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NR11

Transporte, Movimentação,
Armazenagem e Manuseio de Materiais

Segurança na Operação de
Empilhadeiras Frontal a Contrapeso
NR11
TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM
E MANUSEIO DE MATERIAIS

Segurança na operação de empilhadeiras


Frontal a contrapeso
SENAI-RS – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

CONSELHO REGIONAL

Presidente Nato
Heitor José Müller – Presidente do Sistema FIERGS/CIERGS

Conselheiros Representantes das Atividades Industriais - FIERGS

Titulares
Ademar De Gasperi
Getúlio da Silva Fonseca
José Agnelo Seger
Ricardo Joseé Wirth

Suplentes
Henrique Purper
Edilson Luiz Deitos
Júlio Cezar Steffen
Newton Mario Battastini

Representantes do Ministério da Educação - MEC

Titular Suplente
Marcelo Bender Machado Cláudia Shiedeck Soares de Souza

Representante do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE

Titular Suplente
Adriana Rosa dos Santos Leonor da Costa

Representante dos Trabalhadores

Titular Suplente
Ademir Acosta Pereira Bueno Enio Klein

DIRETORIA DO SENAI-RS
Carlos Artur Trein - Diretor Regional
Sérgio Ricardo Moyses - Diretor de Operações

DIRETORIA DOS SISTEMA FIERGS/CIERGS

Carlos Heitor Zuanazzi - Diretor Superintendente


Suzete Araújo Leal - Diretora de Serviços Compartilhados
NR11
TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM
E MANUSEIO DE MATERIAIS

Segurança na operação de empilhadeiras


Frontal a contrapeso

Porto Alegre,
Fevereiro, 2016
© 2016 SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico,
fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do
SENAI - Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
1ª Edição: 1000 exemplares.
SENAI – RS
Gerência de Desenvolvimento Educacional – GDE

Claiton Costa
Gerente da Gerência de Desenvolvimento Educacional

Enrique Sérgio Blanco Cristiane Mesquita T. Luvizetto


Fernando Ricardo Gambetta Schirmbeck Normatização
Patricia Camargo da S. Rodrigues
Organização e Adequação pedagógica do texto Érlon Cardoso da Silva
Paulo Fabiano Barbosa
Aurélio Rauber Conteudista
Direção de Arte
Érlon Cardoso da Silva
Bárbara Polidori Backes Paulo Fabiano Barbosa
Projeto Gráfico e Editoração Revisão Técnica

Camila Jacques e Silva CEP SENAI de Artes Gráficas Henrique


Rafael Andrade D’Ávila Bertaso
Ilustrações Impressão Gráfica

Duploklick
Correção Ortográfica

S491 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio


Grande do Sul
NR11: transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais:
segurança na operação de empilhadeiras frontal a contrapeso/ Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. –
Porto Alegre: SENAI/RS, 2016.
61 p.: il.

ISBN: 978-85-60375-92-9

1. Segurança no trabalho. 2. Prevenção contra acidentes. 3. Empilhadeira. I.


Título.

CDU: 614.8:629.364.2

Bibliotecário responsável: Cristiane Mesquita Teixeira Luvizetto – CRB -10/1266

SENAI - RS
Departamento Regional do Rio Grande do Sul

Gerência de Desenvolvimento Educacional - GDE


Núcleo de Educação a Distância - NEAD
Av. Assis Brasil, 8787 - Bloco 10 - Bairro Sarandi - CEP 91010-000 - Porto Alegre – RS
Tel.: (0xx51) 3347-8876 - http://nead.senairs.org.br - E-mail: nead@dr.rs.senai.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 10

1 INTRODUÇÃO 12

2 DEFINIÇÕES GERAIS 14
2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS 15

2.2 ESTIMATIVA DE RISCOS 15

3 LEGISLAÇÃO 18
3.1 LEIS DE TRÂNSITO 19

3.2 AS NORMAS REGULAMENTADORAS 20

4 MEDIDAS DE SEGURANÇA 24
4.1 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 26

4.2 PROTEÇÕES EXIGIDAS PARA CADA TIPO


DE RISCO 26

4.3 SEGURANÇA PARA RISCOS MECÂNICOS,


ELÉTRICOS E OUTROS. 27

5 PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÃO DE
EMERGÊNCIA 30
5.1 NOÇÕES SOBRE PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS
SOCORROS 32

6 A EMPILHADEIRA –
MODELOS E COMPONENTES 34
6.1 TIPOS DE EMPILHADEIRAS 35
6.1.1 Empilhadeiras a Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 36
6.1.2 Empilhadeiras a baterias tracionárias 37

6.2 COMPONENTES DAS EMPILHADEIRAS 38


7 TÉCNICAS SEGURAS NA OPERAÇÃO DA
EMPILHADEIRA 48
7.1 PONTO DE EQUILÍBRIO DA EMPILHADEIRA, CARGA,
DESCARGA, EMPILHAMENTO, TRANSPORTE DE
DIVERSOS MATERIAIS 49

7.2 COMANDOS, TABELAS DE CARGA, ÂNGULOS,


DEFORMAÇÕES EM EQUIPAMENTOS 50

7.3 PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO, REGULAGEM


E MANUTENÇÃO COM SEGURANÇA 52

7.4 SISTEMA DE BLOQUEIO DE FUNCIONAMENTO


DA EMPILHADEIRA DURANTE OPERAÇÕES
DE INSPEÇÃO, LIMPEZA, LUBRIFICAÇÃO E
MANUTENÇÃO 53

8 OPERADOR DE EMPILHADEIRAS – PRÁTICA


SEGURA 54
8.1 REGRAS DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
EMPILHADEIRAS 55

REFERÊNCIAS 60
APRESENTAÇÃO
A
Norma Regulamentadora Transporte, Movimentação, Armazenagem e
Manuseio de Materiais n.°11 (NR-11) estabelece os requisitos mínimos
para o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes na realização dessas atividades. Atendendo à legislação
do Ministério do Trabalho e Emprego e suas Normas Regulamentadoras sobre
Segurança e Saúde no Trabalho, esse livro aborda a Segurança na Operação de
Empilhadeira Frontal a Contrapeso.
O livro faz uma abordagem das normas de segurança, procedimentos de trabalho,
proteções coletivas e individuais que antecedem a operação segura do equipamento.
O conteúdo a ser estudado servirá de apoio para o conhecimento da forma
construtiva do equipamento e seus acessórios de elevação de cargas, também para
orientar sobre os limites de velocidade e capacidade de carga adequada para o
trabalho.
O material didático da NR-11 é mais uma contribuição do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI) para ampliar as oportunidades de
capacitação dos profissionais brasileiros, buscando acima de tudo oferecer
condições para a compreensão da necessidade de trabalhar com segurança,
para a preservação da saúde e da vida do trabalhador bem como evitar
perdas materiais e retrabalhos desnecessários.
A nossa colega Norma irá nos ajudar a identificar diversas fontes de
perigo, os riscos e os possíveis danos que podem ocorrer às pessoas,
nos trabalhos em espaços confinados, que não seguem as definições
da norma regulamentadora que estamos estudando.
INTRODUÇÃO

1
A
Norma Regulamentadora n.°11 - Transporte, Movimentação,
Armazenagem e Manuseio de materiais, em seu texto, propõe que os
equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como
ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-
rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de
diferentes tipos, devam ser calculados e construídos de maneira que ofereçam as
necessárias garantias de resistência e segurança, e que sejam conservados em
perfeitas condições de trabalho.
Nesse livro abordaremos a Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a
Contrapeso, suas características construtivas, o ambiente de trabalho onde as tarefas
são executadas, e a forma de condução do equipamento de modo que se diminuam
os riscos de acidentes. Portanto, somente operadores habilitados e treinados devem
ser autorizados a conduzir a empilhadeira.
Para garantir a segurança na operação do equipamento, deve-se realizar, além dos
estudos teóricos, atividades práticas, interpretando e aplicando as recomendações
de trabalho seguro desse livro, bem como, dos manuais de cada empilhadeira.
Leia, faça anotações, pratique, obtenha mais informações sobre o assunto e tenha
um aproveitamento satisfatório para a sua vida pessoal e profissional.
Boa leitura e bons estudos!
DEFINIÇÕES
GERAIS

2
P
ara que se possa desenvolver um estudo focado no entendimento e na
aplicação da NR-11, é indispensável que alguns conceitos e definições
sejam apresentados, de modo a facilitar a compreensão dos conteúdos
que serão trabalhados. Essa fundamentação teórica será a base para a
aplicação prática no contexto de aprendizagem.
Utilizaremos ocorrências já vivenciadas ou hipotéticas que aconteceram ou
poderão acontecer em empresas, relacionadas às atividades laborais ou a cenários
nos quais o trabalhador está inserido no processo de produção.
Para tanto, vamos iniciar nosso estudo compreendendo alguns conceitos e
definições básicas.

2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS


Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, ou, ainda, pelo serviço de trabalho de segurados especiais, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da
capacidade para o trabalho, permanente ou temporária (BRASIL, 1991).
As causas e consequências de acidentes de trabalho na atividade de movimentação
de cargas estão relacionadas a fatores pessoais de comportamento e ergonomia;
e administrativos, que incluem equipamentos e suas dimensões, procedimentos de
segurança e liderança. É difícil estabelecer uma proporção de qual fator é o maior
contribuinte na ocorrência de acidentes.
O operador de empilhadeira deve estar atento às situações de risco. Devem ser
evitadas situações que podem provocar acidentes, como:
a) o excesso de velocidade;
b) as manobras com garfos elevados que possibilitem o tombamento da carga
ou máquina;
c) a condução da empilhadeira sob efeito de medicamentos, bebidas alcoólicas
ou alterações emocionais.

