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10/06/2022

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


INSTITUTO DE ESTUDOS SÓCIO-AMBIENTAIS

GEOMORFOLOGIA

Processos endógenos sobre o relevo


(Geomorfologia Estrutural)
- Parte 1 -

Prof: Guilherme Taitson Bueno

Goiânia, maio de 2022

1. Ciclo geológico e tipos de rocha

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O ciclo geológico e o ciclo supérgeno


Diagênese Ciclo supérgeno
Sedimentos

Rochas Erosão e deposição


sedimentares
Solo (solum)

Pedogênese
Metamorfismo
Saprolito

Intemperismo
Rochas
metamórficas
Rochas
ígneas

Anatexia (fusão)
Cristalização

Adaptado de Murad E.; Fischer W.R. (1988) Magma

Nos retângulos amarelos estão representados os materiais.


Em negrito estão representados os processos.
No quadro cinza está representada a fase supérgena do ciclo geológico (próxima da superfície terrestre ou sobre ela)
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Rochas ígneas

• Formam-se pelo resfriamento e solidificação do magma. Há uma ordem de


cristalização: os minerais escuros e menos silicosos se cristalizam primeiro.
• Os minerais a serem formados dependem principalmente da composição do magma.
• Se o magma se resfria em profundidade, lentamente, os cristais são maiores e as
rochas têm textura grosseira (rochas plutônicas e intrusivas).
• Se o resfriamento do magma é rápido (extravazamento), a rocha tem granulação
fina (rochas extrusivas).

DANA e HURLBUT (1978); SGARBI (2007)

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SGARBI (2007)

Rochas ígneas: granito

Vila Velha-ES

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Rochas ígneas

Fotografia: Guilherme T Bueno

Fotografia: Guilherme T Bueno

Fotografia: Guilherme T Bueno

Rochas ígneas (basalto – Nova Ponte-MG)

Fotografia: Guilherme T Bueno Granito – Vila Velha-ES


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Rochas sedimentares

• Seus materiais derivam de rochas preexistentes. Os produtos finais consistem em


minerais argilosos, sais, grãos de minerais como quartzo, zircão, rutilo e magnetita.
• Arranjo paralelo de partículas constituintes formando camadas. Nas rochas de
granulação grossa, existe um cimento que une as partículas.
• Formadas pelo processo de diagênese: mudanças físicas, químicas e biológicas que
transformam um sedimento em rocha sedimentar (T<200oC; profundidade até 6000 m).
Exclui transformações decorrentes de intemperismo e metamorfismo. Promove:
- compactação mecânica;
- cimentação por sílica, carbonato de Ca, feldspatos, argilo-minerais e Fe, com perda
de porosidade

DANA e HURLBUT (1978); SGARBI (2007)

Rochas sedimentares

SGARBI (2007)

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Rochas sedimentares

• Rochas sedimentares mecânicas (formadas por partículas):


- Conglomerado : dimensões acima de 2 mm, até clastos (cascalho). Ambiente de
alta energia (corredeiras, águas rápidas).
- Arenito: contém mais de 50% de rocha siliciclástica com dimensões de areia.
Quartzo-arenitos: 95% do volume da fração detrítica constituido por quartzo, que
também responde pela maior parte do cimento.
- Pelitos:
- siltitos: fragmentos de diversos minerais como quartzo, feldspatos, micas, com
dimensão predominante de silte.
- argilito: predomina a fração (tamanho) da argila.

DANA e HURLBUT (1978); SGARBI (2007)

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Rochas sedimentares

Fotografia: Guilherme T Bueno


Fotografia: Guilherme T Bueno

Guinda - MG Chapada Diamantina-BA


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Rochas sedimentares

Arenitos na Chapada
Dimantina-BA

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Pelitos da Formação Içá, Barcelos-AM

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Rochas sedimentares

Fotografia: Guilherme T Bueno Calcário – Pains-MG

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Rochas metamórficas

• Conjunto de processos pelos quais determinada rocha é transformada em outra, com


minerais e características texturais distintos da rocha original. As rochas
metamórficas sofreram mudança química ou física posterior à sua formação.
• Apresentam, na maioria dos casos, orientação mineral preferencial (os minerais se
organizam em faixas), levando à formação de planos ou linhas (foliação),
resultantes da aplicação de pressão dirigida.

SGARBI, (2007)

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Rochas metamórficas
• Ardósia: metamorfismo de baixo grau, com cristais individuais invisíveis a olho nu.
A rocha original é um pelito.
• Filito: metamorfismo progressivo da ardósia, ainda baixas temperaturas e pressões.
O plano de foliação, entretanto, é bem definido e brilhante devido aos cristais de
mica. Mineralogia principal: quartzo e micas (clorita, sericita, muscovita).
• Xisto: metamorfismo de maior grau que o filito mas textura fina, presença de lâminas
ao longo das quais a rocha se quebra facilmente. O micaxisto é a variedade mais
importante. Compõe-se essencialmente de mica e quartzo (DANA, 1969).
• Gnaisse: metamorfismo de grau mais elevado. Rocha de granulação média a grossa.
Bandas quartzo-feldspáticas (claras) alternam-se com bandas máficas (biotita +
hornblenda) (escuras). Paragnaisse designa que a rocha original era sedimentar e
ortognaisse que a rocha original era ígnea. Mineralogia: feldspato, quartzo, biotita e
anfibólio.
DANA e HURLBUT (1978); SGARBI (2007)

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Rochas metamórficas

• Migmatito: limiar dos processos ígneos, com fusão parcial do protólito e formação
de componentes intercalados que podem ser félsicos (quartzo-feldspáticos) ou
máficos. Praticamente mesma mineralogia do gnaisse.
• Quartzito: metamorfismo sobre arenito quartzoso. Rocha densa, com estrutura
granular. Mineralogia principal: quartzo, com constituintes menores como muscovita,
biotita, sericita, turmalina.
• Mármore: calcário recristalizado. A aparência varia conforme o protólito (rocha
original). Mineralogia principal: calcita e dolomita, com quartzo, pirita e anfibólio
como constituintes menores.

DANA e HURLBUT (1978); SGARBI (2007)

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Rochas metamórficas

(SGARBI, 2007)

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Rochas metamórficas

Gnaisse – Belo Horizonte-MG

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Rochas metamórficas
Filitos em Rio Acima-MG e Brasília-DF

Fotografia: Guilherme T Bueno Fotografia: Guilherme T Bueno

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Rochas metamórficas
Micaxistos Pires do Rio-GO

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Rochas metamórficas
Saprolito de gnaisse - BR 262 (Manhumirim-MG)

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Rochas metamórficas
Quartzitos – Sa. do Espinhaço, Diamantina-MG

Fotografia: Guilherme T Bueno

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Bibliografia citada
DANA, J. D.; HURLBUT Jr., C.S. 1978. Manual de Mineralogia. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos. Editora, 642 p.

MURAD E., FISCHER W.R. 1988. The Geochemical Cycle of Iron. In Iron in Soils and Clay Minerals (eds. J.W. Stuck, B.A. Goodman,
and U. Schwertmann), NATO ASI series C 217, 1-18.

SGARBI, G.N.C. 2007. Petrografia macroscópica das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. Belo Horizonte: Ed. UFMG,. 559 p.

O conteúdo desta aula teórico-expositiva é protegido por direito autoral. Seu uso é permitido apenas para fim
educativo individual e sua difusão não é autorizada pelo autor, nos termos da Lei nº 9610/1998”.

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