas de proteção;
c) Zona de Amortecimento: é o entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar
os impactos negativos sobre a unidade;
II - Área urbana: são áreas inseridas nos Perímetros Urbanos onde o Município mantém o
controle das atividades urbanas, da expansão da cidade e de povoados, da otimização do uso do
sistema viário e demais equipamentos urbanos e comunitários;

6
III - Assentamentos Precários e Irregulares: são ocupações inseridas em parcelamentos
informais ou irregulares, localizadas em áreas urbanas públicas ou privadas, utilizadas
predominantemente para fins de moradia como favelas, núcleos habitacionais, loteamentos
irregulares ou clandestinos e conjuntos habitacionais de interesse social não regularizados;
IV - Documentos:
a) Certidão de Transferência de Potencial Construtivo: consiste de documento que fixa o
potencial construtivo equivalente, passível de ser transferido para o imóvel receptor e calculado de
acordo com o disposto nesta lei;
b) Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência: consiste de documento
que declara o potencial construtivo passível de ser transferido, originado pelo imóvel cedente e
calculado de acordo com o disposto nesta lei;
V - Equipamentos públicos:
a) Equipamentos públicos urbanos: são as instalações e espaços de infraestrutura urbana
destinados aos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de
águas pluviais, disposição e tratamento dos resíduos sólidos, transporte público, energia elétrica,
rede telefônica, gás canalizado e congêneres.
b) Equipamentos públicos comunitários: são as instalações e espaços de infraestrutura
urbana destinados aos serviços públicos de educação, saúde, cultura, assistência social, esportes,
lazer, segurança pública, abastecimento, serviços funerários e congêneres.
VI - Habitação de Interesse Social – HIS: é aquela destinada ao atendimento habitacional
das famílias de baixa renda cuja renda mensal seja de até 3 (três) salários mínimos, conforme
previsto pela Lei Federal 11.888/2008 ou outra que vier substituí-la, podendo ser de promoção
pública ou privada.
VII - Infraestrutura viária:
a) Rodovias: Vias que tangenciam ou atravessam o perímetro urbano, implantadas e sob
o controle direto de outros Entes Federados;
b) Estradas Vicinais: Vias sob jurisdição do Município que permitem a ligação dos Distritos
e das localidades no interior do Município com a sua sede, sendo destinadas a conectar a Zona
Rural e/ou urbanizações próximas com a malha viária urbana;
c) Vias Arteriais/Anel Viário: Sequência de segmentos viários, existentes e projetados, que
circundam e tangenciam a área urbana e que permitem o desvio do tráfego de passagem sem que
este passe pelo centro urbano da Cidade.
d) Vias Arteriais/estruturais principais: Vias destinadas à circulação geral com intenso
trânsito veicular e que propiciam a macroestruturação da mobilidade urbana, servindo, ainda, de
base para o transporte coletivo;
e) Vias coletoras/estruturais secundárias: Destinadas a coletar e distribuir os fluxos de
circulação interbairros e suas conexões com a área central do Município;
f) Vias locais: Destinadas a orientar os fluxos no interior dos bairros, permitir o acesso a
pontos internos específicos e canalizar o tráfego veicular para as vias secundárias/coletoras;
g) Canteiros centrais: Faixas dispostas no centro das vias, destinadas à separação dos
fluxos de tráfego, servindo, ainda, como apoio à travessia de pedestres em duas etapas e à
qualificação urbana com elementos de arborização e paisagismo;
h) Lombofaixa: elevações sobre o leito viário nos locais de travessia dos pedestres cuja
elevação alinha-se ao passeio público, tornando a travessia acessível e mais segura;
i) Ciclovia: pista fisicamente segregada destinada à circulação de bicicletas e congêneres;
j) Ciclofaixa: faixa sinalizada destinada à circulação de bicicletas e congêneres sem
separação física;
k) Ciclorrota: rota recomendada para uso de bicicleta e congêneres, preferencialmente
sinalizada;
l) Eixo da via: Linha que passa equidistante aos alinhamentos;
VIII - Instrumentos de planejamento urbano:
a) Outorga Onerosa do Direito de Construir: se refere a contrapartida financeira a ser
prestada pelos beneficiários quando requerido potencial construtivo adicional, nos termos dos arts.

7
28 a 31 e seguintes da Lei Federal 10.257/2001 - Estatuto da Cidade e de acordo com os critérios
e procedimentos estabelecidos neste PDDM.
b) Transferência de Potencial Construtivo: é o instrumento que permite transferir o
potencial construtivo não utilizado no lote para outros lotes;
IX - Moradia digna: é aquela cujos moradores dispõem de segurança na posse do imóvel,
com dimensões suficientes para comportar seus habitantes, executada com boa qualidade
construtiva, com materiais adequados, ventilação e iluminação suficientes, assentada sobre
terreno firme, salubre, seco e livre de contaminações, e dotada de abastecimento de água, coleta
de esgoto, fornecimento de energia elétrica, iluminação pública, coleta de resíduos sólidos,
trafegabilidade de vias, pavimentação viária, transporte coletivo, equipamentos públicos urbanos e
comunitários, entre outros serviços, equipamentos e infraestruturas;
X - Parcelamento do solo:
a) Gleba: Área de terras com localização e delimitações definidas, não resultante de
processo regular de parcelamento do solo para fins urbanos;
b) Desmembramento: É a divisão de lotes que resulte em dois ou mais lotes que atendam
aos requisitos mínimos;
c) Lote: Área resultante do parcelamento do solo urbano com pelo menos uma divisa com
frente para via oficial de circulação.
d) Loteamento: Subdivisão de glebas em lotes destinados a edificação, com abertura de
novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação
das vias existentes;
e) Quadra: Área resultante de loteamento, delimitada por vias oficiais de circulação ou
demais logradouros públicos;
f) Largura da via: Distância entre os alinhamentos dos lotes, englobando leito carroçável e
o passeio público;
g) Alinhamento predial: Linha divisória entre o lote e o logradouro público;
h) Face de quadra: É formada pelo conjunto de lotes cuja frente esteja voltada para um
mesmo logradouro no intervalo entre duas ruas distintas;
i) Frente do lote: Face do lote com frente para a via oficial de circulação na qual o imóvel
está cadastrado ou tem acesso principal;
j) Áreas institucionais: são áreas destinadas à instalação dos equipamentos comunitários;
k) Condomínio Fechado de Lotes: Modelo de parcelamento do solo formando área
fechada com acesso controlado em que a cada unidade autônoma cabe, como parte inseparável,
fração ideal de terreno correspondente às áreas comuns destinadas às vias de acesso e recreação;
XI - Plano de Urbanização em ZEIS: é aquele que integra medidas administrativas,
jurídicas, urbanísticas e sociais, conforme a complexidade de cada caso, destinadas à
regularização dos assentamentos precários e irregulares, visando à titulação de seus ocupantes, o
reassentamento, a adequação urbanística, ambiental e administrativa, integrando-os à cidade
formal; elaborado pelo Município ou pelos demais legitimados na forma da lei, com a participação
de seu respectivo conselho gestor e do conjunto dos beneficiários;
XII - Projeto de Intervenção em ZEIS: é aquele destinado à regularização fundiária,
reabilitação física e requalificação de edifícios e áreas ocupadas por cortiços ou moradias coletivas
precárias, e que estão localizados em territórios urbanos consolidados;
XIII - Projeto de Intervenção Urbana: projetos que devem prever maior aproveitamento
da terra urbana visando promover transformações estruturais no Município através do
ordenamento e reestruturação urbana de áreas apontadas pelo Poder Público;
XIV - Projeto de Regularização Fundiária: é aquele que integra medidas jurídicas,
urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à regularização dos assentamentos precários e
irregulares, titulação de seus ocupantes, reassentamentos, adequação urbanística, ambiental e
administrativa, integrando-o à cidade formal, elaborado pelo Município com a participação de seu
respectivo conselho gestor, quando for o caso;
XV - Promotores da Habitação de Interesse Social – HIS: são os seguintes:
a) órgãos da administração direta;

8
b) empresas de controle acionário público;
c) empresas ou entidades sem fins lucrativos, quando atuando, respectivamente, como
executoras ou organizadoras de empreendimentos de HIS, no âmbito de programa habitacional
subvencionado pela União, Estado ou Município;
d) entidades ou empresas que desenvolvam empreendimentos conveniados ou
consorciados com o Poder Público para execução de empreendimentos de Habitação de Interesse
Social – HIS;
e) entidades representativas dos futuros moradores ou cooperativas habitacionais,
conveniadas ou consorciadas com o Poder Público;
XVI - Rede de Infraestrutura Urbana: corresponde ao conjunto de elementos que
estruturam e integram de forma estratégica o território urbano, tais como o abastecimento de
água potável, esgotamento sanitário, drenagem, manejo de resíduos sólidos, mobilidade urbana,
equipamentos públicos, eletrificação e telecomunicações;
XVII - Regularização fundiária: é o conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais
e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes,
de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da
propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, podendo ser
classificada nos seguintes tipos:
a) Regularização Ambiental do Imóvel Rural: é o atendimento ao disposto na legislação
ambiental no imóvel rural, em especial a manutenção e recuperação de áreas de preservação
permanente, da reserva legal e de áreas de uso restrito, e à compensação da reserva legal,
quando couber;
b) Regularização Fundiária de Interesse Específico: é a regularização fundiária quando
não caracterizado o interesse social, realizada mediante a adoção de medidas mitigadoras e
compensatórias na forma da legislação regulamentadora;
c) Regularização Fundiária de Interesse Social: é a regularização fundiária de
assentamentos irregulares ocupados, predominantemente, por população de baixa renda, nos
casos em que a área esteja ocupada, de forma mansa e pacífica, há, pelo menos, 5 (cinco) anos,
demarcada como ZEIS ou declarada de interesse para implantação de projetos de regularização
fundiária de interesse social;
d) Regularização Fundiária do Imóvel Rural: é o conjunto de medidas jurídicas,
administrativas e sociais visando garantir a segurança jurídica aos agricultores familiares e seu o
acesso às políticas governamentais, entre elas o crédito rural e a assistência técnica;
XVIII - Ocupação do solo:
a) Taxa de Ocupação: é a relação entre a área da projeção horizontal da edificação ou
edificações e a área do lote;
b) Taxa de Permeabilidade: é a relação entre a parte permeável, que permite a infiltração
de água no solo, livre de qualquer edificação, e a área do lote;
c) Gabarito de altura básico: Parâmetro de medida que define a altura máxima que uma
edificação pode alcançar por zona, excluídos o ático, as casas de máquinas e a caixa d’água;
d) Gabarito de altura máximo: Parâmetro de medida que define a altura máxima que uma
edificação pode alcançar por zona através de potencial construtivo adicional (vide Outorga
Onerosa do Direito de Construir), excluídos o ático, as casas de máquinas e a caixa d’água;
e) Recuo: Distância medida em projeção horizontal entre o limite externo da edificação e
a divisa do lote, definidos por linhas paralelas às divisas do lote, ressalvados o aproveitamento do
subsolo e a execução de saliências em edificações, nos casos previstos em lei;
f) Largura do lote: Distância que pode resultar entre:
1. As divisas laterais do lote;
2. Da maior testada e seu lado oposto; e
3. Através de duas testadas opostas, medida ortogonalmente no ponto médio da
profundidade do lote.
g) Profundidade do lote: Distância entre a testada e o fundo do lote, medida entre os
pontos médios de testada e da divisa do fundo;

9
h Área impermeabilizada: Área do lote coberta por piso impermeável ou edificação que
não permite nenhuma infiltração da água no solo;
i) Pavimento térreo: É o pavimento de acesso principal de veículos e pedestres ao
logradouro público;
j) Subsolo: Todo pavimento da edificação localizado abaixo do pavimento térreo;
XIX - Transporte Individual: corresponde aos veículos privados motorizados que circulam
sobre pneus;
XX - Uso do solo:
a) Uso Misto: é aquele que envolve, simultaneamente, no mesmo lote ou na mesma
edificação, o uso residencial e o uso não residencial;
b) Uso Não Residencial - nR: é aquele que envolve o desenvolvimento de atividades
comerciais, de serviços, industriais e institucionais;
c) Uso Residencial - R: é aquele que envolve a moradia de um indivíduo ou grupo de
indivíduos;
d) Uso Sustentável: é a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos
recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os
demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.
XXI - Zonas Especiais: são porções do território que apresentam características
diferenciadas ou com destinação específica e normas próprias de uso e ocupação do solo e
edilícias.

CAPÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

Art. 7º. A política urbana e ambiental do Município deve se pautar pelos seguintes
princípios:
I - inclusão social e territorial de modo que a cidade deva garantir aos seus cidadãos a
justa distribuição de moradias e suporte na infraestrutura e serviços urbanos, tendo como
objetivos:
a) a erradicação da segregação espacial;
b) a contribuição para a diminuição da pobreza e redução das desigualdades sociais, por
meio do uso racional dos recursos socioambientais
c) a promoção do bem comum sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade,
necessidades especiais e sem quaisquer outras formas de discriminação, devendo os instrumentos
de direito urbanístico ser utilizados visando a atender a essas necessidades;
II - direito à cidade, seus recursos naturais e seus equipamentos, os quais devem ser
acessíveis a todos e preservados para as presentes e futuras gerações, tendo como finalidades:
a) que a política de regularização fundiária considere o desenvolvimento sustentável e o
acesso de todos à cidade;
b) que a garantia do direito à moradia seja efetivada, preferencialmente, em áreas já
urbanizadas;
c) que os aglomerados urbanos de menor renda sejam integrados à cidade mediante sua
inclusão na malha viária e com provimento de transporte público de qualidade; e
d) que seja garantido, em todas as zonas do Município, o desenvolvimento da cultura e
do lazer.
III - o cumprimento da função social da cidade e da propriedade de modo que estas em
suas zonas urbana e rural devam ser utilizadas de maneira a contribuir para o bem comum,
respeitados os direitos individuais e o meio ambiente, nos termos deste PDDM, o qual deve:
a) promover o adequado aproveitamento dos vazios urbanos ou terrenos subutilizados,
não edificados ou ociosos;
b) sancionar a retenção especulativa dos vazios urbanos ou terrenos subutilizados, não
edificados ou ociosos;

10
c) disciplinar o direito de construir, de maneira a gerar recursos, através da outorga
onerosa, para o atendimento da demanda de infraestrutura e de serviços públicos provocada pelo
adensamento, pela verticalização das edificações e pela impermeabilização do solo; e
d) promover a adequada utilização das áreas rurais para o desenvolvimento de atividades
econômicas que promovam emprego e renda com o respeito ao ambiente natural.
IV - preservação e recuperação do ambiente natural, definindo-se:
a) o meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem de uso comum do povo, sendo
direito e dever de todos colaborar na sua preservação, proteção e recuperação para as presentes
e futuras gerações; e
b) que as políticas de desenvolvimento econômico considerem a preservação e a proteção
dos recursos ambientais existentes, bem como a adequada destinação dos resíduos residenciais,
comerciais, hospitalares e industriais.
V - gestão democrática de modo que o desenvolvimento urbano e ambiental seja
efetivado através de órgãos e fóruns que representem os mais diversos setores da sociedade, de
modo a evitar:
a) a multiplicidade de representação de qualquer setor tendente a excluir a gestão
democrática; e
b) a alteração de qualquer dispositivo deste PDDM sem o prévio parecer técnico e
encaminhamento do assunto à audiência pública antes do envio do projeto de lei à Câmara de
Vereadores.
VI - valorização e fortalecimento do Poder Público municipal, o qual tem o dever de atuar
no planejamento democrático da cidade, por meio de:
a) políticas públicas que possam ser efetivadas dentro das competências
constitucionalmente asseguradas ao Município; e
b) instituição ou revitalização dos órgãos fiscalizadores dotados de poder de polícia com
profissionais capacitados e a infraestrutura necessária.
VII - justa distribuição dos benefícios e dos ônus decorrentes do processo de urbanização.
VIII - recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultada a
valorização de imóveis urbanos.
IX - regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e
edificação, consideradas as situações socioeconômicas da população e as normas ambientais.

Art. 8º. São objetivos gerais do PDDM:


I - orientar a política de desenvolvimento do Município, considerando as condicionantes
ambientais e utilizando adequadamente as potencialidades do meio natural, social e econômico da
região e do Município;
II - garantir o bem-estar do cidadão e a melhoria da qualidade de vida;
III - garantir a função social da propriedade urbana;
IV - promover o desenvolvimento das funções sociais da cidade, segundo os princípios de
eficiência, eficácia e equidade nas ações públicas e privadas no meio urbano;
V - assegurar que a ação pública do Poder Executivo e do Legislativo ocorra de forma
planejada e participativa;
VI - estimular, através de uma gestão democrática e participativa, o desenvolvimento de
canais que promovam o acesso dos cidadãos à formulação, implementação e avaliação das
políticas públicas;
VII - garantir a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente e do patrimônio
cultural, histórico e paisagístico;
VIII - garantir a justa distribuição dos benefícios e dos ônus decorrentes das obras e
serviços de infraestrutura urbana;
IX - prevenir distorções e abusos no desfrute econômico da propriedade urbana e coibir o
uso especulativo da terra como reserva de valor, de modo a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade;

11
X - permitir a participação da iniciativa privada em ações relativas ao processo de
urbanização, mediante o uso de instrumentos urbanísticos diversificados, quando for de interesse
público e compatível com a observação das funções sociais da cidade.

Art. 9º. Os objetivos do PDDM serão atendidos com base na implementação de políticas
integradas para ordenar o desenvolvimento do Município, permitindo um planejamento
ambientalmente sustentável e com a melhoria da qualidade de vida.

12
TÍTULO II - DAS POLÍTICAS E DOS SISTEMAS URBANOS E AMBIENTAIS

Art. 10. As políticas públicas setoriais integram a Política de Desenvolvimento Urbano e


Ambiental do Município e definem as ações que devem ser implementadas pelo Executivo para
cumprir os objetivos estratégicos deste PDDM.
Parágrafo único. As políticas e os sistemas urbanos e ambientais tratados nesta Lei
Complementar são as que se relacionam, direta ou indiretamente, com questões de ordenamento
territorial, a saber:
I - Política de Desenvolvimento Socioeconômico;
II - Política Cultural;
III - Política de Saneamento Ambiental;
IV - Política de Mobilidade
V - Política de Habitação; e
VI - Política Ambiental.

CAPÍTULO I - DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO

Art. 11. A Política de Desenvolvimento Socioeconômico tem caráter transversal,


articulando-se com as diversas políticas públicas, sistemas e estratégias de desenvolvimento que
integram esta Lei Complementar.
§ 1º A Política de Desenvolvimento Socioeconômico é composta pela Estratégia Municipal
de Redução de Riscos, pela Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável, pelas Políticas
Sociais e pelo Sistema de Equipamentos Públicos.
§ 2º São princípios da Política de Desenvolvimento Socioeconômico:
I - buscar o desenvolvimento socioeconômico e espacial;
II - a formulação, o planejamento e a implementação de Políticas Sociais e
Desenvolvimento Econômico Sustentável;
III - promover a inovação, o desenvolvimento tecnológico e a produção científica;
IV - fortalecer a posição estratégica do Município na fronteira-oeste e no Mercosul;
V - potencializar o papel do Município como centro local de comércio, indústria, serviços e
conhecimento;
VI - reforçar o Município como polo agrícola e agroindustrial buscando a diversificação
sustentável do setor;
VII - fomentar as atividades de turismo em todas suas segmentações presentes no
Município, especialmente o Turismo Rural, Cultural, Ecoturismo e Educacional.

Seção I - Da Estratégia Municipal de Redução de Riscos

Art. 12. Devido às características de riscos presentes na área urbana do Município, o


Poder Executivo deverá elaborar o Plano Municipal de Redução de Riscos como parte integrante
das políticas públicas setoriais previstas neste Título, parte integrante do Sistema Nacional de
Proteção e Defesa Civil e com base na legislação federal, estadual e municipal vigente e instituído
através de Lei Ordinária no prazo de até 10 anos, a contar da publicação desta Lei Complementar.
§ 1º É considerado “risco” a ameaça ou a probabilidade de ocorrência de um evento e a
vulnerabilidade dos elementos expostos.
§ 2º São consideradas “área de risco” as áreas passíveis de serem atingidas por
fenômenos ou processos naturais e/ou induzidos que causem efeitos adversos e sujeitem seus
habitantes a danos à integridade física e perda materiais e patrimoniais.
§ 3º O Plano Municipal de Redução de Riscos deverá conter, no mínimo:
I - análise, caracterização e dimensionamento das áreas de risco de inundação,
deslizamento e/ou solapamento sobre área urbana, classificadas segundo tipo e graus de risco;

13
II - análise, quantificação e caracterização das famílias moradoras das áreas de risco
mencionadas no inciso anterior, segundo perfis demográficos, socioeconômicos e habitacionais,
entre outros aspectos;
III - prever estratégias e diretrizes de articulação com a implementação das políticas e
dos planos setoriais, sobretudo:
a) da Política de Saneamento Ambiental, as estratégias que contenham os riscos
relacionados às redes de drenagem, esgotamento sanitário e à gestão integrada de resíduos
sólidos;
b) da Política de Habitação, as estratégias em relação à regularização urbanística, jurídica,
fundiária e ambiental de assentamentos precários e irregulares; e
c) da Política Ambiental e do Sistema de Proteção Ambiental e Áreas Verdes, as
estratégias para recuperação e regeneração de áreas ambientalmente afetadas que oferecem
agravantes aos riscos.
IV - definição das ações e intervenções necessárias para a implantação de obras
estruturais de redução de riscos e adoção de medidas de segurança e proteção, com fixação de
prioridades, prazos e estimativas de custos e recursos necessários;
V - definição de estratégias para realização de realocações preventivas de moradores de
áreas de risco, quando esta for a alternativa única ou mais eficaz para a garantia das condições de
segurança e moradia digna dos moradores, de acordo com critérios técnicos objetivos e
reconhecidos e procedimentos justos e democráticos.
§ 4º Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, nas áreas de risco devem
ser orientados para os seguintes objetivos:
I - redução dos riscos ambientais, geológicos e hidrológicos;
II - promoção da segurança e proteção permanente da população e do patrimônio, frente
à ocorrência de diferentes tipos de desastres;
III - minimização de danos decorrentes de eventos geológicos e hidrológicos adversos.
§ 5º Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, nas áreas de risco devem
ser orientados segundo as seguintes diretrizes:
I - priorizar alternativas mais eficazes e de menor impacto socioambiental;
II - priorizar ações de caráter preventivo;
III - prevenir a formação de novas áreas de risco, por meio de diretrizes de urbanização e
edificação compatíveis com as potencialidades e restrições do meio físico;
IV - coibir o surgimento de ocupações urbanas nas áreas suscetíveis a desastres;
V - adotar instrumentos participativos em todo o ciclo de desenvolvimento dos programas
e ações voltados à redução do risco;
VI - reduzir os níveis de risco de inundações, erosões e deslizamentos, por meio da
implantação de intervenções estruturais nas áreas de risco existentes;
VII - proteger a população nas áreas de risco, mediante a preparação em caso de
ocorrência de desastres;
VIII - prestar socorro imediato à população atingida por desastres;
IX - difundir informação sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos;
X - articular as ações de redução de riscos com as demais ações e programas federais,
estaduais e municipais, em particular habitação, drenagem e defesa civil;
XI - seguir os termos da legislação federal referente à proteção e defesa civil.
§ 6º O Poder Executivo deverá realizar a revisão do Plano Municipal de Redução de Riscos
com base em processos participativos pelo menos a cada 10 anos, contados do início da vigência
da respectiva Lei Ordinária que o instituir.

Art. 13. Para fins de Regime de Ocupação e Uso do Solo, dispostos no Título IV do Plano
Regulador desta Lei, os projetos a serem aprovados pelo Poder Executivo localizados em áreas de
urbanização consolidada sujeitas à inundação, denominadas como Áreas com Condicionantes
Ambientais, deverão respeitar cotas mínimas de segurança para construção.

14
§ 1º A demarcação das Áreas com Condicionantes Ambientais e indicação das cotas
mínimas de segurança para construção referidas no caput são previstas pela Lei Ordinária ## de
2020 ou outra que vier substituí-la.
§ 2º O PMRR deverá dispor sobre as Áreas com Condicionantes Ambientais da área
urbana do Município, fazendo a revisão e atualização do contido na Lei Ordinária ## de 2020 e
revogando-a expressamente.

Seção II - Da Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável

Art. 14. São objetivos da Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável:


I - induzir a geração de empregos visando à sustentabilidade econômica do Município e
maior distribuição de renda entre a população local;
II - investir em infraestrutura e criar novas áreas aptas para atrair investimentos em
atividades econômicas visando o desenvolvimento econômico e a permanência da população no
Município;
III - proteger as áreas industriais em funcionamento e estimular a sua expansão em
moldes compatíveis com as novas condições territoriais do Município;
IV - incentivar o comércio e os serviços locais;
V - potencializar o caráter universitário como gerador de conhecimento e inovação;
VI - promover o desenvolvimento sustentável da zona rural com o apoio à agricultura em
suas diversas formas de produção, incluindo a familiar e orgânica, e ao turismo sustentável, em
especial de base comunitária;
VII - buscar a diversificação da produção primária;
VIII - promover a infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentável, incluindo
obras, empreendimentos e serviços de utilidade pública, na zona urbana e rural;
IX - criar as condições para o desenvolvimento do turismo apropriado às características
do Município, gerando sinergias entre eventos, negócios, cultura, gastronomia, compras e
agroecoturismo para aumentar a permanência dos visitantes no Município;
X - valorizar a diversidade econômica, territorial, cultural, étnica, religiosa e de orientação
sexual como um direito que potencializa as oportunidades de desenvolvimento sustentável do
Município.

Art. 15. São diretrizes da Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável:


I - estímulo à atração, criação, preservação e ampliação de micro e pequenas empresas;
II - aprimoramento e ampliação das relações do Município com o micro e pequeno
empresário, empresários e entidades públicas e privadas, em nível local, nacional e internacional;
III - estímulo ao desenvolvimento econômico rural, em especial por meio do fomento à
produção agropecuária e incentivos à agroindústria, aliado à preservação do meio ambiente;
IV - constituição de convênios ou outros instrumentos de cooperação com instituições e
entidades nacionais e internacionais nas áreas científica, tecnológica, de promoção econômica e de
gestão empresarial;
V - captação de recursos e execução de projetos de cooperação internacional;
VI - divulgação do Município de Alegrete no exterior, com vistas à atração de
investimentos;
VII - promoção do turismo, dando o suporte institucional para a integração social e
econômica com os demais setores da sociedade; e
VIII - desenvolvimento de programa de preservação e conservação dos solos agricultáveis
e das estradas e caminhos rurais, visando à sustentabilidade da produção agrossilvipastoril e à
redução do aporte de sedimentos nos cursos d’água, propiciando a melhoria das condições de
acesso e escoamento da produção bem como a exploração do potencial turístico.

Seção III - Das Políticas Sociais

15
Art. 16. As Políticas Sociais são compostas pelas políticas voltadas para a efetivação e
universalização de direitos sociais, compreendidos como direito do cidadão e dever do Estado, com
participação da sociedade civil nas fases de decisão, execução e fiscalização dos resultados.
§ 1º São componentes das Políticas Sociais:
I - a Política Municipal de Educação;
II - a Política Municipal de Assistência Social;
III - a Política Municipal de Saúde;
IV - a Política Municipal de Segurança Pública; e
V - a Política Municipal de Cultura.
§ 2º A composição, os objetivos e diretrizes da Política Municipal de Cultura estão
previstos no Capítulo II deste Título.

Subseção I - Da Política Municipal de Educação

Art. 17. São objetivos da Política Municipal de Educação:


I - assegurar a articulação das políticas educacionais com as demais políticas sociais;
II - realizar a identificação das populações do campo e das comunidades quilombolas e
suas necessidades específicas, asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural;
III - garantir o atendimento das necessidades específicas na educação especial,
assegurando um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades.

Art. 18. São diretrizes da Política Municipal de Educação:


I - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade
racial, regional e diversidade;
II - melhoria da qualidade da educação;
III - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos
em que se fundamenta a sociedade;
IV - promoção do princípio da gestão democrática da educação;
V - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica no Município;
VI - estabelecimento de meta para a aplicação de recursos públicos em educação, que
assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
VII - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental;
VIII - vinculação do Plano Municipal de Educação ao projeto de desenvolvimento do
Município e às necessidades de melhoria das condições de vida da população;
IX - formação para a conscientização da importância da preservação do Meio Ambiente,
com ênfase nos valores dispostos no Plano Municipal do Meio Ambiente.

Subseção II - Da Política Municipal de Assistência Social

Art. 19. São objetivos da Política de Assistência Social:


I - reduzir as desigualdades socioterritoriais de forma integrada às demais políticas
setoriais;
II - implementar programas, projetos e ações socioassistenciais para indivíduos que deles
necessitem;
III - ampliar o acesso aos serviços socioassistenciais, contribuindo para a inclusão dos
cidadãos na sociedade;
IV - ampliar e fortalecer a rede de proteção, inclusive por meio de construção de novos
equipamentos públicos.

Art. 20. São diretrizes da Política de Assistência Social:


I - fortalecer os direitos e a proteção social;
II - gerir e valorizar o Sistema Único da Assistência Social - SUAS, de forma

16
descentralizada e participativa;
III - planejar as ações de assistência social, com base no diagnóstico e monitoramento
territorial, visando à melhoria dos serviços prestados;
IV - capacitar a população para participação nas instâncias de controle social e nos
processos decisórios da Política de Assistência Social.

Subseção III - Da Política Municipal de Saúde

Art. 21. São objetivos da Política Municipal de Saúde, nos termos da Constituição Federal,
da Lei Federal nº 8.080 de 1990 ou outra que vier substituí-la, das demais normas federais,
estaduais e municipais, destacando-se:
I - identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II - formular e executar a política de saúde, nos campos econômicos e sociais, que vise a
redução de riscos de doenças e de outros agravos, ao estabelecimento de condições que
assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção
e recuperação;
III - assistir as pessoas por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades.

Art. 22. São diretrizes da Política Municipal de Saúde, nos termos da Constituição Federal,
da Lei Federal nº 8.080 de 1990 ou outra que vier substituí-la, das demais normas federais,
estaduais e municipais, destacando-se:
I - ampliação e qualificação do acesso aos serviços de saúde de qualidade, em tempo
adequado, com ênfase na humanização e equidade no atendimento das necessidades de saúde,
aprimorando a política de atenção básica, especializada, ambulatorial e hospitalar e garantindo
acesso aos medicamentos do SUS;
II - aprimoramento das Redes de Atenção à Saúde e promoção do cuidado integral às
pessoas nos diversos ciclos de vida, considerando as questões de gênero e das populações em
situação de vulnerabilidade social, na atenção básica, nas redes temáticas e nas redes de atenção
nas regiões de saúde;
III - redução e prevenção de riscos e agravos à saúde da população, por meio das ações
de vigilância, promoção e proteção, com foco na prevenção de doenças crônicas não
transmissíveis, em acidentes e violências, no controle das doenças transmissíveis e na promoção
do envelhecimento saudável;
IV - fortalecimento do papel do Estado na regulação do trabalho em saúde e ordenação,
para as necessidades do SUS, da formação, da educação permanente, da qualificação e da
valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, combatendo a precarização e favorecendo a
democratização das relações de trabalho;
V - aprimoramento da relação federativa no SUS, fortalecendo a gestão compartilhada
nas regiões de saúde, com a revisão dos instrumentos de gestão, considerando as especificidades
regionais e a conservação de responsabilidades do Município, do Estado e da União, visando
oferecer ao cidadão o cuidado integral;
VI - garantia do financiamento estável e sustentável para o SUS, melhorando o padrão do
gasto e qualificando o financiamento tripartite e os processos de transferência de recursos.

Subseção IV - Da Política Municipal de Segurança Pública

Art. 23. São objetivos da Política de Segurança Pública do Município:


I - atuar de forma integrada e conjunta com outros setores das esferas municipal,
estadual, federal e sociedade civil na promoção da segurança pública no Município;
II - assegurar a integridade física e patrimonial dos próprios municipais, tais como
escolas, unidades de saúde, parques, jardins, teatros, museus, bibliotecas, cemitérios, mercados,
feiras livres, Paço Municipal, Centro Administrativo e Câmara Municipal;

17
III - planejar as ações com base na lógica da antecipação e prevenção;
IV - orientar a população sobre os cuidados necessários para a sua segurança,
diretamente ou pelos meios de comunicação;
V - priorizar a prestação do serviço de patrulhamento e integração com a comunidade,
objetivando a eficiência do serviço por meio da redução de estrutura física e burocrática.

Art. 24. São diretrizes gerais da Política de Segurança Pública do Município:


I - fiscalização para redução da sensação de insegurança;
II - ampliação de políticas públicas voltadas à juventude e de prevenção à violência nas
escolas;
III - ampliação da assistência às vítimas e prevenção da violência doméstica, violência de
gênero, violência contra crianças, adolescentes e idosos, violência à identidade de gênero e
violência decorrente de intolerância religiosa;
IV - aprimoramento constante do currículo dos profissionais de segurança pública;
V - ampliação e melhoria do sistema de videomonitoramento e sistemas de informação
criminal;
VI - ampliação da articulação das secretarias municipais para difundir políticas públicas de
combate à violência e promoção da cultura de paz;
VII - ampliação das articulações do Município com outras esferas de governo.

Seção III - Do Sistema de Equipamentos Públicos

Art. 25. O Sistema de Equipamentos Públicos é composto pelo conjunto de instalações e


espaços destinados aos serviços públicos e é integrado pela Rede de Infraestrutura e
Equipamentos Urbanos e pela Rede de Equipamentos Comunitários.
Parágrafo único. O Município promoverá a implantação descentralizada dos equipamentos
urbanos e comunitários no sentido de obter adequada distribuição das atividades governamentais
no território, com o objetivo de propiciar o melhor atendimento da população.

Art. 26. Rede de Infraestrutura e Equipamentos Urbanos é integrada pelo Sistema de


Saneamento Ambiental, previsto no art. 35 desta Lei Complementar, e é composta pelos serviços,
equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais e processos relativos a:
I - abastecimento de gás;
II - rede de fornecimento de energia elétrica;
III - rede de telecomunicação;
IV - rede de dados e fibra ótica; e
V - outros serviços de infraestrutura de utilidade pública.
§ 1º. As obras, empreendimentos e serviços de infraestrutura de utilidade pública são
destinados à prestação de serviços de utilidade pública, nos estritos termos e condições
autorizados pelo Poder Público.
§ 2º. São objetivos da Rede de Equipamentos Públicos Urbanos e Infraestrutura:
I - racionalizar a ocupação e a utilização da infraestrutura instalada e por instalar;
II - assegurar a equidade na distribuição territorial dos serviços;
III - incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, buscando otimizar o
uso dos recursos dos sistemas de infraestrutura e dos serviços de utilidade pública, garantindo um
ambiente equilibrado e sustentável;
IV - promover a gestão integrada da infraestrutura e o uso racional do subsolo e do
espaço aéreo urbano, garantindo o compartilhamento das redes, coordenando ações com
concessionários e prestadores de serviços e assegurando a preservação das condições ambientais
urbanas;
V - estabelecer mecanismos de gestão entre Município, Estado e União para serviços de
interesse comum, tais como, mas não somente, abastecimento de água, tratamento de esgotos,
destinação final de resíduos, energia e telefonia;

18
VI - garantir o investimento e a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes das
obras e serviços de infraestrutura.

Art. 27. A Rede de Equipamentos Públicos Comunitários é composta pelas instalações e


espaços de infraestrutura urbana destinados aos serviços públicos de educação, saúde, cultura,
assistência social, esportes, lazer, segurança pública, abastecimento, serviços funerários e
congêneres.
Parágrafo único. Os objetivos do Sistema de Equipamentos Públicos Comunitários são:
I - a proteção integral à família e à pessoa, com prioridade de atendimento às famílias e
grupos sociais mais vulneráveis, em especial crianças, jovens, mulheres, idosos, negros, pessoas
com necessidades especiais e pessoas em situação de rua;
II - a redução das desigualdades socioespaciais, suprindo carências de equipamentos e
infraestrutura urbana nos bairros com maior vulnerabilidade social;
III - o suprimento de equipamentos necessários à satisfação das necessidades básicas de
saúde, educação, lazer, esporte, cultura e assistência social de sua população;
IV - a ampliação da acessibilidade à rede de equipamentos e aos sistemas de mobilidade
urbana, incluindo pedestres e ciclovias; e
V - a garantia da segurança alimentar e do direito social à alimentação.

CAPÍTULO II - DA POLÍTICA CULTURAL

Art. 28. A Política Cultural tem caráter transversal, articulando-se com as diversas políticas
públicas, sistemas e estratégias de desenvolvimento que integram esta lei.
§ 1º A Política Cultural é composta pelo Sistema Municipal de Cultura integrado pelas
Políticas de Proteção ao Patrimônio Cultural, Esporte e Lazer e Turismo.
§ 2º Os princípios da Política Cultural que devem orientar a conduta do Município e da
sociedade nas suas relações com parceiros e responsáveis pelo seu funcionamento são:
I - a diversidade das expressões culturais;
II - a universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
III - o fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais;
IV - a cooperação com os demais Entes Federados e os agentes públicos e privados
atuantes na área cultural;
V - a integração e a interação na execução das políticas, programas, projetos e ações
desenvolvidas;
VI - a complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
VII - a transversalidade das políticas culturais;
VIII - a transparência e o compartilhamento das informações;
IX - a democratização dos processos decisórios com a participação popular e o controle
social;
X - a descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; e
XI - a ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a
cultura.
§ 3º Os componentes da Política Cultural deverão ser regulamentados através de Lei
Ordinária específica que constituirá o Plano Municipal de Cultura.

Seção I - Do Sistema Municipal de Cultura

Art. 29. O Sistema Municipal de Cultura é composto:


I - pela Política Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural e pelos seus bens culturais,
materiais e imateriais definidos;
II - pela Política Municipal de Esporte e Lazer e seus equipamentos públicos comunitários;
e
III - pela Política Municipal de Turismo.

19
§ 1º. São objetivos gerais do Sistema Municipal de Cultura:
I - estabelecer um processo democrático de participação na gestão das políticas e dos
recursos públicos na área cultural;
II - Assegurar uma partilha equilibrada dos recursos públicos da área de cultura entre os
diversos segmentos artísticos e culturais do Município através da criação do Fundo Municipal de
Cultura, adotando as exigências e orientações do Sistema Nacional de Cultura;
III - articular e implementar políticas públicas que promovam a interação da cultura com
as demais áreas, considerando seu papel estratégico no processo do desenvolvimento sustentável
do Município;
IV - promover o intercâmbio com os demais entes federados e instituições municipais
para a formação, capacitação e circulação de bens e serviços culturais, viabilizando a cooperação
técnica e a otimização dos recursos financeiros e humanos disponíveis;
V - criar instrumentos de gestão para acompanhamento e avaliação das políticas públicas
de cultura do Município;
VI - Criar instrumentos de gestão para acompanhamento e avaliação das politicas
públicas de cultura do Município através da Conferência Municipal de Cultura, bianual;
VII - Promover a valorização e a preservação do patrimônio cultural do Município através
dos, então estabelecidos, Conselho de Política Cultural e Conselho do Patrimônio Histórico e
Cultural de Alegrete- COMPAHCA;
VIII - promover o incentivo do turismo no Município;
IX - estabelecer parcerias entre os setores público e privado nas áreas de gestão e de
promoção da cultura; e
X - fortalecer o Conselho Municipal de Políticas Culturais e o Conselho do Patrimônio
Histórico e Cultural de Alegrete- COMPAHCA como instrumentos de institucionalização da cultura.
§ 2º. Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, no Sistema Municipal de
Cultura devem ser orientados segundo as seguintes diretrizes:
I - possibilitar o acesso aos bens e equipamentos culturais;
II - garantir infraestrutura para atividades culturais comunitárias;
III - democratizar a informação cultural no Município;
IV - definir canais e formas de debate e participação nas decisões culturais do Município
através de conselhos, fóruns, seminários e eventos;
V - descentralizar os serviços culturais;
VI - resgatar heranças culturais;
VII - valorizar culturas de comunidades locais;
VII - integrar-se aos debates e intervenções relativos ao desenvolvimento municipal ou
regional através das diversas instâncias e órgãos existentes ou que venham a ser criados;
VIII - apoiar grupos e movimentos na formação de redes e entidades culturais
independentes;
IX - estimular a formação cultural da população e dos diversos agentes culturais
municipais;
X - estimular a apropriação cultural de espaços públicos; e
XI - estimular o trabalho experimental das comunidades locais e de artistas não
consagrados.

Subseção I - Do Sistema de Proteção ao Patrimônio Cultural

Art. 30. O Patrimônio Cultural é o conjunto de bens culturais e de instrumentos que


objetivam a preservação, valorização, integração e articulação dos bens culturais desde a gestão
cultural à ordenação territorial do Município.
§ 1º. Para os objetivos desta Lei Complementar, constituem o conjunto de bens culturais
do Município as áreas, edificações, imóveis, lugares, paisagens, sítios arqueológicos, monumentos,
bens imateriais e outros que apresentam valor cultural e social reconhecido por alguns dos
instrumentos legais de proteção definidos na Seção IV do Capítulo I do Título V desta lei.

20
§ 2º. Compõem o Sistema de Proteção ao Patrimônio Cultural os seguintes elementos:
I - bens culturais, materiais e imateriais, protegidos por legislação específica;
II - áreas ou territórios de preservação cultural;
III - sítios arqueológicos;
IV - conjunto de edificações históricas e museus pertencentes ao Poder Público;
V - acervos de obras de arte, de bens da cultura popular e de bens móveis de valor
histórico e cultural, pertencentes ao Poder Público;
VI - acervos de documentos de valor histórico e cultural, pertencentes ao Município;
VII - acervo de monumentos e obras de arte urbana, localizadas em espaços públicos e
edificações municipais; e
VIII - conjunto de edificações e espaços públicos municipais de uso cultural.
§ 3º. São objetivos e diretrizes do Sistema de Proteção ao Patrimônio Cultural:
I - integrar e articular os bens culturais alegretenses ao sistema de ordenação territorial
do Município;
II - fomentar a participação social na identificação, proteção e valorização do patrimônio e
dos Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem;
III - promover a identificação de bens e manifestações culturais visando seu registro,
valorização e possível proteção a partir de inventários do patrimônio cultural ou outros
instrumentos pertinentes;
IV - identificar e preservar os eixos histórico-culturais, que são elementos do Território de
Interesse da Cultura e da Paisagem e se constituem a partir de corredores e caminhos
representativos da identidade e memória cultural, histórica, artística, paisagística, arqueológica e
urbanística para a formação da cidade, podendo fazer parte de territórios e paisagens culturais e
de áreas envoltórias de bens tombados;
V - incentivar a identificação e o desenvolvimento de projetos de valorização de áreas ou
territórios representativos da identidade e memória cultural, histórica e urbanística para a
formação da cidade;
VI - desenvolver programas e ações de educação patrimonial, a partir dos bens culturais e
demais elementos que compõem o Sistema;
VII - inventariar, cadastrar e proteger áreas e sítios de interesse arqueológico;
VIII - inventariar, proteger e incentivar parcerias para manutenção e valorização do
acervo de monumentos e obras de arte urbana no Município;
IX - organizar e fomentar a integração de ações de preservação do patrimônio cultural,
articulando as instituições oficiais responsáveis pela proteção desse patrimônio, nos níveis federal,
estadual e municipal;
X - articular diferentes órgãos da municipalidade para a formulação de políticas e
programas que viabilizem a preservação dos lugares;
XI - incentivar as ações do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural -
COMPAHCA; e
XII - organizar ações de atendimento e divulgação de informações sobre o patrimônio
cultural junto à população, objetivando sua valorização.

Subseção II - Da Política Municipal de Esporte e Lazer

Art. 31. A Política Municipal de Esporte e Lazer tem como fundamento desenvolver e
gerenciar ações que possibilitem práticas esportivas, de lazer, protagonismo juvenil, promoção da
saúde e inclusão do idoso e da pessoa com deficiência por meio da atividade física e
sociabilização, com os seguintes objetivos e diretrizes gerais:
I - fomentar o esporte nas manifestações estudantis, de participação e de rendimento;
II - desenvolver e fomentar práticas de lazer junto à população, estimulando a cultura do
lazer ativo e hábitos saudáveis, fortalecendo a integração com a natureza e sua identificação com
a cidade;

21
III - contribuir para a formação integral do jovem, articulando ações para o
fortalecimento do protagonismo juvenil;
IV - fomentar a prática de atividades físicas, promovendo um estilo de vida ativo e
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida; e
V - facilitar o acesso aos equipamentos municipais esportivos, de lazer ativo e de
atividades físicas, bem como as suas práticas.

Subseção III - Da Política Municipal de Turismo

Art. 32. A Política Municipal de Turismo tem como princípio a promoção e o incentivo ao
turismo como fator de desenvolvimento econômico e social, respeitando e valorizando o
patrimônio arquitetônico, cultural e natural e observando as peculiaridades locais, com os
seguintes objetivos e diretrizes gerais:
I - criação de ações simultâneas e de cooperação entre eventos, negócios, cultura,
gastronomia, compras e agroecoturismo para aumentar a permanência do visitante no Município;
II - criação de novas oportunidades de desenvolvimento do mercado turístico do
Município, visando ao incremento no número de turistas na cidade;
III - promoção e reconhecimento dos componentes das políticas municipais de Proteção
ao Patrimônio Cultural e Esporte e Lazer;
IV - criação de estratégias, junto ao setor responsável pela mobilidade e tráfego, para a
preferência de fechamento de ruas em datas comemorativas específicas e/ou eventos, conforme
calendário oficial do Município, entre outras formas de incentivo na área de turismo, lazer e
gastronomia;
V - promoção de atividades ligadas à pesquisa e à educação ambiental junto ao
ecoturismo e;
VI - apoio à promoção de qualificação de profissionais de turismo em parceria com
instituições especializadas.

Seção II - Do Plano Municipal de Cultura

Art. 33. O Plano Municipal de Cultura deverá ser elaborado pelo Poder Executivo através
do órgão responsável pela gestão da cultura e com base na legislação federal, estadual e
municipal vigente e instituído através de Lei Ordinária no prazo de até 10 anos, a contar da
publicação desta Lei Complementar.
§ 1º O Poder Executivo deverá realizar a revisão do Plano Municipal de Cultura com base
em processos participativos pelo menos a cada 10 anos, contados do início da vigência da
respectiva Lei Ordinária que o instituir.
§ 2º A elaboração do Plano Municipal de Cultura contará com revisão do Conselho de
Políticas Culturais e deverá atender e ampliar os princípios, objetivos e diretrizes dispostos na
Seção I deste Título e suas subseções, e conter, no mínimo:
I - análises sobre a situação atual de todos os componentes do Sistema de Cultura
avaliando seus impactos na vida da população e dimensionando as demandas sociais a partir de
indicadores socioeconômicos;
II - metas de curto, médio e longo prazos para a promoção da Política Cultural,
observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
III - programas, projetos, ações e investimentos necessários para atingir as metas
mencionadas no inciso anterior, identificando possíveis fontes de financiamento;
IV - elaboração de estratégias, plano e meios de comunicação e divulgação do turismo
municipal;
V - proposta de gestão do Sistema Municipal de Cultura e dos programas, projetos e
ações propostos pelo Plano;
VI - mecanismos e procedimentos para o monitoramento e avaliação dos resultados
alcançados com a implementação dos projetos, ações e investimentos programados;

22
VII - realizar o mapeamento cultural de Alegrete de forma contínua como um instrumento
indispensável para o reconhecimento do patrimônio e práticas culturais, dos espaços públicos, do
universo simbólico, das manifestações dos diversos segmentos e linguagens artísticas;
VIII - prever a realização da formação básica e profissionalizante no ensino formal e
informal, voltados para a qualificação de artistas, gestores e do público em geral;
IV- prever a viabilização dos meios de comunicação que divulguem ampla e
democraticamente as ações culturais de Alegrete; e
V- prever a acessibilidade dos bens e equipamentos culturais às pessoas com deficiência e
necessidades especiais.