Fique alerta!
Atenção ao uso de anéis, alianças, relógio, correntes, cordão para crachá e
pulseiras; assim como cabelos longos que devem ser enrolados e usados sob
um boné, capacete ou touca, pois há o risco de serem presos acidentalmente.

2.2 ESTIMATIVA DE RISCOS


A Segurança é fundamental quando se opera uma empilhadeira. A partir do
momento em que a máquina é colocada em funcionamento, os imprevistos podem
ocorrer e o operador deve estar preparado. Desse modo, o condutor de veículos
industriais deverá atender aos seguintes requisitos:
16 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

a) possuir treinamento para a função e autorização para executá-la;


b) com base em exames médicos, estar apto e com boa percepção visual e
auditiva;
c) sempre utilizar os EPIs necessários e o cinto de segurança ao operar a
empilhadeira;
d) utilizar sempre três pontos de apoio para subir e descer(sempre de frente
para empilhadeira);
e) avaliar se o piso em que estiver operando o veículo possui capacidade de
suportar o peso combinado da empilhadeira e da carga que ela carrega,
pois o peso bruto total da empilhadeira é em torno de 4.000kg, mais uma
capacidade de até 2.500 kg;
f) é importante sinalizar, dentro da indústria, o tráfego de empilhadeiras;
g) verificar os limites de inclinação das rampas permitidas para cada modelo, e
nunca improvisar acessos para a empilhadeira;
h) nunca tentar saltar da empilhadeira nos casos de tombamento. Mas sim,
tentar baixar os garfos e manter-se firme dentro da máquina, pois há o risco
de esmagamento do operador;
i) aplicar princípios de direção defensiva na condução da empilhadeira, ou seja,
evitar acidentes, considerando ações incorretas dos outros e das possíveis
condições adversas, como: luz, tempo, veículo, pista, trânsito e condutor.

Boas Práticas
Ao deixar a empilhadeira, o operador deve assegurar-se de que o motor
está desligado, as rodas direcionais estão alinhadas, o freio estacionário foi
acionado, os garfos estão baixos com as pontas rentes ao solo e as correntes de
elevação tensionadas, a alavanca de câmbio em neutro e, se for o caso, remover
a chave de contato.

Recapitulando
Nesse capítulo, falamos sobre acidente de trabalho. O que pode provocar
acidentes e como evitá-los. Os perigos e os riscos relacionados ao tipo
de equipamento, velocidade ou forma inadequada de manobrá-lo. A
responsabilidade na condução é fundamental e é por esse motivo que somente
operadores habilitados e treinados devem ser autorizados a conduzir esses
veículos.
LEGISLAÇÃO
S
egurança é um fator básico na operação de equipamentos de
movimentação de cargas. Nesse estudo, o objetivo é associar a segurança
à operação da empilhadeira, desenvolver boas práticas na utilização do
equipamento para realizar um trabalho seguro.

Você sabia?
Existem diversos modelos de empilhadeiras em uso nas empresas.
Considerem as diferenças operacionais, dimensionais e de combustível, bem
como os aspectos ergonômicos, postura, assento, tipo de pneu utilizado e
ambiente de utilização. No Brasil, as capacidades variam entre 1.000 kg a
56.000 kg de capacidade, então se prepare para encarar desafios ao longo
de sua atividade com empilhadeiras. Provavelmente, você terá muito mais
aprendizagem pela frente.

3.1 LEIS DE TRÂNSITO


Buscar a preservação da vida, da saúde e do meio ambiente, e a educação
contínua para o trânsito fazem parte das políticas públicas para o trânsito, que
possuem, ainda, como objetivos prioritários:
a) promover a educação e aumentar a segurança no trânsito;
b) garantir a toda população segurança na mobilidade e acessibilidade, e
qualidade ambiental;
c) promover a comunicação com a sociedade e o exercício da cidadania;
d) o fortalecimento do Sistema Nacional de Trânsito.

Veja Mais

O Código de Trânsito Brasileiro é um instrumento destinado à consulta


frequente de quem deseja um trânsito consciente e seguro. Para assuntos
específicos dessa relação cidadão e trânsito, consulte o texto atualizado da
Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, as resoluções do Contran em vigor e
as portarias do Denatran.

A circulação de uma empilhadeira em via pública depende de adequação às


normas de trânsito, como sinalização adequada, extintor, veículo de apoio para
trânsito de veículo lento, com velocidade inferior a 50% da velocidade da via e CNH
20 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

adequada ao equipamento que estiver operando ou, ainda, de autorização de agente


de fiscalização competente do local de trânsito (BRASIL, 1997).

3.2 AS NORMAS REGULAMENTADORAS


As normas regulamentadoras estabelecem medidas de segurança que devem ser
adotadas pelas empresas. A Norma Regulamentadora nº11 (NR11) regulamenta o
transporte, a movimentação, a armazenagem e o manuseio de materiais.
Segundo Brasil (2004), os equipamentos utilizados na movimentação de materiais,
como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes,
talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes
tipos, devem ser construídos e conservados de modo que ofereçam as necessárias
garantias de resistência e segurança.
Ela também sugere especial atenção para os cabos de aço, cordas, correntes,
roldanas e ganchos, devendo ser inspecionados, permanentemente, substituindo as
suas partes defeituosas.
A norma determina que todo o equipamento tenha a indicação de sua Capacidade
Máxima de Trabalho Permitida (CMTP).
E ainda que, para os equipamentos de transporte, com força motriz própria, o
operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, o habilitando
para a função. Uma vez habilitados para a movimentação de veículos, os operadores
só poderão conduzir o equipamento portando, de modo visível, um crachá de
identificação, com nome e foto, providenciado pelo empregador. Esta identificação
terá validade de 1(um) ano. O operador deverá passar por exame de saúde completo
para a revalidação da identificação.
Os veículos de movimentação de cargas deverão possuir sinal de advertência
sonora (buzina) e sinal luminoso intermitente, luzes frontais e traseiras.

Boas Práticas
Olhar sempre na direção do percurso, conservando boa visibilidade. Tenha
sempre a atenção voltada para os pedestres, outros veículos ou obstáculos no
seu trajeto.

Os equipamentos de transportes industriais são inspecionados permanentemente.


Desse modo, sempre que houver peças defeituosas ou com deficiências, as mesmas
devem ser imediatamente substituídas.
Deve ser feito o controle dos gases tóxicos emitidos por máquinas transportadoras
nos locais fechados ou pouco ventilados para evitar concentrações acima dos limites
permissíveis. Nesses locais, é permitida a utilização de máquinas transportadoras
movidas a motores de combustão interna desde que possuam dispositivos
neutralizadores adequados.
A NR-11 destaca também que para os equipamentos destinados à movimentação
do pessoal serão exigidas condições especiais de segurança (BRASIL, 2004).
A NR-12 indica que, para a realização de trabalhos em altura, com recursos acoplados
às máquinas, é necessário atender ao ANEXO XII - Equipamentos de Guindar para
Elevação de Pessoas e Realização de Trabalho em Altura (BRASIL, 2015b).
Para Brasil (2015c), PTA é o equipamento móvel, autopropelido ou não, dotado
de uma estação de trabalho (cesto ou plataforma) e sustentado em sua base por
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 21
haste metálica (lança) ou tesoura, capaz de erguer-se para atingir ponto ou local de
trabalho elevado (FIGURA 1).

Figura 1: Cesto acoplado


Fonte: SENAI–RS

Você sabia?
Algumas atividades de trabalho em altura eram executadas de forma errada
com o auxílio de uma empilhadeira. Após diversas ocorrências de trabalhadores
que sofreram quedas dos garfos e paletes, as empresas passaram a proibir essa
atividade. Respeite o emprego correto de cada máquina.
É importante que
você saiba executar
os movimentos
A NR 17 trata de elementos de adequação do homem a seu ambiente de trabalho,
corretos para cada
como as recomendações de postura correta, adequações à forma de trabalho contínuo, tipo de trabalho
elevação manual adequada de objetos pesados e outras considerações importantes.
Portanto, conforme Brasil (2007) não se deve manusear materiais acima do peso
compatível com sua estatura ou quando exigir rotação lateral do corpo. Neste caso utilize
equipamentos de movimentação de carga ou solicite ajuda de um colega (FIGURA 2).

Figura 2: Movimentos corporais e forças relacionadas a um trabalho específico


Fonte: SENAI-RS
22 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Fique alerta!
As lesões na coluna, resultantes de levantamentos de pesos, são responsáveis
por quase 12% de todas as lesões industriais e que 85% a 99% de todas as
lesões graves na coluna, particularmente nos níveis da lombar L4 e L5 e ainda
L5/S1. Fonte: (http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/04n2/4n2_ART2.pdf)

Ao movimentar o material, assuma uma posição ergonomicamente correta, e


lembre-se de nunca se projetar para segurar algum material com risco de queda.
Faça os ajustes do assento do operador. A grande maioria das empilhadeiras
possui ajuste de peso do operador (de 70 a 130 kg) para reduzir impactos na coluna,
agravados com utilização de pneus maciços.
Posicione o assento de modo que o volante e os pedais possam ser utilizados
de modo seguro e confortável. Os modelos mais modernos têm ajuste de giro do
assento à direita, facilitando os deslocamentos em marcha ré e ainda ajuste de altura
das alavancas do comando hidráulico (FIGURA 3).

