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Informação e
Comunicação
aplicada à Logística
Claudio Kleina
Tecnologia de Informação
e Comunicação aplicada à
Logística
Claudio Kleina
Curitiba-PR
2017
CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA
Turma: 2015/2016
Ministério da Educação
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações
do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec,
instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e
democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a po-
pulação brasileira, propiciando um caminho de acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico
como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as
Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando
os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma formação e atualização contínuas.
Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao
estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas,
os polos.
Ministério da Educação
Março de 2016
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Fique atento!
Indica o ponto de maior relevância no texto.
Pesquise!
Orienta ao estudante que desenvolva atividades de pesquisa,
que complementem seus estudos em diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, livros e outras.
Glossário
Indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada
no texto.
Você sabia?
Oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curio-
sidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.
Pratique!
Apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para
que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do
tema estudado.
Design do componente
13 Hardware
14 Componentes do computador
Unidade 15 Processadores
16 Memória Principal
1 18
19
19
21
Monitores
Monitores 3D
Hard Disk (HD)
Impressoras
Unidade
Software
Software
Custo do software
Classificação do software
19
26
27
28
2
Software proprietário 30
Software livre 30
Unidade
3 33
34
34
39
Sistemas de Informação
Sistemas de informação
Informação
Classificação dos Sistemas de informação
4
ERP 46
Histórico dos sistemas ERP 48
Vantagens do Sistema ERP 49
Principais fornecedores de ERP 50
Implantação de sistemas ERP 51
Unidade
Benefícios dos sistemas
5 55
56
59
de informação para Logística
Um sistema, um problema. Vários sistemas, vários problemas!
Tecnologias de informação aplicadas à Logística
Unidade
6
Tecnologias e sistemas aplicados na di-
mensão do Planejamento: SCM, CRm e BI 65
Supply Chain Management (SCM) 66
Business Intelligence (BI) 72
7 75
76
77
79
dimensão de Planejamento: DW, DM, OLAP
Data Warehouse (DW)
Data Mining
Ferramentos OLAP
8
dimensão de planejamento: APS, MRP,
Kanban e JIT 83
Introdução 84
Sistemas APS 88
9 92
94
95
96
O que é tecnologia RFID?
Componenetes do RFID
Onde utilizar a tecnologia RFID?
A tecnologia EDI
110
10
Palavra do autor
Prezado aluno, você está iniciando o estudo sobre as tecnologias utilizadas no gerencia-
mento das atividades logísticas. A crescente competitividade do mercado leva as empre-
sas a aperfeiçoarem seus processos para reduzirem custos e aumentarem a eficiência e a
qualidade de seus serviços. Neste sentido, o emprego da logística é fundamental. Porém,
gerenciar uma empresa ou indústria da mesma forma que a concorrência o faz, não traz
nenhuma vantagem. É preciso inovar, buscar um diferencial, descobrir uma informação
importante antes dos concorrentes! Como a quantidade de dados gerados em toda a
cadeia da produção ou da realização de serviços é muito grande, será imprescindível o
uso de alguns sistemas que auxiliem no processamento desses dados, transformando-
-as em informações úteis, que permitam a tomada de decisão com o maior índice de
acerto possível. Neste livro estudaremos os principais sistemas de informação que dão
suporte às atividades logísticas e que permitem aos gestores fazer com que as empresas
continuem ativas e competitivas no mercado. Porém, o livro é apenas uma das fontes em
seu estudo. Não deixe de assistir às aulas, enviar suas dúvidas ao tutor e pesquisar novos
sistemas que surgem e como eles podem melhorar o seu trabalho.
Bom estudo!
Apresentação do
componente curricular
A Tecnologia de Informação e Comunicação, do modo que a conhecemos hoje, com uso
de e-mails, softwares de comunicação instantânea e internet, só foi possível devido à
grande evolução e ao desenvolvimento do computador, ou melhor, dos dispositivos com
computação embarcada.
Neste sentido, este livro propõe nas duas primeiras unidades o estudo sobre os elemen-
tos de hardware e software de um computador, de forma que possibilite ao estudante
a escolha do conjunto mais adequado para cada situação. A unidade três descreve os
tipos de sistemas dentro de uma empresa, suas funções e suas relações com os níveis hie-
rárquicos de uma organização. A unidade quatro é destinada a caracterizar os Sistemas
de Planejamento Empresarial (ERP), principais fornecedores e modos de implantação. A
unidade cinco inicia o estudo sobre os sistemas de informação, sua importância e seus
benefícios para a área logística. As unidades seis, sete e oito destinam-se a descrever
os principais sistemas de informação logística aplicados na dimensão de planejamento:
CRM, SCM, BI, DW, DM, OLAP, APS, MRP, Kanban e JIT. Na unidade nove são apresenta-
das as tecnologias e os sistemas aplicados na dimensão de comunicação: EDI e RFID. Por
fim, na última unidade apresentam-se as tecnologias e os sistemas aplicados na dimen-
são de execução: WMS, TMS, MES; VMI e KPI.
Bons estudos!
Unidade
1 Hardware
Componentes do computador
Para que eu possa utilizar um computador, eu preciso de dois elementos: hardware e
software. Hardware compreende todas as partes físicas que compõem um computador.
E software são os programas que permitem utilizar todo o potencial do hardware. Har-
dware e software sempre trabalharão juntos. O hardware só funcionará adequadamente
se tiver um software para controlá-lo. Da mesma forma, um software só terá utilidade se
estiver “rodando” em um computador.
Entre as décadas de 1950 e 1970, quando a informática ainda estava iniciando, cada fa-
bricante desenvolvia seus próprios computadores, resultando em incompatibilidade en-
tre os equipamentos. Na década seguinte, surge uma plataforma de arquitetura aberta,
também conhecida por plataforma PC (computador pessoal) que permitiu a integração
de peças de diversos fabricantes e também de diferentes sistemas operacionais. Por isso,
até hoje você pode montar o seu computador escolhendo, dentre diversos fabricantes, a
placa-mãe, o HD, a memória, placas de som, de vídeo e de rede, entre outros periféricos.
Você também pode escolher o sistema operacional que deseja utilizar.
Concorrendo com a plataforma PC estava a Apple, que fabricava todas as peças de seus
computadores e inclusive o seu sistema operacional (Mac OS). Hoje até a própria Apple
utiliza plataforma aberta, apenas utilizando uma tecnologia que dificulta o uso de seu
sistema operacional em computadores PC (MORIMOTO, 2010). O quadro 1.1 sintetiza
os principais componentes e suas funções:
Processadores
O processador é o componente central em um computador, já que é o principal respon-
sável pela velocidade de processamento das informações e, consequentemente, por seu
desempenho. A CPU (Central Processing Unit, ou unidade central de processamento)
pode ser considerada o cérebro do computador, sendo responsável por processar todas
as requisições dos usuários. Para fazer este processamento ela efetua cálculos matemá-
ticos e lógicos contidos em programas. O mercado de microprocessadores é dominado
por duas grandes empresas norte-americanas: a Intel e a AMD. Atualmente, os proces-
sadores se encontram na era “multi-core”, trabalhando com 64 bits.
64 bits - até 2005, a maioria dos processadores possuíam 32 bits. Quanto mais bits
possui um processador, mais rápido ele se torna, pois consegue processar uma quan-
tidade maior de informações por ciclo.
Cache
A memória Cache serve para armazenar os dados e programas que estão sendo usados
pelo processador. É uma das memórias mais rápidas do computador e fica dentro do
próprio processador. Quanto mais Cache, melhor. Ponto!
Unidade 1 – Hardware 15
Figura 1.1 – Processadores usados atualmente.
Fonte: <http://amantesdatecnologia.com.br/hardware/wp-content/uploads/2013/10/Processador-Segmento.png>.