CAPÍTULO III - DA POLÍTICA DE SANEAMENTO AMBIENTAL

Art. 34. A Política de Saneamento Ambiental é o conjunto de políticas que visam as


práticas, serviços e atendimentos que contribuem para a melhoria do meio ambiente, da qualidade
de vida, da saúde pública, do bem-estar da população e do desenvolvimento urbano.
§ 1º São complementares e integrados à Política de Saneamento Ambiental o Sistema de
Equipamentos Públicos previsto na Seção III do Capítulo II deste Título.
§ 2º Os componentes da Política de Saneamento Ambiental deverão ser regulamentados
através de Lei Ordinária específica que constituirá o Plano Municipal de Saneamento Ambiental.

Seção I - Do Sistema de Saneamento Ambiental

Art. 35. O Sistema de Saneamento Ambiental é integrado pelas redes de abastecimento


de água, de esgotamento sanitário, de drenagem e de gestão integrada de resíduos sólidos e é
composto pelos serviços, equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais e processos
necessários para viabilizar:
I - o abastecimento público de água potável, o qual inclui desde a captação até as
ligações prediais com seus respectivos instrumentos de medição, incluindo os sistemas isolados;
II - a coleta, afastamento, tratamento e disposição final adequada dos esgotos sanitários,
o qual inclui desde as ligações prediais até o lançamento do efluente final no meio ambiente;
III - o manejo das águas pluviais, compreendendo desde o seu transporte, detenção,
retenção, absorção e escoamento;
IV - a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, constituídos pelas atividades e pela
disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição
manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de
limpeza urbana conforme previsto na Lei Federal 14.026 de 2020, ou outra que vier substituí-la; e
V - a hierarquia de não geração, redução, reutilização, reciclagem, o tratamento dos
resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos por meio do manejo
diferenciado, da recuperação dos resíduos reutilizáveis e recicláveis e da disposição final dos
rejeitos originários dos domicílios e da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.

Art. 36. São objetivos do Sistema de Saneamento Ambiental:


I - o acesso universal ao saneamento básico;
II - a conservação dos recursos ambientais;
III - a recuperação ambiental de cursos d’água; e
IV - a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos
sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Art. 37. São diretrizes do Sistema de Saneamento Ambiental:


I - integrar as políticas, os programas, os projetos e as ações governamentais
relacionadas com o saneamento, a saúde, os recursos hídricos, a biodiversidade, o
desenvolvimento urbano e rural, a habitação, o uso e ocupação do solo;

23
II - integrar os sistemas, inclusive os componentes de responsabilidade privada;
III - estabelecer ações preventivas para a gestão dos recursos hídricos, a realização da
drenagem urbana, a gestão integrada dos resíduos sólidos e líquidos e a conservação das áreas de
proteção ambiental e das unidades de conservação;
IV - melhorar a gestão e reduzir as perdas dos sistemas existentes e, também, coordenar
a gestão com os órgãos estaduais competentes;
V - definir parâmetros de qualidade de vida da população a partir de indicadores
sanitários, epidemiológicos e ambientais, que deverão nortear as ações relativas ao saneamento;
VI - promover atividades de educação ambiental e comunicação social com ênfase em
saneamento;
VII - realizar processos participativos efetivos que envolvam representantes dos diversos
setores da sociedade civil para apoiar, aprimorar e monitorar o Sistema de Saneamento Ambiental;
VIII - articular o Plano Municipal de Saneamento Ambiental integrando-o ao Plano
Municipal de Habitação e ao Plano Municipal de Meio Ambiente;
IX - articular as diferentes ações de âmbito municipal relacionadas com o saneamento;
X - atuar no sentido de dar efetividade à legislação estadual sobre as áreas de proteção
ambiental e à legislação referente às unidades de conservação, inclusive as zonas de
amortecimento; e
XI - aderir à política nacional de saneamento.

Subseção I - Da Rede de Abastecimento de Água

Art. 38. A Rede de Abastecimento de Água é integrada pelas estruturas, equipamentos,


serviços e processos necessários ao abastecimento de água potável.
§ 1º São componentes da Rede de Abastecimento de Água:
I - a infraestrutura de captação, tratamento, adução, armazenamento e
distribuição de água potável;
II - os mananciais hídricos.
§ 2º Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, na Rede de
Abastecimento de Água devem ter como objetivo a universalização e segurança no acesso à água
potável, em qualidade e quantidade.
§ 3º São diretrizes da Rede de Abastecimento de Água:
I - articular a expansão das redes de abastecimento com as ações de urbanização e
regularização fundiária nos assentamentos precários;
II - implantar medidas voltadas à redução de perdas e desperdícios de água potável;
III - implantar medidas voltadas à manutenção e recuperação das águas utilizadas para
abastecimento humano;
IV - melhoria e ampliação da rede de abastecimento público de água, contemplando
captação, adução, subadução, reservação e distribuição de água, de forma a atingir cem por cento
de cobertura da zona urbana do Município;
V - manter e cadastrar as redes existentes; e
VI - desenvolver programas educativos e de capacitação para o manejo das águas
destinadas ao abastecimento humano e à agricultura na zona rural.

Art. 39. O Executivo regulamentará, por decreto, os procedimentos, valoração e


metodologia de cálculo e formas de aplicação dos recursos relativos à obrigação do órgão ou
empresa, público ou privado, responsável pelo abastecimento de água ou que faça uso de
recursos hídricos, quando beneficiário da proteção proporcionada por unidade de conservação
municipal, em contribuir financeiramente para sua proteção ou implementação.

Subseção II - Da Rede de Esgotamento Sanitário

24
Art. 40. A Rede de Esgotamento Sanitário é integrada pelos sistemas necessários ao
afastamento e tratamento dos efluentes sanitários, incluindo as infraestruturas e instalações de
coleta, desde as ligações prediais, afastamento, tratamento e disposição final de esgotos.
§ 1º Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, na Rede de Esgotamento
Sanitário devem ter como objetivo a universalização do atendimento de esgotamento sanitário.
§ 2º São diretrizes da Rede de Esgotamento Sanitário:
I - melhorar e expandir a rede de esgotamento sanitário;
II - articular a expansão das redes de esgotamento sanitário às ações de urbanização e
regularização fundiária nos assentamentos precários;
III - eliminar os lançamentos de esgotos nos cursos d’água e no sistema de drenagem e
de coleta de águas pluviais, contribuindo para a recuperação dos recursos hídricos;
IV - complementar os sistemas existentes, inclusive com a implantação de sistemas
isolados; e
V - manter e cadastrar as redes existentes.

Art. 41. O Executivo regulamentará, por decreto, os procedimentos, valoração e


metodologia de cálculo e formas de aplicação dos recursos relativos à obrigação do órgão ou
empresa, público ou privado, responsável pela rede de esgotamento sanitário.

Subseção III - Da Rede de Drenagem

Art. 42. A Rede de Drenagem é definida como o conjunto formado pelas características
geológico-geotécnicas presentes no relevo e pela infraestrutura de macro e microdrenagem
instaladas.
§ 1º. São componentes da Rede de Drenagem:
I - as linhas e canais de drenagem e talvegues;
II - os elementos de microdrenagem, tais como, mas não somente, vias, sarjetas, meios-
fios, bocas de lobo, galerias de águas pluviais;
III - os elementos de macrodrenagem, tais como, mas não somente, canais naturais e
artificiais, galerias e reservatórios de retenção ou contenção; e
IV - o sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres.
§ 2º. São objetivos da Rede de Drenagem:
I - a redução e a prevenção dos riscos de inundações e alagamentos e de suas
consequências sociais;
II - a redução e a prevenção da poluição hídrica e do assoreamento dos cursos d’água; e
III - a recuperação ambiental de cursos d’água.
§ 3º. São diretrizes da Rede de Drenagem:
I - adequar as regras de uso e ocupação do solo ao regime fluvial;
II - preservar e recuperar as áreas com interesse para drenagem;
III - respeitar as capacidades hidráulicas dos corpos d´água, impedindo vazões
excessivas;
IV - recuperar espaços para o controle do escoamento de águas pluviais;
IV - adotar as bacias hidrográficas como unidades territoriais de análise para diagnóstico,
planejamento, monitoramento e elaboração de projetos;
V - adotar critérios urbanísticos e paisagísticos que possibilitem a integração harmônica
das infraestruturas com o meio ambiente urbano;
VI - promover a participação social da população no planejamento, implantação e
operação das ações de drenagem e de manejo das águas pluviais, em especial na minoração das
inundações e alagamentos;
VII - promover a participação da iniciativa privada na implementação das ações
propostas, desde que compatível com o interesse público; e
VIII - promover a articulação com instrumentos de planejamento e gestão urbana e
projetos relacionados aos demais serviços de saneamento.

25
§ 4º Os objetivos e as diretrizes para a Rede de Drenagem devem ser considerados nos
Planos Setoriais de Saneamento Ambiental Integrado, do Meio Ambiente e de Habitação.

Art. 43. As ações prioritárias na Rede de Drenagem são:


I - elaborar mapeamento e cartografia georreferenciados das áreas com risco de
inundações e aprimorar os sistemas de alertas e de emergências;
II - elaborar mapeamento e cartografia georreferenciados dos elementos de
macrodrenagem, incluindo canais naturais e artificiais, galerias e reservatórios de retenção ou
contenção;
III - implantar sistemas de detenção ou retenção temporária das águas pluviais que
contribuam para melhoria do espaço urbano, da paisagem e do meio ambiente;
IV - desassorear os cursos d’água, canais, galerias, reservatórios e demais elementos da
Rede de Drenagem;
V - implementar medidas de controle dos lançamentos nos cursos d’água em áreas
privadas e públicas; e
VI - adotar pisos drenantes nas pavimentações de vias locais e passeios de pedestres;
Parágrafo único. As ações prioritárias para a Rede de Drenagem devem ser consideradas
nos Planos Setoriais de Saneamento Ambiental Integrado, do Meio Ambiente e de Habitação.

Subseção IV - Da Rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Art. 44. A rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é definida como o conjunto de
serviços, equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais públicas voltadas ao manejo
diferenciado, recuperação dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis e disposição final dos
rejeitos originários dos domicílios e da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas,
estabelecidos pelo Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, além das normativas
municipais pertinentes.
Parágrafo único. Compõem também a rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos os
serviços, equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais privadas destinadas ao manejo
de resíduos.

Art. 45. São componentes da rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos os seguintes
serviços, equipamentos, infraestruturas, instalações e processos pertencentes à rede de
infraestrutura urbana:
I - coletas seletivas de resíduos sólidos;
II - processamento local de resíduos orgânicos;
III - centrais de processamento da coleta seletiva de resíduos secos e orgânicos;
IV - estabelecimentos comerciais e industriais de processamento de resíduos secos e
orgânicos;
V - áreas de triagem, transbordo e reciclagem de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos;
VI - unidades de compostagem e biodigestão anaeróbia “in situ”;
VII - estações de transbordo para resíduos domiciliares e da limpeza urbana;
VIII - postos de entrega de resíduos obrigados à logística reversa;
IX - centrais de tratamento de resíduos de serviços da saúde;
X - centrais de manejo de resíduos industriais;
XI - aterros de resíduos da construção civil e sanitários; e
XII - ecopontos para recebimento de resíduos diversos.

Art. 46. São objetivos da rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos:


I - a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos
sólidos, bem como a disposição final adequada dos rejeitos;

26
II - o estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e
serviços;
III - a articulação entre as diferentes instituições públicas e destas com o setor privado,
visando a cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos;
IV - a universalização da coleta de resíduos sólidos; e
V - a redução do volume de resíduos sólidos destinados à disposição final, principalmente
nos aterros.

Art. 47. São diretrizes da rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos:


I - seguir as diretrizes e determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída
pela legislação federal;
II - promover ações que visem minorar a geração de resíduos;
III - promover a máxima segregação dos resíduos nas fontes geradoras;
IV - incentivar a retenção dos resíduos na fonte;
V - organizar as múltiplas coletas seletivas para os diversos resíduos;
VI - assegurar a destinação adequada dos resíduos sólidos;
VII - promover a inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis;
VIII - buscar a sustentabilidade econômica das ações de gestão dos resíduos do
Município;
IX - incentivar as atividades de educação ambiental, com ênfase em manejo de resíduos
sólidos;
X - realizar processos participativos efetivos que envolvam representantes dos diversos
setores da sociedade civil para apoiar, aprimorar e monitorar a rede de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos;
Parágrafo único. As diretrizes para a rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
devem ser consideradas nos Planos Setoriais de Saneamento Ambiental Integrado, do Meio
Ambiente e de Habitação.

Art. 48. São ações prioritárias da rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos:
I - universalizar a coleta seletiva de resíduos secos e orgânicos com atendimento de todo
o território urbano, precedido de campanhas;
II - implantar e requalificar as centrais de processamento da coleta seletiva de resíduos
secos e as centrais de processamento da coleta seletiva de resíduos orgânicos;
III - integrar a gestão de resíduos sólidos, inclusive os componentes de responsabilidade
privada;
IV - introduzir o manejo diferenciado dos resíduos orgânicos, componente principal dos
resíduos urbanos, possibilitando sua retenção na fonte geradora e alternativas de destinação que
permitam sua valorização como composto orgânico e como fonte de energia;
V - estabelecer novas instalações públicas para a destinação final de resíduos sólidos,
segundo as determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos;
VI - expandir as ações de inclusão social, gerar oportunidades de trabalho e obtenção de
renda, incentivar as cooperativas no campo da economia solidária e apoiar os catadores isolados
de materiais reaproveitáveis e recicláveis;
VII - definir estratégias para formalização contratual do trabalho das cooperativas e
associações de catadores com vista à sustentação econômica do seu processo de inclusão social e
dos custos da logística reversa de embalagens;
VIII - fomentar a implantação de unidades, públicas e privadas, voltadas à valorização de
resíduos secos e orgânicos, resíduos da construção civil e outros, conforme a ordem de prioridades
definida na Política Nacional de Resíduos Sólidos;
IX - apoiar a formalização de empreendimentos já estabelecidos, voltados ao manejo de
resíduos sólidos;
X - estabelecer procedimentos de compra pública sustentável para agregados reciclados e
composto orgânico;

27
XI - estabelecer parcerias com instituições locais para o desenvolvimento de ações de
educação ambiental e comunicação social; e
XII - incentivar e acompanhar a implementação das ações para o manejo diferenciado
dos resíduos sólidos nas Unidades Educacionais da Rede Municipal de Ensino.
§ 1º A administração municipal estabelecerá mecanismos para incentivar política de
compras públicas sustentável que vise à aquisição pública de produtos e suas embalagens
fabricados com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem e estabelecerá a negociação
pelo reconhecimento das responsabilidades pelos custos de coleta, transporte, processamento e
disposição final de rejeitos em aterros sanitários.
§ 2º A administração municipal estabelecerá mecanismos para diferenciação do
tratamento tributário referente às atividades voltadas à valorização de resíduos resultantes das
coletas seletivas.
§ 3º. As ações prioritárias para a rede de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos devem
ser consideradas nos Planos Setoriais de Saneamento Ambiental Integrado, do Meio Ambiente e
de Habitação.

Seção II - Do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado

Art. 49. O Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado deverá ser elaborado pelo
Poder Executivo com base na legislação federal, estadual e municipal vigente e instituído através
de Lei Ordinária no prazo de até 10 anos, a contar da publicação desta Lei Complementar.
§ 1º O Poder Executivo deverá realizar a revisão do Plano Municipal do Saneamento
Ambiental Integrado com base em processos participativos pelo menos a cada 10 anos, contados
do início da vigência da respectiva Lei Ordinária que o instituir.
§ 2º O Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado, que se aplica à totalidade do
território do Município, deverá atender aos objetivos e diretrizes dispostos neste Capítulo da
Política Municipal de Saneamento Ambiental, e conter, no mínimo:
I - análises sobre a situação atual de todos os componentes do Sistema de Saneamento
Ambiental, avaliando seus impactos nas condições de vida da população e dimensionando as
demandas sociais a partir de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e
socioeconômicos;
II - metas de curto, médio e longo prazos para a universalização do acesso aos serviços
de saneamento, para a suficiência dos sistemas de abastecimento de água e de tratamento dos
efluentes de esgotos coletados, para o manejo de águas pluviais e resíduos sólidos, admitidas
soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
III - programas, projetos, ações e investimentos necessários para atingir as metas
mencionadas no inciso II deste artigo, identificando possíveis fontes de financiamento;
IV - ações para emergências e contingências relativas às ocorrências que envolvem os
sistemas de saneamento;
V - mecanismos e procedimentos para o monitoramento e avaliação dos resultados
alcançados com a implementação dos projetos, ações e investimentos programados; e
VI - propostas para garantir a sustentabilidade, a eficiência e a boa qualidade urbana e
ambiental nas seguintes áreas:
a) no abastecimento de água potável;
b) no esgotamento sanitário;
c) na limpeza urbana;
d) no manejo de resíduos sólidos;
e) no manejo de águas pluviais;
f) na drenagem urbana; e
g) no controle de vetores e pragas urbanas.

CAPÍTULO IV - DA POLÍTICA DE MOBILIDADE

28
Art. 50. A Política de Mobilidade é o conjunto de políticas de transporte e circulação que
visam proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, buscando a acessibilidade, a
equidade, a segurança e a circulação de pessoas, produtos e serviços.
§ 1º São componentes da Política de Mobilidade:
I - o sistema de mobilidade;
II - o sistema de Transporte Público Coletivo; e
III - a política de acessibilidade universal.
§ 2º Os componentes da Política de Mobilidade deverão ser regulamentados através de
Lei Ordinária específica que constituirá o Plano Municipal de Mobilidade do Município.
§ 3º São diretrizes da Política de Mobilidade:
I - garantir a adequada provisão de infraestrutura de circulação e transporte;
II - assegurar o atendimento por redes de transporte público, garantido linhas com
demanda de deslocamento de usuários, com qualidade e que garanta o exercício soberano de ir e
vir;
III - reconhecer a importância dos deslocamentos de pedestres, valorizando o caminhar
como modo de transporte para a realização de viagens curtas e incorporando, definitivamente, a
calçada como parte da via pública;
IV - promover a acessibilidade universal;
V - assegurar a participação da população na gestão do sistema como forma de garantia
permanente da qualidade dos serviços;
VI - reduzir os impactos ambientais da mobilidade urbana com a promoção de modais
não motorizados;
VII - integrar as políticas de mobilidade urbana com a política de desenvolvimento urbano
e respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso
do solo;
VIII - priorizar os modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos
serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado;
IX - disciplinar o transporte de cargas e compatibilizá-lo às características de trânsito das
vias urbanas;
X - assegurar condições de acesso aos serviços e funções urbanas por parte da população
residente na zona rural; e
XI - criar condições plenas de acessibilidade e escoamento da produção com programas
permanentes de conservação de estradas rurais e vicinais.

Seção I - Do Sistema de Mobilidade

Art. 51. O Sistema de Mobilidade é definido como o conjunto de infraestruturas


necessárias para a circulação de pessoas, produtos e serviços.

Art. 52. São componentes do Sistema de Mobilidade:


I - a rede viária;
II - a rede de pedestres;
III - a rede cicloviária; e
IV - a rede de logística e de cargas.
Parágrafo único. Os componentes do Sistema de Mobilidade devem ser regulamentados
pelo Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 53. As ações estratégicas do Sistema de Mobilidade são:


I - complementar as vias estruturais do Município;
II - implantar ajustes pontuais nas vias estruturais do Município;
III - abrir novas vias no sistema estrutural, permitindo a interligação entre os bairros e a
conexão com as rodovias;
IV - alargar e melhorar as vias estruturais do Município;

29
V - modernizar a rede semafórica, priorizando o enterramento das redes elétricas e
aprimorar a sinalização vertical e horizontal em todo o Sistema Viário;
VI - padronizar, readequar e garantir acessibilidade aos passeios públicos em rotas com
maior trânsito de pedestres;
VII - adequar pontes, viadutos e passarelas para a travessia segura de pedestres e
ciclistas;
VIII - implantar, nas vias de tráfego local, medidas de engenharia de tráfego de forma a
disciplinar o uso do espaço entre pedestres, bicicletas e veículos; e
IX - adaptar as condições da circulação de transportes motorizados a fim de garantir a
segurança e incentivar o uso de modais não motorizados, inclusive com medidas que visem a
tranquilizar o tráfego e reduzir a velocidade nas vias;
Parágrafo único. O sistema viário estrutural e não estrutural poderá receber adaptações
que promovam o compartilhamento adequado do espaço das vias entre diferentes modos de
circulação, motorizados e não motorizados, garantidas as condições de segurança.

Subseção I - Da Rede Viária

Art. 54. Sistema Viário é o conjunto de vias do Município, classificadas e hierarquizadas


segundo critério funcional, observados os padrões urbanísticos estabelecidos no Capítulo IV do
Título III desta Lei Complementar.
§ 1º Função da via é o seu desempenho de mobilidade, considerados aspectos da
infraestrutura, do uso e ocupação do solo, dos modais de transporte e do tráfego veicular.
§ 2º Os objetivos e as ações estratégicas da rede viária estarão contidos no Plano
Municipal de Mobilidade.

Subseção II - Da Rede de Pedestres

Art. 55. A Rede de Pedestres é definida como o conjunto de vias e estruturas físicas
destinadas à circulação de pedestres.
Parágrafo único. Os objetivos e as ações estratégicas da rede de pedestres estarão
contidos no Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 56. São componentes da Rede de Pedestres:


I - as calçadas;
II - as vias de pedestres, assim considerados, também, os denominados calçadões;
III - as faixas de pedestres e lombofaixas;
IV - as transposições e passarelas; e
V - a sinalização específica.

Subseção III - Da Rede Cicloviária

Art. 57. A Rede Estrutural para a Circulação Cicloviária consiste na configuração de uma
rede de vias com dispositivos especiais para a circulação de bicicletas, de forma priorizada e
segura, mediante a segregação de parte do sistema viário para a sua circulação exclusiva.
Parágrafo único. Os objetivos e as ações estratégicas da rede cicloviária estarão contidos
no Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 58. São componentes da Rede Cicloviária:


I - as ciclovias;
II - as ciclofaixas;
III - as ciclorrotas;
IV - os bicicletários e demais equipamentos urbanos de suporte;
V - a sinalização cicloviária; e

30
VI - o sistema de compartilhamento de bicicletas.

Art. 59. Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, na Rede Cicloviária


devem ser orientados segundo o objetivo de estabelecer uma estrutura complementar de
transportes, integrando os componentes da Rede Cicloviária e os demais modais de transporte.

Art. 60. Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, na Rede Cicloviária


deverão estar acompanhados de campanhas de conscientização e incentivo ao uso de transportes
não motorizados.

Art. 61. A Rede Cicloviária deverá ser regulamentada pela Lei do Plano Municipal de
Mobilidade.

Subseção IV - Da Rede de Logística e Cargas

Art. 62. O Sistema de Logística e de Cargas é o conjunto de sistemas, instalações e


equipamentos que dão suporte ao transporte, armazenamento e distribuição de produtos e
serviços, associado a iniciativas públicas e privadas de gestão dos fluxos de cargas.
Parágrafo único. Os objetivos e as ações estratégicas da rede de logística e de cargas
estarão contidos no Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 63. São componentes do Sistema de Logística e de Cargas:


I - o sistema viário de interesse do transporte de cargas;
II - os centros de armazenamento, transbordo e distribuição;
III - os veículos de transportes de cargas;
IV - os pátios de manutenções e estacionamentos; e
V - as instalações e edificações de apoio ao sistema.

Seção II - Do Sistema de Transporte Público Coletivo

Art. 64. O Sistema de Transporte Público Coletivo é o conjunto de modais, infraestruturas


e equipamentos que realizam o serviço de transporte de passageiros, acessível a toda a
população, com itinerários e preços fixados pelo Poder Público.
Parágrafo único. Os objetivos e as ações estratégicas do Sistema de Transporte Público
Coletivo estarão contidos no Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 65. São componentes do Sistema de Transporte Público Coletivo:


I - os veículos que realizam o serviço de transporte coletivo;
II - as estações e pontos de paradas;
III - as vias, segregadas ou não;
IV - os pátios de manutenções e estacionamentos; e
V - as instalações e edificações de apoio ao sistema.

Art. 66. As ações estratégicas do Sistema de Transporte Público Coletivo são:


I - qualificar o sistema, a infraestrutura e os equipamentos que o compõem;
II - respeitar critérios de sustentabilidade na construção e qualificação da infraestrutura;
III - garantir o transporte público coletivo acessível à população, especialmente às
pessoas com deficiências, necessidades especiais e mobilidade reduzidas;
IV - adotar novas formas de operação e estratégias operacionais para o Sistema de
Transporte Público Coletivo Municipal; e
V - qualificar a frota de veículos de transporte coletivo, utilizando soluções tecnológicas
avançadas e tecnologias sustentáveis.

31
Seção III - Da Acessibilidade Universal

Art. 67. A acessibilidade universal é a diretriz básica para todas as intervenções


relacionadas ao Sistema de Mobilidade.
§ 1º Por acessibilidade universal ao Sistema de Mobilidade entende-se a condição para
utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos sistemas que compõem o Sistema
de Mobilidade por pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida.
§ 2º Os objetivos e as ações estratégicas da Acessibilidade Universal estarão contidos no
Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 68. A rede semafórica destinada à travessia de pedestres deve incorporar,


gradualmente, dispositivos para que as pessoas com necessidades especiais ou mobilidade
reduzida possam atravessar pela faixa de pedestres, com autonomia e segurança, de acordo com
a legislação aplicável.

Art. 69. As calçadas, faixas de pedestres, transposições e passarelas deverão ser


gradualmente adequadas para atender à mobilidade inclusiva, visando a autonomia das pessoas
com deficiências, conforme normas técnicas regulamentares pertinentes.

Art. 70. As disposições legais referentes a acessibilidade das Pessoas com Deficiência
serão observadas na aplicação da estratégia de mobilidade urbana, no caso de obras de
construção de praças, vias públicas, loteamentos e espaços urbanos em geral, tanto nos planos e
projetos da iniciativa privada como do Poder Público.

Seção IV - Do Plano Municipal de Mobilidade

Art. 71. O Poder Executivo Municipal deverá revisar a Lei Ordinária que institui o Plano
Municipal de Mobilidade de acordo com os prazos e determinações estabelecidas pela legislação
federal que institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana e com os objetivos e diretrizes
previstas neste Capítulo da Política Municipal de Mobilidade desta lei.
§ 1º A Lei do Plano Municipal de Mobilidade deverá ser revisada de forma participativa e
deverá conter, no mínimo:
I - a análise sobre as condições de acessibilidade e mobilidade existentes no Município e
suas conexões entre os bairros, a fim de identificar os diferentes tipos de demandas urbanas,
sociais, demográficas, econômicas e ambientais que deverão nortear a formulação das propostas;
II - as ações para a ampliação e o aprimoramento do sistema de transporte público
coletivo de passageiros no Município;
III - o modelo institucional para o planejamento da mobilidade, promovendo maior
integração entre as esferas municipal e estadual, tanto no âmbito da formulação de políticas
setoriais, como na esfera do desenvolvimento técnico dos trabalhos;
IV - o programa para o gerenciamento dos estacionamentos no Município com controle de
estacionamentos nas vias públicas e limitação nas áreas centrais;
V - as estratégias tarifárias para melhorar as condições de mobilidade da população, em
especial a de baixa renda;
VI - as ações para garantir a acessibilidade universal aos serviços, equipamentos e
infraestruturas de transporte público coletivo, com adequações das calçadas, travessias e acessos
às edificações;
VII - as intervenções para complementação, adequação e melhorias do sistema viário
estrutural, necessárias para favorecer a circulação de transportes coletivos e não motorizados e
promover ligações mais eficientes entre os bairros e as centralidades;
VIII - as estratégias para a configuração do sistema de circulação de cargas no Município,
abrangendo as esferas de gestão, regulamentação, infraestrutura e definição do sistema viário de
interesse do transporte de cargas;

32
IX - as estratégias para a configuração do sistema de circulação de transporte coletivo
privado, rotineiro e não rotineiro, de passageiros no Município, abrangendo as esferas de gestão,
regulamentação, infraestrutura e definição do sistema viário de interesse do transporte coletivo
privado de passageiros;
X - as intervenções para a implantação do sistema cicloviário; e
XI - as ações para implantação de políticas de controle de modos menos poluentes e mais
eficientes de transporte.

CAPÍTULO V - DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO

Art. 72. A Política de Habitação assegura a população, especialmente as famílias de baixa


renda, o acesso à habitação digna e é essencial sua integração com as políticas públicas, sistemas
e estratégias de desenvolvimento que integram esta Lei Complementar.
§ 1º Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, na Habitação devem ser
orientados para os seguintes objetivos:
I - assegurar o direito à moradia digna como direito social;
II - reduzir o deficit habitacional;
III - reduzir a quantidade de moradias inadequadas; e
IV - reduzir os impactos de assentamentos precários e irregulares sobre áreas de
proteção ambiental.
§ 2º Os programas, ações e investimentos, públicos e privados, na Habitação devem ser
orientados segundo as seguintes diretrizes:
I - priorizar a população de baixa renda;
II - priorizar o atendimento à população residente em imóveis ou áreas insalubres, de
risco e de preservação permanente;
III - promover a urbanização de assentamentos precários e irregulares, do ponto de vista
urbanístico e ambiental, prevendo o atendimento habitacional, preferencialmente, no mesmo local,
em caso de necessidade das obras previstas no Plano de Urbanização para ZEIS II;
IV - promover a regularização urbanística, jurídica, fundiária e ambiental, entre outras, de
assentamentos precários e irregulares, inclusive com o reconhecimento e regularização das
atividades comerciais e de serviço existentes nos locais;
V - diversificar os programas e os agentes promotores da política de HIS, de acordo com
as características diferenciadas da demanda;
VI - promover a produção de novas habitações de interesse social nas ZEIS I e em áreas
vazias e subutilizadas, com prioridade para as famílias de baixa renda cuja renda mensal seja de
até 3 (três) salários mínimos - conforme previsto pela Lei Federal 11.888/2008 ou outra que vier
substituí-la, através do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social - instituído pela Lei
Municipal 4816/2011, do incentivo à produção privada e da ampliação de convênios e parcerias no
âmbito público e privado;
VII - prever a promoção, através de lei específica ou do Plano Municipal de Habitação, a
reabilitação de edifícios vazios ou subutilizados em áreas centrais, em centralidades dotadas de
infraestrutura, destinando-os aos programas de locação social e cessão de posse;
VIII - estimular a produção de habitações de mercado popular;
IX - promover soluções habitacionais adequadas e definitivas para a população de baixa
renda que forem realocadas dos seus locais de moradia em razão da necessidade de recuperação
e proteção ambiental, da existência de riscos geológicos e hidrológicos e da execução de obras
públicas, com a participação das respectivas famílias no processo decisório;
X - priorizar a provisão de habitações sociais em áreas dotadas de infraestrutura e de
transportes coletivos;
XI - garantir que as realocações de moradores somente ocorram quando indispensáveis
às finalidades públicas motivadoras da medida, sendo realizadas por intermédio de procedimentos
públicos, isonômicos e democráticos, observando-se os princípios e objetivos definidos nesta Lei
Complementar;

33
XII - promover o atendimento habitacional na forma de prestação de serviço social e
público às famílias em condições de vulnerabilidade ou risco social;
XIII - considerar as condicionantes ambientais nas intervenções habitacionais, com a
articulação entre urbanização e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares
em programas de saneamento ambiental integrado;
XIV - incentivar a adoção de tecnologias socioambientais, em especial as relacionadas ao
uso de energia solar, gás natural e ao manejo da água e dos resíduos sólidos e à agricultura
urbana, na produção de Habitações de Interesse Social e na urbanização de assentamentos
precários e irregulares;
XV - apoiar a produção social da moradia por intermédio de fomento às associações,
cooperativas e demais entidades que atuem na produção social de moradias;
XVI - fortalecer e aprimorar os canais de participação já instituídos, como o Conselho
Municipal de Habitação;
XVII - promover ações de pós-ocupação e acompanhamento das famílias nos novos
assentamentos habitacionais; e
XVIII - adotar cota de unidades habitacionais destinadas ao atendimento exclusivamente
para setores vulneráveis da população, idosos e pessoas com deficiências.

Art. 73. As ações prioritárias na Habitação são:


I - atualizar o Plano Municipal de Habitação vigente, com base em processos
participativos e promover a sua revisão a cada 10 anos;
II - adotar mecanismos de financiamento a longo prazo e investimentos com recursos
orçamentários não reembolsáveis, distribuir subsídios diretos, pessoais, intransferíveis e
temporários na aquisição de Habitações de Interesse Social e declaração de concessão de uso
especial para fins de moradias, visando aos objetivos das Zonas Especiais de Interesse Social;
III - implementar política de aquisição de terras urbanas adequadas e bem localizadas,
destinadas à provisão de novas Habitações de Interesse Social;
IV - integrar a política habitacional do Município ao Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social;
V - criar um sistema de monitoramento e avaliação da política pública habitacional;
VI - estabelecer critérios e procedimentos para a distribuição das novas Habitações de
Interesse Social, considerando as necessidades dos grupos sociais mais vulneráveis;
VII - apoiar a produção social de moradias por meio de fomento às associações,
cooperativas e demais entidades congêneres;
VIII - prever em legislação específica ou no Plano Municipal de Habitação a promoção de
unidades habitacionais de interesse social em áreas vazias ou subutilizadas e recuperar edifícios
vazios ou subutilizados para populações de baixa e média renda, nos termos desta Lei
Complementar, nas áreas dotadas de infraestrutura;
IX - aplicar os instrumentos previstos para a regularização fundiária de interesse social,
em especial a demarcação urbanística e a legitimação da posse, inclusive em áreas de preservação
ambiental, quando presentes os requisitos legais;
X - debater, de modo participativo e integrado com os demais Entes Federativos,
mecanismos para prevenir e mediar conflitos fundiários urbanos, buscando soluções negociadas e
alternativas de moradias para as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Seção I - Do Plano Municipal de Habitação

Art. 74. A revisão do Plano Municipal de Habitação deverá orientar-se pelos objetivos e
diretrizes definidos neste Capítulo da Política Municipal de Habitação desta Lei Complementar e ser
instituído através de Lei Ordinária no prazo de até 10 anos, a contar da publicação desta Lei
Complementar.

34
§ 1º O Poder Executivo deverá realizar a revisão do Plano Municipal de Habitação com
base em processos participativos pelo menos a cada 10 anos, contados do início da vigência da
respectiva Lei Ordinária que o instituir.
§ 2º A revisão do Plano Municipal de Habitação deverá contemplar:
I - a atualização dos dados de:
a) diferentes tipos de necessidades habitacionais atuais e futuras, detalhados por bairro e
por grupos sociais definidos a partir dos seus rendimentos familiares;
b) definição do montante de recursos financeiros necessários para a produção de novas
habitações de interesse social, incluindo o custo das terras; e
c) custos de urbanização e regularização fundiária de assentamentos precários e
irregulares para dimensionamento do montante de recursos financeiros necessários para a
realização desta ação;
II - o dimensionamento da quantidade de áreas urbanas adequadas e bem localizadas
para a produção de novas habitações de interesse social, necessárias para a eliminação do deficit
habitacional, bem como definição de estratégias para aquisição desses recursos fundiários;
III - a definição de programas e estratégias adequadas para o atendimento das diferentes
necessidades habitacionais, com suas respectivas metas parciais e totais, que considerarão:
a) as propostas para a gestão condominial dos conjuntos habitacionais de interesse social
de promoção pública, que poderá ser realizada através da autogestão e com o acompanhamento
do Poder Executivo Municipal, com avaliações anuais;
b) as propostas para viabilizar a autogestão na produção habitacional de interesse social;
c) as propostas para a implantação de programa de assistência técnica pública e gratuita
para HIS com base na Lei Federal 11.888/2008;
d) a realização de parcerias com outros órgãos dos governos Estadual e Federal, bem
como com a iniciativa privada e entidades da sociedade civil; e
e) o reassentamento de moradores das áreas degradadas e de risco, preferencialmente
na proximidade da habitação de origem, com a participação das respectivas famílias no processo
decisório;
IV - a definição de mecanismos de gestão democrática e controle social na formulação e
implementação da política e da produção habitacional de interesse social do Município;
V - a definição de mecanismos de articulação entre o Plano Municipal de Habitação,
Planos Plurianuais, Leis de Diretrizes Orçamentárias e Leis Orçamentárias Anuais;
VI - a articulação com o Plano Estadual da Habitação; e
VII - a realização de processos participativos que viabilizem o levantamento de propostas
e contribuições da sociedade.

CAPÍTULO VI - DA POLÍTICA AMBIENTAL DO Município

Art. 75. A Política Ambiental do Município tem caráter transversal e se articula com as
diversas políticas públicas, sistemas e estratégias de desenvolvimento econômico que integram
esta lei.
§ 1º São objetivos da Política Ambiental Municipal:
I – valorizar o Patrimônio Ambiental, promovendo suas potencialidades e garantindo sua
perpetuação e superação dos conflitos referentes à poluição e degradação do meio ambiente;
II - a implementação, no território municipal, das diretrizes contidas na Política Nacional
de Meio Ambiente, na Política Nacional de Recursos Hídricos, na Política Nacional de Saneamento
Básico, na Política Nacional de Resíduos Sólidos, na Política Nacional de Mudanças Climáticas, no
Sistema Nacional de Unidades de Conservação e demais normas e regulamentos federais e
estaduais, no que couber;
III - a conservação e recuperação do meio ambiente e da paisagem;
IV - a redução da contaminação ambiental em todas as suas formas;
V - a garantia de proteção dos recursos hídricos e mananciais de abastecimento;
VI - a priorização de medidas de adaptação às mudanças climáticas;

35
VII - o incentivo à adoção de hábitos, costumes e práticas que visem a proteção dos
recursos ambientais;
VIII - a produção e a divulgação de informações ambientais organizadas e qualificadas; e
IX - o estímulo às construções sustentáveis.
§ 2º O Patrimônio Ambiental abrange:
I - os elementos naturais ar, água, solo e subsolo, fauna, flora, assim como as amostras
significativas dos ecossistemas originais indispensáveis à manutenção da biodiversidade ou à
proteção das espécies ameaçadas de extinção, essenciais à sadia qualidade de vida; e
II - os Sítios Arqueológicos e Paleontológicos.

Art. 76. Constituem diretrizes da Política Ambiental Municipal:


I - a implementação das diretrizes contidas na Política Nacional do Meio Ambiente, na
Política Nacional de Recursos Hídricos e demais normas correlatas e regulamentares da legislação
ambiental Federal, Estadual e Municipal;
II - a proteção e recuperação do meio ambiente e dos demais recursos naturais inseridos
na paisagem urbana;
III - o controle e a redução dos níveis de poluição e de degradação em quaisquer de suas
formas;
IV - a pesquisa, o desenvolvimento e o fomento à aplicação de tecnologias orientadas ao
uso racional e à proteção dos recursos naturais;
V- a ampliação, através de estudos de viabilização, das áreas verdes do Município;
VI - a preservação dos ecossistemas naturais do Município;
VII - a preservação e a valorização do patrimônio cultural paleontológico e arqueológico
do Município, visando resgatá-los através da elaboração de projetos de salvamento e tombamento
destes materiais por profissionais devidamente habilitados para tanto, com registro no respectivo
Conselho Profissional, tendo como locais para exposições permanentes os Museus e as Instituições
de Ensino Superior, com espaços físicos apropriados à visitação, também, permitindo que a
comunidade tenha livre acesso aos materiais para estudos e pesquisas, sob a supervisão dos
responsáveis pelos locais onde os materiais estejam expostos;
VIII - o controle, no âmbito de sua competência, da atividade de mineração e dos
movimentos de terra no Município e a exigência da aplicação de medidas mitigadoras e
compensatórias de seus empreendedores;
IX - a promoção da educação ambiental como instrumento para sustentação das políticas
públicas ambientais, buscando a articulação com as demais políticas setoriais;
X - a promoção da qualidade ambiental e do uso sustentável dos recursos naturais, por
meio do planejamento e do controle ambiental através do Licenciamento Ambiental de Atividades
de Impacto Local, conforme as normas estaduais e resoluções vigentes;
XI - a garantia, juntamente com os demais órgãos da esfera Federal e Estadual da
proteção da cobertura vegetal existente no Município, das áreas de interesse ambiental e da
diversidade biológica natural;
XII - o fomento dos estudos hidrogeológicos no Município;
XIII - a implementação da conservação e da fiscalização dos solos como forma de
proteção dos lençóis subterrâneos, bem como a fiscalização do lançamento de resíduos sólidos e
líquidos na superfície territorial do Município;
XIV - a proteção dos cursos e corpos d’água do Município, suas nascentes e matas
ciliares;
XV - a ampliação da coleta seletiva e da reciclagem de lixo, bem como a redução da
geração dos resíduos sólidos;
XVI - o fomento à participação da comunidade, com o objetivo de combater e erradicar os
despejos indevidos e a acumulação de resíduos em terrenos baldios, logradouros públicos, rios,
canais, valas, arroios e em outros locais inadequados e não licenciados para depósitos de lixo; e

36
XVII – a execução do licenciamento das atividades de impacto local no âmbito municipal,
de acordo com a legislação ambiental vigente, respeitando os Conselhos de Defesa do Meio
Ambiente legalmente instituídos em todos os Entes Federados.

Seção I - Do Sistema de Áreas Ambientais

Art. 77. São componentes do Sistema de Áreas Ambientais a Rede de Áreas de Proteção e
de Interesse Ambiental e a Rede de Áreas Verdes Urbanas.
§ 1º A Rede de Áreas de Proteção e de Interesse Ambiental é formada pelas áreas
voltadas para conservação e preservação dos recursos naturais em todo o território do Município,
sendo:
I - Áreas de Preservação Permanente (APPs);
II - Áreas de Proteção Ambiental (APA);
III - Reservas Biológicas;
IV - Áreas de Interesse Especial de Preservação; e
V - Áreas Degradadas.
§ 2º Áreas de Preservação Permanente - APPs são todas aquelas definidas pela legislação
ambiental vigente, assim como que pelos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal de Meio
Ambiente.
§ 3º Áreas de Proteção Ambiental - APA são áreas, em geral, extensas, com um certo
grau de ocupação humana, dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
têm como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, conforme previsto pela Lei Federal
9.985 de 2000 ou outro que vier substituí-la.
§ 4º Reservas Biológicas são as áreas que têm como objetivo a preservação integral da
biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou
modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas
alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a
diversidade biológica e os processos ecológicos naturais, conforme previsto pela Lei Federal 9.985
de 2000 ou outro que vier substituí-la.
§ 5º Áreas de Interesse Especial de Preservação são áreas verdes que apresentem
características naturais inalteradas pelo processo de urbanização ou pelo uso e ocupação do solo
rural, conservando sua flora e fauna locais.
§ 6º Áreas degradadas são aquelas que apresentem perturbação na dinâmica de seus
processos naturais.
§ 7º A Rede de Áreas Verdes Urbanas é formada pelas áreas de lazer e de interesse
paisagístico e pelas áreas não urbanizadas com vulnerabilidade ambiental.
§ 8º As áreas de lazer e paisagismo citadas no § 7º se referem aos canteiros, jardins,
praças, largos e parques, caracterizados por ambientes urbanos construídos com a finalidade de
propiciar lazer e áreas paisagísticas, assim determinadas pelo Poder Público através de Lei
Ordinária.
§ 9º As áreas não urbanizadas de vulnerabilidade ambiental citadas no § 7º se referem às
áreas que compõem a Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA, estabelecida nesta Lei
Complementar no Título III - Do Ordenamento Territorial, que integra a Rede de Áreas Verdes
Urbanas sendo uma zona caracterizada pela vulnerabilidade ambiental em função das enchentes
periódicas que afetam o Município.

Seção II - Do Plano Municipal do Meio Ambiente

Art. 78. O Plano Municipal do Meio Ambiente deverá ser instituído pelo Poder Executivo
do Município através de Lei Ordinária no prazo de até 10 anos, a contar da publicação desta Lei

37
Complementar, tomando por base as disposições da legislação federal, estadual e municipal
vigente.
§ 1º O Poder Executivo deverá realizar a revisão do Plano Municipal do Meio Ambiente
com base em processos participativos pelo menos a cada 10 anos, contados do início da vigência
da respectiva Lei Ordinária que o instituir.
§ 2º O Plano Municipal do Meio Ambiente, que se aplica à totalidade do território do
Município, deverá atender aos objetivos e diretrizes deste Capítulo da Política Municipal do Meio
Ambiente, e conter, no mínimo:
I - análises sobre a situação atual de todos os componentes do Sistema de Áreas
Ambientais e Áreas Verdes, avaliando seus impactos nas condições de vida da população e
dimensionando as demandas sociais a partir de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais
e socioeconômicos;
II - metas de curto, médio e longo prazo para conservação e manejo das áreas
ambientais e das áreas verdes, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a
compatibilidade com os demais planos setoriais;
III - programas, projetos, ações e investimentos necessários para atingir as metas
mencionadas no inciso anterior identificando possíveis fontes de financiamento;
IV - proposta de gestão do Sistema de Áreas Ambientais e Áreas Verdes e dos programas,
projetos e ações propostos pelo Plano;
V - ações para emergências e contingências relativas às ocorrências que envolvam o
Sistema de Áreas Ambientais e Áreas Verdes;
VI - mecanismos e procedimentos para o monitoramento, avaliação e dimensionamento
dos resultados alcançados com a implementação dos projetos, ações e investimentos
programados;
VII - propostas para garantir a sustentabilidade, a eficiência e a boa qualidade urbana e
ambiental com:
a) Monitoramento de Controle da Poluição e da Qualidade Ambiental;
b) Monitoramento do Transporte e do Armazenamento de Cargas Perigosas;
c) Coleta, Tratamento e Disposição de todos os tipos de Resíduos Sólidos;
d) Proteção da Biodiversidade e dos Ecossistemas com Planos de Manejo e Diretrizes para
implantação de estruturas de visitação nas Unidades de Conservação do Município;
e) Educação Ambiental;
f) Uso adequado e Conservação do Solo e da Água;
g) Conservação e recuperação de matas ciliares e áreas de recarga hídrica; e
h) Planejamento, implantação e manejo da arborização urbana do Município.

38
TÍTULO III - DO ORDENAMENTO TERRITORIAL

Art. 79. Para garantir um desenvolvimento urbano sustentável e equilibrado, entre as


várias visões existentes sobre o futuro do Município, o PDDM observa e considera, em sua
estratégia de ordenamento territorial, as seguintes dimensões:
I - a dimensão social, fundamental para garantir os direitos sociais a todos os cidadãos,
em especial, o direito à moradia, à mobilidade, à infraestrutura básica e o acesso aos
equipamentos públicos urbanos e comunitários;
II - a dimensão ambiental, fundamental para garantir o necessário equilíbrio entre as
áreas edificadas e os espaços livres e verdes no interior da área urbanizada e entre esta e as áreas
preservadas e protegidas no conjunto do Município;
III - a dimensão imobiliária, fundamental para garantir a adequada produção das
edificações destinadas à moradia e ao trabalho;
IV - a dimensão econômica, fundamental para garantir as atividades produtivas,
comerciais e de serviços, indispensáveis para gerar trabalho e renda;
V - a dimensão cultural, fundamental para garantir a proteção, preservação e recuperação
dos espaços históricos, culturais e a paisagem, essenciais para a educação, a memória e a
identidade da população.
Parágrafo Único. Os elementos estruturadores a serem utilizados para consolidar o
ordenamento territorial são:
I - a divisão territorial;
II - as áreas ambientais;
III - o zoneamento urbano; e
IV - a infraestrutura viária.