50 90 130kg

50 90 130kg

Figura 3: Alavanca de ajuste


Fonte: SENAI-RS

Recapitulando
Nesse capítulo, estudamos sobre normas e legislação. O que os princípios
da legislação de trânsito brasileira influenciam na condução de veículos
movimentadores de cargas. Também trouxemos trechos da letra da NR-11 e
falamos de pontos das NRs 12 e 17 que influenciam na prática da condução
desses equipamentos.
MEDIDAS DE
SEGURANÇA
T
odas as atividades industriais têm algum perigo ao trabalhador. O risco
existente pode ser minimizado por meio de medidas de controle, como,
por exemplo, as próprias instruções de trabalho. Ou, ainda, Equipamentos
de Proteção Coletiva - EPC como guarda corpos, sistemas de exaustão,
cancelas de bloqueio de circulação de pessoas e os Equipamentos de Proteção -
EPI, que falaremos com mais detalhes a seguir.
Um estudo da Secretaria do Trabalho do Rio Grande do Sul alerta para os
principais acidentes que causam óbitos aos trabalhadores no Estado. Veja o estudo,
conforme Figura 4.

Outros 13,5%

Riscos acidentais à respiração 8,1%

Exposição à corrente elétrica


e a agentes fisícos 16,1%

Exposição a forças
mecânicas inanimadas
30,5%

Quedas 31,8%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Figura 4: Principais acidentes que causam óbitos aos trabalhadores no RS


Fonte: BRASIL, 2008

Conhecendo as formas de atenuar os riscos e respeitando as recomendações dos


fabricantes e obrigações das empresas quanto às regras de segurança e medidas de
proteção, é possível diminuir a ocorrência de acidentes.

Você sabia?
No Brasil, as regras de proteção à saúde e integridade do trabalhador só se
fizeram valer quando tomaram FORÇA DE LEI.
E só em 1943 surge a Consolidação das Leis do Trabalho CLT, sendo o principal
instrumento para regulamentar as relações de trabalho e proteger os
trabalhadores.
Apesar de todas as evoluções que seguiram, desde 1943, somente em 1978
entraram em vigor as Normas Regulamentadoras.
26 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

4.1 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI


Os EPIs são dispositivos ou produtos utilizados pelo trabalhador com o objetivo
de protegê-lo de riscos à segurança e saúde no trabalho. Na atividade do operador
de empilhadeiras, de acordo com os riscos e ambiente, são recomendados os EPIs
apresentados no Quadro 1.

TIPO DE EPI RECOMENDAÇÃO

O operador deve portar óculos,


Óculos de segurança
o acesso de corpos estranhos
incolor ou escuro
ao globo ocular.

Protetor auditivo tipo O operador deve a fazer higiene


inserção ou plug e substituí-lo periodicamente.

Protetor auditivo tipo Utilizar para a proteção de ruído


concha excessivo.

Utilizar em áreas com


Capacete de segurança armazenagem de cargas que
com jugular possam passar na grade de
proteção do operador.

Utilizar calçado com solado


Calçado de segurança antiderrapante, com ou sem
biqueira de proteção.

Luvas de segurança Utilizar no manuseio de


(malha pigmentada) ou cargas. Nunca operar com
Luvas de Vaqueta ou luvas impregnadas de óleo ou
Raspa de couro produtos químicos.

Quadro 1: EPIs
Fonte: SENAI - RS

4.2 PROTEÇÕES EXIGIDAS PARA CADA TIPO DE RISCO


Veja, a seguir, algumas proteções físicas que as empilhadeiras possuem:
a) estrutura de proteção contra capotamento (EPCC ou ROPS conforme
ABNT ISO 3471:2015) - são responsáveis por evitar lesões mais graves ao
operador nos casos de tombamento da empilhadeira. Veja na Figura 5 essa
estrutura de proteção e a grade de proteção de cargas, da qual falaremos
um pouco mais a seguir.
Proteção do operador

Carro porta
garfos

Protetor
de carga

Grade de proteção de carga


Figura 5: Estrutura de proteção contra tombamento e grade de proteção de carga
Fonte: SENAI-RS
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 27
b) grade de proteção - serve para evitar a queda de material transportado
sobre o compartimento do operador.

Fique alerta!
Na iminência de tombamento, nunca salte da máquina, permaneça sempre
dentro da empilhadeira e com o cinto de segurança.

Nunca remova ou altere a altura da grade de proteção. Qualquer alteração


das características originais do equipamento deve ser analisada por responsáveis
técnicos. Adaptações da EPCC para utilizar em estruturas de armazenagem,
como Drive-in ou outro similar, necessitam de estudo e aprovação de profissionais
tecnicamente qualificados.

Casos e relatos
A queda de um conjunto de chapas de MDF, pesando aproximadamente 10
toneladas, matou um operador de empilhadeira, de 35 anos de idade.
O acidente de trabalho aconteceu num depósito na zona norte de Porto Alegre.
Segundo o responsável pelo atendimento, Major do Grupamento de Busca e
Salvamento, dois colegas que trabalhavam com a vítima saíram ilesos.
Ainda de acordo com o Major, o operador estava dentro da empilhadeira
quando viu a carga caindo. Assustado, ele teria corrido em direção ao material,
na tentativa de segurar, o que não foi possível e acabou sendo fatalmente
atingido.

4.3 SEGURANÇA PARA RISCOS MECÂNICOS, ELÉTRICOS


E OUTROS
Os acidentes decorrentes de problemas na armazenagem podem gerar sérios
danos físicos aos trabalhadores, bem como, prejuízo às empresas. Esses acidentes,
muitas vezes, ocorrem por falta de informações, como: natureza da carga (líquidos,
peças pequenas, fragilidade), tempo de permanência na prateleira e o fator de
esmagamento da embalagem.

Boas Práticas
Atenção para a correta distribuição do peso nas embalagens. Não exceder
a largura da embalagem, observar suas avarias, caso haja, não devem ser
movimentadas.

As cargas devem ser compatíveis com a área de armazenagem nas prateleiras,


portanto, as seguintes informações devem ser conhecidas e analisadas:
a) altura x comprimento x profundidade;
b) o centro de gravidade do material embalado/armazenado;
28 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

c) seu peso mínimo e máximo;


d) formato da carga e grau de inclinação;
e) quantidade e tempo de estoque.
Os dispositivos de manuseio podem ser paletes, chanfrados ou não, fabricados
em madeira, plástico, papelão ou alumínio (produtos químicos). Veja alguns exemplos
de paletes (FIGURA 6a e FIGURA 6b):

(a) (b)
Figura 6: (a) palete de madeira (b) palete de plástico
Fonte: SENAI-RS

Esses paletes podem ter duas ou quatro entradas e medir entre 800 mm x 1200
mm ou 1000 x 1200 mm.
Para as caixas metálicas e contentores (FIGURA 7), usadas em manufatura de
peças fundidas, deve-se dar atenção ao fator peso e espaço (distribuição interna/
estabilidade). Podem ser empilhadas, respeitando a altura máxima de empilhamento
de quatro caixas, para os paletes médios e grandes, e de seis caixas, para os
pequenos.

Figura 7: Ccontentores
Fonte: SENAI-RS

Fique alerta!
O operador de empilhadeira é responsável não só por dirigir ou operar a
empilhadeira bem como pela conferência da carga, o carregamento para o
transporte e o descarregamento.
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 29

Recapitulando
Vimos, nesse capítulo, as principais medidas de segurança que são tomadas
para um trabalho seguro na condução de empilhadeiras. Equipamentos de
proteção individual, os dispositivos de segurança da estrutura da empilhadeira
e os cuidados que se deve ter com os dispositivos utilizados na movimentação
e armazenagem das cargas.
PROCEDIMENTOS
EM SITUAÇÃO DE

5
EMERGÊNCIA
A
empresa deve definir qual a metodologia e técnica de análise dos riscos
envolvidos nas atividades, buscando as melhores práticas para execução
do trabalho com segurança. Conforme a convenção 155 da OIT, todo
o trabalhador pode interromper seu trabalho caso seja constatado
evidências de riscos graves e eminentes para segurança e saúde dos trabalhadores
ou de outras pessoas. (SUSSEKIND, 1998).
Nesse sentido, a NR-9 também orienta que o empregador deve garantir que, na
ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de
grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de
imediato as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para
as devidas providências (BRASIL, 2014).
As condições impeditivas para desenvolver estas atividades devem estar
registradas em documento legal conforme código civil brasileiro.
Nos casos de vazamentos de lubrificantes, coletar em recipientes adequados
às normas de meio ambiente. Nunca despejar lubrificantes no solo ou depositá-los
em tambores abertos. Cumprir procedimento de contenção de derramamentos e/ou
vazamentos, estabelecido pela empresa, nos locais de trabalho com a empilhadeira.

Você sabia?
As empilhadeiras possuem 03 tipos de lubrificantes: óleo do motor, óleo do
sistema de transmissão e óleo do sistema hidráulico. Nos casos de vazamentos,
desligar imediatamente o motor, que é a força motriz de todos.

Agora, falaremos de um tipo comum de emergências: os incêndios. É muito


importante ter conhecimento das orientações para o uso de equipamentos de
combate a incêndio para os casos de princípio de incêndio.
Um incêndio se caracteriza pelo tipo de material que entrou em combustão, de
modo que, para extinguir rapidamente o fogo, é necessária a utilização do agente de
extinção adequado para a classe de incêndio que se apresenta, conforme o Quadro 2.
(CONTINUA)

CLASSES DE TIPOS DE EXTINTORES


INCÊNDIOS ÁGUA GÁS ESPUMA PÓ QUÍMICO
PRESSURIZADA CARBONICO SECO
‘’A” SIM NÃO NÃO NÃO
superfície e Excelente eficiência Não tem Insuficiente Não tem
profundidade eficiência eficiência
planas: lixo,
fibras, papéis,
madeiras etc.
32 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
(CONCLUSÃO)

CLASSES DE TIPOS DE EXTINTORES


INCÊNDIOS ÁGUA GÁS ESPUMA PÓ QUÍMICO
PRESSURIZADA CARBONICO SECO
“B” NÃO SIM SIM SIM
superfície Não tem eficiência Boa eficiência Ótima Ótima
querosene: eficiência eficiência
gasolina, óleos, Jogar
tintas, graxa, indiretamente.
gases, etc.
“C” NÃO SIM NÃO SIM
equipamentos Não tem eficiência Ótima Perigoso, Boa eficiência,
elétricos eficiência conduz contudo,
energizados Eletricidade. pode causar
danos em
equipamentos.
“D” NÃO NÃO NÃO SIM
materiais Obs.: poderá ser
pirofóricos: usada água em
motores de carro. último caso (se não
houver PQS)
COMO a) Puxe a trava, a) Retire o a) Vire o a) Puxe
OPERÁ-LOS rompendo o lacre; grampo; aparelho com a trava,
a tampa para rompendo o
b) Aperte o gatilho; b) Aperte o baixo; lacre ou acione
gatilho; a válvula do
c) Dirija o jato à b) Dirija o jato cilindro de gás
base do fogo. c) Dirija o jato à à base do (pressurizável);
base do fogo. fogo.
b) Aperte o
gatilho ou
empunhe
a pistola
difusora;

c) Ataque o
fogo.
EFEITO Resfriamento Abafamento Abafamento e Abafamento
Resfriamento
Quadro 2: Classes de incêndio e agentes extintores mais usados
Fonte: Adaptado de São Paulo, [20--?]

