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LÍNGUA PORTUGUESA TURMA: 9º ANO

AULA 06/2022
Objeto de conhecimento: Gênero Artigo de Opinião. Análise da construção composicional e marcas linguísticas dos
gêneros de Artigo de Opinião. Relação entre textos. Linguagem dos textos de Artigo de Opinião.
Habilidades: (EF69LP02-C) Perceber a construção composicional e o estilo dos gêneros em questão, como forma de
ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos. (EF89LP04-A) Identificar e diferenciar opinião de
fato. (EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-
argumentos em textos argumentativos do campo (resenha crítica, entre outros), posicionando-se frente à questão
controversa de forma sustentada. (EF69LP07-A) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao
contexto de produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao
modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse
contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero).
NOME: UNIDADE ESCOLAR:

Artigo de Opinião

Principais Características do Artigo de Opinião


 Utiliza-se da argumentação e da persuasão;
 Texto que aborda atualidade e polêmica;
 Os textos escritos na primeira pessoa ou na terceira pessoa;
 O verbo apresentado no presente e no imperativo.
 São textos veiculados nos meios de comunicação: rádio, TV, revista, blogs, sítios etc.;
 Apresentam linguagem simples e objetiva;
 Possuem títulos polêmicos e provocativos.
O Artigo de Opinião será encontrado em jornais, revistas, TVs, sítios e blogs, ou seja, nos veículos de
comunicação digitais ou físicos. Este gênero é de base expositivo-argumentativo cujo objetivo é explicar
como um determinado fenômeno social ocorre. É a busca de provar um ponto de vista, utilizando para isso
os fatos, as estatísticas, as falas de pesquisadores e especialistas em suas áreas de conhecimento. É
importante, no Artigo de Opinião, explicar uma determinada situação, apresentando o fato que se precisa
provar um ponto de vista a respeito de um determinado assunto.

É importante ressaltar que as palavras as quais conduzem a criticidade do Artigo de Opinião são,
normalmente, adjetivos, conjunções e advérbios.

Contudo, as características de um Artigo de Opinião são produzidas sobre as seguintes perspectivas:


1) Argumentação: é a defesa de uma ideia ou ponto de vista por parte de quem argumenta.
2) Persuasão: é o ato de ter crença e convicção, pois significa fazer com que essa pessoa acredite ou aceite
uma determinada ideia do articulista. Além disso, pode convencer alguém a tomar um certo tipo de
atitude.
3) Atualidade: Conjunto dos acontecimentos atuais nas sociedades
4) Polêmica: Discussão em torno de um assunto que traz muitas opiniões divergentes; controvérsia.
Ademais, os textos de Artigo de Opinião devem ser escritos em:
a) Primeira Pessoa: quando o texto apresenta os verbos conjugados com sujeito “Eu” ou “Nós”.
b) Terceira Pessoa: quando o texto apresenta os verbos conjugados com sujeito “Ele(a) ou Eles(as).
Quando o leitor adquire um jornal, por exemplo, para olhar os Artigos de Opinião, os assuntos estão
sempre relacionados e discutidos momento presente ou há um assunto polêmico de que após alguns tempos
vem à tona. Logo, sempre haverá Artigo de Opinião com temas como: aborto, eutanásia, vida social em
geral, os limites da vida, questões políticas; ou seja, de tudo aquilo que é polêmico sempre será assunto dos
Artigos de Opinião, e, naturalmente, os assuntos relacionados à atualidade.
Lembre-se de que um bom articulista é aquele que provoca os seus leitores à reflexão sobre uma
determinada questão discutida!!!

