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EM MEMóRIA DE MEU PJ

GASPAR ANTôNIO VIEIRA GUIM. RÃT~s

2. 0 dêsse nome

D <,sembargado1· da Côrt e de Apelação do E stado do Am ,a.,, da


qual foi Presidente; Cavaleiro el a Ordem da Legiã o de 1· nr a d,.
Fran ça ; Cavaleiro da Ordem da :oroa da Itália; Cwa ~110 da
n" Orclem da Coroa da Bélgica ; ,-,1 .nro da Academi a i\.mazo1 ense
hrO
de Letrafi ; Medalha de Ouro da Aca dem, , de Histól'\ Je TJi1·eito
,, Internacion a l de P aris; Medal ha de Ouro S o(YÍ.et e d•~ &en, a
Let.t1·es ele P aris; Catedrático de Direito m er na cio1 ai Público e
Diploma/ia da Facu ld ade de Direito do A ,.or ~, d nal foi
Dir etor dm·ante dezessete anos consecut.iv s, ...;rão- ~•es tre da
iVIaçonai'i a do mazonas; natu ral de Recife, P ern· mbuco, Brasil
EXPLICAÇÃO INDISPENSAVEL

Meu pai, em 1936, deu à publicidade, em edição muito


limitada, preciosas notas genealógicas, colhidas na tra-
dição oral e documental de nossa família, destinando-as,
exclusivamente, ao manuseio de parentes e amigos, afora
alguns exemplares para os Institutos Históricos e Biblio-
tecas interessadas no assunto.
Também foram extraídas de uma relação organizada
pelo nosso falecido afim Comendador Antônio Valentim
da Silva Barroca, posteriormente em poder de seu filho,
nosso primo, Dr. Fernando Theophanes do Rêgo Barroca.
Inúmeros tópicos foram copiados textualmente da
"Nobiliarchia Pernambucana", de Antônio José Victoria-
no Borges da Fonseca, nascido na cidade de Recife, a 18
de fevereiro de 1718 e falecido em Olinda a 9 de abril
de 1786, o qual estêve em contacto, no próprio local dos
acontecimentos, com os sobreviventes do século posterior
ao da fundação de Pernambuco, podendo, desta forma, ser
considerados, pela sua contemporaneidade, como autên~
ticos os manuscritos por êle deixados nos arquivos do
Mosteiro de São Bento de Olinda, estando tôda a obra
de Borges da Fonseca também publicada nos "Annais"
da Biblioteca Nacional.
A "Nobiliarchia Pernambucana" contém exaustivo
título referente às "Famílias Moura Coutinho, Calheiros

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e Silva Vieira", de onde provém minha ascendência pa- Êste trabalho, contendo, além de notas genealógicas,
terna além de outros referentes à mesma linha, para os a crônica da fundação das capitanias de Pernambuco e da
quais' cha,mo a atenção dos interessados que desejarem Paraíba, se destina à distribuição, apenas, entre parentes
conferir êste resumo de quase quatrocentos anos de me- e amigos, bibliotecas públicas e institutos especializados,
mórias do passado que são transmitidos aos vindouros, e
0 AUTOR
"por mais que corram os séculos, não há país.
embora blazone de mui republicano, que não
aprecie sua aristocracia, isto é, a nobreza here-
ditária, sendo que a tradição das famílias vem,
com o andar dos tempos, a constituir a história
da pátria" - Visconde de Pôrto Seguro.

"Representam estas notas a história de uma família


cujas f antes rebusco e anoto, não impulsionado pela vai-
dade, mas, por espírito de curiosidade e pelo pendor de
investigação que me caracteriza, muito embora não me
possa furtar de expandir uma certa satisfação em assi-
nalar uma ascendência limpa e legítima, tôda entroncando
no europeu honrado e, muitas vêzes, de boa nobreza" -
assim meu saudoso pai concluiu sua explicação inicial.
Agora, levado pelos conselhos insistentes de meu
ilustre primo Luiz Augusto de Rêgo MonteirQ, por quem
fui verdadeiramente encorajado, resolvi enfrentar tão
grande encargo com· a publicação dêstes subsídios para a
nobiliarquia pernambucana, intitulado "TREZE GERA-
ÇÕES", baseado no livro que meu pai escreveu em 1936, e,
mui principalmente, em virtude da recente aquisição de
novos e interessantes dàdos genealógicos, referentes a um
grande número de colaterais ilustres: RÊGO MONTEIRO,
MARINHO RÊGO, T HÉMUDO LEssA, MENDONÇA PEREIRA,

RÊGO RANGEL, RÊGO BARROCA, RÊGO DANTAS, RÊGO ME-
DEIROS, RÊGO VALENÇA, SILVA RÊGO, RÊGO MELO, RÊGO
MOURA, RÊGO FALCÃO, MONTEIRO DA FRANCA e outros.

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TREZE GERAÇõES

SUBSíDIOS PARA A NOBILIARQUIA


PERNAMBUCANA

Segundo o historiador Pereira da Gosta, PERNAM-


BUCO era, ao tempo das descobertas e explorações do li-
toral brasileiro, o nome dado ao pôrto e à terra firme
·e m frente à ilha de Itamaracá, sendo o topônimo em-
-pregado, desde 1512, nas cartas marítimas e relatórios
náuticos.
Veio o mesmo da língua geral dos indígenas e é alu-
:Sivo ao acidente geográfico local, o paraná, chamado ho-
diernamente canal de Itapissuma.
É uma corruptela do tupi - P ARANÃ-PUCú, fal-
.so rio (paraná) comprido (pucú) de PARA (rio ou mar),
NÃ (semelhante) ePUIGú (comprido).
Há na língua geral dos índios mudança contínua de
1etras, perdendo-se umas e trocando-se outras nas agluti-
nações, por causa do som nasal, de modo que, segundo a
"'Arte de la lengua guarani", de Montoya, as palavras
começadas por "p", mudam, por vêzes, essa letra em "mb",
,citando êsse autor, entre numerosos exemplos, precisa-
mente PUIC'ú (comprido), que se transforma em MBUCú,
e se pronuncia como se fôsse quase um paroxítono, gu-
turalmente.
P ARANÃ-PUCú contraiu-se para P ARNÃ-MBUCú,
-pela mesma razão que ocasionou igual contração nos vo-

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cábulas da mesma origem: Parnaíba, Parnag,u á, Parna- ,que ficavam ao ocidente", nas quais êste diz ter achado
mirim e outros semelhantes, resultando, por fim, o nome '"muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os
atual que, aliás, os antigos navegantes e historiadores ·navios nestes reinos vêm grandemente carregados".
escreviam FERNÃ-BúQlJIO, na extravagante grafia da,..
No arquivo da Tôrre do Tombo, em Lisboa, há um
queles tempos.
famoso documento, possivelmente o autógrafo ou cópia
Assim, há base sólida para se reconhecer que o· to'-
do libelo, em latim, do almirante francês barão de Saint-
pônimo acima encerra as idéias conjugadas de - seme-
'Blancard, enviado, em 1538, ao tribunal marítimo de
lhança com um rio (paraná), comprido, extenso, alon-
Bayonne, contra Pero Lopes de Souza e outros, por mo-
gado (pucú), indicando claramente o braço de mar, de
tivo do apresamento da nau "Pelerine" (a que destruíra
três léguas de comprimento e um quilômetro aproximado,
Fernã~Buquo), havendo na contestação ao mesmo a de-
de largura entre a ilha de Itamaracá e o continente, à,
,;elaração de que no ano de 1531 "havia trinta annos e
extremidade do qual nasceu o primeiro núcleo de popula-
mais eram feitos alli um castello e fortaleza por el-rey
ção européia em terras do setentrião do Brasil.
de Portugal e seus vassallos que tinham alli as suas casas
P ARANA-PUCú era, pois, o canal onde habitual:_
de morada havia QUARENTA ANNOS E MAIS".
mente faziam estadia as caravelas e naus d·o primeirO'.
Segundo refere Jordão de Freitas (Revista do Insti-
século da nossa existência e onde foi erigida uma feito-
ria, anteriormente ,à chegada do primeiro donatãrfo, tendOl tuto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano,
sido essa denominação transmitida a tôda . a. eapitania·, vol. XXIX, pág. 271) em julho de 1514, Estevão Fróes,
e depois à província e ao Estado federado. •e screvendo de São Domingos a D. Manuel, diz: "vossa al-
Antes da chegada de Duarte Coelho, portanto, já. teza possuía estas terras a vinte annos e mais", o que
era ela conhecida dos mareantes, referindo-se à mesma a;, prova a ocupaç•ão efetuada pelos portuguêses, naquela
própria carta de doação, na qual se insere a declaração, parte do globo, mais de vinte anos antes dessa data, pelo
formal de haver sido à feitoria aludida fundada por Chris~ que se chega à conclusão do seu povoamento antes de Ca~
tóvão Jacques que "nella fez a primeira casa" (textual)',,. bral e mesmo de Colombo, tanto mais quanto o mapa-
sendo êsses os pródomos da civilização no norte áe nossat múndi de Pero Vaz Bisagudo, anterior a êsses descobri-
pátria. mentos, já assinalava a existência de terras na latitude
Hoje não é mais possível deixar de admitir, com do litoral pernambucano, o que pressupõe terem sido elas
base histórica e documental, a hipótese d~ exploração, e• vistas por alguém.
mesmo ocupação, da, costa pernambucana, na antevéspera:. O próprio Duarte Pacheco Pereira confirma-o com
da descoberta feita por Pedro Alvares Cabral puis como, estas palavras dirigidas ao soberano: "porquanto no se-
é sabido, pelo que o próprio Duarte Pacheco' p ·e reira re- gundo anno de vosso reinado da era de nosso senhor de
lata ·no seu "Esmeralda de Situ Orbis", publicado em 1505:. mil quatrocentos e ·noventa e sete, e no vinte e oito de
o rei de Portugal, D. Manuel, mandara em 1498 o "'.Achir-- vossa edade, vossa alteza mandou descobrir esta costa do
les Lusitano" descobrir, através db Atlântico, "as terras: ilhéo da cruz, donde el-rey Dom João acabou, em deante . . ."

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As expressões: "Havia trinta annos e mais" e "for- noel de Braga e mais doze cristãos, entre êstes Jorge
via quarenta anos e mais", empregadas como alegações; Gomes, que acompanhara Christóvão Jacques na sua pri-
de direito para provar a antiguidade da ocupação e p_osse: meira viagem ao rio da Prata, e servira de informante
da terra de Fernã-Buquo, em um documento que pode ser· a êle Caboto.
chamado de oficial, constituem um testemunho quase ir- A feitoria, no entanto, em dezembro de 1530 foi
recusável da colonização de- Pernambuco antes de 1500'.. assaltada e saqueada -; pela guarnição da nau francesa
Todavia, somente é possível remontar, com precisão,, "Pelerine" (aliás uma antiga nau portuguesa tomada
seu povoamento a 1516, por ter sido nesse ano que O' pelos franceses) e, naquela época, já contava, segundo o
navegador Christóvão Jacques fêz sua primeira viagerru relatório de Pero Lopes de Souza, com "muitas casas e
às terras de Vera~Cruz, como se alcunhava, inicialmente,. povoações de muitos portugueses" e estava junto da for-
êste pedaço do hemisfério ocidental. taleza edificada uma igreja, "a qual fortaleza custara a
Há, com efeito, certeza de que a feitoria de Fernã- fazer mais de dez mil cruzados".
Buquo foi erecta por Christóvão Jacques na sua primeira. Madeiras de pau-brasil, algodão, peles de animais, plu-
viagem (21 de junho de 1516 a 9 de maio de 1519) con-- mas de várias côres, pimenta, mel, cêra, óleos, papagaios
forme notícias colhidas na '1Coleção de Títulos de Diver- e macacos constituiam o comércio da feitoria, cujos habi-
sas Famílias", códice da Biblioteca Nacional de Lisboa,. tantes e defensores dispunham de muita artilharia de co-
vide "História da Colonização Portuguêsa do Brasil". bre e de ferro, espingardas, lanças, bestas e de bastante
É verdade que Christóvão Jacques, com três caravelas, pólvora.
fêz uma segunda viagem ao Brasil em 1526, segundo, Tudo foi destruído pelos franceses, podendo, entre-
Frei Luiz de Souza, "Annaes de el-rey Dom João III"~ tanto, o feitor Diogo Dias .pôr-se a salvo em uma caravela,
correndo a costa no ano seguinte, 1527. tendo conseguido reunir-se à frota de Martim Affonso
Ora, Sebastião Caboto aportou a Fernã-Buquo em de Souza, na baía de Todos os Santos.
4 de junho de 1526 e ali já encontrou fundada a feitoria Em 1532 a feitoria foi restaurada por Pero Lopes
que, como se sabe, enviou ao soberano uma partida de· de Souza, imediato da frota de Martim Affonso de Souza,
açúcar de sua produção, nesse mesmo ano, sendo evi-- de quem era irmão, o qual, conforme certidão passada aos
dente, portanto, que a feitoria de Fernã-Buquo foi fun- 15 de junho de 1535, por Heitor de Souza, escrivão da
dada na primeira viagem de Christóvão Jacques, tendo feitoria de Fernã-Buquo, deixou na mesma, como con-
sido êste ( como consta na própria carta de doação da destável, o bombardeiro Diogo Vaz, que começou a ser-
capitania a Duarte Coelho) quem f êz nela a primeira vir a 30 de outubro do mesmo ano, sendo capitão Vicente
casa, em 1516 ou 1517, no reinado de Dom Manuel. Ferreira, tendo se conservado nesse pôsto até 1533, quan-
Entretanto, data de 1526 apenas, o primeiro registro do chegou uma caravela trazendo outro condestável, o
de nomes dos povoadores de Pernambuco, quando ·por lá nôvo capitão Paulo Nunes, diante do que o dito bombar-
estêve Sebastião Caboto, narrando êste que, no referido deiro passou a servir nas suas antigas funções até a
ano, assistiam na casa-forte daquele pôrto o feitor Ma- chegada e posse do 1.º donatário, Duarte Coelho, fidalgo

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lusitano, de notórios serviços · na Asia, que estivera na em lembrança da nau do donatário, fundeada no anco-
india em 1509, na China em 1516-1517, e fôra à Africa radouro do pôrto em frente, a serviço dêsse potentado e
em 1529, em inspeção das praças fortes, e à França em em proteção à própria feitoria.
1531, em missões do seu reino, filho de Gonçalo Coelho Quando os petiguares iam para aquêle local, diziam
o capitão-mór da expedição que Dom Manuel mandou ao que iam para "igara-assú", isto é, para a canoa grande
Brasil em 1503. ou o "navio do donatário".
Diogo Vaz, por ocasião da chegada de Duarte Coelho, ,E ssa expressão, com o tempo, passou a designar o sí-
autorizado por êste, retirou-se para a Europa, visto ter tio do fundeadouro, abrangendo, depois, o povoado contí-
cumprido sua missão. guo e incipiente, logo erecto em vila.
Nessa época, quando o 1. 0 donatário chegou aos 9
Duarte Coelho, em agradecimento à vitória alcançan-
de março de 1935, habitavam a capitania três tribus
da no dia festivo de Cosme e Damião, incumbiu a Affonso
aguerridas: os TABAJARAS, na região de Iguarassu e
Gonçalves, natural de Viana e seu companheiro da índia,
adjacências, dominando, por vêzes, o rio Paraíba, nas
proximidades de sua embocadura; os PETIGUARES ( e de levantar no campo de batalha um templo aos Santos
não Potiguares), que eram os senhores do país ao norte Mártires e, outrossim, de permanecer no lugar expugnado,
do Capibaribe-mirim até o Maranhão, inimigos dos Ta- governando durante sua ausência, dirigindo-se, em segui-
bajaras e aliados dos franceses; e os CAETÉS, os mais da, para uma colina, cinco léguas mais ao sul, à borda do
ferozes e indomáveis, que estendiam suas correrias do oceano, em aprazível situação e ao mesmo tempo estraté-
cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco e a Sergipe gica, fundando aí um outro burgo, logo erecto em vila, a
d'El-Rey. Os petiguares e os caetés diziam-se tupinambás, que denominou OLINDA, transferindo para esta a sede
ao passo que chamavam os tabajaras de tupinambaramas dos seus domínios, por êle cognominado de Nova Luzitânia.
(falsos tupinambás) ou tupiniquins (aliados). , Conta Frei Vicente do Salvador que o nome de Olin-
Duarte Coelho encontrou uma oposição tenaz do da foi pôsto por um galego, criado de Duarte Coelho, por-
aguerrido gentio, obrigando-o a combatê-lo com tôdas as que, procurando com outros por entre o mato um sítio
armas, em vigília constante, durante muitos anos, verifi~ onde se edificasse a povoação, encontrou aquela elevação
cando-se o maior combate à pequena distância, ao sul da e descortinando uma linda e extasiante vista, dissera com
feitoria, aos 27 de setembro de 1535, dia consagrado aos uma exclamação de alegria: "OH, LINDA"!
Santos Mártires Cosme e Damião, combate êste que teve O local era chamado pelo silvícola de MARIM, topô-

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em mira a conquista de um outeiro, onde os silvícolas ti- nimo que, segundo Varnhagen, se origina de MAíR-I,
nham sua "taba" principal, tendo sido êstes escorraçados, pôrto dos franceses, pois, MAíR era o nome que os pe-
sendo, então, ali construídos os alicerces da primeira po- tiguares davam aos franceses, e I, água, demonstrando
voação de civilizados em terras de Pernambuco, a qual essa denominação que os franceses freqüentavam o país
tomou o nome de IGUARASSU - de IGARA (canoa) e antes da chegada de Duarte Coelho, havendo documentos
ASSú (grande); passando assim a chamá-la os indígenas de que visitavam a capitania desde 1504.

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Escolhida a nova sede principal da capitania, rodeou-
soberano, não só informando das lutas que teve de sus'-·
a o donatário de estacadas, com uma tôrre quadrada ao
tentar contra o gentio e os franceses, que continuavam
centro, a qual, pouco tempo depois, o gentio cercou, re-
no firme propósito de reapoderar-se daquele empório de
duzindo seus defensores à fome e à sêde, de modo que
j á estavam prestes a renderem-se aos selvagens. pau-brasil, bem como solicitando, da graça real, a mercê
Havia, porém, entre os companheiros de Duarte Coe- do "Hábito de Christo", com tença, alegando haver er-
lho, um seu primo, Vasco Fernandes de Lucena, nobilíssi- guido à própria custa a igreja sob a égide de Cosme e
mo, tanto tendo de valente quanto de engenhoso e elo- Damião, a qual, das que ainda existem daqueles tempos,
é a mais antiga do nosso país.
qüente, o qual vivia amancebado com uma índia.
Conhecendo a língua dos brasílicos, saiu sozinho Olinda também se desenvolvia consider.àvelment e,
fora da estacada e começou a falar aos silvícolas no pró- graças às notáveis qualidades de administrador emérito
prio idioma, dizendo-lhes que fôssem amigos dos portu- enérgico e diligente de Duarte Coelho, ;ue, além de su~
gueses e não dos franceses, que os enganavam, trazendo-os própria mulher, D. Brites de Albuquerqwe, e de seUc
ali para que morressem, e, fazendo um risco no solo com cunhado JERONYMO DE ALBUQUERQUE, trouxérà
um bastão, gritou-lhes que nenhum passasse daquele risco consigo para a capitania, quer à sua chegada, quer depois,
para a fortaleza, porque todos os que o fizessem mor- em 1541, de volta de uma viagem à Europa, "MUITA
reriam. GENTE NOBRE E LUZIDA A POVOÃ-LA".
O gentio recebeu o aviso com risadas e uns oito avan- Diz Borges da Fonseca, na sua "N obiliarchia Per-.
çaram para êle com intenções sanguinárias, mas, os que nambucana", publicada pelos "ANNAES" da Biblioteca.
passaram do risco tombaram mortos, com o que os de- Nacional, volumes XLVII e XLVIII, que "Du1JJrte CoelhO'
mais se puseram em fuga, levantando o cêrco. trouxe e1n sua companhia, além de sua mulher e do seu·.
No local, defronte da tôrre, foi edificado o tempÍo cunhado, parentes e muitas pessoas nobres que, convida-
do Salvador, que é hoje a catedral da arquidiocese, dizen- da;s das conveniências que lhes prometeu, o quizeram~
do o povo que o milagre teve em mira assinalar não só o a,companhar nesta nova conquista e povoação, do que pro-
sítio sagrado como a própria imunidade do templo que cedeu ser a capitania de Pernambuco a mais famigerada
anos depois foi construído. Si non é vero, é bene e distinta entre tôdas do Brasil".
trovato ... Vieram com o donatário, entre outras pessoas gradas
Deixemos, entretanto, a lenda e passemos aos fatos Antônio Bezerra Felpa de Barbuda, natural de Ponte d~
históricos. Lima, e sua mulher Maria de Araujo; Felippe Bandeira
Iguarassu começou a florescer logo após a chegada de Mello e seu irmão Pedro Bandeira de Mello, parentes
de inúmeros parentes de Affonso Gonçalves, por êle man- do referido donatário, tendo o primeiro dêstes ;,,razido sua
dado buscar em Vianna, seu berço natal, com as respecti- mulher Maria Maciel de Andrade; e bem ·assim 'um outro
vas famílias, e tal foi o progresso, que, treze anos de- primo, Vasco Fernandes de Lucena, que foi O primeiro
pois, em 1548, se animou o governador a escrever ao seu alcaide-mor ou almoxarife de Olinda; o nobilíssimo Ar-
náo de Hollanda, natural de Utrech, filho de Henrique de

