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ORIENTAÇÕES GERAIS
Caderno de
Violência contra a Pessoa Idosa
ORIENTAÇÕES GERAIS
Coordenação Geral
Área Técnica Cultura de Paz, Saúde e Cidadania - CODEPPS/SMS
Coordenador: Nelson Figueira Júnior
Equipe Técnica
Jonas Melman
Maria Ermínia Celiberti
Mariangela Aoki
Organização
Área Técnica Saúde do Idoso / CODEPPS
Sérgio Márcio Pacheco Paschoal - Coordenador
Equipe Técnica
Maria das Graças Lira Oliveira
Marilia Anselmo Viana da Silva Berzins
Elaboração
Marília Anselmo Viana da Silva Berzins
Colaboração
IMSERSO - Instituto de Mayores y Servicios Sociales - Ministerio de Trabajo
y Asuntos Sociales - Espanha
68 p.
CDU 616.89-442
© 2007 - Secretaria Municipal da Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte
e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
Ficha Técnica
Editoração - Uni - Repro Soluções para Documentos LTDA
Reprodução - Uni - Repro Soluções para Documentos LTDA
Edição
1ª edição - 2007
Tiragem: 3.000
Apresentação
Conclusões .................................................................................................. 64
Anexo .......................................................................................................... 66
Caderno de Violência Contra a Pessoa Idosa – 7
AGRADECIMENTOS
Bertolt Brecht
Este Manual faz parte de uma série de outros manuais para apoiar os
profissionais da saúde no atendimento às pessoas em situação de violência,
principalmente dos grupos mais vulneráveis à violência doméstica e sexual:
criança e adolescente, mulher e pessoa idosa.
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The Internation Network for the Prevention Elder Abuse (Rede Internacional de Prevenção de Maus-Tratos a
Idosos) foi fundado em 1997 e se dedica à disseminação global de informações como parte do seu compromisso
com a prevenção de violência a idosos em todo o mundo. Reconhecendo as diferenças culturais, educacionais
e de estilo de vida das diferentes populações no mundo, o INPEA busca capacitar a sociedade, por meio da
colaboração internacional, a reconhecer e responder aos maus-tratos a idosos em qualquer situação que
ocorram, para que os últimos anos de vida das pessoas sejam livres de maus-tratos, negligência e exploração.
Maiores informações no site www.inpea.net
– Toda pessoa idosa, até que se prove o contrário, é competente para tomar
decisões sobre sua vida. É preciso respeitar o princípio da autonomia, con-
dição inerente ao ser humano e que deve percorrer a existência. Envelheci-
mento não é sinônimo da perda de autonomia. Entretanto, sabemos que a
presença da violência pode promover o medo e inibir a capacidade de
decisão da pessoa idosa. Deve-se garantir a decisão da pessoa idosa nas
intervenções.
– Isolamento social;
SITUAÇÕES DE RISCO
Perfil da Vítima:
Perfil do Agressor:
Avaliação Física
• Solidão: passa muitas horas sozinho? Tem horários diferentes dos demais
membros da família para alimentar, dormir ou realizar a higiene pessoal?
Avaliação Financeira
• Ter um bom amigo com quem possa falar abertamente dos seus proble-
mas;
– Ter o controle do seu cartão bancário, não fornecendo a senha para estra-
nhos ou terceiros;
• Sentimento de culpa. A pessoa idosa pode pensar que é sua a culpa por
estar sofrendo os maus tratos, pois não foi um bom pai ou uma boa mãe e
agora está colhendo os resultados.
• Vergonha. A vítima pode sentir vergonha por não ter conseguido controlar
ou superar a situação em que se encontra. O fato dela romper a cadeia de
violência poderá abalar a reputação da família.
• Isolamento social. A pessoa idosa que vive no isolamento social tem menos
oportunidade de pedir ajuda.
– Tendência a culpar a pessoa idosa pelo que está passando: "ela deve
estar pagando o que fez na vida" ou " não é fácil cuidar de pessoa idosa";
• Na pessoa idosa
– Expressa frases que indicam baixo autoestima: "não sirvo pra nada", "só
estou incomodando"
– Se refere ao cuidador como uma pessoa com "gênio forte" ou que está
freqüentemente "cansada"
– Culpabiliza o idoso por tudo que acontece, inclusive nas suas condições
de saúde.
• Queixas de ter sido fisi- • Mudanças no padrão da • Queixas de ter sido se- • Retiradas de dinheiros • A pessoa que cuida do
camente agredido. alimentação ou proble- xualmente agredido. que são incomuns ou idoso aparece cansada
mas de sono. atípicas do idoso. ou estressada.
• Quedas e lesões • Comportamento sexual
inexplicáveis. • Medo, confusão ou apa- que não combina com os • Retiradas de dinheiro • A pessoa que cuida do
tia. relacionamentos comuns que não estão de acor- idoso parece excessiva-
• Queimaduras e hemato-
do idoso e com a perso- do com os meios do ido- mente preocupada ou
mas em lugares • Passividade, retraimen-
nalidade antiga. so. despreocupada.
incomuns ou de tipo to ou depressão crescen-
incomum. te. • Mudanças de comporta- • Mudança de testamento • A pessoa que cuida do
mento inexplicáveis, tais ou de títulos de proprie- idoso censura o idoso
• Cortes, marcas de dedos • Desamparo, desespe-
como agressão, retrai- dade para deixar a casa por atos tais como incon-
ou outras evidências de rança ou ansiedade.
mento ou auto-mutila- ou bens para "novos tinência.
dominação física.
