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LP1Z2 - Laboratório de Prática de Ensino 1: Organização do trabalho docente

Monique Albuquerque Ferreira – SP301911X

Tarefa 1

A escola possui uma função social e cultural de acesso aos conhecimentos que
direcione os alunos para além das experiências cotidianas. As aprendizagens escolares não
acontecem no vazio. Existe uma relação entre a cultura escolar e o exterior. (SACRISTAN,
2000). Neste sentido, creio que a escola possa ser comparada a uma ilha de inclusão,
pensando-se em um movimento educacional, mas também social e político. Visto que o
acesso à escola tem a função de possibilitar que todos os indivíduos participem de forma
consciente na tomada de decisões dentro da sociedade.
No entanto, as inúmeras desigualdades que permeiam o nosso país se reproduzem no
âmbito escolar. Mesmo que a escola tenha função ideal de inserção dos indivíduos social e
culturalmente, na prática não é o que acontece.
No Brasil, a educação é fruto de uma cultura eurocêntrica onde os preconceitos são
reproduzidos dentro da escola. Bordieu discute o fato da educação escolar funcionar dentro
de um mecanismo de exclusão da classe dominada. O próprio currículo escolar se baseia na
cultura e na linguagem da classe dominante, colocando as crianças desta classe em uma
situação privilegiada com maior facilidade de compreender os códigos, pois sempre estiveram
imersas nesse sistema.
Então, ao pensar em um indivíduo negro, por exemplo, não existe uma abordagem
que propicie a valorização da cultura dos grupos étnicos, limitando a visão social do negro
na condição de ser escravizado. Será que a forma como os currículos oficiais estão
organizados são inclusivas?
Além disso, Silva e Vianna in BRASIL (2014) me fizeram refletir sobre o uso do termo
“inclusão” que, muitas vezes, é banalizado. Ao pensar em educação especial, há uma política
de inclusão desses alunos na sala de aula. No entanto, percebe-se que tais alunos ficam à
margem da classe e não conseguem ser incluídos de fato.
O papel do professor é de extrema importância pois ele atua como agente
transformador, isto é, ele deve contribuir assiduamente para melhorias no campo
educacional e a partir disso reconstruir saberes, valores e atitudes. É preciso colaborar para
a descolonização dos currículos. Acredito na escola como um espaço de potência para
desconstrução de preconceitos, apresentar questões e contribuição para que as pessoas
aprendam com a diversidade sociocultural.

Referências Bibliográficas:
SACRISTAN, G. J. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Educação Inclusiva. Ministério
da Educação – Brasília: MEC, SEB, 2014.

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