Veja o Artigo de Opinião a seguir:


Homenagem à mulher
Por ELIZABET GARCIA CAMPOS — Psicóloga, professora da FVG, foi secretária de Estado da Administração do DF

Para homenagear o Dia Internacional da Mulher, é preciso considerar itens importantes como o contexto
cultural e histórico, as conquistas alcançadas e as políticas públicas ainda carentes no cenário brasileiro.
Nada mais delicado e adequado para definir esse ser humano como aquele que dissemina a luz, a alegria, a
esperança e ser a matriz da humanidade — que só continua sendo humanidade — por causa da mulher, que é
vida e gera a vida.
Estamos vendo e vivendo a expressiva participação feminina na construção de uma sociedade que busca
ser melhor. Com esse olhar, quero voltar no tempo e relembrar um pouco a figura da mulher, nesses pouco
mais de 500 anos da história brasileira e o seu legado na formação do nosso povo. Estendo meu olhar de
homenagem à mulher-mãe índia e à mulher-mãe negra, tão sofridas e massacradas pelas circunstâncias
históricas, vistas como objeto de trabalho escravo e meras parideiras de crianças que, sendo filhas mulheres,
continuaram por séculos cumprindo o mesmo destino triste das mães: o de continuarem escravas e parideiras
para o senhor branco. Incluo nesta reflexão a sinhá branca que, dentro de sua crueldade, era também uma
mulher sofrida, submissa, sem direitos e que, portanto, se iguala à mãe- índia e à mãe- negra, pela condição
de ser apenas uma simples mulher.
Essas mulheres, apesar de tudo, não perderam a fortaleza do espírito, a doçura e a fé, determinando a
índole amável, o princípio do amor familiar, a alegria, a espiritualidade e solidariedade do povo brasileiro.
Foi uma longa e sofrida caminhada até os dias de hoje, com luta e determinação para o alcance e
reconhecimento de seus mais óbvios direitos. A imagem da mulher submissa e de sentimentos aprisionados
não se encaixa nos dias de hoje e parece cada vez mais distante. É preciso deslocar a discussão
contemporânea sobre o movimento das mulheres do passado, o quanto foram oprimidas para o futuro, como
estão utilizando a liberdade e o poder que já conquistaram.
Nunca, na nossa história, a mulher teve a possibilidade de fazer tantas escolhas. Mas, as escolhas
também representam renúncias e estas, pelas suas complexidades, precisam ser bem avaliadas. Na verdade,
as escolhas com suas necessárias renúncias, na luta das mulheres, comprovam exemplos de coragem, de
ousadia, quebrando tabus arraigados na cultura milenar de discriminação, violência e machismo autoritário
que, infelizmente, ainda têm seus resquícios nos dias de hoje.
As vitórias alcançadas não esgotam o universo de direitos e oportunidades a serem conquistadas, e o que
fazer para que a mulher cumpra seu papel na sociedade em igualdade de condições com os homens? O
principal alicerce para as mudanças deve vir da educação e de princípios bem estruturados da família. Assim
como são indispensáveis e necessárias, efetivas políticas públicas que desmontem o quadro de desigualdade
ainda perverso, que comporta o preconceito e a discriminação, cuja forma mais opressiva é a violência física,
moral e social. Ainda existem lacunas que permitem que a mulher continue a ser excluída de muitos de seus
direitos de cidadã. Isso demonstra a necessidade de implementação de novas políticas públicas.
Graças ao grande esforço das mulheres para abrir espaços e se firmarem no mundo corporativo, elas têm
avançado em suas conquistas em todos os campos. O ambiente profissional já considera que esse
reconhecimento é um processo irreversível, apesar da permanência do masculino nas suas características:
competitivo, individualista, focado em resultados de curto prazo. Mas, sem dúvida, a situação atual já
comporta mais colaboração, busca de consenso, com uma liderança baseada na influência, na inspiração do
que no mando, com uma visão de longo prazo, mais abrangente, com foco em propósitos que sem dúvida se
identificam com as características mais femininas.
Busca-se que o mundo corporativo trate de forma estratégica o tema diversidade e inclusão; que perceba
que o progresso por elas alcançado não visa ocupar o lugar do homem, mas abrir não só o espaço para a
equiparação de gêneros, mas a diversidade dos perfis, de ideias, de comportamentos, de lideranças. A visão
correta que precisamos construir, cada vez mais, deve ser voltada para um mercado de trabalho saudável
para acolher profissionais confiantes, bem-preparados e felizes em suas funções e na vida pessoal, sejam
mulheres, sejam homens. É pra lá que estamos caminhando.
Apesar de algumas barreiras, as características femininas felizmente estão sendo cada vez mais
desejadas pelas organizações, públicas ou privadas. No relacionamento do mundo corporativo, há avanços
alicerçados no diálogo, na parceria e na cooperação. Mas o que não pode acontecer é a mulher abrir mão da
criatividade, da sensibilidade e de uma atitude cooperativa, apoiada mais na intuição do que no pensamento
cartesiano, pois isso é feminino.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/03/4990928-artigo-homenagem-a-mulher.html/acesso em: 14, marc.
2021.