Dentre o nome dos processadores apresentados, na primeira coluna há outros com ca-
racterísticas semelhantes, variando, porém, a frequência e a quantidade de memória
Cache. Na segunda coluna estão apresentadas as frequências máximas de cada proces-
sador. Com relação à quantidade de memória Cache, ambas empresas são equivalentes.
Memória Principal
A memória RAM tem a função de armazenar todos os arquivos e aplicativos em uso.
Quando ligamos o computador, o sistema operacional também é colocado na memória.
Por isso, ter quantidade suficiente de memória RAM é indispensável para o bom funcio-
namento do computador.
Essa pessoa está querendo saber a quantidade de memória RAM que nosso equipamen-
to possui.
Importante frisar que é uma memória volátil: os dados permanecem nesta memória
apenas enquanto o computador está ligado. Por isso é muito importante salvarmos, de
tempo em tempo, todos os arquivos nos quais estamos trabalhando.
Figura 1.2 – Kit de memória C15 DDR4 DRAM 3.000 MHz 16GB (4 x 4 GB) Dominator® Platinum Series
Fonte: Banco de imagens (2017)
Unidade 1 – Hardware 17
Monitores
Em um monitor de vídeo, a imagem é formada pela emissão de luz. As cores básicas
em um monitor são: vermelho, verde e azul. Com a mistura dessas cores, em diversas
proporções, conseguimos todas as cores que o olho humano consegue distinguir. Por
exemplo, para fazer as cores primárias:
E a cor branca, como fazemos? Se não acrescentarmos nenhuma cor (no caso de luz!) o
resultado é a cor preta. A cor branca é formada pela junção das três cores, na seguinte
proporção:
As telas de monitores podem ser construídas utilizando diversas tecnologias, como CRT
(Tubo de Raios Catódicos), LCD (Telas de Cristais Líquidos), LED (Diodo Emissor de Luz).
O tamanho do monitor é medido em polegadas, considerando-se a diagonal de sua tela.
Toda a imagem no monitor é formada pela junção de pequenos pontos na tela aos quais
chamamos de pixels, que formam uma matriz e definem a resolução de nossa tela.
Por fim, não podemos nos esquecer da placa de vídeo, que é responsável por processar
toda a informação que será apresentada no monitor. Nos computadores mais comuns,
a placa de vídeo é integrada à placa-mãe, o que torna o computador mais barato, mas
também diminui um pouco sua performance. Quando é necessário um grande processa-
mento de imagens, como no caso do uso de softwares de edição de imagens e vídeos e
alguns jogos, a quantidade de memória destinada para auxiliar na exibição de imagens
faz toda a diferença. Nestes casos é indicado que a placa de vídeo seja “dedicada”, ou
seja, tenha memória e processamento próprios. Esta placa é deverá ser colocada em um
slot específico na placa-mãe.
Monitores 3D
Os monitores 3D dão suporte a uma tecnologia que permite sobrepor duas imagens ao
mesmo tempo. Essas imagens estão em perspectivas (posições) e com duas cores dife-
rentes. Quando colocamos os óculos 3D, ele filtra cada uma dessas imagens, individual-
mente, para cada olho, “enganando” nosso cérebro e induzindo a formar uma imagem
em 3D.Este efeito só é possível quando temos um monitor com suporte para imagens em
3D, os óculos e, é claro, um filme gravado com esta tecnologia.
Unidade 1 – Hardware 19
Figura 1.5 – Foto de um HD aberto (Sugestão da Iconografia)
Fonte: © Evan-Amos/ Wikimedia Commons
O HD é um dos poucos componentes mecânicos ainda usados nos computadores. O
braço que faz a leitura e a gravação passa muito próximo à superfície do disco, que
gira a rotações acima de 7.000 RPMs (Rotações por Minuto), por isso inspira alguns
cuidados especiais, pois uma queda com ele em funcionamento pode danificá-lo per-
manentemente.
Bit B -
Byte B 8 bits
Impressoras
As impressoras são dispositivos de saída usados para fazer cópias de textos, imagens,
gráficos, fotos, planilhas e demais documentos em papel. Os principais tipos de impres-
soras são as matriciais, jato de tinta, laser e multifuncionais, listadas no quadro a seguir:
Unidade 1 – Hardware 21
1. Classificação dos computadores
Não existe computador melhor ou pior, o que existe é computador mais ou menos ade-
quado para determinada função. O desconhecimento sobre hardware pode trazer três
problemas para uma empresa:
1. A empresa pode comprar equipamentos top de linha, pagando valores altos e su-
butilizá-los, já que as funções a que se destinam não poderiam ser realizadas com
computadores mais simples;
2. A empresa pode comprar equipamentos mais simples e baratos e ter como consequ-
ência a queda na produtividade dos funcionários devido à demora em processar as
informações;
3. O último caso, e mais grave, é comprar equipamentos simples, não adequados e pa-
gar valores altos! Neste caso, a empresa perde duas vezes: primeiro, por ter pago um
valor superfaturado nos computadores; e, segundo, pela ineficiência dos equipamen-
tos, baixando a produtividade nas tarefas.
Pratique
1. Procure em encartes de jornais, propagandas na TV ou na internet, anúncios de com-
putadores e faça um quadro com as características de hardware que você encontrar.
Unidade 1 – Hardware 23
Unidade
2 Software
Todo o conjunto de hardware que forma um computador não tem utilidade se não hou-
ver um software que permita ao usuário interagir e tirar proveito de todo seu potencial.
O software pode assumir diversas funções, desde controlar o hardware, gerenciando os
movimentos do mouse, as teclas digitadas, os arquivos no HD e as imagens formadas
no monitor, passando por programas voltados para o usuário, como editores de texto e
planilhas e softwares destinados à manutenção do próprio computador, verificando erros
e a presença de códigos indesejados.
Software
Como diz a sabedoria popular: “Hardware é o que você chuta, e software é o que
você xinga.”
Software compreende a parte lógica do computador. Consiste em programas de com-
putador que controlam o trabalho do hardware, juntamente com a documentação do
programa usada para explicar os programas ao usuário (LAUDON; LAUDON, 2007). To-
dos os softwares são escritos em esquemas de códigos chamados de Linguagens de
programação.
Custo do software
Hoje, o custo maior de um sistema de informação é com o software, devido a alguns fatores:
A complexidade dos sistemas é o principal responsável pelo seu custo elevado. Caiçara
Junior (2013) apresenta a evolução da proporção dos custos com hardware e software
nas últimas décadas:
Unidade 2 – Software 27
Classificação do software
Os softwares de um computador podem ser classificados em software de aplicação e
software de sistema.
Software
de Aplicação de Sistema
Sistema Operacional
O sistema operacional é um conjunto de programas com a função de coordenar
as atividades do hardware e dos demais programas do computador. É ele quem
faz a interface entre o usuário e o computador, controlando monitor, teclado,
mouse, som, rede, etc. Sem o sistema operacional, o computador (apenas o har-
dware) não tem função alguma. O sistema operacional fica armazenado em disco
(geralmente no HD) e, quando ligamos o computador, é carregado na memória.
Windows 3.0 1990 Primeiro sucesso da Microsoft, com melhoras na interface gráfica.
Também conhecido como Windows NT (Nova Tecnologia), foi uma versão multiu-
Windows 2000 2000
suário.
Linux
O sistema Linux tem sua origem no sistema operacional MINIX, uma versão simplificada
e gratuita do sistema operacional UNIX, que ainda hoje é utilizado em alguns main-
frames. Em 1991, um estudante de ciências da Computação de Helsinki, na Finlândia,
Unidade 2 – Software 29
chamado Linus Torvalds, reescreveu o código-fonte do sistema operacional MINIX para
uso pessoal e acabou distribuindo para outros pesquisadores que também contribuíram
no seu desenvolvimento. Até hoje, pesquisadores de todas as partes do mundo ajudam
no aprimoramento do sistema que, assim como seu código-fonte, podem ser baixados
gratuitamente para estudo e redistribuição.