CAPÍTULO I - DA DIVISÃO TERRITORIAL

Art. 80. Considera-se, para o fim da presente Lei Complementar, a divisão territorial do
Município em Área Urbana e Área Rural com exigências diferenciadas concernentes às atividades e
ao uso dos seus espaços.
§ 1º É considerada Área Urbana aquela que compõe os perímetros urbanos, demarcados
no Anexo 1.2 da Divisão Territorial - Área Urbana, desta Lei Complementar, onde há superfícies
total ou parcialmente urbanizadas e que o Município mantém o controle das atividades urbanas, da
expansão da cidade e de povoados, da otimização do uso do sistema viário e demais
equipamentos urbanos e comunitários.
§ 2º É considerada Área Rural o remanescente da área do Município não inserido nos
perímetros urbanos citados no parágrafo anterior, onde não há superfícies territoriais total ou
parcialmente urbanizadas, onde há predominância de áreas ambientalmente conservadas e/ou
com a presença de atividades voltadas para vida no campo como de atividades agroprecuárias.

Seção I – da Área Urbana

Art. 81. A Área Urbana é constituída por dois perímetros urbanos não contíguos:
I - O perímetro urbano da sede do Município, inserido no atual 1º Subdistrito do 1º
Distrito de Alegrete e com a seguinte descrição: parte-se de um ponto situado sobre o eixo do Rio
Ibirapuitã a 250 metros ao norte da Ponte Borges de Medeiros, seguindo pelo eixo do referido Rio
até a foz do Arroio Regalado, por onde segue pelo eixo do referido Arroio até a proximidade do
Bairro Boa Vista, em um ponto distante de aproximadamente 80m da Ponte Assis La Roque de
Lima, sobre o Arroio Regalado na Rua Barão do Cerro Largo; dali segue no sentido sudeste-
noroeste pelos limites do Bairro Boa Vista em uma linha paralela a 30m da Rua Dona Nelvi; depois
no sentido nordeste-sudoeste, ainda nos limites do Bairro Boa Vista, em uma linha paralela a 30m
da Rua Pandiá Calógeras até encontrar e atravessar a Rodovia ERS 507; dali no sentido noroeste-
sudeste numa linha paralela a 50m da Rodovia ERS 507 a 50m ao sul da Ponte Lúcio Adão Krug,

39
por onde segue através do eixo do referido arroio, até encontrar a bifurcação do Arroio Regalado
com uma sanga d’água afluente, por onde segue através do eixo da referida sanga, até a galeria
sob a Rodovia da BR 290, por onde segue por uma linha ainda sobre a sanga no sentido norte-sul
cerca de 570m perpendicular a Estrada dos Pinheiros no sentido noroeste-sudeste; ao atravessar a
estrada segue por uma linha no sentido oeste-leste 1080m até os limites do Bairro José de Abreu
por onde segue pelos seus limites, primeiro no sentido norte-sul, em uma linha paralela a 30m da
Rua Márcio Giovani Ferreira Prates; depois no sentido oeste-leste, ainda nos limites do Bairro José
de Abreu para depois finalizar pelos limites do referido Bairro no sentido sul-norte, em seguida
oeste-leste; daí segue sempre no sentido oeste-leste em paralelo a uma distância de 300m da
Avenida Poço de Bombas, por onde segue até encontrar uma sanga d’água subafluente do Rio
Ibirapuitã, seguindo pelo eixo da referida sanga no sentido sul-norte; depois segue por outra
sanga d’água no sentido leste-oeste até que possa seguir em paralelo a uma distância de 100m da
Rodovia BR-290 no sentido sudoeste-nordeste até um ponto distante de, aproximadamente, 300m
da Ponte da BR-290 sobre o Rio Ibirapuitã; dali segue cerca de 100m no sentido sul-norte, por
onde passa a seguir ainda em paralelo a referida Rodovia, mas em seu limite de domínio de 50m;
passando a última referida Ponte segue ainda no sentido por mais 800m, quando volta a seguir
novamente em paralelo pela referido Rodovia a uma distância de 100m no sentido norte-sul,
primeiro por um trecho de 150m no sentido oeste-leste, para, logo após, contornar os lotes
pertencentes ao Município de Alegrete, e mais 300m no sentido noroeste-sudeste, em paralelo a
Rodovia BR-290, a uma distância de 100m; dali contorna o Bairro Balneário Caverá no sentido
nordeste-sudoeste até alcançar um ponto sobre o eixo do Arroio Caverá, por onde segue pelo
referido Arroio em seu contrafluxo, contornando todo o referido Bairro, até encontrar a Ponte Júlio
de Castilhos; após, segue no sentido sudoeste-nordeste cerca de 910m; dali segue no sentido sul-
norte em paralelo a uma distância de 50m da VRS-806, até que possa seguir em paralelo a uma
distância de 100m, novamente, pela Rodovia BR-290, no sentido oeste-leste; segue neste sentido
até encontrar um ponto que possa seguir em paralelo a uma distância de 700m do referido
“Corredor da CORLAC”, que divide campos do Espólio de Inácio Campos de Menezes, ou outro que
vier a sucedê-lo, no sentido sul-norte; segue neste sentido até a Avenida Tiarajú, por onde segue
no mesmo sentido sul-norte até a Sanga do Brandão, afluente do Arroio Jararaca, seguindo pelo
eixo da referida sanga até os limites do Bairro Nossa Senhora da Conceição Aparecida e Saint
Pastous, por onde segue no sentido leste-oeste até os limites do Bairro Capão do Angico, por onde
segue através do eixo de uma sanga d’água, sem denominação até atravessar a RS-377; dali
segue em paralelo em uma distância de 50m da RS-377 no sentido leste-oeste até um ponto
distante 100m da Rua Vereador Evódio Ribeiro Severo, por onde segue no sentido sul-norte e
depois sudeste-noroeste ao atravessar em perpendicular a Estrada de Ferro Porto Alegre-
Uruguaiana; depois segue os limites do Bairro Centenário e a antiga Usina Termoelétrica até
encontrar o ponto inicial; e
II - O perímetro urbano da Vila do Passo Novo, inserido no atual 2º Distrito do Passo
Novo e com a seguinte descrição: parte-se do ponto localizado sobre a Avenida Bento Gonçalves,
a noroeste, distante 100m da Estrada de Ferro Porto Alegre-Uruguaiana, segue no sentido norte-
sul em paralelo a referida Estrada de Ferro até encontrar o Arroio Lageado Grande, por onde
segue através do seu eixo em seu contrafluxo até a divisa sul das terras de Carlos Leão Alves de
Souza, ou outro que vier a sucedê-lo; dali segue percorrendo as divisas oeste-leste da referida
propriedade numa distância de 780m até encontrar a Rodovia RSC-377 que dá acesso ao Passo
Novo; daí segue no sentido oeste-leste da referida Rodovia por onde segue no mesmo sentido
numa distância de 645m, nas divisas sul da propriedade de Tania Maria Sodré Squizani ou outro
que vier a sucedê-la, em direção à Rua Santo André, até poder seguir em paralelo a uma distância
de 100m confrontando a via em um trecho com cerca de 1235m do eixo da rua nos sentidos
noroeste-sudeste, norte-sul, sudoeste-nordeste, oeste-leste e noroeste-sudeste quando atravessa
perpendicularmente a Rua Santo André e passa pela referida rua novamente em paralelo a uma
distância de 100m e contornando a via em um trecho com cerca de 560m do eixo da rua, nos
sentidos sudeste-noroeste e leste-oeste, até alcançar um ponto distante em 100m da Rua SD nº
7, por onde segue no sentido sudeste-noroeste; depois em paralelo a uma distância de 100m da

40
Rua Rodrigo do Prado Madalozzo no sentido nordeste-sudoeste, para novamente seguir no sentido
sudeste-noroeste até alcançar a linha que segue em paralelo e distante em 100m da Estrada de
Ferro Porto Alegre-Uruguaiana no sentido leste-oeste e chegar em seu ponto inicial.
§ 1º São objetivos específicos do perímetro urbano da sede do Município:
I - promoção da convivência mais equilibrada entre a urbanização e a conservação
ambiental, entre mudanças estruturais provenientes de grandes obras públicas e privadas e as
condições de vida dos moradores;
II - compatibilidade do uso e ocupação do solo com a oferta de sistemas de transporte
coletivo e de infraestrutura para os serviços públicos;
III - estímulo ao adensamento populacional onde este ainda for viável, com diversidade
social, para aproveitar melhor a infraestrutura instalada e equilibrar a relação entre oferta de
empregos e moradia;
IV – incentivo à fruição pública e usos mistos no térreo dos edifícios, em especial nas
áreas e eixos de centralidades existentes;
V - orientação dos processos de reestruturação urbana de modo a ocupar áreas com
infraestrutura urbana existente com baixa densidade;
VI - mitigação dos problemas existentes nas áreas com riscos como de inundações e
prevenção do surgimento de novas ocupações em áreas de riscos e de situações de
vulnerabilidade;
VII - proteção, recuperação e valorização dos bens e áreas de valor histórico, religioso e
cultural, especialmente bens e áreas que se referem às origens da cidade de Alegrete;
VIII - fortalecimento das bases da economia local e regional;
IX - aproveitamento da realização de investimentos públicos e privados em equipamentos
e infraestruturas para melhorar as condições dos espaços urbanos e atender necessidades sociais,
respeitando as condicionantes do meio físico e biótico e as características dos bens e áreas de
valor histórico, cultural, religioso e ambiental;
X - diminuição das desigualdades na oferta e distribuição dos serviços, equipamentos e
infraestruturas urbanas; e
XI - desconcentração das oportunidades de trabalho, emprego e renda, beneficiando
também os bairros periféricos.
§ 2º São objetivos específicos do perímetro urbano da Vila do Passo Novo:
I - garantia da infraestrutura urbana e contenção da urbanização sobre o perímetro
urbano delimitado;
II - proteção da paisagem rural considerando seu valor ambiental, histórico e cultural;
III - proteção, recuperação e valorização dos bens e áreas de valor histórico, religioso e
cultural, especialmente bens e áreas que se referem às origens da Vila do Passo Novo;
IV - promoção do desenvolvimento da zona rural das proximidades, com sustentabilidade
ambiental, econômica e social, e estímulo à agricultura familiar e orgânica;
V - garantia de saneamento ambiental com uso de tecnologias adequadas a cada
situação;
VI - promoção da diversificação de atividades na Vila, buscando seu desenvolvimento
sustentável para atendimento de necessidades imediatas de sua população e do Instituto Federal
Farroupilha;
VII - promoção de parcerias com universidades, instituições educacionais e de pesquisa
para atividades de vocação ambiental e rural, incluindo o desenvolvimento de pesquisas na Vila e
no Distrito do Passo Novo; e
VIII - instauração ou aproximação de órgãos ou departamentos ambientais e rurais
existentes ou a serem instituídos.

Art. 82. O Município poderá delimitar e instituir Distritos Industriais e/ou Empresariais,
conforme disposto a Lei Municipal nº 4.891/2011 ou outra que vier substituí-la, em glebas não
situadas nos perímetros urbanos previstos no Art. 81 desta Lei Complementar.

41
§ 1º As áreas delimitadas como Distrito Industrial e/ou Empresarial são demarcadas e
previstas pela Lei Municipal nº 4.891/2011 ou outra que vier substituí-la.
§ 2º Conforme previsto pela Lei Estadual 10.116 de 1994 ou outra que vier substituí-la, o
parcelamento do solo para distritos industriais e/ou empresariais passará obrigatoriamente por
aprovação do Estado.
§ 3º A instituição de perímetro urbano para as áreas previstas no caput deverá ser feita
por Lei específica após o parcelamento do solo e a implantação do empreendimento, devendo o
referido perímetro ser incorporado pelo PDDM quando este for revisado e a Lei específica
revogada.
§ 4º As áreas previstas no caput deverão adotar o regime de parcelamento, ocupação e
uso do solo estabelecidos no Título IV desta Lei Complementar, adotando o regime urbanístico da
Zona Especial de Distritos Industriais e Empresarias (ZEDIE) previsto no Art. 111 desta Lei
Complementar.
§ 5º O Município, quando delimitar e instituir Distritos Industriais e/ou Empresariais,
deverá atender as diretrizes e objetivos previstos neste PDDM, sobretudo os objetivos e diretrizes
previstos na Seção II da Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Capítulo I do
Título II desta Lei Complementar.
§ 6º O Município, quando delimitar e instituir Distritos Industriais e/ou Empresariais,
deverá antecipadamente estabelecer estratégias que busquem a parceria entre público-privado
para a implantação da infraestrutura urbana consequente do parcelamento do solo, assim como
de solucionar as demandas urbanas decorrentes do processo de parcelamento que se referem a
transporte público, a coleta de resíduos sólidos e a implantação de equipamentos urbanos públicos
de educação e saúde.

Seção II – da Área Rural

Art. 83. A Área Rural possui os seguintes objetivos gerais:


I - preservação do território rural através da valorização e conservação de seus recursos
naturais e de seu patrimônio histórico, arquitetônico e cultural;
II - conciliação da agricultura com a preservação e recuperação do meio ambiente;
III - valorização do produtor e morador rural;
IV - conservação e recuperação dos aspectos ambientais como dos recursos hídricos, da
biodiversidade, do solo e da regulação climática;
V - proteção dos recursos hídricos para propiciar quantidade e qualidade de água para
Alegrete e para os Municípios localizados a sua jusante;
VI - compatibilização de usos com as condicionantes de relevo, geológico-geotécnicas,
com a legislação de proteção e recuperação aos mananciais e com a preservação de bens e áreas
de valor histórico, paisagístico, arqueológico, cultural e religioso;
VII - promoção de atividades econômicas compatíveis com o desenvolvimento
sustentável;
VIII - respeito à legislação referente ao bioma Pampa, à proteção e recuperação dos
mananciais e às Unidades de Conservação;
IX - compatibilidade com as diretrizes socioambientais da Reserva Biológica do Rio
Ibirapuitã e da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Ibirapuitã e do cumprimento das
determinações previstas em suas legislações específicas;
X - incentivo à agricultura familiar para contribuição ao atendimento das necessidades
alimentares da população de Alegrete;
XI - desenvolvimento do potencial econômico das atividades existentes no espaço
territorial rural, incentivando, especialmente, a produção agrícola, o turismo rural e a recreação
ambiental;
XII - admissão de atividades não agrícolas compatíveis com o meio rural, quando couber
ao Município ou após anuência dos órgãos estaduais ou federais competentes, desde que
contribuam para o desenvolvimento sustentável do meio rural;

42
XIII - integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, visando ao
desenvolvimento socioeconômico do Município;
XIV -melhoria das condições de acesso às áreas rurais, para facilitar o transporte de
pessoas e o escoamento da produção agrícola;
XV - desenvolvimento e aprimoramento da gestão municipal das áreas rurais;
XVI - articulação entre órgãos e entidades municipais, estaduais e federais para garantir a
conservação, preservação e recuperação ambiental, inclusive a fiscalização integrada do território;
XVII - articulação com Municípios vizinhos para a construção de estratégias integradas de
conservação e recuperação ambiental; e
XVIII - promoção de atividades ligadas à pesquisa, ao ecoturismo e à educação
ambiental.
§ 1º Para o previsto no inciso XI do caput deverão ser adotados critérios ambientalmente
sustentáveis, de modo a preservar os recursos naturais, nos termos de exigência do licenciamento
ambiental para as atividades urbanas compatíveis com o meio rural que se instalarem nas
propriedades rurais.
§ 2º Caberá ao interessado em empreender no meio rural a apresentação dos estudos da
capacidade de suporte e solução de infraestrutura de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, destinação dos resíduos sólidos, acessos e estacionamento.

Art. 84. São diretrizes gerais para Área Rural:


I - estruturação administrativa municipal interdisciplinar para tratar de questões relativas
ao desenvolvimento rural;
II - incentivo dos produtores rurais em técnicas de cultivo e produção sustentáveis;
III - universalização do saneamento básico na área rural, conforme o Plano Municipal de
Saneamento Ambiental a ser instituído por lei ordinária;
IV - estímulo à instalação de pequenas e médias agroindústrias sustentáveis;
V - incentivo ao desenvolvimento de atividades sustentáveis de turismo rural,
gastronômico e recreativo ambiental nas propriedades rurais, especialmente às estâncias históricas
localizadas no Município;
VI - nas áreas com processo de arenização, a tomada de providências para a análise dos
processos de utilização do solo, a fim de evitar a ampliação de sua degradação e, se for o caso, a
proibição de processos e utilizações específicas;
VII - a autuação, com amparo na legislação ambiental vigente, dos responsáveis pela
supressão de vegetação nas áreas de preservação permanente (APP);
VIII - estabelecimento de convênio com o INCRA - Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária para realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR); e
IX - Criar e regulamentar o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.

Art. 85. O Município deverá instituir através de Lei Ordinária, no prazo de até 10 anos a
contar da publicação desta Lei Complementar, o Plano Municipal de Desenvolvimento Rural
Sustentável, como instrumento norteador do desenvolvimento econômico da zona rural, contendo,
no mínimo:
I - diagnóstico socioambiental, econômico e cultural;
II – definição de zoneamento da área rural, levando em conta os aspectos e as
particularidades físicas, ambientais, econômicas, produtivas e culturais do território rural;
III - caracterização das cadeias produtivas existentes e potenciais, identificando os
entraves a serem superados para seu desenvolvimento;
IV - diretrizes para orientar as articulações e parcerias com órgãos públicos, organizações
da sociedade civil e instituições de ensino e pesquisa necessárias para o desenvolvimento rural no
pampa gaúcho;
V - diretrizes para orientar a destinação de recursos voltados a promover o
desenvolvimento rural sustentável;

43
VI - atendimento e ampliação dos princípios, objetivos e diretrizes relacionados ao
território rural dispostos nas políticas setoriais prevista no Título II desta lei complementar, além
dos objetivos e diretrizes dispostos nos artigos 83 e 84 desta Lei Complementar;
VII - metas de curto, médio e longo prazos para a promoção do Desenvolvimento Rural
Sustentável, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais.
Parágrafo Único. O Poder Executivo deverá realizar a revisão do Plano Municipal de
Desenvolvimento Rural Sustentável com base em processos participativos pelo menos a cada 10
anos, contados do início da vigência da respectiva Lei Ordinária que o instituir.

CAPÍTULO II - DAS ÁREAS AMBIENTAIS

Art. 86. As áreas ambientais são definidas pelo Sistema de Áreas Ambientais previsto no
Capítulo VI do Título II desta Lei Complementar e são compostas, respectivamente, na Seção I e
Seção II deste Capítulo.
§ 1º No Plano Municipal do Meio Ambiente, instituído por Lei Ordinária, poderão ser
ampliados os objetivos e diretrizes para todas as áreas ambientais definidas no caput.
§ 2º No Plano Municipal do Meio Ambiente, instituído por Lei Ordinária, poderão ser
ampliadas ou alteradas as composições das seguintes áreas:
I - as Áreas de Interesse Especial de Preservação;
II - as Áreas degradadas;
III - as Áreas do Sistema de Lazer e Paisagismo.

Seção I - Da Rede de Áreas de Proteção e Interesse Ambiental

Art. 87. A Rede de Áreas de Proteção e de Interesse Ambiental compõe o Sistema de


Áreas Ambientais definido no Capítulo VI do Título II desta lei e é formada pelas áreas voltadas
para conservação e preservação dos recursos naturais em todo o território do Município, sendo:
I - Áreas de Preservação Permanente (APPs);
II - Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
III - Reservas Biológicas;
IV - Áreas de Interesse Especial de Preservação; e
V - Áreas Degradadas.
§ 2º São objetivos da Rede de Áreas Verdes Urbanas propiciar lazer e espaços de
convivência à população e áreas paisagísticas na composição do tecido urbano.
§ 3º As diretrizes e prioridades de manutenção, conservação e reforma do Sistema de
Áreas de Lazer e Paisagismo devem ser previstas na Lei Ordinária do Plano Municipal do Meio
Ambiente.

Art. 88. As principais Áreas de Preservação Permanente, além das previstas na legislação
ambiental vigente, na área urbana são:
I - APP do Rio Ibirapuitã;
II - APP do Arroio Regalado; e
III - APP do Rio Caverá.
§ 1º As áreas de preservação permanente previstas nos incisos I, II e III observarão as
distâncias previstas na Lei Federal 12651/2012 ou outra que vier a substituí-la, garantindo-se o
mínimo de 100m (cem metros) para o inciso I, 50m (cinquenta metros) para o inciso II e 50m
(cinquenta metros) para o inciso III, desde a borda da calha do leito regular, em projeção
horizontal de lâmina d'água.
§ 2º Os demais rios, arroios, drenagens, ainda que intermitentes, e lagos naturais em
todo território municipal, não constantes nos incisos deste artigo, deverão obedecer à legislação
ambiental vigente.

44
§ 3º As definições de Áreas de Preservação Permanente - APPs para lagos artificiais, bem
como, a utilização de seu entorno em todo o território municipal, deverão obedecer a legislação
ambiental vigente.
§ 4º Os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto
ambiental, que necessitem a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação
Permanente - APP deverão estar de acordo com a legislação ambiental vigente.

Art. 89. A Área de Proteção Ambiental - APA do Rio Ibirapuitã é uma área Federal sob
jurisdição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) localizada na
porção sul do território municipal, em zona rural, ocupando parte do 4º Subdistrito de Vasco Alves
e do 6º Subdistrito do Catimbau.
Parágrafo único. Qualquer empreendimento dentro da Área de Proteção Ambiental - APA
que cause algum impacto ambiental deverá ter a prévia anuência do referido Órgão competente.

Art. 90. A Reserva Biológica Ibirapuitã é uma área sob jurisdição Estadual de domínio
público localizada na porção sul do território municipal, em zona rural, ocupando uma pequena
parte do 6º Subdistrito do Catimbau, na margem direita do Rio Ibirapuitã, que tem como
destinação a preservação integral da biota, sem interferência humana direta.
Parágrafo único. Na Reserva Biológica o acesso público é restrito à pesquisa científica e à
educação ambiental previamente outorgado pelo Órgão Ambiental Estadual.

Art. 91. Áreas que apresentem características naturais inalteradas pelo processo de
urbanização ou pelo uso e ocupação do solo rural, conservando sua flora e fauna locais, poderão
ser demarcadas como Áreas de Interesse Especial de Preservação através de lei específica e
reconhecidas pelo Plano Municipal de Meio Ambiente.
§ 1º A demarcação dessas áreas tem como objetivos a valorização de suas características
naturais e a busca pela preservação.
§ 2º São diretrizes para valorização e a preservação das Áreas de Interesse Especial de
Preservação o incentivo à pesquisa, ao ecoturismo e a educação ambiental.
§ 3º Poderão ser definidas, através de Lei específica ou através da Lei de proteção ao
Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico, Natural e Correlatos de Alegrete, as Áreas de Interesse
Especial de Preservação que venham a ser patrimônio ambiental tombado pelo órgão municipal.
§ 4º É reconhecida como Área de Interesse Especial de Preservação a Ilha dos Milano,
localizada à margem direita do Rio Ibirapuitã com remanescente de mata ciliar, e também definida
através da Lei Municipal nº 1850 de 1989 como área de proteção especial e sítio paisagístico.

Art. 92. Áreas que apresentam processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos
quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou
capacidade produtiva dos recursos ambientais, poderão ser demarcadas como Áreas Degradadas
através de lei específica e reconhecidas pelo Plano Municipal de Meio Ambiente.
§ 1º A demarcação das áreas degradadas tem como objetivo a regeneração de suas
características naturais, através de diretrizes que intervenham e revertam o processo de
degradação.
§ 2º As áreas degradadas deverão ser monitoradas e a equipe técnica poderá demarcar
novas áreas degradadas, conforme seja considerado necessário.

Seção II - Da Rede de Áreas Verdes Urbanas

Art. 93. A Rede de de Áreas Verdes Urbanas compõe o Sistema de Áreas Ambientais
definido no Capítulo VI do Título II desta lei e é formada pelas áreas de lazer e de interesse
paisagístico e pelas áreas urbanas de vulnerabilidade ambiental.

45
§ 1º As áreas de lazer e de interesse paisagístico referidas no caput se referem aos
canteiros, jardins, praças, largos e parques inseridos nos perímetros urbanos do Município e
definidos em Lei Ordinária que disporá sobre a matéria.
§ 2º As áreas urbanas de vulnerabilidade ambiental referidas no caput se referem às
áreas pertencentes à Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA, estabelecida nesta Lei
Complementar no Título III - Do Ordenamento Territorial.
§ 3º São objetivos da Rede de Áreas Verdes Urbanas:
I - assegurar lazer e espaços de convivência à população nas áreas de lazer;
II - propiciar áreas paisagísticas na composição do tecido urbano; e
III - valorizar, preservar e contribuir para regeneração das características naturais das
áreas urbanas de vulnerabilidade ambiental.
§ 4º As diretrizes e prioridades de manutenção, conservação e reparos do Sistema de
Áreas de Lazer e Paisagismo devem ser previstas na Lei Ordinária do Plano Municipal do Meio
Ambiente.

CAPÍTULO III - DO ZONEAMENTO URBANO

Art. 94. Considera-se zoneamento, para fins da presente Lei Complementar, a divisão da
Área Urbana do Município de Alegrete em áreas de uso e/ou intensidade de ocupação
diferenciada.

Art. 95. Para os fins desta Lei Complementar, a área urbana fica dividida em Zonas
diferenciadas pelos usos e/ou intensidades de ocupação, conforme segue:
I - Zonas residenciais I e II (ZR I e ZR II);
II - Zona Mista de Interesse Cultural (ZMIC);
III - Zonas Mistas I e II (ZM I e ZM II);
IV – Zona Mista de Eixos Estruturadores (ZMEE);
V - Zona Industrial;
VI - Zona Especial de Interesse Institucional (ZINST);
VII - Zonas Especiais de Interesse Social I, II e III (ZEIS I, ZEIS II E ZEIS III);
VIII - Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA);
IX - Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC); e
X – Zona Especial de Distritos Industriais e Empresariais (ZEDIE).
Parágrafo Único. Todas zonas previstas no caput estão localizadas nos perímetros
urbanos definidos no art. 81 desta Lei Complementar, com exceção da ZEDIE indicada pelo inciso
IX, cuja localização depende da implantação de Distritos Industriais e/ou empresariais previstos
pelo Art. 82 desta Lei Complementar.

Art. 96. Todas Zonas, com exceção da ZEDIE, são delimitadas por logradouros públicos,
fundos de lotes, frente de lotes e outros traçados, conforme representado no Anexo 2 do
Zoneamento Urbano e na base cartográfica georreferenciada do Município.
Parágrafo Único. As delimitações da ZEDIE deverão ser indicadas, quando instituídas, em
Lei específica, conforme previsto pela Lei Municipal 4.891/2011 ou outra que vier substituí-la.

Art. 97. O regime urbanístico estabelecido por zona está descrito no Título IV desta Lei
complementar.
§ 1º Nos lotes com testada para mais de uma zona, será aplicado o regime urbanístico
correspondente ao acesso principal do lote, definido pelo proponente do projeto a ser aprovado,
exceto no caso, do previsto no § 3º deste artigo.
§ 2º Para os lotes com testada em mais de uma zona, serão assegurados os recuos
frontais respectivos a cada zona, exceto em caso de lotes de esquina, onde uma das testadas seja
igual ou menor a 10m (dez metros), conforme estabelecido no Art. 182 desta Lei Complementar.

46
§ 3º Nos lotes com testada para mais de uma zona, sendo que uma delas esteja sobre a
ZEIC, qualquer edificação a ser construída até 30m (trinta metros) do alinhamento predial sobre
as ruas que defrontam a Praça Getúlio Vargas deverá respeitar o regime urbanístico estabelecido à
ZEIC.

Seção I - Das Zonas de Uso

Art. 98. A Zona Residencial I - ZR I corresponde às áreas predominantemente residenciais


da cidade, caracterizadas por:
I - tecidos residenciais densos e baixos;
II - extensas áreas não ocupadas e disponíveis para a extensão da urbanização;
III - relativa carência de equipamentos e infraestrutura; e
IV - situações pontuais de irregularidade fundiária.
§ 1º Na ZR I são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e usos não
residenciais diversificados de apoio ao uso residencial como atividades de varejo e serviços, além
de pequenas atividades industriais ou especiais desde que toleráveis à vizinhança residencial e
sujeitas ao Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança, conforme previsto no Art.
274 desta Lei Complementar.
§ 2º O Poder Público deve providenciar a regularização e qualificação urbanística das
áreas urbanizadas, a fim de permitir:
I - pequeno adensamento;
II - implantação de estabelecimentos de comércio e serviços diversificados;
III - implantação de indústrias toleráveis à vizinhança residencial, assim considerados os
estabelecimentos que não apresentem impactos de ruído, tráfego ou poluição; e
IV - desenvolvimento de iniciativas econômicas dos moradores, com o intuito de
dinamizar a economia local.
§ 3º As áreas residenciais consolidadas que sobrepõem APP têm o zoneamento
residencial reconhecido, mas ficam restringidas a manutenção e reforma das edilícias já
consolidadas, não podendo haver novas construções ou mesmo ampliações.

Art. 99. A Zona Residencial II - ZR II corresponde às áreas predominantemente


residenciais, caracterizadas por áreas densas e constituídas de edificações com tipologia
heterogênea.
Parágrafo Único. Na ZR II são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e
usos não residenciais diversificados de apoio ao uso residencial como atividades de varejo e
serviços, além de pequenas atividades industriais desde que toleráveis à vizinhança residencial e
sujeitas ao Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança, conforme previsto no Art.
274 desta Lei Complementar.

Art. 100. A Zona Mista de Interesse Cultural - ZMIC corresponde à área mais antiga da
cidade, caracterizada por:
I - tecido denso de altura e usos variados, com predominância de usos não residenciais
em determinadas vias; e
II - ocorrência de patrimônio arquitetônico histórico em determinados logradouros,
constituindo conjuntos de paisagem histórica.
§ 1º. Na ZMIC são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e são
admitidos e incentivadas atividades não residenciais diversificadas, conforme previsto no Capítulo
III do Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e
Atividades Permitidas desta Lei Complementar.
§ 2º A preservação de áreas, lugares e unidades de paisagem histórica far-se-á pela
definição de regime urbanístico específico, por tombamento e inventário, a fim de evitar a perda
ou o desaparecimento das características que lhes conferem peculiaridade.

47
§ 3º A identificação das áreas e dos bens que constituem patrimônio cultural será objeto
de estudos específicos baseados no Inventário do Patrimônio Cultural, observados o valor
histórico, a excepcionalidade, os valores de representatividade, de referência, arquitetônico,
simbólico, práticas culturais, tradições e heranças, levando, ainda, em consideração as relações
físicas e culturais com o entorno e a necessidade de manutenção de ambientação peculiar.
§ 4º O Município, através do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de Alegrete -
COMPAHCA será responsável pelo Inventário do Patrimônio Cultural, estabelecendo conceitos,
conteúdos, critérios de seleção, características, vigência, formas de proteção e de incentivo.

Art. 101. A Zona Mista I - ZM I corresponde às áreas da cidade caracterizadas por:


I - áreas com maior densidade e variedade de usos residenciais e atividades não
residenciais; e
II – áreas que se caracterizam pela proximidade da área central da cidade e que se
articulam entre o centro e as demais zonas.
Parágrafo Único. Na ZM I são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e
são admitidos e incentivadas atividades não residenciais diversificadas, conforme previsto no
Capítulo III do Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos
Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar.

Art. 102. A Zona Mista II - ZM II corresponde às áreas da cidade caracterizadas por seu
potencial para maior densidade e variedade de usos residenciais e não residenciais;
§ 1º Na ZM II são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e são
admitidos e incentivados estabelecimentos não residenciais diversificados, conforme previsto no
Capítulo III do Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos
Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar.
§ 2º O Poder Público deve incentivar a qualificação urbanística da zona, a fim de permitir:
I - maior adensamento;
II - implantação de estabelecimentos de comércio e serviços diversificados; e
III - consolidação das áreas como novas centralidades de apoio.

Art. 103. A Zona Mista de Eixos Estruturadores - ZMEE corresponde às áreas da cidade
caracterizadas por:
I - eixos estruturantes ou de importância local com maior densidade e variedade de
atividades não residenciais; e
II - eixos com potencial de importância local onde deve ser incentivado o adensamento e
a variedade de atividades não residenciais para constituição de novas centralidades.
Parágrafo Único. Na ZMEE são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares
e são admitidos e incentivadas atividades não residenciais diversificadas, conforme previsto no
Capítulo III do Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos
Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar.

Art. 104. A Zona Industrial - ZI corresponde às áreas da cidade caracterizadas por:


I - áreas localizadas próximas a rodovia BR 290; e
II - áreas onde o parcelamento possibilita a implantação de usos industriais incômodos
sem ocasionar maiores impactos urbanos aos usos residenciais.
§ 1º Compõem a ZI porções do território destinadas à manutenção e implantação de usos
não residenciais diversificados onde a preferência é dada aos usos industriais incômodos e às
atividades não residenciais incômodas, conforme previsto no Capítulo III do Regime de Uso do
Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta
Lei Complementar.
§ 2º Na ZI é permitido o uso residencial apenas quando vinculado às atividades propostas
para a respectiva zona.
§ 3º Na ZI são vedados os empreendimentos imobiliários para uso residencial.

48
§ 4º O Poder Público deve incentivar a qualificação urbanística da ZI, a fim de:
I - atrair novos investimentos para o Município;
II - promover a diversificação da economia local; e
III - incentivar a geração de emprego próxima às zonas residenciais.

Seção II - Das Zonas Especiais

Art. 105. A Zona Especial de Interesse Institucional - ZINST corresponde às áreas públicas
ou privadas de grande porte onde estão implantados equipamentos ou que são objeto de projetos
governamentais e que, por suas características, não são passíveis de enquadramento no regime
urbanístico estabelecido no Título IV desta Lei Complementar, nem em seus anexos.
Parágrafo único. Na ZINST sempre serão exigidos estudos para a aprovação de projetos.

Art. 106. A Zona Especial de Interesse Social I - ZEIS I corresponde às áreas destinadas à
moradia digna para a população da baixa renda, caracterizadas por glebas ou lotes não edificados
ou subutilizados, adequados à urbanização.
§ 1º Na ZEIS I são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e usos não
residenciais diversificados de apoio ao uso residencial como atividades de varejo e serviços,
conforme previsto no Capítulo III do Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do
Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar.
§ 2º O Poder Público deve providenciar a qualificação urbanística das áreas urbanizadas,
a fim de permitir:
I - adensamento controlado; e
II - condições de moradia digna para a população de baixa renda, incluindo o acesso à
infraestrutura pública de qualidade.

Art. 107. A Zona Especial de Interesse Social II - ZEIS II corresponde às áreas


caracterizadas pela presença de edificações, ocupações e loteamentos irregulares, habitadas
predominantemente por população de baixa renda.
§ 1º Na ZEIS II são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e usos não
residenciais diversificados de apoio ao uso residencial como atividades de varejo e serviços, desde
que estejam com sua situação fundiária regularizada e conforme previsto no Capítulo III do
Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades
Permitidas desta Lei Complementar.
§ 2º O Poder Público deve providenciar a regularização e a qualificação urbanística das
áreas urbanizadas, a fim de permitir condições de moradia digna para a população de baixa renda,
incluindo o acesso à infraestrutura pública de qualidade.

Art. 108. A Zona Especial de Interesse Social III - ZEIS III corresponde às áreas
caracterizadas pela presença de ocupações irregulares habitadas predominantemente por
população de baixa renda em áreas de vulnerabilidade ambiental.
§ 1º. Na ZEIS III é vedada a construção de novas edificações.
§ 2º. O Poder Público deve desenvolver um Plano de Regularização Fundiária para as
ZEIS III que contemple:
I - diagnóstico da situação fundiária das edificações preexistentes
II - diagnóstico da situação socioeconômica dos habitantes do local;
III - avaliação dos riscos ambientais e de infraestrutura urbana; e
IV - avaliação das condições construtivas das edificações preexistentes.
§ 3º. O Plano de Regularização Fundiária deve ser desenvolvido a fim de encaminhar
alternativas para:
I - realocação da população que habita o local, desde que avaliada a efetiva necessidade
da mesma, oferecendo alternativas de habitação popular disponibilizadas no Município; e

49
Il - regularização das edificações preexistentes no local, desde que avaliados os riscos e
desenvolvidos estudos que comprovem a viabilidade, tanto da garantia de segurança para a
população local, quanto da qualificação urbanística da área.
§ 4º O Poder Público deve providenciar a regularização e a qualificação urbanística das
áreas urbanizadas ou a realocação da população local, a fim de permitir condições de moradia
digna para a população de baixa renda, incluindo o acesso à infraestrutura pública de qualidade.

Art. 109. A Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA corresponde a áreas de interesse
ambiental e às áreas caracterizadas pela vulnerabilidade ambiental devido as enchentes periódicas
que afetam o Município.
§ 1º. Na ZEIA é vedada a construção de novas edificações para uso residencial.
§ 2º. Na ZEIA são permitidas as economias compatíveis com a manutenção e recuperação
dos serviços ambientais por elas prestados, em especial os relacionados às cadeias produtivas da
agricultura e do turismo, de densidades demográfica e construtiva baixas.

Art. 110. A Zona Especial de Interesse Cultural - ZEIC corresponde ao entorno da Praça
Getúlio Vargas, onde há predominância de usos não residenciais e concentração de patrimônio
cultural, constituindo uma paisagem e um conjunto de importância cultural e histórica para o
Município.
§ 1º. Na ZEIC são admitidos usos residenciais unifamiliares e multifamiliares e são
admitidos e incentivados estabelecimentos não residenciais diversificados, desde que adequados
ao Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar.
§ 2º A preservação de áreas, lugares e unidades far-se-á pela definição de regime
urbanístico específico, por tombamento e inventário, a fim de evitar a perda ou o desaparecimento
das características que lhes conferem peculiaridade.
§ 3º A identificação das áreas e dos bens que constituem patrimônio cultural será objeto
de estudos específicos baseados no Inventário do Patrimônio Cultural, observados o valor
histórico, a excepcionalidade, os valores de representatividade, de referência, arquitetônico,
simbólico, práticas culturais, tradições e heranças, levando, ainda, em consideração as relações
físicas e culturais com o entorno e a necessidade de manutenção de ambientação peculiar.
§ 4º O Município, através do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de Alegrete, será
responsável pelo Inventário do Patrimônio Cultural, estabelecendo conceitos, conteúdos, critérios
de seleção, características, vigência, formas de proteção e de incentivo.

Art. 111. A Zona Especial de Distritos Industriais e Empresariais (ZEDIE) fica definida
como referência para regime urbanístico, previsto no Título IV desta Lei Complementar, nas áreas
que o Município delimitar e instituir Distritos Industriais e/ou Empresariais conforme previsto no
Art. 82 desta Lei Complementar (das áreas urbanas no Título III).
§ 1º São previstas na ZEDIE a implantação de usos não residenciais onde a preferência é
dada aos usos industriais incômodos e às atividades não residenciais incômodas, conforme
previsto no Capítulo III do Regime de Uso do Solo do Título IV e no Anexo 4.3 do Regime
Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar.
§ 2º Na ZEDIE é permitido o uso residencial apenas quando vinculado às atividades não
residenciais propostas para a respectiva Zona, como de zeladoria.
§ 3º Na ZEDIE são vedados os empreendimentos imobiliários para uso residencial.

CAPÍTULO IV - DA INFRAESTRUTURA VIÁRIA

Art. 112. A infraestrutura viária consiste na base física que sustenta as condições e regras
de circulação de pessoas e veículos no ambiente urbano, obedecidas as normas estabelecidas pela
legislação.
§ 1º Constituem a infraestrutura viária a malha viária e equipamentos de apoio à
mobilidade, sendo as rodovias, estradas vicinais, arruamentos urbanos, viadutos, pontes e demais

50
elementos destinados a circulação de veículos, ciclistas e pedestres, considerando o sistema viário
existente e as diretrizes de expansão viária previstas.
§ 2º São objetivos gerais da infraestrutura viária:
I - Atuar como elemento de estruturação do espaço urbano, articulando as conexões
locais e regionais com diferentes hierarquias, de acordo com a demanda de tráfego e a sua
inserção no espaço urbano;
II - Prover ambientes de circulação seguros para o uso de bicicletas como meio de
transporte, promovendo a adequação viária e a construção de ciclovias;
III - Prover espaços para a circulação de pedestres e incrementar a qualidade das
calçadas e prover ambientes seguros para a travessia das vias de tráfego motorizado, bem como
acessibilidade universal em vias com alta demanda.
IV - Servir de base para a circulação de cargas mediante normas específicas de
circulação;
V - Servir de base para a configuração dos lotes urbanos no processo de parcelamento do
solo; e
VI - Promover a segurança no trânsito com a qualificação da infraestrutura das vias, da
sinalização vertical, horizontal e semafórica, bem como o desenvolvimento de ações educativas
para motoristas e pedestres, com vista à melhoria do fluxo e da mobilidade.

Art. 113. Malha Viária é o conjunto de vias do Município, classificadas e hierarquizadas


segundo critério funcional, observados os padrões urbanísticos estabelecidos no Anexos 3.1, 3.2 e
3.3 das Diretrizes Viárias desta Lei Complementar.
§ 1º A função da via é o seu desempenho de mobilidade, considerados aspectos da
infraestrutura, do uso e ocupação do solo, dos modais de transporte e do tráfego veicular.
§ 2º Integram a malha viária do Município os seguintes elementos, os quais serão
regulamentados pela Lei do Plano de Mobilidade de Alegrete:
I - O leito carroçável das vias;
II - Os espaços destinados aos estacionamentos;
III - Os passeios públicos;
IV - Os canteiros centrais e outros dispositivos de ordenação do trânsito; e
V - Os leitos e eixos específicos de circulação de pedestres e ciclistas, como caminhos
peatonais, ciclovias, ciclofaixas e outros.

Art. 114. Ficam estabelecidas as diretrizes de expansão viária indicadas através do Anexo
3.2 das Diretrizes Viárias - da área urbana desta Lei Complementar, constituindo o sistema viário
estruturador do Município.
§ 1º As diretrizes de que trata o caput deste artigo poderão sofrer ajustes e
complementações no momento do cadastramento de glebas e da análise de parcelamentos de
áreas e empreendimentos devido a condicionantes ambientais e topográficas, desde que mantidas
as características funcionais da via.
§ 2º Poderão ser indicadas, pelo Poder Executivo e através do Grupo Técnico de
Monitoramento e Avaliação do Plano Diretor, diretrizes viárias complementares no momento da
análise do cadastramento da gleba e do parcelamento do solo.
§ 3º A Lei Ordinária do Plano Municipal de Mobilidade deverá definir a prioridade de
implantação das diretrizes de expansão viária prevista no caput, assim como a ampliação, se
necessária, das diretrizes de expansão.
§ 4º A implantação das diretrizes de expansão viária deverá ser decorrente dos processos
de parcelamento do solo ou de iniciativa do próprio Poder Público Municipal através do
atendimento das prioridades de implantação definidas pelo Plano Municipal de Mobilidade.

Art. 115. As vias urbanas sob responsabilidade do Poder Executivo Municipal que
compõem a malha viária do Município com leito carroçável, de acordo com os critérios de
funcionalidade e hierarquia, têm a seguinte classificação geral:

51
I - Vias Arteriais, sendo aquelas que possibilitam o tráfego entre as zonas e regiões da
cidade, a conexão direta para rodovias e estradas vicinais, que possibilitam o fluxo de maior
alcance do transporte público, sendo indicadas para implantação de eixos cicloviários quando
possíveis de serem implantados com segurança, respeitando-se para novas vias dessa classe o
padrão mínimo de vinte e oito metros de largura;
II - Vias coletoras, sendo aquelas que coletam o tráfego das vias locais e o canalizam
para as vias arteriais e vice-versa, adentram a área residencial, promovem a circulação nos
bairros, possibilitando a permeabilidade do transporte coletivo, sendo indicadas para implantação
de eixos cicloviários, respeitando-se para novas vias dessa classe o padrão mínimo de vinte e um
metros de largura; e
III - Vias locais, sendo aquelas que promovem acesso direto aos lotes e às edificações,
caracterizadas por baixa locomoção e de abrangência local, respeitando-se para novas vias dessa
classe o padrão mínimo de quinze metros de largura.
§ 1º A Lei Ordinária do Plano Municipal de Mobilidade poderá estabelecer classificações
específicas dentro da classificação geral definida no caput.
§ 2º As características funcionais, geométricas, de infraestrutura e paisagísticas mínimas
das vias integrantes ou que integrarão a malha viária devem observar os padrões urbanísticos
estabelecidos no Anexo 3.3 das Diretrizes Viárias - dos Perfis Viários desta Lei Complementar.
§ 3º Os padrões geométricos mínimos de que trata § 2º não se aplicam às vias existentes
caso haja inviabilidade técnica, permanecendo os já existentes, com adequações possíveis durante
o processo de renovação e intervenção urbana da via.
§ 4º A Lei Ordinária do Plano Municipal de Mobilidade poderá estabelecer características
funcionais, geométricas, de infraestrutura e paisagísticas específicas desde que atendam as
características mínimas previstas no § 2º deste artigo.
§ 5º São indicadas a implantação de eixos cicloviários nas Vias Arteriais e Coletoras como
composição da Rede Cicloviária, mas esta deverá ser regulamentada pela Lei do Plano Municipal
de Mobilidade do Município.
§ 6º Fica a cargo do Poder Público Municipal, através do Grupo Técnico de
Monitoramento e Avaliação do Plano Diretor, indicar a necessidade de implantação de ciclovias e
rotas cicláveis nas Vias Arteriais e Coletoras que vierem a ser implantadas, a fim de que os eixos
cicloviários não sejam descontinuados.
§ 7º Para quaisquer finalidades de uso e ocupação do solo fica estabelecido que a menor
via para a área urbana é a via local com largura mínima de quinze metros, ressalvados os casos de
regularização fundiária que acarretem em inviabilidade técnica e fundiária.

Art. 116. As demais vias que compõem a malha viária do Município com leito carroçável,
em território urbano ou rural, de acordo com os critérios de funcionalidade e hierarquia, têm a
seguinte classificação geral:
I - Estradas vicinais, sendo aquelas que promovem circulação e o tráfego local na Área
Rural do Município e interligam com Municípios vizinhos, sendo subclassificadas hierarquicamente
em estradas primárias e secundárias; e
II - Rodovias, sendo aquelas que promovem a interligação do Município com as demais
regiões do estado e do país, podendo estas serem subclassificadas operacionalmente em rodovias
municipais, estaduais e federais.
§ 1º Deve ser observada a responsabilidade de operação das Estradas Vicinais e
Rodovias, que podem ser administradas pelo poder Executivo Municipal ou Estadual ou Federal,
sendo necessário o atendimento de suas legislações específicas.
§ 2º Devem ser observadas as faixas de domínio e faixas “ non aedificandi” das Estradas
Vicinais e Rodovias de acordo com legislação específica e conforme responsabilidade de operação
pelo Município ou Estado ou União.
§ 3º A Lei Ordinária do Plano Municipal de Mobilidade poderá estabelecer classificações
específicas dentro da classificação geral definida no caput.

52
§ 4º As Estradas Vicinais e Rodovias ficam demarcadas nos Anexo 3.1 e 3.2 - das
Diretrizes Viárias desta Lei Complementar.