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Eram também tidos por filhos de Jeronymo de Al-
Hollanda, barão de Rhenoburg, e de Margarida de Flo- buquerque: Felippa, Joana e Jeronyma.
rença, irmã do papa Adriano V, que pontificou em A rainha viúva, D. Catharina, que dirigia os negó-
1522-1523, o qual se casou em Pernambuco com D. Bri- cios do Estado, face à menoridade do seu neto D. Sebas-
tes Mendes de Vasconcellos, natural de Lisboa, filha de tião, estranhou o procedimento de Jeronymo de Albu-
Bartholomeu Rodrigues de Sá, camareiro do infante Dom querque, vivendo em mancebia com várias mulheres e
Luiz filho do falecido rei Dom Manuel, e de sua mulher mandou insinuar que seria do seu reál · agrado se êle se
D. Joanna de Vasconcellos, dama de companhia da rainha casasse com uma das filhas de Dom Christóvão de Mello,
D. Catharina, por esta criada e educada. que se estabelecera em Pernambuco _desde 1548, trazendo
O gentio, inicialmente, se mostrara demasiadamente suas três filhas.
:hostil, e em um dos combates travados, Jeronymo de Al- Diante dessa insinuação; aind~ que fôss~ um homem
buquerque ( cunhado do donatário e seu governador de entrado em anos, Jeronymo de Albuquerque obedeceu e
:armas) perdeu um dos olhos, atingido por uma flechada, se casou com D. Felippa de Mello, ·tendo dêsse matrimô~
.e, ficando prisioneiro dos tabajaras, estava arriscado a · nio, não obstante a idade, nada menos que onze filhos, os
:perder a própria vida, porque, os silvícolas costumavam quais são os legítimos, referindo-se êle, de modo peremp-
matar e comer, com grandes festas, os prisioneiros, quan- tório, a evitar dúvidas a essa qualidade no testamento
do, por sorte sua, dêle se apaixonou a filha do chefe - que, em 1548, pediu a Belchior da Rosa para escrever,
MUIRA-UBI (Arcoverde), muito querida de seu pai, de- e ao tabelião de Olinda, Antônio Lopes para aprovar, as-
clarando ela que, se matassem o branco, ela também mor- sinando-o como testemunhas o licenciado Henrique Nunes,
reria, e, dessa forma, movendo o amor paterno, alcançou Braz Fernandes, Manuel de Paiva Cabral, Luiz Antônio,
o perdão e a liberdade para seu amado. Duarte Jacome, Jeronymo Dias e João Moutinho, todos
Nessa época e com êsse episódio fizeram as pazes os moradores e domiciliados na vila de Olinda.
tabajaras e os conquistadores, tendo-se batizado a pro~ Seus fühos legítimos foram: João, Affonso, Christó-
tagonista com o nome de MARIA DO ESPíRITO-SANTO,
vão, Duarte, Felippa, Jeronymo, Cosma, faabel, Maria,
em lembrança do dia que era o de Pentecostes, passando
Jorge e Luiz a.
os dois, - o luso e a pele-vermelha - , a viver juntos
como casados e votando-se profunda estima. Ao todo 32 filhos, conhecidos, entre legítimos e na-
turais, pelo que J eronymo de Albuquerque foi, mereci-
Dessa união nasceram oito filhos, que foram reco-
dam~mte alcunhado de "Adão Pernámbucanc/', tendo fa-
nhecidos e legitimados pelo seu benemérito progenitor,
lecido, n'a cidade de Olinda, em idade a~ançada.
em 1561: Manoel, André, Jeronymo, Catharina, Izabel,
Antônia, J oanna e Brites. Em 1554, tendo Duarte Coelho, a cha):Ilado do rei, em-
Com várias mulheres, houve Jeronymo de Albuquer- barcado para Portugal, poµcos dias sobreviv\)ra a sua
que outros filhos: Thomé, Francisco, Gaspar, Lopo, Pe- chegada à terra natal.
dro, Felippe, Affonso, Salvador, Jorge e Simôa.
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Foi sepultado no jazigo de Dom Manuel de Moura, de Albuquerque passou a administração civil e militar da
·seu concunhado e pai de D. Felippe de Moura que, logo capitania a Simão Rodrigues Cardoso, vindo da cidade de
,depois, veio para Olinda, ali aportando em 1556. Salvador.
O govêrno do feudo estava entregue à viúva do 1. 0 Em 1580, falecendo o cardeal Dom Henrique, reinan-
;donatário, D. Brites (ou Beatriz) de Albuquerque, como te após o desaparecimento do seu real sobrinho, Dom
tutôra do seu filho menor, DUARTE DE ALBUQUER- Sebastião, nos areais africanos, o rei da Espanha, Dom
QUE COELHO, 2. 0 donatário, o qual, com o irmão Jorge Felippe II, alegando ser neto de Dom Manuel, apoderou-
de Albuquerque Coelho, andava no reino a estudar. se do trono de Portugal e fêz-se aclamar soberano legíti-
Em 1560, ameaçadas de arrasamento as nascentes mo do reino português.
vilas de Iguarassu e Olinda por uma insurreição geral dos Coube, então, logo depois, ao sobrinho de Jeronymo
caetés, ao sul, e petiguares, ao norte da capitania, teve o de Albuquerque, Dom Felipe de Moura, chegado a Per-
2.0 donatário de vir para seus domínios senhoriais, de nambuco em 1556, preponderar na governança da prós-
ordem da rainha-regente D. Catarina. pera capitania, assumindo o alto pôsto de capitão-mór
Com êle regressou o irmão, que assumiu o govêrno governador, porquanto, além de parente do donatário, era
das armas contra o gentio em franca rebelião, durando sobrinho do arqui-potente Dom Christóvão de Moura,
a guerra cinco anos. marquês de Castel-Rodrigo, Grande da Espanha e valido
Destroçados os silvícolas, Jorge de Albuquerque Coe- do monarca espanhol, que o fizera até vice-rei de Portugal.
lho voltou em 1566 para a Europa, o mesmo fazendo o Os MOURAS patentearam-se ardorosos partidários
2. 0 donatário, Duarte de Albuquerque Coelho em 1572, de Castella, participando a família do donatário, à qual
nunca mais regressando ao Brasil. estavam ligados por parentesco, da influência dêles junto
Duarte de Albuquerque Coelho, tendo caído prisio- ao govêrno da metrópole madrilena.
neiro na batalha de Alcaces-Kibir, a 4 de agôsto de 1578, A capitania de Pernambuco oferecia, por êsse motivo,
morreu em Marrocos, sem deixar herdeiros diretos, e J or- abrigo seguro, e os perseguidos políticos nela procuravam
ge de Albuquerque Coelho, coberto de ferimentos e estro- proteção, constando êsse direito de asilo das regalias con-
piado, ficou também prisioneiro dos Mouros, mas, sendo cedidas pelas cartas de doação a Duarte Coelho, Pero
resgatado, voltou para o reino e foi reconhecido, em 1582, Lopes de Souza e outros.
como 3. 0 donatário, não tendo, entretanto, voltado ao Assim vieram Felippe Cavalcanti, os irmãos tChris-
Brasil. tóvão e Sibaldo Linz, Accioly e muitos dos comprometi-
Em 1584 faleceu D. Brites de Albuquerque. dos em conspirações no velho mundo e até alguns parti-
Governou a capitania, algum tempo, Dom Christóvão dários do malogrado pretendente Dom Antônio, Prior do
de Mello, sendo substituído pelo seu genro Jeronymo de Crato. ! --·
Albuquerque, com quem acabou brigando, permanecendo Todos foram acolhidos na terra da Promissão e nela
desavindos todo o resto da vida. ficaram para sempre, tornando-se os troncos de nobilís-
Em 1580, sentindo-se velho e valetudinário, Jeronymo simas famílias radicadas à vida social pernambucana.

22 23
Conforme se verifica na "Nobiliarchia Pernambuca- e não havia nada de nôvo no trajar, nem nas guarnições.
na", tomo II, página 359, de Borges da Fonseca, "Pernam- das espadas, que não abraçassem logo, e despendiam brio-
buco e seu desenvolvimento histórico", do grande Olivei- samente com cavalos de alto preço, ricamente ajaezados,
ra Lima, "História do Brasil" (1500 a 1627) do Frei cujas selas e guiões eram das mesmas sêdas dos trajes
Vicente do Salvador, é fora de qualquer dúvida a prepon- dos cavaleiros.
derância de Dom Felippe de Moura nos negócios da capi- O mesmo luxo reinava entre as representantes do
tania de Pernambucano até 1596, tendo Borges da Fon- belo sexo, tendo Frei Manuel Calado feito a seguinte ex-
seca visto uma patente, datada de 15 de maio de 1595, ex-
pedida por êle, como capitão-mór de Pernambuco, em fa-
vor de Duarte de Sá, para capitão da Ordenança.
1 posição: "As mulheres andavam tão louçãs, que não se
contentavam com os tafetás, chamalotes, veludos e outras
sêdas, senão arrojavam as finas telas e brocados, e eram
Em 1596, o governador era outro, de nome Manoel tantas as jóias com que se adornavam que pareciam cho-
de Mascarenhas Homem, o qual, de ordem real, passou em vidas em suas cabeças e gargantas as pérolas, rubís, es-
1597 ao Rio Grande do Norte, para a conquista dessa meraldas e diamantes".
capitania, entregando a administração ao vereador mais Naquela época, segundo Fernão Cardim (carta,
antigo, Duarte de Sá. 1584) "em Olinda, que tinha setecentos colonos, e no têr-
A política habitual dos donatários anteriores foi man~ mo mais de dois mil, além de outros tantos negros afri~
tida por Dom Felippe de Moura, durante sua regência, canos, as casas eram numeradas", existindo cêrca de se-
e, assim, foram atraídos, para o povoamento do rincão tecentas, segundo Fernandes Gama.
do Nôvo Mundo, os melhores elementos do reino, paren- Relata o visitador jesuíta que "nas fazendas pernam-
tes, amigos e serviçais, de modo que naquele meio século bucanas, mais ricas e maiores que as da Baía, o agasalha-
após sua fundação, era "a mais florescente das colónias ram, e aos seus companheiros, não nas rêdes indígenas,
portuguesas, talvez a mais rica", na frase autorizada de mas em leitos de damasco carmesim franjados de ouro,
Pereira da Costa. e riquíssimas colchas da índia".
As primitivas moradias e as paliçadas dos primeiros Iguarassu possuía 200 casas, diz Oliveira Lima, e·
dias de Olinda, foram substituídas pelas vivendas de pe- havia na capitania 66 engenhos que produziam anualmen-
dra e alvenaria, muitas assobradadas, e por muros de te 200 mil arrôbas de açúcar.
granito, tendo sido construídos conventos e templos sun- O povoamento se fazia com gente de prol da metró-
tuosos a cavaleiro das colinas verdejantes. pole, de Gallizo e das ilhas, fidalgos, homens do mar, ar--
Um escritor descreve com vivas côres: "O luxo e a tífices, lavradores e mercadores.
opulência ali reinavam; eram freqüentes as festas e jan- Assim, em 1557, veio para Olinda João P aes Velho·
tares, para cujas mesas se importavam regularmente os Barreto, o instituidor do morgado do Cabo, e em 1558.
mais delicados produtos de ·Portugal e das ilhas, e só Felippe Cavalcanti.
com vinhos generosos consumiam-se muitos milhões de · Com o 2. 0 donatário, chegou Luiz Maru-eiros, ( de
cruzados; trajavam os homens veludos, damascos e sêdas; Thomar) , cidade portuguesa, do distrito de Santarém,.

24 25
banhada pelo rio Nabão) muito protegido, a ponto de B_-4\STIÃO PIRES e de GUIOMAR FERNANDES, meus
.ser logo aquinhoado com a propriedade de um dO!J ofícios 12. ºª avós, e neta, por via paterna, de: MARCOS PIRES
de tabelião de Olinda, constando do Livro Velho da Sé e CATHARINA FERNANDES, e, por via materna, de:
•que fôra casado com Luzía Lopes. DUARTE FERNANDES e LEONOR PIRES, sendo êstes
Entre os que se transportaram a Pernambuco no últimos casais meus 13. 0 • avós, pelo que, mais uma vez,
-tempo dos donatários, ainda no século 16, cita-se meu entronca em Portugal minha ascendência paterna.
11 .º avó paterno Nesse tempo, continuando ausente o donatário, assu-
mira o govêrno geral, em Olinda, a 1.º de abril de 1602,
Diogo Botelho, que seguiu para a Baía no fim do mes-
PEDRO CARDOSO DE MOURA mo ano.
Diogo de Menezes e Siqueira, nôvo Governador Ge-
:fidalgo beirão, natural de Lamego, Portugal, o qual reu- ral, iniciou seu govêrno, por sua vez, em Olinda, a 7 de
nia na sua conspícua personalidade os títulos de SENHOR janeiro de 1603, que também foi para a Baía em dezem-
.DA ILHA GRACIOSA, DO CONSELHO DE ESTADO E bro seguinte.
-COMENDADOR DA COMENDA DE SÃO MIGUE'L DIO, A 18 de dezembro de 1612 aportou a Pernambuco
NA ORDEM DE CHRISTO. outro Governador-Geral, Gaspar de Souza, que veio orga-
Conforme Borges da Fonseca ("Nobiliarchia Per- nizar a emprêsa da conquista do Maranhão, em poder dos
·nambucana"), "Annaes" da Biblioteca Nacional, tomo II, franceses.
·página 336, Pedro Cardoso de Moura, "veiu a Pernambuco, Era capitão-mór governador de Pernambuco Ale-
com sua família, 50 anos, mais ou menos, depois de sua xandre de Moura, aparentado com a família do donatário,
'fundação, durante o govêrno de Dom Felippe de Moura, pois, uma irmã de D. Brites de Albuquerque, D. Isabel de
.seu parente". Albuquerque, casou com um Moura, D. Manoel de Moura,
Era filho de FRANIC1SCO DE MOURA, natural pai de D. Felippe de Moura.
da freguesia de Santa Maria de Sedielos, do .d ito conce- Fôra escolhido para a dita governança, por alvará
1ho, e neto de PEDRO ANNES, da mesma freguesia de 9 de outubro de 1602, permanecendo no cargo durante
--portuguesa. doze anos, pois o 3.0 donatário morrera, sucedendo-lhe
Pedro Cardoso de Moura foi casado com D. CATHA- seu filho, ainda menor, Duarte de Albuquerque Coelho
RIN A DA COSTA, portanto, minha 11.ª avó, que, se- {2.0 dêste nome), nascido a 2 de junho de 1591, na
·gundo consta dos aludidos "ANNAES", tomo II, pág. 336, Europa.
-era natural da Vila do Conde e irmã legítima de Isabel D. Luiz de Souza, sucessor de Gaspar de Souza, fi-
·Rodrigues, tendo justificado na dita Vila do Conde, pe- xou-se também em Olinda, em julho de 1616, embora tem-
-rante o vereador mais velho, Juiz pela Ordenança, Ma- poràriamente, porquanto, em .começos de 1619 embarcou
theus Figueiredo Valadares, escrivão Miguel Luiz de Bar- para a Baía.
:ros, em 27 de janeiro de_1614, ser , filha legítima de SE- Em 1624, governando a capitania Mathias de Albu-

26 27
querque, por seu irmão, o 4. 0 donatário, foi o mesmo pro-
vido no Govêrno Geral, embarcando também para a Baía ses, já devendo ser de idade avançada ou falecido em
e deixando o govêrno da capitania em mãos de Francisco 1645, quando irrompeu a insurreição pernambucana que
Coelho de Carvalho, governador do Maranhão, de passa- imortalizou o heroísmo dos filhos da grande terra nordes-
gem na cidade de Recife, o qual só pôde partir para :tina, repetindo os fastos de velha Grécia e de Roma An-
sua capitania em 1626. tiga. Bateram-se, porém, valentemente, seus parentes
Ficou como capitão-mór de Pernambuco, sendo o últi- mais chegados, citando-se um genro e o filho, entre os
mo nomeado pelos donatários, André Dias da Franca, che- mais bravos combatentes pela causa pernambucana.
gado recentemente do reino. Seu genro, Manoel de Barros Maduro, era capitão da
Entretanto, já estava novamente governando Ma- Ordenança em Vizeu, sua pátria, onde vivia à lei da no-
thias de Albuquerque quando, em 1630, os holandeses in- breza, do rendimento de suas propriedades que trazia
vadiram a terra, ocupando Olinda e Recife. arrendadas, quando veio a guerrear o holandês cama
,Olinda, conta Frei Manoel Calado, era antes da che- simples soldado.
gada dos holandeses "a mais deliciosa, próspera e abun- Tomou parte na épica marcha do Mestre de Campo
dante" e não sei si me adianto muito, afirma êle, tex- Luiz Barbalho Bezerra, do pôrto de Touros no Rio Gran-
tualmente, se disser "a mais rica de quantas ultrama- de do Norte à Baía, através dos sertões do Brasil, quan-
rinhas o reino de Portugal tem debaixo de sua coroa e do êste levou à cidade do Salvador o socorro providencial
cetro". que a livrou do apêrto em que se via, sitiada por Maurício
Bombardeada e quase totalmente incendiada em de Nassau, em 1640.
1631, foi Olinda abandonada pelos seus habitantes; mas, Promovido sucessivamente a sargento, alferes e ca-
pouco depois, sob a administração do conde de Nassau, pitão, reformou-se, depois da restauração, como capitão
os que por lá mourejavam começaram a regressar, renas- de infantaria.
cendo a antiga prosperidade. Como se poderá averiguar, meus 11.0 e 10. 0 avós pa-
O burgo do Recife, situado uma légua ao sul da an- ternos, e o genro dêstes, eram todos da mesma terra, isto
tiga Marim dos Caetés, transformou-se em Mauritzstad -é, beirões, do distrito de Vizeu.
( cidade de Maurício), com dois palácios, rica e luxuosa- Do matrimônio de Pedro Cardoso de Moura e Catha-
mente decorados e visitados por -uma côrte de altos fun- rina da Costa, descende meu 10.0 avô.
cionários, oficiais de terra e mar e notáveis do país, dos
quais, entre os mais opulentos, apontava-se João Fer-
MANOEL DA COSTA MOURA
nandes Vieira, estando a cidade defendida por fortalezas
poderosas, provida a mesma de arborização e abasteci- constando da obra de Borges da Fonseca, valioso reposi-
da de canais.
tório das tradições pernambucanas daquela época, que o
Não consta que o meu 10. 0 avô, Manoel da Cosfa. mesmo "veio de tenra idade, em companhia de seu pa,es, a
Moura, tivesse tomado parte na luta contra os holande-
Pernambuco, no princípio de sua povoação, servindo de
secretário de orphãos em 1641", tendo o mesmo contraído
28
29
núpcias com D. MARGARIDA COUTINHO, que "veio a Um filho de D. Brites de Barros Rêgo e Feliciano de·
Pernambuco a convite de seu tio, Frei Angelo, Monge Mello da Silva, de nome Lourenço da Silva e Mello, foi
Beneditino, que foi duas vêzes Dom Abade do mesmo Mos- ouvidor em Goiana, onde sempre viveu, casando-se com
teiro, em 1620 e 1624, sendo depois Provincial da Ordem. D. Ignez de Vasconcellos Uchôa (2.ª" núpcias desta), fi-
no Brasil". lha do capitão Francisco Vaz Carrasco, tendo tido, entre
Esta ilustre matrona, um dos troncos de minha fa- outros, os seguintes filhos: a) D. Rosa de Mello Uchôa,
mília em Pernambuco, ali se fixou rio comêço do século 17, que se casou com um médico estrangeiro, do qual teve
pertencia à nobreza do reino, sendo filha de Fernão Cou- um filho de nome Bernardo; b) D. Innocência de Mello
tinho de Azevedo, que se ufanava de ser fidalgo da Casa Uchôa, que se casou, com seu primo José Bernardo Uchôa,
Real e Comendador do Souto, na Ordem de Christo, casado nascendo José Bernardo Uchôa Junior; e) Maria de Mello
com D. Izabel de Noronha Sarnache (vide obra citada Uchôa.
tomo II, pág. 336) . ' D. Feliciana de Mello da Silva, também filha de Fe-
Do matrimônio dos meus 10. avós, Manoel da Costa
0
' liciano Mello da Silva e de D. Brites de Barros Rêgo, ca-
Moura e D. Margarida Coutinho, nasceu uma ilustre sou-se com ·Christóvão da Rocha Wan-der-Ley, neto de
geração: Gaspar Wan-Der-Ley, o tenente-coronel das tropas ho-
landesas, cuja nobreza consta de uma certidão autêntica
1 - D. Anna Lourença Coutinho, que se casou com
do Conde de Nassau, na qual se afirma que "seu pai, avós
Manoel de Barros J\'Iaduro, capitão de infantaria que ser-
e todos os do seu apelido sempre foram de linhagem nobre,
viu na guerra contra os holandeses, tendo sido provido
após a restauração, no ofício de Tabelião do Judicial e tendo merecido os primeiros cargos e dignidades de sua
Notas de Olinda, sendo nobre de nascimento e natural da pátria".
cidade de Vizeu. Dêsse casamento nasceram entre outras Foi êste oficial superior holandês, Gaspar Wan-Der-
as seguintes filhas : ' Ley, que abraçou o catolicismo e combateu ao lado dos
rt.,; pernambucanos, por amor à pernambucana Maria de
a) D. Marianna de Barros, que se casou com Mello.
/ 1[) ,,' ,, ( João de Albuquerque Mello, o Pernículas, Do casamento de Christóvão da Rocha Wan-Der-Ley
filho de Olinda, onde sempre viveu, neto de com D. Feliciana de Mello da Silva, bisneta da minha 10.ª
'b 1()( · D. F_elippa de _Mello_, que, por sua vez, é avó, nasceu, entre outros filhos que procriaram muitas ge-
,. YJ !ilha legítima de Jeronymo de Albuquer-
que e de sua mulher D. Felippa de Mello
rações, o Mestre de Campo Antônio da Silva e Mello, que
se casou duas vêzes, da l.ª com D. Sebastiana da Rocha
'•'1
(Lª dêsse nome). Lins, e da 2.ª com D. Adrianna Wan-Der-Ley, COIIJ. mui-
b) D. Brites de Barros Rêgo, que se casou em tos descendentes dos dois matrimônios, os quais são todos
l.ª' núpcias com Pedro Ferreira Brandão meus parentes consangüíneos, abundando entre êles os
e em 2.ª• núpcias com Feliciano de Mell~ apelidos ROCHA e LINS.
da Silva.

