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DOENÇA DA LÍNGUA AZUL

ETIOLOGIA:
Causada por um Orbivirus da família Reoviridae cujas características mais relevantes são a
dupla cadeia de RNA, simetria icosaédrica, não envelopado e com replicação no citoplasma
e possui 27 sorotipos.
PATOGENIA:
A infecção ocorre após a picada do mosquito Culicoides infectado. A replicação inicial ocorre
no sitio da picada do inseto vetor, sobretudo nas células endoteliais e em células do sistema
linforreticular. A replicação primaria é seguida por viremia associada as células sanguíneas
(eritrócitos, leucócitos e plaquetas) e disseminação do vírus se replica no sistema
microvascular, resultando em petéquias, alteração patológica característica da doença. O
vírus se liga a glicoforinas na superfície de bovinos e ovinos, onde persiste em invaginações
da membrana. Nesses locais, o vírus permanece protegido dos anticorpos circulantes por
longos períodos, resultando em viremia prolongada. As células endoteliais na
microvascularização são as células alvo primarias para a replicação do vírus, tanto em
espécies de ruminantes que desenvolvem infecção clínica, quanto assintomática.
SINTOMAS:
As espécies mais afetadas são os ovinos e cervídeos, podendo ocorrer morte em menos de
24 horas após aparecimento repentino de febre alta e sinais de dificuldade respiratória.
Pode haver descarga nasal hemorrágica e hiperemia em mucosa nasal e oral, edema na
cabeça e pescoço, diarreia, disenteria e laminite, geralmente há aumento de salivação e
espuma na cavidade oral.
Nos ruminantes em geral podem ocorrer lesões podais que são caracterizadas por
hiperemia da banda coronária, pés quentes e doloridos, relutância em mover-se ou
claudicação severa que se manifesta por andar sobre os joelhos. Pode se formar uma faixa
vermelha escuro para roxo na pele acima da coroa dos cascos.
Em ovinos e cervídeos, a língua pode estar edemaciada e estendida para fora da boca,
mas raramente se torna cianótica, apesar deste sinal ter sido o responsável pela
denominação da doença. Ulcerações na língua e em mucosas podem ocorrer e propiciar
infecções secundárias e necrose, principalmente na região superior do esôfago e faringe,
causando vômito e aspiração do conteúdo ruminal, levando à pneumonia.
EPIDEMIOLOGIA:
A epidemiologia dessa doença está relacionada à presença de vetores transmissores,
dípteros do gênero Culicoides. O reconhecimento de espécie de Culicoides nos diferentes
ecossistemas do mundo é um fator crítico para o entendimento da epidemiologia dessa
doença
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA:
A principal forma de transmissão do vírus da Língua Azul é através de um mosquito
amplamente disseminado no Brasil, pertencente ao gênero Culicoides e conhecido
popularmente como “maruim”, “borrachudo”,” mosquito pólvora” ou “mosquito do mangue”.
Este díptero pertence à família Ceratopogonidae e se alimenta de sangue durante a noite.
No entanto, já foi demonstrado que o sêmen pode transmitir a LA em bovinos, seja através
de monta natural ou inseminação artificial.
Susceptíveis: ovinos, bovinos, caprinos e ruminantes selvagens, sendo os ovinos (europeu)
e o veado de cauda branca os mais susceptíveis.

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