Art. 117. Constituem equipamentos de apoio à mobilidade urbana, como parte


indissociável do sistema, os equipamentos destinados à facilitação, conforto e segurança do
deslocamento urbano de pessoas e veículos, regulamentados pela Lei do Plano de Mobilidade
Municipal de Alegrete.

TÍTULO IV - DO REGIME URBANÍSTICO

Art. 118. O Regime Urbanístico, disposto e regulamentado neste título, é o conjunto de


dispositivos que regulam a paisagem da cidade, edificada ou não.
§ 1º O Regime Urbanístico é definido em função das normas relativas a densificação,
atividades, dispositivos de controle das edificações e do parcelamento do solo.
§ 2º A aplicação do Regime Urbanístico observará os limites e as dimensões das
matrículas dos imóveis no Registro Imobiliário.
§ 3º Nos empreendimentos sobre terrenos resultantes de remembramento fica garantida
a aplicação do Regime Urbanístico sobre a matrícula resultante.
§ 4º Na aprovação e licenciamento de projetos de edificações e parcelamentos do solo
serão observadas as limitações específicas relativas ao subsolo, à superfície e ao espaço aéreo.

CAPÍTULO I - DO PARCELAMENTO DO SOLO

Art. 119. A disciplina do parcelamento do solo regula a divisão ou redivisão do solo em


unidades juridicamente independentes, objetivando o equilíbrio entre áreas públicas e privadas e
seu adequado aproveitamento urbanístico.

Art. 120. Somente será permitido o parcelamento do solo para fins urbanos na área
urbana definida no Art. 81 e 82 deste PDDM e este observará o zoneamento urbano e os padrões
urbanísticos estabelecidos nesta Lei Complementar.
§ 1º É vedado o parcelamento do solo em áreas impróprias à edificação, nos termos do
art. 121.
§ 2º Os projetos de parcelamento do solo devem abranger o imóvel titulado em sua
totalidade.

Art. 121. Não será permitido o parcelamento do solo:


I - em terrenos alagadiços e sujeitos à inundações, antes de tomadas as providências
para assegurar o escoamento das águas;
II - em áreas com potencial ou suspeitas de contaminação ambiental, em áreas
contaminadas, sem que haja manifestação favorável do órgão ambiental competente para sua
reutilização conforme o uso pretendido;
III - em terrenos com declividade do solo igual ou superior a 30% (trinta por cento),
salvo se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde a incidência de processos geológico-geotécnicos não aconselhem a
edificação;
V - em Áreas de Preservação Permanente - APP ou na Zona Especial de Interesse
Ambiental - ZEIA;
VI - em áreas onde a poluição, em suas diversas formas, impeça condições sanitárias
suportáveis, até a sua correção; e
VII - em imóveis que não possuam frente para logradouros públicos oficiais.
Parágrafo único. O parcelamento do solo, independente da modalidade, deverá observar
as faixas de domínio e faixas “non aedificandi” das Estradas Vicinais e Rodovias de acordo com
legislação específica e conforme responsabilidade de operação pelo Município ou Estado ou União.

53
Seção I - Das Modalidades de Parcelamento do Solo

Art. 122. Observadas as disposições desta Lei Complementar e das legislações estaduais e
federais pertinentes, são modalidades do Parcelamento do Solo:
I - o loteamento;
II - o desmembramento;
III – o desdobro ou fracionamento;
IV – a unificação;
V - o reparcelamento;
VI - o parcelamento de interesse social - PIS.
§ 1º Para efeitos das modalidades do parcelamento do solo, considera-se lote o terreno
servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos parâmetros urbanísticos definidos
nos Art. 132 e Art. 133.
§ 2º Para efeitos das modalidades do parcelamento do solo, considera-se gleba a porção
de terra que não tenha sido submetida anteriormente a nenhum tipo de parcelamento do solo
urbano para fins urbanos.
§ 3º Para efeitos das modalidades do parcelamento do solo, considera-se a infraestrutura
básica os equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública,
esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias
de circulação pavimentadas, incluindo ciclovias, vias de pedestre e calçadas.
§ 4º No caso de edificações existentes em glebas ou lotes objetos de parcelamento do
solo urbano deverão ser observados os parâmetros de regime da ocupação e do uso do solo,
previstos nos Capítulos II e III deste Título.

Art. 123. Considera-se loteamento, modalidade prevista sob inciso I do art. 122, a
subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação,
de logradouros públicos ou prolongamentos, modificações ou ampliações das vias existentes.
§ 1º Os loteamentos deverão ser entregues com infraestrutura urbana básica conforme
previsto no Art. 138 desta Lei Complementar.
§ 2º Não caracteriza loteamento a execução de vias públicas de circulação,
compreendendo aberturas, prolongamentos, modificações ou ampliações, efetivada pelo Município,
de acordo com planos de prioridades e diretrizes de expansão viária, com vista a dar continuidade
a sua malha viária.
§ 3º Para a aprovação de parcelamento do solo na modalidade de loteamento, o
Município exigirá Estudo de Impacto de Vizinhança levando em conta a disponibilidade e a
repercussão sobre o transporte público, o acesso às escolas, o saneamento, as condições físico-
ambientais e outros aspectos técnicos relevantes.
§ 4º Para projetos de parcelamento do solo serão exigidos EIA-RIMA quando este
contemplar área superior a 100 ha (cem hectares), conforme Resolução CONAMA nº 001/86 ou
outra que vier substituí-la, em área inferior a 100 ha (cem hectares) será exigido EIV.

Art. 124. Considera-se desmembramento, modalidade prevista sob inciso II do art. 122, a
subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação com aproveitamento do sistema viário
existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem em
prolongamentos, modificações ou ampliações das já existentes.
§ 1º Os desmembramentos deverão fazer a complementação de infraestrutura básica
conforme previsto no Art. 138 desta Lei Complementar.
§ 2º O desmembramento é restrito ao tamanho máximo de lote na área urbana, sendo
possível aplicar desmembramento em glebas ou lotes de até 20.000m² (vinte mil metros
quadrados) para Zona Industrial e de até 14.000m² (catorze mil metros quadrados) nas demais
zonas urbanas, conforme previsto no art. 133.

54
§ 3º Ainda que aplicada a subdivisão prevista no caput, as áreas resultantes do
desmembramento que não promovam o adequado aproveitamento do solo, conforme previsto nos
artigos 229, 230 e 232 desta Lei Complementar, estarão sujeitos à aplicação dos instrumentos
indutores da função social da propriedade previstos no art. 227 desta Lei Complementar, no prazo
de seis meses após a aprovação de seu projeto de parcelamento.

Art. 125. Considera-se desdobro ou fracionamento, modalidade prevista sob inciso III do
art. 122, a simples subdivisão de gleba ou lote com aproveitamento da infraestrutura básica
existente e do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e
logradouros públicos, nem em prolongamentos, modificações ou ampliações das já existentes.
§ 1º O desdobro ou fracionamento de lotes é restrito ao tamanho máximo de lote na área
urbana, sendo possível aplicar desdobro ou fracionamento em lotes de até 20.000m² (vinte mil
metros quadrados) para Zona Industrial e de até 14.000m² (catorze mil metros quadrados) nas
demais zonas urbanas, conforme previsto no art. 133.
§ 2º O desdobro ou fracionamento de glebas é restrito a áreas superiores a 20ha, sendo
limitado um módulo mínimo para área(s) remanescente(s) de 10ha.
§ 3º Especificamente às glebas, ainda que aplicada a subdivisão prevista no caput, as
áreas resultantes do desdobro ou fracionamento que não promovam o adequado aproveitamento
do solo, conforme previsto nos artigos 229, 230 e 232 desta Lei Complementar, estarão sujeitos à
aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade previstos no art. 227 desta
Lei Complementar, no prazo de seis meses após a aprovação de seu projeto de parcelamento.

Art. 126. Considera-se unificação, modalidade prevista sob inciso IV do art. 122, o
reagrupamento de lotes contíguos até o limite das dimensões máximas estabelecidas no art. 133.
Parágrafo Único. O reagrupamento de lotes contíguos em processos de unificação
deverão ser pertencentes ao mesmo proprietário, com exceção dos previstos na Lei Federal 6.015
de 1973 ou outra que vier substituí-la.

Art. 127. Considera-se reparcelamento, modalidade prevista sob inciso V do art. 122, o
reagrupamento de lotes contíguos, independente da titularidade da propriedade, e suas
posteriores divisões em novos lotes com dimensões, localizações ou configurações distintas das
suas situações originais.
§ 1º O reparcelamento do solo previsto no caput poderá ser aplicado para o
reagrupamento de glebas contíguas, ou ainda de glebas e lotes contíguos, desde que posterior, e
obrigatoriamente, haja o parcelamento do solo através da modalidade loteamento da área
resultante.
§ 2º Em casos de reparcelamento de dois lotes contíguos deverá ser garantido que, na
divisão, o lote remanescente respeite as dimensões estabelecidas no art. 132.

Art. 128. Considera-se parcelamento de interesse social - PIS, modalidade prevista sob
inciso V do art. 122, o parcelamento de gleba com características especiais e destinada,
especificamente, às pessoas que não possuam bens imóveis em seu nome ou de seu núcleo
familiar e cuja renda familiar auferida seja de até 3 (três) salários mínimos, considerada família de
baixa renda - conforme previsto pela Lei Federal 11.888/2008 ou outra que vier substituí-la.

Art. 129. Poderão ser realizados projetos de parcelamento do solo na modalidade de


loteamento com prévio desdobro ou fracionamento de glebas, resultando na área ser parcelada na
modalidade de loteamento e em área(s) remanescente(s).
§ 1º O prévio desdobro ou fracionamento de glebas é restrito a áreas superiores a 20ha,
sendo limitado um módulo mínimo para área(s) remanescente(s) de 10ha, conforme previsto no §
2º do Art. 125.
§ 2º No prazo de um ano após a aprovação do projeto de parcelamento de desdobro ou
fracionamento previsto no caput, as áreas remanescentes que não promoverem o adequado

55
aproveitamento do solo, conforme previsto nos artigos 229, 230 e 232 desta Lei Complementar,
estarão sujeitos à aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade previstos
no art. 227 desta Lei Complementar.
§ 3º Caso o proprietário preveja a aprovação de projeto de loteamento nas áreas
remanescentes no prazo de até 2 (dois) anos, poderá firmar acordo com Município para isenção de
aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade previstos no art. 227 desta
Lei Complementar.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado uma única vez por mais 1 (um) ano,
quando solicitado em tempo hábil ao órgão competente;
§ 5º O descumprimento dos prazos previstos nos parágrafos 3º e 4º sujeitará o
proprietário e o incorporador, de forma solidária, à aplicação de multa de 10% (dez por cento),
incidente sobre o valor venal da área remanescente, que poderá ser aplicada sucessivamente a
cada 60 (sessenta) dias enquanto não ocorrer o cumprimento da obrigação, podendo culminar
com a desapropriação da área quando o valor devido ultrapassar o seu valor venal.

Seção II - Dos Requisitos e Parâmetros de Parcelamento do Solo

Art. 130. Os parcelamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
I - respeitar as faixas marginais de cursos d’água naturais perenes e intermitentes e as
áreas no entorno de lagos e lagoas naturais e de nascentes definidas pela legislação federal, salvo
maiores exigências da legislação específica;
II - as vias, quando exigidas, deverão se articular com as vias adjacentes oficiais,
existentes ou projetadas, integrando-se com o sistema viário da região e se harmonizar com a
topografia local; e
III - respeitar as faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e linhas de
transmissões elétricas, sendo reservada uma faixa não edificável de 15m (quinze metros) de cada
lado, salvo exigências mais restritivas definidas em norma ou legislação específica.

Art. 131. São parâmetros de parcelamento do solo, dentre outros:


I - área e frente mínimas de lote;
II - área e frente máximas de lote;
III - área máxima de quadra;
IV - comprimento máximo da face de quadra;
V - percentual mínimo total de área da gleba ou lote a ser destinada à Municipalidade,
bem como que percentuais mínimos para sistema viário, área verde e área institucional; e
VI - diretrizes da infraestrutura viária, incluindo diretrizes de expansão viária e gabaritos
de perfis de viários.
§ 1º. Os valores dos parâmetros de parcelamento do solo que se referem às dimensões
de lotes e quadras estão definidos nos artigos 132 e 133 e no Anexo 4.1 do Regime Urbanístico -
do Parcelamento do Solo desta Lei Complementar.
§ 2º. Os percentuais mínimos destinados à área pública estão previstos no art. 134 desta
Lei Complementar.
§ 3º. As diretrizes viárias estão previstas no Capítulo IV do Título III do Ordenamento
Territorial desta Lei Complementar.

Art. 132. A área mínima de lote no Município é de 200m² (duzentos metros quadrados) e
testada mínima de 8m (oito metros) para lotes de meio de quadra e de 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) e testada mínima de 10m (dez metros) para lotes de esquina,
conforme estabelecido no Anexo 4.1 do Regime Urbanístico - do Parcelamento do Solo desta Lei
Complementar.
Parágrafo único. Na ZI e na ZEDIE a área mínima do lote é de 750m² (setecentos e
cinquenta metros quadrados) e a frente mínima é de 20m (vinte metros), independente se o lote é

56
de esquina ou meio de quadra, conforme estabelecido no Anexo 4.1 do Regime Urbanístico - do
Parcelamento do Solo desta Lei Complementar.

Art. 133. A área máxima de lote na área urbana do Município equivale ao tamanho
máximo de um quarteirão, estabelecido em 14.000m² (catorze mil metros quadrados), sendo que
o comprimento máximo da maior face é limitado a 200m (duzentos metros) e o comprimento
máximo da menor face é de 70m (setenta metros), conforme estabelecido no Anexo 4.1 do
Regime Urbanístico - do Parcelamento do Solo desta Lei Complementar.
§ 1º. Na ZI e na ZEDIE a área máxima do lote é de 20.000m² (vinte mil metros
quadrados), sendo que o comprimento máximo da maior face é limitado a 200m (duzentos
metros) e o comprimento máximo da menor face é limitado a 100m (cem metros), conforme
estabelecido no Anexo 4.1 do Regime Urbanístico - do Parcelamento do Solo desta Lei
Complementar.
§ 2º. Poderão ser alterados no parcelamento do solo, após ouvido o Conselho do Plano
Diretor, os limites de face e área dos quarteirões estabelecidas no caput, nos seguintes usos:
I - os classificados nos grupos de atividade de serviços públicos sociais;
II - as bases militares, do corpo de bombeiros e similares;
III - os cemitérios;
IV - os clubes esportivos e clubes de campo;
V - os estádios;
VI - os centros de convenções; e
VII - os hospitais e estabelecimentos de ensino existentes até a data de publicação desta
Lei Complementar.
§ 3º Também poderão ser alterados nos parcelamentos do solo, após ouvido o Conselho
do Plano Diretor, os limites de face e área dos quarteirões estabelecidas no caput, quando a
necessidade de preservação do patrimônio ambiental desaconselhar a abertura de vias ou
logradouros públicos, seus prolongamentos, modificações ou ampliações.

Art. 134. Da área total da gleba objeto de parcelamento do solo na modalidade de


loteamento deverá ser destinado percentual mínimo de 35% para a Municipalidade, a qual servirá
à implantação de área verde, área institucional e sistema viário, conforme previsto no Anexo 4.1
do Regime Urbanístico - do Parcelamento do Solo desta Lei Complementar.
§ 1º Do total da destinação prevista no caput, o percentual mínimo para áreas verdes e
áreas institucionais deverá ser de 15% (quinze por cento), ficando o remanescente reservado para
a malha viária.
§ 2º Considera-se áreas verdes aquelas voltadas para os espaços de lazer e convívio, e
áreas institucionais aquelas voltadas para instalação de equipamentos urbanos. 
§ 3º Da destinação prevista no caput, as áreas passarão ao domínio do Município, sem
ônus para este.
§ 4º Não serão consideradas para cômputo dos 15% previstos no § 1º deste artigo áreas
localizadas em APP ou sujeitas a inundação conforme cotas mínimas previstas em demarcação das
Áreas com Condicionantes Ambientais previstas pela Lei Ordinária ## de 2020 ou outra que vier
substituí-la.

Art. 135. As áreas verdes deverão atender às seguintes disposições:


I - a localização de pelo menos 50% (cinquenta por cento) do percentual exigido para
áreas verdes será definida pelo Poder Executivo, ouvido o órgão ambiental competente, devendo
tal espaço:
a) ser delimitado em um só perímetro e em parcelas de terreno que, por sua configuração
topográfica, não apresentem declividade superior a 30% (trinta por cento);
b) ter frente mínima de 10m (dez metros) para a via oficial de circulação; e
c) ter relação entre a frente e a profundidade da área verde de no máximo 1/3 (um
terço);

57
II - a localização do restante da área exigida para áreas verdes ficará a cargo do
interessado e só será computado como área verde quando nela puder ser inscrito um círculo com
raio mínimo de 10m (dez metros), podendo ser localizado em parcelas de terreno que apresentem
declividade de até 15% (quinze por cento).
Parágrafo Único. Para fins de aplicação do disposto no inciso III deste artigo poderá ser
admitida declividade superior a 15% (quinze por cento), ouvido o órgão público municipal
responsável pela utilização da área.

Art. 136. Os percentuais referentes à área institucional poderão ser destinados, a critério
do órgão municipal competente, em área de terreno, área construída ou ambas combinadas,
devendo atender às seguintes exigências:
I - estarem situadas junto a uma via oficial de circulação de veículos e, preferencialmente,
contidas em um único perímetro;
II - ter frente mínima de 10m (dez metros) para a via oficial de circulação;
III - ter relação de no máximo 1/3 (um terço) entre a frente e qualquer de suas demais
faces; e
IV - estarem situadas em área com declividade de até 15% (quinze por cento).
§ 1º Quando a destinação de área institucional ocorrer em área construída, esta não
poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da porcentagem mínima de área institucional
prevista no Art. 134 desta Lei Complementar.
§ 2º Para fins de aplicação do disposto no inciso IV deste artigo poderá ser admitida
declividade superior a 15% (quinze por cento), ouvido o órgão público municipal responsável pela
utilização da área.
§ 3º Os percentuais referentes à área institucional previstos no caput poderão ser
destinados em área de terreno, área construída ou ambas combinadas, fora da gleba objeto de
parcelamento na modalidade de loteamento, desde que a área destinada possua a mesma
titularidade que a da gleba objeto e que o órgão municipal competente aceite a transferência.

Art. 137. Desde a data de registro do parcelamento do solo no Registro de Imóveis,


passam a integrar o domínio do Município as vias, as áreas verdes e institucionais e outros
equipamentos públicos urbanos e comunitários constantes do projeto e do memorial descritivo.
Parágrafo único. Desde a aprovação do parcelamento do solo, as áreas referidas no caput
deste artigo não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, salvo nas hipóteses de
caducidade do ato de aprovação, cancelamento do registro de loteamento ou alteração do
loteamento registrado, nos termos dos arts. 18, 23 e 28 da Lei Federal nº 6.766/1979 e suas
alterações.

Art. 138. Os loteamentos e desmembramentos deverão ser entregues com infraestrutura


básica implantada.
§ 1º Os loteamentos deverão ser entregues com os equipamentos de escoamento das
águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia
elétrica pública e domiciliar e vias de circulação pavimentadas, incluindo ciclovias, vias de pedestre
e calçadas.
§ 2º Os desmembramentos, conforme previsto no Art. 124, devem aproveitar sistema
viário existente, fazendo a complementação da infraestrutura básica na constituição de
equipamentos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário,
abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar, execução de trechos de
ciclovias e pavimentação de vias de circulação, incluindo calçadas.
§ 3º O sistema de escoamento de águas pluviais deve comportar equipamentos de
retenção ou infiltração e de dissipação de energia, de modo a atenuar os picos de cheias,
favorecer a recarga das águas subterrâneas e prevenir a instalação de processos erosivos.
§ 4º O sistema de distribuição de energia elétrica deve obedecer a norma vigente.
§ 5º As vias públicas deverão adaptar-se às condições topográficas do terreno.

58
§ 6º. As dimensões do leito e passeios das vias públicas obedecerão aos dispositivos
contidos no Anexo 3.3 das Diretrizes Viárias - dos Perfis Viários.
§ 7º As calçadas devem ser implantadas concomitantemente às vias de circulação,
devendo ainda:
I - garantir condições adequadas de acessibilidade;
II - ter, no mínimo, 30% (trinta por cento) de sua superfície formada por elementos
permeáveis; e
III - ter arborização implantada, obedecendo, para o plantio, o espaçamento mínimo e a
especificação das espécies arbóreas definidas nas normas editadas pelo órgão ambiental
competente.
§ 8º O tipo de pavimentação da rede viária deverá passar por aprovação do poder público
municipal.

Seção III - Do Parcelamento de Interesse Social - PIS.

Art. 139. A execução de Parcelamento de Interesse Social - PIS poderá ser feita
isoladamente pelo Poder Executivo ou por meio de convênio com outros órgãos federais ou
estaduais, vinculados aos programas populares de habitação.
Parágrafo único. O Parcelamento de Interesse Social - PIS de que trata o caput poderá
ser instituído, inicialmente, nas áreas da Zona Especial Interesse Social I - ZEIS I.

Art. 140. O Parcelamento de Interesse Social - PIS terá destinação residencial, podendo o
Poder Executivo autorizar o exercício de comércio e serviços de apoio à habitação. 

Art. 141. No Parcelamento de Interesse Social - PIS os lotes terão área mínima de 200m²
(duzentos metros quadrados) com testada mínima de 8m (oito metros).

Art. 142. O Parcelamento de Interesse Social - PIS que incluir a construção de unidades
habitacionais unifamiliares deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a instalação de rede de água potável e solução para o esgotamento sanitário;
II - a instalação de rede de esgoto pluvial aprovada pelo Poder Executivo Municipal;
III - a instalação da rede de iluminação pública aprovada pelo Poder Executivo Municipal
e, quando for o caso, pela empresa Concessionária de energia; e
IV - a instalação da rede elétrica domiciliar.

Art. 143. No Parcelamento de Interesse Social - PIS deverá ser reservado o percentual
mínimo de 35% (trinta e cinco por cento) para áreas públicas, conforme previsto no Art. 134.

Art. 144. As vias do loteamento deverão se articular com as vias adjacentes ou


projetadas, observados os seus gabaritos conforme Anexo 3.3 das Diretrizes Viárias - dos Perfis
Vários desta Lei.

Art. 145. O loteamento popular que incluir a construção de unidades habitacionais


unifamiliares deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a instalação, em área de uso institucional, de escola de educação infantil destinada à
faixa etária de 0 (zero) a 6 (seis) anos e ensino fundamental, quando houver demanda para tanto;
e
II - a instalação, em área de uso institucional, de um Posto de Saúde, quando não houver
serviço de saúde na região que seja capaz de atender à demanda.

Seção IV - Dos Procedimentos do Parcelamento do Solo

59
Art. 146. O parcelamento do solo, em todas suas modalidades, submetido pelo
interessado a aprovação, será precedido de fixação de diretrizes, pelo órgão municipal
competente, conforme documentação a ser regulamentada em Decreto do Poder Executivo, que
permita a adequada caracterização registrária e planimétrico-cadastral da área a ser parcelada.
§ 1º Para elaboração do projeto na modalidade de loteamento, o interessado deverá
solicitar ao órgão Municipal competente que defina as diretrizes para o uso do solo conforme
estabelecido no Art. 6º da Lei Federal 6.766 de 1979 ou outra que vier substituí-la.
§ 2º O órgão Municipal competente poderá indicar, nas plantas apresentadas junto com o
requerimento de loteamento, as diretrizes de planejamento conforme estabelecido no Art. 7º da
Lei Federal 6.766 de 1979 ou outra que vier substituí-la.
§ 3º As diretrizes expedidas para os loteamentos vigorarão pelo prazo máximo de quatro
anos, devendo estas serem atualizadas quando atingido o prazo.
§ 4º Conforme estabelecido no Art. 7º da Lei Federal 6.766 de 1979, ou outra que vier
substituí-la, para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado apresentará
requerimento ao órgão Municipal competente acompanhado de certidão atualizada da matrícula da
gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 5º
deste artigo, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo:
I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos;
II - a indicação do tipo de uso predominante no local;
III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área.
§ 5º O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento popular,
destinado às classes de menor renda, em imóvel declarado de utilidade pública, com processo de
desapropriação judicial em curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União,
Estado, Município ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de
habitação.
§ 6º O órgão Municipal poderá indicar, nas plantas apresentadas junto com o
requerimento desmembramento, diretrizes para complementação de infraestrutura básica
conforme previsto no Art. 138.

Art. 147. O projeto de parcelamento do solo na modalidade de loteamento submetido


pelo interessado à aprovação do órgão municipal competente, deverá obedecer às diretrizes
expedidas e à regulamentação própria, conforme Decreto do Poder Executivo previsto no art. 146
desta Lei Complementar.
§ 1º As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de 1 (um) ano.
§ 2º Na apreciação dos projetos de parcelamento do solo em áreas revestidas, total ou
parcialmente, por vegetação de porte arbóreo, será exigido parecer técnico a ser avaliado por
órgão ambiental competente, constando:
I - o enquadramento da área em uma ou mais das hipóteses definidas pela legislação
específica de proteção à vegetação;
II - a escolha da localização da área destinada às áreas verdes exigidas no inciso I do
caput do Art. 135 desta Lei Complementar; e
III - a melhor alternativa para a mínima destruição da vegetação de porte arbóreo.

Art. 148. A aprovação e a execução de projeto de parcelamento do solo na  modalidade


de loteamento obedecerá a uma das seguintes sistemáticas:
I - com prévia execução das obras:
a) atendidas pelo projeto todas as disposições legais, o projeto será aprovado e será
expedida uma autorização para execução das obras, podendo estas serem autorizadas e
executadas por etapas, desde que estas estejam previstas no projeto;
b) a autorização para execução das obras não dá direito ao registro do loteamento no
Registro de Imóveis;
c) a autorização para execução das obras é válida por 4 (quatro) anos, contados a partir
da data de sua expedição pelo órgão competente;

60
d) após a execução de todas as obras a que se refere a autorização prevista na alínea “a”
deste inciso, deverá ser solicitada ao órgão competente a respectiva vistoria, podendo esta ser de
uma etapa ou sobre total;
e) após a vistoria e aceitas as obras, o Poder Executivo, através do órgão competente,
expedirá termo de verificação e execução das obras e respectiva licença para registro parcial ou
total do loteamento no Registro de Imóveis;
II - com cronograma e instrumento de garantia:
a) atendidas pelo projeto as disposições legais, será expedida, pelo órgão competente do
Poder Executivo, aprovação do cronograma físico-financeiro das obras a executar;
b) para garantia da perfeita execução das obras constantes do projeto, memoriais e
cronograma físico-financeiro aprovados, o loteador deverá, alternativamente:
1. efetuar caução em dinheiro, título da dívida pública municipal ou fiança bancária, no
valor a ser estipulado pelo Poder Executivo, em Decreto regulamentador previsto no art. 146 desta
Lei Complementar;
2. vincular à Prefeitura 60% (sessenta por cento) da área total dos lotes, mediante
instrumento público;
c) os procedimentos administrativos para efetivação das garantias previstas serão
definidos por Decreto do Executivo previsto no art. 146 desta Lei Complementar;
d) de posse do cronograma físico-financeiro aprovado, do instrumento de garantia de
execução das obras e dos demais documentos exigidos por lei, será emitido o alvará para fins de
execução de obras e registro no Registro de Imóveis e o loteador terá até 180 (cento e oitenta)
dias para submeter o loteamento ao Registro Imobiliário;
e) somente após o registro do loteamento, o loteador poderá dar início às obras;
f) executadas, vistoriadas e aceitas as obras do loteamento, o Poder Executivo expedirá
termo de verificação e execução das obras e documento liberando o loteador da modalidade de
garantia prestada;
g) o prazo de validade do cronograma físico-financeiro e do instrumento de garantia é de
4 (quatro) anos, contados da data de sua aprovação e de sua constituição, respectivamente,
conforme previsto no art. 152 desta Lei;
h) após o decurso do prazo a que se refere a alínea “g” deste inciso, caso as obras não
estejam concluídas, o interessado perderá o direito à devolução da garantia prestada.
§ 1º Deverá constar dos modelos de contrato-padrão a serem arquivados no Registro de
Imóveis a existência de termo de garantia e cronograma físico-financeiro das obras a executar e,
se for o caso, do plano de etapas.
§ 2º O prazo para a realização da vistoria referida na alínea “d” do inciso I e na alínea “f”
do inciso II, ambos do caput deste artigo, será de 30 (trinta) dias, após o qual o requerente
poderá solicitar às instâncias superiores a apreciação e solução do pedido, sendo que o prazo para
a manifestação de cada instância é de, no máximo, 15 (quinze) dias.
§ 3º O disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso I deste artigo deverá constar
obrigatoriamente da autorização para execução das obras.

Art. 149. Qualquer modificação no projeto ou na execução de parcelamento do solo, em


todas as suas modalidades, deverá ser submetida à aprovação do Poder Executivo, a pedido do
interessado, conforme documentação a ser definida em Decreto previsto no art. 146 desta Lei
Complementar.
Parágrafo único. Nos pedidos de modificações em loteamentos registrados, deverá ser
comprovada a anuência de todos os adquirentes existentes dentro da área a ser modificada, a
menos que haja regra explícita no título de aquisição que afaste a necessidade de tal anuência.

Art. 150. A implantação do loteamento poderá ser realizada em etapas, com a expedição
do respectivo termo de verificação e execução parcial das obras.

61
Art. 151. É de responsabilidade do loteador a demarcação de lotes e quadras constantes
nos projetos aprovados.
§ 1º A infraestrutura urbana, prevista pelo Art. 138 desta Lei Complementar, a ser
implantada deverá ser estendida até a infraestrutura urbana existente.
§ 2º Na implantação da infraestrutura urbana referida no § 1º, toda e qualquer diferença
de custo entre os equipamentos dimensionados para atender a demanda própria do loteamento e
aquela infraestrutura que venha a ser exigida pelos órgãos municipais, que atenda também a
demanda de outras glebas, será ressarcida ao empreendedor, conforme Decreto do Poder
Executivo previsto no art. 146 desta Lei Complementar.

Art. 152. O licenciamento das obras de urbanização deve ser requerido no prazo de até
180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de seu registro imobiliário, sendo que a conclusão
destas deverá observar o prazo máximo de até 4 (quatro) anos a contar da data de sua
aprovação.

Art. 153. A execução das obras de urbanização será objeto de garantia por parte do
loteador, segundo as modalidades previstas em regulamentação por Decreto previsto no art. 146
desta Lei Complementar, garantia hipotecária, em títulos da dívida pública, fiança bancária ou
seguro-garantia, em valor equivalente ao custo orçamentado das obras, aceitas pelos órgãos
técnicos municipais, salvo na garantia hipotecária, a qual deverá ser, no mínimo, equivalente a
60% (sessenta por cento) da área dos lotes.
§ 1º A garantia poderá ser liberada à medida em que forem entregues as obras, desde
que não desfigure a efetiva garantia para o restante das obras.
§ 2º Não poderão ser dadas em garantia hipotecária as áreas de destinação pública
constantes do projeto de loteamento.
§ 3º Fica dispensada a prestação de garantia na implantação de loteamentos pelo
Município e pelas Cooperativas Habitacionais Autogestionárias com a anuência do órgão público
responsável pela política habitacional.
§ 4º A garantia hipotecária poderá ser prestada sob a forma de segunda hipoteca nas
seguintes condições:
I - o valor do bem oferecido para a segunda hipoteca deve ser superior ao da dívida
garantida pela primeira hipoteca;
II - comprovação, pelo loteador, de que a primeira hipoteca se vincula ao financiamento
para a execução das obras do próprio loteamento e de que haja a anuência da entidade
financeira.

Art. 154. Verificada a infração de qualquer dispositivo desta Lei Complementar, o


Executivo Municipal expedirá uma notificação ao proprietário e ao seu Responsável Técnico no
sentido de ser corrigida a falha verificada dentro do prazo que for concedido, o qual não poderá
exceder de 20 (vinte) dias corridos, contados da data da ciência da notificação.
§ 1º A verificação da infração poderá ser feita a qualquer tempo, mesmo após o término
das obras.
§ 2º No caso de não cumprimento das exigências constantes da notificação dentro do
prazo concedido, será lavrado o competente auto de infração e de embargo das obras, se estas
estiverem em andamento, e aplicação de multa em ambos os casos.
§ 3º Lavrado o auto de embargo, fica proibida a continuação dos trabalhos, podendo ser
solicitado, se necessário para o cumprimento do embargo, o auxílio da força dos agentes de
segurança.

Art. 155. Da penalidade de embargo ou multa poderá o interessado recorrer, sem efeito
suspensivo, ao Executivo Municipal, dentro do prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados da data
de recebimento da notificação, desde que prove haver depositado a multa,  devendo para tanto,

62
comprovar junto a interposição do recurso, o efetivo depósito em conta específica do FMDU, da
multa que lhe foi aplicada.
Parágrafo único. No caso de provimento do recurso interposto e que no seu mérito seja
julgado que a multa aplicada é indevida, a mesma deverá ser devolvida ao recorrente com
correção pelo IGPM – FGV ou outro índice que vier a substituí-lo até a data da sua efetiva
devolução.

Art. 156. Pelas infrações das disposições dos procedimentos de parcelamento do solo
previstos neste Capítulo, sem prejuízo de outras providências cabíveis, deverão ser observadas as
sanções previstas pelo art. 219 desta Lei Complementar.

Art. 157. A documentação legal exigida nos processos de loteamentos no Município será a
prevista em Decreto do Poder Executivo, conforme art. 146 desta Lei Complementar.

Seção V - Dos Condomínios Fechados

Art. 158. São Considerados Condomínios Fechado de Lotes os empreendimentos que


formalizem a situação jurídica individual consolidada sobre os lotes, preservando a unidade do
imóvel, conforme parágrafo § 7º do Art. 2º da Lei federal 6.766/79.

Art. 159. Apenas serão permitidos os Condomínios fechados de lotes dentro do perímetro
da ZR II, sempre e quando, as glebas fizerem limite com a ZI e/ou com a linha que delimita a área
urbana estabelecida no Art. 81 desta Lei Complementar.

Art. 160. O Condomínio Fechado de Lotes deverá satisfazer aos requisitos e parâmetros
de parcelamento do solo definidos na Seção II deste Título e o Anexo 4.1 do Regime Urbanístico -
do Parcelamento do Solo desta Lei Complementar.
Parágrafo único. As edificações a serem instituídas em condomínio fechado deverão
respeitar os parâmetros de ocupação definidos no Capítulo II deste Título e no Anexo 4.2 do
Regime Urbanístico - da Ocupação do Solo desta Lei Complementar.

Art. 161. O Condomínio Fechado de Lotes deverá seguir as diretrizes de Infraestrutura


Viária previstas no Capítulo V do Título III e nos Anexo 3.2 e 3.3 das Diretrizes Viárias.

Art. 162. A área total do empreendimento não poderá ser maior que 160.000m² (cento e
sessenta mil metros quadrados), podendo ser modulado para melhor permeabilidade urbana, a
critério do Poder Executivo Municipal.

Art. 163. Os Condomínios Fechados de Lotes instituídos por esta Lei Complementar, como
medida compensatória, deverão reservar, fora dos limites intra muros do empreendimento, em
local acordado com o Município, área institucional com percentual mínimo de 5% (cinco por cento)
da área do total da gleba.
§1º Para efeitos da reserva de área institucional, não serão computadas as áreas com
tamanho inferior a 1.000m2 (mil metros quadrados).
§2º As áreas de uso público a que se refere o caput deste artigo poderão ser reservadas
em outro local, substituídas por benfeitorias ou convertidas em valor pela URMA, ou outro índice
que vier a substituí-la, para aquisição pelo Município de outras áreas, desde que qualquer uma
destas possibilidades seja de interesse do Município, baseando suas avaliações no valor de
mercado do imóvel, estipulado por 3 (três) avaliações emitidas por profissional habilitado e
registrado no respectivo conselho profissional da equipe técnica do Município.

Art. 164. A destinação de área de uso comum, em Condomínio Fechado, não poderá ser
inferior a 35% (trinta e cinco por cento) do total da gleba.

63
Parágrafo único. As áreas de uso comum não podem ser inferiores a 15% (quinze por
cento) e a malha viária mínima deverá ser de 20% (vinte por cento) do total da gleba.

Art. 165. Consideram-se obras de infraestrutura:


a) a pavimentação em blocos intertravados e meio-fio;
b) as redes de iluminação pública;
c) as redes de água, esgotos cloacais e pluviais, conforme especificações da
Concessionária do serviço ou do órgão municipal competente; e
d) a pavimentação de calçadas em materiais não derrapantes.

Art. 166. O projeto de Condomínio Fechado de Lotes deverá ser acompanhado de


memoriais descritivos e preenchimento dos quadros de áreas.

Art. 167. Serão áreas e edificações de uso privativo e de manutenção privativa do


condomínio as vias urbanas internas de comunicação, os muros, as guaritas, os serviços e obras
de infraestrutura, os equipamentos condominiais e todas as áreas e edificações que, por sua
natureza, se destinem ao uso privativo de todos os condôminos.
§1º O recolhimento dos resíduos sólidos urbanos dos condomínios é de inteira
responsabilidade dos mesmos;
§2º A iluminação condominial é de responsabilidade dos condôminos.

Art. 168. Todas as obras, coletivas ou individuais que vierem a ser edificadas no
Condomínio Fechado de Lotes deverão ser previamente submetidas à aprovação pelo setor
competente do Município, aplicando‐se a elas o regime urbanístico do empreendimento e as
normas válidas para construções naquela região, seguindo o que determina o PDDM, o Código de
Obras do Município e a legislação vigente.

Art. 169. Na instituição do Condomínio Fechado de Lotes é obrigatória a instalação de


redes e equipamentos para o abastecimento de água potável, energia elétrica, iluminação das vias
comuns, redes de drenagem pluvial e esgoto sanitários, segundo legislação específica, bem como,
de obras de pavimentação e tratamento paisagístico de áreas de uso privativo dos condôminos,
ficando sob exclusiva responsabilidade dos condôminos a manutenção das redes e equipamentos
urbanos que estiverem no interior da área condominial.

Art. 170. O Município, por seus setores competentes, fiscalizará a implantação de obras
individuais ou coletivas e, ao final das mesmas, concederá o habite-se da obra.
Parágrafo único. A não observância do caput do presente artigo acarretará multa, no caso
de obras individuais, aos proprietários e no caso de obras coletivas, aos condôminos.

Art. 171. A aprovação dada pelo Município ao projeto de lotes ficará condicionada à
assinatura de respectivo Termo de Compromisso onde o interessado se obrigará:
I - a executar, às suas expensas, no prazo fixado pelo cronograma de obras apresentado
pelo empreendedor, todas as obras constantes dos projetos aprovados, com prazo máximo de 3
(três) anos, podendo o mesmo ser prorrogado por igual período apenas uma vez;
II - a executar e colocar os marcos de alinhamento e nivelamento, os quais deverão ser
de concreto, segundo localização e padrão definidos pelo Município;
III - a permitir e facilitar a fiscalização permanente do Município durante a execução das
obras e serviços; e
IV - durante a construção do condomínio o Poder Executivo admitirá a aprovação e
execução de residências, condicionando a sua respectiva Carta de Habitação ao cumprimento dos
requisitos constantes no caput deste artigo.

64
Art. 172. Fica sob a responsabilidade do condomínio a implantação e manutenção de toda
a infraestrutura necessária por tempo indeterminado, ficando o Município isento de qualquer ônus.

Art. 173. Todos os procedimentos de aprovação e de viabilidade para condomínios


fechados serão de competência do órgão municipal e deverão ser regulamentados por Decreto do
Poder Executivo.

Art. 174. O Poder Executivo procederá à regulamentação dos requisitos e procedimentos


para a requisição, análise e aprovação ou não de Projetos de Condomínios Fechados de Lotes
através de Decreto, conforme o art.169 desta Lei Complementar.

CAPÍTULO II - DO REGIME DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 175. O regime de ocupação do solo define dispositivos de controle das edificações e
possui os seguintes parâmetros:
I - gabarito de altura - H;
II - número de pavimentos - P;
III - taxa de ocupação - TO;
IV - taxa de permeabilidade - TP;
V - recuos de afastamento - R.
§ 1º Os parâmetros de ocupação do solo são definidos por zona e constam no Anexo 4.2
do Regime Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar.

Art. 176. O gabarito de altura - H da edificação, definido no Anexo 4.2 do Regime


Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar, fica subdividido em:
I - gabarito de altura básico - Hb; e
II - gabarito de altura máxima - Hm;
§ 1º O Hb é o parâmetro que define a altura máxima que uma edificação pode alcançar
por zona.
§ 2º O Hm é o parâmetro que define a altura máxima que uma edificação pode alcançar,
por zona, através do potencial construtivo adicional (PCA) associado à contrapartida financeira
estabelecida pela Outorga Onerosa do Direito de Construir, prevista pelo art. 256 no Capítulo I do
Título V - Dos Instrumentos de Política Urbana e de Gestão Ambiental.
§ 3º A contrapartida financeira apenas é aplicada a partir do primeiro pavimento cujo
nível seja superior ao gabarito de altura básico - Hb estabelecido.
§ 4º Os gabaritos de alturas têm como base a Referência de Nível - RN estabelecida em
projeto, conforme previsto no Art. 177.
§ 5º A altura máxima da edificação, seja aplicando o gabarito Hb ou gabarito Hm, poderá
ser acrescida em 2m (dois metros) para definição do ponto máximo do telhado ou platibanda.
§ 6º O gabarito de altura - H é condicionado ao número de pavimentos, conforme
previsto no art. 179.

Art. 177. Para os fins do disposto neste PDDM, a referência de nível - RN é definida em
qualquer ponto do terreno natural para determinação da volumetria máxima da edificação ou
trecho da mesma.
Parágrafo único. A distância vertical entre a RN e o Perfil Natural do Terreno - PNT não
poderá, em qualquer ponto do terreno, ser superior a 4m (quatro metros).

Art. 178. Para os fins do disposto neste PDDM, o nível do pavimento térreo não poderá
exceder a cota de 1m (um metro) acima do nível médio entre as cotas das extremidades da
testada do lote, quando o desnível da testada for menor ou igual a 2m (dois metros).

65
§ 1º Quando o desnível na testada do lote for superior a 2m (dois metros), o piso do
pavimento térreo poderá estar situado em qualquer cota intermediária entre os níveis mais
elevado e mais baixo.
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo também será aplicado aos casos de desníveis
superiores a 2m (dois metros) em relação à profundidade do lote.
§ 3º Nos casos de terrenos com declive ou aclive superior a 50% (cinquenta por cento)
em relação ao logradouro ou aos imóveis contíguos, o nível do pavimento térreo será definido caso
a caso pelo Grupo Técnico de Monitoramento e Avaliação do Plano Diretor.
§ 4º O Grupo Técnico de Monitoramento e Avaliação do Plano Diretor também apreciará,
para os fins de definição do pavimento térreo, os casos que se enquadrem nas seguintes
hipóteses:
I - áreas sujeitas a alagamento;
II - restrição à construção de subsolo em terrenos contaminados e, quando exigido por
órgão ambiental competente; e
III - lençol freático em níveis próximos ao perfil do terreno.

Art. 179. O número de pavimentos - P da edificação é o parâmetro que condiciona a


quantidade de pavimentos através do gabarito de altura - H, conforme definido no Anexo 4.2 do
Regime Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar.
§ 1º O parâmetro de número de pavimentos - P fica subdividido em:
I - número de pavimentos para o gabarito de altura básico - Pb; e
II - número de pavimentos para o gabarito de altura máxima - Pm;
§ 2º O Pb é o parâmetro que define o número de pavimentos que uma edificação pode
conter por zona.
§ 3º O Pm é o parâmetro que define o número máximo de pavimentos que uma
edificação pode conter, por zona, através do potencial construtivo adicional (PCA) associado à
contrapartida financeira estabelecida pela Outorga Onerosa do Direito de Construir prevista no Art.
256 desta Lei Complementar..
§ 4º As edificações que constituírem volumetrias do tipo base-torre, poderão instituir um
pavimento adicional exclusivamente para estacionamentos incluso à base, o qual não será
computado no número de pavimentos desde que a base não ultrapasse o gabarito de altura de
10m.
§ 5º Mezaninos serão considerados pavimentos quando tiverem acesso direto por
elevador ou, ainda, quando possuírem área maior que um terço (1/3) da área do pavimento
subdividido.
§ 6º Pavimentos da edificação situados abaixo da referência de nível - RN ou do
considerado nível do pavimento térreo são considerados pavimentos de subsolo, não sendo estes
considerados para o cômputo previsto no § 1º deste artigo.

Art. 180. A Taxa de Ocupação - TO, definida no Anexo 4.2 do Regime Urbanístico -
Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar, é o parâmetro que relaciona as
projeções máximas de construção e as áreas de lote sobre as quais acedem as construções.
§ 1º A TO deve ser aplicada ao nível do solo, do subsolo e no espaço aéreo do lote.
§ 2º A ocupação em subsolo nunca deve coincidir com a área reservada para a TP.
§ 3º Não serão computáveis para o cálculo da taxa de ocupação os casos de reforma ou
restauro de áreas preservadas e recuperadas das edificações tombadas ou arroladas como
Patrimônio Cultural do Município.
§ 4º Em edificações regulares existentes anteriormente à vigência deste PDDM que não
observem as normas relativas à TO previstas, são permitidas obras de reformas, desde que
mantida a projeção da edificação existente.
§ 5º Em edificações regulares existentes anteriormente à vigência deste PDDM que não
observem as normas relativas à TO previstas, são permitidas obras de ampliações, desde que
respeite os parâmetros de ocupação desta Lei Complementar.

66
Art. 181. A Taxa de Permeabilidade – TP, prevista no Anexo 4.2 do Regime Urbanístico -
Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar, é o parâmetro que reserva parte ou
partes do lote para possibilitar a recarga do lençol freático e auxiliar na drenagem das águas
pluviais, diminuindo a sobrecarga do sistema público de drenagem existente.
§ 1º Será considerada área permeável qualquer parte do terreno não construída e/ou não
pavimentada que permita a infiltração de água no solo e que seja dotada, total ou parcialmente,
de vegetação.
§ 2º A área permeável será exigida para aprovação de qualquer projeto de novas
edificações e reformas.
§ 3º Caso sejam utilizados elementos de concreto tipo piso-grama, piso cimentício
drenante ou qualquer outro tipo que reduza a área permeável, deverá ser apresentado um laudo
do fabricante indicando o percentual de permeabilidade do pavimento utilizado.
§ 4º Na utilização do disposto no § 3º deste artigo, caso não seja apresentado um laudo
do fabricante especificando o percentual de permeabilidade do pavimento utilizado, será
considerado:
I - para pavimentação com blocos de concreto do tipo intertravado a permeabilidade de
10% (dez por cento);
II - para pavimentação com blocos de concreto do tipo intertravado permeável (poroso) a
permeabilidade de 20% (vinte por cento); e
III - para pavimentação com blocos vazados (piso-grama) será considerada a
permeabilidade de 50% (cinquenta por cento).
§ 5º A exigência da TP deverá ser cumprida na apresentação de projetos de construções,
reformas ou ampliações de todos os imóveis novos ou existentes.
§ 6º Nos casos de reformas ou restauros, ficam isentas do cumprimento da TP as
edificações identificadas como Patrimônio Cultural do Município, tombadas ou arroladas.
§ 7º Em imóveis sobre lotes com área de até 500m² (quinhentos metros quadrados),
regularizados anteriormente à vigência desta Lei Complementar e que não observem as normas
relativas à TP nela prevista, são permitidas obras de reformas, desde que mantida ou ampliada a
TP existente.
§ 8º Em imóveis sobre lotes com área superior a 500m² (quinhentos metros quadrados),
regularizados anteriormente à vigência desta Lei Complementar e que não observem as normas
relativas à TP nela prevista, serão permitidas reformas, desde que cumpridas as exigências do Art.
190.