O nome Linux surgiu da junção do nome do seu criador Linus com Unix, sistema ope-
racional que deu origem a ele. Linus + Unix = Linux
Atualmente há diversas distribuições deste sistema operacional, como: Debian, Slackwa-
re, Arch, OpenSUSE, Mageia, Redhat, Kali, Fedora, Ubuntu e Linux Educacional.
Software proprietário
É um software que possui licença com direitos exclusivos para seu produtor. Sua modifi-
cação e redistribuição são proibidas. Você precisa pagar um determinado valor (licença)
para utilizá-lo. Alguns softwares proprietários são o Microsoft Windows, o Microsoft
Office, o RealPlayer, o Adobe Photoshop, o Mac OS, o iOS o WinZip, entre outros.
Software livre
O software livre é um programa criado e gerenciado por diversas comunidades espalha-
das pelo mundo que colaboram com o seu desenvolvimento, sua correção e atualização.
O software e o seu código-fonte são disponibilizados para que os usuários possam utili-
zar sem custos, conforme a licença.
Assim, o usuário de um software livre pode executar, copiar, distribuir, estudar e melhorar
o software. Geralmente, este tipo de software é gratuito, mas algumas empresas podem
cobrar uma taxa pela sua redistribuição.
Uma das principais organizações que gerencia a utilização do software livre é a Free Sof-
tware Foundation (FSF). Ela lista os quatro tipos de liberdades necessários para que um
software seja considerado livre:
3. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo;
Para satisfazer essas quatro liberdades, o código-fonte deve ser distribuído junto com o
software. É importante destacar que nem todo software livre é software gratuito (fre-
eware). O software freeware é distribuído gratuitamente para uso, porém, sem seu có-
digo-fonte. Já o software livre, além de obrigatoriamente distribuir o código-fonte junto
com o programa, pode (ou não) cobrar pelo software. São exemplos de software livre o
navegador de Internet Mozilla Firefox, o sistema operacional para smatphones e tablets:
Android, o pacote Office: Open Office, que no Brasil tem as versões BrOffice e LibreOffi-
ce, e o sistema operacional Linux.
Um dos serviços on-line gratuitos para colaboração é a Google Apps, que funciona em
conjunto com editores de documentos, planilhas e apresentações. Além da disponibiliza-
ção de documentos e controle de acesso sobre quem pode visualizá-los, permite a edição
de documentos. Integrado ao e-mail estão: agenda e formulários, videoconferência do
Google Hangouts e mensagem instantânea.
• Google Drive: um drive virtual – espécie de pasta de arquivos, que está na internet,
podendo ser acessada e compartilhada de qualquer lugar;
• Gtalk: ferramenta de mensagem instantânea do Gmail, que pode ser usada para
conversas em grupo.
Unidade 2 – Software 31
O que é um smartphone? À medida que os telefones celulares tornaram-se mais evo-
luídos tecnologicamente, foi possível utilizá-los para oferecer serviços muito além do
processamento de chamadas de voz. Um smartphone típico pode ser usado, agora,
para enviar e receber mensagens de texto, navegar na web, fornecer direções, visua-
lizar conteúdo multimídia. Em resumo, ele pode ser usado para fornecer muitos dos
mesmos serviços que um PC tradicional oferece.
Nesta unidade vimos que o software é fundamental para que o computador funcione e
nós possamos tirar proveito dele. Todos os softwares que conhecemos, inclusive os siste-
mas operacionais, foram construídos através de uma linguagem de programação. Hoje,
os gastos com software em uma empresa ultrapassam, e muito, os gastos com hardware.
Pratique
1. Com base nos sistemas computacionais que você conhece, identifique dois softwares
utilitários e dois softwares aplicativos. Na sequência, explique por que você classificou
desta forma.
2. Se você fosse dono de uma empresa, qual sistema operacional você utilizaria nos
computadores? Justifique sua resposta.
3 Sistemas de informação
Sistemas de informação
Hoje, devido à competição acirrada e à globalização, as empresas estão sempre em busca
de diferenciais competitivos. Aliado a isso, o mercado está mais exigente em termos de
qualidade de produtos e serviços prestados. Por conta desses fatores, ter um bom sis-
tema para gerenciar as informações empresariais e seus processos é fundamental para
construir um diferencial competitivo e manter-se ativo no mercado.
Mesmo uma empresa de pequeno porte precisa gerenciar um volume muito grande de
informações (dados dos clientes, do estoque, das vendas realizadas, dos recursos huma-
nos, dados contábeis, etc.). Sem o auxílio de um sistema de informação é uma tarefa
quase impossível. Ao falar sobre sistemas de informação, temos dois conceitos envolvi-
dos: sistemas e informação.Vamos entender um pouco sobre eles:
Informação
Reflita sobre a seguinte pergunta: O que é informação? Agora, tente responder a esta
outra: O que é dado? Parece que é a mesma resposta, não é mesmo? Mas há uma di-
ferença entre estes termos.
“Dados são uma descrição elementar de coisas, eventos, atividades ou transações que
são registradas, classificadas e armazenadas, mas não são organizadas para carregar
qualquer significado específico.” (TURBAN, 2005). Dado é um fato bruto, que por si só
geralmente não tem significado. Exemplo: 30; Maria; 12 de maio; carro; etc. Estas pala-
vras, isoladas de um contexto, não têm significado.
Informação vem do latim informare, que significa “dar forma”. Então, uma informação
é um dado dotado de propósito e relevância. (CAIÇARA JUNIOR, 2012) Exemplo: 30
Tipos de informação
Dentro de uma empresa, temos dois tipos de informações: operacionais e gerenciais.
Entrada – é a atividade de coletar e capturar dados básicos. Ex. horas trabalhadas por
um funcionário Processamento – envolve a conversão ou transformação de dados em
saídas úteis. Ex. cálculos comparações e ações alternativas. Saída – envolve a produ-
ção de informações úteis, em geral na forma de documentos e relatórios. Ex. cheques
de pagamento, relatórios para acionistas, etc Realimentação – é a saída que é usada
para alterar a entrada ou as atividades em processamento. Ex. erros no registro de
horas trabalhadas por um funcionário.
Agora que aprendemos um pouco sobre informação e sobre sistemas, ficará mais fácil
compreender o conceito de sistemas de informação:
• Organização: composta por unidades com funções diferentes, mas que colaboram
para a execução do objetivo geral da empresa: vendas, produção, financeiro, conta-
bilidade.
• Auxiliam os gestores;
Assim, por exemplo, na área de Gestão de Pessoas de uma empresa, o assistente de re-
cursos humanos cadastra os funcionários, registra o valor do salário, as ausências e horas
extras dos funcionários. Já o gestor deste departamento não precisa saber, por exemplo,
o salário de cada funcionário, mas sim o total gasto com a folha de pagamento em
determinado período, total pago em horas extras, quais colaboradores se ausentaram
no período, quais estão em férias. Essas informações são essenciais para que ele possa
gerenciar seu departamento.
Outro exemplo pode ser dado na área de gestão de transporte de uma empresa. Cada
motorista registra a hora de partida, destino, hora de chegada, combustível gasto e
• Administração de materiais;
• Administração de serviços;
• Administração financeira;
• Administração contábil;
• Gestão empresarial;
• Logística;
• Marketing;
• Produção.
Por exemplo, em uma fábrica de automóveis haverá uma demanda de aumento de pro-
dução de veículos em 20% nos próximos três meses. Para isso, os diretores devem tomar
uma decisão: contratar funcionários novos ou solicitar que os funcionários atuais façam
horas extras? Se você fosse o diretor desta empresa, qual seria sua decisão?