1. A partir do texto acima, pode-se afirmar que é um Artigo de Opinião? Justifique.

2. Qual assunto é abordado no texto?

3. Quem é o articulista do texto?

4. Qual a opinião da articulista sobre o tema apresentado?

5. Registre do texto um trecho que a articulista apresenta sua criticidade.

6. Destaque palavras ou expressões que se referem à criticidade no texto.

7. Cite do texto uma marca de contradição de argumentos que estejam a favor do tema central, através de
palavras que marquem estas contradições.

8. No contexto do período, o termo ― “dissemina” é sinônimo de


(A) estoca.
(B) aglomera.
(C) semeia.
(D) Nenhuma das alternativas.

9. Analise os trechos do texto, a seguir, e identifique-os com (F) para fato ou (O) para opinião:
(A) “Para homenagear o Dia Internacional da Mulher, é preciso considerar itens importantes como o
contexto cultural e histórico...”
(B) “Nada mais delicado e adequado para definir esse ser humano como aquele que dissemina a luz, a
alegria, a esperança e ser a matriz da humanidade...”
(C) Com esse olhar, quero voltar no tempo e relembrar um pouco a figura da mulher, nesses pouco mais de
500 anos da história brasileira e o seu legado na formação do nosso povo.

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO

Cyberbullying: até que ponto os avanços tecnológicos têm sido uma evolução social?

Texto 1
O número de denúncias de pessoas que sofreram cyberbullying cresceu significativamente em 2016.
Foram registradas 312 denúncias de casos de cyberbullying no país, bem mais do que os 265 de 2015.
Fonte: SaferNet, 2016.(ONG em defesa e promoção dos direitos humanos na internet)
Texto 2
Cyberbullying: uma ameaça digital

Você recebe uma foto constrangedora de um colega e, sem pensar, compartilha com os amigos. Alguém
faz uma piada com outro amigo no Facebook, e você não vê problema em curtir, comentar e repercutir. A
“zoeira” não tem limites, né?
Por trás de brincadeiras aparentemente inocentes, pode haver um comportamento social perverso.
Quando os envolvidos são jovens e crianças, o problema aumenta. As agressões podem trazer
consequências irreversíveis para seu desenvolvimento e, em casos extremos, levar ao suicídio.
Segundo Ângela Marin, professora da pós-graduação em Psicologia da Unisinos, espera-se que crianças
e adolescentes se tornem mais maduros emocionalmente e consigam lidar melhor com seus sentimentos à
medida que se desenvolvem. “Isso possibilita que direcionem seu foco para outras atividades, dentro e fora
da escola”, explica.
Em tempo de internet, a falta de maturidade emocional tende a gerar agressões ainda mais fortes. Afinal,
a rede oferece agilidade e alcance para difamar qualquer pessoa, e o fato de estar escondido atrás de um
computador, com a ilusão de que não será descoberto, torna o agressor mais ousado e impiedoso.
“O bullying é um fenômeno que tem sido associado à depressão e à baixa autoestima, bem como a
problemas na vida adulta relacionados a comportamentos antissociais, instabilidade no trabalho e
relacionamentos afetivos pouco duradouros”, observa a pesquisadora.
Além disso, salienta que, quando o bullying ocorre na infância, pode agravar problemas já existentes ou
desencadear novos. Transtornos psicológicos e dificuldades de aprendizagem são efeitos comuns. “Há uma
associação entre quadros graves de depressão e bullying que pode levar as vítimas a cometer suicídio”, alerta
Ângela Marin.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, uma pesquisa comandada por especialistas das
universidades britânicas de Sheffield e Nottingham mostra que 80% dos entrevistados passaram por, pelo
menos, uma situação constrangedora de cyberbullying no trabalho.
Mas, o alto índice de pessoas atingidas por essa prática não é uma exclusividade de países que já
convivem com a tecnologia há mais tempo. No Brasil, um em cada cinco adolescentes pratica bullying,
segundo dados do IBGE apurados em 2012. Outra pesquisa, realizada pela ONG Plan Brasil em 2010,
mostrou que 10% dos alunos de escolas públicas e particulares disseram ter sofrido com o bullying.