Agentes extintores classe ABC apagam todos os tipos de incêndio em carros com
mais eficiência. Ele é capaz de apagar chamas de até 2 metros em sólidos e 4 metros
em líquidos inflamáveis.

5.1
NOÇÕES SOBRE PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS
SOCORROS
Em caso de lesões, todo o atendimento deve ser realizado por profissionais
capacitados na área da saúde ou resgatista interno treinado, por isso, é importante:
a) saber o telefone ou canal de comunicação com setor de emergência,
informando local da ocorrência, número de vítimas e provável causa da
lesão;
b) solicitar socorro médico com SAMU 192 ou Corpo de Bombeiros 193;
c) conhecer procedimentos para evacuar a área de forma segura e rápida.
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 33

Recapitulando
Depois que você estudou sobre os perigos e riscos da atividade, nesse capítulo,
você viu os procedimentos necessários em situações de emergência. Como
o incêndio é um dos acidentes mais comuns na indústria, foi abordado esse
tema nesse capítulo. E, ainda, você pode ter uma noção de quais os primeiros
socorros que o operador de empilhadeira pode prestar.
A EMPILHADEIRA
– MODELOS E
COMPONENTES
H
á vários modelos de empilhadeiras utilizados nas empresas. O operador
deve possuir conhecimento e treinamento para realizar as atividades com
segurança e, quando houver dúvidas, ele deve questionar seus líderes
ou colegas de trabalho.
Agora, falaremos dos sistemas de alimentação, comandos hidráulicos e sistemas
de transmissão de força, bem como, a simbologia indicativa de falha das empilhadeiras.

6.1 TIPOS DE EMPILHADEIRAS


O sistema de alimentação das empilhadeiras é definido pela atividade. No Quadro
3, veremos as características e a aplicação de alguns modelos.

CLASSIFICAÇÃO APLICAÇÃO
Empilhadeira Combustão Gás Entre os motores a combustão, o GLP emite menos
Liquefeito de Petróleo – GLP poluentes, como o monóxido de carbono (CO), e são
recomendados para áreas internas com renovação de ar
ou áreas externas.
Empilhadeira Elétrica por São adequadas para as áreas internas da fábrica e
Bateria Tracionaria obrigatórias em áreas de alimentos, câmeras frias e
indústrias farmacêuticas.
Empilhadeiras Combustão O motor a combustão diesel emite mais poluentes, como
Diesel o monóxido de carbono. Por esse motivo são sempre
recomendadas para áreas externas.
Os pneus têm maior adaptação em diferentes tipos de
pisos e rampas com pouca inclinação, em torno de 15°.
Empilhadeiras Combustão Também chamadas de Reach Stacker, são usadas para
para Container empilhamento, carga e descarga de container de veículos
de transporte em terminais marítimos. Suportam até 56,0
toneladas e trabalham com motor a diesel.
Quadro 3: Características e a aplicação e modelos de empilhadeiras
Fonte: SENAI-RS

Boas Práticas
Para desenvolver destreza necessária à operação segura e eficiente, um
operador deve familiarizar-se com o equipamento, conhecer suas funções e
limitações, o ambiente de trabalho e os tipos de embalagens ou cargas a serem
manuseadas.

Agora, falaremos um pouco mais sobre dois dos modelos mais utilizados na
indústria.
36 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

6.1.1 Empilhadeiras a Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)


Esse sistema de alimentação por GLP é diferenciado dos veículos normais. Há
diferenças importantes que os operadores desses equipamentos devem saber,
conforme mostra o Quadro 4.

Componentes Função/Riscos
Cilindro P20 e Conexão para a mangueira Armazenagem de 20 kg de GLP. Na parte
inferior, o pescador faz a captação do
gás em estado líquido, transferindo para
o registro de saída, onde atuarão os dois
êmbolos.
A falta ou dano do anel de vedação na parte
interna da conexão pode gerar vazamento
de GLP. Certifique-se de que o anel de
vedação esteja em bom estado, bem como
a fixação no registro do cilindro e posição do
cilindro. Obs.: Nos casos de emergências,
fechar o registro sentido horário.
Eletroválvula e chave seletora para A transferência de GLP do cilindro P20 para
segurança do sistema GLP o redutor/vaporizador ocorre somente com
corrente elétrica (chave ligada).
Evita a passagem de GLP sem o motor estar
GAS
R
funcionando, o que ocasionaria um acúmulo
de gás e possível vazamento dentro do
compartimento do motor, possibilitando
incêndio.
Alguns modelos possuem chave seletora
da eletroválvula do GLP ou Gasolina,
impedindo o funcionamento do motor se não
estiver na posição correta.
Redutor /Vaporizador Para um funcionamento seguro e eficiente,
todos os modelos de empilhadeiras com
esse combustível possuem esse redutor
vaporizador de GLP (reduz a pressão
cerca de seis vezes em relação à saída do
cilindro).
A vaporização do GLP ocorre por meio da
circulação de água quente (oriunda do bloco
do motor).
Na parte inferior possui um dreno para a
limpeza do Metil-Mercaptan, substância
existente no GLP para identificar possíveis
vazamentos pelo odor característico.
(Enxofre Mercaptideo)
Quadro 4: Componentes de Funções das empilhadeiras a GLP
Fonte: SENAI-RS

Boas Práticas
Em ambientes fechados e pouco ventilados, o operador deve evitar motores à
combustão, devido ao acúmulo de gases provenientes da queima incompleta
no motor. O motor que utiliza GLP é o menos poluente.

Considerações importantes sobre o GLP, cuidados e riscos:


a) utilizar óculos e luvas de segurança, evitando o risco de queimaduras em
caso de vazamentos do GLP;
b) estar em ambiente ventilado e sem a presença de chamas ou fagulhas;
c) verificar se não há vazamentos na saída do cilindro (GLP em estado líquido);
d) verificar se o anel de vedação, no embolo de liberação do GLP, está na
posição correta.
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 37
Caso o motor não funcione:
a) verificar se a eletro válvula está na posição para GLP;
b) verificar se tem gás no cilindro, pelo marcador ou peso;
c) verificar se o registro do cilindro do GLP está na posição aberto;
d) remover a conexão da mangueira ao cilindro, verificar quantos anéis de
vedação estão dentro da conexão e abrir o registro;
e) não tente fazer ajustes ou colocar água quente no redutor/vaporizador, nem
adicionar combustíveis para dar ignição;
f) a insistência em fazer o motor funcionar pode descarregar a bateria ou
danificar o motor de partida.
Se após as ações citadas acima o motor não funcionar, chame o mecânico.

Veja Mais

O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), em condições normais de temperatura e


pressão, apresenta-se no estado gasoso. Quando armazenado em cilindros
P20, sua pressão está em torno de 18bar (260 psi), e passa para estado
líquido e temperatura negativa. Por motivo de segurança, a captação do GLP
é realizada na forma líquida por um pescador interno.

Em caso de vazamentos, o contato com a pele pode provocar queimaduras.


Utilize luvas e óculos para manusear e sempre realize a troca do cilindro com auxílio
de um colega.

6.1.2 Empilhadeiras a baterias tracionárias


Como utiliza baterias na sua alimentação, esse modelo de empilhadeira é muito
utilizado em locais fechados. Vejamos na Figura 8 alguns componentes.

1
2 1 Reservatório Água destilada
3 ou deionizada;

2 Registros de Saída de Água;


7
3 Carregadores da Bateria;
4 6
4 Nipple da Mangueira;
5
5 Engate Rápido (macho/fêmea);

6 Válvula de Enchimento;
Suporte para altura mínima de
7 1,5 metros;

Figura 8: Componentes de baterias tracionárias


Fonte: SENAI-RS
38 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Cuidados que se deve ter com a recarga:


a) o excesso ou falta de água destilada ou deionizada pode causar risco e
danos;
b) saber a tensão (volts) 24v, 36v, 48v e corrente (Amper) 224 Ah, 320Ah,
560Ah da bateria;
c) travar a bateria nos roletes ou no carro de transporte.

Boas Práticas
Não fume e não permita que outros fumem nas áreas nas quais se carregam as
baterias ou onde os combustíveis e outros inflamáveis são usados ou estocados,
bem como enquanto se opera a empilhadeira.