30 31
Frutuoso Barbosa nunca foi, como em geral se supõe,
2 - Fernão Coutinho de Azevedo (2. 0 dêste nome), o conquistador da Paraíba, muito embora tenha tido pro-
que se casou em 1680 com D. Ignez Guardes, filha de messa formal de ser seu governador, se a conquistasse,
.João Velho Paes Barreto do morgadio do Gabo, e de uma vez que esta condição êle absolutamente não cumpriu,
D. Marianna Paes Barreto. Êste meu tio avô, por seu ca- renunciando mesmo às suas pretensões a respeito e aban-
samento, aparentou-se com uma ilustre estirpe, da qual se donando a terra, antes de fundada a povoação, somente
orgulhavam de descender o Conde da Boa Vista e o Mar- tendo sido seu governador anos depois, em 1588, e por
quês do Recife. pouco tempo.
Contudo, só a 30 de outubro de 1585 é que foi esco-
3 - D. C USTODIA COUTINHO, que se casou com lhido definitivamente o sítio onde está a atual cidade de
LAZARO DE BARROS CAT ANHO João Pessoa, sendo iniciada sua construção a l.º de no-
vembro seguinte, pela edificação do forte definitivo e
Proprietário dos Ofícios de Escrivão da Alfândega da
suas dependências.
Paraíba e Juiz do Pêso do Pau-Brasil, os quais foram O Ouvidor Geral, que foi a alma da conquista, auxi-
meus 9. 08 avós. liado eficazmente por D. Felippe de Moura, capitão-mór
Êste último era filho de Manoel Francisco de Barros de Pernambuco, tendo levado, de Olinda, 20 homens de ca-
e de Isabel Gomes Catanho. A família Barros procede do valaria e 60 infantes, além de carpinteiros e pedreiros,
solar de Barros, do Concelho de Regalados, no reino, onde com o mestre de obras d'El-Rey, Manoel Fernandes, deu
possuía muitos morgadios, ao passo que a família Cata- o exemplo aos operários e soldados, trabalhando pessoal-
nho contava, em Pernambuco, por sua vez, vários cava- mente nas obras e repartindo o material entre os trabalha-
leiros da Ordem de Christo e clérigos de ordens regulares, dores, da sorte que, dentro em duas semanas, pôde o forte
estando ligada à geração dos QUATRO CUNHADOS. receber a artilharia, sendo entregue ao comando de
Meu 9. 0 avô, Lazaro de Barros Catanho, exercia seu Christóvão Lins, fidalgo de origem alemã, a serviço de
mister na vizinha cidade da Paraíba, chamada pelos es- Pernambuco.
panhóis de Felippéa, a qual fôra fundada verdadeiramen- Em fins de janeiro de 1586, contava a nova povoação
te, ao contrário da versão habitual, por João Tavares, es- uma fortificação de 150 palmos em quadra, com tôrres e
crivão da comarca e Juiz dos órfãos em Olinda, que para casas de armazém, e sobrados para moradia do capitão
ali foi enviado com vinte homens (12 espanhóis e 8 por- e do almoxarife.
tuguêses) pelo Ouvidor Geral Martim Soares Leitão. Em 1591, no mês de março, veio de Pernambuco,
Conseguindo as pazes com Piragibe (Braço de Peixe), por terra, o nôvo Governador da Paraíba, Feliciano Coe-
chefe dos Tabajaras, no dia 5 de agôsto de 1585, João lho de Carvalho, fidalgo que servira nas praças fortes
Tavares ordenou a construção de um forte provisório de da Africa.
madeira, onde se recolheram todos, e deu a denominação Um dos fundadores da cidade foi Duarte Gomes da
de Nossa Senhora das Neves à povoação projetada no lo~ Silveira, que se casou com D. Fulgência Tavares, filha do
cal, por ser êsse o orago daquele dia.

32
referido João Tavares, que foi o 1. 0 capitão-mór -da Pa-
A Companhia Geral do Comércio para o Brasil, da
raíba e, depois, constituiu ali, por mercê régia, o Mor-
qual meu 9. 0 avô, Lazaro de Barros Catanho, era um dos
gado do Salvador do Mundo, em 1633.
diretores, foi o elemento decisivo para o término da guer-
<Os holandeses, em 1635, sob o comando do coronel
ra contra os holandeses, enviando para Pernambuco em.
Segismundo Van .Schkoppe, ocuparam a Paraíba, pas-
1654 uma poderosa armada sob o com~ndo do almirante:

r
sando a chamá-la de Frederika, em honra de seu príncipe.
Pedro Jacques de Magalhães.
A cidade havia-se, então, desenvolvido consideràvel-
Os nove deputados, aos quais ficara confiada a ad--
mente, possuindo, de acôrdo com a descrição de Fernan-
ministração da companhia, gozavam de grandes imunida- •
des da Gama, mais de 700 vizinhos, sem contar com os 1,
des, inclusive o privilégio de certa independência dos tri- -
que se tinham retirado no princípio da guerra.
bunais ordinários e sujeição só ao poder real ("História.
Além de muitas igrejas, existiam o convento da Mi-
Geral do Brasil", do Visconde de Pôrto Seguro, tomo 3. 0 ,,
sericórdia, um de Beneditinos, outro de Capuchinhos e
pág. 95, nota 14).
ainda outro de Carmelitas.
Do casamento de meus 8. 0 • avós, Sargento-M6r Ma-
Subiam a 20 os engenhos de açúcar e seus fortes eram
noel da Silva Vieira e D. Gracia de Barros 10 atanho, nas-
guarnecidos por 900 homens brancos.
ceu, entre outros filhos D. THEREZA DA SILVA VIEI-
O rio da Paraíba, que, nas cartas de marear se de-
RA, que se casou, no ano de 1700, com o DR. FRANCIS-
nominava São Domingos, não mais infestado pelos Peti-
CO CALHEIROS DA SILVA, homem nobre ambos nas-
guares e pelas naus francesas que, no século anterior, o
cidos em Pernambuco, os quais foram me~s 7.0 • avós,
varejavam no tráfego de pau-brasil, passara a oferecer
t endo dêste casamento nascido cinco filhas :
condições de segurança, pelo que fôra provido de uma
alfândega. 1 - D. FRANCISCA DA SILVA VIEIRA que se
Era esta a situação da Paraíba, quando para lá foi casou com JOSÉ DA COSTA BEZERRA, natural de Por-
meu 9 .0 avô, LAZARO DE BARROS GATANHO em com- tugal, sendo êstes meus 6. 0 • . avós.
panhia de sua irmã, D. Aguida de Barros que 'ali se ca- 2 - D. Clara da Silva Vieira, que- se casou com seu
sou e fixou. ' parente Francisco de Mello da Silva, Cap'itão-Mór da For-
Do matrimônio de Lazaro de Barros Catanho com ~ e S. Tiago das Cinco Pontas.
D. ·Custódia Coutinho, nasceu D. GRACIA DE BARROS 3 - D. Antônia da Silva Vieira, qu e se casou com
CATANHO que se casou com o sargento-mór MANOEL Francisco Pinto Correia, senhor do engenho "Inhobim".
DA SILVA VIEIRA, natural da Ilha da Madeira sendo 4 - D. Custódia Coutinho (2.ª dêsse nome) que se
êstes meus 8. 0 • avós da linha paterna. ' casou com o negociante José Gonçalves Teles, Tenente-
Êste último era filho de Sebastião Nunes, um dos General das Ordenanças.
deputados para o govêrno da Junta da Companhia Geral 5 - D. Maria José do Destêrro, que se casou três
do Comércio, signatária do contrato de 8 de maio de 1649 vêzes, tendo sido seu 1. 0 marido Antônio Bezerra Caval-
o qual era casado com Beatriz Vieira da Silva. ' canti, o mudo, filho de Domingos Bezerra Cavalcanti,

35
t> Mestre de Campo Francisco Figueirôa, por ocasião da
,deixando apenas um filho, o clérigo Antônio Bezerra Ca-
guerra contra os holandeses.
valcanti, falecido na Paraíba. Em terceiras núpcias con-
Dêsse ramo descendem todos os Inojosas da Paraíba
sorciou-se com o Sargento-Mór Miguel Alvares de Lima,
e de Pernambuco, bem como os Miranda Varejão, sendo
.escrivão da Fazenda Real e da Câmara Episcopal, filho todos, portanto, meus parentes consangüíneos, não cons-
,do Tenente Antônio Alvares de Lima, Familiar do Santo
tando a existência de outros ramos, com êsses nomes de
Ofício, e de sua mulher D. Marianna Monteiro. família, além dos descendentes do casal Francisco Alvares
Do matrimônio de D. Maria José do Destêrro com o
de Lima e D. Antônia Nogueira.
Sargento-Mór Miguel Alvares de Lima, nasceram : De D.. Joanna de Inojosa, filha do referido casal, que
a) Frei Francisco de Jesus Maria; se casou ,com o alferes Manoel do Rêgo, descendem os Rêgo
b) . Frei José Joaquim de Sant' Ana; Inojosa.
c) Clérigo Antônio José Alvares de Lima; E, dentre os descendentes· do ramo Inojosa, destaca--
d) D. ·Paula Monteiro de Lima, que se casou se o Dr. Joaquim Inojosa de Andrade, filho de João lnojo--
na Paraíba com seu primo Francisco Pin- sa ·de Andrade e de D. Ninfa Inojosa de Andrade, o qual1
to Correia (2. 0 dêsse nome), senhor de é autor de várias obras literárias e jurídicas, homem de ·
engenho; letras no melhor sentido, advogado de altos · méritos e ·
e) D. Marianna Monteiro de Lima (l.ª dêsse jornalista de projeção nacional, forjado nas redações de ,
nome), que se casou em Olinda, com o jornais nordestinos.
· mestre de campo· Antônio Dantas Corrêa, Do matrimônio de D. Francisca da Silva Vieira com :
senhor do engenho "Fragoso" ; José da Costa Bezerra nasceu D. SERAPHINA DA✓
f) e o Capitão Francisco Alvares de Lima. COSTA 93EZERRA que se casou com o Mestre <le Caní-
senhor do engenho "Muribequinha", que se po do Exército Português JOÃO DO RÊGO MUNIZ, na-
casou com D. Antônia Nogueira, filha do tural da ilha de São Miguel, dos Açores, o qual veio para
Pernambuco como Governador das Armas, tendo sido
Mestre de Campo Gonçalo Pinto Calheiros,
também grande proprietário em Recife e cavaleiro da
fidalgo da Casa Real, e de sua mulher Je-
Ordem de Christo.
ronyma Tenoria de Inojosa, irmã de Ma-
Foram êstes dois últimos meus 5. 08 avós da linha pa-
noel Inojosa Velasques Selidar, Governa-
terna, tronco comum de muitas famílias distintas da so-
dor do Algave, pernambucano, também
ciedade pernambucana.
fidalgo da Casa Real.
Descendem dêsse casal os RÊGO MONTEIRO, RÊGO
Êsse nome de Inojosa vem do avô materno Jeronymo DANTAS, RÊGO BARROCA, RÊGO MEDElRJOS, ABREU VILLAR,
de Inojosa Velasques Selidar, castelhano, cujos ascenden- RÊGO VALENÇA, RÊGO LIMA, RÊGO MARINHO, RÊGO RAN-
tes eram senhores da ilha de Inojosa, na sua pátria, ten- GEL, RÊGO MOTTA, SILVA RÊGO, MARINHO RÊGO e outras
do vindo para a Bahia como Sargento-Mór de batalha e 'I famílias importantes da boa sociedade pernambucana.
(
depois para Pernambuco, em companhia do seu parente, 1

37
36
O Mestre de Campo João do Rêgo Muniz era filho do 9 - D. F,ELICIANA MARIA DO RÊGO, que se
Sargento-Mór Thomé do Rêgo Muniz e de sua mulher casou com seu primo, por parte de pai, JOÃO DO RÊGO
Maria N etta de Benevides ( 1. ª dêsse nome), casados em FALCÃO, natural da Ilha de São Miguel, Açôres, nego-
1720, naturais da Ilha de São Miguel, Açô·r es, os quais não

l
ciante matriculado na praça . de Recife, opulento proprie-
vieram ao Brasil. tárió, Tenente de Cavalaria de Milícias, sendo êstes meus
Do matrimônio de Seraphina da Costa Bezerra com TETRAVóS, nascendo três filhos dêste matrimônio:
o Mestre de Campo João do Rêgo Muniz, nasceram nove
filhos, dos quais sobrevivendo numerosa prole, penso de
t odo interêsse dar seus nomes, a saber : .r a) Francisco de Souza Rêgo, do qual é bisne-
1 - José Francisco do Rêgo, Tenente de Cavalaria to o desembargador Miguel José da Motta
,ele Milícias, Cavaleiro da Ordem de ,Christo, que se casou, Júnior;
;a 8 de fevereiro de 1774, com sua prima D. Maria José
b) João do Rêgo Falcão Júnior ;
.Joaqu,ina, filha do mestre de campo Antônio Dantas Cor-
;rêa, Senhor do Engenho "Fragoso", e de sua mulher e) D. CONSTANÇA MARIA FALCÃO DO
J). Mariana Monteiro de Lima (l.ª dêsse nome). RÊGO, nascida em 1804, a qual se casou
2 - João do Rêgo Muniz (2.0 dêsse nome), que se com JACINTHO FERREIRA HOMEM
casou, em 1775, com sua prima D. Anna Thereza do Sa- DE ABREU, natural de Lisboa, Capitão de
cramanto. Malta, Cirurgião-Mór da guarnição, fi-
3 - Duarte do Rêgo Muniz, que se casou com sua dalgo de espadim e fivelas de ouro nos sa-
prima D. Paula Francisca Monteiro. patos, filho de João Homem de Abreu e
4 - Antônio da Costa Rêgo Muniz, Ajudante do Re- de suá mulher Maria Rosário Nogueira,
gimento de Milícias, que se casou com D. Fr~ncisca The- os quais são os meus TRISAVóS paternos.
reza da Encarnação.
5 - Thomé do Rêgo Muniz (2.0 dêsse nome), Ca-
pitão-Mór das Ordenanças, que se casou duas vêzes, cha- Dêste matrimônio nasceu, entre outros filhos, minha
mando-se -a primeira mulher Thereza, e a segunda Maria BISAVó paterna, D. JACINTHA MARIA DE ABREU
Magdalena. no ano de 1817, em Pernambuco, a qual se casou com
6 - D. Francisca Xavier de Jesus, que se casou com JOSÉ GOMES VILLAR (1.0 dêsse nome), natural de
seu prímo Miguel Júlio Dantas, neto de D. Maria José Lisboa, Portugal, negociante matriculado na praça de
Recife, filho de Manoel Gomes Villar e de sua mulher Ma-
do Destêrro e seu 3. 0 marido Sargento-Mór Miguel Alva-
ria Rosa, naturais êstes do arcebispado de Braga, Portu-
res de Lima.
gal, os quais não vieram ao Brasil.
7 - D. Thereza Francisca de Jesus (2.ª dêsse
nome). Do casamento de meus bisavós paternos, D. Jacintha
8 - Francisco do Rêgo Muniz, que se casou com D. Maria de Abreu e Josê Gomes ViUa1· nasceram oito
Maria da Cruz Ferreira. filhos :

38 39
1 - D. Feliciana da Conceição de Abreu Villar, que E) - Amélia de Lemos Villar, que contraiu matri-
se casou com Manoel José Lopes, ambos falecidos, tendo mônio com Traj ano de Siqueira Pinto da Luz,
deixado sucessôres. ambos falecidos, tendo deixado 3 filhos :
2 - D. Constança Maria de Abreu Villar, que con-
traiu matrimônio com José Gonçalves Villa-Verde, ambos a) Newton Villar Pinto da Luz, casado com
falecidos, deixando descendentes . em Lisboa - Portugal. D. Vivian Tissan, com dois filhos: Amé-
3 - D. Jacintha de Abreu Villar, que se casou duas
vêzes, a primeira com o Dr. Laureno de Oliveira Cabral,
Juiz de Direito da antiga província do Ceará, de onde era
natural, ambos falecidos, sem descendentes.
1 b)

e)
lia Regina e Cristina Maria;
>Cfotilde Villar Pinto da Luz, viúva do
Almirante Luiz Fernandes Barata;
Dr. Orlando Villar Pinto da Luz, des-
4 - José Gomes de Abreu Villar (2. 0 dêsse nome), quitado, tendo uma filha: Isaura Maria.
negociante matriculado na praça do Rio de Janeiro, que
F) - Almirante Frederico de Lemos Villar, faleci-
se casou com D. Josephina Lemos, tendo tido 6 filhos:
do na cidade do Rio de Janeiro, que foi casa-
A) - Maria Seraphina de Lemos Villar, falecida do com D. Emília Constança Gomes Ferreira,
solteira; tendo deixado nove filhos:
B) Wellington de Lemos Villar que foi casado a) Magdala Villar (Dalita), casada com o
com D. Manoela de Miranda, tendo deixado Dr. Antônio José Romão Junior, tendo
dois filhos; nascido: Vera Villar Romão, casada com
a) Almirante Arnaldo de Miranda Villar, o Coronel Nelson de Andrade Lima, com
que se casou com D. Léa Marques de dois filhos : Branca Heloisa e Sônia ; An-
SaIIes, tendo havido um filho: Mauro; tônio José Romão Neto, casado com Gel-
b) D. Heilena de Miranda Villar, que con- sa Ferraz, com quatro filhos : Antônio
traiu matrimônio com Hercílio Soares José, Cláudia Maria, Carlos Frederico e
(Fiscal de Rendas no Estado do Rio de Ana. ·Cristina; e Luiz Fernando Villar
Janeiro), tendo nascido Heloisa Helena Romão, desquitado, tendo tido quatro fi-
Villar Soares que se casou com Adolpho lhos: Sandra Helena, Luiz Fernando, Luiz
Baptista Nogueira; e Paulo Roberto Vil- Ricardo e Luiz Antônio;
lar Soares, casado com D. Neide Botelho; · b) Emilia Villar (Lili), viúva do Coman-
dante Edgar Trajano Barbosa, sem su-
C) - Nelson de Lemos Villar, que se caso~ com cessão;
D. Heloisa de Oliveira, tendo falecido sem e-d) Eduardo e Frederico, gêmeos, falecidos
deixar sucessor; meninos;
D) - Justo de Lemos Villar, falecido solteiro; e) Heloisa Villar, falecida menina;

40 4í
/) Armando Frederico Villar, casado com morrendo, assim, heroicamente, no cumprimento do dever,
D. Anita Lucarelli Villar, de cujo casa- não tendo sido encontrado seu cadáver, sendo salvos,
mento . nasceram: Ruy Armando e Dulce <la tripulação, apenas seis homens, resgatados do poder dos
Lucarelli Villar, esta casada com o Dr. mouros, pelo nosso Cônsul em Tanger.
Eloadir Barcelos, tendo tido dois filhos : 7 - João Leopoldo de Abreu Villar, falecido em
Lucianita e Mônica; :Recife - Pernambuco, deixando descendentes.
g) Maria de Lourdes Villar (Chate), que se
. casou com Sylvio Fabrizzi, tendo nascido 8 - D. MARIA BRíGIDA DE ABREU VILLAR,
Rosita Villar Fabrizzi, que se casou com ·minha avó paterna, que viu a luz do dia a 8 de outubro de
Luiz Fernandes Mendes Viana, com dois ·1836, na cidade do Pôrto - Portugal, vindo para Per-
filhos : Bernardo Lucio e Leonardo _nambuco aos três anos de idade, tendo falecido ali com
'84 anos, sem jamais ter regressado à terra natal. Casou-
Bruno;
.se com GASPAR ANTôNIO VIEIRA GUIMARÃES (1. 0
h) Heloisa Cecílla Villar (Niná), ca-
dêsse nome), meu honrado avô, nascido na então Vila de
sada com Orlando José Mendes Franco,
Guimarães, em Portugal, a 15 de abril de 1821, negocian-
tendo nascido : Ana Elisabeth, José
·te matriculado na praça de Recife - Pernambuco, Co-
Eduardo, Beatriz Heloisa e Carlos Fre-
·mendado~ · da Ordem de Cristo, Cavaleiro da Ordem de
derico;
Nossa Senhora. da Conceição de Vila Viçosa, ambas de
i) Maria HJelena Villar, casada com o Dr.
Portugal, tendo falecido na cidade do Rio de Janeiro, a
Murilo Cabral Silva, tendo nascido três 6 de junho de 1882, com 61 anos de idade.
filhos : Ana Maria, Fernando Luiz e Ma- Do casamento de meus avós paternos nasceram 5 fi-
ria Lucia. ]has e 1 filho :

5 - D. Zeferina Constança de Abreu Villar, que se A) - D. Euthalia Jacinta Guimarães, nascida aos
casou com Bernardino de Senna, ambos falecidos, sem su- 27-8-1851, em Recife, onde faleceu em 1933,
cessão, no Estado da Bahia. com 82 anos de idade, solteira.
6 - Manoel Gomes de Abreu Villar, guarda-marinha, B) - D. Constança Guimarães, nasci d a aos
falecido em 1860, no naufrágio da Corveta da Marinha de 23-7-1852, em Recife, onde faleceu solteira,
Guerra Brasileira "Princeza Izabel", nas costas de Mar- aos 3-1-1869.
rocos - África. Era o Oficial de quarto quando se desen- C) - D. Maria Genuína Guimarães, nascida em Re-
cadeou furiosa tempestade, um dêsses ciclones que percor- cife, aos 5-2-1854, tendo falecido, septuagená-
rem continentes, tudo devastando. Não quis atender à or- ria, na cidade de Manaus - Amazonas, a ·
dem de se recolher ao camarote e, para não abandonar 'o qual foi casada com o desembargador J ovino
pôsto, fêz-se amarrar ao mastro grande, de onde foi ar- Anthero de Cerqueira Maia, da Côrte de Ape-
rebatado por uma colossal vaga, desaparecendo no abismo,

42 43
lação do Amazonas, também já falecido. Dês-
easou com Isaura Braga, nàscendo W al-
se matrimônio nasceram 13 filhos:
ter Augusto e Luiz Paulo Braga Braun;
a) Alvaro Guimarães Maia, médico, que se Wagner Maia Braun (falecido), que foi
casou com D. Elisa Leite, ambos faleci- casado com Enilda Ferreira da Silva, sem
dos sem descendentes ; descendentes; e Fernando Maia Braun
· b) Àrnaldo Guimarães Maia, Juiz de Direito ,que se casou com Déa Ferreira da Silva,
no Estado do Amazonas, que se casou nascendo Sergio Ferreira Braun; e em
com Raymunda de MeIIo, ambos faleci- 2.ns núpcias com Joaquim José Mussuneci
dos, tendo deixado três filhos : Armando, que faleceu sem deixar sucessor;
Fernando e Luiza de MeIIo Maia; i-m) Gaspar, Paulo, Suzana, Virgínia e Maria,
e) Carmosina Guimarães Maia, falecida sol- todos falecidos meninos.
teira;
1)) - D. Amália Engrácia Guimarães, nascida em
d) Mario Guimarães Maia, que foi casado
Recife, aos 28-10-1855, falecida septuagenária-,
com Francisca da Silva, falecidos, dei-
na cidade de Maceió - Alagoas, a qual foi
xando 3 filhos : J offre, Margarida e Fer-
casada com o desembargador Francisco José
nanda da Silva Maia;
da Silva Pôrto, da Côrte d.e Apelação do Es-
e) Oscar Guimarães Maia, que se casou com
tado de Alagoas, também falecido, tendo dei-
Idalina Antunes, tendo havido quatro fi-
xado cinco filhos :
lhos: Paulo de Serpa Antunes Maia, Ze-
naide Antunes Maia, Roberto Maria An- a) Francisco José de Silva Pôrto Junior, ba-
tunes Maia e Alvaro Antunes Maia, ca- charel, advogado de grande conceito, que
sado com Carmen Maia; -foi casado em l.•• núpcias com Amália
f) J ovino Guimarães Maia; Silva Pôrto, de quem teve três filhos:
g) Gaspar Guimarães Maia, Promotor Pú- Chilon, falecido menino ; Maria Heloisa
blico na cidade de Itacoatiara - Amazo- que se casou com o Dr. Manoel Pinheiro
nas, que foi casado em l.•• núpcias com Goulart, tendo nascido um filho : Heidon
Biandina Heimeda que lhe deixou um fi- Pôrto Goulart; Dr. Abelardo da Silva
lho: W alfrido Augusto; e em 2. •• núp- Pôrto, que se casou com Maria Dolores,
cias com Aurora Garganta, tendo falecido nascendo Helena; e em 2.•• núpcias com
sem deixar descendentes do segundo ma- Maria da Gloria Mendes, nascendo Jerusa
trimônio; Mendes Pôrto, solteira; Grimônia Mendes
h) Beatriz Guimarães Maia, que se casou em Pôrto, viúva sem filhos; e Aida Mendes
l.•• núpcias com Oscar Braun, tendo havi- Pôrto, que foi casada com seu primo Dr.
do três filhos : Walter Maia Braun, que se Luiz Augusto Pôrto de Castro e Silva.