Qualquer que seja a sua resposta, ela pode estar certa ou errada. E uma decisão estra-
tégica como esta pode ter sérios impactos na vida desta fábrica. Poderia acontecer, por
exemplo, de solicitar que os funcionários fizessem horas extras. Mas, e como é a pro-
dutividade dos funcionários que fazem horas extraordinárias nesta fábrica? O custo da
produção também aumentaria. Resultaria em lucro?
Outro exemplo é a vinda de um concorrente com produtos similares aos nossos, porém
com um preço menor. Para continuar no mercado, a empresa irá precisar baixar o valor
final do produto em 10%. A pergunta é: se baixar o valor final do produto em 10%, qual
será nossa margem de lucro? Esta também é uma questão difícil de responder, já que
também envolve muitas variáveis.
Através dele é possível fazer as simulações citadas anteriormente e também outras análi-
ses complexas. Mas para isso é fundamental que todas as informações do nível operacio-
nal estejam cadastradas de forma correta no sistema. Se forem cadastradas informações
incorretas ou imprecisas, há a possibilidade que o resultado destas simulações seja erra-
do, colocando em risco a vida da empresa.
Como estas pessoas geralmente são muito ocupadas, o sistema que utilizam deve ser
fácil de ser utilizado e com informações mais visuais (orientado a gráficos). Assim, a infor-
mação sobre a situação de uma empresa pode ser representada através de um semáforo.
Devemos lembrar que mesmo sendo um sistema com interface simples, sua programa-
ção é muito complexa, e para que a informação apresentada seja confiável, todos os
dados inseridos nele devem ser precisos e completos. A figura 3.3 ilustra como cada
sistema interage dentro de uma organização:
Vimos que os sistemas são formados por um conjunto de partes independentes, que
estão organizados de forma a atingirem um objetivo comum e que são compostos por
entrada, processamento, saída e retroalimentação ou feedback.
Pratique
1. Estudo de caso:
a) Alto custo operacional causado pelo retrabalho, desperdício, pela falta de controle
nos nas atividades básicas da empresa;
4 Planejamento de Recursos
Empresariais (ERP)
ERP
A sigla ERP vem do inglês Enterprise Resource Planning que significa Planejamento de
Recursos Empresariais. Os sistemas ERP têm a finalidade de gerenciar toda a informação
de uma organização, permitindo extrair informações de controle e de suporte à decisão.
Nele, obrigatoriamente, não pode haver sistemas paralelos, independentes. Toda a infor-
mação deve estar centralizada em um único banco de dados, permitindo o cruzamento
de informações vindas dos diversos setores da empresa.
Os sistemas ERP possuem algumas características que os distinguem dos demais sistemas
integrados de gestão, como por exemplo:
O sistema ERP não é construído da noite para o dia. Envolve muita pesquisa sobre
quais são os melhores modelos de gestão em cada uma das áreas funcionais de
O ERP é um sistema que deve poder ser implantado em qualquer tipo de empresa,
com o mínimo de adequações. Por isso, ele deve ser composto por módulos. Há mó-
dulos que são comuns a todas as empresas, como gestão de pessoas, contábil, finan-
ceiro, estoque, vendas, etc. Mas há módulos que são específicos para uma empresa,
como, o módulo de controle de internações de pacientes, que interessa apenas para
hospitais, e não para fábricas de automóveis, por exemplo.
Na busca por maior agilidade nos processos, os sistemas ERP estão em constante
evolução. A figura 4.2 ilustra esta evolução nas últimas décadas:
Por fim, todos os setores da empresa utilizarão um sistema único e integrado e, mesmo
que cada módulo tenha finalidades distintas, estes possuirão a mesma interface, padro-
nizando o uso e as informações nele armazenadas. Como cada módulo ERP é desenvol-
vido com base nas melhores práticas de mercado, a empresa é quem deverá se adaptar
ao sistema. Fazer muitas customizações descaracteriza o ERP, além de elevar o custo e o
tempo para sua implantação.
• Padronização;
• Modularidade.
Há uma série de fatores que devem ser pensados antes da escolha de qualquer software.
No caso de um Sistema ERP, cujo custo de implantação é muito elevado, esta análise deve
ser mais minuciosa, pois uma falha pode resultar no uso de processos ou tecnologias
inadequados ao negócio, comprometendo o desempenho da empresa.
Cada uma das modalidades tem suas vantagens e desvantagens, descritas no quadro 4.1:
Big- Bang • Aumenta risco de parada total da empresa • Menor prazo de implementação
• Difícil retorno ao sistema anterior • Maior motivação das pessoas
• Exige grande esforço da equipe na etapa de esta- • Elimina o desenvolvimento de interfaces
bilização • Gera “senso de urgência”, que facilita o estabeleci-
• Concentração de recursos durante o projeto mento de prioridades
• Melhora a integração entre os vários módulos
Abordagem por Fases • É necessário o desenvolvimento de interfaces • Menor prazo de implementação
• Não há envolvimento de toda a empresa • Maior motivação das pessoas
• Requisitos de módulos futuros são ignorados • Elimina o desenvolvimento de interfaces
• Módulos em implementação acarretam mudanças • Gera “senso de urgência”, que facilita o estabele-
em módulos estabilizados cimento de prioridades
• Simultaneidade dos processos das etapas de imple- • Melhora a integração entre os vários módulos
mentação e estabilização
• Possível perda de foco do projeto
• Maior movimentação de recursos humanos
Fonte: Souza; Zwicker (2016).
Implantar um novo sistema em uma empresa é sempre um desafio que requer muito pla-
nejamento e conhecimento dos processos internos e da cultura organizacional. Mesmo
assim, Caiçara Junior (2012) destaca alguns obstáculos que normalmente são encontra-
dos na implantação:
• Custos elevados;
• Complexidade de customização;
• Resistência às mudanças;
• Cultura organizacional;
• Treinamentos inadequados.
Os sistemas legados são considerados todos os sistemas utilizados pela empresa an-
tes da implantação do ERP. Todos os dados desses sistemas devem ser inseridos no ERP,
o que não é uma tarefa fácil, já que muitas informações estão armazenadas de forma
diferente, ou alguma informação obrigatória não esteja presente nos sistemas antigos.
Há dois tipos principais de implantação, o Big-Bang, em que todos os módulos são im-
plantados de uma única vez; e a Abordagem por fases, na qual os módulos são implan-
tados de forma gradativa. Na implantação há diversos obstáculos a serem vencidos,
como custos acima do que foi planejado, integração com os sistemas pré-existentes
(sistemas legados), a resistência dos colaborados em utilizarem um novo sistema e trei-
namentos pouco eficazes.
Pratique
1. Quais são as vantagens de um sistema ERP?
Vamos imaginar uma loja, onde o vendedor faz uma venda. Ele precisa apenas de um
sistema que gere a Nota fiscal para o cliente, ok? Mas, será que as informações neces-
sárias para concretizar uma venda estão todas neste sistema de geração de Nota fiscal?
Ao realizar uma venda, alguma informação tem de ser encaminhada para outro setor?
Vamos analisar:
• O valor da venda está entrando na empresa. Esta informação deve ser enviada para
a Contabilidade;
• O setor de Pessoal também deve receber esta informação para calcular a comissão do
vendedor sobre a venda;
Percebam que para realizar uma atividade rotineira dentro de uma organização foi ne-
cessário interagir com diversos setores, buscando e enviando informações. O que acon-
tece quando a empresa possui mais de um sistema diferente para gerenciar suas infor-
mações? Vamos imaginar novamente o vendedor na loja:
• Ele precisará que o setor de Estoque lhe envie uma lista com todos os produtos e
quantidades disponíveis para a venda;
Percebemos, então, que ter sistemas diferentes para gerenciar uma única organização
trará alguns problemas, tais como retrabalho, redundância de dados e falta de integri-
dade das informações.