A perda da capacidade e rendimento da bateria ocorre quando a bateria


descarrega, pois ela transforma quimicamente o material ativo em sulfato de chumbo
e, caso ela não seja recarregada novamente, em tempo adequado, esse material
cristaliza impossibilitando torná-lo ativo novamente. A bateria só deve entrar em
operação quando estiver plenamente recarregada.
As baterias possuem risco de explosão, pois o superaquecimento interno do ácido
sulfúrico produz gás hidrogênio, que é explosivo. Por exemplo, um elemento chumbo
ácido, quando em carga, decompõe 0,34g de água para cada 1(um) Ah de corrente
de carga, produzindo 0,42 litros de gás hidrogênio.
Esse volume deve ser diluído com 11(onze) litros de ar para perder sua propriedade
explosiva. Assim, considera-se a sala de baterias suficientemente ventilada se existir
troca de ar.
É importante que o operador do equipamento conheça o peso da bateria, bem
como esteja atento aos procedimentos de manutenção básica e uso de EPIs no
manuseio da reposição de água.

Você sabia?
O baixo custo operacional e isenção de poluentes no funcionamento dos
motores contribuem para o aumento da frota de empilhadeiras com sistema
de alimentação por baterias, ditas elétricas.

6.2 COMPONENTES DAS EMPILHADEIRAS


Independentemente do modelo de empilhadeira, alguns componentes são comuns
e merecem atenção do operador. Vejamos agora alguns desses componentes.
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 39
Cilindros de
Sistema hidráulico elevação
É a tomada de força que
aciona a bomba hidráulica,
proporcionando pressão
ao óleo hidráulico que
Quadro
aciona o cilindro de interno
elevação, deslocando a da torre
mesa com as roldanas de
apoio das correntes.

Correntes de elevação Corrente de


A elevação dos garfos ocorre pelo movimento das elevação
correntes, que são fixas no conjunto da torre, passando
sobre as roldanas e fixadas no conjunto móvel de Quadro
elevação, que realiza a elevação pelos rolamentos de externo
da torre
encosto, na parte interna da torre.
Durante o ajuste das correntes, o conjunto dos garfos Âncoras das
deve ser apoiado e a alavanca de comando bloqueada. corrente
(fixam a
As correntes devem ter o mesmo ajuste, evitando esforço corrente no
em pontos como pinos, elos e roldanas. quadro)

Garfos de elevação Travas


Os garfos são construídos em material
específico para sustentação de carga e Olhal ou Garra Costas
ensaios de resistência e segurança. É o local
em que a carga é apoiada integralmente.
São responsáveis pelo contato com a carga
e eventualmente com o solo.
Suas dimensões (largura e espessura) Lâmina de Carga
definem a capacidade de elevação.
Ponta
Seus ajustes de abertura e fechamento são
manuais, liberando os pinos de travamento. Chanfro Cotovelo

Contrapeso e Centro de Carga


Faz relação de peso da carga e contrapeso da máquina, respeitando as
distâncias de afastamento do ponto de equilíbrio, alterando a
capacidade da máquina.

Material rodante
Os pneumáticos (com
pressão de ar) ou
superelásticos (maciços) são
responsáveis em sustentar o Câmara de ar
peso da empilhadeira, da carga
e o deslocamento da máquina
no piso. Suas dimensões de
largura e quantidade também são
responsáveis pelo dimensionamento
da capacidade da máquina e
limitações de altura de elevação. Borracha Maciça

Figura 9: Aplicações dos conjuntos das empilhadeiras


Fonte: SENAI-RS
40 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

6.2.1 Alavancas de câmbio e reversão


Dispositivo que serve para mudança de sentido de direção do veículo. O
sentido em que a alavanca deve ser posicionada consta em plaquetas fixadas
na empilhadeira. Nunca mude a alavanca para ré se a empilhadeira (inclusive a
elétrica) estiver em movimento.

Fique alerta!
Para realizar uma inversão de marcha, pare completamente o veículo; nas
empilhadeiras com câmbio hidramático, avaria a transmissão.

6.2.2 Chave de contato


A chave de contato não deve ser forçada. Uma das primeiras providências que
o operador deve tomar, nos casos de emergência, é desligar a chave, assim toda a
parte elétrica da máquina desliga também.
A máquina não deve ficar ligada sem que o operador esteja na sua posição.
Atualmente, há alguns modelos que são equipados com sensor de peso no
banco do operador, bloqueios por senha ou sensores de aproximação, para que o
equipamento não fique ligado caso o operador não esteja dentro, reduzindo, assim,
o risco de acidentes.

6.2.3 Freio de estacionamento


Deve ser acionado sempre que o equipamento estiver parado. Alguns modelos
possuem lâmpada indicadora no painel ou sinal sonoro, alertando para o acionamento
do freio ao descer da empilhadeira.

Fique alerta!
O freio de estacionamento também deve ser acionado quando um pedestre
se aproximar, ao parar em terrenos desnivelados ou para substituir o pedal de
freio em caso de uma eventual falha.

6.2.4 Pedais e sistemas de freios


São dispositivos que auxiliam no comando do veículo nas operações de
movimentação, deslocamento, redução da velocidade, bem como nas paradas.
Poucas máquinas possuem câmbios com marchas e sistema de embreagem; quando
for o caso dessas máquinas, devemos agir como nos automóveis (pé esquerdo na
embreagem, pé direito no freio e acelerador). No sistema de câmbio hidramático, o
funcionamento ocorre da seguinte forma:
a) pé esquerdo para acionar o freio das rodas ou o freio de aproximação,
que realiza uma parada mais suave (maior sensibilidade para evitar
freada brusca).
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 41
b) pé direito para aceleração do motor, quando aumenta a rotação do motor,
a bomba hidráulica aumenta junto, proporcionando uma maior pressão de
óleo, o que significa mais força para elevar o cilindro de elevação. Veja, na
Figura 10, o posicionamento dos pedais:

Frente
C

A B D E B

Ré D A B

A C D E C
Pedais de acionamento:
A - pedal do D - pedal do
inching / freio inching / freio A - Freio de Aproximação C - Acelerador
B - monotrol E - pedal do freio ( Serviço ) D - Freio estacionário
C - pedal do B - Freio das Rodas ( alguns modelos)
acelerador ( emergência ou rampas )

Figura 10: Pedais


Fonte: SENAI-RS

No Sistema de Transmissão, a pressão de óleo acopla o pacote de discos, que


acionam o pinhão e a coroa, proporcionando movimentos à frente ou ré. Não realizar
inversão sem parar a empilhadeira.

Boas Práticas
Jamais dirija com as mãos ou com o solado dos sapatos molhados ou sujos de
graxa ou óleo.

6.2.5 Painel de Instrumentos


É no painel de leitura que o operador acompanha o registro dos principais pontos
de funcionamento da empilhadeira. Por esse motivo, o operador deve estar atento
a todas as indicações do painel, e sempre que ele alertar para alguma falha, o
equipamento deve ser levado à oficina de manutenção.
Os instrumentos de leitura variam de acordo com o modelo e o fabricante, porém,
o painel de instrumentos possui indicações gerais, como mostra a Figura 11.

+ STOP ! !

Figura 11: Painel de Instrumentos


Fonte: SENAI-RS
42 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

No Quadro 5, segue o detalhamento do Painel de Instrumentos.


(CONTINUA)

SÍMBOLO DESCRIÇÃO
1. Sistema elétrico – tem como função informar ao operador quando o
+ sistema elétrico não estiver gerando carga para bateria.

2. Pressão do óleo do motor – indica deficiência na lubrificação interna


do motor.

3. Temperatura do líquido de arrefecimento do motor – indica falha


no sistema de arrefecimento, elevando a temperatura do motor que
ultrapassam os níveis recomendados pelo fabricante.

4. Pressão do fluido de transmissão – alerta para a variação na pressão


do sistema de transmissão fora dos níveis recomendados pelo fabricante.

5. Temperatura do fluido de transmissão – indica a elevação da


temperatura do fluido de transmissão, ultrapassando os níveis
recomendados pelo fabricante.

6. Freio estacionamento – indica que o freio de estacionamento está

P acionado.

7. Aviso do arranque frio (diesel) – indica que o motor de arranque está


frio para a partida do motor.

8. Filtro de ar do motor – Alarma quando o filtro de ar do motor está


obstruído.

9. Nível do líquido de arrefecimento – informa quando o nível do líquido


de arrefecimento do motor está abaixo dos níveis recomendados pelo
fabricante.

10. Alerta do cinto de segurança / alarme sonoro – o alarme soa sempre


que o equipamento estiver ligado e o cinto de segurança não estiver
travado.

11. Presença de água no filtro do combustível (diesel). A água deverá ser


drenada por meio de um plug de dreno no filtro separador.

12. Indicador de combustível na reserva - indica quando a quantidade de


combustível está em 10% da capacidade total do reservatório.

13. Indica quando o motor está parado.


STOP

14. Pressão do freio - indica quando o sistema de freio sofre uma queda
de pressão.

15. Falha no sistema de freio - indica a presença de anomalia no sistema

! de freio. A depender do modelo-fabricante do equipamento, pode indicar


também o acionamento do freio de estacionamento.
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 43
(CONCLUSÃO)
SÍMBOLO DESCRIÇÃO
16. Falha no sistema de transmissão – alerta para a presença de

! anomalia no sistema de transmissão.

17. Horímetro – o instrumento contabiliza as horas a partir do momento


em que o motor é ligado. Tem a função de indicar a quantidade de horas
trabalhadas pela máquina, para facilitar o controle de manutenção e
produção do equipamento. O último algarismo do Horímetro informa
os décimos de horas trabalhadas, o que significa que para cada dígito
devemos considerar seis minutos.
Quadro 5: Detalhamento do Painel de Instrumentos
Fonte: SENAI - RS

Na Figura 12, temos exemplos de outros indicadores.

9 10 11
8 12
13
7

6
7A
5
!