Art. 182. Os recuos de afastamento - R da edificação, definidos no Anexo 4.2 do Regime


Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar, ficam subdivididos em:
I - recuos frontais - R-F; e
II - recuos laterais - R-L, incluindo fundos.
§ 1º Para R-F o projeto da edificação deve observar as seguintes regras de aplicação:
I - os R-F terão dimensão mínima de 3m (três metros), excetuando aqueles identificados
no Anexo 4.2 do Regime Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar
cujos casos identificados são descritos nos incisos II, III e IV deste parágrafo;
II – os lotes localizados nas Zonas Mista I e II (ZM I e II), na Zona Mista de Interesse
cultural (ZMIC) e na Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC) poderão isentar-se do R-F,
construindo a edificação obrigatoriamente no alinhamento ou adotar o recuo mínimo de 3m;
III - é assegurada, em todos os lotes de meio de quadra, uma faixa mínima edificável de
10m (dez metros) sobre sua profundidade, independentemente do recuo frontal, a fim de garantir
a edificabilidade do lote; e
IV - para os lotes de esquina, deverão ser considerados R-F de 3m em ambas testadas.
§ 2º Os R-L poderão ser dispensados:
I - quando o lote vizinho apresentar edificação encostada na divisa do lote, conforme
análise caso a caso pelo Poder executivo Municipal, através de seu órgão competente; e

67
II - em terrenos que tenham declividade com área igual ou menor a 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) ou frente menor ou igual que 8m (oito metros).
§ 3º Para aplicação do disposto no inciso II do § 2º deste artigo, será considerada a
situação fática das edificações, em que será obrigatório o alinhamento de gabarito entre a nova
edificação e a existente.
§ 4º Devem ser observadas as faixas de domínio e faixas non aedificandi das Estradas
Vicinais e Rodovias de acordo com legislação específica e conforme responsabilidade de operação
pelo Município ou Estado ou União, sendo que estas não serão consideradas R-F.

Art. 183. No R-F obrigatório serão admitidas:


I - guaritas construídas com materiais leves, pré-fabricadas, alvenaria ou erguidas no
local, desde que adequadamente integradas às vedações referidas no Inciso VI deste artigo, com
área fechada igual ou inferior a 5m² (cinco metros quadrados), correspondente a, no máximo, 5%
(cinco por cento) da área do recuo para ajardinamento, garantindo um mínimo de 2m² (dois
metros quadrados);
II - toldos, acessos cobertos, marquises, beirais e abas, de acordo com o Código de Obras
do Município e legislações de proteção contra incêndios;
III - piscinas com altura máxima de 60cm (sessenta centímetros) em relação ao PNT;
IV - coberturas independentes da edificação nos projetos que promovam qualificação e
integração do espaço público com o privado para passagem de pedestres;
V - muros de arrimo decorrentes dos desníveis naturais dos terrenos;
VI - vedações nos alinhamentos, desde que utilizados elementos construtivos onde
predominem os espaços vazios;
VII - muros laterais com até 2m (dois metros) em relação ao PNT;
VIII - muros no alinhamento, escadarias ou rampas de acesso, quando necessários pela
conformação do terreno, até 80cm (oitenta centímetros) acima do PNT frontal e lateral;
IX - muros no alinhamento ou nas divisas laterais com altura de até 2m (dois metros) em
relação ao PNT, nos terrenos baldios e nas edificações destinadas a estabelecimentos de ensino
formal.
X - somente será permitida a regularização de edificações que estiverem no recuo de
ajardinamento para os casos em que houver efetiva comprovação de sua existência a mais de 15
(quinze) anos, contados da data da publicação desta Lei Complementar.
§ 1º Na hipótese do inciso IX deste artigo, o muro não caracteriza direito adquirido para
construções futuras.
§ 2º Todas as admissões previstas nos incisos deste artigo serão, quando construídas,
consideradas no cômputo da TO e, quando pertinente, da TP.

Art. 184. Quando os R-F forem absorvidos por alargamentos viários, o Município poderá
dispensar o mesmo para construções posteriores.

Art. 185. São previstos R-F e R-L obrigatórios para os pavimentos superiores de
edificações de acordo com gabarito de altura - H previsto no Anexo 4.2 do Regime Urbanístico -
Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar.
§ 1º Os R-F e R-L dos pavimentos superiores citados no caput deverão ser livres de
construções e não poderão ser inferiores a 12% (doze por cento) da altura da edificação ou o
mínimo previsto no Anexo 4.2 do Regime Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei
Complementar.
§ 2º Quando a edificação for constituída de dois ou mais volumes distintos, os
afastamentos serão medidos em função da altura de cada volume, com relação ao trecho da divisa
que lhe corresponder.

Art. 186. Quanto aos balanços sobre recuos:

68
I - é permitida a construção de beirais, marquises e abas, desde que observem as
disposições do Código Municipal de Obras e legislações de proteção contra incêndios;
II - será permitida, sobre os R-L, a construção de sacadas em balanço, até o máximo de
1,50m (um metro e cinquenta centímetros), desde que não ocupem mais de 50% (cinquenta por
cento) de cada fachada do pavimento correspondente e garantam um afastamento mínimo das
divisas de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros).

Art. 187. Não são permitidos balanços de edificações sobre os alinhamentos dos
logradouros públicos.

Art. 188. Em edificações regulares existentes anteriormente à data de vigência desta Lei
Complementar e que não observem as normas relativas aos recuos mínimos são permitidas obras
de reformas, desde que mantida a volumetria sem qualquer tipo de ampliação ou, ainda, serão
permitidas ampliações, desde que respeite os parâmetros do regime de ocupação do solo desta Lei
Complementar.

Art. 189. As construções em subsolo, inclusive nas áreas ocupadas por circulação,
manobras e estacionamentos de veículos, quando ultrapassarem mais de 6m (seis metros) de
profundidade em relação ao PNT deverão observar R-F e R-L obrigatórios nas mesmas
determinações para pavimentos superiores definidas pelo Art. 183 desta Lei Complementar.

Art. 190. Nos processos de licenciamentos de edificações novas ou de reformas com


alterações de áreas construídas superiores a 20% (vinte por cento), em lotes com área superior a
500m² (quinhentos metros quadrados), é obrigatória a reserva de águas pluviais provenientes das
coberturas das edificações para fins de usos não potáveis.
§ 1º Ficam isentos do previsto no caput os processos de licenciamentos de edificações
novas ou de reformas que não ultrapassem 50% da TO sobre a área do lote.
§ 2º O volume mínimo obrigatório de reserva de águas de que trata o caput deste artigo
será calculado de acordo com as seguintes fórmulas:
I - no caso de coberturas impermeáveis Vri = 16,00 × ACi onde:
a) Vri é o volume mínimo de reserva para aproveitamento de águas pluviais provenientes
de coberturas impermeáveis em litros; e
b) ACi é a área de cobertura impermeável em metros quadrados;
II - no caso de coberturas verdes Vrv = 5,4 × ACv onde:
a) Vrv é o volume mínimo de reserva para aproveitamento de águas pluviais provenientes
de coberturas verdes em litros; e
b) ACv é a área de cobertura verde em metros quadrados.
§ 3º No caso de coberturas mistas com parte impermeável e parte verde, o volume
mínimo de reserva de que trata o caput deste artigo será calculado à partir da soma dos volumes
mínimos parciais, sendo estes obtidos conforme equações de seu § 1º e pela fórmula Vrm = Vri +
Vrv onde:
a) Vrm é o volume mínimo de reserva para aproveitamento de águas pluviais
provenientes de coberturas mistas em litros;
b) Vri é volume mínimo de reserva para aproveitamento de águas pluviais provenientes
de coberturas impermeáveis, em litros; e
c) Vrv é o volume mínimo de reserva para aproveitamento de águas pluviais provenientes
de coberturas verdes em litros.
§ 4º O sistema de captação para reserva de que trata o caput deste artigo deverá ser
provida de grelhas ou outro dispositivo para retenção de material sólido, tais como, mas não
somente, folhas, pedaços de madeiras, restos de papel e corpos de pequenos animais, além de
dispositivo de descarte de água pluvial inicial de chuvas, cujo o reservatório seja devidamente
fechado e limpo.

69
§ 5º As águas captadas provenientes das coberturas das edificações, poderão ser
utilizadas apenas para fins não potáveis.

CAPÍTULO III - DO REGIME DO USO DO SOLO

Art. 191. Os usos e atividades no Município são classificados em categorias, sendo


permitidos, condicionados ou não permitidos de acordo com a Zona em que se localiza o imóvel,
conforme Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei
Complementar.
§ 1º Para os usos condicionados será aplicado o Estudo para Uso Condicionado ao
Impacto de Vizinhança, previsto no art. 274 desta Lei Complementar.
§ 2º Serão exigidos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) para atividades específicas
previstas no art. 276 desta Lei Complementar.
§ 3º As atividades enquadradas ao EIV serão isentas do previsto no § 1º deste artigo.
§ 4º As atividades permitidas ou condicionadas após regularização junto ao Cadastro
Municipal, indicadas pelo Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas
desta Lei Complementar, são aquelas cuja instalação dependem que o imóvel esteja devidamente
cadastrado junto ao Cadastro Técnico Municipal em nome do solicitante ou com a permissão do
mesmo.

Art. 192. O uso do solo no Município de Alegrete se classifica em duas categorias:


I - categoria de Uso Residencial – R, que envolve a moradia de um indivíduo ou grupo de
indivíduos; e
II - categoria de Uso não Residencial – nR, que envolve o desenvolvimento de atividades
comerciais, de serviços, industriais ou institucionais.
§ 1º A categoria de uso NR é dividida em subcategorias, tendo como referência sua
natureza e os parâmetros de incomodidade estabelecidos nesta lei.
§ 2º É admitida a instalação, no mesmo lote ou edificação, de mais de uma categoria ou
subcategoria de uso, bem como a combinação de usos residenciais e não residenciais.
§ 3º Decreto Municipal deverá regulamentar as categorias e subcategorias previstas no
caput deste artigo e de acordo com o previsto na Seção I e II deste Título.

Seção I - Dos Usos Residenciais R

Art. 193. A categoria de Uso Residencial – R, tendo como referência a unidade


habitacional, divide-se nas seguintes subcategorias:
I - R1 que é constituída de 1 (uma) unidade habitacional por lote;
II - R2 que é constituída de conjunto de duas ou mais unidades habitacionais, agrupadas
horizontalmente ou superpostas, e todas com entrada independente com frente para a via oficial
de acesso ou em condomínio, sendo este subdividido em:
a) casas geminadas, que são o conjunto de unidades habitacionais agrupadas
horizontalmente, todas com frente e acesso independente para a via oficial de circulação;
b) casas superpostas, que são duas unidades habitacionais agrupadas verticalmente no
mesmo lote, com frente e acesso independente para a via oficial de circulação; e
c) conjunto residencial horizontal que é aquele constituído em condomínio por casas
isoladas, geminadas ou superpostas, com acesso independente a cada unidade habitacional por
via particular de circulação de veículos ou de pedestres, internas ao conjunto, ficando vedado o
acesso direto pela via oficial de circulação;
III - R3 que é constituída de conjunto com mais de duas unidades habitacionais,
agrupadas verticalmente em edifícios de apartamentos ou conjuntos residenciais verticais com
áreas comuns.
§ 1º Serão considerados conjunto residencial horizontal, previsto na alínea “c” do inciso
II, os conjuntos que tenham mais de 10 (dez) unidades de moradia, cujo terreno tenha área

70
superior a 2.000m² (dois mil metros quadrados) até 10.000m² (dez mil metros quadrados) e que
possua área de lazer para uso comum dos habitantes que corresponda, no mínimo, a 20% (vinte
por cento) da Taxa de Ocupação Efetiva.
§ 2º Para o caso de conjunto residencial horizontal, quando as unidades de moradia
forem dispostas de forma seriada no terreno, deverá ser reservado um acesso intermediário para
passagem, com largura mínima de 6m (seis metros).
§ 3º A pavimentação, a iluminação, as redes elétricas e hidráulicas, bem como a
conservação das vias internas, e demais infraestruturas internas existentes do conjunto residencial
horizontal serão de exclusiva responsabilidade dos proprietários do terreno onde será
implementado o respectivo conjunto.
§ 4º Para o conjunto residencial horizontal será permitida a construção de um terceiro
pavimento se o térreo for destinado exclusivamente a garagens de veículos, não sendo
considerado o térreo como pavimento para fins de regime de ocupação do solo.

Seção II - Dos Usos não Residenciais - nR

Art. 194. A categoria de uso nR compreende atividades de comércio e serviços,


industriais, institucionais e de infraestrutura que, tendo como referência sua natureza e os
parâmetros de incomodidade estabelecidos neste PDDM, divide-se nas seguintes subcategorias:
I - nRA que é caracterizada pelo uso não residencial ambientalmente compatível com o
equilíbrio ecológico;
II - nR1 que é caracterizada pelo uso não residencial compatível com a vizinhança
residencial;
III - nR2 que é caracterizada pelo uso não residencial tolerável à vizinhança residencial;
IV - nR3 que é caracterizada pelo uso não residencial especial ou incômodo à vizinhança
residencial;
V - nR4 que é caracterizada pelo uso não residencial não tolerável à vizinhança
residencial;
VI – nR5 que é caracterizada pelo uso não residencial não tolerável à área urbana do
Município; e
VII - INFRA que é caracterizada por edificações, equipamentos ou instalações acima do
nível do solo ou que tenha permanência humana, necessários aos serviços de infraestrutura de
utilidade pública relacionados ao saneamento básico, gestão de resíduos sólidos, transporte de
passageiros e de cargas, distribuição de gás, produção e distribuição de energia elétrica, redes de
telecomunicações, redes de dados e fibras óticas e outros serviços de infraestrutura de utilidade
pública.
§ 1º As atividades não listadas neste PDDM poderão ser enquadradas, após análise e
parecer favorável do Poder Executivo, em uma categoria de uso, desde que atendam a todos os
parâmetros e características da respectiva subcategoria.
§ 2º Os grupos de atividades existentes em cada subcategoria de uso deverão ser
regulamentados por Decreto do Poder Executivo, conforme previsto no art. 192 desta Lei
Complementar.

Art. 195. Classificam-se na subcategoria de uso nRA os seguintes grupo de atividades:


I - nRA-1 caracterizada por atividades de pesquisa e educação ambiental com
empreendimentos realizados por períodos de tempo limitados e em instalações ou territórios
específicos, tais como pesquisa científica, educação ambiental, entre outros congêneres;
II - nRA-2 caracterizada por atividades regularmente realizadas no meio rural ou ligadas
às atividades rurais voltadas ao cultivo com compatibilidade em meio urbano;
III - nRA-3 caracterizada por atividades regularmente realizadas no meio rural ou ligadas
às atividades rurais voltadas ao cultivo e à criação que sejam toleradas em meio urbano;
IV - nRA-4 caracterizada pelo ecoturismo e pelo lazer com atividades cujo
desenvolvimento se relaciona à conservação de condições ambientais específicas; e

71
V - nRA-5 caracterizada por locais de reuniões ou de eventos ambientalmente compatíveis
com estabelecimentos destinados às feiras, exposições ou shows com natureza social, esportiva,
ecoturística e/ou de lazer e que sejam ambientalmente compatíveis com o equilíbrio ecológico.
§ 1º As atividades das subcategorias de uso nRAs têm suas instalações permitidas,
condicionadas ou não permitidas de acordo com a Tabela 2 do Anexo 4.3 do Regime Urbanístico -
dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar;
§ 2º As atividades nRA2 e nRA3 deverão cumprir os Parâmetros de Incomodidade
previsto no art. 203 desta Lei Complementar.
§ 3º As atividades nRA2 e nRA3 deverão estar enquadradas de acordo com o porte do
empreendimento, o potencial poluidor da atividade (normatizados pelas Resoluções do CONSEMA -
Conselho Estadual do Meio Ambiente - quando houver classificação) e deverão cumprir a
normatização da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - sobre a utilização de produtos
compatíveis à área urbana, conforme Tabela 3 do Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e
Atividades Permitidas desta Lei Complementar.
§ 4º As atividades nRA2 e nRA3 estão restritas às atividades que se enquadrem como
Microempreendedor Individual e Empresa de Pequeno Porte como Empreendimento Familiar Rural,
nos termos da Lei Federal 11.326/06; ou como Empreendimento Econômico Solidário, nos termos
do Decreto Federal 7.358/10, ou outras que vierem a substituí-las.

Art. 196. Classificam-se na subcategoria de uso nR1 os seguintes grupos de atividades:


I - Comércio compatível com a vizinhança residencial, subdividido em:
a) nR1-1: o comércio de alimentação de pequeno porte de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) de área construída; e
b) nR1-2: o comércio diversificado de pequeno porte com estabelecimentos de venda
direta ao consumidor de produtos relacionados ou não ao uso residencial com até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) de área construída.
II - Serviços e reuniões de pessoas compatíveis com a vizinhança residencial, subdivididos
em:
a) nR1-3: os serviços de saúde de pequeno porte com estabelecimentos destinados ao
atendimento à saúde da população, sem unidade de pronto atendimento médico;
b) nR1-4: os serviços pessoais com estabelecimentos destinados à prestação de serviços
pessoais de pequeno porte;
c) nR1-5: os serviços profissionais com estabelecimentos destinados à prestação de
serviços de profissionais liberais, técnicos ou universitários ou de apoio ao uso residencial;
d) nR1-6: os serviços técnicos de confecção ou manutenção com estabelecimentos
destinados à prestação de serviços técnicos de reparo ou de apoio ao uso residencial;
e) nR1-7: os serviços de educação com estabelecimentos destinados ao ensino pré-
escolar ou à prestação de serviços de apoio aos estabelecimentos de ensino seriado e não seriado
com até 1.000m² (mil metros quadrados) de área construída;
f) nR1-8: as associações comunitárias, culturais e esportivas de caráter local, com até
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;
g) nR1-9: os serviços públicos sociais de pequeno porte com atividades públicas de uso
coletivo prestadas pelo Poder Público, conveniadas à rede pública ou declaradas de interesse
público, que integrem as políticas de diferentes setores voltadas à efetivação e universalização de
direitos sociais, cuja instalação seja compatível com a vizinhança residencial, tais como,
estabelecimentos destinados à educação e cuidados de alunos com necessidades especiais,
unidades de saúde e assistência social de âmbito local, entre outros congêneres;
h) nR1-10: os serviços da administração e serviços públicos de pequeno porte com
atividades prestadas pela Administração Pública direta ou indireta que visam à gestão dos recursos
públicos ou à prestação de serviços públicos não enquadrados como sociais, cuja instalação seja
compatível com a vizinhança residencial, exceto instituições financeiras;
i) nR1-11: os serviços de hospedagens ou moradias;

72
j) nR1-12: os locais de reuniões ou de eventos de pequeno porte com até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;
k) nR1-13: os locais de culto com até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
de área construída; e
l) nR1-14: serviços de instituições financeiras de pequeno porte, tais como
correspondentes bancários, casas lotéricas e correlatos, com área construída de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros).
§1º Nas subdivisões em que são previstos os limites de áreas construídas, estas se
referem à área total da atividade, independentemente de eventuais combinações de usos
residenciais.
§2º Em empreendimentos que utilizam áreas abertas para complementar sua atividade,
essas áreas não construídas deverão ser computadas no cálculo para classificação.

Art. 197. Classificam-se na subcategoria de uso nR2 os seguintes grupos de atividades:


I - Comércio tolerável à vizinhança residencial, subdividido em:
a) nR2-1: o comércio de alimentação de médio porte, com até 750m² (setecentos e
cinquenta metros quadrados) de área construída, englobando o comércio associado a diversões; e
b) nR2-2: o comércio diversificado de médio porte e especializado, com até 750m²
(setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;
II - Serviços e reuniões de pessoas toleráveis à vizinhança residencial, subdivididos em:
a) nR2-3: os serviços de saúde de médio porte com estabelecimentos de médio porte
destinados ao atendimento à saúde da população, com área construída menor que 7.500m² (sete
mil e quinhentos metros quadrados);
b) nR2-4: os estabelecimentos de ensino seriado com estabelecimentos destinados ao
ensino pré-escolar, ensino fundamental e médio da educação formal e a instituições de ensino
superior com até 2.500 m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área construída;
c) nR2-5: os estabelecimentos de ensino não seriado com estabelecimentos destinados ao
ensino complementar, aos cursos profissionalizantes ou de aperfeiçoamento, a prestação de
serviços de apoio aos estabelecimentos de ensino seriado ou não, ou à educação informal em
geral, com até 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área construída;
d) nR2-6: os serviços públicos sociais de médio porte com atividades públicas de uso
coletivo prestadas pelo Poder Público, conveniadas à rede pública ou declaradas de interesse
público, que integrem as políticas de diferentes setores voltadas à efetivação e universalização de
direitos sociais, cuja instalação possa ser tolerada pela vizinhança residencial, tais como,
estabelecimentos de saúde e assistência social de âmbito regional;
e) nR2-7: os serviços da administração e serviços públicos de médio porte com atividades
prestadas pela Administração Pública direta ou indireta que visam à gestão dos recursos públicos
ou à prestação de serviços públicos não enquadrados como sociais, cuja instalação possa ser
tolerada pela vizinhança residencial, exceto instituições financeiras;
f) nR2-8: serviços de instituições financeiras de médio porte, tais como agências
bancárias, bancos e correlatos, com área construída superior a 250m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados);
g) nR2-9: as oficinas e estabelecimentos destinados a prestação de serviços mecânicos,
de reparos em geral e de confecção ou similares, de pequeno porte com área construída de até
150m² (cento e cinquenta metros quadrados), exceto postos de abastecimentos de veículos;
i) nR2-10: os serviços de lazer, cultura e esportes;
j) nR2-11: os locais de reuniões ou eventos de médio porte com até 750 m² (setecentos e
cinquenta metros quadrados) de área construída;
k) nR2-12: as associações comunitárias, culturais e esportivas de caráter local, com até
750 m² (setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída; e
l) nR2-13: os locais de culto com até 750m² (setecentos e cinquenta metros quadrados)
de área construída;
III - Indústria Inócua ou tolerável à vizinhança residencial, subdividida em:

73
a) nR2-14: as Indústrias de Confecções de artigos de vestuário e acessórios que não
utilizem processos de tingimento de fibras ou tecidos;
b) nR2-15: as Indústrias de fabricação de artefatos de papel que sejam potencialmente
geradoras de ruídos e vibrações compatíveis com o uso residencial;
c) nR2-16: as Indústrias de fabricação de equipamentos de comunicações cuja
incomodidade esteja vinculada aos processos de montagem, não sendo processada qualquer
operação de transformação de materiais;
d) nR2-17: as Indústrias de fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de
informática cuja incomodidade esteja vinculada aos processos de montagem, não sendo
processada qualquer operação de transformação de materiais;
e) nR2-18: as Indústrias de fabricação de equipamentos de instrumentação médico-
hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial,
cronômetros e relógios cuja incomodidade esteja vinculada aos processos de montagem, não
sendo processada qualquer operação de transformação de materiais;
f) nR2-19: as indústrias de beneficiamento e aparelhamento de bens minerais não
metálicos e fabricação de artefatos de materiais minerais não metálicos de concreto e de gesso
com área construída de até 250 m²(duzentos e cinquenta metros quadrados);
g) nR2-20: as indústrias de fabricação de produtos alimentícios e bebidas, incluindo
artesanais, estabelecimentos destinados a fabricação e preparação de produtos alimentícios, de
produtos de carnes, laticínios, de padaria, dentre outros congêneres, com área construída de até
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), cujo potencial poluidor, em especial de odores,
seja passível de controle tecnológico;
h) nR2-21: as Indústrias de fabricação de produtos têxteis com operações de fiação e
tecelagem, sem beneficiamento e tingimento de fibras têxteis ou tecidos; e
i) nR2-22 as Indústrias de edição, impressão e reprodução de gravações de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados);
j) nR2-23: as indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro,
artigos de viagem e calçados sem operações de curtimento com área construída de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados);
k) nR2-24: as indústrias de fabricação de produtos de plástico com área construída de até
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);
l) nR2-25: as indústrias de fabricação de produtos de madeira com área construída de até
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);
m) nR2-26: as indústrias de fabricação de peças e acessórios para veículos automotores
através de montagem, ou seja, que não envolvam transformação de matérias primas com área
construída de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);
n) nR2-27: as indústrias de fabricação de móveis com baixo potencial de poluição do meio
ambiente com área construída de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);
o) nR2-28: as indústrias de fabricação de produtos artesanais com a utilização de
produtos químicos, tolerável à vizinhança residencial, com área construída de até 150m² (cento e
cinquenta metros quadrados).
§1º Nas subdivisões em que são previstos os limites de áreas construídas, estas se
referem à área total da atividade, independentemente de eventuais combinações de usos
residenciais.
§2º Em empreendimentos que utilizam áreas abertas para complementar sua atividade,
essas áreas não construídas deverão ser computadas no cálculo para classificação.
§ 3º Poderão ser enquadrados no grupo de atividades da indústria inócua,
independentemente do tipo de atividade, os estabelecimentos industriais nos quais não seja
processada qualquer operação de fabricação, mas apenas de montagem.

Art. 198. Classificam-se na subcategoria de uso nR3 os seguintes grupos de atividades:


I - Comércio especial ou incômodo à vizinhança residencial, subdividido em:

74
a) nR3-1: o comércio de alimentação de grande porte, com área superior a 750m²
(setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída, englobando comércio associado à
diversão;
b) nR3-2: o comércio diversificado de grande porte e especializado, com área superior a
750 m² (setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída; e
c) nR3-3: o comércio de abastecimento de âmbito local, com área construída de até 750
m² (setecentos e cinquenta metros quadrados);
II - Serviços e reunião de pessoas especial ou incômodo à vizinhança residencial,
subdividido em:
a) nR3-4: as oficinas e estabelecimentos destinados à prestação de serviços mecânicos,
de reparos em geral e de confecção ou similares, incluindo os postos de abastecimento de
veículos;
b) nR3-5: os edifícios-garagem;
c) nR3-6: o serviço público social especial com atividades públicas de uso coletivo
prestadas pelo Poder Público, conveniadas à rede pública ou declaradas de interesse público, que
integrem as políticas de diferentes setores voltadas à efetivação e universalização de direitos
sociais e que, pelo porte ou caráter especial da atividade, possam causar impactos ao seu entorno,
tais como, serviços sociais com área construída superior a 2.500m² (dois mil e quinhentos metros
quadrados) e de saúde com área construída superior a 7.500m² (sete mil e quinhentos metros
quadrados), dentre outros congêneres;
d) nR3-7: os locais de reuniões ou eventos de grande porte com área superior a 750 m²
(setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;
e) nR3-8: os locais de culto com área superior a 750 m² (setecentos e cinquenta metros
quadrados) de área construída;
f) nR3-9: os serviços de saúde de grande porte com estabelecimentos de grande porte
destinados ao atendimento à saúde da população, com área construída igual ou superior a
7.500m² (sete mil e quinhentos metros quadrados);
g) nR3-10: os serviços de educação, de grande porte, seriado e não seriado e a prestação
de serviços de apoio aos estabelecimentos de ensino, englobando todos os níveis e modalidades
com mais de 2.500 m2 (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área construída;
h) nR3-11: as centrais de armazenamento com distribuição de cargas com dimensões de
até 1.500m² (mil e quinhentos metros quadrados) de área construída total, exceto silos; e
i) nR3-12: os serviços de armazenamento e guarda de bens móveis com espaços ou
estabelecimentos destinados à venda ou guarda de mercadorias em geral, máquinas ou
equipamentos e guarda de móveis de até 750 m² (setecentos e cinquenta metros quadrados) de
área construída e estacionamentos com até 40 vagas para automóveis;
nR3-13: usos especiais, tais como call center, data center, centros de produção
cinematográfica, e outros;
nR3-14: as associações comunitárias, culturais e esportivas com área construída superior
a 750m² (setecentos e cinquenta metros quadrados).
III - Indústria Inócua especial ou incômodo à vizinhança residencial, subdividido em:
a) nR3-15: as indústrias de beneficiamento e aparelhamento de bens minerais não
metálicos e fabricação de artefatos de materiais minerais não metálicos de concreto e gesso, com
até 500m² (quinhentos metros quadrados) de área construída;
b) nR3-16: as indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro,
artigos de viagem e calçados sem operações de curtimento, com até 750m2 (setecentos e
cinquenta metros quadrados) de área construída;
c) nR3-17: as indústrias de fabricação de produtos de plástico com estabelecimentos
destinados à fabricação de laminados plásticos, artefatos diversos de materiais plásticos,
potencialmente geradores de emissão de odores, ruídos e efluentes líquidos, passíveis de
tratamento, com até 750m2 (setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;
d) nR3-18: as Indústrias de fabricação de produtos de madeira, com até 750m2
(setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;

75
e) nR3-19: as indústrias de fabricação de peças e acessórios para veículos automotores e
indústrias de montagem que não envolvam transformação de matérias primas, com até 750m2
(setecentos e cinquenta metros quadrados) de área construída;
f) nR3-20: as indústrias de fabricação de móveis com baixo potencial de poluição do meio
ambiente, com área construída de até 1.000m² (mil metros quadrados), com geração de material
particulado, emissão de ruídos e de incômodos ao uso residencial passíveis de serem controlados;
g) nR3-21: as indústrias de edição, impressão e reprodução de gravações, com área
construída de até 750 m² (setecentos e cinquenta metros quadrados); e
h) nR3-22: as indústrias de fabricação de produtos alimentícios e bebidas, incluindo
artesanais, estabelecimentos destinados a fabricação e preparação de produtos alimentícios, de
produtos de carnes, laticínios, de padaria, dentre outros congêneres, com área construída de até
500m² (quinhentos metros quadrados), cujo potencial poluidor, em especial de odores, seja
passível de controle tecnológico.
§1º Nas subdivisões em que são previstos os limites de áreas construídas, estas se
referem à área total d de usos residenciais.
§2º Em empreendimentos que utilizam áreas abertas para complementar sua atividade,
essas áreas não construídas deverão ser computadas no cálculo para classificação.

Art. 199. Classificam-se na subcategoria de uso nR4 os seguintes grupos de atividades:


I - Comércio não tolerável à vizinhança residencial nR4-1: os comércios de abastecimento
com dimensões superiores a 750 m² (setecentos e cinquenta metros quadrados) de área
construída;
II - Serviços e reunião de pessoas não tolerável à vizinhança residencial, subdividido em:
a) nR4-2: as centrais de armazenamento com distribuição de cargas com dimensão
superior a 1.500m² (mil quinhentos metros quadrados) de área construída total;
b) nR4-3: os serviços de armazenamento e guarda de bens móveis com espaços ou
estabelecimentos destinados à venda ou guarda de mercadorias em geral, máquinas ou
equipamentos e guarda de móveis, com dimensões superiores a 500m² (quinhentos metros
quadrados) de área construída; e
c) nR4-4: os cemitérios e crematórios.
III - Uso Industrial não tolerável à vizinhança residencial e subdividido em:
a) nR4-5: as indústrias de fabricação de produtos alimentícios e bebidas com
estabelecimentos destinados à preparação de alimentos, conservas, produtos de cereais, bebidas,
dentre outros congêneres;
b) nR4-6: as indústrias de fabricação de produtos têxteis com estabelecimentos
destinados ao beneficiamento e tecelagem de fibras têxteis, estamparia e texturização,
alvejamento e tingimento de tecidos, dentre outros congêneres;
c) nR4-7: as indústrias de fabricação de papel e produtos de papel destinadas à
fabricação de papel, papelão, cartolina e cartão;
d) nR4-8: as indústrias de edição, impressão e reprodução de gravações: indústrias
potencialmente incômodas pela emissão de odores, ruídos e vibração, podendo tornar-se
insalubres e com riscos de periculosidade pelo uso de solventes em operações de impressão, pela
emissão de poluentes atmosféricos e manipulação de substâncias inflamáveis;
e) nR4-9: as indústrias de fabricação de produtos químicos destinadas à fabricação de
produtos químicos, que envolva processos e operações com potencial de insalubridade,
periculosidade e incomodidade, passíveis de tratamento;
f) nR4-10: as indústrias de fabricação de artigos de borracha com estabelecimentos
destinados à fabricação de fios de borracha, espuma de borracha que não utilizem processos de
regeneração de borracha, dentre outros congêneres;
g) nR4-11: as indústrias de beneficiamento e aparelhamento de bens minerais não
metálicos e de fabricação de produtos de minerais não metálicos com estabelecimentos destinados
à fabricação de vidro, artigos de vidro, artefatos de concreto, cimento e estuque, dentre outros
congêneres;

76
h) nR4-12: as indústrias de metalurgia básica com estabelecimentos destinados à
produção de laminados de aço, metalurgia de diversos metais e fundição;
i) nR4-13: as indústrias de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e
equipamentos com estabelecimentos que utilizem processos de forja, galvanoplastia, usinagem,
solda, têmpera, cementação e tratamento térmico de materiais, dentre outros congêneres;
j) nR4-14: as indústrias de fabricação de máquinas e equipamentos com estabelecimentos
destinados à fabricação de motores, bombas, tratores e armas, potencialmente poluidores das
águas, do ar e do solo, dentre outros congêneres que exigem soluções tecnológicas e condições
de instalações adequadas;
k) nR4-15: as indústrias de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos com
estabelecimentos destinados à fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos, fios
e cabos, dentre outros congêneres;
l) nR4-16: as indústrias de fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e
carrocerias e indústrias potencialmente incômodas pela natureza da atividade e porte do
empreendimento que exigem soluções tecnológicas e condições de instalações adequadas;
m) nR4-17: as indústrias de fabricação de outros equipamentos de transporte e indústrias
potencialmente incômodas pela natureza da atividade e porte do empreendimento que exigem
soluções tecnológicas e condições de instalações adequadas;
n) nR4-18: as indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro,
artigos de viagem e calcados sem operações de curtimento;
o) nR4-19: as indústrias de fabricação de produtos de plástico com estabelecimentos
destinados a fabricação de laminados plásticos, artefatos diversos de materiais plásticos,
potencialmente geradores de emissão de odores, ruídos e efluentes líquidos, passiveis de
tratamento;
p) nR4-20: as indústrias de fabricação de produtos de madeira;
q) nR4-21: as indústrias de fabricação de peças e acessórios para veículos automotores; e
r) nR4-22: as indústrias de fabricação de móveis com baixo potencial de poluição do meio
ambiente.
§1º Nas subdivisões em que são previstos os limites de áreas construídas, estas se
referem à área total da atividade.
§2º Em empreendimentos que utilizam áreas abertas para complementar sua atividade,
essas áreas não construídas deverão ser computadas no cálculo para classificação.
§3º Serão também enquadrados na subcategoria de uso nR4 os estabelecimentos
industriais que realizem processos de fundição e corte de metais, ferrosos ou não ferrosos, assim
como laminação, trefilação ou extrusão de metais, sinterização, estamparia de corte, limpeza de
peças por jateamento, aglutinação e folheamento de fibras, pintura ou envernização a revólver,
em processo industrial.

Art. 200. A subcategoria de uso nR5 é proibida na área urbana do Município, definida no
Art. 81 desta Lei Complementar, e é composta pelos seguintes grupos de atividades:
I - nR5-1: de fabricação de produtos alimentícios com estabelecimentos destinados à
produção de óleos, gorduras, beneficiamento de arroz, fabricação de rações balanceadas, dentre
outros produtos que exigem soluções tecnológicas complexas ou onerosas para seu tratamento;
II - nR5-2: de curtimento e outras preparações de couro, indústrias com alto potencial de
poluição do meio ambiente, tanto pelas emanações odoríferas, como pela qualidade dos efluentes
e resíduos sólidos industriais gerados, que, em geral, necessitem de precondicionamentos para
disposições conjuntas em sistemas de tratamentos de resíduos e efluentes públicos ou privados;
III - nR5-3: de fabricação de celulose e pastas para fabricação de papel;
IV - nR5-4: de fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis
nucleares e indústrias com alto potencial de poluição das águas e do ar, gerando resíduos sólidos,
que exigem tratamento e/ou disposição final complexa e onerosa, além de possuírem alta
periculosidade, riscos de incêndios e explosões e causarem sérios incômodos à população;

77
V - nR5-5: de fabricação de produtos químicos e indústrias com processos e operações
com potencial de insalubridade, periculosidade e incomodidade, nocivos para a saúde pública e ao
meio ambiente;
VI - nR5-6: de fabricação de borracha e indústrias com operações de beneficiamento ou
regeneração de borracha;
VII - nR5-7: de fabricação de produtos de minerais não metálicos com estabelecimentos
destinados a fabricação de cimento, cal, telhas, tijolos, dentre outros congêneres e à extração de
materiais minerais não metálicos;
VIII - nR5-8: de metalúrgica básica com estabelecimentos destinados à produção de
gusa, ferro e aço, metalurgia dos metais não ferrosos, dentre outros, com alto potencial de
poluição do ar, emitindo material particulado, gases tóxicos e incômodos, ruídos e vibrações, além
de poluir as águas e gerar resíduos sólidos que exigem soluções tecnológicas complexas e
onerosas para o seu tratamento;
IX - nR5-9: de britamento de pedras não associado, em sua localização, à extração de
pedras;
X - nR5-10: as indústrias de fabricação de produtos do fumo; e
XI - nR5-11: as indústrias extrativistas.
Parágrafo Único. Ouvido o órgão municipal ambiental competente e o Grupo Técnico de
Monitoramento e Avaliação do Planejamento Urbano (GTMA), as atividades classificadas na
subcategoria de uso nR5 poderão ser reclassificadas por Decreto do Poder Executivo, passando
para as subcategorias de uso nR4, conforme o caso.

Art. 201. Classificam-se na subcategoria de uso INFRA os seguintes grupos de atividades:


I - INFRA-1: de mobilidade urbana terrestre, tais como terminal rodoviário interurbano de
transporte de passageiros, terminal de ônibus urbano e demais modais de transportes públicos
coletivos urbanos;
II - INFRA-2: de helipontos;
III - INFRA-3: de abastecimento de gás natural, tais como estações de regulagem de
pressão de gás – ERP e centrais de cogeração e abastecimento de água;
IV - INFRA-4: de transmissão e distribuição de energia elétrica, tais como estações e
subestações reguladoras de energia elétrica e sistema de transmissão de energia elétrica, inclusive
estação e subestação reguladora e de geração de energia elétrica por usinas fotovoltaicas e de
geração de energia elétrica por usinas fotovoltaicas;
V - INFRA-5: de redes de telecomunicações, dados e fibras ópticas, tais como central
telefônica e estação rádio-base e congêneres;
VI - INFRA-6: de gestão integrada de resíduos sólidos, tais como depósito ou transbordo
de materiais para reciclagem, usina ou estação de transbordo de inertes e congêneres;
VII - INFRA-7: de saneamento ambiental, tais como estação de tratamento de águas,
centro de reserva de águas, estação elevatória de águas, estação de tratamento de esgotos e
reservatórios de retenção de águas pluviais.
§ 1º As atividades da subcategoria de uso INFRA ficam sujeitas, em qualquer zona, ao
Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança previsto pelo Art. 274 desta Lei
Complementar.
§ 2º Excluem-se da subcategoria INFRA as obras e instalações integrantes de redes de
infraestrutura, tais como rodovias, pontes e viadutos, adutoras, dutovias e linhas de transmissão,
desde que não apresentem edificação acima do nível do solo e que não tenham permanência
humana.
§ 3º O grupo de atividades previsto nos inciso VI do caput deste artigo somente poderão
ser instalados na Zona Industrial (ZI).
§ 4º Os empreendimentos enquadrados na subcategoria de uso INFRA deverão atender
aos parâmetros de parcelamento, uso e ocupação estabelecidos nesta Lei Complementar.

78
Seção III - Das Condições de Instalação e dos Parâmetros de Incomodidade

Art. 202. São condições de instalação dos usos:


I - o número de vagas para estacionamento:
a) para automóveis;
b) especiais;
c) para motocicletas; e
d) para bicicletas;
II - vestiários para usuários de bicicletas;
III - espaços de cargas e descargas;
IV - áreas de embarque e desembarque de pessoas;
V - horários de cargas e descargas;
VI - horários de funcionamento; e
VII - larguras das vias.
§ 1º As condições de instalação constam no Anexo 4.4 do Regime Urbanístico - das
Condições de Instalação desta Lei Complementar.
§ 2º Nas edificações ou lotes ocupados por mais de uma atividade não residencial,
deverão ser atendidas as condições de instalação da atividade mais restritiva, quando não for
possível diferenciar os parâmetros aplicáveis a cada uso.
§ 3º Os horários de funcionamento, bem como os horários para cargas e descargas, serão
regulamentados pelo órgão municipal competente do Poder Executivo, respeitados os parâmetros
de incomodidade previstos no Anexo 4.5 do Regime Urbanístico - dos Parâmetros de
Incomodidades desta Lei Complementar.
§ 4º Os empreendimentos de até 500m² (quinhentos metros quadrados) de área
construída, exceto supermercados, poderão atender às exigências de vagas de cargas e
descargas, total ou parcialmente, por meio de uma central de armazenamento de cargas ou bolsão
de estacionamento localizados num raio de até 1.000m (mil metros) dos respectivos
empreendimentos, desde que autorizado pelo órgão municipal de trânsito competente do Poder
Executivo do Município.
§ 5º Não se aplicam as exigências previstas nos incisos II e VII do caput deste artigo às
edificações existentes anteriormente à vigência desta Lei Complementar.
§ 6º As exigências previstas nos incisos do caput deste artigo, se excetuando os incisos II
e VII, podem vir a ser exigidas conforme avaliação de necessidade pelos órgãos municipais
competentes do Poder Executivo do Município.
§ 7º Para os efeitos de aplicação desta Lei Complementar, as larguras de vias a serem
consideradas é a menor dimensão existente na extensão da face de quadra em que o lote está
situado, sendo admitida variação de no máximo 5% (cinco por cento) entre a largura existente no
local e aquela exigida para a implantação do uso pretendido.

Art. 203. Os usos residenciais e não residenciais deverão atender aos parâmetros de
incomodidade relativos a:
I - ruídos;
II - vibrações associadas;
III - radiações;
IV - odores;
V - gases, vapores e materiais particulados.
§ 1º Os parâmetros referidos neste artigo poderão variar conforme a Zona e horários
diurno e noturno, de acordo com o Anexo 4.5 do Regime Urbanístico - dos Parâmetros de
Incomodidades desta Lei Complementar.
§ 2º Poderão ser definidos parâmetros especiais de incomodidade por Lei Municipal
ordinária específica, em especial aqueles que busquem a redução de ruídos no uso do solo,
conforme especificidades locais, de determinados usos e grandes equipamentos de infraestrutura
geradores de ruídos.

79
§ 3º O órgão Municipal responsável poderá solicitar adequação no processo de aprovação
de projetos quando estes não atenderem os parâmetros previstos no caput, tendo que ser
apresentado projeto e parecer técnico de profissional habilitado na comprovação de atendimento
aos parâmetros de incomodidade.
§ 4º Os parâmetros referidos neste artigo serão fiscalizados pelo órgão competente do
Poder Executivo do Município, quando protocoladas denúncias e reclamações de não atendimento
dos mesmos.
§ 5º Quando protocoladas denúncias e reclamações de não atendimento aos parâmetros
de incomodidade, o órgão Municipal responsável pela aprovação de projetos solicitará adequação
do projeto, tendo que ser apresentado projeto e parecer técnico de profissional habilitado na
comprovação de adequação aos parâmetros de incomodidade.

CAPÍTULO IV - DO LICENCIAMENTO, DA FISCALIZAÇÃO E DOS PROCEDIMENTOS


ADMINISTRATIVOS

Art. 204. As edificações são regidas pelo Código de Obras do Município e demais
legislações específicas, respeitadas as diretrizes deste PDDM, sendo que para fins da disciplina do
uso e ocupação do solo, classifica-se em conforme ou não conforme.
§ 1º Edificação conforme é aquela que atende às características de parcelamento, uso e
ocupação do solo dispostas nesta lei.
§ 2º Edificação não conforme é aquela que não atende a qualquer uma das características
de parcelamento, uso e ocupação do solo dispostas nesta lei.
§ 3º Ainda que não conforme, as edificações serão consideradas em situação regular nas
hipóteses previstas pela legislação edilícia.

Art. 205. O uso de imóveis, para fins da disciplina de parcelamento, uso e ocupação do
solo, classifica-se em permitido ou não permitido e em conforme ou não conforme.
§ 1º Uso permitido no local é aquele passível de ser implantado ou instalado no imóvel
em função da zona e da largura da via.
§ 2º Uso não permitido no local é aquele não passível de ser implantado ou instalado no
imóvel em função da zona e da largura da via.
§ 3º Uso conforme é aquele permitido no local e que atende também a todos os
parâmetros de incomodidade e condições de instalação dos usos constantes nos Anexos 4.4 do
Regime Urbanístico - das Condições de Instalação e 4.5 do Regime Urbanístico - dos Parâmetros
de Incomodidades desta Lei Complementar.
§ 4º Uso não conforme é aquele que não é permitido no local ou, no caso de uso não
residencial – nR, aquele que, mesmo permitido, não atende a qualquer um dos parâmetros de
incomodidade ou a qualquer uma das condições de instalação constantes nos Anexos 4.4 do
Regime Urbanístico - das Condições de Instalação e 4.5 do Regime Urbanístico - dos Parâmetros
de Incomodidades desta Lei Complementar.

Art. 206. O uso conforme poderá instalar-se em edificação em situação regular, ainda que
não conforme.
§ 1º Os usos não residenciais – nR serão considerados irregulares quando ocuparem ou
utilizarem imóveis irregulares de acordo com as definições constantes da legislação edilícia.
§ 2º Os usos não residenciais também serão considerados em situação irregular quando a
licença a que se refere o art. 209 desta lei tenha perdido a eficácia em função de alterações de
utilização, de incomodidade ou de instalação ocorridas em relação às condições anteriores
regularmente aceitas pelo Executivo.

Seção I - Dos parcelamentos e edificações existentes e usos instalados

80
Art. 207. É permitida a ocupação e o uso de lote com área ou frente inferior ao mínimo
estabelecido pelo art. 132 quando o lote:
I - puder ser considerado regular em decorrência da legislação aplicável à época do
parcelamento do qual resultou;
II - for remanescente de área maior atingida por desapropriação ou melhoramento
público;
III - houver sido objeto de usucapião, do qual tenha resultado área ou frente inferior ao
mínimo estabelecido para a zona; e
IV - for destinado a regularização fundiária de interesse social.

Art. 208. O uso comprovadamente instalado até a data de publicação desta lei, permitido
para o local na legislação vigente quando de sua instalação, que tenha se tornado não permitido
ou não conforme nos termos desta lei, será tolerado, desde que:
I - a edificação possa ser considerada em situação regular nos termos da legislação
edilícia;
II - no caso do uso não residencial – nR, sejam atendidos os parâmetros de
incomodidade.
§ 1º O Município poderá, com objetivo de possibilitar a adequação aos novos parâmetros
desta lei, conceder prazo proporcional aos ajustes necessários ao atendimento de cada parâmetro
de incomodidade, a partir da entrada em vigor desta lei, até o máximo de 360 (trezentos e
sessenta) dias, excetuadas:
I - as exigências relativas a horário de carga e descarga, que devem ser imediatamente
atendidas;
II - as exigências da legislação específica sobre controle da emissão de ruído.
§ 2º Nas edificações de que trata o § 2º do art. 204 desta lei não serão permitidas
ampliações, sendo admitidas somente reformas essenciais à segurança e higiene dessas
edificações e a instalação de equipamentos necessários.
§ 3º Nas edificações regulares com obras concluídas em conformidade com os
procedimentos técnicos e administrativos do Código de Obras do Município expedidos de acordo as
disposições anteriores a esta lei, poderá ser instalado o uso declarado na respectiva aprovação ou
regularização, ainda que este não seja considerado permitido nos termos desta lei.

