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1a edição — 2010
Este livro foi editado segundo as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
aprovado pelo Decreto Legislativo n o 54, de 18 de abril de 1995, e promulgado pelo
Decreto n o 6.583, de 29 de setembro de 2008.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-225-0995-9
CDD – 301.2
Editora FGV
Rua Jornalista Orlando Dantas, 37
22231-010 Rio de Janeiro, RJ Brasil
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Aos nossos alunos
Sumário
Introdução
Capítulo 1
Emoções: biológicas ou culturais?
As emoções e o corpo humano
O olhar das ciências sociais
O medo
A raiva
Capítulo 2
Emoções: individuais ou sociais?
O lugar da emoção nas ciências sociais: formulações clássicas
As gramáticas dos sentimentos
Capítulo 3
A micropolítica das emoções
A perspectiva contextualista: um mapeamento do campo da antropologia
das emoções
A micropolítica das emoções: estudos de caso
Dádiva, hierarquia e emoção: as trocas de presentes entre patroas e
empregadas domésticas
Capítulo 4
As emoções nas sociedades ocidentais modernas
A tensão entre sentir e expressar
O controle das emoções
A ênfase hedonista no fazer
Controle e prazer combinados: dois exemplos
Autenticidade, prazer e controle: amor nos tempos modernos
Conclusão
Referências bibliográficas
Introdução
Julieta — Romeu, Romeu! Por que razão tu és Romeu? Renega teu pai e
abandona esse nome! Ou se não queres jura então que me amarás, e eu
deixarei de ser Julieta Capuleto!
Em ti, só o teu nome é que é meu inimigo! Tu não és Montecchio, mas tu
mesmo! Afinal, o que é um Montecchio? Não é um pé, nem a mão, nem um
braço, nem um rosto. Nada do que compõe um corpo humano. Toma outro
nome! Um nome! Mas, que é um nome? Se outro nome tivesse a rosa, em vez
de rosa, deixaria por isso de ser perfumosa? Assim também, Romeu, se não
fosses Romeu, terias, com outro nome, esses mesmos encantos, tão queridos
por mim! Romeu, deixa esse nome, e, em troca dele, que não faz parte de ti,
toma-me a mim, que já sou toda tua!
Romeu — Farei o teu desejo de bom grado! Por ti, trocarei seja o que for!
Por ti, serei de novo batizado! Não me chames Romeu… mas sim o Amor!
Não, minha bela, nem Montecchio nem Romeu! Já que meu nome não te
agrada, eu não sou eu!
Citado por Benzaquen de Araújo e Viveiros de Castro
(1977:150)