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1- INTRODUÇÃO
Os silicatos são a classe mineral mais importante pelas seguintes razões:
1) Abundância entre os minerais: cerca de 25% dos minerais conhecidos (mais de 2000) e em
torno de 40% dos minerais comuns (em torno de 300) são silicatos.
2) Papel dos silicatos nas rochas da crosta terrestre: a crosta terrestre é constituída
essencialmente de rochas ígneas e metamórficas e os minerais componentes destas rochas
são quase que totalmente silicatos (mais de 90%). Desse modo, pode-se dizer que, em
termos mineralógicos, os silicatos representam bem mais de 90% da crosta terrestre.
3) Interesse econômico: os solos, de onde retiramos nossos alimentos, são constituídos em
grande parte de silicatos. As matérias primas da indústria cerâmica são essencialmente
silicatos. Os materiais básicos da construção civil (pedra, tijolo, telha, concreto e vidro) são
silicatos ou derivados de silicatos.
4) Papel dos silicatos fora da terra: acredita-se que a lua e os outros planetas rochosos do
sistema solar, e provavelmente fora dele também, possuam crostas rochosas constituídas de
silicatos e óxidos muito semelhantes à da Terra.
VSi = 4 VeSi = VO /2
Silicatos:
mineral mesodésmico
(composto polimerizado)
H
Hidrogênio IIa Número Atômico 26 IIIb VIb Vb VIb VIIb
3 4 63,546 Peso Atômico 5 6 7 8 9 10
Fe 15,9994
Ferro
O
Oxigênio
11 12 13 14 15 16 17 18
22,9898 24,305 26,9815 28,0855 30,9738
Na Mg Al Si P
Sódio Magnésio IIIa IVa Va VIa VIIa VIIIa Ib IIb Alumínio Silício Fósforo
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
39,0983 40,08 47,90 54,9380 55,847
K Ca Ti Mn Fe
Potássio Cálcio Titânio Manganês Ferro
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
55 56 57-71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Figura 1- Tabela periódica dos elementos, mostrando em destaque os elementos maiores (em
vermelho) e menores (em preto). Elementos vazados são traços.
Como mostrado na tabela acima, a crosta terrestre é constituída basicamente por
apenas 12 elementos (8 maiores e 4 menores), cuja situação na tabela periódica é apresentada
acima. Todos os elementos restantes, representados com símbolos vazados na tabela periódica,
são elementos traços que ocorrem em quantidades insignificantes na crosta terrestre.
Concentrações maiores desses elementos só ocorrem em ambientes geológicos específicos e
normalmente restritos, às vezes formando jazidas minerais.
Os elementos maiores e menores são, evidentemente, os componentes químicos
essenciais dos minerais que compõem as rochas dominantes na crosta terrestre. Estas rochas
são basicamente ígneas e metamórficas, cuja composição mineralógica é representada
essencialmente pelos seguintes silicatos: feldspatos (K-feldspato e plagioclásio), quartzo,
micas (muscovita e biotita), piroxênios, anfibólios e olivinas. As rochas sedimentares, que
também possuem expressão areal na crosta terrestre, são constituídas basicamente por quartzo,
minerais argilosos e carbonatos, estes últimos são os únicos minerais não silicáticos com
expressão quantitativa na crosta terrestre.