4 7B

3A
1
2

1 Chaves de contato / ignição 7A Alavanca de marchas (sist. manual)


2 Pedal do acelerador 7B Alavanca do reversor frente / ré
3 Pedal freio / aproximação (sist. automático) 8 Volante da direção
3A Pedal da embreagem (manual) 9 Buzina
4 Botão do afogador (gasolina) 10 Alavanca da seta direciona
5 Interruptor das luzes 11 Painel de instrumentos
6 Alavanca do freio de estacionamento 12 Alavanca de controle de elevanção
7 Alavanca do reversor frente / ré (sist. automático) 13 Alavanca do controle de inclinação

1 2 3 4 5 6 7 8

9 10 11

1 Horímetro 7 Lâmpada da temperatura do óleo do conversor


2 Indicador de temperatura da água de torque
3 Indicador do nível de combustível 8 Lâmpada do sedimentador (motor diesel)

4 Lâmpada da feia de ignição (motor diesel) 9 Lâmpada de aviso de obstrução do filtro de ar

5 Lâmpada de pressão do óleo do motor 10 Lâmpada de aviso do nível de fluído do freio

6 Lâmpada de carga da bateria 11 Lâmpada de aviso do nível de liquido refrigerante

Figura 12: Exemplos de outros indicadores


Fonte: SENAI-RS
44 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Boas Práticas
Para desenvolver destreza necessária à operação segura e eficiente, um
operador deve familiarizar-se com o equipamento, conhecer suas funções e
limitações, o ambiente de trabalho e os tipos de embalagens ou cargas a serem
manuseadas.

6.2.6 Motor
É o conjunto de força motriz do veículo que também movimenta as bombas
hidráulicas e o câmbio mecânico ou hidramático. As empilhadeiras podem ser
equipadas com motores automotivos, com motorização 2.0, 2.2, 2.4 ou 4.3V6,
adaptados para uso industrial.
O funcionamento do motor é vital para a operação da empilhadeira. As etapas do
motor são (FIGURA 13):
a) admissão – a árvore de manivela gira cerca de 180º, deslocando o Pistão do
Ponto Morto Superior (PMS) para o Ponto Morto Inferior (PMI). Nos motores
à combustão gasolina ou GLP, a abertura da(s) válvula(s) de admissão
permite a entrada de ar e combustível; no motor diesel entra apenas o ar;
b) compressão – a árvore gira novamente mais 180º, deslocando o Pistão
do PMI para o PMS, reduzindo o espaço em que se encontrava o ar e
combustível ou somente o ar, elevando a temperatura interna;
c) combustão – no momento do PMS, nos motores à gasolina e GLP, acontece
a ignição da vela, e nos motores diesel, acontece a injeção do combustível,
ocorrendo a combustão que empurra o pistão novamente para o PMI. Esse
é o momento produtivo do motor;
d) descarga – novamente ocorre mais um giro da árvore de manivelas, elevando
o pistão do PMI para o PMS; nesse momento, abre-se a(s) válvula(s) de
descarga, liberando a saída dos gases provenientes da combustão.

6.2.7 04 Elementos do Motor: Ar, Combustível, Água e Óleo


Lubrificante.

A - ADMISSÃO B - COMPRESSÃO C - EXPLOSÃO D - ESCAPAMENTO

Figura 13: Etapas do motor


Fonte: SENAI-RS
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 45
6.2.8 Filtro de ar para o motor
Todos os motores à combustão consomem grande quantidade de ar, que deve ser
isento de impurezas, pois são prejudiciais ao funcionamento do motor. No filtro, são
retidas as impurezas antes de chegar ao carburador. O motor nunca deve trabalhar
sem a mangueira do filtro de ar.
O elemento filtrante deve ser limpo conforme recomendações do fabricante e área
de trabalho da máquina. Recomenda-se pressão inferior a 5 bar e linha com filtro de
umidade, soprando de dentro para fora. Não obstruir a entrada de ar para o sistema
de alimentação localizado na coluna da EPCC.

6.2.9 Sistema de arrefecimento do motor


A circulação de líquido refrigerante do motor tem a função de manter a temperatura
adequada para o funcionamento ideal do motor e também a vaporização do GLP
no redutor vaporizador. O operador deve verificar diariamente o nível de água no
reservatório de expansão ou, se for o caso, direto no radiador, cuidando para não
remover a tampa com a temperatura elevada, sob o risco de ocorrer queimadura.
A colmeia do radiador também deve ser verificada e limpa com pressão de ar
comprimido, a fim de remover materiais que impeçam a circulação do ar e resfriamento
do líquido refrigerante.

Fique alerta!
Não remova a tampa do radiador com a temperatura elevada, pois há o risco
de queimaduras pelo vapor de água aquecida. Resfrie com água fria e utilize
um pano úmido. Esteja sempre com EPIs adequados.

6.2.10 Direção
O controle direcional da empilhadeira ocorre no eixo traseiro, permitindo à
empilhadeira uma menor área de manobra. O acionamento é pelo sistema hidráulico,
reduzindo significativamente o esforço físico para manobra, porém, não há realização
de movimentos sem o motor estar em funcionamento para acionar a bomba hidráulica.
Os movimentos à esquerda e à direita devem ser realizados normalmente,
mudando o ponto de referência nas manobras, que passam a ser a aproximação da
roda dianteira com o lado pretendido para girar, ou seja, não devemos realizar curvas
abertas, sob o risco de colidir o contrapeso da máquina com alguma parede, carga
ou equipamento.
O volante deve ser mantido limpo, evitando esforços que possam danificá-lo, por
exemplo, a realização de giro do volante com a empilhadeira parada, bem como a
tração desnecessária em utilizá-lo como apoio para subir na empilhadeira.
Muitos equipamentos possuem ajuste de altura do volante, tornando mais
confortável a postura do operador. Normalmente, a operação da empilhadeira é
realizada apenas com a mão esquerda no volante; alguns modelos possuem uma
manopla de apoio da mão esquerda, pois a mão direita irá acionar as alavancas dos
comandos hidráulicos.
46 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Boas Práticas
Evite girar o volante com a máquina parada. Utilize a mão esquerda para
manuseio e apoie na manopla. Utilize sempre as alças de apoio para subir na
empilhadeira, não se apoie no volante.

6.2.11 Pneus (pneumático ou superelásticos)


São componentes sobre os quais se movimenta o veículo, podendo ser maciços
ou com pressão de ar, variando a pressão de ar conforme dimensões e capacidade,
normalmente, entre 80 ou 100 libras ou 5 a 7 bar (pneu traseiro) e 100 ou 120 libras
ou 7 a 8 bar (pneu dianteiro).
Os pneus maciços são adequados em ambientes que possuem piso nivelado e
área sujeita a provocar cortes ou furos, por exemplo, cavacos de usinagem, cacos de
vidro, materiais perfurantes.
É inconveniente trabalhar com pneus maciços em área de calçamento irregulares
ou locais de terreno não compactado, pois o perfil é mais baixo, permitindo com
facilidade o afundamento no solo e o apoio do chassi ou torre da máquina no solo,
impedindo a tração e deslocamento da empilhadeira. Os equipamentos com esse
tipo de pneu devem ter o assento em boas condições e com regulagem de peso,
reduzindo o impacto provocado à coluna do operador, pois não há amortecimento na
máquina.
Com os pneumáticos, à pressão de ar, devemos ter cuidado com a limpeza do
local de trabalho, evitando o esvaziamento repentino do ar em caso de corte ou furo,
pois se agrava o risco de perda de estabilidade e tombamento lateral, caso o garfo
esteja elevado e com carga.
Para esse tipo de pneu deve ser observado o risco de retirá-lo com ar. É
necessário, primeiro, esvaziar o pneu antes de removê-lo da máquina, pois o aro
pode ser bipartido (possuir duas metades).

Fique alerta!
Uma desmontagem errada da sequência dos parafusos pode causar a
separação do aro, atingindo fatalmente a pessoa que está desmontando o
pneu. Recomenda-se a desmontagem dentro de uma gaiola de segurança.

6.2.12 Sistemas e equipamentos hidráulicos


Esse tipo de sistema é movimentado pela pressão do óleo hidráulico. Proporciona
movimento ao cilindro de elevação, de inclinação e deslocador lateral, que são
responsáveis pelo deslocamento da carga, movimenta ainda o sistema de direção da
empilhadeira. Veja os seus itens:
a) reservatório hidráulico - dimensionado com capacidade de duas a três
vezes a vazão da bomba hidráulica, permitindo assim o resfriamento do
óleo que circula e a decantação de sujeira para ser retida no filtro (média de
capacidade 50 litros de óleo hidráulico), sua substituição deve ocorrer com
2.000 horas de trabalho;
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 47
b) bomba de engrenagem/mangueiras hidráulicas - comprime o óleo hidráulico
por pressões médias de 3.000 psi ou 200 bar. O fator de segurança para
ruptura da mangueira é de 8 (oito) vezes a carga de trabalho. O acionamento
curto da alavanca com rotação alta aumenta a pressão interna, provocando
danos à bomba ou mangueiras;

Fique alerta!
As fugas de fluidos hidráulicos podem penetrar na pele e causar ferimentos
sérios, nunca aproxime a mão para procurar possíveis vazamentos.
Não identificar vazamentos com sistema pressurizado e sem proteção
adequada.

c) cilindros hidráulicos -compostos de ações simples ou dupla, construídos por


tubos de aço, com pistão e haste, evitar contatos com produtos de limpeza
agressivos e possíveis sinais de vazamentos de óleo hidráulico, caso
identifique, deve-se parar a empilhadeira e acionar equipe de manutenção
e supervisão.
No Quadro 6, veja a conversão das unidades de pressão.

bar psi Kgf/cm2 kPa


1 bar - 14,5 1,02 100
1 psi 0,07 - 0,07 6,89
1 Kgf/cm 2
0,98 14,22 - 98,06
1 kPa 0,01 0,14 0,01 -
Quadro 6: Conversão de unidades de pressão
Fonte: SENAI-RS

Recapitulando
Nesse capítulo, o aluno conheceu os modelos de empilhadeiras de acordo
com o seu combustível, como: gasolina, GLP, diesel e por bateria tracionária.
Também viu a aplicação de cada uma delas em seus ambientes. Por serem
mais utilizadas, foi dada ênfase, nesse capítulo, para as empilhadeiras a GLP e
a bateria, seus componentes, cuidados e riscos.
TÉCNICAS
SEGURAS NA
OPERAÇÃO DA
EMPILHADEIRA

7
A
s empilhadeiras são veículos utilizados para transporte e movimentação
de cargas, no sentido vertical ou horizontal, atendendo os mais variados
ramos econômicos. Seu custo e manutenção são elevados, de modo que
o operador deve zelar por esse patrimônio. Veja agora algumas práticas
seguras para operar esse equipamento. A estabilidade da
empilhadeira pode
ser influenciada por
7.1 PONTO DE EQUILÍBRIO DA EMPILHADEIRA, CARGA, piso irregular, forma
DESCARGA, EMPILHAMENTO, TRANSPORTE DE DIVERSOS de armazenagem,
MATERIAIS velocidade de
deslocamento
A carga sobre os garfos deverá ser equilibrada por um contrapeso na outra e manobras
extremidade, visto que o princípio de funcionamento das empilhadeiras é semelhante direcionais.
ao das gangorras, com o equilíbrio entre os pesos das extremidades, cria-se um
centro de apoio. Veja a Figura 14.