44 45
b) Luiz de Menezes Pôrto, agrimensor e ca- Côrte de Apelaçã.o do Estado do Amazonas, da qual for
Presidente; Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra, da
pitalista em Maceió - Alagoas, casado
França; Cavaleiro da Ordem da Coroa, da Bélgica; Ca-
com sua prima Maria Augusta, sem su-
valeiro da Ordem da Coroa da Itália; membro da Aca-
cessão.
demia Amazonense de Letras; Medalha de Ouro da So-
e) Eduardo de Menezes Pôrto, Juiz de Di- cieté de Gens de Lettres, de Paris; Medalha de Ouro da
reito no Estado de Alagoas, casado com Academia de História de Direito Internacional, de Paris ;
Alice de Aguiar, tendo os seguintes fi- Diretor da Faculdade de Direito do Amazonas, da qual
lhos do consórcio: Graccho (falecido me- foi catedrático de Direito Internacional Público e Diplo-
nino) , Caio de Aguiar Pôrto, Alba de macia; Grão-Mestre da Maçonaria do Amazonas e Acre,
Aguiar Pôrto, Graccho de Aguiar Pôrto que vivia agrilhoada, empobrecida e dominada; jurista
(2.º dêsse nome), Hélio de Aguiar Pôr- de inigualável cultura; intelectual· de alto valor; j orna-
to e Carlos Eduardo de Aguiar Pôrto. lista; poeta de invejável sensibilidade; formou-se pela.
d) Felisbella de Menezes Pôrto, nascida na Faculdade de Direito de Recife, com 18 anos de idade,.
capital do Estado da Paraíba, quando seu apenas.
pai foi Chefe de Polícia daquela provín- Pelas facêtas brilhantes de seu espírito iluminado,
cia de então, viúva de João Augusto de pela generosidade dos sentimentos e pela bravura moral
Castro e Silva, bacharel em direito, que dos seus feitos, galgou com facilidade a porta da imor-
foi Delegado de Polícia em Maceió, de talidade e ingressou na categoria dos super-homens, ufa-
cujo consórcio teve quatro filhos: Luiz nando-se o Amazonas d,e o ter possuído em seu seio, po--
Augusto Pôrto de Castro e Silva, bacha- dendo apresentá-lo ao mundo civilizado e culto, como uma
rel em direito, que se casou com sua pri- das figuras de maior destaque do patrimônio de honra .
ma Aida Mendes Pôrto, supracitada, o daquele pedaço da terra brasileira.
qual foi Secretário de ·Segurança no Es- Se tivesse de ser traçado, em um símbolo, a biogra-
tado de Alagoas, cargo em que foi assas- fia dessa figura grandiosa, sempre viva nos espíritos e no
sinado no desempenho de suas funções; recôndito do coração de todos, não haveria imagem mais
Nazareth, falecida menina; Bernabeth, perfeita do que uma linha reta unindo o pensamento cons-
falecida menina; e Laumir Pôrto de Cas- trutor à ação realizadora.
tro e Silva. Sua vontade hercúlea, servida por um magnetismo ·
e) Ismênia de Menezes Pôrto, solteira. mental trazido do berço, jamais empreendeu tentativas,
porquanto, sempre levou a bom têrmo todos os objetivos·
E)
D. Cândida Hermínia Guimarães, nascida em
do seu idealismo construtivo na obra ingente das con-
Recife, aos 25-4-1857, falecida solteira, septua-
quistas e vitórias intelectuais e morais que constituíram·
genária, na cidade de Recife - Pernambuco.
a esteira luminosa de tôda sua vida grande e incomparável.
F) E MEU PAI, DESEMBARGADOR GASPAR
ANTôNIO VLEIRA GUIMARÃES (2.º dêsse nome) da
4T
46
Nasceu a 20 de setembro de 1874, em um domingo "GAZETA DA TARDE.'', no "COMÉR·CIO DE PER-
.radioso, às seis horas da manhã, na cidade de Recife, NAMBUIOO" e no "PEQUENO JORNAL".
,capital da então província de Pernambuco, do Império do Sua primeira obra, intitulada "Primeiros Vôos", foi
:Brasil, no 2.° andar do oitavo sobrado, do lado par, da publicada em 1892, da qual é de justiça salientar uma
:rua da Imperatriz, bairro da Boa-Vista. poesia escrita quando contava quinze anos de existência :
Segundo o horóscopo tirado por João Teixeira de Mo-
rais, escrivão de apelação do Superior Tribunal de Jus- "úLTIMAS PALAVRAS"
tiça do Estado do Amazonas, seu-s sinais característicos
eram: sol em ascendente na sua casa; lua em ascendente Oh! não me esquecerei . . . Eu tinha oito anos,
·na casa do sol; eloqüência e poder de persuasão; apti- Oito anos somente e um'alma aventureira!
-dão para os altos estudos; tendência para elevar-se por No último degrau a despedir-me dêle
.seus méritos pesso.ais ; casamento feliz; independência Recebi soluçando a bênção derradeira!
·social; autoridade e prestígio; honestidade; bons costu-
Era triste e pungente! . . . A minha doce mãe
·mes; bom caráter; dificuldade em adquirir bens e ameaça
Abraçava-o chorando e a soluçar dizia
de perder aquêles que adquirir com sacrifício.
Que não voltava mais o meu papá querido,
Recém formado, quando mal transpunha os 18 anos
Que era aquela vez a última que o via.
,de idade, e já forrado de sólida cultura, embarcou no va-
·por "Brasil", com destino a Manaus, onde chegou no dia E eu tinha oito estações. Esmagava-me um pêso
:31 de dezembro de 1892, após 13 dias de viagem, na qual Maior do que o florir das minhas primaveras
teve como companheiros: Samuel Mac Dowel, o Dr. Al- E via o meu papá morrer longe de mim
·buquerque Maranhão, médico de nomeada, o alferes Pra- E, sem dizer adeus, dormir, dormir devéras !
·tagy, do 36.0 Batalhão sediado na capital amazonense, Meu Deus, ia partir!. . Partir para bem longe
-Corbiniano Filho, o Coronel Gaudêncio Ribeiro, depu- O pobre velho enfêrmo, a sós, nobre ancião!
tado por Manaus, e o Dr. Rios de Moura. E eu tão pequenino, então, abandonado
Poucos dias depois, a 14 de janeiro de 1893, foi Nos braços da mamã ficar sem proteção.
nomeado para o cargo de 2. 0 Promotor Público de Ma- - Adeus! disse meu pai. - Adeus, meu caro filho!
·naus, por ato do Dr. Eduardo Gonçalves Ribeiro, Bacha- - Adeus, espôsa amada! . . E num sorrir profundo
rel em Matemática e Ciências Físicas, Capitão do Esta- - Adeus! nos disse ainda; - eu vou partir e creio
do-Maior de 1. ª classe e Governador do Estado do Que nunca voltarei a ver-vos neste mundo!
.Amazonas.
Desde a infância revelou raro pendor para as letras, Galou-se o venerando. E num suspiro longo
,confecionando jornais manuscritos e, aos 14 anos de ida- Dos braços arrancou-me e pouco a pouco, além,
de, colaborou na fôlha republicana "O NORTE", redigi- Cessavam de soar seus vacilantes passos
•da por Martins Junior e Maciel Pinheiro, e, depois, na E creio que minh'alma alava-se também.

-48 49
Depois. . . silêncio enorme! Então ouvi um grito
Cortando pavoroso os tétricos espaços, Suas atividades se desdobraram, plenas de vitória~
Corri alucinado e fui cair tremendo imarcescíveis em todos os domínios do pensamento, onde
De minha boa mãe nos carinhosos braços ! êle exerceu verdadeiro primado, sendo difícil, em rápido
bosquejo, acompanhar-lhe a trajetória de realizações es-
plendorosas, no evoluir da vida de pensador e homem de
* * *
ação.
Pois bem, amado pai ! agora que sou forte No Ministério Público, na Judicatura, no jornalismo,
Que posso combater e conquistar a glória, .l no magistério superior, na administração pública, onde
Audaz trabalharei e dedilhando a lira quer que atuasse, um clarão que não se extingue ficou
Entre nuvens de pó, irei até a História! de su.a 1mssagem, distinguindo-lhe o talento de escol e a
têmpera de batalhador invencível.
A Glória - a ensangüentada e bela cortesã - Era eleitor inscrito sob n." 3.019, ex-ofício, de acôr-
Nos páramos dos Céus um dia eu entrevi! dro •com o Decreto n. 0 12.193, de 6-9-1916, visto ser o mes-
Agora vou lutar na liça gigantesca, mno Presidente do Alistamento.
E vê se um só instante o meu jurar traí! Na imprensa, seu talento brilhou, fulgurantemente,
,em. todos os momentos, tendo sido um de seus maiores
(Janeiro de 1890) .
apóstolos, espargindo suas doutrinas em uma luminária
faiscante de ouro e rubi, nas colunas do antigo "Comér-
Aos 25 de maio de 1895 casou-se com D. MARIA
AMETHYSTA DE CAMPOS GUIMARÃES, minha ve- cio d:o Amazonas", do ".Q Amazonas", do "Jornal do Co-
neranda MÃE, nascida a 30 de junho de 1877, na cidade mércio''', da "A Capital" e do "O Tempo" por ocasião da:.
de Santa Maria de Belém do Pará, filha do engenheiro tra:gedia inenarrável que durante quase cinco anos de--
civil e bacharel em matemática e ciências físicas, Dr. AN- vastut1 a Europa, de 1914 a 1918, quando os exércitos:
TôNIO JOAQUIM DE OLIVEIRA CAMPOS e de sua ;alemães atiraram suas hordas sôbre o mundo civilizado.
mulher D. MARIA DE NAZARETH SIQUEIRA RO- A repercussão da sua campanha em prol dos aliados
DRIGUiES, meus A VóS MATERNOS, ambos nascidos foi tão grande, que lhe· valeu o merecimento das conde-
no Pará. corações e insígnias citadas, da França, da Bélgica e da
Já no exercício do cargo de Juiz de Direito do 3.º !tália, bem como uma mensagem de agradecimentos
Dis:rito da capital do Estado do Amazonas, meu pai foi enviada 'por Jorge V da Inglaterra.
designado, por ato de 21 de janeiro de 1907 do Sr. An- Embora escritor fecundo e imaginoso, meu pai não
tônio Constantino Nery, Governador do E'stado, para se dedicou à literatura de ficção, versando seus estudos,
~xercer o cargo de Prefeito de Segurança Pública, o qual principalmente, sôbre direito e problemas transcenden-
aesempenhou com eficiência invulgar, livrando o rincão tais, tendo deixado as seguintes obras: "PRIMEIROS
amazonense dos maus elementos que o denegriam. VôOS", 1892; "AS NOSSAS FRONTEIRAS E A REOR-
GANIZAÇÃO DO :EXÉRCITO NACIONAL", 1900; "DA-

50
51
Justiça do Estado, o que foi calorosamente festejado em
DOS DESCRITIVOS DO MUNICíPIO DE COARY",
1900; "O VíNCULO ENTRE O ESTADO E O FUNCIO- tôda a capital amazonense.
Depois de 42 anos de serviços prestados ao Amazo-
NÁRIO"; "HJSTóRIA DO LOGAR DA BARRA"; "DI-
nas, aposentou-se na qualidade de Desembargador, for-
REITO INTERNAICTONAL PúBLICO E DIPLOMA-
çado por moléstia que o impediu de continuar em seu
CIA", 1914; "A EVüLUÇÃO HISTóRICA DA DIVI-
pôsto, retirando-se para o Rio de Janeiro, naquela época
SÃO JUDICIÁRIA E ADMINISTRATIVA DO ESTADO
Distrito Federal, onde faleceu aos 23 de junho de 1938,
DO AMAZONAS", 1922; "PRINCíPIOS DE COSMO-
em sua residência à Av. Portugal n. 0 42, no oairro da
_G ONIA PRÁTICA E DE MORAL FILANTRóPICA"
Urca, muito embora os esforços a prol de -sua saúde e a
1924 ; "A VIDA", 1929; "NOÇõES TH'.EOSóPHICAS'/
dedicação que lhe dispensou seu médico e amigo Dr. Pe-
1934 ; "DOZE GERAÇÕES", 1936. ,
dro da Cunha.
Catedrático de Direito. Internacional Público e Di-
·plomacia da Faculdade de 'Ciências Jurídicas e Sociais de
:Manaus, da qual foi Diretor durante dezessete anos e a
,quem deve êsse estabelecimento de ensino superior a ~qui-
para~ .às suas congêneres do país, suas lições magis- Sou filho único e, como meu pai, nasci em Recife,
à rua da União n. 0 4, aos 16 de março de 1898, tendo
1trai'S ficaram compendiadas na obra citada: "Direito In-
sido também jornalista, sócio fundador do· Sindicato dos
ternacional Público e Diplomacia". Mestre querido da
Jornalistas Profissionais do antigo Distrito•Federal, hoje
mocidade, sempre a conduziu generosamente, com seus
Estado da Guanabara, tendo colaborado 'no "Jornal do
exemplos edificantes, na esplêndida senda da Verdade e
Brasil" e no "O Imparcíal", do Rio 'de Janeiro, nas re-
da Justiça, tendo recebido, por diversas vêzes, as ho-
vistas "O Theosophista" e "IAPETC", também do Rio, no
menagens merecidas, tributadas pela mocidade reco-
"Meio Dia", igualmente do Rio, · no "Jornal Pequeno" e
nhecida.
na "A Noite" de Recife.
As obras e instituições de caridade muito devem à
Conclui o curso de Bacharel em •Ciências e Letras
operosidade e desprendimento do saudoso jurista, desde
pelo Ginásio Amazonense, e o de Bacharel em Ciências
o Instituto Benjamin Constant ao antigo Asilo de Men-
,Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife.
dicidade. Exerci os cargos de Secretário-Geral da Polícia do
A Maçonaria Amazonense, que vivia agrilhoada à sub- Estado do Amazonas, Promotor Público em Manaus, onde
missão do Centro, empobrecida e dominada, obteve, pela também desempenhei as funções de Prómotor Militar; fui
mão de mestre do notável administrador, sua autonomia Delegado Regional da Polícia do Est'ado· de ·Pernambuco.
e conseqüente prosperidade, durante os dezessete anos em Delegado de Polícia do 3. 0 DistHto de Recife; Consultor
que meu pai foi seu Soberano Grão-Mestre.
Jurídico, durante 17 anos, no Distrito Federal, da Fe-
Por ato de 13 de agôsto de 1921, do Governador do deração das Indústrias do Estado dé Pernambuco; mem-
Amazonas, Dr. Cezar do Rêgo Monteiro, foi nomeado bro da Comissão designada pelo Sr. Ministro do Traba-
para o cargo de Desembargador do Superior Tribunal de
53
52
lho, Indústria e Comércio, Dr. Honório Monteiro, para lia potiguar Seabra de Mello e ela da tradicional famí-
estudar e preparar o ante-projeto da lei sindical e da lia Homem de Siqueira Cavalcanti, de Pernambuco.
previdência social, na honrosa companhia dos Drs. üscar Dêsse matrimônio nasceu meu filho varão BRENO
:Saraiva, Geraldo Faria Baptista, Rui de Oliveira San- AUGUSTO SEABRA GUIMARÃES, aos 29 de julho de
tos, Luiz Bettarello Filho e Wilson Pinto Ribeiro; advoga- 1963, 2.ª feira, às 5 horas da madrugada, na cidade do
-00 militante inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil Rio de Janeiro, capital do Estado da Guanabara, na Casa
,e Procurador Autárquico Federal, aposentado depois de de Saúde Santa Lúcia.
-35 anos de serviço público.
Contraí matrimônio, em l.ª' núpcias, com ANNA Rr-
:BEIRO DE SOUZA MENDES, brasileira, natural de Pernam-
buco, filha de Antônio Ribeiro de Souza Mendes, natural
de Portugal, comerciante na cidade de Recife, Pernam-
buco, e de D. Maria Coelho da Silva, natural de Per-
nambuco, todos falecidos em Recife. Dêsse matrimônio
nasceu minha filha IV ANEIDE MENDES GUIMARÃES,
em Manaus, na casa da rua 24 de Maio, trecho entre a
Av. Joaquim Nabuco e Av. 13 de Maio, a qual se casou, na
cidade do Rio de Janeiro, com o Dr. ü lavo Hourneaux
de Moura, médico em São Vicente, S. Paulo, onde tam-
bém é polí~ico influente, havendo dêsse matrimônio oito
filhos: Mareia, Olavo Júnior, Fernando Antônio, Fábio,
Ricardo, Fátima, Marcelo e Eduardo.
Em 2."' núpcias fui casado com CARMEN CÂMARA
MARTINS DE ALBUQUE~QUE, nascida em Recife - Per-
nambuco, filha de Floriano Martins de Albuquerque e de
D. Laura Câmara Martins de Albuquerque, sendo bisneta
de Bernardo José da Câmara, Barão de Palmares. Faleceu
na cidade do Rio de Janeiro,' em 26 de março de 1961,
sem deixar descendente.
Casei-me em 3.ª8 núpcias com MARIA CORDÉLIA SEA-
BRA DE MELLO, no dia 5 de maio de 1962, sendo ela natu-
ral da cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande
do Norte, filha de Manoel Augusto Seabra de Mello e de
sua mulher , Maria de Siqueira Cavalcanti, êle da famí-

54 55
COLATERAIS ILUSTRES

RÊGO MONTEIRO - RÊGO RANGEL - RÊGO LIMA


RÊGO MACIEL - THEMUDO LESSA

Do casal José Francisco do Rêgo e D. Maria José·


Joaqu1na, êle filho do Mestre de Campo João do Rêgo Mu-
niz e de sua mulher Seraphina da Costa Bezerra, e ela fi-
lha do Mestre de Campo Antônio Dantas Corrêa e de sua
mulher Marianna Monteiro de Lima (l.ª dêsse nome), .
nasceram os troncos de muitas famílias pernambucanas,
a saber:
1 Joaquim José do R·êgo que, contraindo matri-
mônio com D. Maria Joaquina Rangel, filha de,
José Dias Pereira Rangel, contador do Erário
Público, escrivão e deputado, deu origem ao sub-
ramo RÊGO RANGEL, do qual fazem parte o,
falecido poeta e ardoroso propagandista repu-
blicano José Francisco do Rêgo Rangel Sobri-
nho e o escritor Alberto do Rêgo Rangel, au-

i
tor das divulgadíssimas obras "O Inferno Ver-
de" e "Marqueza de Santos" ;
2 - Do matrimônio do Sargento-Mór Miguel Alva-
res de Lima com D. Maria José do Destêrro, nas-
1 • ceu D. Marianna Monteiro de Lima (1.ª dêsse
nome) que, consorciando-se com o Mestre de
Campo do ·E ,x ército Português Antônio Dantas-

5T
Corrêa, teve três filhos: D. Maria José Joaqui- b) D. Francisca Xavier de Jesus, que contraiu ma-
na que se casou com seu primo José Francisco trimônio com seu primo Miguel Julio Dantas
do Rêgo; D. Anna Thereza do Sacramento, que (1. 0 dêsse nome);
contraiu casamento cam seu primo João do e) João do Rêgo Muniz Junior, que se casou com
Rêgo Muniz Junior e Miguel Julio Dantas, que D. Anna Thereza do Sacramento (1.ª dêsse
se casou com sua prima D. Francisca Xavier de nome).
Jesus. Do casal José Francisco do Rêgo e sua
prima Maria José Joaquina descendem: D. Ma- D. Marja José Joaquina, Miguel Julio Dantas (1.º
rianna Monteiro de Lima (2.ª dêsse nome), D. dêsse nome) e D. Anna Thereza do Sacramento (1.ª dêsse
Maria N etta de Benevides; e D. Seraphina da nome) são filhos de D. Marianna Monteiro de Lima (1.ª
,Costa Bezerra (2.ª dêsse nome), que deram ori- dêsse nome) e do Mestre de Campo Antônio Dantas Cor-
gem aos ramos RÊGO MONTEIRO, RÊGO rêa, e pertenciam, portanto, .à família MONTEIRO, de
_MACIEL, RÊGO RANGEL E RÊGO LIMA. que fôra fundador Domingos Monteiro de Oliveira, filho
Do casamento de João do Rêgo Muniz Junior de Agostinho de Oliveira e de D. Maria Monteiro natu-
,e sua prima D. Anna Thereza do Sacramento ral de Ancede, bispado do Pôrto - Portugal, q~e veio
(1.ª dêsse nome), descendem: D. Anna There- da Bahia como cirurgião do 3. 0 batalhão do têrço de Vi-
za do Sacramento (2.ª dêsse nome) ; D. Ma- dal de Negreiros.
rianna Monteiro de Lima (3.ª dêsse nome) ; Dr. Domingos Monteiro de Oliveira fazia parte da Miseri-
João Elias do Rêgo Dantas, os quais, pelo ca- córdia de Olinda, por têrmo assinado em 3-7-1657, o qual
samento, deram origem aos ramos LEITE contraiu matrimônio com D. Maria Dias Vieira, filha de
SAMPAIO, RÊGO DANTAS e MONTEIRO Manoel Dias Vieira e sua mulher D. Joanna Rodrigues,
DE LIMA. Do matrimônio de Miguel Julio Dan- também natural de Ancede. ·
tas com sua prima D. Francisca Xavier de Je- Dêste casal foi primogênita D. Marianna Monteiro,
sus, descendem Antônio Dantas Corrêa tima que se casou com o Tenente das Ordenanças de Ipojuca,
D. Seraphina Francisca Xavier de Jesus Joã~ Antônio Alvares de Lima, seu 3.º marido, tendo nascido
do Rêgo Dantas Monteiro (1. 0 dêsse no~e) e dêsse matrimônio o Sargento-Mór das Ordenanças de
Miguel Joaquim do Rêgo Dantas Monteiro. Olinda, Miguel Alvares de Lima, escrivão da Fazenda
Real e da Câmara :E clesiástica, homem nobre e afazenda-
O ramo RÊGO MONTEIRO, que é 1/ão numeroso do, que se casou com D. Maria José do Destêrro, filha dos
,.quanto distinto, vem dos casais formados por três filhos meus 7. 0 • avós, Dr. Francisco Calheiros da Silva e sua
<do Mestre de •Campo João do Rêgo Muniz e sua mulher
mulher D. Thereza da Silva Vieira.
·Dona Seraphina da !Gosta Bezerra (1.ª dêsse nome) :
Conservando-se a família MONTEIRO "limpa e com
a) José Francisco do Rêgo que se casou com sua bastante luzimento", na frase de Borges da Fonseca (vide
prima Maria José Joaquina (1.ª dêsse nome) ; "Nobiliarchia Pernambucana") seus descendentes resol-