Duplos
Grupo do Epidoto
-6
(Si2O7) X2Y3O(SiO4)(Si2O7)(OH)
Sorossilicatos 1
Si:O = 2:7 Hemimorfita
Zn4Si2O7(OH).H2O
Aneis
Berilo
Be3Al2(Si6O18)
(Si6O18)-12 Turmalina
Ciclossilicatos 2
XY3Z6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Si:O = 1: 3
X = Na, Ca
Y = Mg, Fe+2, Mn, Li, Al
Z = Al, Fe+3, Mg
Cadeia
simples
Grupo dos Piroxênios
XY(Si2O6)
Ex. Enstatita-Ferrossilita
(Mg,Fe)SiO3 (X = 0)
Inossilicatos (Si2O6)-4 2
Diopsídio-Hedenbergita
Ca(Mg,Fe)Si2O6
Si:O = 1: 3
Wollastonita
CaSiO3 (Y = 0)
CLASSIFICAÇÃO DOS SILICATOS
Fórmula geral dos silicatos: XmYn(ZpOq)Wr
Arranjo dos Unidade
Subclasse G.P Exemplos
tetraedros SiO4 Silicática
Cadeia
dupla Grupo dos Anfibólios
X0-3Y7-5Z8O22(OH)2
Ex. Antofilita
-6
(Si4O11) 2 (Mg,Fe)7Si8O22(OH)2
Inossilicatos e Tremolita-Actinolita
3 Ca2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2
Si:O = 4:11 Hornblenda
Ca2(Mg,Fe)4Al(Si7AlO22)
(OH)2
Folha
Caulinita
Al2(Si2O5)(OH)4
-2
(Si2O5) Talco
Mg3(Si4O10)(OH)2
Filossilicatos Si:O = 2: 5 3
Muscovita
KAl2(AlSi3O10)(OH)2
Biotita
K(Fe,Mg)3(AlSi3O10)(OH)2
Quartzo
SiO2
Tetraedro (SiO4)-4
Cátion X
Fo80Fa20 (Mg0,8Fe0,2)2SiO4
Tetraedro
(SiO4)-4
Forsterita
Faialita
Cristais de olivina
a b
Prisma + bipirâmide tetragonal de zircão (a) e prismas de topázio (b e c).
Tipo X3Y2(SiO4)3: dois tipos de posição dos cátions
Grupo das granadas ⇒ Grupo isoestrutural (sistema Isométrico, Z = 8), no qual
X = Íons bivalentes maiores (Mg, Fe+2, Mn+2 e Ca) em coordenação 8 (NCX = 8)
+3 +3
Y = Íons trivalentes menores (Al, Fe e Cr ) em coordenação 6 (NCY = 6)
Teoricamente poderiam existir 12 granadas formadas pela combinação de cada um dos
4 cátions X com os 3 cátions Y. Entretanto são conhecidas no ambiente geológico somente 6
granadas seguintes:
Mineral X Y Fórmula Mineral X Y Fórmula
Piropo Mg Al Mg3Al2(SiO4)3 Grossulária Ca Al Ca3Al2(SiO4)3
Almandina Fe+2 Al Fe3Al2(SiO4)3 Andradita Ca Fe+3 Ca3Fe2(SiO4)3
+2 +3
Espessartita Mn Al Mn3Al2(SiO4)3 Uvarovita Ca Cr Ca3Cr2(SiO4)3
A granada mais comum é a almandina que é um importante componente mineralógico
das rochas metamórficas, especialmente xistos e gnaisses. A almandina (Alm) forma duas
séries contínuas: série almandina-piropo (Pi), mais comum, com substituição completa entre
+2 +2
Fe e Mg; e a série almandina-espessartita (Esp), com substituição completa entre Fe e
+2
Mn . Pode haver a participação mais limitada (até 25%) de um quarto componente, a
grossulária (Gr), já que o cálcio, por ter um raio iônico maior, substitui de maneira limitada os
outros três cátions (Fe+2, Mg e Mn+2). Desse modo, a composição geral das granadas
(almandina) mais comum nas rochas metamórficas é (Fe, Mg, Mn, Ca)3Al2(SiO4)3 , cuja
proporção entre os cátions X depende da composição do protólito e do grau metamórfico.
(Mg,Fe,Mn,Ca)3Al2(SiO4)3
b
a Cristais
dodecaédricos
de almandina.
(Mg,Fe,Mn)3Al2(SiO4)3
Diagrama de composição das granadas com 4 componentes (Alm-Pi-Esp-Gro) em (a) e com apenas 3
componentes (Alm-Pi-Esp) em (b). A área hachurada mais escura corresponde à composição das
almandinas, com cálcio em (a) e sem cálcio em (b), que são as granadas mais comuns.