• Declarações contraditó- ção. amigos ou parentes".
• A pessoa que cuida do
• Prescrições excessiva- rias ou outras
• Queixas freqüentes de • Bens que faltam. idoso se comporta agres-
mente repetidas ou ambivalências que não
dores abdominais; sivamente.
subutilização de medica- resultam de confusão • O idoso "não consegue
sangramento vaginal ou
ção. mental. encontrar" as jóias ou • A pessoa que cuida do
anal inexplicável.
pertences pessoais. idoso o trata como uma
• Desnutrição ou desidra- • Relutância para falar
• Infecções genitais recor- criança ou de modo de-
tação sem causa relaci- abertamente. • Atividade suspeita em
rentes ou ferimentos em sumano.
onada a doença. conta de cartão de cré-
• Fuga de contato físico, volta dos seios ou da re-
dito. • A pessoa que cuida do
• Evidência de cuidados de olhar ou verbal com gião genital.
idoso tem uma história
inadequados ou padrões a pessoa que cuida do • Falta de conforto quan-
• Roupas de baixo rasga- de abuso de substâncias
precários de higiene. idoso. do o idoso poderia ar-
das com nódoas ou man- ou de abusar de outros.
car com ele.
• A pessoa procura assis- • O idoso é isolado pelos chadas de sangue.
• A pessoa que cuida do
tência médica de médi- outros. • Problemas médicos ou
idoso não quer que o
cos ou centros médicos de saúde mental que
idoso seja entrevistado
variados. não são tratados.
sozinho.
• Nível de assistência in-
• A pessoa que cuida do
compatível com a renda
idoso responde de modo
e os bens do idoso.
defensivo quando ques-
tionada; ela pode ser
hostil ou evasiva.
• A pessoa que cuida do
idoso tem estado cuidan-
do dele por um longo
período de tempo.
• Princípios chaves
• Estratégias na entrevista
– Cuidar dos outros aspectos da comunicação não verbal como por exem-
plo a expressão facial, o tom de voz.
– Formular perguntas que comecem com: "como é que..." som mais produ-
tivas que aquelas que começam com "por que" pois podem dar um tom
acusatório e portanto, levar a pessoa se colocar numa situação defensiva.
– Utilizar perguntas abertas e gerais como por exemplo "o que mais o
preocupa...?" para possibilitar a abertura e confiança. É importante
contextualizá-las:
O que o senhor conversa com o seu filho quando ele não vai
trabalhar?
"De fato, estamos diante de uma situação difícil, para vocês e para
alguns dos membros da sua família..."
TÉCNICAS DE ESCUTA
TÉCNICA DEFINIÇÃO OBJETIVO
• Repetir as respostas dadas pela pessoa idosa para esclarecer o que está
sendo dito e se não houve compreensão equivocada.
• Pressionar a pessoa idosa que responda a perguntas que não quer respon-
der.
• Julgar ou insinuar que a pessoa idosa pode ser a culpada pela situação.
• Mostrar-se horrorizado diante do relato que ela faz da situação que se
encontra.
• Fazer promessas que não pode ser cumprida.
• Criar expectativas que podem não ser reais, sobre a resolução da situação.
• Tentar estabelecer uma relação de confiança, ainda que isso pareça difícil.
• Realizar entrevista em local reservado, dependendo da situação com ou
sem a presença de outro profissional.
• Entrevistar após ter entrevistado a pessoa idosa, para evitar que haja troca
de informações sobre o que foi perguntado a pessoa idosa.
• Se a pessoa mantiver-se numa atitude defensiva, repetir que a informação
será de grande ajuda para a situação.
• Perguntas gerais
– Vive sozinho?
Violência Física
– Se sente só?
Violência Sexual
Violência Financeira
– O seu dinheiro já foi usado para fazer compras para outras pes-
soas sem que houvesse a sua concordância?
• Assegurar a confidencialidade
O profissional deve assegurar a confidencialidade das informações que
estão sendo relatadas a ele, evitando que se ponha em situação de maior risco
a pessoa idosa em situação de violência. Dentro do possível, realizar a entre-
vista em lugar que favoreça o sigilo.
– Maus tratos dos profissionais para com os usuários, motivados por discrimi-
nação, abrangendo questões de raça, idade, opção sexual, gênero, deficiên-
cia física, doença mental;
Acordamos que:
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Declaração assinada em 20 de Julho de 2007 quando da realização do Projeto Compromisso com a Vida,
realizado na cidade de Buenos Aires, na Argentina.
10. Fazemos um chamado a todos aqueles que trabalham com pessoas idosas
com o propósito de garantir sua educação continuada e seu compromisso cons-
tante em busca de tratar bem os idosos, com pleno respeito aos seus direitos
fundamentais.
11. Manifestamos finalmente que o futuro da humanidade depende das soluções que
encontrarmos dentro de uma atmosfera de diálogo, tolerância e democracia.
FICHA DE NOTIFICAÇÃO