Figura 14: Ponto de equilíbrio da empilhadeira


Fonte: SENAI-RS
50 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

A estabilidade da empilhadeira pode ser influenciada por piso irregular, forma de


armazenagem, velocidade de deslocamento e manobras direcionais.
Manobras direcionais bruscas contribuem para o tombamento da carga ou
da própria máquina, devido à alteração do chamado “triângulo da estabilidade”
(FIGURA 15).

Figura 15: Triângulo da estabilidade


Fonte: SENAI-RS

Toda a empilhadeira possui um centro de carga e de gravidade em torno de 500


mm ou 600 mm (FIGURA 16). Considerem a altura da grade de proteção da carga
como referência do fabricante para limite de altura e segurança do operador.

MODELO N°:
Maste Vertical
N° DE SÉRIE: AF17DT0394 ALTURA A
MÁXIMA
TIPO: DE GARFO
mm
ACESSÓRIOS: 4790
pol
CAPACIDADE: 188 A B

A - CENTRO DE CARGA B - COMPENSAÇÃO CAPACIDADE


mm pol mm pol kg Ibs
600 24 0 0 1800 3950

Figura 16: Especificações do equipamento


Fonte: SENAI-RS

Fique alerta!
A altura de elevação dos garfos, o desnível do piso e manobras bruscas podem
tombar a empilhadeira. Respeite seus limites e centralização da carga, e avalie
o local de trabalho.

7.2
COMANDOS, TABELAS DE CARGA, ÂNGULOS,
DEFORMAÇÕES EM EQUIPAMENTOS
Toda a empilhadeira possui placa indicativa de capacidade, variando o centro de
carga (cg) e a altura de elevação. As informações do fabricante orientam sobre a
bitola do pneu dianteiro, o uso de acessórios, como deslocador lateral e outros.
Na Figura 17, temos exemplos de informações de Centro de Carga.

Tabela de carga para empilhadeira de 2500kg


2500
Capacidade - Quilos

Kg Gráfico de Carga
Capacidade de Carga

2000 mm WAST
2000
2500 4000 mm WAST
4500 mm WAST
2000
1500 5000 mm WAST
1500
1000 6000 mm WAST
1000 500
mm
500 600 700 800 900 1000 1100 1200

Centro de carga - milímetros 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400

( distância da face de encosto dos garfos Centro de carga


ao centro de gravidade da carga )

Figura 17: Modelo de Gráficos de Carga


Fonte: SENAI-RS
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 51
A ação telescópica dos cilindros é comandada por alavancas, compostas de válvulas
de controle, localizadas no circuito hidráulico principal da máquina. Assim, controlam a
elevação e inclinação da coluna em até quatro posições durante as operações.
As alavancas de comando (FIGURA 18) estão localizadas no lado direito
do operador. Seu acionamento ocorre por meio do posicionamento: para traz e
para frente.

15°

Figura 18: Alavancas de comando


Fonte: SENAI - RS

As funções executadas pelo comando são: elevação do garfo, inclinação da torre


e deslocador lateral do conjunto dos garfos e outros acessórios. Na Figura 19, são
apresentadas ilustrações de algumas funções.

leventar garfo abaixar garfo inclinar garfo inclinar garfo para trás
para frente

deslocamento lateral deslocamento lateral movimento de movimento de garfo


do garfo a esquerda do garfo a direita garfo para direita para esquerda

limitador de garfo limitador de garfo fechar travessa abrir travessa


para frente para trás de garfo de garfo

empurrar carga puxar carga movimento da alavanca


do garfo no garfo

Figura 19: Funções dos comandos


Fonte: SENAI-RS
52 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Boas Práticas
Não fazer brincadeiras ou assustar colegas. Em alguns locais, a distância de
trabalho entre a empilhadeira e o pedestre é pequena. Por isso, todos devem
trabalhar com cuidado, uma vez que é muito fácil da roda traseira ou os garfos
atingirem o pé ou a perna de um pedestre.

7.3
PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO, REGULAGEM E
MANUTENÇÃO COM SEGURANÇA
O operador também é responsável pela manutenção de sua máquina.
Diferentemente do mecânico e do eletricista, ele não utilizará ferramentas, mas terá
que tomar medidas que visam a conservação de seu equipamento. São elas:
d) remover a chave da ignição;
e) calçar rodas;
f) identificar, com etiqueta, o serviço realizado e o profissional responsável;
g) utilizar calços de apoio às partes móveis ou com risco de queda;
h) disponibilizar bandeja de contenção para possíveis derramamentos de
lubrificantes.

Boas Práticas
Antes de operar qualquer tipo de empilhadeira, faça a revisão diária. Tenha
um check-list: teste a buzina, freios de serviço e de estacionamento, direção,
alavancas de elevação e inclinação e alavancas direcionais. Qualquer
irregularidade informe a supervisão e a manutenção, e documente o ocorrido.

Todos os equipamentos necessitam de revisões periódicas, que asseguram a


maior durabilidade e segurança dos equipamentos. Para isso existem sugestões de
programas de manutenção, algumas realizadas pelo próprio operador e outras por
profissionais tecnicamente qualificados (estimativa de 10 horas do horímetro = 300
Km). Veja o Quadro 7.
(CONTINUA)

ITEM OBSERVAÇÕES
1. Nível do líquido de Verificar nível do tanque de expansão; se
arrefecimento (ou refrigerante) do necessário remover a tampa, primeiro aliviar a
motor pressão.
2. Condições do filtro do ar Se necessário, remover o filtro e realizar limpeza
com bico de ar com pressão 5 bar.
3. Nível do óleo do motor Ver marcadores na vareta (trocar em média a cada
250 horas).
4. Nível do óleo hidráulico Ver marcadores na vareta (trocar em média a cada
2.000 horas).
5. Pressão dos pneus e parafusos Pneumático entre 80 e 120 libras, verificar manual
das rodas do fabricante.
6. Painel de instrumentos Conhecer e identificar funções.
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 53
(CONCLUSÃO)

ITEM OBSERVAÇÕES
7. Testar o conjunto hidráulico: Funcionamento normal, sem vazamentos ou ruídos;
elevação, inclinação, deslocar avalie o tensionamento das correntes, alinhamento
lateral e direção. ou desgaste dos garfos.
8. Testar o movimento da Deslocamento à frente e ré, testar o freio das rodas
empilhadeira e freio estacionário.
9. Avaliar estado geral da máquina Condições da pintura, assento do operador,
plataforma de trabalho isenta de óleo.
10. Nível do óleo do Hidramático Ver nível da vareta localizada abaixo dos pedais;
(transmissão) alguns modelos têm indicação para verificar com o
motor ligado e óleo quente.
11. Empilhadeiras elétricas Revisar cabos de bateria.
Quadro 7: Revisão diária
Fonte: SENAI-RS

Boas Práticas
Siga um programa de manutenção e lubrificação previamente planejado. Todos
os ajustes e reparos devem ser efetuados por pessoal treinado e autorizado.

7.4 SISTEMA DE BLOQUEIO DE FUNCIONAMENTO DA


EMPILHADEIRA DURANTE OPERAÇÕES DE INSPEÇÃO,
LIMPEZA, LUBRIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO
Nessas atividades, serão necessárias medidas de segurança como:
a) remoção da chave de ignição da empilhadeira, calço tipo cunha para as
rodas;
b) etiquetas de identificação do serviço realizado e quem deve liberar a
operação;
c) bloqueios por meio de cadeados ou outros meios que impeçam o
funcionamento durante as atividades de inspeção ou manutenção.

Boas Práticas
Todos os equipamentos de transporte e movimentação serão
permanentemente inspecionados por seus operadores, e as peças defeituosas,
ou que apresentam deficiências, deverão ser imediatamente substituídas.
Os equipamentos deverão ter manutenção preventiva realizada por pessoal
qualificado, conforme as recomendações do fabricante e as melhores práticas.