Na posição Y a substituição iônica é mais limitada, mas há uma série descontínua entre
Grossulária (Gro) e Andradita (And), cuja composição geral é Ca3(Fe+3,Al)2(SiO4)3 e que se
forma por metamorfismo de calários e dolomitos impuros. Séries com a participação da
Uvarovita (Uva) são mais limitadas e menos frequentes, podendo ocorrer com a Grossulária
Ca3(Al,Cr)2(SiO4)3 e com o piropo Mg3(Al,Cr)2(SiO4)3, esta última conhecida como piropos
cromitíferos que ocorrem em kimberlitos. Na andradita (variedade melanita) o Fe+3 pode ser
substituído por Ti+4 acoplado com a substituição de Ca+2 por Na+ na posição X, cuja fórmula
+3 +4 -4
geral é (Ca,Na)3(Fe ,Ti )2(SiO4)3. Nas granadas, os tetraedros (SiO4) podem ser
substituídos parcialmente por hidroxilas, passando o mineral a denominar-se hidrogranada,
-4
cuja fórmula geral é X3Y2(SiO4)3-m(OH)4m , ou seja para cada tetraedro (SiO4) substituído
entram 4 hidroxilas em seu lugar. Essa substituição ocorre principalmente na grossulária que
passa a denominar-se hidrogrossulária com a fórmula geral Ca3Al2(SiO4)3-m(OH)4m.
a c
Critais laminares de cianita (a), prismas curtos de titanita (b) e cristal geminado de estaorolita (c).
Outros nesossilicatos (não formadores de rochas)
• Monticelita Ca(Mg,Fe)SiO4 é um nesossilicato do sistema ortorrômbico (Z = 4) que ocorre
em rochas calciossilicatadas (skarnitos e metamorfismo de dolomitas)
• Fenacita Be2SiO4 e Willemita Zn2SiO4 são nesossilicatos do sistema Hexagonal-R (Z = 18),
com os cátions (Be e Zn) em coordenação 4. A fenacita ocorre em pegmatitos, greisens e
veios hidrotermais e a willemita nas zonas oxidadas de depósitos de zinco.
• Cloritóide (Fe ,Mg,Mn)2(Al,Fe )Al3O2(SiO4)2(OH)4 é um nesossilicato monoclínico (Z =
+2 +3
Ca2Al2(Al,Fe+3)(SiO4)3(OH)
Epidoto
Ps
Clin
Ca2Al3(SiO4)3(OH) Ca2Al2Fe+3(SiO4)3(OH)
Os minerais da série clinozoisita – epidoto (além da zoisita) ocorrem tipicamente em
xistos enriquecidos em cálcio das fácies xisto verde, xisto azul e epidoto – anfibolito,
derivados de rochas ígneas máficas ou rochas sedimentares carbonáticas, bem como em
hornfelses derivados principalmente de calcários. Minerais desta série também ocorrem como
acessórios em rochas ígneas e como produto da alteração hidrotermal, formando minerais de
ganga em depósitos metálicos. A piemontita e allanita são de ocorrência mais restrita. A
piemontita ocorre em rochas metamórficas de baixo grau, tal como os minerais da série
clinozoisita – epidoto, ou como produto da alteração hidrotermal em depósitos de manganês. A
allanita ocorre em skarnitos e pegmatitos e também como mineral acessório em rochas
graníticas.
Cristal prismático de
epidoto
-4
Cálcio Alumínio Tetraedro (SiO4) Oxigênio Hidroxila
-6
Estrutura da clinozoisita vista na direção do eixo b, mostrando os tetraedro duplos (Si2O7) , os
tetraedros isolados (SiO4)-4, o cátion X (Ca+2), o cátion Y (Al+3), o oxigênio (não pertencente aos
tetraedros SiO4) e as hidroxilas (OH).
Outros sorossilicatos:
• Lawsonita CaAl2(Si2O7)(OH).H2O (ortorrômbico, Z = 4).
• Pumpellyita Ca2(Mg,Mn+2)(Al,Fe+3)2(SiO4)(Si2O7)(OH)2.H2O (monoclínico, Z = 4).
São dois sorossilicatos típicos de rochas metamórficas de alta pressão (fácies xistos
azuis).