:58 59
-veram não abandonar êsse apelido, aliando-o ao não me- Falcão e D. Feliciana Maria do Rêgo. Reformou-se como
nor ilustre RÊGO, oriundo do Mestre de Campo João do 'Tenente-Coronel graduado, em 1842. Era Cavaleiro da
Rêgo Muniz, meu 5.º avô, personalidade de grande relêvo Ordem de A viz. José da Costa Rabello Rêgo Monteiro
na sociedade pernambucana do seu tempo. contraiu núpcias, em 1831, com sua prima D. Maria Fran-
Os dois ramos RÊGO e MONTEIRO, reunidos, repre- .c isca do Rêgo, de quem foi o 3. 0 marido (pois, a mesma
sentam as duas linhas de avós. ,e ra viúva de Francisco de Souza Rêgo e de Caetano de
D. Seraphina da Costa Bezerra (2.ª dêsse nome, her- Carvalho Raposo), tendo, nascido quatro filhos:
dado de sua avó) segunda filha do casal José Francisco
do Rêgo e D. Maria José Joaquina, casou com José da A) - João Bernardo da iOosta Rêgo Monteiro, ne-
Costa Rabello Guimarães, natural de Guimarães - Por- _g ociante que se casou em 1864 com D. Ephigênia Marcio-
tugal, filho de Antônio da Costa Rabello e sua mulher nilla de Souza Lôbo, que não sendo parenta, quebrou a
D. Leonor de Castro, também de Guimarães. praxe de casamentos entre primos, na família, tendo nas-
José da Costa Rabello Guimarães veio para Recife cido dêste casal: Ildefonso da Costa Rêgo Monteiro, José
em fins do século 18, tendo sido comerciante matricula- da Costa Rêgo Monteiro (2. 0 dêsse nome), Maria Ephi-
do e Procurador da Câmara. Faleceu em 1845, dezessete gênia da Costa Rêgo Monteiro e Demétrio da Costa Rêgo
anos depois de sua mulher D. Seraphina da Costa Bezer- Monteiro.
ra (2.ª dêsse nome) que morreu em 1828, descendendo Ildefonso da Costa Rêgo Monteiro casou-se com D.
dêsse casal um dos maiores ramos dos RÊGO MONTEI- Elisa Cândida de Figueiredo Mello, tendo tido cinco filhos :
RO a que acrescentam o nome COSTA, que, por sinal, é D. Fédora do Rêgo Monteiro que se casou com o Dr. An-
o de ambos os respectivos progenitores. nibal Gonçalves Fernandes, tendo nascido Cláudio Ma-
noel (falecido menino), Guido Marcos e Myrian Thirzah;
Seus filhos foram dez : José Ildefonso do Rêgo Monteiro (falecido solteiro) ; 'Vi-
1 - JOSÊ DA COSTA RABELLO RÊGO MON- cente do Rêgo Monteiro, domiciliado em Paris - França,
TEIRO, nascido em 19 de março de 1802, que assentou onde se casou com Marcelle Louis; Doutôra Débora do
praç~ no Corpo de Voluntários Reais em 1817. Como Rêgo Monteiro, que se casou com o Dr. Raul Salgado
Oficial de !Caçadores, em que se transformou êsse ·Corpo, Bastos e Joaquim do Rêgo Monteiro, domiciliado também
fêz a campanha da Independência e, quando Capitão, foi em Paris, onde faleceu. Neste sub-ramo todos são artis-
gravemente ferido em 1824, no comando de uma partida tas: D. Fédora é uma consagrada pintora; Vicente tam-
de tropas contra os rebeldes. Fêz as campanhas de Cis- bém é pintor e escultor de renome; e Débora, além de
platina e do Sul, de 1826 a 1828, tendo assumido o Co- formada em Direito, é uma distinta escritora, atribuindo-
mando das Armas na antiga província de Pernambu~o se êsses dons à hereditariedade, pois, sua mãe é da famí-
(com 35 anos de idade, apenas) sua terra natal, para a lia do insigne Pedro Américo.
qual, posteriormente, foi eleito Vice-Presidente. Foram Do matrimônio de Demétrio da Costa Rêgo Monteiro
11eus padrinhos de batismo meus 4. 0 • avós João do Rêgo com D. Regina Sayé nasceram dois filhos : Oswaldo Sayé

60 61
bito de Christo", era uma das figuras mais prestigiosas;
do Rêgo Monteiro, que se casou com D. Tarcila Chaves,
da política do seu tempo. Foi deputado geral de 1838 a.
nascendo Luiz Oswaldo; e Carlos Alberto do Rêgo Mon-
1848, tendo também desempenhado as funções de cônsul
teiro, que se casou com D. Ignez Cartaxo, tendo nascido
da Bolívia em Pernambuco; foi casado em l.•• núpcias,
Carlos Augusto. com D. Constança Maria Falcão do Rêgo (2.ª dêsse no-
Do matrimônio de José da Costa Rêgo Monteiro, co-
me), filha dos meus trisavós Jacintho Ferreira Homem de·
letor em Goiana (2.º dêsse nome), com D. Josepha Ale-
Abreu e D. 1C-0nstança Maria Falcão do Rêgo (l.ª dêsse
xandrina Clemente dos Santos, nasceram nove filhos: Ca-
nome), e em 2.•• núpcias com D. Isabel Maria Alves
cilda Natalina; Ady Myrtes; I ves; Gerda; João Bernar-
Ferreira.
do; Ephigênia Marcionila ( que se casou com o Dr. Ma-
Do consórcio de Antônio da Costa Rêgo Monteiro (l.º
noel Netto iC'ampêlo Júnior); Lucia Noela; Roberta Bea-
dêsse nome) com D. Constança Maria Falcão do Rêgo (2.ª
triz; e Audo Martina.
dêsse nome), nasceram os gêmeos:
B) - Jos é da C osta Rêgo Monteiro (1. 0 dêsse no-
me) falecido menino. a) Antônio da Costa Rêgo Monteiro (2.º dêsse·
C) - D. Marianna da Costa Rêgo Monteiro, fale- nome), que se casou em Teixeira, sertão da Paraíba, com
cida menina. D. Maria Thereza da Conceição, tendo tido oito filhos:
D) - D. Seraphina Paula da Costa Rêgo Montei- Maria Constança, Constança Maria, Antônio, Seraphina
ro, nascida em 1839 e falecida em 1930, aos 91 anos de Constança, Anatólio, Franklin, José e Feliciana;
idade, na cidade de Recife - Pernambuco. b) D. Seraphina Constança do Rêgo Monteiro (l.ª
2 - D. FELICIANA MARIA DA COSTA RÊGO dêsse nome), que se casou, em 1866, com Manoel Gapi-
MONT.ETRO, nascida em 1804 e falecida em 1879, solteira, tulino de Mendonça Pereira, ambos falecidos em Recife,
conhecida por tia Sana, foi a segunda filha de José da deixando 6 filhos: Francisco de Paula; Rita de Cássia;
Costa Rabello Rêgo Monteiro e de sua mulher D. Seraphi- Constância Amélia; João Paulo; Maria Amália; e Manoel
na da Costa Bezerra (2.ª dêsse nome). Capitulino de Mendonça Pereira (2. 0 dêsse nome).
Do casamento, em 2.•• núpcias, de Antônio da Costa
3 - ANTôNIO DA COSTA RÊGO MONTEIRO
Rêgo Monteiro (l.º dêsse nome), com D. Izabel Maria
(1. 0 dêsse nome) nascido em Recife - Pernambuco, aos
Alves de Lima, nasceram oito filhos:
14 de agôsto de 1805, tendo sido um dos chefes do partido
liberal. Em sua obra "Episódios e Perfis", seu neto Dr. a) Orestes do Rêgo Monteiro, nascido em 1846 e fa -
Vicente do Rêgo Themudo Lessa escreve, sob o título "Um lecido em 1889;
Liberal de 48", um escôrço biográfico sôbre êste ilustre b) D. Isabel Brasília do Rêgo Monteiro, que se' casou
varão, salientando sua atitude na revolução pernambuca- em l.•• núpcias com Antônio Affonso Ferreira,
na, da qual Nunes Machado foi o principal herói e falecido em 1894, e em 2." núpcias com João
mártir. Batista do Rêgo Maciel, em 1903, na cidade de
Por êsse trabalho vê-se que Antônio da Costa Rêgo Palmares, Estado de Pernambuco;
Monteiro, condecorado aos 20 anos de idade com o "Há-

63
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7 - D. MARIA DAS DôRES DA COSTA RÊGO
e) Anatólio da Costa Rêgo Monteiro;
MONTEIRO, nascida em 1810 e falecida em 1890, foi
d) D. Agathônica Augusta da Costa Rêgo Mon- casada com seu primo Claudino do Rêgo Lima, filho de
teiro; . João Ignácio do Rêgo Lima (1. 0 dêsse nome) e de sua
e) D. Rosália Flávia da Costa Rêgo Monteiro, fa ..
mulher D. Maria Netta de Benevides (2.ª dêsse nome),
lecida solteira, em 1891; . . tendo havido treze filhos:
f) Odilon da Costa Rêgo Monteiro, falecido soltei-
ro, em 1882; a) D. Maria da Costa Rêgo Lima, nascida em 1831
g) José da iCosta Rêgo Monteiro (3. 0 dêsse nome), e casada em 1855 com João Gonçalves Pires Fer-
falecido solteiro, em 1884; reira, neto de Gervásio Pires Ferreira;
h) D. Hermínia Eduarda do Rêgo Monteiro, que se b) D. Claudina do Rêgo Lima, nascida em 1832 e
casou em 1870 com Antônio Presciano Themudo casada em 1852 com Leopoldo Borges Galvão
Lessa tendo falecido em 1887 deixando 4 filhos: Uchôa, falecidos sem sucessão;
Ignácio do Rêgo Themudo Lessa; D. Maria Iza- e) Antônio da Costa Rêgo Lima, nascido em 1834,
bel do Rêgo Themudo Lessa; D. Maria Adélia do casado com D. Caetana dos Prazeres, tendo fa-
Rêgo Themudo Lessa e o ilustre escritor Vicente lecido êle em 1884, sem sucessão;
do Rêgo Themudo Lessa, autor de reputadas d) D. Seraphina da Costa Rêgo Lima, nascida em
obras, entre as quais "Maurício de Nassau", "O 1835 e falecida, solteira, em 1852;
Brasileiro" e "Episódios e Perfis", tendo con- e) _D. Adelina da Costa Rêgo Lima, nascida em
traído matrimônio em 1901, na capital de São 1837 e falecida, menina, em 1846 ;
Paulo, com D. Henriqueta Pinheiro, do qual nas- f) João da Costa Rêgo Lima (l.º dêsse nome), nas-
ceram Origenes Themudo Lessa, escritor dis- cido e falecido em 1838;
tinto; Zwinglio Maranhense Themudo Lessa, g) João da Costa Rêgo Lima (2. 0 dêsse nome), nas-
formado em medicina; Vicente do Rêgo Themu- cido em 1840, o qual se casou com D. Joana Ale-
do ·L essa Júnior; Hermínia Marcimina; Henri- xandrina Diniz e faleceu em 1887, deixando uma
queta Pinheiro e Benjamin Benoni Themudo filha de nome Th!!,rcilla;
Lessa. · h) Claudino da !Costa Rêgo Lima, que se casou com
4 - FRANCISCO DA COSTA RÊGO MONTEIRO sua prima D. Maria Bemvinda Pereira de Oli-
{1.º dêsse nome), 4.º filho de José da Costa Rabello Rêgo veira, falecidos sem sucessão ;
Monteiro e de D. Seraphina da Costa Bezerra (2.0 dêsse i) D. Adelaide da !Costa Rêgo Lima, nascida em
nome), nascido em 1806 e falecido menino. 1843 e falecida em 1844;
5 - D. LEONOR DA COSTA RÊGO MONTEIRO, j) José da Costa Rêgo Lima, nascido em 1845,
falecida menina. Major Honorário do Exército Brasileiro, que se
6 - FRANCISCO DA COSTA RÊGO MONTEIRO casou três vêzes: a 1.ª com D. Paula de Souza
(2.º dêsse nome), falecido em tenra idade.
65
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Vianna; a 2.ª com D. Adalberta Galvão, da fa-
mília Fonseca Galvão, de Alagoas; e a 3. ª com ram Arthur José, José Beltrão, Helena Maria.
e Maria Regina Faveret Cavalcanti;
D. Ernestina Jucá.
b) Affonso Duarte Faveret nascido em 15-2-1911,.
k) Francisco da Costa Rêgo Lima, nascido em 1847
que contraiu núpcias com D. Olivia Mayrink
e falecido em 1862.
Martins, tendo nascido Nicoleta e Alfredo Fa-
Z) Joaquim da Costa Rêgo Lima, nascido em 1848
veret;
e falecido em 1850.
e) D. Maria Faveret, nascida em 2-5-1913, casada:.
m) D. Francisca da Costa Rêgo Lima, nascida em
com o Engenheiro Arquiteto Rubens d' Almada
1851, casada em 1868, com Francelino Olympio
Horta Pôrto, de cuja união nasceram: Tereza.
Pereira de Oliveira, e falecida em 1874, deixan- Maria, João Carlos, Laura }\faria e Julio Car-
do uma filha de nome Francelina. los Faveret Pôrto;
8 - DR. JOÃO DA COSTA RÊGO MONTEIRO, nas- d) D. Isar Faveret, nascida em 25-10-1915, que se
cido em 1815 e falecido na cidade do Rio de J anefro, em casou com o Advogado Nilande Medrado Dias, e
1888, formado em Direito, Ministro Plenipotenciário de teve três filhos: Mónica, GiÍda e Lia Medrado
sua majestade D. Pedro II, tendo casado em 1.•• núpcias, Faveret;
no Chile, com D. Rosalia Perez de Lorrain, da qual teve e) Jorge de Rêgo Monteiro Faveret, nascido em
quatro filhos: 22-10-1917, que se casou em 20-10-1943 com D.
Belkiss Tastch d'Almeida Castro, de cuja união
A) D. AnaYs Perez de Rêgo Monteiro (falecida sol- nasceram : Jorge Eduardo, M3:rcello, Mareia Ma-
teira) ;
ria, Alberto e Ana Lúcia d' Almeida Castro
B) D. Rosália Perez de Rêgo Monteiro (falecida sol- Faveret.
teira) ;
C) D. Sophia Perez de Rêgo Monteiro;
O Dr. Jorge de Rêgo Monteiro Faveret cursou o pri-
D) Dr. Duarte Perez de Rêgo Monteiro, nascido em
mário e o ginasial no externato Santo Antônio Maria Za-
Valparaíso, no Chile, a 28 de janeiro de 1859,
carias; concluiu o curso de Direito ha Faculdade N acio-
formado em medicina,-tendo casado em 1.•• núp-
nal de Direito da Universidade do Brasil,"onde colou grau
cias com D. Laura Schmidt, da qual teve três
aos 12-12-1942, tendo sido nomeado- Procurador de 3.ª
filhos: Maurício e Duarte, já falecidos, e D.
categoria do Ministério Público da União junto à Justiça
Laura de ·Rêgo Monteiro, que se casou com o
do Trabalho, em maio de 1943. ·
Dr. Arthur Faveret, tendo nascido dêste casal
Foi promovido a Procurador de 2.ª.· categoria, em
cinco filhos :
1951, tendo sido designado Procurador R'egional do en-
a) D.- Yolanda Laura Faveret, nascida em tão Distrito Federal, hoje Estado da Guanabara, em 1955.
19-10-1909, que se casou com o Engenheiro Civil Em 1958, foi mais uma vez promovid~ e por merecimento
José Beltrão Cavalcanti, de cuja união nasce- a Procurador de 1.ª categoria.

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67
Em 1961 foi· nomeado interventor do Fundo Sindical Janeiro, ll.tual Universidade do Brasil, com os cursos de
C. T. O. S., tendo sido, em 1962, nomeado Chefe de Bacharelado em 1929, e de Doutorado em Direito em 1932.
Gabinete do Ministério do Trabalho, Indústria e Comér 0
Advogado militante, inscrito na Ordem dos Advoga-
cio. dos do Brasil; sócio efetivo do Instituto dos Advogados
Participou de diversas Comissões Administrativas, do Brasil.
:avultando entre elas a que elaborou o ante-projeto da Lei Procurador de l.ª categoria do Ministério Público
Orgânica do Ministério Público da União. Secretário-Ge- da União, junto à Justiça dÓ Trabalho.
ral da Associação do Ministério Público da União, de Membro da Comissão Permanente de Direito So-
1960 a 1968. Em 1965 foi nomeado Diretor Geral do De- cial; professor catedrático de Direito do Trabalho da Fa-
partamento de Administração do M. T. I. C . , cargo que culdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do
não chegou a tomar po_sse, em virtude de pedido de exo- Rio de Janeiro; professor catedrático de Sociologia da
neração. Em novembro de 1966 foi nomeado para o car- Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de
go em Comissã'o de Procurador-Geral do Departamento Janeiro; catedrático honorário da ·"Facultad de Derecho
Nacional de Portos e Vias Navegáveis. Por ato do Exmo. da Universidade Nacional Mayor de San Marcos", de
Sr. Ministro da Marinha, em 1968, foi agraciado com a Lima, Peru.
medalha "Mérito Tamandaré". Comendador da Ordem do Mérito Militar; medalha
O Dr. Duarte Perez de Rêgo Monteiro contraiu ma- do Mérito do Trabalho, do Ministério do Trabalho, In-
trimônio em 2.•• núpcias, em São Paulo, a 19 de julho de dústria e Comércio; IComendador, com Placa, da Ordem.
1902, com D. Josephina Bueno Bierrénbach, de cuja união Pontifícia de São Silvestre e da Ordem Pontifícia de São--
nasceram dois filhos: Gregório Magno; Delegado Governamental do Brasil nas:
Conferências Interamericanas do Trabalho : de H avana
a) Dr. Oswaldo Duarte de Rêgo Monteiro, nascido
em 1939, de Montevidéu em 1949, de Petrópolis em 1952;
na cidade do Rio de Janeiro·, a 15 de junho de
e Internacionais: de Filadélfia em 1944, de París ém
1903,· que se casou com D. Maria de Lourdes de
1945 e de Genebra em 1951 a 1956 e 1958.
Barros,• dos quais são filhos: Maria Helena, ca-
Ex-membro, 1. 0 Vice-Presidente e Presidente inte-
sada com o Dr. Sérgio Botelho; e Fernando Má-
rino do Conselho Nacional do Trabalha ; Co-autor da Lei
rio, casado com D. Grazzia Bandel.
à) Dr. Luiz Augusto de Rêgo Monteiro, nascido Orgânica da Justiça do Trabalho; ex-Diretor Geral do
também no Rio de Janeiro, a 27 de maio de 1906, Departamento Nacional do Trabalho; Presidente da Co-
casado com D. Zilta Bôscoli, dos quais descendem missão que regulamentou a profissão de Professor; ex-
Ângela Maria, Rogério Augusto e Bernardo membro do Conselho •Consultivo da Legião Brasileira de
Augusto. Assistência; ex-membro da Comissão de Planejamento
Econômico; Procurador-Geral da Justiça do Trabalho.
O Dr. Luiz Augusto de Rêgo Monteiro é formado pela Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado
Faculdade de Direito da antiga universidade do Rio de
• <la Guanabara, aos 12-1-1967, no au_ge de sua vitoriosa

68 6.9
carreira como jurista emérito e fidalgo de alta linhagem, A) D. Celuta R êgo Monteiro, que se casou com o
pela sua origem e distinção no trato com todos os que General Raul Pôrto, natural do Rio Grande do
tiveram a ventura de sua amizade. Sul, tendo nascido dêsse matrimônio 5 filhos:
9 - BRIGADEIRO FRANCISCO DA COSTA RÊGO 1) General Mauro Rêgo Monteiro Pôrto, ca-
MONTEIRO, nascido em 1822 e falecido em 1892, solteiro, sado com D. Margarida Bast er Pilar, com
na residência do seu sobrinho, o solicitador Rêgo Lima, um descendente: Mauro Fernando Pilar
em Recife. Pôrto, casado com Leoneti Vieira, com
dois filhos : Ricardo e Eloisa;
10 - JOAQUIM DA COSTA RÊGO MONTEIRIO,
2) General Raul Rêgo Monteiro Pôrto, casado
General do Exército Brasileiro, nascido em 1824, o mais
em l.ª' núpcias com D. Italina Tricarico e
J1Ôvo, portanto, da prole de D. Seraphina da Costa Be-
em 2."' núpcias com D. Eny Alvarenga, am-
:zerra (2.ª dêsse nome), neta do Mestre de Campo João
bos os casamentos com descendentes: Raul
•do Rêgo Muniz, meu 5. 0 avô, faleceu no ano de 1883, em
do 2. 0 matrimônio, e Thereza do l.º casa-
Manaus, capital do Estado do Amazonas, r,nde exerceu o
mento, tendo esta contraído núpcias com
:alto car go de Comandante das Armas, o qual se casou, no
Mauro Affonso Gomes Lages, Oficial da
Rio Grande do Sul, com D. ·E'ulália Fernandes Barbosa,
Marinha Brasileira, tendo nascido três fi-
com quem teve cinco filhos :
lhos : Carmen Lucia, Paulo Mareio e Liliam
a) Jonathas da Costa Rêgo Monteiro, General do Maria;
E xército brasileiro, que se casou com D. Maria 3) Cezar Rêgo Monteiro Pôrto, casado com D.
Elvira Thompson Flôres ; Lucila Galvão, com descendentes: Roberto
b) Anais da Costa Rêgo Monteiro, que contraiu núp- Gezar e Carlos Eduardo;
cias com Felisberto Piá de Andrade, falecido no 4) Maria Zilda Rêgo Monteiro Pôrto, que se
pôsto de Coronel do Exército brasileiro; casou com o Coronel de Engenharia Hum-
c) Zeferina da Costa R êgo Monteiro, falecida sol- berto Gezar Tavares Gonçalves, tendo nas-
t eira; cido dois filhos: Antônio Carlos e Paulo
d) Joaquim da Costa R êgo Monteiro (2. 0 dêsse Sérgio;
nome), que faleceu solteiro; 5) Almirante Jonathas Rêgo Monteiro Pôrto.,
e) Seraphina da Costa Rêgo Monteiro, que despo- casado em l.ª' núpcias com D. Maria The-
sou o General do Exército brasileiro Jonathas reza Costa Fragoso, da qual teve duas fi-
Borges Fortes. lhas: Marly e Marcy, e em 2.ª• núpcias com
D. Alair Suaid, da qual também teve dois
Do casamento do General do Exército Jonathas da filhos: Rossana e Jonathas Filho.
Costa Rêgo Monteiro com D. Maria Elvira Thompson
B) Dr. J,onathas da Costa Rêgo Monteiro Filho,
Flóres, nasceram 6 filhos :
casado em 1."• núpcias com D. Virgínia Abbot