• Retrabalho: a informação gerada na realização de uma venda teve que ser digitada
pelo menos mais quatro sistemas dentro da organização: Estoque, Gestão de Pesso-
as, Contabilidade e Financeiro.
Integração de Sistemas.
A integração de sistemas permite que a informação, ao ser gerada por um setor, fique
disponível aos demais, no mesmo instante. Com a integração de sistemas temos os se-
guintes benefícios:
• Redução de pessoal;
• Aumento de produtividade;
• Entregas pontuais.
Com a integração dos sistemas não será preciso gerar relatórios e enviar para outros
setores inserir em seus sistemas. A informação será mais precisa e correta, possibilitando
melhor gerenciamento e controle da informação. Haverá aumento na produtividade,
pois, além de se ter acesso à informação atualizada, ela estará disponível em todos os
setores, evitando desgastes de solicitação e envios de relatórios com informações que
Colângelo Filho (2001) fez um estudo sobre os benefícios tangíveis (que podem ser
mensurados) da integração de sistemas nas empresas, que está sintetizado na tabela 5.1:
Entrega no Prazo 6%
Fonte: Colangelo Filho (2001, p.53)
A informação assume cada vez maior valor e pode representar grande poder para quem
a possui, tanto pessoa, quanto organização. Hoje, os recursos da Tecnologia da Informa-
ção são capazes de processar e gerar informações úteis, precisas e oportunas, com custo
menor e em menos tempo, criando um diferencial competitivo que se transforma em
riqueza (REZENDE; ABREU, 2003).
Tecnologias de informação
aplicadas à Logística
Um dos efeitos da globalização é aumentar a competitividade nos processos produ-
tivos e de serviços. Agora, as empresas nacionais têm de concorrer com empresas de
diversos países e, para manterem-se competitivas, precisam modificar suas práticas de
fazer negócios e buscar soluções logísticas para aprimorar seus processos, “pois é na
rapidez com que se adapta a uma nova tendência, oferecendo antes dos demais o pro-
duto desejado pelo consumidor, que será medida sua competitividade final” (GUEDES,
2004, p. 5).
• Aumento da receita;
Bowersox (et al. 1996, p. 190-192) apresentam seis princípios que os sistemas de informa-
ção logística têm de incorporar para suportar o planejamento e a operação da empresa:
As operações logísticas têm seu ponto de partida no grande fluxo de informações ge-
radas pelas organizações. Solicitações de clientes, controle de estoque, movimentação
nos armazéns, cadeia produtiva, gerenciamento do transporte e faturas são exemplos de
formas de informações logísticas.
Este controle, outrora feito no papel, resultava em pouca eficiência, lentidão e propensão
a erros. A evolução da tecnologia e o desenvolvimento de softwares específicos para esta
área veio para atender esta necessidade, oportunizando a redução de custos logísticos e
melhorando a gerência do fluxo de informações, tornando as atividades logísticas mais
eficientes e confiáveis.
–– Gestão de estoques;
–– Armazenagem;
–– Distribuição;
–– Gestão de compras;
–– Transporte;
–– Projetos e tecnologias;
–– Marketing e vendas.
Planejamento:
Execução:
Comunicação:
• Códigos de Barras;
Pratique
1. Quais problemas uma empresa pode encontrar caso tenha diversos sistemas para
gerenciar as informações e estes sistemas não estejam integrados?
6 Tecnologias e sistemas
aplicados na dimensão do
Planejamento: SCM, CRM e BI
Sistema de Gerenciamento da
Cadeia Produtiva (SCM)
O SCM ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos pode ser considerado uma evo-
lução dos sistemas MRP e MRP II, e seu objetivo principal é planejar, fornecer, fabricar e
entregar produtos de maneira integrada e com o menor custo possível.
Organizações que têm diferentes sistemas internos de informação podem agora aces-
sar dados dos clientes a respeito de vendas ou uso do produto e podem utilizar essa
informação para gerenciar o reabastecimento e alterar seus fornecedores sobre futu-
ras necessidades. (CHRISTOPHER, 2007, p.182- 183,)
Fluxo de informação
Fluxo de materiais
Fluxo de dinheiro
O sistema CRM capta, processa, analisa e distribui informações, igual qualquer outro
sistema. O que o distingue dos demais é ter o cliente como foco deste processo. O
CRM “é a integração dos módulos de automatização de vendas, gerência de vendas,
telemarketing, televendas, serviço de atendimento ao cliente, automação de marketing,
ferramentas para informações gerenciais, web e comércio eletrônico” (PEPPERS & RO-
GER, 2004, p. 60).
Diante disso, o CRM em sua essência traz o conceito de que cada cliente é distinto, dife-
rente e, portanto, deve ser tratado de forma diferente. Mas a aplicação deste conceito
não é uma atividade simples. Uma das características do CRM é a personalização do
atendimento, ou seja, tratar de forma individual cada um dos seus clientes. Esta atividade
é chamada de marketing 1a1.
2. Diferenciar –ter uma ferramenta adequada que lhe permita segmentar clientes e
prospectos;
C
Necessidades
Marketing de massa
Número de clientes
Figura 6.4 – Comparação entre CRM e marketing de massa.
Fonte: adaptado de Caiçara Júnior (2012, p. 166).
• CRM analítico – determina quais clientes devem ser tratados de forma personalizada
(1 a 1) e quais devem estar em camadas inferiores de prioridade para a empresa;
• Fidelização de clientes;
Vale ressaltar que o sistema dará suporte gerando as informações necessárias, porém,
para o sucesso da implantação, é preciso que todos os funcionários envolvidos no pro-
cesso compreendam e apliquem o conceito de CRM, utilizando formas corretas de se
comunicar com os clientes.
A análise que o BI proporciona é muito mais completa do que um SIE (Sistema de Infor-
mação Executiva) de um ERP, já que ela incorpora, além de todas as informações do ERP,
informações que estão em planilhas eletrônicas, e-mail, concorrência, dados do mercado
financeiro entre outras. O cruzamento de todas essas informações permite uma análise
mais ampla e completa, possibilitando ao gestor uma visão muito mais abrangente sobre
seu negócio.
Por fim, os sistemas de Inteligência dos Negócios (BI) constituem uma ferramenta nova,
com muito potencial, já que é um sistema que consegue reunir e filtrar as informações
vindas não apenas dos dados inseridos no sistema interno da empresa, mas também de
outras fontes como planilhas, cotações on-line, e-mails, entre outras. O processamento
de todas essas informações dá ao gestor uma visão muito mais ampla e maior segurança
na tomada das decisões.
7 Tecnologias e sistemas
aplicados na dimensão de
Planejamento: DW, DM, OLAP
Qual é a vantagem de ter uma “cópia” de todas as informações geradas por uma empre-
sa desde a sua criação? A principal vantagem é descobrir tendências.
Vamos imaginar que uma concessionária tenha armazenado os dados históricos de todas
as vendas realizadas nos últimos 5 anos. Com a análise desses dados pode-se responder:
• Qual é o tempo médio que os clientes que compram um carro zero quilômetro levam
para trocar de carro?
Percebam que as respostas para estas perguntas já são um diferencial competitivo. Você
certamente já pensou em outras questões que poderiam ser respondidas e que ajuda-
riam a concessionária a vender mais e atender melhor seus clientes. Para obter as res-
postas das perguntas acima, o data warehouse precisa de ferramentas de consulta como
o data mining (Mineração de Dados) e as ferramentas OLAP (Processamento Analítico
Ferramentas
Dados
de consulta
Ferramentas
ETL
Data OLAP
warehouse
Data mining
Dados
externos
Figura 7.1: Data warehouse
Fonte: Adaptado de Caiçara Junior (2012).