Seção II - Do Licenciamento e Fiscalização das Atividades

Art. 209. Nenhuma atividade não residencial – nR poderá ser instalada sem prévia
emissão da licença correspondente pelo Poder Executivo, sem a qual será considerada em situação
irregular.
Parágrafo Único. A expedição da licença a que se refere o caput deste artigo dependerá
de ser o uso permitido na Zona, da regularidade da edificação, do atendimento das condições de
instalação e dos parâmetros de incomodidade previstos nos Anexos 4.4 do Regime Urbanístico -
das Condições de Instalação e 4.5 do Regime Urbanísticos - dos Parâmetros de Incomodidades
desta Lei Complementar.

Art. 210. Para fins de correspondência com o Código Administrativo do Município de


Alegrete, instituído pela Lei nº 2.711 de 1996 ou outra que vier substituí-la, fica definido:
I - Zonas residenciais são aquelas que compreendem a ZR I, ZR II e ZEIS I, II e III
definidas no art. 94 desta Lei Complementar;
II - Zonas comerciais e/ou Zonas mistas são aquelas que compreendem a ZMIC, ZM I, ZM
II, ZEIC, ZINST definidas no art. 94 desta Lei Complementar;
III - Zonas Industriais são aquelas que compreendem a ZI prevista no art. 104 desta Lei
Complementar; e

81
IV - Zonas ambientais e/ou áreas ambientais da Área Urbana são aquelas que
compreendem a ZEIA e as áreas de preservação permanente (APP) definidas respectivamente nos
art. 109 e 87 desta Lei Complementar.

Subseção I - Dos usos irregulares

Art. 211. Para os efeitos desta Lei Complementar, é considerado infrator o proprietário, o
possuidor ou seu sucessor a qualquer título e a pessoa física ou jurídica responsável pelo uso não
conforme ou irregular, previstos respectivamente nos art. 204 e 206, e de acordo com as demais
definições deste PDDM e do tipo de infração cometida.

Art. 212. A licença a que se refere o art. 209 deverá estar afixada, permanentemente, em
posição visível para o público, no acesso principal dos imóveis de uso não residencial – nR.

Art. 213. Constatado o funcionamento da atividade sem a licença a que se refere o art.
209, o funcionamento da atividade será considerado irregular, ensejando a lavratura de Autos de
Infração e de Multa e, concomitantemente, de Auto de notificação para regularizar a situação ou
encerrar a atividade, nos seguintes prazos:
I - 90 (noventa) dias úteis, para a atividade considerada conforme;
II - 30 (trinta) dias úteis, para a atividade considerada permitida no local;
III - 5 (cinco) dias úteis, para a atividade considerada não permitida no local.
§ 1º Em se tratando de atividade considerada permitida no local, mas que não atenda às
condições de instalação ou as normas de segurança, de habitabilidade ou de higiene, o prazo será
de 10 (dez) dias úteis, sem prejuízo da imediata observância dos parâmetros de incomodidade.
§ 2º Os prazos estabelecidos neste artigo são improrrogáveis e contados da data da
notificação do responsável ou de seu preposto na forma do art. 224 do Código de Processo Civil
Brasileiro - CPC.

Art. 214. O desatendimento do Auto de notificação de que trata o art. 212 desta lei
implicará a lavratura de Autos de Infração e de Multa, concomitantemente, com a interdição da
atividade com lacre.
§ 1º A interdição da atividade, a critério da fiscalização, também poderá ser efetivada
utilizando meios físicos que criem obstáculos ao acesso, tais como emparedamento dos acessos,
colocação de defensas de concreto, tubos de concreto, dentre outros obstáculos.
§ 2º Os custos de colocação e retirada dos obstáculos físicos serão apropriados com
base na tabela de preços municipais em vigor e serão cobrados do infrator.
§ 3º Para a interdição da atividade, deverão ser adotados meios compatíveis, cuidando-se
para que não seja impedida a retirada de documentos, pertences pessoais e produtos perecíveis.

Art. 215. Constatada a desobediência da ordem de interdição será lavrado Auto de


Constatação, bem como Autos de Infração e de Multa, sendo o fato noticiado à autoridade policial
competente para a instauração de inquérito por crime de desobediência.
§ 1º A multa por desobediência à interdição será renovada automaticamente a cada 15
(quinze) dias úteis, até que o efetivo encerramento da atividade seja comunicado, por escrito, ao
órgão municipal competente.
§ 2º Para cumprimento da disposição do caput deste artigo, o infrator ou o responsável
pela atividade encontrada funcionando irregularmente poderá ser conduzido pessoalmente, com
auxílio policial, à autoridade competente para a instauração do referido inquérito.

Art. 216. Persistindo o funcionamento irregular da atividade após a interdição e requerida


a instauração do inquérito policial, serão adotadas as providências necessárias ao ajuizamento das
medidas judiciais cabíveis, mantidas as multas em sua periodicidade até o encerramento da
atividade com a desocupação do imóvel.

82
Art. 217. As atividades não permitidas, objeto de ação fiscal, constarão do Portal da
Transparência do Poder Executivo na internet, indicando a respectiva fase da fiscalização e
atualizada de acordo com a periodicidade pertinente.
§ 1º Da publicação deverá constar a razão social do estabelecimento, o nome fantasia, se
houver, o endereço do estabelecimento e a fase da ação fiscal detalhada, entre outros dados que
poderão ser acrescidos a critério do Poder Executivo Municipal, resguardados os sigilos previstos
constitucionalmente.
§ 2º Encerrado o funcionamento do estabelecimento com a desocupação do imóvel, será
retirada do Portal da Transparência do Poder Executivo na internet qualquer indicação da ação
fiscal promovida.

Subseção II - Do desrespeito aos parâmetros de incomodidade

Art. 218. Fica proibida a emissão de ruídos, produzidos por quaisquer meios ou de
quaisquer espécies, com níveis superiores aos determinados pela legislação federal, estadual ou
municipal, prevalecendo, no caso, a mais restritiva.
§ 1º As medições deverão ser efetuadas pelos agentes competentes na forma da
legislação aplicável, por meio de sonômetros devidamente aferidos, de acordo com as normas
técnicas em vigor.
§ 2º Não estarão sujeitos às proibições desta lei os sons produzidos pelas seguintes
fontes:
a) aparelhos sonoros usados durante a propaganda eleitoral, conforme o disposto na
legislação própria;
b) sirenes ou aparelhos sonoros de viaturas quando em serviços de socorro ou de
policiamento;
c) detonações de explosivos empregados no arrebentamento de pedreiras e rochas ou
nas demolições, desde que em horário e com carga previamente autorizados por órgão
competente;
d) manifestações em festividades religiosas, comemorações oficiais, reuniões desportivas,
festejos ou ensaios carnavalescos e juninos, passeatas, desfiles, fanfarras, bandas de música,
desde que se realizem em horário e local previamente autorizados pelo órgão competente ou nas
circunstâncias consagradas pela tradição;
e) sinos de templos, desde que os sons tenham duração não superior a 60 segundos e
apenas para a assinalação das horas e dos ofícios religiosos, e carrilhões, desde que os sons
tenham duração não superior a 15 (quinze) minutos a cada 4 (quatro) horas e somente no período
diurno das 7h às 19h.
§ 3º A fiscalização de ruído proveniente de veículos automotores seguirá o disposto em
legislação própria.

Art. 219. Os estabelecimentos que comercializem bebidas alcoólicas e que funcionem com
portas, janelas ou quaisquer vãos abertos ou, ainda, que utilizem terraços, varandas ou espaços
assemelhados, cujo funcionamento cause prejuízo ao sossego público, não poderão funcionar
entre 1h e 5h.
§ 1º A fiscalização da infração ao disposto no caput deste artigo independe de medição
por sonômetro.
§ 2º Não se considera infração a abertura de estabelecimento para lavagem ou limpeza,
desde que tais atos não gerem incomodidade.
§ 3º O estabelecimento poderá funcionar no horário referido no caput deste artigo, desde
que providencie adequação acústica e não gere nenhuma incomodidade.

83
Art. 220. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal e estadual em
vigor, aos responsáveis pelo uso não residencial serão aplicadas as seguintes penalidades pelo
descumprimento do disposto nos arts. 218 e 219 desta Lei Complementar:
I - na primeira autuação, multa e notificação para cessar a irregularidade;
II - na segunda autuação, multa no dobro do valor da primeira autuação e nova
notificação para cessar a irregularidade;
III - na terceira autuação, multa no triplo do valor da primeira autuação e fechamento
administrativo; e
IV - desobedecido o fechamento administrativo, será requerida a instauração de inquérito
policial, com base no art. 330 do Código Penal, e realizado novo fechamento ou embargo de obra,
com auxílio policial se necessário, e, a critério da fiscalização, poderão ser utilizados meios físicos
que criem obstáculos ao acesso, tais como emparedamento, defensas de concreto, tubos de
concreto, dentre outros similares.
Parágrafo único. A ação fiscalizatória relativa ao uso irregular, nos casos em que não
houver a licença a que se refere o art. 209 desta Lei Complementar, seguirá o disposto na
Subseção I desta Seção, sem prejuízo das sanções previstas neste artigo.

Subseção III - Dos parcelamentos irregulares

Art. 221. Aqueles que executarem parcelamento do solo, em qualquer de suas


modalidades, sem prévia aprovação do respectivo projeto pelo órgão competente do Município de
Alegrete, ou em desacordo com o projeto aprovado e comprovarem sua regularização, ficam
sujeitos às seguintes sanções:
I – por iniciar a execução da obra sem plano aprovado ou depois de esgotados os prazos
de execução: valor equivalente a 30 (trinta) vezes a unidade de referência monetária de Alegrete
(URMA) vigente;
II - pelo prosseguimento das obras embargadas, por dia, excluídos os dias anteriores à
aplicação da primeira multa (índice anterior): valor equivalente a 3 (três) vezes a URMA vigente;
III - por aterrar, estreitar, obstruir, represar ou desviar cursos d’água, independente de
projeto de parcelamento do solo, sem licença do Poder Público ou fazê-lo sem precauções técnicas
de modo a provocar danos a terceiros ou modificações essenciais nos escoamentos: 30 (trinta)
vezes a URMA vigente;
IV - por faltas de providências para sanar as falhas de que se trata o item anterior, por
dia, excluídos os dias anteriores à aplicação da primeira multa: valor equivalente a 60% (sessenta
por cento) da URMA vigente.
V - por infração a qualquer dispositivo dos procedimentos de parcelamento do solo,
previstos no Capítulo I deste Título, não discriminado nos incisos anteriores, será aplicada a multa
no valor equivalente a uma URMA vigente.
VI - notificação, lavrada simultaneamente à imposição das multas previstas pelos incisos
I, II, III, IV e V para que, no prazo de 10 (dez) dias úteis, apresentem a documentação que
comprove a regularidade do parcelamento do solo.
§ 1º A multa pelo não atendimento à notificação prevista no inciso VI do caput deste
artigo será renovada automaticamente a cada 30 (trinta) dias úteis, até que seja comunicada pelo
responsável, por escrito, ao órgão municipal competente, a comprovada regularização ou
paralisação total da execução do loteamento e das obras ou edificações nele localizadas.
§ 2º Na reincidência, as multas serão aplicadas em triplo para cada reincidência.
§ 3º O pagamento da multa não exime o infrator do cumprimento do dispositivo legal
violado e nem do ressarcimento de danos eventualmente causados.
§ 4º Na falta de documento no local das obras que comprove a sua regularidade, além da
multa e da notificação, serão adotadas as seguintes medidas: 
I - apreensão de máquinas, veículos e equipamentos que estejam sendo utilizados na
implantação do parcelamento do solo;

84
II - apreensão ou inutilização de materiais de construção eventualmente existentes no
local; e
III - embargo das obras e interdição do local até efetiva regularização do parcelamento
do solo.
§ 3º No caso das edificações não autorizadas, serão aplicadas as seguintes penalidades: 
I - multa e embargo de cada edificação, nos termos do Código de Obras e Edificações,
vigente na época da constatação das irregularidades;
II - apreensão ou inutilização dos materiais de construção eventualmente existentes no
local;
III - notificação dos responsáveis para desfazerem voluntariamente as obras, ampliações
ou edificações em parcelamento não consolidados, no prazo de 2 (dois) dias úteis. 
§ 5º O não atendimento à notificação prevista no inciso III do § 3º deste artigo
acarretará a demolição das obras, ampliações ou edificações, o que deverá ser previamente
autorizada pelo órgão competente do Poder Executivo municipal, mediante despacho
fundamentado proferido no Processo Administrativo correspondente. 
§ 6º A qualquer tempo, poder ser apreendido todo material utilizado para promoção de
venda e compra de lotes, tais como plantas, propostas de venda e compra, faixas e papéis de
propaganda.
§ 7º Para efeito do disposto neste artigo, considera-se:
I - infrator o proprietário ou seu sucessor a qualquer título, o possuidor do imóvel, ou,
ainda, as associações, cooperativas ou imobiliárias que promoverem a ocupação irregular; e
II - Parcelamento Consolidado aquele que apresente vias dotadas de iluminação pública,
guias e sarjetas e que tenha suas edificações dotadas de redes de água encanada, esgoto e
eletricidade implantados oficialmente pelas empresas concessionárias de serviços públicos.
§ 8º O Município não autoriza e não se responsabiliza por qualquer ligações ou prestações
de serviços efetuados por concessionárias de serviços públicos em loteamentos irregulares.

Subseção IV - Do Procedimento de Multas

Art. 222. Cadastrado o Auto de Multa, far-se-á a notificação do infrator para, no prazo
nela determinado, pagar ou apresentar Defesa Prévia, dirigida ao responsável administrativo da
fiscalização municipal, sob pena de subsequente inscrição na dívida ativa.
§ 1º Apresentada a Defesa Prévia e feita a análise, a respectiva decisão será publicada no
sítio oficial na internet da Prefeitura Municipal e cadastrada, expedindo-se nova notificação ao
infrator, da qual constará a data máxima para pagamento ou interposição de Recurso dirigido à
secretaria que emitiu o referido Auto.
§ 2º O despacho que indeferir o Recurso será publicado no sítio oficial na internet da
Prefeitura Municipal e cadastrado, encaminhando-se nova notificação ao infrator, da qual constará
a data máxima para pagamento, restando encerrada a instância administrativa.

Art. 223. As notificações serão dirigidas ao infrator ou ao seu representante legal, como
tal considerados os sócios da empresa, o mandatário, o administrador ou o gerente, efetivando-se:
I - por via postal, com aviso de recebimento, no endereço do estabelecimento ou local de
trabalho ou no domicílio tributário constante dos cadastros municipais; e
II - por Edital publicado no sítio oficial na internet da Prefeitura Municipal.

Art. 224. A aplicação das multas pecuniárias estabelecidas nesta Lei Complementar não
afasta as sanções imputadas ou medidas judiciais cabíveis.

Art. 225. Os procedimentos administrativos e ações judiciais iniciadas antes da data da


publicação desta Lei Complementar, referentes ao parcelamento, edificação e uso irregular,
deverão prosseguir com observância das normas estabelecidas neste diploma legal.

85
TÍTULO V - DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA E DE GESTÃO AMBIENTAL

Art. 226. Os instrumentos de política urbana e gestão ambiental serão utilizados para a
efetivação dos princípios e objetivos deste PDDM e do previsto pela Lei Federal 10.257 de 2001
que institui o Estatuto da Cidade.
Parágrafo único. As intervenções no território municipal poderão conjugar a utilização de
dois ou mais instrumentos de política urbana e de gestão ambiental, com a finalidade de atingir os
objetivos do processo de urbanização previsto para o Município.

CAPÍTULO I - DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO URBANO

Seção I - Dos Instrumentos Indutores da Função Social da Propriedade

Art. 227. O Poder Executivo, na forma da lei, poderá exigir do proprietário do solo urbano
não edificado, subutilizado, ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
II - Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU progressivo no tempo; e
III – desapropriação com prévia e justa indenização em dinheiro ou pagamento em títulos
da dívida pública.

Subseção I - Do Âmbito de Aplicação

Art. 228. Para aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade,
estão sujeitos à aplicação dos instrumentos os imóveis não edificados, subutilizados, ou não
utilizados, localizados nas seguintes partes do território:
I - Zonas Especiais de Interesse Social I e II;
II - em todas as áreas urbanas nas quais não incide o IPTU, ressalvadas as áreas
efetivamente utilizadas para a exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agroindustrial;
III - em todas glebas sem utilização e com dimensões superiores a 7.000m²,
independentemente da Zona onde esteja localizada; e
IV - outras áreas, lotes ou glebas deverão ser demarcadas em lei específica pelo órgão
municipal competente, podendo ser demarcadas sobre qualquer zona.
Parágrafo único. A demarcação em lei específica indicada no inciso IV deve contemplar
áreas, lotes ou glebas na ZMIC, ZM I e II e ZR II.

Art. 229. São considerados imóveis não edificados os lotes e glebas com área superior a
300m² (trezentos metros quadrados), com taxa de ocupação igual a 0 (zero).
§ 1º As obrigações estabelecidas por esta Lei Complementar aos proprietários dos imóveis
caracterizados no caput não serão aplicadas enquanto o terreno não tiver acesso à infraestrutura
básica, assim definida pela legislação federal de parcelamento do solo urbano.
§ 2º A tipificação estabelecida no caput se estende aos lotes com metragem inferior a
300m² (trezentos metros quadrados), quando:
a) originários de desmembramentos aprovados após a publicação deste PDDM; ou
b) somados a outros contíguos do mesmo proprietário perfaçam área superior a 300m²
(trezentos metros quadrados).

Art. 230. São considerados imóveis subutilizados os lotes e glebas com área superior a
300m² (trezentos metros quadrados) que apresentem Taxa de Ocupação inferior a 15% (quinze
por cento).

Art. 231. Ficam excluídos das categorias de não edificados ou subutilizados os imóveis
que:

86
I - abriguem atividades que não necessitem de edificação para suas finalidades, com
exceção de estacionamentos;
II - cumpram função ambiental relevante;
III - situam-se na ZEIA;
IV - forem tombados ou que tenham processo de tombamento aberto pelo órgão
competente de qualquer Ente Federativo ou, ainda, cujo potencial construtivo tenha sido
transferido; e
V - estejam nestas condições devido a impossibilidades jurídicas momentaneamente
insanáveis pela simples conduta do proprietário e apenas enquanto estas perdurarem.

Art. 232. São considerados imóveis não utilizados aqueles que:


I - são constituídos um edifício formado por uma unidade autônoma que represente uma
Taxa de Ocupação do terreno de mais de 15% (quinze por cento) do lote e que tenha sua área
construída desocupada por mais de 1 (um) ano ininterrupto; ou
II - são constituídos por mais de um edifício de unidades autônomas ou não que
representem uma Taxa de Ocupação de mais de 15% (quinze por cento) do lote e que tenham, no
mínimo, 60% (sessenta por cento) de sua área construída desocupada por mais de 1 (um) ano
ininterrupto; ou
III - são constituídos por um ou mais edifícios com diversas unidades autônomas para fins
residenciais ou não residenciais que representem uma taxa de ocupação de mais de 15% (quinze
por cento) do lote e que tenham a não utilização aferida pela desocupação de pelo menos 60%
(sessenta por cento) dentre elas por mais de 1 (um) ano ininterrupto.
§ 2º A desocupação dos imóveis poderá ser comprovada por meio de consulta às
concessionárias, pela não utilização ou pela interrupção do fornecimento de serviços essenciais
como água, luz e gás.
§ 3º A classificação do imóvel como não utilizado poderá ser suspensa devido a
impossibilidades jurídicas momentaneamente insanáveis pela simples conduta do proprietário e
apenas enquanto estas perdurarem, conforme regulamentação do Poder Executivo.
§ 4º Os imóveis situados na ZEIA ficam excluídos da categoria de imóveis não utilizados.

Subseção II - Do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios

Art. 233. Os imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados são sujeitos ao
parcelamento, edificação e utilização compulsórios.
§ 1º Os proprietários dos imóveis não parcelados, não edificados ou subutilizados deverão
ser notificados pelo Poder Executivo e terão o prazo máximo de 1 (um) ano a partir do
recebimento da notificação para protocolar, junto ao órgão competente, pedido de aprovação e
execução de projeto de parcelamento ou edificação desses imóveis, conforme o caso.
§ 2º Os proprietários dos imóveis notificados nos termos do parágrafo anterior deverão
iniciar a execução do parcelamento ou edificação desses imóveis no prazo máximo de 2 (dois)
anos a contar da expedição do alvará de execução do projeto, cabendo aos proprietários a
comunicação à administração pública.
§ 3º Os proprietários dos imóveis não utilizados deverão ser notificados pelo Poder
Executivo e terão prazo máximo de 1 (um) ano, a contar do recebimento da notificação, para
ocupá-los, cabendo aos proprietários a comunicação à Administração Pública.
§ 4º Caso o proprietário alegue como impossibilidade jurídica a inviabilidade de ocupação
do imóvel não utilizado em razão de normas edilícias, o Poder Executivo poderá conceder prazo de
1 (um) ano, a partir da notificação, exclusivamente para promover a regularização da edificação se
possível, nos termos da legislação vigente, ou a sua demolição, fluindo a partir de então prazo
igual para apresentação de projeto de nova edificação ou documentação relativa à regularização
do imóvel.
§ 5º O proprietário terá o prazo de até 5 (cinco) anos, a partir do início das obras
previstas no § 2º para comunicar a conclusão do parcelamento do solo, ou da edificação do

87
imóvel, ou da primeira etapa de conclusão de obras no caso de empreendimentos de grande
porte.
§ 6º Os prazos previstos neste artigo serão contados em dobro quando o proprietário
notificado for cooperativa habitacional ou associação sem fins lucrativos.
§ 7º A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da
notificação prevista nos § 1º e § 3º, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou
utilização sem interrupção de quaisquer prazos.

Art. 234. A notificação de que trata o artigo anterior far-se-á:


I - por funcionário do órgão competente do Poder Executivo Municipal ao proprietário do
imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou
administração;
II - por carta registrada com aviso de recebimento quando o proprietário for residente ou
tiver sua sede fora do território do Município; ou
III - por edital quando frustrada, por 3 (três) vezes a tentativa de notificação na forma
prevista pelos incisos I e II deste artigo.
§ 1º A notificação referida no caput deste artigo deverá ser averbada na matrícula do
imóvel no Registro de Imóveis, pelo Poder Executivo do Município de Alegrete.
§ 2º Uma vez promovido, pelo proprietário, o adequado aproveitamento do imóvel na
conformidade do que dispõe este PDDM, caberá ao proprietário efetuar o cancelamento da
averbação tratada no parágrafo anterior com a apresentação de certidão de cancelamento da
notificação de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios emitida pelo Município.

Subseção III - Do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU Progressivo no Tempo

Art. 235. Caso os proprietários dos imóveis mencionados na subseção anterior não
cumpram as obrigações nos prazos ali estabelecidos, o Poder Executivo deverá aplicar alíquotas
progressivas de IPTU majoradas anualmente pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos até atingir
a alíquota máxima de 15% (quinze por cento) sobre o valor do IPTU.
§ 1º A alíquota a ser aplicada a cada ano será igual ao dobro do valor da alíquota do ano
anterior.
§ 2º Será adotada a alíquota de 15% (quinze por cento) a partir do ano em que o valor
calculado venha a ultrapassar o limite estabelecido no caput deste artigo.
§ 3º Será mantida a cobrança do IPTU pela alíquota majorada até que se cumpra a
obrigação de parcelar, edificar, utilizar o imóvel ou que ocorra a sua desapropriação.
§ 4º É vedada a concessão de isenções, anistias, incentivos ou benefícios fiscais relativos
ao IPTU Progressivo de que trata esta Lei Complementar.
§ 5º Serão suspensas quaisquer isenções do IPTU incidentes em um dado imóvel quando
o proprietário for notificado para o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.
§ 6º Observadas as alíquotas previstas neste artigo, aplica-se ao IPTU Progressivo a
legislação tributária vigente no Município de Alegrete.
§ 7º Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel,
ocorrerá o lançamento do IPTU sem a aplicação das alíquotas previstas nesta Lei Complementar
no exercício seguinte.

Subseção IV - Da Desapropriação

Art. 236. Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU Progressivo no Tempo
sem que os proprietários dos imóveis tenham cumprido a obrigação de parcelar, edificar ou
utilizar, conforme o caso, o Poder Executivo poderá proceder à desapropriação desses imóveis
com prévia e justa indenização em dinheiro ou pagamento em títulos da dívida pública.

88
§ 1º Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação do Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até 10 (dez) anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais, nos termos do art. 8º da Lei Federal 10.257/2001.
§ 2º Findo o prazo do artigo anterior, o Poder Executivo deverá publicar o respectivo
Decreto de desapropriação do imóvel em até 1 (um) ano, salvo em casos de ausência de interesse
público na aquisição, que deverá ser devidamente justificado.
§ 3º É vedado ao Poder Executivo proceder à desapropriação do imóvel que se enquadre
na hipótese do caput, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, se a emissão de títulos da
dívida pública tenha sido previamente autorizada pelo Senado Federal.
§ 4º Adjudicada a propriedade do imóvel ao Município, este deverá determinar a
destinação urbanística do bem, vinculada à implantação de ações estratégicas do PDDM, ou iniciar
o procedimento para sua alienação ou concessão, nos termos do art. 8º da Lei Federal
10.257/2001 - Estatuto da Cidade.
§ 5º Caso o valor da dívida relativa ao IPTU supere o valor do imóvel, o Poder Executivo
deverá proceder à desapropriação do imóvel e, na hipótese de não ter interesse público para
utilização em programas do Município, poderá aliená-lo a terceiros.
§ 6º Ficam mantidas para o adquirente ou concessionário do imóvel as mesmas
obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas nesta Lei Complementar.
§ 7º Nos casos de alienação do imóvel nos termos do § 4º e do § 5º deste artigo, os
recursos auferidos deverão ser destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano
previsto no Capítulo IV do Título VI desta Lei Complementar.

Subseção V - Da Listagem dos Imóveis que não Cumprem a Função Social

Art. 237. Será disponibilizada ao público para consulta, no átrio da sede do Poder
Executivo e em seu sítio oficial na internet, a listagem dos imóveis cujos proprietários foram
notificados, a ser elaborada incluindo todos os imóveis previstos nos incisos do Art. 228, em
virtude do descumprimento da função social da propriedade.
§ 1º Uma primeira versão da listagem prevista no caput deste artigo deverá ser publicada
pelo Poder Executivo no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da promulgação desta Lei
Complementar.
§ 2º O imóvel permanecerá na listagem até que o proprietário promova seu
parcelamento, edificação ou utilização, conforme o caso, ou imissão na posse pelo Município.
§ 3º Na listagem deverão constar, no mínimo, as seguintes informações:
I - número da Quadra-Lote;
II - endereço do imóvel;
III - data da notificação prevista no art. 233;
IV - identificação do instrumento para cumprimento da função social aplicado no
momento;
V - data de início da aplicação do respectivo instrumento;
VI - data de protocolo, junto ao órgão competente, do pedido de aprovação e execução
de projeto de parcelamento ou edificação desses imóveis, se for o caso;
VII - data da expedição do alvará de execução do projeto, se for o caso;
VIII - data da comunicação da ocupação do imóvel, se for o caso; e
IX - data da comunicação da conclusão do parcelamento do solo, ou da edificação do
imóvel ou da primeira etapa de conclusão de obras na hipótese de empreendimentos de grande
porte, se for o caso.
§ 4º Caso o proprietário informe a observância do previsto nos incisos V, VI, VII e VIII do
§ 3º, o Poder Executivo terá o prazo de 1 (um) mês a partir do recebimento da informação pelo
órgão competente para verificar o efetivo parcelamento, edificação ou utilização do imóvel e
proceder à sua exclusão da listagem.
§ 5º Caso o imóvel se encontre na fase de aplicação de IPTU Progressivo no Tempo, a
listagem também deverá conter:

89
I - data da primeira aplicação de alíquota progressiva, com a respectiva alíquota; e
II - valor da alíquota de cada ano subsequente.
§ 6º Caso o imóvel se encontre na fase de aplicação de desapropriação, prevista no art.
236, a listagem também deverá conter:
I - data da publicação do respectivo decreto de desapropriação do imóvel;
II - data de propositura de ação de desapropriação;
III - data da efetiva imissão na posse;
IV - destinação do imóvel; e
V - justificativa da ausência de interesse na aquisição do imóvel.
§ 7º Tão logo decorram os prazos previstos nos arts. 233 e 235 sem que o proprietário
cumpra as obrigações neles estabelecidas, o Poder Executivo deverá atualizar as informações
presentes na listagem.

Art. 238. Para elaboração da listagem de que trata o art. 237 o Poder Executivo poderá:
I - realizar levantamento para identificar os imóveis que se caracterizem como não
edificados, subutilizados ou não utilizados; e
II - analisar indicações de imóveis e áreas feitas por pessoas físicas e jurídicas.

Subseção VI - Do Consórcio Imobiliário

Art. 239. O Poder Executivo poderá realizar consórcios imobiliários para fins de viabilizar
financeiramente o aproveitamento de imóveis que estejam sujeitos ao parcelamento, edificação e
utilização compulsória nos termos desta lei, independentemente da notificação a seus
proprietários.
§ 1º O Poder Executivo poderá promover o aproveitamento do imóvel que receber nos
termos deste artigo, diretamente ou por outra modalidade admitida em Lei.
§ 2º O proprietário que transferir seu imóvel ao Município para a realização de consórcio
imobiliário receberá, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou
edificadas com o valor correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras de
urbanização e edificação.
§ 3º O valor de referência a ser considerado para a realização do pagamento mencionado
no parágrafo anterior deverá:
I - refletir o valor de referência para pagamento de outorga onerosa, descontado o
montante incorporado em função das obras realizadas na área onde se localiza o imóvel
transferido para a realização do consórcio imobiliário; e
II - excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros
compensatórios, bem como, eventuais custos para a recuperação da área em razão da existência
de passivos ambientais.
§ 4º O Poder Executivo deverá proceder ao aproveitamento adequado das unidades
imobiliárias que lhe cabem, resultantes do consórcio imobiliário, no prazo máximo de 5 (cinco)
anos, contados a partir da sua incorporação ao patrimônio público.
§ 5º A proposta de consórcio imobiliário não suspende os prazos estipulados no art. 233,
devendo o Poder Executivo expedir regulamento por Decreto sobre outros procedimentos acerca
da aceitação das propostas e viabilização dos ajustes.
§ 6º O Poder Executivo poderá adotar programas que objetivem a aproximação entre
proprietários notificados para o parcelamento, edificação e utilização compulsórios e agentes
econômicos interessados em empreendimentos imobiliários ou da construção civil, respeitados os
princípios que regem a administração pública.

Subseção VII - Do Direito de Preempção

Art. 240. O Poder Executivo poderá exercer o direito de preempção, nos termos da
legislação federal, para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares

90
sempre que necessitar de áreas para cumprir os objetivos e implantar as ações prioritárias deste
PDDM.
Parágrafo único. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público
necessitar de áreas para:
I - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
II - regularização fundiária;
III - constituição de reserva fundiária;
IV - implantação de equipamentos públicos urbanos e comunitários;
V - criação de espaços públicos de lazer ou áreas verdes;
VI - criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental; ou
VII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

Art. 241. Serão definidos em lei específica os imóveis ou áreas que estarão sujeitos à
incidência do direito de preempção.
§ 1º O Poder Executivo terá preferência de aquisição dos imóveis sujeitos ao direito de
preempção pelo prazo de dez anos.
§ 2º O Poder Executivo poderá incluir imóveis ou áreas onde estão previstos os projetos
de intervenção urbana indicados no Capítulo III deste Título.
§ 3º O Poder Executivo poderá incluir imóveis ou áreas localizadas nas ZEIS I, II e III.
§ 4º Leis específicas também poderão indicar imóveis ou áreas sujeitas ao direito de
preempção.

Art. 242. O Poder Executivo dará publicidade à incidência do direito de preempção e


instituirá controles administrativos para possibilitar a eficácia do instrumento, podendo utilizar,
dentre outros meios, o controle por meio de sistemas informatizados, averbação da incidência do
direito de preempção na matrícula dos imóveis atingidos e declaração nos documentos de
cobrança do IPTU.
§ 1º No caso de existência de terceiros interessados na compra do imóvel, o proprietário
deverá comunicar sua intenção de alienar onerosamente o imóvel ao órgão competente do
Município em até 30 (trinta) dias úteis, contados da celebração do contrato preliminar entre o
proprietário e o terceiro interessado.
§ 2º A declaração de intenção de venda do imóvel deve ser apresentada com os
seguintes documentos:
I - proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado na aquisição do imóvel, na
qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade;
II - endereço do proprietário, para recebimento de notificação e de outras comunicações;
III - certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida pelo Registro de Imóveis da
circunscrição imobiliária competente; e
IV - declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei, de que não incidem
quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real, tributária ou pessoal
reipersecutória.

Art. 243. Recebida a declaração de intenção de venda a que se refere o § 2º do art. 242
desta Lei Complementar, o Poder Executivo deverá manifestar, por escrito, dentro do prazo de 30
(trinta) dias úteis, o interesse em exercer a preferência para aquisição do imóvel.
§ 1º A manifestação de interesse do Município na aquisição do imóvel conterá a
destinação futura do bem a ser adquirido, vinculada ao cumprimento dos objetivos e ações
prioritárias deste PDDM.
§ 2º O Poder Executivo fará publicar no seu sítio oficial na internet e em pelo menos um
jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso da declaração de intenção de venda
recebida e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.

91
§ 3º Findo o prazo de 30 (trinta) dias úteis para manifestação do Poder Executivo, é
facultado ao proprietário alienar onerosamente o seu imóvel ao proponente interessado nas
condições da proposta apresentada, sem prejuízo do direito do Poder Executivo exercer a
preferência em face de outras propostas de aquisições onerosas futuras dentro do prazo legal de
vigência do direito de preempção.
§ 4º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a entregar ao órgão
competente do Município cópia do instrumento particular ou público de alienação do imóvel dentro
do prazo de 30 (trinta) dias úteis após sua assinatura, sob pena de pagamento de multa diária em
valor equivalente a 0,66% (sessenta e seis centésimos por cento) do valor total da alienação.

Art. 244. Concretizada a venda do imóvel a terceiro com descumprimento ao direito de


preempção, o Poder Executivo promoverá as medidas judiciais cabíveis para:
I - anular a comercialização do imóvel efetuada em condições diversas da proposta de
compra apresentada pelo terceiro interessado; e
II - imitir-se na posse do imóvel sujeito ao direito de preempção que tenha sido alienado
a terceiros apesar da manifestação de interesse do Poder Executivo em exercer o direito de
preferência.
§ 1º Em caso de anulação da venda do imóvel efetuada pelo proprietário, o Poder
Executivo poderá adquiri-lo pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na
proposta apresentada, se este for inferior àquele.
§ 2º Outras sanções pelo descumprimento das normas relativas ao direito de preempção
poderão ser estabelecidas em Lei específica.

Subseção VIII - Da Arrecadação de Bens Abandonados

Art. 245. O imóvel que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar
em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como
bem vago, e após três anos ser incorporado à propriedade do Município, conforme estabelece o
art. 1.276 da Lei Federal 10.406/2002 ou outra que vier substituí-la.
§ 1º Poderá haver arrecadação pelo Município de imóvel abandonado quando ocorrerem
as seguintes circunstâncias:
I - o imóvel encontrar-se vago, sem utilização e sem responsável pela sua manutenção,
integridade, limpeza e segurança;
II - o proprietário não tiver mais a intenção de conservá-lo em seu patrimônio;
III - não estiver na posse de outrem; ou
IV - cessados os atos de posse, estar o proprietário inadimplente com o pagamento dos
tributos municipais incidentes sobre a propriedade imóvel.
§ 2º O Poder Executivo deverá adotar as providências cabíveis à incorporação definitiva
do bem abandonado ao patrimônio público, nos termos estabelecidos pelo regulamento, cabendo-
lhe:
I - tomar as medidas administrativas necessárias para a arrecadação dos bens
abandonados, observando-se desde o início o direito ao contraditório e à ampla defesa; e
II - adotar as medidas judiciais cabíveis para regularização do imóvel arrecadado junto ao
Serviço Registrário Imobiliário, bem como, para sua destinação às finalidades previstas neste
PDDM.

Art. 246. O imóvel que passar à propriedade do Município, em razão de abandono, poderá
ser utilizado diretamente pela Administração Pública para programas de habitações de interesse
social, de regularização fundiária, instalação de equipamentos públicos sociais ou quaisquer outras
finalidades urbanísticas.
Parágrafo único. Não sendo possível a destinação indicada no caput em razão das
características do imóvel ou por inviabilidade econômica e financeira, o bem deverá ser alienado e

92
o valor arrecadado será destinado ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FMDU)
previsto nesta Lei Complementar.

Art. 247. O procedimento para arrecadação terá início de ofício ou mediante denúncia,
que informará a localização do imóvel cujos atos de posse tenham cessado.
§ 1º Para dar seguimento ao procedimento de arrecadação, o Poder Executivo deverá:
I - abrir processo administrativo que conterá os seguintes documentos:
a) requerimento ou denúncia que motivou a diligência;
b) certidão imobiliária atualizada;
c) certidão positiva de existência de ônus fiscais municipais;
d) outras provas do estado de abandono do imóvel, quando houver;
e) cópias de ao menos 3 (três) notificações encaminhadas ao endereço do imóvel ou
àquele constante da matrícula ou transcrição imobiliária;
II - realizar atos de diligência, mediante elaboração de relatório circunstanciado contendo
a descrição das condições do imóvel; e
III - confirmar a situação de abandono, com a lavratura do respectivo Auto de Infração e
a instrução de processo administrativo.

Seção II - Do Direito de Construir

Subseção I - Do Direito de Superfície

Art. 48. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície de seu
terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no
Registro de Imóveis.
§ 1º O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço
aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação
urbanística.
§ 2º A concessão do direito de superfície poderá ser gratuita ou onerosa.
§ 3º O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que incidirem
sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua parcela de ocupação
efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da concessão do direito de superfície,
salvo disposição em contrário do contrato respectivo.
§ 4º O direito de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos, os termos do
contrato respectivo.
§ 5º Ocorrendo a morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se aos seus
herdeiros.

Art. 249. O Município poderá receber em concessão, diretamente ou por meio de seus
órgãos, empresas ou autarquias, nos termos da legislação em vigor, o direito de superfície de bens
imóveis para viabilizar a implementação de ações e objetivos previstos neste PDDM, inclusive
mediante a utilização do espaço aéreo e subterrâneo.

Art. 250. O Município poderá ceder, mediante contrapartida de interesse público, o direito
de superfície de seus bens imóveis, inclusive o espaço aéreo e subterrâneo, com o objetivo de
implantar as ações e objetivos previstos neste PDDM, incluindo instalação de galerias
compartilhadas de serviços públicos e para a produção de utilidades energéticas.

Art. 251. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o superficiário e o


proprietário, respectivamente, terão direito de preferência, em igualdade de condições à oferta de
terceiros.

Art. 252. Extingue-se o direito de superfície:

93
I - pelo advento do termo;
II - em caso de descumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo superficiário.

Art. 253. Extinto o direito de superfície, o proprietário recuperará o pleno domínio do


terreno, bem como, acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel, independentemente de
indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário no respectivo contrato.
§ 1º Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o direito de superfície se o
superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual for concedida.
§ 2º A extinção do direito de superfície será averbada no Registro de Imóveis.

Subseção II - Da Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 254. O Poder Executivo poderá outorgar onerosamente o direito de construir


correspondente ao potencial construtivo adicional, mediante contrapartida financeira a ser
prestada pelos beneficiários, nos termos dos arts. 28 a 31 e seguintes da Lei Federal 10.257/2001
- Estatuto da Cidade e de acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos neste PDDM.
Parágrafo único. Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras oriundas da
outorga onerosa de potencial construtivo adicional serão destinados ao Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano, previsto no Capítulo IV do Título VI desta Lei Complementar, e pagos
em conta específica de sua titularidade.

Art. 255. O potencial construtivo adicional (PCA) é bem jurídico dominical, de titularidade
do Município, com funções urbanísticas e socioambientais.
Parágrafo único. Considera-se potencial construtivo adicional o correspondente à
diferença entre o gabarito de altura utilizado e o gabarito de altura básico estabelecido no art. 176
do Capítulo II do Título IV desta Lei Complementar.

Art. 256. A contrapartida financeira à outorga onerosa de potencial construtivo adicional


será calculada segundo a equação CF = CUB x PCA x FP, onde:
I - CF é Contrapartida Financeira de potencial adicional;
II - CUB é Custo Unitário Básico da Construção Civil ou outro índice oficial e setorial que
vier a substituí-lo, sobre a categoria R-8-N, estabelecido mensalmente e utilizado no Rio Grande
do Sul, publicado pelo SINDUSCON/Porto Alegre;
III - PCA é Potencial Construtivo Adicional Solicitado em m²; e
IV - FP é Fator por pavimento.
§ 1º A Outorga Onerosa terá validade de 02 (dois) anos, contados da data de concessão
do respectivo Alvará de Construção.
§ 2º Transcorrido o prazo descrito no §1º deste artigo e encontra-se o empreendimento
ainda em etapa de obras, o beneficiário deverá renová-la fazendo a complementação da diferença
de valores entre o CUB vigente da renovação e o CUB vigente à época do primeiro pedido,
cessado-se a obrigatoriedade de renovação de prazos apenas com Carta de Habite-se do
empreendimento.
§ 3º Para a utilização do CUB deverá ser considerado o valor do mês imediatamente
anterior do publicado pelo SINDUSCON/Porto Alegre quando solicitado a outorga onerosa do
direito de construir.
§ 4º O Fator por pavimento é um fator multiplicador regulado conforme a metragem
correspondente por pavimento da área construída adicional solicitada - PCA, sendo o seguinte
valor para cada pavimento:
I - 3º pavimento: 0,040;
II - 4º pavimento: 0,050;
III - 5º pavimento: 0,063;
IV - 6º pavimento: 0,078;
V - 7º pavimento: 0,098;

94
VI - 8º pavimento: 0,122;
VII - 9º pavimento: 0,153;
VIII - 10º pavimento: 0,191;
IX - 11º pavimento: 0,238; e
X - 12º pavimento: 0,298.
§ 5º O Fator por pavimento é condicionado aos parâmetros de Hm e o Pm previstos
respectivamente pelos art. 176 e 179 e no Anexo 4.2 do Regime Urbanístico - Parâmetros da
Ocupação do Solo desta Lei Complementar.
§ 6º Os empreendimentos que aplicarem a Outorga Onerosa do Direito de Construir têm
a expedição da Carta de Habite-se condicionada ao pagamento integral da contrapartida financeira
de potencial construtivo adicional prevista neste artigo.

Subseção III - Da Transferência do Direito de Construir

Art. 257. A transferência do direito de construir correspondente ao potencial construtivo


passível de ser utilizado em outro local, prevista nos termos do art. 35 da Lei Federal 10.257/2001
- Estatuto da Cidade e disciplinada em Lei municipal, observará as disposições, condições e
parâmetros estabelecidos neste PDDM.

Art. 258. Fica autorizada a transferência do potencial construtivo de imóveis urbanos,


privados ou públicos considerados tombados, conforme Lei Municipal 6.198/2019 ou outra que vier
substituí-la, para fins de viabilizar a preservação de bens de interesse histórico, social ou cultural
listados pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Alegrete - COMPAHCA.
§ 1º A transferência prevista no caput fica condicionada às disposições previstas em Lei,
em especial ao atendimento às providências relativas à conservação do imóvel e caso estas
providências não forem tomadas, o proprietário do imóvel ficará sujeito às sanções cabíveis.
§ 2º O controle da transferência de potencial construtivo será realizado por órgão
competente do Município, que expedirá, mediante requerimento, Declaração de Potencial
Construtivo Passível de Transferência e Certidão de Transferência de Potencial Construtivo.
§ 3º O potencial construtivo considerará o máximo de ocupação permitido no lote
segundo os parâmetros do regime de ocupação do solo definidos no Capítulo II do Título IV e
Anexo 4.2 do Regime Urbanístico - Parâmetros da Ocupação do Solo desta Lei Complementar.
§ 4º O máximo de ocupação permitido não abrange o potencial construtivo adicional
definido pelo parâmetro de gabarito de altura máxima - Hm previsto pelo art. 176 desta Lei
Complementar.
§ 5º A transferência do potencial construtivo será perdida para os casos de demolição,
destruição proposital ou causada pela não conservação ou descaracterização do imóvel tombado,
ficando o proprietário sujeito a sanções, conforme previsto no art. 269 desta Lei Complementar.

Art. 259. A Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência deverá ser


regulamentada por Decreto específico e deverá considerar, para cálculo de potencial construtivo
passível de transferência, a fórmula PCPT = PCM - ACE, onde:
I - PCPT é Potencial Construtivo Passível de Transferência;
II PCM é Potencial construtivo máximo; e
III - ACE é Área Construída Existente em m².
§ 1º Na Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência expedida pelo
órgão competente do Município, deverá constar no mínimo:
I - o potencial construtivo passível de transferência; e
II - a data de referência;
§ 2º Será considerada como data de referência a data do protocolo da solicitação da
Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência junto ao órgão competente do
Município.

95
§ 3º A Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência deverá ser lavrada
em matrícula junto ao Registro de Imóveis respectivo para garantia do compromisso formalizado
de preservação e conservação do imóvel, mesmo que o proprietário venha transferir o domínio da
propriedade.
§ 4º Será possível a expedição de nova Declaração de Potencial Construtivo Passível de
Transferência a cada 10 anos passados da expedição da Certidão anterior.
§ 5º. No caso de reformas com ampliação de área construída de imóvel em que tenha
sido emitida declaração de potencial construtivo passível de transferência, a área construída
acrescida deverá ser descontada do potencial construtivo passível de transferência da referida
declaração.
§ 6º Quando o potencial construtivo passível de transferência for totalmente transferido,
ficará vedado o aumento de área construída no referido imóvel até a expedição de nova
declaração prevista no § 4º deste artigo.

Art. 260 São excluídos do enquadramento de transferência do potencial construtivo os


imóveis que tenham perdido a condição de tombados, sem prejuízo da aplicação do disposto no
art. 267 desta Lei Complementar e demais sanções previstas na legislação específica.

Art. 261. As operações de Transferência de Direito de Construir serão efetivadas através


da livre negociação de venda e compra de Certidão de Transferência de Potencial Construtivo
entre particulares.
§ 1º A viabilidade da utilização do potencial construtivo obtido nas operações de
Transferência do Direito de Construir, deverá ser verificada pelo Município quando da análise dos
projetos construtivos submetidos para aprovação pelo adquirente.
§ 2º Independente do valor obtido nas operações de Transferência do Direito de
Construir, o adquirente deverá sempre construir considerando os parâmetros de regime da
ocupação e uso do solo previstos nos Anexos 4.2 do Regime Urbanístico - Parâmetros da
Ocupação do Solo e 4.3 do Regime Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei
Complementar.