70 71
Tôrres e em 2.n• núpcias com D. Rita Tavella, Do casamento de D. Anaís da Costa Rêgo Monteiro
tendo nascido do 1.0 casamento Denis, que se com o Coronel Felisberto Piá de Andrade, nasceram 6
casou com Rosário Torres Castelo Branco, com filhos:
quatro filhos: Gina, Maria, Denise e Rosária; 1) Caio Piá de Andrade, que se casou com D. Va-
e Dirceu que se casou com D. Regina Rêgo ,ca- lentina Fortuna, sem descendentes ;
valcanti. Do 2. 0 casamento nasceram Maria El- 2) Catão Piá de Andrade, que faleceu solteiro;
vira e ,Eduardo. 3) Cassio, falecido menino ;
-C) D. Aracy da Costa Rêgo Monteiro . 4) ·Chileno, falecido menino;
5) Catulo Piá de Andrade, General do Exército
D) Almirante Joaquim Carlos Rêgo Monteiro, que Brasileiro, casado em primeiras núpcias com D.
contraiu matrimônio com D. Hygia Leal, tendo Ivette Itiberé, tendo havido um filho: Ney; e
nascido 3 filhos : em segundas núpcias com D. Beatriz Carolina de
1) Mareio Rêgo Monteiro, casado em 1,as núp- Freitas, nascendo onze filhos: Miriam (falecida
cias com D. Myrna Farah, tendo havido dois menina), Juzel, Maria Irene, Carlos Henrique,
filhos: Ghristina e Angela; e em 2.as núp- Mario Oswaldo (falecido menino), Guido, Ga-
cias com D. Renate Collemburg, nascendo briel, Miriam Beatriz, Maria Margàrida (falecida
também dois filhos: Marcos e Atila; menina), Maria Inês e Luiz Augusto;
2) Helena Rêgo Monteiro, que se casou com o 6) Gonsuelo Piá de Andrade, que se casou com o
Dr. Victor de Barros Araujo Lima, com Tenente Antônio de Assis Fernandes Távora,
descendentes: IC~rlos Alberto, Roberto, Vic- tendo nascido 6 filhos: Ruth; Phidias Piá de
tor e Daniela; Assis T'avora, Coronel' Aviador, que foi casado
3) Sergio Rêgo Monteiro, casado com D. Vera com D. Eunice de Mattos Peixoto, o qual fale-
Correia Ribeiro, nascendo Sergio Filho, ceu em desastre aéreo, deixando um filho Dion
Claudio e Mareia. de Assis Tavora; Felisberto Piá de Assis Ta-
vora, casado com D. Regina Pinna, com dois
E) Dr. Carlos Rêgo Monteiro, que se casou com filhos: Eduardo e Ney; Lilian Piá de Assis
D. Maria da Gloria Baster Pilar, o qual faleceu Tavora, casada com Carlos Antônio Vignolli,
deixando um sucessor de nome Paulo. com 1 filha : Lilian; Consuelo Piá de Assis Tá-
vora, viúva de Arthur de Miranda Bastos, com
F) General Maria Rêgo Monteiro, o caçula do Ge- 2 filhas: Léa e Lucia; e Maria da Graça Piá de
neral Jonathas da ,costa Rêgo Monteiro e de Assis Tavora, casada com o Major Oswaldo Mar-
Maria Elvira Thompson Flôres, o qual se casou ques Belliard, com 2 filhos: Joice e Marcelo.
iCom D. Daura, Neves Burger, tendo havido três
Do casamento de D. S eraphina da Costa Rêgo Mon-

72
filhos : Mário, Leonor Maria e Elizabeth.
... teiro com o General do Exército Brasileiro Jonathas Bor-

73
:ges Fortes, seu primo, nasceram doze filhos: Ariosto, Al- rravl'D~faro1elro " Tenente Lahmeyer", até dezembro de
.ba, Adi!, Ary, Aída, Amyr, Alcyr, Maria, Moema, Jona- 1931, em levantamentos hidrográficos.
·.t has, João e Sarah. Cursou o "Royal Naval College" do Almirantado Bri-
Como vimos, é dos mais ilustres o ramo de Joaquim tânico, em Greenwich, de 1933 a 1936, sendo classificado
,da Costa Rêgo Monteiro, General do .E xército Brasileiro, e.ngenheiro de construção naval; ingressou, assim, no qua-
.o mais nôvo dos filhos de D. Seraphina da Costa Bezerra :ar~ de Engenheiros Navais da Marinha Brasileira em ja-
(2.ª dêsse nome), neta do Mestre de Campo do Exército 11eiro de 1937, como Estagiário, sendo, em novembro do
.Português João do Rêgo Muniz e de D. Seraphina da mesmo ano, definitivamente transferido e classificado no
.Costa Bezerra ( 1. ª dêsse nome) . corpo de Engenheiros Navais .
Entre seus descendentes encontram-se Jonathas da Serviu no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro de
•Costa Rêgo Monteiro, General do Exército Brasileiro; 1937 a 1939, na Divisão de Construção, cumulativamente
Anaís da Costa Rêgo Monteiro, viúva do Coronel do com a função de Diretor da Escola Profissional do Ar-
senal de Marinha.
Exército F elisberto Piá de Andrade; Seraphina da Cos-
ta Rêgo Monteiro, casada com o General do Exército J o- Exerceu diversas funções de real valor, no país e
no exterior, fazendo sentir sempre seu valor como admi-
nathas Borges Fortes; Celuta Rêgo Monteiro, viúva do
nistrador emérito, tendo sido nomeado em abril de 1948
·General do · Exército Raul Pôrto; General do Exército
Tepresentant e, plenipotenciário, à "Conferência Interna-
Raul Rêgo Monteiro Pôrto; General do Exército Ma uro
cional para Salvamento da Vida Humana no Mar" rea-
Rêgo Monteiro Pôrto; Maria Gilda Rêgo Monteiro Pôrto,
lizada em Londres.
,casada com o Coronel do Exército Humberto Cezar Tava-
Tes Gonçalves; Almirante J onathas do Rêgo Monteiro . Em outubro de 1948, foi nomeado <Chefe da Divisão
Pôrto; General do Exército Maria do Rêgo Monteiro; Ge- de Produção do Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras,
neral do Exército C atulo Piá de Andrade; e o Almirante cargo que exerceu até abril de 1950 quando foi pôsto à
,da Marinha Brasileira Joaquim Carlos Rêgo Monteiro, disposição do Conselho Nacional de Petróleo, para exer-
uma das figuras mais destacadas de nossas fôrças ar- cer as funções de Membro da Comissão de Construção da
madas. Refinaria de Cubatão.
O Almirante Joaquim Carlos Rêgo Monteiro nasceu Foi também Diretor Industrial do Arsenal de Mari-
no Estado do Rio Grande do Sul, ingressando na Escola nha da Ilha das Cobras, Presidente da Comissão F'iscal
N aval em abril de 1918. Foi promovido a 2. 0 Tenente do <le Construções na Holanda, tendo servido no Estado-
'Corpo de Oficiais da Armada em setembro de 1922 ten- Maior da Armada e, em seguida, nomeado Coordenador do
do desempenhado diversas funçõ es embarcado, com~ Ofi- Curso de Construção Naval da Universidade de São Paulo,
dal Combatente, na Esquadra Brasileira, até agôsto de i-ecentemente criado.
1929, quando foi designado para a Diretoria de Navega- Promovido a Contra-Almirante em outubro de 1956,
,ção, onde chefiou a 4.ª Seção - DN 2, e comandou o foi nomeado Presidente da Comissão de Construção de
,, Bases Navais da Marinha Brasileira, que dirigiu até 1959,

74 75
quando foi promovido a Vice-Almirante e nomeado D~r~- teiro de Lima, filha do Sargento-Mór Miguel Alvares de
tor-Geral de Engenharia da Marinha, quando foram m1- Lima e sua mulher D. Maria José do Destêrro, esta última
ciados e concluídos inúmeros empreendimentos de inesti- filha dos meus sétimos avós Dr. Francisco Calheiros da
mável valor para a nossa Marinha de Guerra. Silva e D. Thereza da Silva Vieira.
Passou para a Reserva, a pedido, em fevereiro de Do casamento de Miguel Julio Dantas (1.0 ' dêsse
1960, sendo nomeado, Jogo após, para organizar e diri- nome) com Francisca Xavier de Jesus, nasceram quatro
filhos:
gir o Departamento de Engenharia, da Comissão de Ma-
rinha Mercante, dando início ao programa de Construção, A) João do Rêgo Dantas Monteiro (1.º dêsse nome),
dos Estaleiros e dos navios mercantes, conforme deter-• Coronel da Guarda Nacional, Comendador da
minação legal. Deixou o Departamento de Engenharia, a Imperial Ordem da Rosa, Cavaleiro da Ordem
pedido, em março de 1961. de IChristo, um dos heróis da revolução de 1817,
De 1962 a 1963 foi Diretor-Técnico da firma Verolme· natural do Piauí, Barão de Gurgueia por decre-
Estaleiros Reunidos do Brasil S. A., sendo nomeado, em to imperial de 16-9-1874, o qual se casou com
junho de 1964, para Membro da Comissão de Marinha D. Francisca Maria da Conceição, filha do Te-
Mercante, da qual foi Presidente, no final do Govêrno nente-'Coronel de Milícias do Cabo, Antônio Sou-
do Presidente Castelo Branco, de 15 de setembro de 1966, za Barroso, Cavaleiro da Ordem de Christo;
a 15 de março de 1967. B) Antônio Dantas Corrêa Lima, Tenente de Milí-
Exerce atualmente as funções de Presidente da So- cias, que faleceu solteiro;
ciedade Brasileira de Engenharia Naval. C) Miguel Julio Dantas (2. 0 dêsse nome), que con-
traiu matrimônio com D. Maria lgnácia Castro
* * *
Vasconcelos;
Dentre os descendentes do Mestre de Campo do Exér- D) D. Seraphina Francisca Xavier de Jesus, que se
cito Português João do Rêgo Muniz, destacam-se como fi- casou com Francisco !Coelho de Almeida Barroso.
guras de relêvo MIGUEL JOAQUIM DO RÊGO MONTEI-
RO, Major do Exército Brasileiro, e JOÃO DO RÊGO Os R:ttGO DANTAS MONTEIRO, por muito tempo,
DANTAS MONTEIRO (1. 0 dêsse nome), Barão de Gur- intercalaram o apelido DANTAS, do seu avô, o Mestre
gueia. de Campo Antônio Dantas Monteiro, abandonando-o anos
D. Francisca Xavier de Jesus, oitavo rebento do casal depois, quando passaram a usar apenas R:ttGO MONTEI-
dos meus 5.0 • avós,, o Mestre de Campo João do Rêgo Mu- RO como o fizeram outros descendentes do meu 5.0 avô,
niz e D. Seraphina da Costa Bezerra, consorciou-se com o Mestre de Campo João do Rêgo Muniz.
seu primo Miguel Julio Dantas, filho do Mestre de Cam-
JOÃO DO Rl!:GO DANTAS MONTEIRO, Barão de
po Antônio Dantas Corrêa, negociante de gado em Per-
nambuco, proprietário, Senhor do Engenho "F'r agoso", Gurgueia, teve do seu casamento com D. Francisca Maria
que se casou em Olinda, em 1739, com D. Marianna Mon- da Conceição, cinco filhos :

76 77
a) João do Rêgo Dantas Monteiro (2. 0 dêsse nome), 10) - Adolpho Thiers do Rêgo Monteiro, que se ca-
Senhor do Engenho "Arandir", em Escada - sou com D. Julia Rodrigues Monteiro, tendo nascido dez
Pernambuco, o qual se casou com sua prima D. filhos: Affonso, Adolpho, Rosina, Rosalba, Maria Carmen.
leda, Francisco Mozart, Clovis, Ralph e o
Francisca Maria Thereza de Jesus Barroso;
b) D. Marianna Margarida Sílvia do Rêgo, que con- Dr. MAX DO RÊGO MONTEIRO, nascid0'
traiu matrimônio com Manoel de Arruda Câ- aos 18-9-1912, em Fortaleza - Ceará, onde fêz-.
mara; os cursos primário e secundário no Colégio Cea-
c) D. Josepha Senhorinha do Rêgo, que se casou rense, tendo concluído o curso de Ciências Ju--
com Antônio de Arruda Câmara; rídicas e Sociais, em 1933, na Faculdade de Di--
d) D. Antônia Maria do Rêgo; reito da Universidade do Rio de Janeiro; ad--
e) Benjamin do Rêgo Dantas Monteiro, Major da vogado militante, inscrito na Ordem dos Ad--
Guarda Nacional, que contraiu matrimônio com vogados do Brasil, e jornalista profissional,.
D. Joaquina Cunha Castelo Branco, tendo nasci- tendo colaborado no "Diário Carioca", no "O,
do onze filhos : Radical", no "Diário de Notícias" e em outros:
jornais e revistas do país, salientando-se pelo
1) - Salatiel Turene do Rêgo Monteiro, que se ca- seu valor intelectual, bem como pela sua ca-
sou com D. Adelaide Cesar do Rêgo Monteiro; pacidade como administrador emérito. Foi De-
2) - Dr. Leoncio do Rêgo Monteiro, que se casou legado Regional do Trabalho no Estado da
com D. Virgínia Burlamaqui, nascendo: Olavo, Raymun- Bahia, em 1938; Assistente Técnico e Oficial
ào, Durval e Floriza Burlamaqui do Rêgo Monteiro; de Gabinete do Ministro do Trabalho, Indústria
3) - Sand do Rêgo Monteiro, que contraiu núpcias e Comércio, Dr. Waldemar do Rêgo Falcão, de
com Laurito Campêlo; quem foi também Secretário; Interventor da
4) - Francisco do Rêgo Monteiro, que, casando-se Caixa de Aposentadoria e Pensões da The Rio
com D. Anna do Rêgo, teve sete filhos: Haydéa, Cysolina, de Janeiro City Improvements C. 0 Ltd.; In-
Maria, Diva, Benedicta, Francisco e Othon do Rêgo Mon- terventor da Caixa de Aposentadoria e Pensões.
teiro; dos Servidores Públicos da Zona Mogiana, em
5) Manoel do Rêgo Monteiro; Campinas - S. Paulo; Procurador do Instituto,
6) João do Rêgo Monteiro Sobrinho; Nacional da Previdência Social; atuou, durante-
7) D. Maria Hercília do Rêgo Monteiro; longos anos, no Conselho Nacional do Trabalho;
8) - D. Laura Rosa do Rêgo Monteiro, que se Presidente do Conselho Superior da Previdên-
casou com João de Almendra; cia Social ; Presidente da Comissão Federal de·
9) - Benjamin do Rêgo Monteiro Filho, que con- Abastecimento e Preço (Cofap) hoje Sunab;
traiu matrimônio com D. Maria da Costa, nascendo dois Diretor da Seção de Segurança Nacional do :
filhos: Ormindo e Dr. Cesar da Costa Rêgo Monteiro; M. T. P. S. ; Presidente do Conselho Fiscal do,

79·
78
s. E. S. C. Casado com D. Angela Poletto do MIGUEL JOAQUIM DO RÊGO MONTEIRO, Major do
Rêgo Monteiro, nasceram três filhos: Exército Brasileiro, neto, portanto, de Miguel Julio Dan-
a) D. leda Maria do Rêgo Monteiro, que, con- tas (l.º dêsse nome) e de Francisca Xavier de Jesus, bis-
traindo matrimônio com o Dr. Roberto Bit~ neto, pelo lado materno, do Mestre de Campo João do Rêgo
tencourt da Costa, teve dois filhos: Carlos Muniz e de D. Seraphina da Costa Bezerra, e, pelo lado
Roberto e Isabela; paterno, do Mestre de Campo Antônio Dantas Corrêa e
b) Max do Rêgo Monteiro Junior, falecido no de Marianna Monteiro de Lima, sendo esta última filha
Rio de Janeiro, em desastre automobilísti- dos meus 7. 0 • avós Dr. Francisco Calheiros da Silva e de
co, em plena juventude, quando tudo lhe D. Thereza da Silva Vieira.
reservava uma vida plena de venturas; ICasando~se com D. Maria Ignácia de Oliveira Mar-
ques, nasceram 3 filhos :
c) Carlos Edson do Rêgo Monteiro, que con-
traiu núpcias com D. Maria Léa Affonso, 1 - Mathias Carlos do Rêgo Monteiro, falecido sol-
tendo nascido Carlos Edson do Rêgo Mon- teiro, como Tenente, na guerra do Paraguai;
teiro Filho, aos 15-8-1968, sendo, portanto, 2 - Braulio do Rêgo Monteiro, Capelão do Exército
o Rêgo Monteiro mais môço, atualmente. Brasileiro;
3 - J esuino Rodolpho do Rêgo Monteiro, que se
11) - Cezar do Rêgo Monteiro, Desembargador da
casou com D. Maria Ignácia Fernandes de Oli~
Côrte de Apelação do Estado do Amazonas, do qual foi
veira, tendo nascido 10 filhos :
Governador, que contraindo matrimônio com D. Elisa Oli-
va de Rezende do Rêgo Monteiro, teve nove filhos: A) Gaspar do Rêgo Monteiro, que se casou com D.
a) Dr. Cláudio de Rezende do Rêgo Monteiro, Juiz Mirandolina Nobre Pelinca, ambos falecidos,
Federal aposentado; tendo deixado 6 filhos :
b) Dr. Helvécio de Rezende do Rêgo Monteiro, Ge- a) D. Lybia do Rêgo Monteiro, casada com
neral Médico do Exército Brasileiro; Idelbrando Vieira Barros, com duas filhas :
c) Amazilis de Rezende do Rêgo Monteiro; Nancy, casada com Dante Teixeira Nunes,
d) Dr. Mario de Rezende do Rêgo Monteiro; tendo nascido Maria Cecilia e Dante Luiz ;
e) Dr. Edgard de Rezende do Rêgo Monteiro; e Nisia, casada com Arminto Macena da Sil-
f) Sylla de Rezende do Rêgo Monteiro; va, nascendo Jorge Roberto, Paulo Roberto,
g) Dr. Cezar de Rezende do Rêgo Monteiro; Pedro Roberto, Maria Lybia e João Ro-
h) Carmelia de Rezende do Rêgo Monteiro, falecida berto;
menina; b) D. Maria Luiza do Rêgo Monteiro, casada
i) Laís de Rezende do Rêgo Monteiro. com João Domingos de Oliveira, com 3 fi-
Do casamento de Miguel Julio Dantas (2.°' dêsse lhos : Marcelo, casado com Maria de Lour-
des W erneck Machado, tendo nascido João
-nome) com Maria Ignácia Castro Vasconcelos descende

81
Octavio, Marcelo Thadeu e José Marques;
B) Aristidés do Rêgo Monteiro, casado com D. De~
João Maria, casado com Otilia Amaro, ten-
do nascido Maria Luiza e João Francisco; e bora Ferreira Souto, falecidos sem sucessão.
Maria da Gloria (falecida) que foi casada C) Zacharias do Rêgo Monteiro (1.º dêsse nome)
com Vicente Colesi, deixando João Vicente, que se casou com D. Alice de Andrade Pinto
falecidos sem sucessão. '
José Eduardo e Maria Regina;
D) Tobias do Rêgo Monteiro, falecido solteiro.
c) Gentil do Rêgo Monteiro, casado com Ilka E) D. Izabel Floriza do Rêgo Monteiro, falecida
Borges, ambos falecidos, tendo deixado dois solteira.
filhos: Renato (desquitado), tendo ficado
com duas filhas Ana Lucia e Ana Maria; F) General Francisco do Rêgo Monteiro, que se ca-
e Léa, casada com Francisco Azevedo Car- sou com D. Annita Souto, tendo nascido
valho, tendo nascido Vera Maria ( casada cinco filhos :
com William Bocayuva Bessa), Maria Ilka a) D. Maria Antonieta do Rêgo Monteiro, sol-
e Francisco José; teira;
d) D. Sylvia do Rêgo Monteiro, casada com b) D. Nathercia do Rêgo Monteiro, desquitada,
Benjamin Guimarães Jobin (êle falecido), com dois filhos: Paulo e Frederico Fran-
tendo havido uma filha Mariangela, casada ·cisco;
com Mauro Campos Mello, tendo nascido c) Dr. Aristides do Rêgo Monteiro, casado com
Mauro, Sylvia e Paulo; D. Maria de Lourdes Mallet de Souza.
e) Agenor Rêgo Monteiro (falecido) que foi Aguiar com uma filha Anna Maria, casada,
casado com D. Nair Pessoa de Mello, tendo com Américo Cana varro, com dois filhos ;:
deixado um filho, Gaspar, casado com Ma- Regina Maria e Antônio Geraldo·
ria José Celestino Santos, tendo nascido d) Dr. Luiz Souto do Rêgo Montei;o, casado
José Renato e Gaspar; com D. Alice Segadas Vianna, com dois fi-
lhos: Jesuino Rodolpho do Rêgo Monteiro
f) D. Vera do Rêgo Monteiro, casada com Ru- casado com D. Maria do Carmo Figueira de
bens Barbosa da Cruz (ambos falecidos) Mello; e Mariana do Rêgo Monteiro, casada
tendo deixado três filhos: Sylvio, casado com Paulo Willensens da Fonseca e Silva
com Gilda Rocha Goulart, tendo nascido com dois filhos : Claudio e Maria Alice• '
Adriano; Rugo, casado com Maria Cecília
e) Paulo do Rêgo Monteiro, falecido soltei~o.
Kopk Coelho, tendo nascido Murila e Gas-
tão; e Amélia (desquitada) tendo ficado G) Major João Baptista do Rêgo Monteiro, casado
com três filhos : Luiz Augusto, Luiz Paulo com D. Debora Humbelina Pessoa de Mello ten-
e Luiz Henrique. do havido três filhos: '

82 83
I) Gonçalo do Rêgo Monteiro, o único irmão vivo
a) Zacharias do Rêgo Monteiro (2. 0 dêsse casado com D. Adélia Lucia Padovani, tend~
nome); nascido três filhos :
b) Gastão do Rêgo Monteiro, desquitado;
c) D. Laura do Rêgo Monteiro (2.ª dêsse a) Fernando do Rêgo Monteiro, maestro, há
nome) que se casou com João Baptista de longos anos radicado em Viena d' Austria
Medeiros, t endo nascido uma filha : D. The- onde se casou com D. Pia do Rêgo Monteiro;
reza do Rêgo Monteiro de Medeiros, que con- b) D. Heloisa do Rêgo Monteiro desquitada·
traiu núpcias com o Dr. João de Souza Leão c) Dr. Maurício do Rêgo Montei;o, que se ca~
Cavalcanti, filho de Paulo Cavalcanti de sou com D. Beatriz Marques dos Reis, tendo
Amorim Salgado (neto do Barão de T'ra- nascido cinco filhos: Miguel Joaquim, fale-
cunhaem João Cavalcanti Maurícirn Van- cido em tenra idade; Maria Adélia, nascida
Der-Ley, descendente direto de Gaspar Van- na cidade do Rio de J aneiro aos 25-11-1951 ;
Der-Ley) e de D. Laura. de Souza Leão Ca- José Maurício, nascido na mesma cidade,
valcanti, neta do Visconde de !Campo Ale- aos 22-2-1954; Maria Cláudia, nascida em
gre Joaquim de Souza Leão. João de Souza Petrópolis, a 17-4-1958; e Henrique Otá-
Leão Cavalcanti formou-se em direito na vio, igualmente nascido em Petrópolis, a
Faculdade de Direito de Recife - Pernam- 18-11-1959. Maurício do Rêgo Monteiro
buco, tendo colado grau em 1932, mas, sen- nasceu na cidade do Rio de Janeiro, aos 10
do também Economista Provisionado exer- de setembro de 1915, tendo feito seus es-
ceu cargos de relêvo no Instituto de Açúcar tudos secundários no Colégio Anglo-Ameri-
e do Álcool, inclusive a ,Chefia do Serviço cano e no Ginásio Pinto Ferreira, bachare-
de ,E'.studos Econômicos. Entretanto, sendo lando-se, em 1937, na Faculdade de Direito
agricultor nato, deixou o serviço público da Universidade do Brasil. Foi nomeado,
para se dedicar exclusivamente aos traba- em 1939, Procurador do ex-IAP:E,TC, hoje
lhos do engenho "Jurissaca", de proprieda- Instituto Nacional da Previdência Social,
de tradicional da família, onde outrora atingindo, ainda môço, o mais alto nível da
existira o morgadio instituído por João carreira, havendo, entre outras comissões,
Velho Pais Barreto, em favor de sua filh a ocupado o cargo de Diretor do Serviço Ju-
Catharina Pais Barreto, do qual se afastou rídico daquele antigo Instituto.
face à desorganização política que dominou J) D. Laura do Rêgo Monteiro (l.ª dêsse nome) fa-
antes de 1964. lecida solteira.