Como os dados vêm de diversas fontes, como e-mails, sistemas de recursos humanos,
sistemas de vendas, sistemas de produção, dentre outras, esses dados precisam ser “lim-
pos” e padronizados para que possam ser analisados com maior eficiência. Outro pro-
blema na aquisição dessas informações é a verificação se houve alteração em um deter-
minado dado desde a última atualização deles no data warehouse.
Para ajudar a resolver esses problemas, na aquisição dos dados são utilizadas ferramentas
ETL (Extração, Transformação e Carga). Essas ferramentas tratam da sistematização do
tratamento e limpeza dos dados oriundos dos diversos sistemas organizacionais (OLTP)
para a inserção, geralmente, em um DW ou Data Mart. (CANALTECH, 2016).
Data mining ou mineração de dados é uma técnica que usa um conjunto de ferramentas
de Inteligência Artificial e estatística para explorar um conjunto de dados e extrair ou evi-
denciar padrões, auxiliando na descoberta de conhecimento. A mineração de dados é o
processo de explorar grandes quantidades de dados, geralmente de um data warehouse,
para descobrir padrões e tendências que possam contribuir para a tomada de decisão.
A mineração de dados é feita utilizando algoritmos de Inteligência Artificial, capazes de
evidenciar padrões e auxiliar na descoberta de conhecimento.
Com o uso da tecnologia data warehouse e o data mining chegou-se ao clássico caso
do Walmart. Por meio de vários bancos de dados contendo informações de clien-
tes, estoque, vendas e outros mais, conseguiu-se obter um diferencial competitivo no
mercado. Detectou-se que nas sextas-feiras as vendas de cerveja cresciam na mesma
proporção que as de fraldas. Na tentativa de descobrirem como isso era possível, ima-
ginaram o cenário do executivo que, ao sair do escritório já no último dia da semana,
telefona para a esposa perguntando se precisa de alguma coisa e tem como resposta a
necessidade de fraldas para os seus filhos. Ao passar no mercado, este pai aproveitava
para abastecer seu estoque de cervejas para o fim de semana. Com esta informação,
o Walmart passou a colocar, estrategicamente, a cerveja distante das fraldas. Ao per-
correr pelo mercado, o pai acabava comprando outros produtos, o que resultou no
aumento de vendas em mais de 20%. Fonte: Sita (2013).
Já reparou que quando procuramos um item para comprar na internet, de repente to-
das as páginas começam a fazer propaganda daquele produto? Da mesma forma, dois
usuários diferentes fazendo a mesma procura em sites de pesquisa provavelmente terão
resultados diferentes, de acordo com o seu perfil construído a partir do histórico de pes-
quisas anteriores. Por exemplo, ao fazer uma pesquisa com a palavra “rede”, para um
pescador, retornará pesquisas sobre redes de pesca. Para um programador, sobre redes
de computadores. Para um aposentado, redes para dormir.
Laudon e Laudon (2004) apresentam 5 tipos de informações que podem ser obtidas com
a Mineração de dados: associações, sequências, classificação, aglomeração e prognóstico.
Ferramentas OLAP
Um data warehouse concentra um volume muito grande de dados sobre todas as
áreas funcionais de uma empresa. Estes dados, porém, terão pouca ou nenhuma
utilidade se não puderem ser processados e sintetizados de forma a atender as
demandas dos gestores. É aí que entram as ferramentas OLAP (Processamento
Analítico On-Line) que “permitem a geração de relatórios, a análise de um gran-
de volume de dados e a obtenção de informações estratégicas que podem facili-
tar a tomada de decisão” (ARAUJO; BATISTA; MAGALHÃES, 2015).
OLAP é uma ferramenta usada para manipular e analisar um grande volume de dados
sob múltiplas perspectivas.
Assim, o data warehouse e as ferramentas OLAP trabalham em conjunto. Enquanto o
primeiro armazena as informações de maneira eficiente, as ferramentas OLAP devem
processá-las com muita rapidez, trazendo as informações solicitadas.
Um software OLAP (2017) deve ter uma interface simples e flexível, porém deve ter a
capacidade de fazer cálculos complexos, como previsões, percentuais de crescimento,
médias e tendências, considerando a variável tempo. Com isso, os gestores podem fazer
diversas combinações de análises dos dados armazenados pelas organizações, transfor-
mando-os em informações úteis (CARVALHO, 2004).
Os dados históricos de uma empresa, quando organizados, permitem uma série de possibili-
dade de cruzamento de informações, como região, tempo, canal de venda, tipo de produto,
etc., que são chamadas de dimensões. E cada dimensão pode ter uma própria organização
interna, ou hierarquia, como demonstrado na figura 7.3 com a dimensão “região”:
Finanças Análise de logística e produção, Relatórios logísticos, Orçamento, Análise de balanço, Fluxo de caixa,
Contas a receber
Vendas Análise de vendas (por região, produto, vendedor, etc.), Previsões, lucratividade de cliente/contrato, Análise
de canais de distribuição
Marketing Análise de Preço/Volume, Lucratividade de produto, Análise de mercados
Recursos Humanos Análise de benefícios, Projeção de salários, Análise de “headcount”.
Manufatura Gerência de estoque, Cadeia de fornecimento, Planejamento de demanda, Análise de custos de matéria-
-prima.
Uma ferramenta que pode ser utilizada em um data warehouse é a mineração de dados,
a qual utiliza algoritmos de Inteligência Artificial para analisar os dados, evidenciar pa-
drões e auxiliar na descoberta de conhecimento. Outra ferramenta utilizada sobre gran-
des volumes de dados é o OLAP (Processamento Analítico On-line), que analisa os dados
e faz diversas comparações sob diversas dimensões, gerando relatórios e produzindo
informações estratégicas para os administradores.
Pratique
1. Qual é a finalidade da ferramenta ETL na obtenção de dados para um data warehouse?
2. Quais tipos de informações podem ser obtidas com a mineração de dados? Cite
exemplos.
Nesta unidade estudaremos alguns sistemas e algumas formas de organização que permi-
tem a uma empresa aprimorar a logística de seu processo produtivo, otimizando o estoque
e recursos humanos disponíveis. Veremos que há sistemas já consagrados pelas indústrias
e também sistemas que prometem uma nova dinâmica para o controle da produção.
MRP e MRPII
No início da década de 1960, as empresas começaram a utilizar os computadores para
auxiliar a gerência da produção, realizando cálculos e previsões de matéria-prima. Este
sistema foi chamado de MRP (Planejamento de Recursos Materiais) e consistia em 3 ele-
mentos básicos: programa mestre de produção, para definir a quantidade final de pro-
dutos que se deseja produzir; lista de materiais e quantidades em estoque. (LAURINDO;
MESQUITA, 2000).
O sistema mostrou-se promissor, tanto que nesta época a finalidade da empresa na bus-
ca pelo lucro devia ser:
O MRP II é uma evolução do MRP, que conta com dois novos módulos: chão de fábrica
e compras. Mas sua principal mudança foi a possibilidade de fazer previsões das necessi-
dades de materiais a médio e longo prazos.
• Processo hierárquico;
• Simulações;
O MRP auxilia na gestão da produção, estimando quanto, o que e onde produzir, além de com-
parar os principais fornecedores de matéria-prima. Já o MRP II vai além, buscando respostas
para como produzir, considerando a utilização de recursos e levando em conta sua capacidade.
Kanban
Na década de 1970, no Japão, a empresa Toyota criou o Kanban, que consiste em pro-
duzir somente o que for consumido, eliminando, desta forma, o excesso de estoque. O
sistema Kanban é uma metodologia empregada na programação de compras, produção
e estoques. Kanban é um termo que, na língua japonesa, significa cartão. Este cartão
age como disparador da produção de centros produtivos ou materiais em estoque, in-
dicando a necessidade de serem produzidos, reabastecidos ou comprados (NOGUEIRA,
2012). O Kanban pode ser definido como:
Se imaginarmos uma empresa com uma corrente ligando os departamentos por onde
passa o fluxo de materiais, almoxarifado – submontagem – montagem – embalagem
– expedição, num modelo tradicional de gerenciamento da produção, os materiais são
“empurrados” por esta corrente. Neste modelo, a corrente pode se mover em seu iní-
cio e os elos seguintes continuam presos, fazendo com que esta corrente saia de fluxo
normal. Agora, no sistema Kanban, esta corrente é “puxada” pelo seu final. Qual é o
resultado? Sincronização e alinhamento entre todos os departamentos.
