A práxis do Programa de Pesquisa-Ação na Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal no Litoral
Fluminense no ano de 2017: uma reflexão extensionista
O ciclo 2017/2018 do Programa de Pesquisa-Ação na Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal no
Litoral Fluminense (PAPESCA) foi marcado por atividades realizadas junto aos pescadores artesanais, população tradicional e moradores da comunidade Canto de Itaipu, situada no município de Niterói. Este resumo visa seguir com a tradição do PAPESCA em apresentar brevemente a sistematização de sua experiência extensionista e que desde 2012 ocorre centralmente na comunidade indicada. O PAPESCA atua voltado para a transformação social da classe trabalhadora historicamente oprimida que é a do pescador artesanal, marginalizado pelo uso que ainda faz de seu conhecimento tradicional sobre a natureza e por não se submeter integralmente a lógica concorrencial do mercado capitalista. Entre março de 2017 e maio de 2018 o PAPESCA desenvolveu inúmeras ações organizadas em 6 projetos, sempre primando pela interdisciplinaridade e dialogicidade. Os projetos foram negociados com os atores locais e contaram com o apoio do Museu de Arqueologia de Itaipu. Neste ciclo, destacamos como resultados de nosso trabalho a (1) assessoria realizada em relação à execução de um plano de compensação ambiental de um gasoduto que causa impactos irreversíveis aos pescadores locais. Também realizamos atividades de assessoria relacionada com (2) a implementação da Reserva Extrativista de Itaipu, sobretudo através da nossa participação nos eventos relacionados à esta unidade de conservação. Em parceria com o Centro de Informação Toxicológico (CIT/HU/CFF) realizamos atividades de diagnóstico participativo e palestras sobre condições de (3a) saúde dos pescadores e de (3b) intoxicação por animais marinhos peçonhentos. Contribuímos com o evento UFRJMar Itaipu e (4) produzimos um documentário sobre a histórica corrida de canoas tradicionais que foi realizada durante este evento após 60 anos. Em maio de 2018, contribuímos para a organização de um (5) intercâmbio de pescadores artesanais cujos territórios encontram-se inseridos em unidades de conservação. Delegações de pescadores e pescadoras de 6 estiveram presentes no evento, que reuniu um público superior a 40 participantes. O evento foi realizado no Canto de Itaipu, em parceria com o ICMBio e com a ALPAPI, contribuindo para o empoderamento de lideranças locais. Ao longo de 2017 e 2018 também contribuímos para a (6) formação sociotécnica através da organização de atividades de campo e formativas que aproximaram estudantes dos problemas socioambientais enfrentados no Canto de Itaipu. Destacamos que neste período o criador e coordenador histórico do PAPESCA, professor Sidney Lianza se aposentou da UFRJ. O cenário de desenvolvimento da PAPESCA sem o professor Sidney é um grande desafio que esperamos confrontar no próximo ciclo de atividades.