H) D. Maria Thereza do Rêgo Monteiro, falecida


solteira.

85
SINOPSE

COLATERAIS MODERNOS

RÊGO MONTEIRO - RÊGÓ DANTAS MONTEIRO

Êstes ramos da família, que são tão numerosos quão


distintos, vêm dos casais formados por três filhos dos
meus 5. 0 ª avós, o Mestre de Campos do Exército Português
JOÃO DO MGO MUNIZ e sua mulher D. SERAPHINA
DA COSTA BEZERRA (1.ª dêsse nome) :
A) JOSÉ FRANIC18'CO DO RÊGO, que se casou com
sua prima D. MARIA JOSÉ JOAQUINA, tam-
bém minha consangüínea por ser neta de D.
MARIA JOSÉ DO DESTÊRRO, uma das cinco
filhas dos meus sétimos avós, o Dr. Francisco
Calheiros da Silva e sua mulher D. Thereza da
Silva Vieira;
B) D. FRANCISCA XAVIER DE JESUS, que se
casou com MIGUEL JULIO DANTAS (1. 0 dês-
se nome), seu primo e também meu consangüí-
neo, por ser neto de D. MARIA JOSÉ DO DES-
TÊRRO, acima citada;
C) JOÃO DO R:Jl';GO MUNIZ JUNIOR, que se ca-
sou com D. ANNA THEREZA DO SACRA-
'I MENTO (1.ª dêsse nome) sua prima, e igual-
mente neta de D. MARIA JOSÉ DO' DES-
TÊRRO.

87
D. Maria José Joaquina, Miguel Julio Dantas (1.º Do casal D. FRANCISCA XAVIER DE JESUS e """'
dêsse nome) e D. Anna Thereza do Sacramento, 1.ª dês- seu marido e primo MlGU:EL JULIO DANTAS (1.º dês-
se nome, são filhos de D. MARIANNA MONTEIRO DE se nome) descendem: JOÃO DO RÊGO DANTAS MON-
LIMA (l.ª dêsse nome) e do Mestre de Campo ANTôNIO TEIRO (1. 0 dêsse nome) Coronel da Guarda Nacional e
DANTAS CORRÊA. um dos heróis, da revolução pernambucana de 1817 Barão
de Gurgueia por Decreto Imperial de 16-9-1874; MIGUEL
D. MARIANNA MONTEIRO DE LIMA (P dêsse
JULlO DANTAS (2. 0 dêsse nome) e D. SERAPHINA
nome), por sua vez, é filha de D. MARIA JOSÉ DO DES-
FRANCISCA XAVIER DE JESUS, dos quais provêm:
TÊRRO e de seu 3. 0 marido, o Sargento-Mór MIG~EL
Miguel Joaquim do Rêgo Monteiro; J esuino Rodol-
ALVARES DE LIMA, neta, portanto, dos meus 6. 0 ª
pho do Rêgo Monteiro; Gaspar do Rêgo Monteiro; To-
avós, D. Francisca da Silva Vieira e seu marido Josf da
bias do Rêgo Monteiro ; General Francisco do Rêgo Mon-
Costa Bezerra. teiro; Major João Baptista do Rêgo Monteiro; Gonçalo do
!Conservando-se a família MONTEIRO "limpa •e com Rêgo Monteiro; João do Rêgo Dantas Monteiro (2.º dêsse
bastante luzimento" na frase de Borges da Fonseca, vidk nome) ; Benjamin do Rêgo Dantas Monteiro; Adolpho
"Nobiliarchia Pernambucana", os netos de MARIANNA Thiers do Rêgo Monteiro; Dr. Max do Rêgo Monteiro; Dr ..
MONTEIRO DE LIMA (1.ª dêsse nome) e de seu 3.0 Luiz Souto do Rêgo Monteiro; Dr. Maurício do Rêgo1 Mon-
marido, o Mestre de Campo do Exército Português AN- \ teiro; Desembargador Cezar do Rêgo Monteiro; Dr. Cláu-
TôNIO DANTAS CORRÊA, resolveram aliar o apelido dio de Rezende do Rêgo Monteiro; e muitos outros já ci--
MONTEIRO ao não menos ilustre do RÊGO, oriundo do tados no decorrer dêste trabalho.
Mestre de Campo JOÃO DO RÊGO MUNIZ, personalida- Os membros do ramo RÊGO DANTAS MONTEIRO,
de de grande relêvo na sociedade pernambucana do seu por muito tempo, intercalaram o apelido DANTAS, de seu
tempo. avô, o Mestre de Campo do Exército Português Antônio
Dantas Corrêa, abandonando-o anos depois, quando pas-
Do casal JOSE FRANCISCO DO RÊGO e sua mu- saram a usar apenas RÊGO MONTEIRO, como fizeram
lher e prima D. MARIA JOSÉ JOAQUINA descende D. outros descendentes do meu 5. 0 avô, o Mestre de Campo•
SERAPHINA DA COSTA BEZERRA (2.ª dêsse nome)
JOÃO DO RÊGO MUNIZ.
que se casou com JOSE DA COSTA RABELLO GUIMA-
RÃES, dos quais provêm: o General do Exército Joaquim Do casal JOÃO DO RÊGO MUNIZ JUNIOR e sua
da Gosta Rêgo Monteiro; José da !Costa Rabello Rêgo Mon- mulher e prima D. ANNA THEREZA DO SACRAMEN-
teiro; João da Costa Rêgo Monteiro; General do Exército TO (l.ª dêsse nome) descendem de D. Marianna Monteiro•
de Lima (3.ª dêsse nome) que se .casou em 1780, na cidade
Jonathas da Costa Rêgo Monteiro; D. Anaís da Costa Rêgo
de Recife - Pernambuco, -com João Bernardo do Rêgo,
Monteiro; Dr. Duarte Perez do Rêgo Monteiro;. João Ber-
Alferes das Ordenanças; D. Anna Thereza do Sacramento
nardo da Costa Rêgo Monteiro; Antônio da Costa Rêgo
(2.ª dêsse nome) que contraiu matrimônio com João do
Monteiro; cujos descendentes foram citados anteriormente.

88 89·
Rêgo Leite Sampaio, Capitão das Milícias dos Nobres; e RÊGO RANGEL
o Dr. João Elias do Rêgo Dantas, Cirurgião-Mór do
Exército; dos quais provêm os Rêgo Dantas, Rêgo Barro- Joaquim José do Rêgo, filho de José Francisco do
ca, Rêgo Medeiros e outros sub-ramos. Rêgo e sua mulher D. Maria José Joaquina, casou-se com
D. Maria Joaquina Rangel, filha de José Dias Pereira
RÊGO BARROCA Rangel, Contador do Erário Público, escrivão e deputado,
dando origem ao sub-ramo RÊGO RANGEL, do qual fa.
O Dr. Francisco Elias do Rêgo Dantas, formado em
.zem parte o falecido poeta e ardoroso propagandista re-
Direito, tendo sido Juiz de Direito da Comarca do Cabo
publicano José Francisco Rangel Sobrinho e o escritor
- Pernambuco e proprietário dos engenhos "Goiabeira",
Alberto do Rêgo Rangel, autor das divulgadíssimas obras
"Genipapo" e "Boa-Sorte", era filho do Cirurgião-Mór Dr.
João Elias do Rêgo Dantas, filho de João do Rêgo Muniz
··o Inferno Verde" e "Marqueza de Santos".
Junior e sua mulher D. Anna Thereza do Sacramento (l.ª
dêsse nome). O Dr. Francisco Elias do Rêgo Dantas ca- RÊGO LIMA
sou-se, da 1.ª vez, com D. Constança Maria de Figueiredo,
filha de João Homem de Figueiredo e sua mulher~ prima D. Maria das Dores da Costa Rêgo Monteiro foi ca-
D. Francisca Maria Falcão do Rêgo, filha, por sua vez, sada com seu primo Claudino do Rêgo Lima, filho de
dos meus trisavós Jacintho Ferreira Homem de Abreu e João Ignácio do Rêgo Lima e sua mulher D. Maria Net-
sua mulher D. Constança Maria Falcão do Rêgo (1.ª dêsse ta de Benevides, esta filha de José Francisco do Rêgo e }
nome), e da 2.ª vez, com D. Maria Dorothéa de Mattos. sua mulher D. Maria José Joaquina, tendo nascido 13
Foi uma filha do 1.0 leito, D. Francisca Adelina do Rêgo filhos que formam o numeroso ramo dos RÊGO LIMA,
Dantas que se casou com o Comendador Antônio Valentim provindo também de João Ignácio do Rêgo Lima outro
da Silva Barroca, em 2.•• núpcias dêste. Seus descenden- ramo bem frondoso do mesmo apelido.
tes, portanto, são meus consangüíneos pelos quatro costas
dos. Antônio Valentim da Silva Barroca, o genealogista
da família, nasceu em Recife, no ano de 1821, tendo sido SILVA RÊGO
comerciante matriculado, capitão da Guarda Nacional ve-
reador, vice-cônsul do Uruguai e agraciado com o título Do matrimônio de Francisco do Rêgo Muniz, filho do
de !Comendador da Ordem da· Rosa, era filho de José Ro- Mestre de Campo João do Rêgo Muniz e sua mulher Se-
drigues da Silva Barroca, natural de Portugal, onde nas- raphina da Costa Bezerra (1.ª dêsse nome), ·com D. Ma-
·ceu em 1792, tendo vindo para Pernambuco em 1806 onde ria da Cruz Ferreira, descendem os SILVA RÊGO, entre
foi negociante matricuJado, proprietário e Tene~te cte os quais o Desembargador Manoel da Silva Rêgo, proge-
Milícias, tomando aí o apelido de BARROCA da terra de nitor do Desembargador Arthur da Silva Rêgo, ambos do
s eu progenitor. ' Superior Tribunal de Justiça do Estado de l;'ernambuco.

90 91
LEITE SAMPAIO
Batalha e depois para Pernambuco, em companhia de seu
D. Anna Thereza do Sacramento (2. ª dêsse nome), parente, o Mestre de Campo Francisco Figueiroa, por
filha de João do Rêgo Muniz Junior e sua mulher D. An- -0casião da guerra dos holandeses. Dêste ramo descendem
na Thereza do Sacramento (l.ª dêsse nome), casando-se todos os INOJOSA da Paraíba e de Pernambuco. De D.
com João do Rêgo Leite Sampaio, Capitão das Milícias dos .J oanna de Inoj osa, filha do referido casal, que se casou
Nobres, proprietário em Recife, natural da Ilha de São com o Alferes Manoel do Rêgo, descendem os RÊGO
Miguel dos Açores, teve, entre outros descendentes, uma INOJOSA.
filha de nome Anna Leite Sampaio, que se casou com seu
primo João do Rêgo Falcão Junior, de quem foi a 2.ª mu- THEMUDO LESSA
lher; e um filho, de nome João Leite Sampaio que se ca- Do matrimônio de D. Herminia Eduarda do Rêgo
sou com D. Maria Francisca do Rêgo, filha de João Igná- Monteiro, filha de Antônio da Costa Rêgo Monteiro e sua
cio do Rêgo Lima. Dêste ramo descendem os escritores segunda mulher D. Izabel Maria Alves Ferreira, com
Prado Sampaio (Joaquim do Prado Sampaio Leite e Ma- Antônio Presciano Themudo Lessa, nasceram quatro fi-
viael do Prado) êste último foi casado com uma filha do lhos: Ignácio, Maria Izabel, Maria Adélia e o Dr. Vi-
Desembargador Arthur da Silva Rêgo, tendo falecido na cente do Rêgo Themudo Lessa, ilustre escritor, autor de
cidade do Rio de Janeiro. reputadas obras, tendo sido um dos maiores colaborado-
res da obra genealógica escrita por meu pai, fornecendo-
lhe preciosas informações. Entre seus filhos destacam-se
INOJOSA
Origenes Themudo Lessa, escritor distinto e Zwinglio
Do matrimônio de D. Maria José do Destêrro (filha. Maranhense Themudo Lessa, formado em medicina, ten-
dos meus 7. 0 ' avós, Dr. Francisco 'Calheiros da Silva e D. do-se especializado como bacteriologista.
Thereza da Silva Vieira), com o Sargento-Mór Miguel AI~ MEDEIROS - PERETTI
vares de Lima, nasceu, entre outros filhos, o Capitão Fran-
cisco Alvares de Lima, Senhor do Engenho "Muribequi-· João Ignácio de Medeiros, natural da ilha de S. Mi-
nha", que se casou com D. Antônia Nogueira, filha do guel, Açores, Tenente de Milícias, casou-se em 1815 com
Mestre de 1Campo Gonçalo Pinto Calheiros, fidalgo da Casa Anna Maria do Sacramento Rêgo, filha de João Bernardo
Real, e de sua mulher Jeronyma Tenoria de Inojosa, irmã do Rêgo, natural também da ilha de S. Miguel, vindo
de Manoel Inojosa Velasques Selidar, Governador do Al- para Pernambucq, onde se estabeleceu, casando-se em
gave, natural de Pernambuco, também fidalgo da Casa 1780 com D. Marianna Monteiro de Lima (3.ª dêsse no-
Real. Êsse nome de INOJIOISA vem do avô materno Je- me), filha de João do Rêgo Muniz Junior e de sua mulher
1

ronymo de Inojosa V'elasques Selidar, castelhano, cujos -e prima D. Anna Thereza do Sacramento (l.ª dêsse nome)
ascendentes eram Senhores da Ilha de Inojosa na sua voltando para sua terra natal, onde faleceu em 1829. Do
pátria, tendo vindo para a Bahia como Sargent~-Mór de casamento de J oão Ignácio de Medeiros com Anna Maria
do Sacramento Rêgo nasceram 4 filhos: a) João lgnácio
92
93
de Medeiros Rêgo, nascido em 1818, Capitão da Guarda,. feres de Milícias, casando-se com D. Miquelina de Jesus
Nacional, negociante matriculado na praça de Recife, Ofi-· Maria, filha de João Bernardo do Rêgo e de sua mulher
eia! da Ordem da Rosa, rico proprietário e capitalista, que· D. Marianna Monteiro de Lima (3.ª dêsse nome), já refe-
se casou com sua prima D. Miquelina de Jesus Rodrigues; ridos. Dêstes dois, descendem os RÊGO VALENÇA, que
Valença, tendo havido duas filhas: D. Anna Maria de Me- - ainda mais entrelaçam o parentesco, pois, uma filha dêles,
ileiros Rêgo, falecida solteira; e D. Marianna de Medeiros : D. Miquelina de Jesus Rodrigues Valença casou-se com seu
Rêgo que se casou com o Dr. Manoel da Trindade Perettr primo João Ignácio de Medeiros Rêgo; a outra, D. Emí-
cuja filha de nome Miquelina de Medeiros Peretti se con~'. lia Carolina Rodrigues Valença casou-se com o irmão dês-
sorciou com o 1.0 Tenente da Marinha Francesa Paul' te, Comendador Antônio Ignácio do Rêgo Medeiros; e
Evin, Cavaleiro da Legião de Honra, tendo havido ~m fi--
ainda uma outra, D. Maria Alexandrina do Rêgo Valen-
Jho com o mesmo nome de seu progenitor; b) José Ignácio,
ça casou-se com seu primo-irmão, Comendador Antônio
de Medeiros Rêgo Monteiro, Major reformado do Exército,,
Cavaleiro da Ordem de A viz, que se casou com D. Irene! Valentim da Silva Barroca; tendo havido ainda um filho,
Lucia de Carvalho Rapôso, tendo havido vários descenden-· o Dr. Manoel Enedino Rodrigues Valença, médico, Cava-
tes; c) Manoei Ignácio de Medeiros Rêgo Monteiro, forma- - leiro da Ordem da Rosa.
do em Direito, tendo sido Juiz de Direito de Pôrto Alegre·
- Rio Grande do Sul; d) Antônio Ignácio do Rêgo Medei- MARINHO RÊG0 E SOUZA RÊGO
ros, negociante matriculado na praça de Recife, opulento·
proprietário e capitalista, Comendador da Ordem de N . S.
Do primeiro matrimônio de D. Canstança Maria Fal-
da Conceição de Vila Viçosa, falecido em 1887, tendo casa-
cão do Rêgo (2.ª dêsse nome) com Martinho José de
do três vêzes; da 1.ª com süa prima D. Emília Carolina
Souza, natural de Portugal, nasceram os 5 filhos seguin-
Rodrigues Valença; da 2. ª com uma filha dos Barões de
0uricury; e da 3. ª com uma irmã da primeira, D. Anna tes que foram, conseqüentemente, enteados de Antônio
Monteiro de Lima Rodrigues Valença. Foi seu filho, do da Costa Rêgo Monteiro: a) D. Maria de Assumpção
1.º casamento, Antônio Ignácio do Rêgo Medeiros Junior. Souza Rêgo, de cujo casamento com o Tenente João Ma-
falecido em 1904, e do segundo matrimônio, D. Alice d~ rinho Cavalcanti de Albuquerque se originam os MARI-
Rêgo Medeiros, que se casou com o Dr. Manoel Martin;; NHO RÊGO; b) D. Constança Maria Falcão do Rêgo
Fiuza, falecendo sem sucessão, e os gêmeos Romeu e Re- (3.ª dêsse nome) que se casou com seu primo Felisbino
nato Medeiros, jornalistas que foram em Pernambuco. de Carvalho Rapôso; e) Martinho José de Souza Rêgo,
que· se casou na Paraíba, com Liberalina Dantas Silveira,
havendo descendentes; d) Feliciana Maria de Souza Rêgo,
RÊGO VALENÇA que se casou com o Tabelião Antônio Borges da Silveira
Lobo, com descendência no Rio de Janeiro e em Mina!>
. João Man?el Rodrigues Valenç.a, natural de PortugaI, Gerais; e) Seraphim de Souza Rêgo, falecido solteiro.
vern para Recife, onde foi comerciante matriculado e AI-

94 95
RÊGO MOURA, DA PARAíBA Mendonça Pereira, nascido em 1873 e falecido em 1897 ·
0
e) D. Maria Amália Mendonça Pereira, nascida em 1876:
Do casal de Antônio da Costa Rêgo ( 4. filho do Mes-
casando-se, em 1895, com, José de Mendonça do Rêgo Bar-
tre de Campo João do Rêgo Muniz e Seraphina da Costa
ros Júnior; f) Manoel ,Capitulino Mendonça Pereira (2.º
Bezerra) e sua mulher D. Francisca Thereza da 'Encar- dêsse nome), nascido em 1884.
nação (filha de João Gomes da Silva e de sua mulher
D . Francisca de Almeida), nasceu, entre outras, uma filha MONTEIRO DA FRANCA
de nome Bernar dina Francisca do Rêgo, que se casou, em
1805, com José Francisco de Moura, da Paraíba, t endo Do casal dos meus 4.0 • avós, João do Rêgo Falcão e
tido êste casal sete filhos: José Francisco de Moura Ju- sua mulher D. Feliciana Maria do Rêgo Muniz, nasceu,
nior, Major da Guarda Nacional e Oficial da Tesouraria entre outros, João do Rêgo Falcão Junior que, de sua 2.ª
do Estado da Paraíba; Ignácio do Rêgo Moura; Padre mulher e prima D. Anna Leite Sampaio (bisnet a do Mes-
João do Rêgo Moura, professor de fil osofia no Liceu da tre de Campo João do Rêgo Muniz e sua mulher Sera-
Paraíba; Antônio da Costa Rêgo Moura; D. Maria do phina da Costa Bezerra) nasceu João do Rêgo Falcão
Rêgo Moura ; D. Bernardina do Rêgo Moura, que se casou Neto (3. 0 dêsse nome), que se casou com D. Francisca
com Joaquim José de Abreu; e D. Alexandrina do Rêgo Joaquina da Silva Motta, tendo nascido, dêste último ca-
Moura. São todos trinetos do Mestre de Campo João do .sal, D. Amélia Leopoldina do Rêgo, que se consorciou com
Rêgo Muniz e sua mulher D. Seraphina da Costa Bezerra. Francisco Xavier Monteiro da Franca, dando origem ao
sub-ramo MONTÉIRO DA FRANCA, meus parentes
consangüíneos. Do casal de Francisco Xavier Monteiro
MENDONÇA PEREIRA da Franca e D. Amélia Leopoldina do Rêgo (trineta do
Mestre de Campo João do Rêgo Muniz e bisneta de João
Do matrimônio, em 1866, de D. Seraphina Constança
do Rêgo Falcão, nasceram 3 filhos: a) D. Julieta Mon-
do Rêgo Monteiro (l.ª dêsse nome) (filha de Antônio
teiro da Franca, que se casou com João Antônio de Mat-
da Costa Rêgo Monteiro e de sua mulher D. Constança
tos, tendo tido três filhos : Ernestina, Eloy e Ogarina ;
Maria Falcão do Rêgo, ( 2. ª dêsse nome), com Manoel
b) D. Beatriz Monteiro da Franca, que se casou com Fran-
Capitulino Mendonça Pereira, ambos falecidos, ela em
cisco dos Santos, sem sucessão; c) D. Isaura Monteiro da
1905 e êle em 1907, nasceram seis filhos: a ) Francisco
Franca, solteira. Os Monteiro da Franca estão entrelaça-
de Paula de Mendonça Pereira, nascido em 1871, em Ma-
dos com os Moura, na Paraíba, pertencendo a essas fa-
ragogipe, que se casou com D. Maria Luiza de Sá e Mello,
mílias os MOREIRA LIMA.
tendo t ido dois filhos : Maria Edwiges e Bartholomeu ; b)
D. Rita de Cassia Mendonça Pereira, nascida em 1867 e
ARRUDA GAMARA
falecida em 1897, que se casou em 1892 com Eduardo
Christóbulo Pereira dos Santos, tendo havido sucessão; e) Do casamento de João do Rêgo Dantas Monteiro (l.º
D. Constância Amélia Mendonça Pereira; d) João Paulo dêsse nome), Barão de Gurgueia, com Francisca Maria da