Just-in-time (JIT)
O objetivo do sistema just-in-time é organizar o sistema de produção de modo que tudo
seja produzido, comprado ou transportado de forma sincronizada. Com isso, o produto
chega ao local de utilização na hora exata de sua utilização, o que proporciona redução
significativa do estoque e custos decorrentes. Da mesma forma, a fabricação dos produ-
tos é calculada para que o produto final fique pronto na hora exta de sua entrega. Assim,
“just in time é um sistema que tem por objetivo produzir a quantidade demandada a
uma qualidade perfeita, sem excesso e de forma rápida, transportando o produto para o
lugar certo no tempo desejado” (HAL; HALL, 1983).
Para que isso seja possível, os fornecedores devem estar conectados de forma a suprir
pequenas necessidades na frequência desejada. O maior problema neste sistema reside
em eventuais atrasos no fornecimento de matéria-prima, o que pode paralisar a produção.
A figura 8.1 mostra que no fluxo de produção tradicional, a carga de trabalho destinada
a cada setor é calculada de modo com que todos recebam cargas de trabalho semelhan-
• Maior responsabilidade;
• Melhor qualidade;
• Melhoria de atitude.
Já as desvantagens são:
Sistemas APS
Os sistemas APS (Advanced Planning and Scheduling Systems) fazem o sequenciamento
das ordens de produção e geram programas de produção realistas e altamente confiáveis
porque respeitam a disponibilidade efetiva de recursos produtivos, a existência de restri-
ções operacionais, as condições de demanda e as políticas de atendimento da empresa.
Para Giacon (2010, p. 48) os sistemas APS decidem “quais atividades produtivas devem ser
realizadas, quando e com quais recursos, para atender à demanda informada ou às deci-
sões do plano mestre da produção ou diretamente da carteira de pedidos dos clientes”.
• São sistemas que podem simular diversos planos e programações com diversas restri-
ções, permitindo a geração de planos otimizados;
Stadler (2004) descreve que a finalidade dos sistemas APS é dar subsídios ao planejador
para decidir qual é a tarefa a ser seguida dentre as muitas possíveis. Os sistemas APS
possuem diversos módulos, sendo os principais:
Neste meio tempo, a empresa japonesa Toyota cria o Kanban, cujo objetivo é produzir
somente o que for necessário, eliminando o excesso de estoque. Esse método permitiu
que as empresas desenvolvedoras de software pudessem aprimorar seus sistemas, em-
pregando esta técnica.
Uma evolução do Kanban foi o Just-in-time, cujo sistema de produção deveria ser orga-
nizado de forma que tudo o que fosse produzido, comprado ou transportado fosse feito
na hora. É um sistema aplicado até hoje em grandes indústrias. Assim, uma empresa
produz somente o que é demandado e sua produção é calculada para ficar pronta no
momento exato de ser transportado. De igual forma, a matéria-prima é recebida apenas
no momento em que for utilizada. É um sistema que traz muitas vantagens e grande
redução de custos. Porém, qualquer falha pode acarretar grandes perdas.
Pratique
1. Qual é o ponto comum entre os sistemas Kanban e Just-in-time?
9 Tecnologias e sistemas
aplicados na dimensão de
comunicação: RFID e EDI
A logística está sendo aplicada em ramos cada vez mais específicos das organizações.
Nas operações que envolvem dados e documentos de diferentes origens e destinos
podem ser empregadas tecnologias que padronizam as informações e permitem que
as transações sejam feitas com rapidez e segurança. Duas destas tecnologias são a
RFID e o EDI.
A tecnologia RFID tem sua origem na Segunda Guerra Mundial, especificamente nos
sistemas de radares utilizados durante esse período. Os países envolvidos na guerra uti-
lizavam radares inventados em 1935 pelo físico escocês Robert Alexander Watson-Watt,
para avisá-lo com antecedência de aviões enquanto eles ainda estavam bem distantes.
No entanto, o radar não distinguia aliado e inimigo. Foi então que os alemães descobri-
ram que se seus pilotos girassem os aviões quando estivessem retornando a base, iriam
modificar o sinal de rádio que seria refletido de volta ao radar. Este sinal alertava os
técnicos responsáveis pelo radar que se tratava de aviões alemães (esse foi, fundamen-
talmente, considerado o primeiro sistema de RFID).
A Inglaterra, por sua vez, sob a direção do Sr. Watson-Watt, recebeu o primeiro identi-
ficador ativo de amigo ou inimigo (IFF – Identify Friend or Foe). Em cada avião britânico
foi colocado um transmissor, com a finalidade de receber sinais das estações de radar em
solo. Ao receberem os sinais das estações, começavam a transmitir um sinal de resposta,
que identificava o avião como amigo.
A figura 9.1 ilustra a RFID sendo utilizada como substituta do código de barras.
A RFID foi projetada com a finalidade de capturar automaticamente dados sobre pro-
dutos, pessoas, animais e objetos à distância, de forma que seja possível transmiti-
-los a um sistema gerenciador. Um exemplo de uso é a abertura automática de cancelas
para carros. O carro, ao se aproximar de uma cancela, envia as informações contidas no
seu RFID para um receptor que recebe os dados, processa e, se o veículo tiver permissão,
abre automaticamente a porteira, como demonstra a figura 9.2:
Componentes do RFID
Para o funcionamento do sistema de identificação por RFID são necessários três compo-
nentes principais: tags, leitoras e computadores.
Tag RFID
São chamadas também de etiquetas inteligentes (smart labels), etiquetas RFID,
etiquetas eletrônicas ou simplesmente TAG. Quando pronta, uma tag pode ar-
mazenar e transmitir dados para equipamentos de controle sem a necessidade de
contato, apenas utilizando ondas de rádio e por isso são consideradas os com-
ponentes mais importantes da tecnologia, pois através delas que os dados são
enviados, recebidos e transmitidos (SANTINI, 2008).
As Tags são divididas em dois grupos: as tags ativas e as tags passivas, sendo as primeiras
aquelas que possuem bateria interna e permitem processos de escrita e leitura; as segun-
das operam sem bateria e sua energia é fornecida pelo próprio leitor através das ondas
eletromagnéticas.
As tags ativas possibilitam maior alcance, visto que sua antena emite sinal o tempo todo,
aguardando a captação de um leitor. Sua desvantagem, no entanto, consiste no fato de
vida útil limitada (os passivos têm, teoricamente, vida útil ilimitada), além de custos mais
altos (LAHIRI, 2006).
Os leitores são compostos por uma antena, que é utilizada para a codificação e deco-
dificação dos dados existentes nas etiquetas. Após receberem os dados das etiquetas
transmitidos pelas antenas por ondas de rádio e os converterem em informações digitais,
são processadas pelos softwares de gestão. São equipamentos que podem ter várias for-
mas e tamanhos e ser móveis, portáteis ou fixos, bem como podem ser constituídos de
materiais diversos, como madeira, plástico, vidro ou cimento. São versáteis e podem ser
instalados em locais como portas, para captar os dados de pessoas ou objetos identifica-
dos com as etiquetas que passam por elas.
Computador
O terceiro componente é o computador, onde são armazenados os softwares de gestão
para processamento dos dados existentes nas etiquetas. A função do computador será
coletar e processar as informações enviadas pelas etiquetas, permitindo ao gestor o mo-
nitoramento e o controle dos processos.