+2
• Vesuvianita (idocrásio) Ca10(Mg,Fe+2,Mn )2(Al,Fe+3)4(SiO4)5(Si2O7)2(OH)4.
(tetragonal, Z = 2). Ocorre em skarnitos e calcários impuros metamorfisados.
• Hemimorfita Zn(Si2O7)(OH)2.H2O (ortorrômbico, Z = 2). É um mineral secundário que
ocorre nas zonas oxidadas de depósitos de zinco.
CICLOSSILICATOS
Ciclossilicatos são os silicatos cuja estrutura é constituída por tetraedros em anel, com 2
oxigênios compartilhados (GP = 2) e relação Si : O = 1 : 3. Os anéis de tetraedros são
interligados por cátions X e/ou Y. Existem três tipos de anéis seguintes:
-6
1- Anel triangular (Si3O9) : É a estrutura anelar mais simples, porém minerais com tal
estrutura são raros. Exemplo: Benitoita BaTiSi3O9 (hexagonal-H, Z = 2).
-8
2- Anel quadrangular (Si4O12) : Não é, também, uma estrutura anelar comum. Exemplo:
Axinita Ca2(Mg,Fe,Mn)Al2(BO3)(Si4O12)(OH), mineral triclínico (Z = 2), relativamente
raro, formado por metamorfismo de contato e metassomatismo de calcários e rochas
máficas.
-12
3- Anel hexagonal (Si6O18) : É a estrutura anelar mais comum que ocorre nos minerais
berilo, turmalina e cordierita. Anel
Anel hexagonal
quadrangular
Anel triangular
Tetraedro (SiO4)-4
Variedades de berilo:
esmeralda (a), morganita
(b) e água marinha (c).
Cristais prismáticos
ditrigonais de turmalina.
-3
Tetraedro (SiO4)-4 (BO3)
Como os cátions X (Na, Ca) não se substituem amplamente nas turmalinas, suas
composições tendem a ser predominantemente sódicas ou cálcicas. Os cátions Y, ao contrário,
se substituem mais amplamente formando séries, principalmente entre Mg e Fe+2. As
turmalinas de sódio (X = Na), com Al, Li e Fe+2 e Mg na posição Y e Al na posição Z, podem
+2
ser representadas pela fórmula geral Na(Al,Li,Fe ,Mg)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 , com duas
+2
séries seguintes: Elbaíta-Schorlita Na(Al,Li,Fe )3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 , com substituição
+2
entre Al, Li e Fe+2 e dravita-schorlita Na(Mg,Fe )3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)6 , com substituição
+2 -12 -9 -4
entre Mg e Fe na posição Y. Como o anel silicático (Si6O18) + (BO3)3 + (OH)4 totalizam
(-25) de carga, os cátions X, Y e Z devem totalizar (+25). Com o cátion X monovalente (Na),
+2 +6 +3 +18
este equilíbrio ocorre com cátions Y bivalentes (Mg,Fe )3 e cátions Z trivalentes (Al,Fe )6 ,
em substituição iônica simples, totalizando exatamente (+25). Entretanto, se entrar
cátions monovalentes (Li) e trivalentes (Al) substituindo cátions bivalentes na posição
Y, como na série elbaíta-schorlita, eles devem entrar em substituição acoplada, com
frações molares iguais, para que a perda de carga do cátion monovalente (Li) seja
compensada com o ganho de carga do cátion trivalente (Al), com a seguinte fórmula
+2
geral: Na(Fe 3-x Alx/2 Lix/2)Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 . Por exemplo, se x = 0,5 a fórmula da
+2
turmalina seria Na(Fe 2,5Al0,25Li0,25)Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 , com perda de 0,25 de carga pela
entrada do Li+ e ganho de 0,25 de carga pela entra do Al+3.