Recapitulando
Agora conhecemos os comandos operacionais para funções de elevação,
inclinação, deslocador lateral dos garfos e outros acessórios. Identificamos na
máquina o conjunto de elevação formado por sistema hidráulico, correntes,
torre, rolamentos internos e suporte dos garfos.
Interpretamos a simbologia existente nos painéis das máquinas e sua
importância no funcionamento dos conjuntos de motor, sistema elétrico,
hidráulico e de transmissão.
OPERADOR DE
EMPILHADEIRAS
– PRÁTICA

8
SEGURA
O
objetivo do manual é transmitir ao profissional da área de movimentação
de cargas noções técnicas corretas de operação e o risco de uma
operação errada, conhecimentos básicos sobre funções hidráulicas e de
transmissão, diferenças do sistema de alimentação do motor elétrico e
combustão, realizando suas tarefas da forma mais segura possível.
A variação de capacidade de carga e altura de elevação determinará o grau de
conhecimento e habilidade necessária para quem vai conduzi-la. Elas podem ser
dimensionadas para atenderem necessidades específicas de:
a) capacidade de carga, conforme centro de carga;
b) altura de elevação, os modelos elétricos têm maior alcance vertical;
c) sistema de combustível adequado ao ambiente de trabalho, como indústrias
de alimentos;
d) mecanismos de elevação tipo garfos, garras, abafadores, etc.

Boas Práticas
Não ajustar a carga passando a mão na parte frontal em que estão montadas
as correntes; elas devem estar protegidas por chapa de acrílico ou vidro.

8.1
REGRAS DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
EMPILHADEIRAS
Existem regras que todo bom operador deve conhecer e respeitar, usar
equipamentos de proteção individual – EPI, seguir recomendações sobre o trabalho
das empilhadeiras de modo seguro.
Veja agora algumas regras básicas que todo o condutor deve ter no seu trabalho
como operador de empilhadeira:
a) não movimentar ou elevar carga acima do indicado pelo fabricante da
máquina ou apoiado num só garfo; a definição de capacidade serve
para dois garfos, e o esforço maior num dos eixos pode comprometer a
sustentação das rodas;
b) não movimentar carga mal equilibrada, instável ou com peso mal distribuído;
c) evitar as manobras com carga elevada. Nesta situação, altera-se o centro
de gravidade e aumenta o risco de tombamento da empilhadeira;
d) não andar em alta velocidade. A média recomendada em área interna é 6,0
km/h (similar a um pedestre caminhando) e externa 10 km/h, evitar frear
bruscamente;
56 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

e) evite buracos, saliências, manchas de óleo e materiais soltos nos pisos;


f) diminua a velocidade antes de rampas, cruzamentos, superfícies molhadas
ou curvas;
g) não transportar pessoas (carona) na empilhadeira, nem nos garfos e no
compartimento de carga, pois existem equipamentos próprios para isso;
h) não rebocar ou empurrar outros veículos;
i) manter o corpo, mãos e pés dentro dos limites do compartimento do operador;
j) permaneça e recomende aos outros que permaneçam longe do mecanismo
de elevação. Nunca ponha as mãos, os pés ou a cabeça entre a torre e as
correntes de elevação;
k) ninguém deve ficar próximo à máquina em operação ou passar por baixo
dos garfos com ou sem carga. A recomendação é de uma distância de: para
cada 1 (um) metro de altura, 2 (dois) metros de afastamento;
l) não faça reparos na empilhadeira. Qualquer anomalia deve ser comunicada
ao encarregado de manutenção;
m) para evitar colisões nas esquinas, entradas e saídas, ou diante da
aproximação de pedestres, use a buzina moderadamente. A buzina deve
ser usada somente quando necessário, evitando assustar as pessoas que
estiverem na frente do veículo. Vários toques breves na buzina surtam mais
efeito;
n) não faça curvas em rampas, mantenha as rodas sempre alinhadas na direção
da rampa. A descida de rampas deve ser efetuada, preferencialmente,
em marcha ré, com a carga inclinada para trás. Nas subidas, desenvolva
uma velocidade suficiente e, nas descidas, conduza a empilhadeira em
velocidade reduzida (freio motor);
o) observe sempre a altura do equipamento e da carga ao passar por baixo de
pontes rolantes, tubulações, eletro calhas e outros. Recomenda-se respeitar
uma distância mínima de 3 (três) metros de redes energizadas, conforme
tensão da rede;
p) mantenha distância suficiente de outros veículos para evitar colisões (três
vezes o comprimento da empilhadeira) transitando no mesmo sentido. A
ultrapassagem deve ser feita quando for estritamente necessária;
q) com a empilhadeira em movimento, manter os garfos suspensos de 15 a 20
cm do solo. Quando carregada, inclinar a torre para trás, conforme o tipo de
carga;
r) quando do transporte de cargas volumosas que, em virtude do tamanho,
possam restringir seu campo visual, dirija em marcha ré para melhorar a
visibilidade;
s) o operador deverá saber operar o extintor de incêndio de sua empilhadeira,
modelo ABC, com 1 kg;
t) o operador deve evitar áreas congestionadas e, em horário de mudança de
turnos e de almoço, deverá parar completamente a máquina. Quando soar
o alarme de incêndio, o operador não deverá obstruir a passagem com sua
máquina;
u) as empilhadeiras devem ser reabastecidas em locais designados e com o
motor desligado. É proibido fumar durante o reabastecimento. Considera-
se abastecimento a transferência de diesel, o enchimento do cilindro da
empilhadeira, em locais chamados de pit stop; somente pessoas autorizadas
acessam o abastecimento;
Segurança na Operação de Empilhadeiras Frontal a Contrapeso | 57
v) ao executar carregamento de caminhões, inicie da frente para trás na
carroceria, e certifique-se de que as rodas estão calçadas, o freio estacionário
está acionado e o motorista não está na cabine do veículo;
w) redobre sua atenção caso utilize empilhadeira em rampas de acesso à
carroceria, como em docas ou plataformas; nunca permita que pessoas
permaneçam junto à empilhadeira na rampa;
x) caso precise elevar a parte traseira da empilhadeira, observe os pontos
corretos de elevação. Ao elevar somente o contrapeso, ele pode tombar,
pois o mesmo não faz parte do chassi da empilhadeira; ele é montado sobre
pinos;
y) para armazenar materiais a partir do 2º nível, as embalagens não devem
permitir que os materiais deslizem, devendo ser adaptadas para tal situação,
o material deve estar cintado ou disposto de alguma forma que não permita
o deslizamento;
z) a área onde estiver armazenado material em altura deverá estar sinalizada
com a identificação do risco de quedas de materiais e, no momento
de execução da tarefa, o local deve ter acesso restrito ao operador da
movimentação, ou seja, o local de operação deve estar isolado;
aa) é proibido o uso de telefones pelos operadores de equipamentos de
transporte e movimentação de materiais quando os mesmos estiverem em
trânsito;
ab) em todo o equipamento de transporte e movimentação de materiais será
indicada, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida;
ac) o porta palete deve possuir proteção contra quedas nas laterais e entre
elas; Eles podem ser limitadores para um palete não empurrar o outro
material, ocorrendo a queda da estrutura;
ad) nunca se deve deixar ou estacionar a empilhadeira em local onde ela
possa prejudicar a passagem de pedestres ou veículos, acessos a extintores
e equipamentos de emergência (maca, extintores, painéis elétricos).

Veja Mais

Em outros ambientes, com outros modelos de empilhadeiras, procure fazer o


mesmo, conhecer os comandos direcionais, de deslocamento e operacionais
da empilhadeira.

Além dos cuidados na condução do veículo, deve-se ter cuidado com as


embalagens e o armazenamento da carga. Veja agora alguns deles:
a) todas as prateleiras e porta paletes devem ser fixadas na sua base, entre
elas ou no topo;
b) material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio
a uma distância de pelo menos 50 (cinquenta) centímetros; as estruturas
laterais do prédio devem proporcionar uma proteção física que garanta a
segurança em caso acidental de quedas e desabamentos de materiais;
c) todo material armazenado e equipamento utilizado não poderá exceder a
capacidade de carga que o piso suporta;
d) os materiais armazenados em embalagens com peso superior a 1.000(Um
mil) kg devem ficar o mais próximo do solo e não ultrapassar 2 (dois) metros
de altura;
58 | Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

e) a armazenagem de materiais em corredores deve estar de forma a permitir


boa visibilidade, não avançando sobre marcações do piso;
f) para porta palete próximo à porta e acessos das pessoas e portões, os vãos
devem estar protegidos contra a queda de materiais; caso contrário, não
devem ser empilhados;
g) não permanecer sob vãos com materiais empilhados, bem como avaliar
qualquer inclinação de cargas armazenadas e solicitar interdição do corredor
e remoção da carga, sob supervisão de gestor ou Técnico de Segurança no
Trabalho;
h) nenhuma embalagem danificada deve ser armazenada ou transportada;
i) com novas embalagens desenvolvidas, devem ser analisados os quesitos
de segurança quanto à movimentação e armazenagem, como, por exemplo,
encaixe dos pontos de apoio e fixação de materiais.

Casos e relatos
A queda de um porta paletes com 7.500 kg de estrutura e 8 metros de altura
resultou na morte de um operador da empilhadeira. O acidente foi numa
empresa do ramo logístico, na capital do RS. Segundo testemunhas, após a
colisão contra a estrutura, o material caiu e o operador tentou correr, sendo
fatalmente atingido.
Algumas colisões de empilhadeiras contra as colunas comprometem a
estrutura e provocam a queda de paletes carregados, gerando uma grande
perda e colocando em risco o operador e pessoas próximas à estocagem.
Portanto, em caso de acidentes, permaneça na empilhadeira e faça o
isolamento do corredor de trabalho para impedir o acesso de pessoas.

Recapitulando
Você estudou sobre perigos e riscos como operador de empilhadeira. O que
auxilia no seu trabalho, as Leis de Trânsito e as Normas Regulamentadoras. As
principais medidas de segurança que você deve tomar durante a condução dos
veículos movimentadores de carga. Aprendeu sobre EPIs e os procedimentos
em situação de emergência. Também viu os principais tipos de empilhadeiras.
Com isso, espera-se que você tenha condições de operar de modo seguro esse
tipo de veículo no seu local de trabalho.
REFERÊNCIAS
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ISBN 978-85-60375-92-9

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