Art. 262. A expedição da Certidão de Transferência de Potencial Construtivo de imóveis


enquadrados fica condicionada à comprovação do estado de conservação do imóvel cedente,
mediante manifestação do proprietário e anuência do órgão municipal de preservação.
§ 1º Quando o imóvel cedente apresentar estado de conservação inadequado ou
insatisfatório, deverá ser exigida do proprietário a adoção de medidas de restauro ou de
conservação, ficando sujeito à avaliação do órgão municipal de preservação para verificação das
medidas adotadas.
§ 2º Nos casos enquadrados no disposto no parágrafo anterior a expedição da certidão de
transferência de potencial construtivo fica condicionada à verificação das condições de
conservação e preservação do imóvel cedente.
§ 3º A verificação das medidas de restauro ou conservação previstas no § 1º deste artigo
serão regulamentadas por decreto municipal, através de laudo de avaliação e termo de
acompanhamento.

Art. 263. Será possível a expedição de sucessivas Certidões de Transferência de Potencial


Construtivo derivadas de uma mesma Declaração de Potencial Construtivo Passível de
Transferência, até que o potencial construtivo passível de transferência seja liquidado.
Parágrafo Único. A expedição das certidões fica condicionada à comprovação do estado
de conservação e preservação do imóvel.

Art. 264. A expedição das licenças ou autorizações necessárias à construção, ampliação


ou funcionamento de empreendimento que apresentar solicitação de uso da Transferência de

96
Direito de Construir fica condicionada à apresentação e vinculação prévia da respectiva Certidão
de Transferência de Potencial Construtivo.

Art. 265. O resultado da operação de Transferência de Direito de Construir será averbada


no registro imobiliário competente, à margem da matrícula do imóvel que cede e do que recebe o
potencial construtivo, assim como deverá constar no Cadastro Imobiliário do Município.
§ 1º Deverão constar em averbação o potencial construtivo transferido e a data de
transferência.
§ 2º No imóvel que cede o potencial construtivo, a averbação deverá conter, além do
disposto neste artigo, as condições de proteção, preservação e conservação do imóvel.

Seção III - Dos Instrumentos de Proteção ao Patrimônio Cultural

Art. 266. Os instrumentos de identificação, proteção e valorização do patrimônio cultural


do Município visam à integração de áreas, imóveis, edificações e lugares de valor cultural e social
aos objetivos e diretrizes deste PDDM e correspondem aos seguintes instrumentos legais:
I - tombamento;
II - inventário do patrimônio cultural;
III - registro das áreas de proteção cultural e Territórios de Interesse da Cultura e da
Paisagem;
IV - registro do patrimônio imaterial; e
V - chancela da paisagem cultural;
§ 1º O tombamento obedecerá ao disposto na Lei Municipal 6.198/2019 ou outra que vier
substituí-la, assim como às legislações estadual e federal que regulam esse instrumento, no que
couber.
§ 2º O inventário como instrumento de promoção e proteção do patrimônio cultural
obedecerá ao disposto em legislação municipal específica, que se submeterá às disposições
constantes no § 1º do art. 216 da Constituição Federal/88.
§ 3º O registro das áreas de proteção cultural e Territórios de Interesse da Cultura e da
Paisagem obedecerá ao disposto em legislação específica, que se submeterá às disposições
constantes no § 1º do art. 216 da Constituição Federal/88.
§ 4º O registro de bens imateriais obedecerá ao disposto na Lei 6.198/2019, assim como
às legislações estadual e federal que regulam esse instrumento, baseado na Constituição
Federal/88, e que consiste em um conjunto de procedimentos técnicos, administrativos e jurídicos
realizados pelo Poder Executivo, com vista ao reconhecimento do patrimônio imaterial, sua
inscrição em Livros de Registro dos Saberes, Celebrações, Formas de Expressão, Sítios e Espaços e
definição de políticas públicas de salvaguarda como forma de apoiar sua continuidade.
§ 5º A Chancela da Paisagem Cultural, instituída pela Portaria IPHAN 127/2009 ou outra
que vier a substituí-la, tem como objetivo reconhecer uma porção peculiar do território nacional,
representativa do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência
humana imprimiram marcas ou atribuíram valores e deve obedecer ao disposto em legislação
específica, assim como as legislações estadual e federal que regulam esse instrumento.

Subseção I - Do Termo de Ajustamento de Conduta Cultural - TACC e das Penalidades por danos
ao Patrimônio do imóvel tombado

Art. 267. Os proprietários de imóveis tombados ou inventariados que sofreram abandono


ou alterações nas características que motivaram a proteção, deverão firmar Termo de Ajustamento
de Conduta Cultural - TACC, visando à recomposição dos danos causados ou outras compensações
culturais.

Art. 268. Para cumprimento do disposto neste PDDM, o Poder Executivo poderá celebrar,
com força de título executivo extrajudicial, nos termos da lei federal, TACC com pessoas físicas ou

97
jurídicas responsáveis pela reparação integral de danos ou descaracterizações causadas a bens
imóveis, áreas ou espaços protegidos em função de seu valor histórico e cultural.
Parágrafo único. O TACC tem por objetivo precípuo a recuperação de bens, imóveis, áreas
ou espaços protegidos pelo seu valor histórico e cultural que tenham sofrido abandono ou
intervenções, mediante a fixação de obrigações que deverão ser rigorosamente cumpridas pelo
infrator, visando à reparação integral dos danos causados.

Art. 269. A demolição, destruição proposital ou causada pela não conservação ou


descaracterização do imóvel tombado ou em processo de tombamento acarretará a aplicação das
seguintes penalidades:
I - multa de uma (uma) URMA por metro quadrado de área construída e mais
especificado em legislação municipal específica, quando for o caso;
II - a extinção da faculdade de transferência do potencial construtivo;
III - caso tenha sido realizada transferência do potencial construtivo, receberá sanção
através de pagamento ao Município do potencial construtivo transferido, calculado pela fórmula
SPCT = CUB x PCPT x FS, onde:
a) SPCT é a Sanção sobre potencial construtivo transferido;
b) CUB é o Custo Unitário Básico da Construção Civil ou outro índice oficial e setorial que
vier a substituí-lo, sobre a categoria R-8-N, estabelecido mensalmente e utilizado no Rio Grande
do Sul, publicado pelo SINDUSCON/Porto Alegre.
c) PCPT é o Potencial Construtivo Passível de Transferência; e
d) FS é o Fator de sanção, que equivale a 0,10.
IV - a Taxa de Ocupação passará a ser de no máximo 10% (dez por cento) pelo prazo de
20 (vinte) anos, a contar da aplicação das penalidades deste artigo;
V - o impedimento de adotar o gabarito de altura máximo - Hm; e/ou
VI - impedimento de aplicação de todos os incentivos previstos nesta Lei Complementar.
§ 1º Para a utilização do CUB deverá ser considerado o valor do mês imediatamente
anterior do publicado pelo SINDUSCON/Porto Alegre quando solicitada a outorga onerosa do
direito de construir.
§ 2º As penalidades deverão ser averbadas nas matrículas dos imóveis objetos da
demolição, destruição proposital ou causada pela não conservação ou descaracterização
irreversível do imóvel enquadrado como tombado ou em processo de tombamento.

CAPÍTULO II - DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANO-AMBIENTAL

Seção I - Do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental

Art. 270. A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de


empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, bem como os empreendimentos e atividades capazes, sob qualquer
forma, de causar significativas transformações urbanísticas e degradação ambiental, dependerão
de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças
legalmente exigíveis.
§ 1º Os empreendimentos ou atividades descritas no caput deste artigo deverão
seguir a regulamentação prevista pela Resolução n° 001 de 23/01/1986 do CONAMA, ou outra que
venha a substituí-la, e, quando necessário, realizar a avaliação do prévio Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – EIA/RIMA, devendo
contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
I - definição das áreas de influência direta e indireta;
II - diagnóstico ambiental da área;
III - descrição da ação proposta e suas alternativas;
IV - identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos e
negativos;

98
V - proposição das medidas compensatórias dos impactos ambientais negativos,
para aprovação do órgão municipal de Meio Ambiente, respeitado o disposto na legislação federal
e estadual;
VI - definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, bem como
daquelas intensificadoras dos impactos positivos; e
VII - planejamento de espaços para instalação de galerias para uso compartilhado
de serviços públicos, inclusive centrais de produção de utilidades energéticas localizadas.
§ 2º Os empreendimentos sujeitos a avaliação do prévio Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – EIA/RIMA, somente terão
Licença Ambiental emitida após a referida avaliação.
§ 3º Para empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental situados no interior
de unidades de conservação de uso sustentável ou na zona de amortecimento de unidades de
conservação de proteção integral as medidas mitigadoras e compensatórias deverão atender ao
disposto nos seus planos de manejo, priorizando a viabilização de ações e projetos previstos e
sujeitas à aprovação dos respectivos Conselhos Gestores.
§ 4º Os impactos decorrentes de empreendimentos e atividades sujeitos à avaliação
de EIA/RIMA deverão ser objeto de monitoramento pelo Poder Executivo.

Seção II - Do Termo de Compromisso Ambiental - TCA

Art. 271. O Termo de Compromisso Ambiental - TCA é o instrumento a ser firmado entre
o órgão municipal integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente e pessoas físicas ou jurídicas,
referente a contrapartidas, obrigações e compensações nos casos de:
I - autorização prévia para supressão de espécies arbóreas;
II - intervenções em área de preservação permanente, nos casos da legislação vigente,
com ou sem manejo arbóreo; e/ou
III - licenciamento ambiental de empreendimentos com significativa emissão de gases de
efeito estufa;
§ 1º No caso previsto no inciso I, deverão ser estabelecidos pelo órgão municipal do Meio
Ambiente critérios específicos para áreas enquadradas como ZEIA.
§ 2º No caso previsto no inciso III a compensação das emissões deverá ser condicionada
à apresentação de um plano de mitigação de emissões, devendo ser estabelecido, por Ato do
Poder Executivo, os critérios para esta compensação.
§ 3º As obrigações, contrapartidas e compensações de empreendimentos situados no
interior de unidades de conservação de uso sustentável ou na zona de amortecimento de unidades
de conservação de proteção integral, as medidas mitigadoras e compensatórias deverão ser
administradas pelos órgãos estadual e federal competentes e deverão atender ao disposto nos
seus planos de manejo, priorizando a viabilização de ações e projetos previstos no mesmo e
sujeitas à aprovação dos respectivos Conselhos Gestores.

Art. 272. Esgotadas as possibilidades de realização da compensação ambiental no local do


empreendimento ou em outro local dentro do Município previamente autorizada pelo órgão
ambiental competente, nos casos previstos nos incisos I e II do art. 271, esta poderá ser
convertida em recursos financeiros, que deverão ser obrigatoriamente depositados no Fundo
Municipal do Meio Ambiente ou outro que vier substituí-lo.

Seção III - Do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Ambiental - TCACA

Art. 273. Para cumprimento do disposto nesta Lei Complementar, o órgão ambiental
municipal poderá celebrar, com força de título executivo extrajudicial, nos termos da lei federal,
Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Ambiental - TCACA com pessoas físicas ou
jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funcionamento de

99
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados, efetiva ou
potencialmente, poluidores.
§ 1º. O TCACA tem por objetivo fundamental a recuperação do meio ambiente
degradado, mediante a fixação de obrigações e condicionantes técnicos, que deverão ser
rigorosamente cumpridas pelo infrator em relação à atividade degradadora a que deu causa, de
modo a cessar, adaptar, recompor, corrigir ou minimizar seus efeitos negativos sobre o meio
ambiente.
§ 2º As obrigações e condicionantes técnicos decorrentes de empreendimentos situados
no interior de unidades de conservação de uso sustentável ou na zona de amortecimento de
unidades de conservação de proteção integral, as medidas mitigadoras e compensatórias deverão
atender ao disposto nos seus planos de manejo, priorizando a viabilização de ações e projetos
previstos no mesmo, sujeitas à aprovação dos respectivos Conselhos Gestores.
§ 3º A autoridade ambiental poderá converter a multa simples em serviços de
preservação, conservação e recuperação da qualidade do meio ambiente, nos termos da legislação
federal, estadual e municipal pertinentes, preferencialmente para execução de programas e
projetos ambientais propostos pelo órgão ambiental municipal, em áreas integrantes do sistema
de áreas protegidas, verdes e espaços livres, respeitado o disposto no § 2º deste artigo.

Seção III - Dos Instrumentos Controladores do Impacto de Vizinhança

Subseção I - Do Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança

Art. 274. A construção, ampliação, instalação, modificação e operação de


empreendimentos e atividades sob uso condicionado, conforme o Anexo 4.3 do Regime
Urbanístico - dos Usos e Atividades Permitidas desta Lei Complementar, causadoras de impactos
ambientais, culturais, urbanos e socioeconômicos de vizinhança estarão sujeitos à avaliação do
Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança por parte do Grupo Técnico de
Monitoramento e Avaliação do Planejamento Urbano (GTMA), previamente à emissão das licenças
ou alvarás de construção, reforma e/ou funcionamento.
§ 1° Apenas será exigido o Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança dos
empreendimentos que não estão sujeitos ao Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e/ou Estudo
de Impacto Ambiental.
§ 2° O Estudo para Uso Condicionado ao Impacto de Vizinhança deverá contemplar os
impactos do empreendimento e atividade propostos sobre a qualidade de vida da população
residente, usuária e circulante na área e em suas proximidades incluindo, no mínimo, a análise
sobre:
I - a geração de tráfego e circulação de veículos de carga e descarga;
II - os horários de funcionamento do empreendimento e das operações de carga e
descarga;
III - as demandas por melhorias e complementações nas redes de transporte coletivo e
de circulação não motorizada, em especial de bicicletas e pedestres;
IV - a geração de poluição ambiental e sonora na área;
V - o escoamento das águas superficiais e subterrâneas existentes na área; e
VI – a destinação e coleta de resíduos sólidos, a destinação de esgotos e necessidade de
abastecimento de água potável.
§ 3º O Estudo para Usos Condicionados pelo Impacto de Vizinhança tem por objetivo, no
mínimo:
I - definir medidas mitigadoras e compensatórias em relação aos impactos negativos dos
empreendimentos e atividades;
II - definir medidas intensificadoras em relação aos impactos positivos de
empreendimentos e atividades;

100
III - orientar a realização de adaptações aos projetos objeto de licenciamento urbano e
ambiental, de forma a adequá-los às características urbanísticas, ambientais, culturais e
socioeconômicas locais;
IV - assegurar a utilização adequada e sustentável dos recursos ambientais, culturais,
urbanos e humanos;
V - subsidiar processos de tomadas de decisão relativos ao licenciamento urbano e
ambiental;
VI - contribuir para a garantia de boas condições de saúde e segurança da população;
VII - evitar mudanças irreversíveis e danos graves ao meio ambiente, às atividades
culturais e ao espaço urbano.
§ 4º Com base nas análises e objetivos previstos nos § 1° e § 2° deste artigo, o Município
poderá exigir adequação ao projeto e/ou contrapartidas para mitigar os impactos trazidos pelo
empreendimento.
§ 5º As contrapartidas para mitigar os efeitos trazidos pelo empreendimento com uso
condicionado deverão obrigatoriamente beneficiar a qualidade de vida da população residente,
usuária e circulante na área e em suas proximidades e poderão ser dadas através de:
I - melhorias e complementações nas redes de transporte coletivo e de circulação não
motorizada, em especial de bicicletas e pedestres;
II - melhoria do escoamento das águas superficiais e subterrâneas existentes na área;
III - dentre outras que visem a melhoria da área e de suas proximidades.

Subseção II - Do Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança

Art. 275. A construção, ampliação, instalação, modificação e operação de


empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas causadoras de impactos ambientais,
culturais, urbanos e socioeconômicos de vizinhança estarão sujeitos à avaliação do Estudo de
Impacto de Vizinhança e seu respectivo Relatório de Impacto de Vizinhança - EIV/RIV por parte do
Grupo Técnico de Monitoramento e Avaliação do Planejamento Urbano (GTMA), previamente à
emissão das licenças ou alvarás de construção, reforma ou funcionamento.
§ 1º O Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança tem por objetivo, no mínimo:
I - definir medidas mitigadoras e compensatórias em relação aos impactos negativos de
empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas;
II - definir medidas intensificadoras em relação aos impactos positivos de
empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas;
III - democratizar o processo de licenciamento urbano e ambiental;
IV - orientar a realização de adaptações aos projetos, objeto de licenciamento urbano e
ambiental, de forma a adequá-los às características urbanísticas, ambientais, culturais e
socioeconômicas locais;
V - assegurar a utilização adequada e sustentável dos recursos ambientais, culturais,
urbanos e humanos;
VI - subsidiar processos de tomadas de decisão relativos ao licenciamento urbano e
ambiental;
VII - contribuir para a garantia de boas condições de saúde e segurança da população; e
VIII - evitar mudanças irreversíveis e danos graves ao meio ambiente, às atividades
culturais e ao espaço urbano.
§ 2° O Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança deverão contemplar os efeitos
positivos e negativos do empreendimento, atividades e intervenções urbanísticas sobre a
qualidade de vida da população residente, usuária e circulante na área e em suas proximidades
incluindo, no mínimo, a análise sobre:
I - o adensamento populacional e seus efeitos sobre o espaço urbano e a população
moradora e usuária da área;
II - as demandas por serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas e comunitárias;
III - as alterações no uso e ocupação do solo e seus efeitos na estrutura urbana;

101
IV - os efeitos da valorização imobiliária no perfil socioeconômico da área e da população
moradora e usuária;
V - os efeitos na valorização ou desvalorização imobiliária;
VI - a geração de tráfego e de demandas por melhorias e complementações nos sistemas
de transporte coletivo e de circulação não motorizada, em especial de bicicletas e pedestres;
VII - os efeitos da volumetria do empreendimento e das intervenções urbanísticas
propostas sobre a ventilação, iluminação, paisagem urbana, recursos naturais e patrimônios
culturais do entorno;
VIII - a geração de poluição ambiental e sonora na área;
IX - as águas superficiais e subterrâneas existentes na área; e
X - o acúmulo de impactos urbanos, ambientais, socioeconômicos e culturais gerados
tanto pelos empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas propostas quanto já
existentes.
§ 3º A elaboração do Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança não substitui a
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental.
§ 4º O EIV/RIV deverá ser objeto de avaliação do Grupo Técnico de Monitoramento e
Avaliação (GTMA) e posteriormente, para anuência das exigências elencadas pelo GMTA,
repassado ao Conselho do Plano Diretor.
§ 5º O órgão municipal competente expedirá Termo de Referência - TR para a elaboração
de EIV.

Art. 276. Serão objetos de elaboração de EIV os empreendimentos e as atividades que


seguem:
I – autódromos, cartódromos abertos e hipódromos;
II - Helipontos;
III – clubes com área construída superior a 3.000m2 (três mil metros quadrados);
IV – comércios atacadistas com área construída superior a 1.500m² (mil e quinhentos
metros quadrados);
V – centros comerciais com área construída superior a 1.500m² (mil e quinhentos metros
quadrados);
VI - comércios varejistas e serviços com área construída superior a 1.500m² (mil e
quinhentos metros quadrados);
VII - supermercados com área construída superior a 1.500m² (mil e quinhentos metros
quadrados);
VIII – centros culturais com área construída superior a 1.500m² (mil e quinhentos metros
quadrados);
IX – centros de eventos com área construída superior a 1.500m² (mil e quinhentos
metros quadrados);
X - hortomercados com área construída superior a 1.500m² (mil e quinhentos metros
quadrados);
XI - depósitos ou postos de vendas de gás;
XII - postos de abastecimento de combustíveis;
XIII – estações telefônicas para telefonia fixa ou Centro de Comutação e Controle - CCC
para telefonia móvel celular, conforme conceituação da Agência Nacional de Telecomunicações -
ANATEL;
XV - estações de radiodifusão;
XV - estações de televisões;
XVI – edificações com área construída superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados),
considerada de forma isolada ou em conjunto;
XVII – equipamentos de segurança pública com com área construída acima de 1.000m²
(mil metros quadrados);
XVIII – estabelecimentos de ensino com área construída acima de 5.000m² (cinco mil
metros quadrados);

102
IXX - instituições científicas e tecnológicas com área construída superior a 1.500m² (mil e
quinhentos metros quadrados);
XX - hospitais;
XXI – estádios esportivos;
XXII – estabelecimentos de entretenimento noturno;
XXIII – garagens comerciais em terreno com área superior a 1.000m² (mil metros
quadrados);
XXIV – indústrias inócuas com área construída acima de 750m² (setecentos e cinquenta
metros quadrados) implantadas fora das Zona Industrial (ZI);
XXV – parques temáticos;
XXVI – quadras de escolas de samba;
XXVII – estações rodoviárias;
XXVIII – supermercados com área construída superior a 3.000m² (três mil metros
quadrados);
XXIX – terminais de passageiros e cargas;
XXX – templos e locais de cultos em geral com área construída superior a 1.500m² (mil e
quinhentos metros quadrados);
XXXI - cemitérios e crematórios;
XXXII – condomínios fechados de lotes;
XXXIII – loteamentos; e
XXXIV – consórcios imobiliários.
Parágrafo Único. Poderão ser passíveis de EIV, a critério do órgão municipal responsável
pela aplicação desse estudo, as atividades e os empreendimentos que se enquadrarem nas
seguintes situações:
I – atividades não previstas neste artigo com porte e potencial de impacto similar aos
previstos;
II – ampliações e reformas superiores a 20% (vinte por cento) de empreendimentos e
atividades existentes que se enquadrarem nas exigências de EIV, de acordo com este PDDM; e
III – edificações ou parcelamentos de solo na Zona Especial de Interesse Institucional -
ZINST sem regime urbanístico definido.

Art. 277. A elaboração do EIV será dispensada em casos de a avaliação de impacto ser
solicitada pelo Poder Público Municipal por meio de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), desde que contemplados os conteúdos de
análises dispostos nos art. 274 desta Lei Complementar.

Art. 278. São responsabilidades do empreendedor:


I – a elaboração do EIV; e
II – a execução das obras para implantação dos equipamentos públicos urbanos e
comunitários, da malha viária e de outras que se tornarem necessárias em decorrência da
implementação das medidas mitigadoras e compensatórias.

Art. 279. As empresas ou profissionais habilitados, não dependentes direta ou


indiretamente do proponente do empreendimento ou da atividade, deverão elaborar o EIV no
prazo de 6 (seis) meses após a expedição do TR, se responsabilizando tecnicamente pelos
resultados apresentados ao Poder Executivo Municipal.
§ 1º O EIV poderá ser aceito ou rejeitado, mediante decisão motivada, em casos de não
observância ao disposto no caput deste artigo.
§ 2º O Município solicitará complementações ao EIV em casos de que esse não atenda
aos requisitos do TR, a fim de viabilizar a avaliação técnica.

Seção V - Dos Instrumentos de Regularização Fundiária

103
Art. 280. O Município ou os demais legitimados na forma da lei, com base nas atribuições
previstas no inciso VIII do art. 30 da CF/88, na Lei Federal 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, na
Lei Federal 11.977/2009 e na Lei Federal 13.465/2017, deverá incorporar os assentamentos
precários e irregulares, favelas, loteamentos irregulares e cortiços, visando à sua regularização
urbanística e fundiária, mediante a utilização de instrumentos urbanísticos próprios como seguem:
I - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS;
II - a concessão do direito real de uso;
III - a concessão de uso especial para fins de moradia;
IV - a usucapião especial de imóvel urbano, individual ou coletivo;
V - a demarcação urbanística;
VI - a legitimação de posse; e/ou
VII - a assistência técnica, jurídica e social gratuita.

Art. 281. Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público
situado em área com características e finalidade urbanas, e que o utilize para sua moradia ou de
sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem
objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro
imóvel urbano ou rural, conforme previsão do art. 77 da Lei Federal 13.465/2017.
§ 1º A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do seu estado civil.
§ 2º O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário
mais de uma vez.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, na posse
de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.

Art. 282. A concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser outorgada
mediante requerimento do interessado, dirigido ao órgão municipal de habitação.

Art. 283. O Município deverá buscar e firmar parcerias com órgãos Estaduais e Federais
para o atendimento habitacional em programas de apoio habitacional, tais como aluguel social e
parceria social ou por intermédio de indenização por benfeitorias, dentre outros, sendo realizado
por período determinado e vinculado ao atendimento definitivo em programa de produção de
Habitação de Interesse Social.

Art. 284. O Poder Executivo promoverá planos de urbanização com a participação dos
moradores de áreas usucapidas para a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
ambiental nas áreas habitadas por população de baixa renda, usucapidas coletivamente por seus
possuidores para fins de moradias, nos termos da Lei Federal 10.257/2001 - Estatuto da Cidade.

Art. 285. A regularização fundiária de interesse social que envolva apenas a regularização
jurídica da situação dominial do imóvel poderá, a critério da Administração do Município, dispensar
a apresentação do plano mencionado no art. 284 desta Lei Complementar, hipótese em que serão
exigíveis apenas os documentos necessários à viabilização do registro do projeto de regularização.

Art. 286. A regularização fundiária em áreas ambientalmente protegidas deverá observar


os dispositivos previstos em legislação pertinente.

Art. 287. O Município deverá empenhar-se com órgãos estaduais e federais em busca da
garantia de assistência técnica, jurídica, urbanística e social gratuita à população, indivíduos,
entidades, grupos comunitários e movimentos na área de Habitação de Interesse Social e de
Agricultura Familiar, buscando promover a inclusão social, jurídica, ambiental e urbanística da
população de baixa renda à cidade, na garantia da moradia digna e no reconhecimento dos

104
serviços ambientais e sociais prestados pelos agricultores familiares, particularmente nas ações
visando à regularização fundiária e qualificação dos assentamentos precários e irregulares
existentes e à regularização fundiária e ambiental dos imóveis rurais.

CAPÍTULO III - DOS PROJETOS DE INTERVENÇÃO URBANA - PIUs

Art. 288. Com o objetivo de promover transformações estruturais o Município deverá


desenvolver Projetos de Intervenções Urbanas para promover transformações urbanísticas,
econômicas e ambientais através do ordenamento e da reestruturação urbana em áreas
subutilizadas e com potencial de transformação.
§ 1º As intervenções a serem realizadas nas áreas referidas no caput deste artigo deverão
estar baseadas em Projetos de Intervenções Urbanas, elaborados de forma participativa, sob
responsabilidade do Poder Executivo Municipal e poderão ser executados diretamente ou por
empresa especializada, contratada para tanto nos termos da Lei Federal 8.666/93 ou outra que
vier a substituí-la.
§ 2º Os Projetos de Intervenção Urbana deverão prever maior aproveitamento da terra
urbana, o eventual aumento nas densidades construtivas e demográficas, a implantação de novas
atividades econômicas e emprego e, quando for o caso, o atendimento das necessidades de
habitação e de equipamentos sociais para a população.
§ 3º Os Projetos de Intervenções Urbanas deverão atender aos Regimes de
Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo previstos no Título IV do Regime Urbanístico desta lei, com
exceção do previsto no Art. 299.
§ 4º Lei específica poderá autorizar o Poder Executivo a estabelecer, nos perímetros
definidos pelos Projetos de Intervenções Urbanas, medidas preventivas destinadas a evitar a
alteração das circunstâncias e das condições de fato existentes que possam comprometer ou
tornar mais onerosa a intervenção prevista para o local.
§ 5º As medidas preventivas referidas no parágrafo 4º serão, apenas, as necessárias para
a garantia da integridade dos Projetos de Intervenções Urbanas, respeitando-se os respectivos
alvarás de execução já expedidos pelo Município.
§ 6º Para a proposição dos Projetos de Intervenções Urbanas poderão ser realizados
concursos públicos de Arquitetura e Urbanismo nos termos da Lei de regência. 
§ 7º Para implementar os Projetos de Intervenções Urbanas o Município poderá, se
necessário, fazer a utilização de outros instrumentos previstos neste Título.

Art. 289. Para promover os objetivos estabelecidos no art. 288 fica o Poder Executivo
autorizado a constituir Fundo de Investimento Imobiliário ou delegar sua constituição à instituição
autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, tudo nos termos da Lei Federal nº
8.668/1993 ou outra legislação que venha a sucedê-la, com as seguintes finalidades:
I - instalar a infraestrutura necessária à implantação dos planos urbanísticos e projetos de
intervenções urbanas;
II - viabilizar eventuais desapropriações;
III - realizar incorporações imobiliárias;
IV - implantar projetos de Habitação de Interesse Social e equipamentos sociais;
V - implantar projetos de regularizações fundiárias e qualificações urbanas.

Art. 290. O Projeto de Intervenção Urbana deverá indicar os seus objetivos prioritários e
as propostas relativas aos aspectos urbanísticos, ambientais, sociais, econômico-financeiros e de
gestão democrática com, no mínimo:
I - o estudo do perímetro para a realização do Projeto de Intervenção Urbana;
II - as indicações, por meio de mapas, desenhos ou outras formas de representação
visual, das intervenções propostas;
III - os mecanismos para a implantação compartilhada das intervenções propostas e de
arrecadação de receitas mediante parcerias do Poder Público com o setor privado, quando couber;

105
IV - os mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e dos espaços urbanos de
especial valor histórico, cultural, arquitetônico, paisagístico e ambiental protegidos por
tombamento ou lei, quando couber;
V - as intervenções urbanas para melhorar as condições urbanas, ambientais,
morfológicas, paisagísticas, físicas e funcionais dos espaços públicos;
VI - o atendimento das necessidades habitacionais e sociais da população de baixa renda
residente na área, quando houver, afetada ou não pelas intervenções mencionadas no inciso
anterior, com prioridade para o atendimento das famílias moradoras de assentamentos irregulares
e que possam ser realocadas;
VII - a instalação de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas a serem ofertadas
a partir das demandas existentes, do incremento de novas densidades habitacionais e construtivas
e da transformação nos padrões de uso e ocupação do solo;
VIII - as soluções para as áreas de risco e com solos contaminados, quando houver;
IX - o estudo sobre a viabilidade econômica das intervenções propostas na modelagem
urbanística com estimativas de custos, previsão das dificuldades de execução e avaliação dos
impactos positivos e negativos decorrentes das intervenções propostas sobre a economia local;
X - as estratégias de financiamento das intervenções previstas na modelagem urbanística,
com identificação de fontes de recursos passíveis de serem utilizadas e propostas, se for o caso,
de parcerias com outras esferas do setor público e do setor privado para a implantação das
intervenções previstas;
XI - a priorização do atendimento das necessidades sociais, da realização das
intervenções urbanas e da realização dos investimentos previstos;
XII - as etapas e fases de implementação da intervenção urbana;
XIII - os instrumentos para a democratização da gestão e da elaboração e implementação
dos projetos de intervenção urbana com mecanismos de participação e controle social; e
XIV - os instrumentos para o monitoramento e a avaliação dos impactos da intervenção
urbana.

Seção I - Das áreas prioritárias para elaboração de Projetos de Intervenção Urbana - PIUs

Art. 291. São áreas prioritárias para elaboração de PIUs:


I – PIU ferrovias, composto pelas orlas e áreas ferroviárias;
II – PIU pedreira, composto pela antiga área de pedreira localizada no Bairro Airton
Senna;
III – PIU termoelétrica, composto pelas instalações e áreas da antiga Usina
Termoelétrica;
IV - PIU Ibirapuitã-Regalado, composto por áreas adjacentes ao Rio Ibirapuitã e Arroio
Regalado no Perímetro Urbano Sede;
V – PIU antigo aeroporto, composto pela área do antigo aeroporto;
VI – PIU áreas militares, composto pelas duas áreas militares no Perímetro Urbano Sede;
VII – PIU Tiaraju, composto por trecho de canteiro central da Avenida Tiaraju.
Parágrafo Único. Todas áreas prioritárias indicadas no caput têm suas localizações,
delimitações e diretrizes indicadas nas subseções que compõem esta Seção.

Subseção I – do PIU ferrovias

Art. 292. Fazem parte das áreas prioritárias para PIUs as orlas e áreas ferroviárias
existentes nos perímetros urbanos do Município.
§ 1º São consideradas orlas ferroviárias as faixas de domínio situadas às margens das
ferrovias e demais áreas públicas adjacentes às ferrovias cuja utilização está ligada à atividade
ferroviária ou de lazer.
§ 2º A largura das faixas de domínio varia de acordo com cada trecho.

106
§ 3º São consideradas áreas ferroviárias a composição dos eixos ferroviários juntamente
de lotes, edificações e demais estruturas a eles vinculados.
§ 4º Poderão ser incluídas ou integradas no PIU das orlas e áreas ferroviárias as faixas
não-edificáveis previstas pela Lei Federal nº 6.766/79, no seu Art 4º, inciso III, que determina
como faixa não-edificável a largura de 15m (quinze metros) além da faixa de domínio.

Art. 293. São diretrizes específicas para as orlas e áreas ferroviárias:


I - potencializar seu valor histórico e buscar medidas de preservação de sua identidade e
paisagens específicas;
II - buscar medidas de requalificação de suas estruturas e conjuntos edificados, assim
como da utilização e potencialidade de seus componentes ociosos, fazendo a promoção de novos
usos;
III - municipalizar os trechos desativados cujo interesse de atividades ferroviárias seja
inexistente;
IV - promover eixos de mobilidade não motorizada e de lazer;
V - articular os eixos ferroviários à malha urbana, transformando seu caráter de barreira
urbana e promovendo sua integração enquanto equipamento público;
VI - promover eixos de arborização com espécies adequadas e nativas aos respectivos
locais;
VII - propiciar áreas de cultivos e agricultura urbana e de pomares;
VIII - aplicar estratégias para a melhoria da drenagem urbana, inclusive com a criação de
bacias de retenção;
IX - aplicar instrumentos de regularização fundiária;
X - avaliar a utilização da ponte ferroviária sobre o Rio Ibirapuitã, paralela à ponte Borges
de Medeiros, para pedestres e ciclistas e como alternativa para motocicletas em períodos de cheias
do rio e quando ocorrer, por quaisquer razões, o fechamento da ponte Borges de Medeiros, além
da valorização de seu potencial como bem cultural histórico do Município.
§ 1º A proposição do PIU para orlas e áreas ferroviárias deverá incluir diretrizes que
contemplem a totalidade dos eixos ferroviários inseridos no perímetro urbano, podendo
estabelecer trechos prioritários para a Intervenção e a execução do Projeto por etapas.
§ 2º A utilização prevista no inciso X deste artigo deverá atender às regras de
compartilhamento de tráfego ferroviário, quando este estiver em operação, através de tecnologias
de sinalização.
§ 3º O Município deverá regulamentar o tráfego ferroviário em sua área urbana, de modo
a:
I - estabelecer períodos de tráfego toleráveis às vizinhanças residenciais;
II - instituir, em parceria com as concessionárias responsáveis pela operação das ferrovias
e com Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, tecnologias de sinalização
em cruzamentos das ferrovias com a malha urbana.
§ 4º O Município deverá buscar diálogo com a concessionária responsável pela operação
das ferrovias e com o DNIT com o objetivo de estabelecer parcerias para a implementação das
diretrizes e da regulamentação do tráfego ferroviário previstos neste artigo.

Subseção II – do PIU pedreira

Art. 294. Integra as áreas prioritárias para PIUs a área da antiga pedreira localizada no
Bairro Airton Senna.
Parágrafo Único. A delimitação do PIU para a área da antiga Pedreira é a constante no
Anexo 5 desta Lei Complementar.

Art. 295. São diretrizes específicas para a área da antiga pedreira no Bairro Airton Senna:
I - municipalizar a área e buscar medidas de regularização fundiária, regeneração
ambiental e implementação de área de lazer;

107
II - instituir medidas que garantam a segurança geomorfológica da área e potencializar
seu valor paisagístico;
III - combater o descarte irregular de resíduos sólidos através da consolidação de
equipamentos institucionais na área que apliquem programas e soluções específicas para o tema;
IV - aplicar estratégias para a melhoria e segurança da drenagem sobre a área; e
V - aplicar os instrumentos de regularização fundiária.

Subseção III – do PIU termoelétrica

Art. 296. Integram as áreas prioritárias para PIU as instalações e áreas da antiga Usina
Termoelétrica.
Parágrafo Único. A delimitação do PIU para a área da antiga Usina Termoelétrica consta
no Anexo 5 desta Lei Complementar.

Art. 297. São diretrizes específicas para a área das instalações e áreas da antiga Usina
Termoelétrica:
I - buscar a definição de estratégias, em parceria com a União e o Estado, de utilização,
ocupação e gestão da área;
II - incentivar a utilização diversificada da área e de suas instalações, impulsionando
parcerias entre os órgãos públicos, instituições e entes privados;
III - incentivar a característica universitária da região, buscando parcerias com
Universidades.

Subseção IV – do PIU Ibirapuitã-Regalado

Art. 298. Integram as áreas prioritárias para Projetos de Intervenções Urbanas as áreas
adjacentes ao Rio Ibirapuitã e Arroio Regalado no Perímetro Urbano Sede.
Parágrafo Único. A delimitação do PIU para as áreas adjacentes ao Rio Ibirapuitã e Arroio
Regalado no Perímetro Urbano Sede constam no Anexo 5 desta Lei Complementar.

Art. 299. São diretrizes específicas para as áreas adjacentes ao Rio Ibirapuitã e Arroio
Regalado no Perímetro Urbano Sede:
I - instituir legislação específica delimitando as áreas previstas no art. 298 como parque
natural municipal, a fim de dispor diretrizes e dispositivos que resguardem o patrimônio ambiental
das áreas e contenham ocupações irregulares;
II - instituir setorização das áreas, estabelecendo áreas de preservação e regeneração de
acesso controlado e áreas de usos sustentáveis e compatíveis com o local, assim como identificar
áreas de lazer existentes e áreas com potencial para lazer e contemplação, desde que estas não
prejudiquem o meio ambiente;
III - sediar ou aproximar órgãos ou departamentos ambientais existentes ou que vierem a
ser instituídos;
IV - buscar parcerias com Universidades, instituições educacionais e de pesquisa e a
sociedade civil organizada para atividades de vocação ambiental, incluindo o desenvolvimento de
pesquisas;
V - criar estratégias de recuperação ambiental em áreas degradadas;
VI - criar estratégias para drenagem urbana e de controle das cheias do entorno das
áreas, inclusive de criação de bacias de retenção;
VII - estabelecer parcerias com a concessionário responsável pela execução e operação
das redes esgoto cloacal no Município para identificar e extinguir despejos clandestinos de esgoto
cloacal; 
VIII - monitorar a concessionária responsável pela execução e operação de redes de
esgoto cloacal no Município com objetivo de reduzir e controlar impactos ambientais consequentes
de suas obras;

108
IX - combater o descarte irregular de resíduos sólidos através da consolidação de
equipamentos públicos na área, da identificação de limite do parque natural municipal e de
programas de orientação e educação ambiental;
X - estabelecer parcerias com os proprietários de áreas privadas existentes na delimitação
indicada pelo art. 298, para o emprego das diretrizes dispostas nos incisos anteriores.

Subseção V – do PIU antigo aeroporto

Art. 300. Integra as áreas prioritárias para PIUs a área do antigo aeroporto.
§ 1º A delimitação do PIU para a área do antigo aeroporto consta no Anexo 5 desta Lei
Complementar, sendo dividida em dois setores:
I - o setor à noroeste da Av. Inácio Campos de Menezes; e
II - o setor à sudeste da Av. Inácio Campos de Menezes.
§ 2º O Poder Público poderá definir a realização de PIU único para área ou a aplicação de
projeto específico para cada setor definido no §1º deste artigo.
§ 3º O(s) Projeto(s) de Intervenção Urbana para a área definida no §1º deste artigo
poderá(ão) prever, através de lei específica e mediante contrapartidas, a modificação de índices e
características de ocupação e uso do solo previstos respectivamente nos Capítulos II e III do
Título IV do Regime Urbanístico desta Lei Complementar.
§ 4º A lei específica que regulamentar o(s) Projeto(s) de Intervenção Urbana previsto(s)
no §2º deste artigo deve atender aos objetivos e diretrizes estabelecidos neste PDDM e conter, no
mínimo:
I - contrapartidas a serem exigidas dos proprietários, usuários permanentes e investidores
privados em função dos benefícios recebidos;
II - instrumentos urbanísticos complementares e de gestão ambiental a serem utilizados
na implantação;
III - previsão de terrenos para a produção habitacional de interesse social dentro de seu
perímetro;
IV - formas de controle e gestão do(s) Projeto(s) de Intervenção Urbana previstos neste
artigo, com a previsão de um Conselho Gestor paritário, formado por representantes do Poder
Público e da sociedade civil;
V - os recursos de contrapartidas financeiras e decorrentes dos benefícios urbanísticos
concedidos deverão ser encaminhados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU;
VI - regras de transição do regime jurídico do(s) Projeto(s) de Intervenção Urbana para o
regime jurídico ordinário da Lei do PDDM, aplicáveis ao final de cada PIU.
§ 5º O setor à noroeste da Av. Inácio Campos de Menezes fica isento do previsto no
inciso III do §4º deste artigo.

Art. 301. São diretrizes gerais para a área do antigo aeroporto:


I - A complementação da malha viária da região;
II - O incentivo a usos e atividades diversificadas e uma maior densidade em relação a
outras zonas da cidade;
IV - O fomento de habitações de menor custo através de programas de habitação social e
construções, especialmente aquelas que podem beneficiar o público universitário;
V - A parceria com a Universidade e a União em busca da ocupação e diversificação do
uso do solo do setor à noroeste delimitado no Art. 300; e
VI - A criação de estratégias e parcerias com a Universidade para a integração da área  do
setor à noroeste, delimitado no Art. 300, com o Município e, sobretudo, com os bairros adjacentes.
Parágrafo Único. A diretriz prevista no inciso I deste artigo deverá se referenciar pelas
diretrizes viárias estabelecidas neste PDDM, pelo Plano de Mobilidade Urbana e buscar sempre,
quando possível, a continuidade entre as vias existentes nos bairros a sudoeste e noroeste das
áreas delimitadas no Art. 300.

109
Subseção VI – do PIU áreas militares

Art. 302. Integram as áreas prioritárias para Projetos de Intervenções Urbanas as áreas
militares presentes no Perímetro Urbano Sede.
Parágrafo Único. A delimitação do PIU para as áreas militares presentes no Perímetro
Urbano Sede constam no Anexo 5 desta Lei Complementar, sendo reconhecidas duas áreas não
contíguas:
I – A área militar junto ao Bairro Tancredo Neves; e
II – A área militar junto ao Bairro Medianeira.

Art. 303. Caso a área militar junto ao Bairro Tancredo Neves, definida no inciso I do art.
302, venha ser desocupada pelo Exército Brasileiro, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes
específicas:
I - buscar a definição de estratégias, em parceria com a União e o Estado, de utilização,
ocupação e gestão da área;
II – potencializar seu valor histórico e buscar medidas de preservação de sua identidade e
requalificação de suas estruturas e conjuntos edificados históricos;
III - incentivar a utilização diversificada da área e de suas instalações, impulsionando
parcerias entre os órgãos públicos, instituições e entes privados; e
IV – adotar as diretrizes específicas, quando cabíveis, de áreas às margens do Rio
Ibirapuitã previstas pelo art. 299 desta Lei Complementar.

Art. 304. No caso da área militar junto ao Bairro Medianeira, definida no inciso II do art.
303, venha ser desocupada pelo Exército Brasileiro, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes
específicas:
I - buscar a definição de estratégias, em parceria com a União e o Estado, de utilização,
ocupação e gestão da área;
II – potencializar seu valor histórico e buscar medidas de preservação de sua identidade e
requalificação de suas estruturas e conjuntos edificados históricos;
III - incentivar a utilização diversificada da área e de suas instalações, impulsionando
parcerias entre os órgãos públicos, instituições e entes privados;
IV – o estímulo ao parcelamento do solo sobre as partes não ocupadas da área,
prevendo:
a) a complementação da malha viária da região, devendo também se referenciar pelas
diretrizes viárias estabelecidas neste PDDM, pelo Plano de Mobilidade Urbana e buscar sempre,
quando possível, a continuidade entre as vias existentes no entorno;
b) o incentivo a usos e atividades diversificadas e uma maior densidade em relação a
outras zonas da cidade; e
c) o fomento de habitações de menor custo através de programas de habitação social e
construções.
§ 1º O Projeto de Intervenção Urbana (PIU) para a área militar junto ao Bairro Medianeira
prevista no caput deste artigo poderá prever, através de lei específica e mediante contrapartidas,
a modificação de índices e características de ocupação e uso do solo previstos respectivamente
nos Capítulos II e III do Título IV do Regime Urbanístico desta Lei Complementar.
§ 2º A lei específica que regulamentar o PIU previsto no §1º deste artigo deve atender
aos objetivos e diretrizes estabelecidos neste PDDM e conter, no mínimo:
I - contrapartidas a serem exigidas dos proprietários, usuários permanentes e investidores
privados em função dos benefícios recebidos;
II - instrumentos urbanísticos complementares e de gestão ambiental a serem utilizados
na implantação;
III - previsão de terrenos para a produção habitacional de interesse social dentro de seu
perímetro;

110
IV - formas de controle e gestão do PIU previstos neste artigo, com a previsão de um
Conselho Gestor paritário, formado por representantes do Poder Público e da sociedade civil;
V - os recursos de contrapartidas financeiras e decorrentes dos benefícios urbanísticos
concedidos deverão ser encaminhados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano – FMDU; e
VI - regras de transição do regime jurídico do PIU para o regime jurídico ordinário da Lei
do PDDM, aplicáveis ao final do PIU.
§ 3º A lei específica que regulamentar o PIU previsto no §1º deverá manter o
zoneamento industrial junto à Rodovia BR 290.

Subseção VII – do PIU Tiaraju

Art. 305. Faz parte das áreas prioritárias para PIUs trecho do canteiro central da Avenida
Tiaraju.
§ 1º A delimitação do trecho de canteiro central da Avenida Tiaraju, prioritário para PIU,
consta no Anexo 5 desta Lei Complementar, sendo o trecho localizado entre as rótulas das
Avenidas Caverá e República Riograndense.
§ 2º O PIU Tiaraju tem como objetivo geral a implantação de parque linear sobre o trecho
delimitado no § 1º, devendo este servir como estrutura propulsora de eixos com caráter linear de
parque, lazer e locomoção não-motorizada.
§ 3º O PIU Tiaraju poderá se estender sua delimitação, enquanto projeto e implantação,
ou deverá prever diretrizes de continuidade para os seguintes eixos viários:
I – para os demais seguimentos da Avenida Tiaraju;
II – para o eixo da Avenida Caverá;
III – para a ponte Borges de Medeiros;
IV – para os eixos da Avenida Inácio Campos de Menezes e Rua Gentil Francisco
Carlesso; e
V – para o eixo da Avenida República Riograndense.
§ 4º O PIU Tiaraju deverá adotar e/ou prever estratégias de conexão com os seguintes
polos:
I – com a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), localizada junto à Avenida
Tiaraju;
II - com o Parque Doutor Lauro Dornelles, localizada junto à Avenida Tiaraju;
III - com os Parques Rui Ramos e Neyta Ramos, localizados no Bairro Centro; e
IV - com a Praça da Juventude, localizada próxima do Bairro Nova Brasília.
§ 5º O PIU Tiaraju deverá adotar e/ou prever estratégias de conexão e integração com os
PIU “ferrovias”, “pedreira”, “termoelétrica”, “Ibirapuitã-Regalado” e “antigo aeroporto”, podendo
estabelecer um plano de eixos e polos integrados.

Art. 306. São diretrizes específicas para o trecho do canteiro central da Avenida Tiaraju:
I - requalificar passeios públicos e canteiros centrais;
II – criar espaços de lazer, contemplação e esporte para a comunidade;
III – fomentar espaço democrático para eventos, feiras e shows para a comunidade;
IV – implantar eixos de mobilidade não-motorizada como para caminhada e bicicleta;
V - promover eixos de arborização com espécies adequadas e nativas aos respectivos
locais;
VI - propiciar áreas de cultivos e agricultura urbana e de pomares; e
VII - aplicar estratégias para a melhoria da drenagem urbana, inclusive com a criação de
bacias de retenção.
Parágrafo Único. As diretrizes previstas no caput deverão ser adotadas nos eixos de
continuidade previstos no § 3º do Art. 305.