Punir é possível
Um dos principais problemas para a vítima de cyberbullying na hora de denunciar é a dificuldade de
reconhecer o agressor, que normalmente se esconde por trás de perfis falsos e de contas fictícias de e-mail
para difamar, ridicularizar e humilhar seus alvos.
Mas, conforme as tecnologias avançam, surgem novas medidas de proteção às vítimas, o que tende a
diminuir a impunidade. “Tudo deixa rastro. É possível mapear as comunicações virtuais, mediante
autorização judicial. Isso ocorre muito em casos de ofensas pelas redes sociais”, exemplifica a delegada e
professora de Direito da Unisinos Elisangela Reghelin. “Os vestígios do crime permanecem, mesmo que
apagados o perfil”, garante.
Ela ressalta a importância de denunciar o cyberbullying para que o agressor seja punido: “É necessário
que a vítima procure a Delegacia da Polícia mais próxima e faça o registro. O registro dos casos de crimes
pela internet em cartório é um importante mecanismo de prova. A vítima poderá tomar tais medidas a
qualquer tempo, ainda que nem saiba a autoria das agressões”, acrescente Elisangela.
A legislação brasileira prevê uma pena de até dois anos de detenção, dependendo do crime praticado
na internet – os crimes menos graves, como invasão de dispositivos, podem ser punidos com prisão
de três meses e um ano, além de multa. O mesmo ocorre se o delito envolver a divulgação, comercialização
ou transmissão a terceiros, por meio de venda ou repasse gratuito, do material obtido com a invasão.
FONTE: Revista Galileu
Disponível em: https://angloriopreto.com.br/cyberbullying-uma-ameaca-digital/ Acesso em: 14 de março de 2022.
TEXTO 3

Fonte: Tic Kids Online 2016. (Visual adaptado).

E você, o que pensa a respeito deste tema? Qual é a sua posição crítica? Formule um Artigo de Opinião
e defenda seu ponto de vista a respeito.

Respostas
1. O texto apresentado é um Artigo de Opinião, pois apresenta um posicionamento crítico pessoal do
autor(a).
2. O Artigo de Opinião apresenta uma homenagem ao dia das mulheres em suas posições nas quais se
encontram atualmente, com suas conquistas e seus objetivos.
3. A articulista do texto é a Elizabet Garcia Campos - psicóloga, professora da FGV.
4. A autora posiciona-se a favor da luta das mulheres na sociedade brasileira, das quais têm conquistado
muitos objetivos sociais, como a inserção cada vez maior nos vários mercados de trabalho, no Brasil.
5. Exemplo: “Apesar de algumas barreiras, as características femininas felizmente estão sendo cada vez
mais desejadas pelas organizações, públicas ou privadas.”
6. Exemplos: “é preciso considerar itens importantes como o contexto”, “Essas mulheres, apesar de tudo,
não perderam a fortaleza do espírito, a doçura e a fé,” “É preciso deslocar a discussão contemporânea
sobre o movimento das mulheres do passado, o quanto foram oprimidas para o futuro”.
7. Nunca, na nossa história, a mulher teve a possibilidade de fazer tantas escolhas. Mas, as escolhas
também representam renúncias e estas, pelas suas complexidades, precisam ser bem avaliadas.
8. Alternativa C.
9. Espera-se que o estudante diferencie opinião de fato.
a) (O) / b) (O), c) (F)
PROPOSTA DE PRODUÇÃO
Espera-se que o estudante apresente uma opinião construtiva, posicionando-se contra o Cyberbullying, e
persuadindo o leitor em seu posicionamento crítico.

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