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Referencias

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Entre um século e o outro a cultura e da


educação popular desde os anos sessenta até os dias de hoje. Disponível
em:
http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/4214/1/
FPF_PTPF_01_0867.pdf. Acesso em: 03 de abril de 2020.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproxima-


ções. 10. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2008.

MORI, Rafael Cava; CURVELO, Antonio Aprigio da Silva. O pensamento


de Dermeval Saviani e a educação em museus de ciências. Educação e
Pesquisa, São Paulo, v. 42, n. 2, p. 491-506, Jun. 2016.

MORI, Rafael Cava. Comunicar O Conhecimento Para (Re)Produzi-lo: O


Lema Da Extensão Universitária. Revista de Cultura e Extensão Univer-
sitária, São Paulo, v. 17, p. 83-95, mai. 2017.

ECLÉA BOSI
Elisangela Trevisan
Maiara Elis Lunkes
Terezinha Conte Piletti

Ecléa Bosi foi psicóloga, escritora e professora. Graduou-se em


Psicologia na Universidade de São Paulo (USP), em 1966, onde também
fez o mestrado e o doutorado, no início da década de 1970. Professora
titular do Instituto de Psicologia da USP, idealiza, em 1993, o programa
Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI), pelo qual é homenageada
com o prêmio Averroes, em 2011. Recebeu, ainda, o título de professora
emérita da Universidade de São Paulo, em 2008.
Dentre sua vasta produção escrita, que aborda de forma recorren-
te temas como cultura e memória social, trabalha com temas de pesquisa
que não figuram entre os mais explorados dentro dos estudos acadêmi-
cos brasileiros: as leituras de operárias e as memórias de velhos. Seu livro
―Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias‖ (1972) serviu de
inspiração para uma peça teatral do dramaturgo brasileiro Timochenco
Wehbi (1943-1986) no Teatro Cultura Artística. A mesma obra, ao lado de

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―Memórias e sociedade: lembranças de velhos‖, é usada pelo Departa-
mento de Artes Cênicas da ECA/USP na criação do espetáculo ―Doces
Lembranças‖.
Com frequência, Ecléa dirige seu olhar para grupos sociais fragi-
lizados, como: pobres, mulheres trabalhadoras de baixa renda, idosos
que, imersos na transformação contínua da metrópole, vão perdendo, a
contragosto, as referências de seus percursos familiares, cotidianos, e
penetrando num tempo de certo esmaecimento da consciência de sua
identidade. Dos objetos escolhidos mais as personagens encontradas,
ambos aludindo ao precário e ao vulnerável e trabalhados sobre sólido
chão teórico, ela construiu uma vigorosa, singular e reconhecida carreira;
em seus escritos, destacam-se as obras: ―O tempo vivo da memória: ensaios
da psicologia social‖ (2004), ―Velhos amigos‖ (2005), ―Memória e sociedade:
lembranças de velhos‖ (2005), pelo qual recebe o Prêmio Internacional Ars
Latina em 2009, e uma antologia da escritora e filósofa francesa Simone
Weil (1909-1943). Em 2008, Marilena Chauí publicou um artigo em sua
homenagem; no ano seguinte, Ecléa recebeu o Prêmio Internacional Ars
Latina pelo conjunto de sua obra. Já em 2011, recebeu o prêmio Averro-
es, e também recebeu o Troféu Loba Romana, junto de João Grandino
Rodas, em homenagem pela contribuição à comunidade italiana no Bra-
sil.
Seu envolvimento para com o campo da militância institucional e
política é notável e, assim sendo, se torna fácil compreender seu esforço
pela criação e desenvolvimento da Universidade da Terceira Idade da
USP, que, aos 21 anos completos, já levou para o campus da maior insti-
tuição universitária pública brasileira mais de 100 mil idosos, a maior
parte detentora de precária educação formal. Ou, ainda, sua militância
ecológica, que inclui, de forma privilegiada, as operárias grávidas, que,
sem saber, podem estar sendo submetidas a agentes tóxicos nas fábricas
em que trabalham.
A presença de Ecléa Bosi em cartas de Brandão é perceptível por
sua forma de militância, envolvimento com a cultura popular. Além de
Ecléa Bosi ser exemplo de erudição, colocada a serviço das grandes cau-
sas que afetam a humanidade. O profundo respeito que Ecléa tem pela
figura do outro a move no sentido de promovê-lo e nunca de utilizá-lo
em seu próprio proveito. Mais ainda: esse outro, a quem a autora se dedi-
ca, é sempre uma personagem deixada para trás nas representações do-
minantes da sociedade, seja a operária com suas leituras, seja o velho
fragilizado, por quem – como ela diz – nós é que temos que lutar.
Além disso, destaca-se que Ecléa aparece em uma carta escrita
por José Martins para Brandão, na qual ele evidencia que só realizaria um
segundo seminário se tivesse a participação da mesma como expositora.

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Ressaltando, assim, novamente, a sua notória evidência no campo da
educação.

Referências

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 3a ed. São Pau-


lo: Companhia das Letras, 1994.

BOSI, Ecléa. [Currículo]. Plataforma Lattes. Disponível em:


<http://lattes.cnpq.br/9885451043461871 >. Acesso em: 10 jul. 2017.

BOSI, Ecléa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasilei-


ras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa19824/eclea-bosi>. Aces-
so em: 16 jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

BOSI, Ecléa [Correspondência]. Destinatário: Brandão. Sem identificação


do local, 14 abr. 1999.

IPUSP: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Disponí-


vel em: <http://www.ip.usp.br/portal/index.php/pt/comunidade-
ipusp/464-principal>. Acesso em: 16 jan. 2021.

OLIVEIRA, Paulo de Salles. Sobre Memória e Sociedade. REVISTA USP:


São Paulo, n. 98p. 87-94, 2013.

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