96 97
Conceição, nasceram, entre outros filhos, · D. Marianna
Margarida Silvia do Rêgo, que se casou com Manoel de
Arruda Câmara; e D. Josepha Senhorinha do Rêgo, que
contraiu núpcias com Antônio de Arruda Câmara, nas-
cendo do l.º casal oito filhos: Dinamônico, Manoel, Anna,
Francisca, Maria, Maria do Carmo, José e Antônio; e do
2.º casal nasceram quatro : Antônio, Capitulino, Maria 'E u-
gênia e Brasilino de Arruda Câmara, os quais deram ori- COLATERAIS ANTIGOS
gem ao sub-ramo ARRUDA CÂMARA.
Do casal do Sargento-Mór Manoel da Silva Vieira-D',
RÊGO MELLO Gracia de Barros Catanho, meus 8.0 • avós, nasceram duas
filhas, além da que foi minha 7.ª avó, a saber: a) D. Luiza
D. Barbara Francisca do Rêgo Lima, filha de João de Barros Catanho que se casou c9m Estevão Paes, do
Ignácio do Rêgo Lima e sua mulher D. Maria Netta de Be- morgadio do Cabo - Pernambuco; b) D. Maria de Bar-
nevides (2.ª dêsse nome), caBando-se com Antônio de ros Catanho, que se casou com Gonçalo Ferreira da Pon-
Mello Macedo, natural de Rio Bonito - Pernambuco, te, tendo sido fruto dêsse matrimônio o Coronel do Regi-
teve numerosos filhos e filhas. Um dêles, Rufino Antônio mento de Cavalaria da Ribeira de Acaracu, Francisco Fer-
do Rêgo Mello casou-se com Leonie ,Carls Ainé, tendo ou- reira da Ponte, que se casou com uma senhora da famí-
tro filho do mesmo casal, o IC<>ronel José Francisco do
lia Hollanda.
Rêgo Mello, comerci;,.nte de açúcar, contraído matrimônio
com D. Hilarina Julieta Lafhuer, dos quais se origina o Do casal de José da Costa Bezerra-D. Francisca da
sub-ramo RÊGO MELLO Silva Vieira, meus 6. 0 • avós, nasceu, além da que foi mi-
nha 5.ª avó, mais outra filha, de nome D.· Thereza Fran-
cisca de Jesus, que se casou com o !Capitão de Milícias
João Ximenes de Aragão, de família ilustre de Portugal.
Dêsse casal há descendência, sendo seus filhos o carme~
lita Frei João de Santa Thereza Ximenes, o padre José

l Ximenes de Aragão e Frei Pedro, da Província de Re-


formas.
Do casal de José Gonçalves Telles, Tenente-General
das Ordenanças, e D. Custódia Coutinho (2.ª dêsse nome)
filha do Dr. Francisco Calheiros da Silva e sua mulher
D. Thereza da Silva Vieira, meus 7. 0 • avós, nasceu, entre

99
98
ARMAS DOS RÊGO
'°utros filhos, José Gonçalves da Silva, que foi Tenente-
,General das -Ordenanças e Familiar do Santo Ofício, ca-
Em campo verde, uma ribeira de prata ondulada de
.sando-se, em 1740, com D. Joanna da Rocha de Jesus.
azul, em banda, e nela três vieiras de ouro .
.Uma das filhas dêsse casal, D. Thereza da Silva Vieira
,(2.ª dêsse nome) casou-se com o Capitão das Ordenanças
José Rodrigues de Senna, natural de Portugal, Senhor ARMAS DOS FALCÃO
,dos Engenhos "Limão" e "Frecheiras".
Em campo azul, três bordões de Sant'Iago, de prata, .
Uma filha dêsse casal, D. Feliciana Thereza do Nas- com os nós vermelhos e forrados de ouro, postos em pala.
cimento (l.ª dêsse nome) casou-se com Antônio José dos
Santos, Tenente de Milícias, negociante da praça de Re-
cife, nascendo dêsse consórcio 3 filhas: a) D. Thereza da
Silva Vieira (3.ª dêsse nome), a qual se casou, em 1831,
com João Maneie! Pontual; b) D. Anna Luiza dos Santos,
que contraiu núpcias, em 1836, com Francisco Antônio
Pontual, irmão do antecedente; c) D. Feliciana Thereza
do Nascimento (2.ª dêsse nome), que se consorciou com
Manoel Antônio Dias, · senhor do Engenho "Jundiá".
Foram ês~es · os troncos das famílias PONTUAL e
SANTOS DIAS, de grande relêvo na sociedade pernam-
bucana contemporânea, citando-se entre seus membros
mais ilustres; o notável clínico e professor da Faculdade
de Direito de Recife, Dr. Constâncio dos Santos Pontual,
~ bem assim ·seus irmãos, o Barão de Frecheiras e o de
Petrolina, filhos do l.º dos casais acima citados, os quais
:são positivamente quintos netos dos meus sétimos avós,
entroncando n"a · geração do Dr. Francisco Calheiros da
Silva.
Do casal de D. Custódia Coutinho (2.ª filha do refe-
rido Dr. Francisco ICàlheiros da Silva e sua mulher D. The-
reza da Silva Vieira) e José Gonçalves Telles, descende,
em linha reta, a família GONÇALVES DA SILVA de
Pernambuco. · · '
101
100
OS CARMELITAS DA FAMíLIA

A existência de numerosos frades na família indica


limpeza de sangue, porquanto, da sindicância rigorosa
para a habilitação ao estado sacerdotal, era preciso ficar
plenamente provado não ter o candidato sangue misturado
e possuir alguns costados de nobreza.
Foram os seguintes os religiosos carmelitas perten-
centes à estirpe, todos êles meus parentes consangüíneos:
1 - Frei Estevão, da província da Observância,
filho de Feliciano de Mello da Silva e D. Brites
de Barros Rêgo;
2 - Frei Francisco de São José, da mesma provín-
cia, prior dos conventos de Nazareth e de Olin-
da, Definidor, e seu irmão
3 - Frei Felipe da Madre de Deus, da província da
Reforma, Prior, Definidor e Provincial, ambos
netos do casal acima citado;
4 - Frei José dos Remédios, da província da Re-
forma, Secretário, Definidor e Prior do Con-
vento do Recife, também neto do mesmo casal;
5 - Frei Francisco de Jesus Maria, da província da
Observância, e seu irmão
6 Frei José Joaquim de Sant' Anna, da mesma
província, filhos do Sargento-Mór Miguel Alves
de Lima e de D. Maria José do Destêrro;

103
7 - Frei João de Santa Thereza Ximenes, neto dos
meus 6. 0 ' avós José da Costa Bezerra e D. Fran-
cisca de Silva Vieira, irmã da precedente;
8 - Frei Pedro, da província da Reforma, da fa-
mília Wanderley;
9 - Frei João de São Paulo, Prior da Ordem,
filho de João Bernardo do Rêgo, bisneto, por-
tanto, do Mestre de Campo João do Rêgo Muniz EFEMÉRIDES
e de sua mulher D. Seraphina da Costa Bezer-
ra, meus 5. 0 • avós. 1500-1654

1500 (22 de abril) Descobrimento do Brasil por


Pedro Alvares Cabral, no rei-
nado de D. Manoel, o "Ven-
turoso".
1501 Primeira expedição maríti-
ma enviada ao Brasil, sob o
comando de Dom Nuno Ma-
noel e tendo como pilôto
Américo V espúcio.
1501 (22 de agôsto) Descoberta oficial do cabo de
Santo Agostinho, pela arma-
da de Dom Nuno Manoel.
1503 Segunda expedição enviada
ao Brasil, sob o comando de
Gonçalo Coelho, progenitor
de Duarte Coelho ("O Ve-
lho").
1504 Visita do corsário francês
"L'Espoir" à Bahia e Per-
nambuco (Vide nota do au-
tor, n. 0 1).
1516 (21 de junho) Primeira viagem de Christó-
vão Jacques ao Brasil, onde
constrói a 1.ª casa da feito-
ria de Fernã-Buquo.

104 105
1519 (9 de maio) Regresso de Christóvão J ac- local do combate, da primei-
ques. ra povoação de civilizados,
em terras da capitania doada
1521 ( 13 de dezembro) Falecimento do rei Dom Ma-
a Duarte ,Coelho, a qual to-
noel. Ascensão ao trono do
mou o nome de Iguarassu.
rei Dom João III.
Visita da esquadrilha de Se- 1539 (23 de abril) Nascimento de Jorge de Al-
1526 ( 4 de junho)
bastião Gabot à Fern~Bu- buquerque Coelho, em Olin-
quo, assinalando os nomes da.
dos seus primitivos habitan- 1541 Viagem do l.º donatário à
tes. Europa, regressando no mes-
Remessa dos primeiros lotes mo ano.
de acúcar, de Fernã-Buquo
0

para Lisboa - Portugal. 1548 Rebelião dos silvícolas, que


põem cêrco à Iguarassu e
1530 (dezembro) Saque e destruição da feito- assaltam a tôrre de Olinda.
ria de Fernã-Buquo pela Chegada de Dom Christóvão
guarnição da nau francesa de Me]lo a Olinda.
"Pélerine" (Vide nota do Falecimento de Duarte Coe-
1.554
autor, n. 0 1). lho, "O Velho", 1.0 donatá-
1532 (28 de setembro) - Carta do rei Dom João III rio de Fernã-Buquo, ocorri-
a Martim Affonso de Souza do em Lisboa.
enunciando a idéia da divi- Govêrno da viúva do 1.0 do-
são do Brasil em capitanias. natário, D. Brites de Albu-
querque, em nome do seu fi-
1532 Restauração da feitoria de lho, ainda menor e ausente
Fernã-Buquo por Pero Lo- na Europa, Duarte Coelho
pes de Souza. de Albuquerque, 2. 0 donatá-
1534 Divisão do Brasil em capita- rio.
. nias, sob o reinado de Dom
1555 Rebelião do gentio caeté.
João III. Nomeação de J eronymo de
1534 (10 de março) Carta régia de doação da ca- Albuquerque para General
pitania de Fernã-Buquo a da Guerra.
Duarte Coelho, "O Velho". 1556 Chegada de D. Felippe de
1535 (9 de março) Chegada e posse de Duarte M"oura, sobrinho de D. Brites
Coelho em Fernã-Buquo. e de Jeronymo de Albuquer-
que, em Olinda.
1535 (27 de março) Assalto e tomada do outeiro
onde o gentio tinha sua "ta- 1557 Falecimento de Dom João
ba" principal, e criação, no III. Ascensão, ao trono, de

106 107
Dom Sebastião, assumindo a. ro; combatendo êstes, pela
regência do reino, durante a. 1. vez, fora do torrão natal.
mênoridade do soberano, sua. Regresso do 2.0 donatário
avó, a rainha viúva D. Ca-• 1572
para a Europa. Govêrno de
tharina. D. Brites de Albuquerque, na
Chegada de João Paes Velho, qualidade de procuradora do
Barreto, em Olinda. 2. 0 donatário.
Chegada de Felippo Cava}-. Fundação do Colégio dos J e-
1558 canti, parente de Cosme de 1575
suítas em Olinda.
Medieis, em Olinda. - Fundação do 1.º recolhimen-
Recrudescimento da rebelião , to de mulheres, sob a invo-
1560 dos Caetés. Revés de J erony-. cação de N. S. da Conceição,
mo de Albuquerque nas ime-. em Olinda.
diações do cabo de San-- Govêrno de Dom Christóvão
to Agostinho. Embarque, na . 1577
de Mello.
Europa, de ordem da rainha .
regente, do 2.0 donatário, Batalha de Alcacerquibir.
1578 Morte do rei Dom Sebastião.
para assumir a direção dos.
,;eus domínios senhoriais. No-- Morte do 2.0 donatário, no
meação de Jorge de Albu- cativeiro em Marrocos.
querque Coelho para GeneraL Ascensão, ao trono, do Car-
da Guerra, a qual durou cin- deal Dom Henrique.
co anos. Govêrno de Jeronymo de Al-
buquerque.
Ataque ao Recife pelos fran--
1561 Falecimento do Cardeal Dom
ceses (Vide nota do autor, 1580 Henrique. Ascensão, pela fôr-
n.0 1). ça das armas, do rei Dom
Renúncia da rainha-regente, Fe'lippe II, da Espanha, I
1562
D. Catharina. Regência do. de Portugal, sob a alegação
Cardeal Dom Henrique, tio, de ser neto de Dom Manoel.
do soberano. Govêrno do licenciado Si-
mão Rodrigues Cardoso.
1566 (29 de junho) Embarque de Jorge de Al--
buquerque Coelho para a. Carta régia de reconheci-
1582 (11 de maio)
Europa, a bordo da nau mento de Jorge de Albuquer-
"Santo Antônio". que Coelho como 3.0 donatá-
Socorro militar de cem per- rio.
1567 Govêrno de Dom Felippe de
nambucanos enviados a Es-• 1584
tácio de Sá no Rio de J anei- Moura.

109
108
1598 Conquista do Rio Grande do
1584 (13 de novembro) - Testamento de Jeronymo de Norte.
Albuquerque. Falecimento do rei D. Felip-
Falecimento de D. Brites de pe II, da Espanha, I de Por-
1584 tugal. Ascensão ao trono, do
Albuquerque, em Olinda.
rei D. Felippe III, da Espa-
1584-1585 Provável época da chegada, nha e II de Portugal.
em Olinda, do meu 11.0 avô
paterno, Pedro Cardoso de 1599 Fundação de Natal - Rio
Moura donatário da ilha. Grande do Norte.
Gracio~a. acompanhado de 1602 (1 de abril) Govêrno Geral de Diogo Bo-
sua mulher e de um filho telho, que assume o cargo em
menor, que veio a ser meu_ Olinda.
10.0 avô.
1602 (9 de outubro) Nomeação de Alexandre de-
1585 (abril) Chegada dos primeiros reli-• Moura para Capitão-Mór Go-
giosos de Santo Antônio (ca- • vernador.
puchinhos) a Pernambuco. Reconhecimento de Duarte
Fundação da província de· de Albuquerque Coelho como
1585 (5 de agôsto)
N. S. das Neves (Paraíba). 4. 0 donatário.
(Vide nota do autor, n. 0 2). 1603 (7 de janeiro) Govêrno Geral de Diogo dP.-
Fundação, em Olinda. do con- • Menezes e Siqueira, que as-
1589 sume o govêrno em Olinda.
vento do Carmo, por sua an-
tiguidade, cabeça da Ordem_ 1606 Conclusão do convento de·
no Brasil. Santo Antônio, na ilha cha-
Govêrno de Pedro Homem. mada de Antônio Vaz, hoje
1591 bairros de Santo Antônio e·
de Castro, sobrinho de Jor- -
ge de Albuquerque Coelho. São José, na cidade de Re-
cife.
1593 Govêrno, novamente, de D ..
Felippe de Moura. 1612 (18 de dezembro) - Govêrno Geral de Gaspar de-
Souza, que chega ao Recife,
1595 (24 de março) Ataque ao Recife e saque da. de onde organiza a expedi-
povoação pelos inglêses, sob· ção de conquista do Mara-
o comando, associado, de· nhão, em poder dos france- -
John Lancaster e Venner. ses.
1596 Govêrno de Manoel de Mas- 1614 Govêrno do Capitão - Mór·
carenhas Homem. VaRco de Souza Annes e Pa--
Provisão concedendo licença checo.
1596
aos beneditinos para fundar· 1615 Conquista do Maranhão.
sua abadia em Olinda.,
(~t1~ ]]]"
110 (~ 1AHGP
~
i'
e,
·,~
1616 (julho) Govêrno Geral de Dom Luiz
de Souza, que vem a Pernam- 1.637 Chegada do conde Maur ício
buco ultimar a conquista do de Nassau, ao Recife.
Maranhão e do Pará. Fundação de Mauritzstad
capital do Brasil Holandês. '
1619 (princípio) Regresso de Dom Luiz de
.1640 Independência de Portugal
Souza para a Bahia.
Govêrno do .Capitão - Mór do domínio da E spanha.
João Paes Velho Barreto. Aclamação de Dom João IV,
duque de Bragança, como rei
1620 Govêrno de Mathias de Al- de Portugal.
buquerque, em nome do seu
irmão, o 4.0 donatário. 1.644 (22 de maio) Regresso de Maurício de
·Nassau para a Holanda.
1621 Falecimento de Felippe III, 1645 (13 de junho) Insurreição pernambucana
da Espanha, II de Portugal.
contra o domínio holandês.
1624 Embarque de Mathias de Al- ·1 654 (26 de janeiro)
buquerque para a Bahia, co- Capitulação dos holandeses.
mo Governador Geral. Restauração de P ernambuco.
Govêrno de Francisco Coe-
lho de Carvalho por delega-
ção de Mathias de Albvquer-
que.
1626 Govêrno de André Dias da
França, o último Capitão-
Mór nomeado pelos donatá-
rios.
1630 Govêrno de Mathias de Al-
buquerque, que chega da Eu-
ropa com um pequeno so-
corro.
Ocµpação de Olinda e Reci-
fe pelos holandeses.
1631 (25 de novembro) Incêndio de Olinda pelos ho-
landeses.
1635 Chegada de Duarte de Albu-
querque Coelho, 4. 0 donatá-
rio. a Pernambuco. (Vide
nota do autor, n. 0 3).

112
113
NOTAS DO AUTOR

1 - Nos primeiros tempos, as costas do norte do


Brasil eram infestadas pelos corsários franceses que vi-
11avam não só o contrabando do pau brasil como a con-
quista do território. Isto desde 1504, segundo relações
dos acontecimentos dêsse ano por José de Anchieta e um
outro jesuíta, os quais referem urna visita dos mesmos
ao litoral do Brasil, a êsse tempo, indo à Bahia-Pernam-
buco, onde os portugueses lhe deram caça, expulsando-os
.f' tomando-lhes três navios na Bahia. Acrescentam os
'informantes que · o navio pirata era chamado "L'Espoir"
•e trazia como pilotos dois portugueses de nomes Bastião
de Moura e Diogo do Couto. Em 1561, apoderaram-se os
franceses de Recife, insignificante burgo de antanho, for-
mado por algumas cabanas de pescadores, dois ou três
armazéns de recolher utensílios de navios e uma ermida,
·sob a invocação de .Corpo Santo. Denominava-o, o vulgo,
0
,de Aldêa Povo. Duarte Coelho de Albuquerque, 2. dona-
tário, atacou-os vigorosamente, obrigando os intrusos a
reembarcarem-se precipitadamente, com sensíveis perdas.
1Jm dos piratas, exprimindo seu desapontamento, deixou
gravada em uma laje as seguintes palavras, que transcre-
vemos com sua ortografia original : "Le monde ya de
p is am pi" ( o mundo vai de mal a pior) . Êsse procedi-
mento insólito dos franceses corvejando o Brasil, como
-verdadeiras aves de rapina, em tentativas repetidas, foi

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a conseqüência da lógica do rei da França, Francisco I ~
àizendo a um seu almirante de partida para a América.
f:m 1554 : "Os reis da Espanha e de Portugal dividiram
entre si ó Nôvo Mumio, mas eu desejaria que êles me
mostrassem o testamento do pai Adão que lhes fêz t al
0
legado". Duarte de Albuquerque Coelho, 4. donatário,
0
nas suas "Memórias Diárias", conta que o 1. donatário,
(Duarte Coelho, "IÜ' Velho"), seu avô, ao chegar a Fernã- CONCLUSÃO
Buquo, ocupavam os franceses a parte principal da capi-
tania que lhe fôra doada, e "teniendo guerra com ellos e
Aqui encerro êste trabalho de paciência e perse-
com los índios naturales de la tierra com quien estaban.
ay unidos, fue t al su felicidad que a todos venció, matan- verança.
do pica a pica com gran valor al governador francês con- Fui obrigado, para evitar uma fastidiosa prolixidade,
que los <lemas deixaran to que ocupaban". a resumir os ramos e sub-ramos desta enorme família
2 - O topônimo Parahíba quer dizer RIO MAU,. que se origina, entre nós, de Manoel da Costa Moura e
para indicar um rio habitado por inimigos ou por quem sua mulher D. Margarida Coutinho, fidalgos portugueses,
fala gíria diferente, costumando os silvícolas, em casos. da estirpe ilustre dos MOURA e COUTINHO de um
tais, acrescentar o sufixo AHIBA à palavra que designava. lado, e de outro de Gonçalo Calheiro:i, de Viana, tronco
de excelente nobreza colonial, estabe\.1cido no comêço do
a localidade.
século 17 em Iguarassu.
3 - Duarte de Albuquerque Coelho, 4. 0 donatário ·
Deixo aos mais novos o legado de continuarem esta
de Pernambuco, veio para o Brasil, em 1625, como inú-
meros outros fidalgos, na armada de Dom Fradique de· obra.
Toledo Osorio, feito simples soldado, pelo que Dom Fe-- Entre os citados, acham-se na mesma linha que meu
lippe IV da Espanha, III de Portugal, que então reinava, pai : Fernando Barroca, Themudo Lessa, Motta Junior e
mostrou-se muito satisfeito em carta que escreveu a êsse· Ildefonso do Rêgo Monteiro, todos tetranetos do Mestre
tempo, mas, sàmente em 1632 foi que tomou parte na . de Campo do Exército Português JOÃO DO RÊGO MU-
campanha contra o invasor na sua própria capitania, NIZ. Para êles, o avô é quarto, sexto, décimo ou décimo
substituindo seu t io Mathias de Albuquerque, no govêrno• segundo, tanto para um como para outro. Do citado Mes-
da mesma, quando êste embarcou para a Europa, em 1635- tre de Campo, os avós são os mesmos.

Rio de Janeiro, 1969.


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1!:STE LIVRO FOI COMPOSTO E
IMPRESSO PELOS ESTAB. GRÁ-
FICOS BORSOI S.A. INDúSTRIA
E COMÉRCIO E FORAM TIRADOS
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DE 0001 A 1000
EXEMPLAR

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