TÍTULO VI - DO SISTEMA DE GESTÃO

111
CAPÍTULO I - DOS COMPONENTES DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO

Art. 307. A gestão democrática da cidade, direito da sociedade e essencial para a


concretização de suas funções sociais, será realizada mediante processo permanente,
descentralizado e participativo de planejamento, controle e avaliação e será o fundamento para a
elaboração, revisão, aperfeiçoamento, implementação e acompanhamento do PDDM e de planos,
programas e projetos setoriais e específicos.

Art. 308. O Sistema Municipal de Planejamento Urbano será implementado pelos órgãos
do Poder Executivo, assegurando a participação direta da população em todas as fases de
planejamento e gestão democrática da cidade e garantindo as instâncias e instrumentos
necessários para efetivação da participação da sociedade na tomada de decisões, controle e
avaliação das políticas públicas, sendo composto por:
I - órgãos públicos;
II - sistema municipal de informações; e
III - instâncias e instrumentos de participação social.

Art. 309. Além do PDDM, fazem parte do Sistema Municipal de Planejamento:


I - o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária
Anual - LOA; e
II - o Código de Obras e Edificações do Município e demais normas complementares
previstas nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. As leis e planos citados nos incisos deste artigo deverão observar as
diretrizes e prioridades estabelecidas neste PDDM.

Art. 310. O Poder Executivo promoverá a adequação da sua estrutura administrativa,


quando necessário, para a incorporação dos objetivos, diretrizes e ações previstos neste PDDM,
mediante a reformulação das competências de seus órgãos da Administração Direta e Indireta.
Parágrafo único. Cabe ao Poder Executivo garantir os recursos e procedimentos
necessários para a formação e manutenção dos quadros necessários no funcionalismo público para
a implementação das disposições desta Lei Complementar.

Art. 311. A participação dos munícipes em todo processo de planejamento e gestão da


cidade será baseada na plena informação, disponibilizada pelo Poder Executivo com a devida
antecedência e de pleno acesso público, garantindo a transparência, o acesso à informação, a
participação e os preceitos da gestão democrática.

Art. 312. O Poder Executivo promoverá a cooperação com os Municípios vizinhos e com
órgãos estaduais objetivando formular políticas, diretrizes, planos, projetos e ações conjugadas
destinadas à superação de problemas setoriais ou regionais comuns, bem como poderá firmar
convênios ou estabelecer consórcios com a finalidade de articulação com o Governo do Estado e o
Governo Federal para o gerenciamento e implementação de projetos urbanísticos, a aplicação
conjunta de recursos e a regularização e a administração das áreas remanescentes.

Seção I - do Grupo Técnico de Monitoramento e Avaliação do Planejamento Urbano - GTMA

Art. 313. Fica instituído o Grupo Técnico de Monitoramento e Avaliação do Planejamento


Urbano, responsável por monitorar e avaliar este PPDM e os demais planos setoriais instituídos ou
que virão a ser instituídos no Município, além de deliberar o que for previsto por esta Lei
Complementar e as demais Leis que instituem os planos setoriais.
§ 1º O GTMA tem, também, os seguintes objetivos:
I - Elaborar os termos de referência para os estudos de impacto de vizinhança e
ambiental, em conjunto com o órgão licenciador;

112
II - Analisar os estudos para uso condicionado ao impacto de vizinhança, estudos de
Impacto de vizinhança e os estudos de impacto ambiental, previstos no Capítulo II do Título V
desta Lei Complementar, de temas relativos ao desenvolvimento urbano, emitindo parecer ao
Conselho do Plano Diretor;
III - Propor, negociar e aprovar os termos de parcerias público-privadas para projetos
urbanos;
IV - Revisar critérios e procedimentos relacionados à implementação dos instrumentos da
política urbana e de ordenamento do uso e ocupação do território, com vistas a sua adequação
aos princípios do plano diretor e ao desenvolvimento social, urbano, ao crescimento econômico e à
preservação ambiental;
V - Tratar de demais assuntos relacionados ao desenvolvimento urbano que exijam uma
visão integrada por parte do Poder Executivo Municipal;
VI - Avaliar e aprovar projetos e iniciativas de intervenção no território urbano,
promovendo a adequação destes com a estrutura urbana e peculiaridades locais;
VII - Avaliar e aprovar os projetos de parcelamento do solo sempre que for solicitado pelo
setor de aprovação;
VIII - Contribuir com o processo de avaliação e atualização permanente do plano diretor e
dos planos setoriais, propondo ajustes quando for necessário;
IX - Promover audiências públicas, conferências e seminários de temas relativos ao
desenvolvimento urbano;
X - Avaliar os casos não previsto no Plano Diretor.

Art. 314. O GTMA deverá ser composto por técnicos interdisciplinares e com
representatividade das diversas secretariais municipais, devendo ser estabelecido em Decreto
Municipal próprio.
§ 1º O GTMA deverá ter no mínimo 10 (dez) integrantes e é obrigatório em sua
composição no mínimo 01 (um) arquiteto, 01 (um) biólogo, 01 (um) geógrafo e 02 (dois)
profissionais que sejam de especialidades diversas da área de engenharia, como engenharia
florestal, topográfica ou civil.
§ 2º O grupo poderá convidar para participar de suas reuniões, técnicos e dirigentes do
Poder Executivo Municipal e especialistas para prestar assessoramento a questões julgadas
necessárias ao cumprimento de suas finalidades.
§ 3º Os representantes do grupo técnico serão indicados pelo Prefeito Municipal, através
de decreto.
§ 4º É vedada a participação no grupo de pessoas investidas nos cargos em comissão.
§ 5º O Decreto Municipal previsto no caput deverá regulamentar a percepção de verbas
aos técnicos integrantes do GTMA.
§ 6º O grupo se reunirá sempre que houver necessidade, conforme a demanda.

CAPÍTULO II - DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

Seção I - Do Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA

Subseção I - Da Composição do Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA

Art. 315. O Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA, órgão colegiado,
integrante da estrutura do Poder Executivo, tem por finalidade estudar e propor diretrizes para a
formulação e implementação da Política de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e da Estratégia
de Ordenamento Territorial do Município constantes respectivamente nos Títulos II e III desta Lei
Complementar, bem como acompanhar e avaliar sua execução, conforme dispõe a Lei Federal
10.257/2001.

113
§ 1º O CMPUA será composto por 22 (vinte e dois) integrantes titulares, presidente, e
respectivos suplentes de titulares, sendo representantes do Poder Executivo e da sociedade civil,
organizados por segmentos, com direito a voz e voto, a saber:
I - 11 (onze) integrantes representantes de órgãos do Poder Executivo indicados pelo
Prefeito Municipal, Cargos em Comissão ou Servidores de Carreira, distribuídos da seguinte forma:
a) 1 (um) integrante da Secretaria de Planejamento ou que tenha atribuições legais
correlatas;
b) 1 (um) integrante da Secretaria do Meio Ambiente ou que tenha atribuições legais
correlatas;
c) 1 (um) integrante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico ou que tenha
atribuições legais correlatas;
d) 2 (dois) integrantes da Secretaria de Infraestrutura ou que tenha atribuições legais
correlatas, sendo no mínimo 1 (um) representante da divisão de habitação;
e) 1 (um) integrante do setor de cadastro técnico da Secretaria de Finanças;
f) 1 (um) integrante da Secretaria de Segurança Pública, Mobilidade e Cidadania ou que
tenha atribuições legais correlatas;
g) 1 (um) integrante da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer ou que tenha
atribuições legais correlatas;
i) 1 (um) integrante da Secretaria de Promoção e Desenvolvimento Social ou que tenha
atribuições legais correlatas;
j) 1 (um) integrante da Secretaria de Agricultura ou que tenha atribuições legais
correlatas; e
k) 1 (um) integrante da Procuradoria Geral do Município (PGM) ou que tenha atribuições
legais correlatas;
II - 11 (onze) integrantes da sociedade civil, distribuídos da seguinte forma:
a) 1 (um) integrante representante dos movimentos de moradia;
b) 2 (dois) integrantes representantes de associações de bairros;
c) 2 (dois) integrantes representantes das entidades do setor econômico e comercial;
d) 1 (um) integrante representante dos trabalhadores, por suas entidades sindicais;
e) 1 (um) integrante de entidades profissionais;
f) 1 (um) integrante de entidades acadêmicas e de pesquisa;
g) 2 (dois) integrantes representantes de movimentos ambientalistas, de mobilidade
urbana ou movimentos culturais; e
h) 1 (um) integrante das entidades sindicais da agricultura.
§ 2º As entidades e movimentos representantes da sociedade civil, indicados nas alíneas
do inciso II do § 1º deste artigo deverão ter como requisito para integrar o CPMUA personalidade
jurídica com sede ou representação oficial no Município de Alegrete, bem como constar entre os
seus objetivos a promoção do desenvolvimento sócio-econômico, planejamento urbano ou
melhoria da qualidade de vida.
§ 3º Terão assento com direito a voz no Conselho 2 (dois) representantes de órgãos
estaduais, os quais serão convidados pelo Prefeito Municipal pelas vias de relacionamentos
institucionais adequados.
§ 4º O Prefeito indicará a Presidência do Conselho Municipal de Política Urbana e
Ambiental.
§ 5º As decisões do CMPUA serão tomadas por maioria simples dos presentes, com
quórum mínimo de 2/3 (dois terços) dos seus integrantes, cabendo, no caso de empate, o voto de
qualidade ao seu Presidente.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará por Decreto o processo eleitoral para a eleição dos
representantes da sociedade civil.
§ 7º Os representantes da sociedade civil serão eleitos pelos seus pares mediante
processo coordenado por comissão eleitoral paritária do CMPUA.

114
§ 8º Para a eleição dos representantes relacionados nas alíneas “a” a “h” do inciso II
deste artigo, será garantido direito a voto a todo e qualquer cidadão com título eleitoral, sem
necessidade de pré-cadastramento.
§ 9º Os demais representantes da sociedade civil serão escolhidos no âmbito dos órgãos
dos quais sejam integrantes.
§ 10º O mandato será de dois anos, sendo permitida apenas uma recondução sucessiva.

Art. 316. A função dos integrantes do CMPUA é considerada serviço de relevante valor
social e não remunerada.

Art. 317. O CMPUA reunir-se-á ordinariamente a cada dois meses e extraordinariamente


de acordo com a necessidade, sendo suas regras de funcionamento estabelecidas em Regimento
Interno que será elaborado e votado por seus integrantes e editado por Decreto do Poder
Executivo.
§ 1º As reuniões do CMPUA poderão ser acompanhadas por qualquer munícipe e a
documentação decorrente das reuniões deverá ser publicada no sítio oficial do Poder Executivo na
internet, no prazo de até 15 (quinze) dias úteis após a sua realização.
§ 2º As datas, horários e pautas das reuniões serão disponibilizadas no sítio oficial do
Poder Executivo na internet para pleno acesso público com, no mínimo, 5 (cinco) dias úteis de
antecedência de sua realização.
§ 3º O CMPUA pode, sempre que necessário ao seu perfeito funcionamento, constituir
comissões e grupos de trabalhos compostos por seus integrantes ou especialistas para a realização
de tarefas específicas relacionadas às suas atribuições.
§ 4º O CPMUA se reunirá em instalações do Poder Executivo Municipal, podendo,
eventualmente, realizar as suas reuniões em local conveniente à realização de suas atividades.
§ 5º A Secretaria Municipal de Planejamento prestará o apoio administrativo necessário
para o funcionamento do CPMUA.

Subseção II - Das Atribuições do Conselho Municipal de Política Urbana e Ambiental - CMPUA

Art. 318. Competem ao CMPUA, dentre outras, as seguintes atribuições:


I - acompanhar a execução das Políticas de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e a
Estratégia de Ordenamento Territorial do Município, veiculadas por intermédio do PDDM;
II - debater e apresentar sugestões à proposta de alteração do PDDM quando da sua
revisão;
III - debater e elaborar propostas de projetos de lei de interesse urbanístico e
regulamentações decorrentes desta Lei Complementar;
IV - apreciar relatórios emitidos pelo Poder Executivo com a indicação das ações
prioritárias previstas no PDDM e especialmente indicadas para execução no exercício do ano
seguinte, identificando os programas passíveis de serem financiados pelo FMDU e indicando a
necessidade de fontes complementares;
V - encaminhar ao Poder Executivo, ao final de cada gestão, para subsidiar a elaboração
do Programa de Metas do próximo Governo, memorial sugerindo prioridades no tocante à
implantação do PDDM;
VI - debater as diretrizes para áreas públicas municipais;
VII - acompanhar a aplicação dos recursos arrecadados pelo FMDU;
VIII - acompanhar a prestação de contas do FMDU;
IX - promover a articulação entre os conselhos setoriais;
X - encaminhar propostas e ações voltadas para o desenvolvimento urbano;
XI - encaminhar propostas aos Órgãos Municipais e Conselhos Gestores dos Fundos
Públicos Municipais com o objetivo de estimular a implementação das ações prioritárias contidas
nesta Lei Complementar, por meio da integração territorial dos investimentos setoriais;

115
XIII - debater e apresentar sugestões de Parcerias Público-Privadas quando diretamente
relacionadas com os instrumentos referentes à implementação do PDDM;
XIV - aprovar relatório anual e debater plano de trabalho para o ano subsequente de
implementação dos instrumentos indutores da função social da propriedade, elaborado pelo Poder
Executivo;
XVI - elaborar e votar o seu Regimento Interno que será editado pelo Poder Executivo.
§ 1º Para cumprir suas atribuições, o CMPUA receberá relatórios anuais de
monitoramento da implementação do PDDM, produzidos pelo Poder Executivo ou elaborados sob
sua coordenação, com detalhamento dos recursos e das respectivas aplicações realizadas no
período.
§ 2º O CMPUA tem prazo de 4 (quatro) reuniões para apreciar e deliberar sobre os itens
previstos neste artigo e, caso o prazo decorra sem que haja uma decisão, caberá ao Presidente
dar os encaminhamentos necessários.
§ 3º A deliberação prevista no § 2º deste artigo deverá ser apresentada através de um
Plano Estratégico de Ação do CPMUA.
§ 4º O Plano Estratégico de Ação do CPMUA deverá apresentar, através de cada Política
Setorial, programas e seus respectivos projetos para implementação de ações, objetivos e
diretrizes previstas pelo PDDM.
§ 5º Contemplam as políticas setoriais:
I - Política de Desenvolvimento Socioeconômico, constante no Capítulo I do Título II desta
Lei Complementar e composta por:
a) Estratégia Municipal de Redução de Riscos;
b) Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável
c) Política Municipal de Educação
d) Política Municipal de Assistência Social
e) Política Municipal de Saúde
f) Política Municipal de Segurança Pública
II - Política Cultural, constante no Capítulo II do Título II desta Lei Complementar e
composta por:
a) Política Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural
b) Política Municipal de Esporte e Lazer
c) Política Municipal de Turismo
III - Política de Saneamento Ambiental, constante no Capítulo III do Título II desta Lei
Complementar;
IV - Política de Mobilidade Urbana, constante no Capítulo IV do Título II desta Lei
Complementar;
V - Política de Habitação, constante no Capítulo V do Título II desta Lei Complementar;
VI - Política Ambiental, constante no Capítulo VI do Título II desta Lei Complementar; e
VII - Política de Desenvolvimento Rural, constante no Capítulo I do Título III desta Lei
Complementar.

Seção II - Do Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal - CPDDM

Art. 319. O Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal - CPDDM é o órgão


deliberativo e fiscalizador que tem por finalidade assegurar a participação da população no
processo de gestão democrática do planejamento urbano e ambiental e acompanhar a
implantação e gestão do PDDM.

Art. 320. Compete ao CPDDM:


I - monitorar, propor e aprovar as diretrizes, prioridades, estratégias e instrumentos de
gestão do PDDM;
II - propor e participar da deliberação, junto ao processo de elaboração do orçamento
municipal, sobre a execução de projetos e programas voltados ao planejamento urbano e o

116
desenvolvimento do Município, permitindo seu crescimento planejado e ambientalmente
sustentável, com melhoria da qualidade de vida dos munícipes;
III - acompanhar e avaliar a execução das Políticas estabelecidas pelo Ministério das
Cidades ou outro órgão federal que vier a substituí-lo e recomendar ao Poder Executivo do
Município e ao CPMUA as providências necessárias ao cumprimento dos respectivos objetivos;
IV - fiscalizar e acompanhar todas as ações referentes às políticas de desenvolvimento do
Município, considerando os condicionantes ambientais e utilizando adequadamente as
potencialidades do meio natural, social e econômico da região e do Município;
V - propor ao Poder Executivo a elaboração de estudos e projetos, constituir grupos
técnicos ou comissões especiais, quando julgar necessários, para o desempenho das suas funções;
VI - elaborar e votar o seu Regimento Interno que será editado por Decreto do Poder
Executivo.

Art. 321. O CPDDM será composto por 14 (catorze) integrantes e seus respectivos
suplentes, de forma paritária, sendo 07 (sete) representantes do Poder Executivo, Cargos em
Comissão ou Servidores de Carreira, 4 (quatro) representantes de entidades comunitárias e da
sociedade civil e 3 (três) representantes de entidades de classe.
§ 1º Deverão ser indicados pelas entidades de classe os titulares e suplentes para
comporem o CPDDM.
§ 2º Os representantes acima citados serão:
I - do Município:
a) 2 (dois) representantes da Secretaria de Infraestrutura ou que tenha atribuições legais
correlatas;
b) 1 (um) representante da Secretaria de Planejamento ou que tenha atribuições legais
correlatas;
c) 1 (um) representante da Secretaria de Meio Ambiente ou que tenha atribuições legais
correlatas;
d) 1 (um) representante da Secretaria de Segurança Pública, Mobilidade e Cidadania ou
que tenha atribuições legais correlatas;
e) 1 (um) representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo ou que
tenha atribuições legais correlatas;
f) 1 (um) representante da Procuradoria Geral do Município (PGM).
II - das Entidades Comunitárias e sociedade civil:
a) 2 (dois) representantes das Associações de Bairros do Município e/ou representantes
dos movimentos de moradia;
b) 1 (um) representante de entidades acadêmicas e de pesquisa;
c) 1 (um) integrante de entidades profissionais;
d) 2 (dois) representantes de movimentos ambientalistas, de mobilidade urbana ou
movimentos culturais; e
e) 1 (um) representante das entidades do setor econômico e comercial.
§ 3º As entidades e movimentos representantes da sociedade civil indicados nas alíneas
do inciso II do § 2º deste artigo deverão ter como requisito para integrar o CPDDM, personalidade
jurídica com sede ou representação oficial no Município de Alegrete, bem como constar entre os
seus objetivos a promoção do desenvolvimento sócio-econômico, planejamento urbano ou
melhoria da qualidade de vida.
§ 4º Os representantes e respectivos suplentes serão indicados:
I - pelo Prefeito Municipal, no caso do inciso I;
II - pelas entidades respectivas, no caso do inciso II.

Art. 322. O CPDDM terá uma diretoria composta por um Presidente e um Vice-Presidente,
escolhidos entre os conselheiros, com mandato de dois anos, permitida a recondução uma única a
vez.

117
Parágrafo único. O Secretário Executivo do CPDDM será o Secretário de Planejamento do
Município ou alguém por ele designado.

Art. 323. As decisões do CPDDM serão tomadas pelo critério de maioria simples, em
reuniões que contenham a presença, de pelo menos, 2/3 (dois terços) dos seus integrantes.

Art. 324. A função dos integrantes do CPDDM é considerada serviço de relevante valor
social e não remunerada.

Art. 325. O CPDDM pode, sempre que necessário ao seu perfeito funcionamento,
constituir comissões e grupos de trabalhos compostos por seus integrantes ou especialistas para a
realização de tarefas específicas relacionadas às suas atribuições.

Art. 326. O CPDDM poderá convidar para participar de suas reuniões, sem direito a voto,
técnicos e dirigentes do Poder Executivo Municipal e especialistas para prestarem assessoramento
em questões julgadas necessárias ao cumprimento de suas finalidades.

Art. 327. O CPDDM funcionará como última instância de Recurso para o julgamento do
mérito de interpelações promovidas por terceiros e relacionados ao cumprimento das normas
dispostas neste PDDM

Art. 328. O CPDDM se reunirá em instalações do Poder Executivo Municipal, podendo,


eventualmente, realizar as suas reuniões em local conveniente à realização de suas atividades.

Art. 329. As decisões do CPDDM, sempre que de interesse público, deverão ser
divulgadas por meio de comunicados escritos aos interessados, ou através de editais publicados
nos meios de comunicação local e no sítio oficial do Município na internet.

Art. 330. A Secretaria Municipal de Planejamento prestará o apoio administrativo


necessário para o funcionamento do CPDDM.

CAPÍTULO III - DOS DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Art. 331. O Poder Executivo realizará audiências públicas por ocasião do processo de
licenciamento de empreendimentos e atividades públicas e privadas de impacto urbanístico ou
ambiental para os quais sejam exigidos estudos e relatórios de impacto ambiental.
§ 1º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública, tais como estudos,
plantas, planilhas e projetos, serão colocados à disposição de qualquer interessado para exame e
extração de cópias, inclusive por meio eletrônico e em formato aberto, com antecedência mínima
de 10 (dez) dias úteis da realização da respectiva audiência pública.
§ 2º As intervenções realizadas em audiências públicas deverão ser registradas para
acesso e divulgação públicos em até 20 (vinte) dias úteis da sua realização e deverão constar no
respectivo processo administrativo.
§ 3º O Poder Executivo dará ampla publicidade aos resultados advindos das audiências
públicas que promoverá, especialmente indicando as medidas adotadas em função das opiniões e
manifestações colhidas junto à população.
§ 4º O Poder Executivo poderá complementar as audiências públicas com atividades
participativas que ampliem a participação dos munícipes, tais como oficinas, seminários e
atividades formativas.

Art. 332. A iniciativa popular de Projetos de Leis, de Plebiscitos e de Referendos ocorrerão


nos termos da legislação federal pertinente, da Lei Orgânica do Município e da legislação municipal
complementar.

118
Art. 333. O Poder Executivo poderá promover atividades de formação para os munícipes,
como cursos, seminários e oficinas, com o objetivo de ampliar a troca de informações sobre as
políticas de desenvolvimento urbano, favorecendo seu contínuo aperfeiçoamento.

CAPÍTULO IV - DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - FMDU

Art. 334. Fica criado por esta Lei Complementar o Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano – FMDU, de natureza contábil e vinculado à Secretaria Municipal de Planejamento, que
tem por finalidade apoiar ou realizar investimentos destinados a concretização dos objetivos,
diretrizes, planos, programas e projetos urbanísticos e ambientais.
Parágrafo único. As rubricas orçamentárias pertinentes à gestão orçamentária do FMDU
serão previstas nas respectivas Leis Orçamentárias competentes.

Seção I - Do Conselho Gestor do FMDU

Art. 335. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano – FMDU será administrado por
um Conselho Gestor, composto por:
I - Presidência;
II - Plenário; e
III - Secretaria Executiva.
Parágrafo único. Poderão ser constituídas comissões internas, permanentes ou
temporárias, para o melhor andamento dos trabalhos disciplinados neste capítulo.

Art. 336. A Presidência do FMDU será exercida pelo Secretário de Planejamento.


Parágrafo único. Em caso de impossibilidade de comparecimento às reuniões, o Secretário
Municipal de Planejamento poderá designar, como suplente, um servidor da Pasta.

Art. 337. São atribuições da Presidência:


I - convocar reuniões, presidi-las e resolver as questões de ordem;
II - aprovar a pauta das reuniões elaborada pela Secretaria Executiva;
III - submeter ao Plenário os assuntos constantes da pauta das reuniões;
IV - dar posse aos representantes da sociedade civil que compõem o FMDU;
V - consultar entidades de direito público e privado para a obtenção de informações
necessárias às atividades e finalidades do FMDU;
VI - proferir o voto de qualidade nos casos de empate nas votações; e
VII - reportar ao Plenário a origem e o valor de todos os recursos que compõem o FMDU.

Art. 338. O Plenário será composto, de forma paritária, por 12 (doze) integrantes, com
igual número de suplentes.
§1º Além da presidência, a composição deverá ser na seguinte conformidade:
I - 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Planejamento ou que tenha
atribuições legais correlatas;
II - 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Finanças e Orçamento ou que
tenha atribuições legais correlatas;
III - 02 (dois) representantes da Secretaria Municipal de Infraestrutura, sendo no mínimo
1 (um) representante do Setor de Habitação, ou que tenha atribuições legais correlatas;
IV - 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente ou que tenha
atribuições legais correlatas;
V - 1 (um) representante dos movimentos de moradia;
VI - 1 (um) representante de associações de bairros;
VII - 1 (um) representante de movimentos ambientalistas, de mobilidade urbana ou
movimentos culturais;

119
VIII – 1 (um) representante de Sindicato de Trabalhadores com atuação na área de
desenvolvimento urbano;
IX – 1 (um) representante de entidade empresarial com atuação na área de
desenvolvimento urbano; e
X – 1 (um) representante de entidade profissional, acadêmica ou de pesquisa com
atuação na área de desenvolvimento urbano;
§2º Compreende-se como áreas do desenvolvimento urbano o planejamento territorial, a
gestão urbana, a habitação, a regularização fundiária, o saneamento, o ambiente, o transporte, a
mobilidade e a acessibilidade.
§ 3º A participação no Conselho Gestor do FMDU será considerada de relevante interesse
público, vedada, porém, sua remuneração a qualquer título.

Art. 339. Compete ao Plenário:


I - estabelecer normas, procedimentos e condições operacionais do FMDU;
II - proferir votos, pedir informações e sugerir ao Presidente o exame de assuntos
pertinentes;
III - acompanhar a aplicação dos recursos do FMDU;
IV - aprovar o Plano Anual de Aplicação e a Prestação de Contas Anual dos recursos do
FMDU;
V – encaminhar, anualmente, o Plano Anual de Aplicação dos recursos do FMDU ao Poder
Executivo para que este encaminhe o mesmo como anexo ao projeto da Lei Orçamentária Anual
para a sua aprovação pelo Poder Legislativo;
VI – elaborar e aprovar o Regimento Interno do Conselho Gestor que será editado por
Decreto do Poder Executivo;
VII - praticar outros atos para o fiel cumprimento de suas funções.

Art. 340. A Secretaria Executiva do Conselho Gestor será exercida pela Secretaria
Municipal de Planejamento, cabendo-lhe:
I - executar as funções de apoio técnico e administrativo e promover o controle dos
prazos;
II - registrar a entrada e movimentação do expediente, recepcionar demandas, elaborar a
pauta de cada reunião e arquivar os assuntos tratados nas reuniões;
III - elaborar os extratos e atas de reunião;
IV – publicar no sítio oficial do Município na internet as convocações, extratos, atas das
reuniões e deliberações, os documentos apresentados e os balanços contábeis;
V - elaborar e tornar público o relatório semestral das atividades realizadas nos termos do
inciso IV deste artigo;
VI - atender às determinações do Presidente;
VII - receber e analisar a conformidade das solicitações de recursos com o Plano Anual de
Aplicação aprovado conforme o disposto no inciso IV do art. 339.

Art. 341. O Regimento Interno do Conselho Gestor deverá conter, no mínimo, as


seguintes disposições:
I – que o Conselho Gestor reunir-se-á ordinariamente a cada 3 (três) meses e
extraordinariamente sempre que necessário, mediante convocação da Presidência;
II – que durante a primeira reunião ordinária de cada exercício, deverá ocorrer a
prestação de contas referente ao exercício anterior;
III – que no terceiro trimestre de cada exercício, deverá ocorrer a apresentação do Plano
Anual de Aplicação para o exercício seguinte;
IV – que os materiais relativos à pauta deliberativa das reuniões deverão ser
encaminhados à Secretaria de Planejamento, com antecedência de 10 (dez) dias úteis corridos da
data da reunião e disponibilizados, aos conselheiros, em formato eletrônico, com antecedência de
5 (cinco) dias úteis;

120
V – que as reuniões ordinárias e extraordinárias serão públicas e durarão o tempo
necessário ao alcance de seus objetivos, ficando a critério do Presidente a sua interrupção,
mediante motivação.

Seção II - Dos Recursos do FMDU e de sua Aplicação

Art. 342. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano – FMDU será constituído de


recursos provenientes de:
I – dotações orçamentárias e créditos adicionais suplementares a ele destinados;
II – repasses ou dotações de origem orçamentária da União ou do Estado do Rio Grande
do Sul a ele destinados;
III – empréstimos de operações de financiamento internos ou externos;
IV – contribuições ou doações de pessoas físicas ou jurídicas;
V – contribuições ou doações de entidades internacionais;
VI – acordos, contratos, consórcios ou convênios;
VII – rendimentos obtidos com a aplicação do seu próprio patrimônio;
VIII – outorga onerosa de potencial construtivo;
IX – retornos e resultados de suas aplicações financeiras;
X – multas, correção monetária e juros recebidos em decorrência de suas aplicações;
XI – outras receitas eventuais.

Art. 343. As prioridades para investimentos do FMDU são:


I - a execução de programas e projetos habitacionais de interesse social, incluindo a
regularização fundiária e a aquisição de imóveis para constituição de reserva fundiária;
II - a execução de programas e projetos que visem a proteção às cheias, a melhoria e a
expansão da drenagem urbana e dos outros componentes integrantes do sistema de saneamento
ambiental;
III - a implantação do sistema cicloviário, requalificação do sistema de circulação de
pedestres e apoio ao sistema de transporte público coletivo;
IV - a manutenção, recuperação e criação de unidades de conservação ou proteção de
áreas de interesse ambiental;
V - a implantação e requalificação de equipamentos públicos urbanos e comunitários, de
parques lineares e espaços públicos de lazer;
VI - a proteção, recuperação e valorização de bens e de áreas de valor histórico, cultural
ou paisagístico, incluindo o financiamento de obras em imóveis públicos patrimoniados e
arrolados; e
VII - a manutenção da estruturação urbana, sobretudo da realização de melhorias em
vias estruturais ou de transporte público coletivo de passageiros e da requalificação de eixos de
centralidade;
§ 1º A aplicação de recursos em regularização fundiária abrangerá a reurbanização dos
assentamentos de interesse social utilizados ou destinados à população de baixa renda para
possibilitar o acesso à moradia digna com infraestrutura urbana dotada de equipamentos urbanos
de escoamento de águas pluviais, iluminação pública, abastecimento de água potável, sistemas de
reuso de água, energia elétrica, vias de circulação e saneamento ambiental, nos termos da
legislação municipal e inclui a assistência técnica e jurídica eventualmente necessária para essa
finalidade.
§ 2º A aplicação de recursos constantes no inciso II deve observar que parte do sistema
de saneamento ambiental é de competência de concessionária de Serviço de abastecimento de
água e de coleta e destinação de esgotos ou de órgão municipal com esta competência, para o
qual existe fundo a parte, sendo vedada a destinação de recursos do FMDU para estas finalidades.
§ 3º Em complementação às prioridades previstas neste artigo, terão relevância os
investimentos propostos nos projetos de intervenção urbana - PIU previstos no Cap. III do Título V

121
desta Lei Complementar e pedidos que se enquadrem como Planos de Urbanização ou Projetos de
Intervenção em Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS;

Art. 344. Os recursos do FMDU deverão ter reservados, ao menos, 20% (vinte por cento)
para atendimento de demandas de habitação e de, ao menos, 20% para execução de programas e
projetos que visem a proteção às cheias e à melhoria e à expansão da Rede de Drenagem urbana.
§ 1º Os recursos não executados no exercício de sua arrecadação deverão ser utilizados
nos exercícios seguintes, mantidas as vinculações originais.
§ 2º Caso a Secretaria solicitante não execute os recursos de que trata o caput deste
artigo dentro dos prazos de reserva determinados deverá prestar contas do respectivo exercício ao
Conselho Gestor, que deliberará sobre a destinação dos recursos não utilizados.

Seção III - Do Plano Anual de Aplicação, da Solicitação, Movimentação e Liberação de Recursos e


da Prestação de Contas

Art. 345. A Secretaria solicitante que tiver recursos do FMDU aprovados na Lei
Orçamentária Anual deverá criar, para cada exercício orçamentário, um processo, a ser publicado,
contendo o Plano Anual de Aplicação.
§ 1º O Plano Anual de Aplicação deverá conter:
I - a apresentação com elementos visuais de cada objeto, tais como:
a) mapa e descrição dos objetos;
b) valor solicitado;
c) fotografias da situação inicial; e
d) projeto, quando presente;
II - planilha descritiva com:
a) nome da ação e programa;
b) projeto/atividade e dotação orçamentária;
c) número do processo administrativo, quando existente;
d) programação da execução, contendo valor total, incluindo outras fontes de recursos,
valor solicitado para o exercício e cronograma de execução de acordo com o desembolso;
e) indicadores a serem utilizados;
f) situação da ação; e
g) endereço.
§ 2º Para alterações no Plano Anual de Aplicação, deverão ser observados os seguintes
procedimentos:
I - para movimentações orçamentárias entre projetos e/ou elementos orçamentários, a
Secretaria solicitante deverá enviar as atualizações necessárias a essa movimentação;
II - o Conselho Gestor deverá aprovar os pedidos não previstos neste Capítulo, incluindo
aqueles não inseridos no Plano Anual de Aplicação ou o aumento do limite orçamentário, devendo
a solicitação de recursos, se for o caso, observar os procedimentos previstos no artigo 343 desta
Lei Complementar; e
III – a Secretaria solicitante que tiver seu Plano Anual de Aplicação alterado após
aprovação do Conselho Gestor do FMDU deverá apresentar os elementos constantes do §1º deste
artigo no processo, atualizados.

Art. 346. Para a solicitação dos recursos, os objetos aprovados nos Planos Anuais de
Aplicação deverão ser enviados para a Secretaria de Planejamento, contendo:
I - Formulário de Solicitação de Recursos, preenchido em sua integralidade e referenciado
em informação assinada pelo titular da unidade orçamentária da Secretaria solicitante, conforme o
modelo a ser regulamentado em Decreto Municipal;
II - documentos que vinculem o objeto da solicitação às categorias de investimento,
conforme as prioridades previstas no artigo 343 desta Lei Complementar, tais como:
a) indicadores a serem utilizados;

122
b) fotografias da situação inicial;
c) localização georreferenciada, preferencialmente em formato shapefile ou
similar; e
d) projeto que demonstre visualmente o resultado final previsto.
§ 1º O Formulário de Solicitação de Recursos destinado a gerenciamento deverá
referenciar à qual obra ou projeto se destina.
§ 2º Verificada a conformidade dos documentos, pela Secretaria de Planejamento, o
processo deverá ser encaminhado à Secretaria de Finanças para a adoção das providências
necessárias à liberação dos recursos.
§ 3º Para alterações no Formulário de Solicitação de Recursos previsto neste artigo,
deverão ser enviados, no respectivo processo eletrônico de solicitação, os documentos
necessários, constantes do caput deste artigo, contendo os valores atualizados, desde que o valor
do pedido não exceda o limite orçamentário da Secretaria solicitante e o objeto esteja inserido no
Plano Anual de Aplicação.
§ 4º O processo de solicitação de recursos retornará à Secretaria solicitante para
avaliação e saneamento, quando os pedidos apresentarem:
I - ausência dos documentos e informações constantes do caput deste artigo;
II - ausência da assinatura eletrônica do titular da unidade orçamentária da Secretaria
solicitante ao Formulário de Solicitação de Recursos;
III - preenchimento incorreto do Formulário de Solicitação de Recursos; e
IV - desconformidade com as Políticas Setoriais constante no Título II e Título III desta
Lei Complementar.

Art. 347. Os recursos serão liberados somente se o Plano Anual de Aplicação da


Secretaria solicitante for aprovado pelo Conselho Gestor do FMDU, bem como após o atendimento
do disposto no artigo 346 desta Lei Complementar.

Art. 348. Os recursos do FMDU serão executados exclusivamente em seu próprio órgão
orçamentário e deverão estar diretamente vinculados aos projetos aprovados pelo Conselho
Gestor.

Art. 349. As Secretarias solicitantes que receberem recursos serão responsáveis pela
fiscalização da sua aplicação e por prestarem contas ao Conselho Gestor.
Parágrafo único. Quando os recursos forem executados por meio das entidades da Administração
Municipal Indireta, as Secretarias solicitantes a elas vinculadas serão responsáveis por garantir o
cumprimento das obrigações de sua competência.

Art. 350. Os órgãos e entidades da Administração Municipal Direta e Indireta que


receberem recursos do FMDU deverão encaminhar, mensalmente, à Secretaria de Planejamento,
cronograma de execução dos recursos atualizados no mês para cada objeto e rendimento
financeiro obtido, mediante a transferência de recursos do FMDU, caso se apresente.

Art. 351. A Prestação de Contas Parciais a serem apresentadas nas reuniões ordinárias,
mediante inclusão na pauta, serão enviadas no processo eletrônico do Plano Anual de Aplicação,
contendo os mesmos elementos atualizados, acrescidos de:
I - valor solicitado, valor empenhado, valor liquidado, valor pago e rendimento financeiro
quando houver;
II - fotografias atualizadas; e
III - situação da ação.

Art. 352. A Prestação de Contas Final deverá ser encaminhada em processo contendo os
elementos atualizados mencionados no artigo 351 desta lei acrescido de Nota Técnica e
atualização dos indicadores apontados inicialmente.

123
Parágrafo único. A resolução do Conselho Gestor referente à Prestação de Contas Final
deverá ser fundamentada por:
I - Nota Técnica encaminhada pelas Secretarias solicitantes que utilizaram recursos do
FMDU, comprovando essa utilização até o encerramento do exercício orçamentário e o
cumprimento das obrigações previstas neste título;
II - Nota Técnica emitida pela equipe técnica da Secretaria de Planejamento contendo
demonstrativo dos recursos, resumo das reuniões, deliberações do Conselho Gestor e balanços
contábeis até 31 de dezembro do exercício anterior.

Art. 353. O Plano Anual de Aplicação, suas alterações e a Prestação de Contas Finais
deverão:
I - explicitar os objetos que se caracterizam como projeto destinado à execução das obras
e intervenções;
II - indicar o projeto ou obra para as solicitações que se caracterizem como
gerenciamento; e
III - explicitar os objetos que se inserirem nos limites de aquisição de terras e mobilidade.

Seção IV - Das Disposições Finais

Art. 354. Os casos não previstos neste Capítulo poderão ser apreciados e decididos pelo
Conselho Gestor do FMDU, nos limites de sua competência, e regulados por meio de Resoluções
próprias.

Art. 355. As despesas decorrentes da execução deste capítulo correrão por conta das
dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

CAPÍTULO V - DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES,


MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PDDM

Seção I - Da Articulação do Plano Diretor com o Programa de Metas, Plano Plurianual e


Orçamento

Art. 356. A legislação orçamentária municipal e o Programa de Metas observarão o


planejamento, nos termos expostos nesta Lei Complementar.
§ 1º As leis do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias, do Orçamento Anual e do
Programa de Metas, incorporarão as ações prioritárias do PDDM aos seus termos, respeitadas as
restrições legais, técnicas e orçamentário-financeiras.
§ 2º O CMPUA poderá sugerir ao Poder Executivo a complementação ou suplementação
de dotações orçamentárias para a execução de ações ou programas constantes na relação de
ações prioritárias, bem como solicitar esclarecimentos acerca da execução orçamentária referente
à implementação de tais ações e programas.
§ 3º Ao final do exercício fiscal, o Poder Executivo encaminhará ao CMPUA o relatório de
execução orçamentária das ações e programas previstos no PDDM.

Seção II - Do Sistema Geral de Informações

Art. 357. O Poder Executivo deverá estruturar e manter atualizado, permanentemente, o


Sistema Municipal de Informações Sociais, Culturais, Econômicas, Financeiras, Patrimoniais,
Administrativas, Físico-territoriais, Geológicas, Ambientais, Imobiliárias, Segurança e Qualidade de
vida e outras de relevante interesse para o Município, progressivamente georreferenciadas em
meio digital.

124
§ 1º O sistema a que se refere este artigo deve atender aos princípios da simplificação,
economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança, evitando-se a duplicação de meios e
instrumentos para fins idênticos.
§ 2º O Sistema Municipal de Informações buscará, progressivamente, permitir:
I - o mapeamento de investimentos, projetos e programas públicos das diversas
secretarias, órgãos descentralizados e concessionárias, previstos nos respectivos orçamentos, bem
como de seu efetivo dispêndio por etapas de realização;
II - o cadastro e o mapeamento de licenciamentos de projetos, programas e
empreendimentos públicos e privados com sua localização geográfica e em seus estágios de
aprovação, execução e conclusão;
III - o mapeamento e a caracterização de remoções, fluxo de moradores removidos
previstos, em curso e sua evolução temporal;
IV - o mapeamento do uso e ocupação da terra, de seus usos predominantes, e da
distribuição espacial dos parâmetros urbanísticos como coeficientes de aproveitamento aprovados;
V - as séries históricas de dados socioeconômicos que subsidiem a revisão do Plano
Diretor;
VI - os Termos de Compromisso Ambiental, Termos de Ajustamento de Conduta e dos
processos de licenciamento e fiscalização ambiental; e
VII - as quantidades de áreas gravadas em cada tipo de ZEIS e dos empreendimentos
executados e em processo de licenciamento.
§ 3º O Sistema Municipal de Informações buscará a compatibilização topológica entre
lotes, quadras, setores censitários e áreas de ponderação do IBGE e demais divisões territoriais
dos órgãos públicos das três esferas de governo.
§ 4º O Sistema Municipal de Informações deverá promover, com a utilização de recursos
tecnológicos adequados, a integração de cadastros públicos, articulando o acesso às informações
de natureza imobiliária, tributária, judicial, patrimonial, ambiental e outras de interesse para a
gestão municipal, inclusive aquelas sobre planos, programas e projetos.
§ 5º O Sistema Municipal de Informações deverá oferecer indicadores dos serviços
públicos, da infraestrutura instalada e dos demais temas pertinentes a serem anualmente aferidos,
divulgados por meios de comunicação a toda a população, em especial aos Conselhos
Participativos, aos Conselhos Setoriais e às entidades representativas da sociedade civil.
§ 6º Os indicadores de monitoramento de que trata o parágrafo anterior deverão ser
definidos de forma participativa.

Art. 358. Os agentes públicos e privados, em especial os concessionários de serviços


públicos que desenvolvem atividades no Município, deverão fornecer ao Poder Executivo, no prazo
que este fixar, todos os dados e informações que forem considerados necessários ao Sistema
Municipal de Informações.
Parágrafo único. O disposto neste artigo se aplica aos entes privados, concessionárias ou
autorizatárias de serviços públicos federais ou estaduais, mesmo quando submetidas ao regime de
direito privado.

Seção III - Da Comunicação Entre o Poder Executivo e a Sociedade

Art. 359. Deve ser assegurada a ampla divulgação dos dados do Sistema Municipal de
Informações, por intermédio do sítio eletrônico do Município na internet, bem como por outros
meios úteis a tal finalidade, em linguagem acessível à população.

Art. 360. Deve ser assegurada a ampla divulgação de dados brutos e das bases
cartográficas do Sistema Municipal de Informações em formatos abertos.

125
Seção IV - Do Monitoramento e da Avaliação da Implementação do Plano Diretor de
Desenvolvimento Municipal - PDDM

Art. 361. Os Conselhos Municipais de Política Urbana e do PDDM tem como atribuições o
monitoramento e a avaliação da implementação do PDDM, conforme estabelecido nesta seção.
Parágrafo único. Os setores diversos e representantes da sociedade civil poderão se
somar no monitoramento e na avaliação da implementação do PDDM.

Art. 362. O Poder Executivo dará ampla publicidade a todos os documentos e informações
produzidos no processo de revisão e implementação do PDDM, de planos, programas e projetos
setoriais e específicos, bem como do controle e fiscalização de sua implementação, a fim de
assegurar o conhecimento dos respectivos conteúdos à população, devendo, ainda, disponibilizá-
los a qualquer munícipe que os requisitar, nos termos exigidos na legislação municipal.

Art. 363. É assegurado a qualquer interessado, nos termos da Lei, o direito à ampla
informação sobre os conteúdos de documentos, informações, estudos, planos, programas,
projetos, processos e atos administrativos e contratos.

Art. 364. Para possibilitar o acompanhamento da implantação do PDDM, o Poder


Executivo deverá definir e publicar regularmente indicadores de monitoramento e avaliação.
§ 1º Os indicadores de monitoramento e avaliação deverão contemplar as diferentes
dimensões da avaliação de desempenho das políticas públicas apontadas neste PDDM, abordando
sua eficiência, eficácia e efetividade.
§ 2º Os indicadores de monitoramento e avaliação deverão registrar e analisar, no
mínimo:
I - os resultados alcançados em relação aos objetivos do PDDM, das Zonas Especiais,
previstas no Título IV desta lei, e dos projetos especiais, previstos no Título V desta Lei
Complementar;
II - os avanços em relação à realização das ações prioritárias nos sistemas urbanos e
ambientais previstas neste PDDM;
III - os desempenhos de todos os instrumentos de política urbana e de gestão ambiental
previstos neste PDDM.
§ 3º As fontes de informações deverão ser públicas e publicadas regularmente.

Art. 365. O Poder Executivo deverá apresentar a relação de indicadores de


monitoramento e avaliação do PDDM, bem como publicar anualmente os relatórios, atualizando os
indicadores de monitoramento e avaliação desta Lei Complementar.

TÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 366. As matérias previstas neste PDDM, sujeitas a regulamentação do Poder


Executivo, serão regulamentadas através de Decreto Municipal ou Lei Ordinária, editados em até
180 (cento e oitenta) dias a contar da publicação desta Lei Complementar.

Art. 367. Os prazos previstos neste PDDM são contados da data da notificação do
responsável ou de seu preposto, da publicação do Ato no Diário Oficial do Estado do Rio Grande
do Sul - DOE ou no sítio oficial do Poder Executivo do Município de Alegrete na internet, na forma
do art. 224 do Código de Processo Civil Brasileiro - CPC.

Art. 368 - São partes integrantes desta lei os seguintes anexos:


Anexo 1.1 da Divisão Territorial - da Área Rural e Área Urbana;
Anexo 1.2 da Divisão Territorial - da Área Urbana;

126
Anexo 2 do Zoneamento Urbano;
Anexo 3.1 da Infraestrutura Viária - Territorial;
Anexo 3.2 da Infraestrutura Viária - Área Urbana;
Anexo 3.3 da Infraestrutura Viária - dos Perfis Viários;
Anexo 4.1 do Regime Urbanístico - do Parcelamento do Solo;
Anexo 4.2 do Regime Urbanístico - da Ocupação do Solo;
Anexo 4.3 do Regime Urbanístico - do Uso do Solo;
Anexo 4.4 do Regime Urbanístico - das Condições de Instalação;
Anexo 4.5 do Regime Urbanístico - dos Parâmetros de Incomodidade;
Anexo 5 dos Projetos de Intervenção Urbana - PIU.

Art. 369. Ficam expressamente revogadas as Leis Complementares Municipais 021/2006 e


37/2011 e as Leis Municipais 2.480/1994; 3.025/2000; 1.740/1988; 1.404/1981; 5.725/2016;
5.375/2014; 5.597/2015; 5.801/2017; 5.855/2017; 5.864/2017; 5.369/2014; 5.939/2018;
2.164/1991 e 1.850/1989.

Art. 370. Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação.

127

Você também pode gostar