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UNIDADE DIVINÓPOLIS
DISCIPLINA: FILOSOFIA
TURMA: 1º Ano
TEMA: Tragédia Grega
As reformas de Sólon de fato aliviaram as tensões entre ricos e pobres, mas não
foram suficientes para pôr cabo aos embates políticos entre os mais influentes.
A tomada de poder por Pisístrato, inaugurando a tirania, decorre desse contexto.
(Note-se que a tirania, na Grécia Antiga, não tinha conotação negativa por si só,
nem significava governo ilegítimo. Havia bons e maus tiranos. Heródoto e
Aristóteles, por exemplo, elogiaram o governo de Pisístrato.
A Ática, por volta do século XI, estava dividia basicamente em três partidos. Os
homens da planície, composto basicamente por proprietários de terra e liderados
por Licurgo; os homens da costa, composto por artesãos e comerciantes e
liderados por Mégacles; e os homens da montanha, do qual faziam parte os mais
pobres, que consubstanciavam a maioria da população. Pisístrato tinha apoio
dos homens da montanha. Heródoto conta que como esse habilidoso tirano
aplicou o golpe fingindo-se ter sido ferido por inimigos do povo, motivo pelo qual
exigiu na Ágora que lhe fosse fornecido uma guarda pessoal para sua proteção,
a qual foi concedida, sob os protestos de Sólon, que percebeu a encenação.
Sólon estava certo. Logo depois, usou a própria guarda para tomar a Acrópole e
consolidar-se no poder. Contudo, o partido da planície e o da costa se uniram
contra Pisístrato e lograram êxito em derrubá-lo. Mégacles, líder do partido de
costa, havia perdido influência e resolveu aliar-se a Pisístrato na tentativa de
levá-lo novamente à condição de tirano, desde que Pisístrato se casasse com
sua filha. Heródoto conta, com incredulidade, como os atenienses caíram na
nova armação de Pisístrato.
Aos portões da cidade, anunciou-se que a deusa Atena trazia Pisístrato de volta
à Acrópole em uma carruagem. Para esse fim, haviam fantasiado uma bela
mulher da deusa grega. As pessoas acreditaram na farsa. A notícia rapidamente
se espalhou e Pisístrato foi recebido com entusiasmo pela população. Mas
Pisístrato negou-se a ter filhos com a filha de Mégacles, já que isso minaria a
posição de seus dois filhos. Mégacles, assim, muda de lado novamente,
juntando-se aos inimigos de Pisístrato, e consegue apeá-lo novamente do poder.
No exílio, Pisístrato fez fortuna com o comércio de ouro e prata. Com a riqueza
adquirida, formou um exército de mercenários com o qual retornaria à Atenas
para vencer seus oponentes na batalha de Pallene. Pisístrato, então, governaria
Atenas por 19 anos, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento
econômico de Atenas, tornando-a, pela primeira vez, uma cidade de destaque
na Grécia Antiga. Pisístrato não fez modificações substanciais na legislação de
Sólon.
Embora se diga ele tivesse sido um tirano cumpridor da lei, tal deve ser visto
com um grão de sal. De fato, alguns aristocratas puderam ocupar o posto anual
de arconte. Contudo, os menos “cooperativos” foram exilados. Ademais, grande
parte dos arcontes eram pessoas de sua família e amigos e o tirano não hesitava
em manter filhos de potencial oponentes como reféns. Acusado certa feita de
homicídio, ninguém levou a denuncia adiante. Também jamais deixou de andar
sem uma guarda pessoal, bem como tratou de desarmar a população. Não
obstante, no geral, seu governo trouxe prosperidade.
Como retaliação, impediu que sua irmã mais nova participasse de uma procissão
religiosa na condição de carregadora de cesto. A atitude de Hiparco foi
extremamente insultuosa, porque apenas as virgens poderiam carregar o cesto
onde se punha a faca e outros utensílios usados no sacrifício. Harmódio juntou-
se então a seu amante Aristógito para planejar o assassinato de Hípias e de
Hiparco, no dia da procissão. Quando da procissão, um dos conspiradores foi
visto conversando com Hípias. Os demais imaginaram que o plano havia dado
errado e correram para assassinar, com sucesso, Hiparco.
Texto de: Lucas Faillace Castelo Branco. Política livre. 21 de jun. 2022.
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