Psicóloga Clínica, Psicopedagoga e Professora, Mestranda em Educação pela UERR – (Universidade
Estadual de Roraima) pós graduanda em Terapia do Esquema – IPTC (Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva) e Pós Graduada em Psicologia Junguiana pelo IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa). E-mail: criciapsi@gmail.com (55 61) 98376-2929
A Psicopedagogia é a área de conhecimento que investiga os distúrbios de
aprendizagem, nasceu como uma ocupação empírica pela necessidade de atender inicialmente, tais dificuldades, cujas causas eram estudadas pela Medicina e Psicologia. Com o passar do tempo, perfilou-se como conhecimento independente e complementar, possuidor de um objeto de estudo (processo de aprendizagem) e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios. (VISCA, 1987). Para Bossa (2000) a Psicopegagogia distingue-se como uma prática, onde há um campo de investigação do ato de aprender e saber científico, sistematizando instrumentos de investigação e pesquisa. A tarefa do psicopedagogo é segundo Muller (1984) considerar que leis regem o processo da aprendizagem, e quais dificuldades interferem ou impedem a aprendizagem, de forma a possibilitar intervenções. De acordo com o código de ética da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia) a psicopedagogia é:
Um campo de atuação em educação e saúde, que lida com o processo de
aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio – família – escola e sociedade no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.
A dinâmica dos acontecimentos na trajetória universitária desafia o
psicopedagogo a desenvolver ações que atendam as diferentes necessidades dos discentes. A ação da psicopedagogia no Ensino Superior diferencia-se quanto a abordagem e formação do psicopedagogo, visto que para além das queixas relacionadas às dificuldades de aprendizagem, há também um quantitativo considerável de acadêmicos, que possuem laudos de especialistas com patologias como por exemplo: dislexia, TDAH, transtorno do espectro autista, dentre outros. Que somados a queixas pertinentes da vida acadêmica e adaptação ao meio, conflitos interpessoais, e conteúdos pessoais com forte carga emocional, impactam e refletem no desempenho acadêmico. Com o programa incluir, e as políticas de inclusão das Universidades públicas, estudantes com deficiências tiveram acesso a Universidade por meio das cotas e laudos. Todavia, acolher o discente que vem proveniente de um sistema educacional de atendimento especializado e estruturado, e não ter uma equipe pedagógica qualificada para dar suporte, é permitir a entrada e não saber o que fazer com os discentes que possuem laudos. A UFRR, por meio da contratação temporária investiu em profissionais da pedagogia, psicopedagogia e neuropsicologia. Em dois períodos, que compreendem 2019.1/2019.2. Enquanto psicopedagoga com formação em psicologia, observei e realizei atendimentos aos acadêmicos com dificuldades de aprendizagens e deficientes. No período curto do semestre de 2019.2, a partir do mês de outubro até dezembro, realizei exclusivamente atendimentos psicopedagógicos aos discentes desta Instituição na DASP. Um quantitativo expressivo buscou atendimento e foram encaminhados pela equipe multidisciplinar. Dentre as queixas, destacam-se: déficit de atenção, dislexia, disortografia, discalculia, depressão, ansiedade, conflitos interpessoais, dificuldades socio econômicas e ideação suicida. É importante salientar, que um único acadêmico apresenta comorbidades que impactam na permanência na universidade. Percebeu-se que os Docentes não tinham conhecimento dos discentes que possuem laudos com tais dificuldades de aprendizagem, não adaptando suas aulas. Tivemos o caso do acadêmico Kenaldy do Curso de Engenharia Elétrica, com laudo de dislexia. O acadêmico do curso de Matemática Hugo, com déficit de atenção, e Antônia da Educação no campo que possuía dificuldades na elaboração da monografia. Para cada caso, foram realizados procedimentos e técnicas psicopedagógicas, promovendo em conjunto escuta e acolhimento. Em alguns casos, foi necessário reunião com a coordenação do curso, a fim sugerir metodologias adaptadas para os acadêmicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABPp Nacional - Associação Brasileira de Psicopedagogia.