Por outro lado, as composições das turmalinas de cálcio (X = Ca) situam-se na série
+2
ferromagnesiana (Y = Mg,Fe ) uvita-ferrouvita, na qual a entrada de um cátion bivalente (Ca)
na posição X, com ganho de carga, é compensada pela entrada de outro cátion bivalente (Mg)
+3 +3
na posição Z, substituindo os trivalentes (Al,Fe ), com perda de carga, ficando 5 (Al,Fe ) e 1
(Mg), com a fórmula Ca(Mg,Fe+2)3(Al,Fe+3)5 Mg(BO3)3(Si6O18)(OH)4 .
Os termos extremos destas séries são os seguintes:
Cátions Cátions Cátions
Turmalina Fórmula Mínima
X Y Z
Elbaíta Na Al, Li Al Na(Al,Li)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
+2 +2
Schorlita Na Fe Al NaFe 3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Dravita Na Mg Al NaMg3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Uvita Ca Mg Al, Mg CaMg3 Al5 Mg(BO3)3(Si6O18)(OH)4
+2 +3 +2 +3
Ferrouvita Ca Fe Al, Fe , Mg CaFe 3(Al,Fe )5 Mg(BO3)3(Si6O18)(OH)4
A maioria das turmalinas, entretanto, contém tanto sódio como cálcio na posição X e na
+2 +2
posição Y Al, Li, Mg, Fe , além o Mn , formando séries complexas entre elbaíta-schorlita-
dravita-uvita-ferrouvita, com a seguinte fórmula geral, sem especificar os acoplamentos:
+2 +2 +3
(Na,Ca)(Mg,Fe ,Mn ,Li,Al)3(Al,Fe , Mg)6(BO3)3(Si6O18)(O,OH,F)4 , na qual o balanço das
+2
cargas pode ser equilibrado tanto pela entrada de cátions bivalentes (Mg,Fe ) na posição Z,
+2
como também entrada de oxigênio (-2) substituindo (OH) ou F (-1). Se a entrada do Ca na
posição X for equilibrada somente com substituição dos cátions trivalentes (Al, Fe+3) por
+2
(Mg,Fe ) na posição Z, as composições das turmalinas podem ser representadas pela fórmula
+2 +2 +3 +2
geral (Na1-xCax)(Mg,Fe ,Mn ,Li,Al)3(Al,Fe )6-x(Mg,Fe )x(BO3)3(Si6O18)(OH)4 . Exemplo:
+2 +2 +3 +2
x = 0,4 ⇒ (Na0,6Ca0,4)(Mg,Fe ,Mn ,Li,Al)3(Al,Fe )5,6(Mg,Fe )0,4(BO3)3(Si6O18)(OH)4 ,
com Li+ e Al+3 com iguais frações molares complementando os cátions bivalentes.
As colorações das turmalinas são extremamente variáveis, mas normalmente estão
relacionadas com suas composições. As elbaítas são as turmalinas de tons claros que recebem
denominações específicas de acordo com a cor, conforme tabela abaixo. Elas podem ainda ser
zonadas com os tons variando paralelamente ou perpendicularmente às faces do prisma. A
schorlita é preta, enquanto que a dravita e uvita são marrom escuro a amarelo.
Turmalina Fórmula Mínima Cor (variedade)
Verde (verdelita) Incolor
Elbaíta Na(Al,Li)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Azul (indicolita) (acroíta)
Vermelho a róseo (Rubelita)
+2
Schorlita NaFe 3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Preta
Dravita NaMg3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Marrom escuro a amarelo
Uvita Ca(Mg,Fe+2)3(Al,Mg)6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Marrom escuro a amarelo
Aa b
A
A c A d A e
Cristais prismáticos de schorlita (a), dravita (b) e 3 variedades de elbaíta: verdelita (c), rubelita zonada
(d) e indicolita zonada (e).
Turmalina ocorre em rochas graníticas, principalmente nas fases tardias da cristalização
(veios e pegmatitos), e também em rochas metamórficas como produto de metassomatismo
bórico. Nas rochas graníticas, as turmalinas são normalmente da série schorlita − elbaíta,
enquanto que nas rochas metamórficas, as turmalinas são magnesianas, tanto de sódio (dravita)
como de cálcio (uvita), sendo esta última típica de rochas cálcio-silicatadas.