• Gerência de bibliotecas;
• Segurança;
• Identificação animal;
O site Teleco apresenta e descreve
diversas aplicações da tecnologia RFID
• Resultado de inspeções; em diversas áreas. Disponível em:
<http://www.teleco.com.br/tutoriais/
tutorialrfid2/pagina_3.asp>.
• Instrução de robôs.
A tecnologia EDI
O EDI é uma ferramenta de gestão logística que, por meio da tecnologia da informação,
permite a transferência de documentos em formato eletrônico entre parceiros de ne-
gócios, como pedidos recebidos e notas faturadas. Outra aplicação é a transmissão ele-
trônica de dados, processamento e armazenamento entre parceiros comerciais, visando
prover segurança na transmissão e recepção de mensagens (ZHANG; SHI, 1996).
Imagine uma empresa com mais de dois mil empregados. Todos os meses essa empresa
envia ao banco as informações sobre o valor referente ao salário de cada funcionário
que deverá ser depositado em sua conta. Tradicionalmente, a empresa poderia gerar um
relatório no sistema da folha de pagamentos, com os números das contas, nomes dos
funcionários, CPFs e valores dos salários e enviar ao banco. Lá, um funcionário faria a
transferência da conta da empresa para cada um dos colaboradores.
Para resolver estes problemas, podemos utilizar o EDI. O banco possui um sistema que
é diferente do ERP utilizado pela empresa. O EDI tem a função de receber os dados da
empresa e padronizá-los de forma que possa ser processado pelo sistema do banco.
Implantado o sistema EDI, a empresa, ao gerar a folha de pagamento, já envia as infor-
mações para o banco, que, de forma automatizada, processa e realiza os depósitos nas
contas dos colaboradores.
Funcionamento do EDI
Há três passos para enviar documentos em formato EDI para o parceiro (BASICS, 2017):
Benefícios do EDI
Na logística, o EDI, quando utilizado de forma adequada, pode proporcionar vários be-
nefícios na realização das operações, dentre as quais destacam-se as áreas de transporte,
estoque, serviço ao cliente e sua utilização no gerenciamento na cadeia de suprimentos
(FERREIRA, 2004).
Muitas são as vantagens que o EDI oferece tanto no campo estratégico quanto no ope-
racional. No aspecto operacional da organização, possibilita uma rápida transferência
de dados entre empresas e provoca a diminuição dos custos relacionados com papéis,
mão de obra e outros custos operacionais. Consequentemente, esta tecnologia amplia a
vantagem estratégica em virtude de enriquecer a tomada de decisão, aumento da quali-
dade das informações e improbabilidade de erros (PORTO et. al, 2000). Como benefícios,
podemos citar (VOLLMER, 2016):
• Redução de custos
Migrar as transações para a tecnologia EDI propicia redução ou extinção das despesas
relacionadas a papel, impressão, reprodução, armazenamento, arquivamento, posta-
gem e recuperação de documentos. O EDI possibilita que a empresa elimine a diver-
gência de dados, pois erros que ocorrem comumente devido a informações ilegíveis,
perdidos registrados incorretamente por telefone ou perdidos, podem ser eliminados.
A automatização das tarefas, que até então utilizam documentos em papel, permite
que sua equipe se concentre em tarefas de maior valor para os negócios. Automatizar
as informações possibilita que os dados sejam monitorados em tempo real, minimi-
zando problemas com falta de estoque e cancelamento de pedidos, e trazendo bene-
fícios como melhorias no fluxo de caixa redução do ciclo do pedido até o pagamento.
Além disso, encurtar prazos de processamento de pedidos e de entrega significa que
as empresas podem reduzir os seus níveis de inventário.
Já a tecnologia EDI permite que sistemas diferentes possam interagir através da troca de
documentos e dados. O sistema EDI recebe os dados de um sistema, padroniza--os de
forma que o sistema que irá receber as informações possa entendê-los, conecta e realiza
a transmissão. O sistema EDI traz maior agilidade e segurança no envio de informações,
possibilitando que fornecedores, clientes e outras empresas estejam conectadas, evitan-
do custos com papéis, mão de obra e demais custos operacionais.
ERP
Emissão NF EDI
Site Roteirizador
TMS
Figura 10.1 – Sistema WMS
Fonte: https://goo.gl/M1AQqp
Funcionamento do TMS
O sistema TMS pode ser implantado sobre a plataforma ERP, já que é um componente
deste. Para tanto, as demais etapas da implantação que devem ser consideradas são a es-
colha de um fornecedor do software, definição dos gerentes do projeto de implantação,
verificação da aderência do software ao negócio da empresa, escolha da equipe de con-
sultores e dos usuários, levantamento dos processos e das rotinas da empresa, realização
dos cadastros no software, testes antes da inicialização, monitoramento do software e
treinamento (MORETTIN, LOTIERSO e VASCONCELOS, 2012).
• Controle de frete;
• Controle das cargas – rastreamento lógico das cargas e dos veículos, podendo dispo-
nibilizar as informações pela internet;
• Controle de custos;
Nas empresas onde não há a utilização do MES, é habitual o arrolamento das informa-
ções de forma manual, em numerosas folhas de papel ou várias planilhas eletrônicas.
Além disso, as informações limitam-se a um determinado período. O excesso de infor-
mações pode pôr em dúvida sua confiabilidade e dificultar a assimilação.
Desta forma, o MES também garante a padronização dos processos de produção e con-
duz os empregados por meio de informações eletrônicas. Consequentemente, a empre-
sa apresenta significativa melhoria na produtividade (MEYER, 2009).
Dentre as principais funções do sistema MES, Kletti (2007) e Salatiel (2008) destacam:
• Planejamento detalhado;
• Gerenciamento de recursos;
• Gerenciamento de documentos;
• Gerenciamento de materiais;
• Análise de desempenho;
• Gerenciamento de manutenção;
• Controle de qualidade;
Para que o VMI se estabeleça, é necessário que fornecedor e cliente tenham um relacio-
namento aprimorado, baseado no trabalho em conjunto e parceria. O VMI representa
o estágio inicial de relacionamento colaborativo, para empresas que se preocupam com
problemas e tarefas no nível operacional. Para os autores, esse tipo de relacionamento
possibilita o aumento do compartilhamento de informações, reduz os erros e melhora a
solução de problemas (WHIPPLE; RUSSEL, 2007).
a) Conhecer a demanda do cliente final, porque ela será a base para o processo de
gestão;
O quadro 10.1 sintetiza os benefícios que este sistema traz para o comprador e para o
fornecedor:
A revista Mundo Logística traz diversas reportagens sobre sistemas e tecnologias utilizados no setor. Leia a
matéria “VMI: Estoque gerenciado pelo fornecedor.” Disponível em: <http://www.accera.com.br/sites/default/files/
vmi_mundologistica.pdf>.
Esses sistemas normalmente são utilizados tomando-se como referência um índice, co-
mumente representado por um número, no qual a empresa avalia o antes e o depois,
mediante a análise de tais índices. Na logística, os KPIs são indicadores utilizados para
medir custos, nível de produtividade, nível de inventário, como, por exemplo:
• Stock Out – número de vezes ou dias que determinado item controlado no estoque
chega a saldo zero;
• Ociosidade – percentual de tempo que uma máquina, equipe ou planta ficam pa-
rados;
Por fim, vimos que o sistema VMI possibilita que o fornecedor gerencie o estoque des-
tinado aos seus clientes. Este sistema traz várias vantagens, como melhor previsão da
demanda, facilidade de incorporar promoções e maior disponibilidade de produtos.
2. Cite 5 benefícios que uma organização pode ter ao implantar o sistema TMS:
AZEVEDO, Rodrigo Cambiaghi et al. O uso de ERP e CRM no suporte à gestão da demanda em ambientes
de produção Make-to-Stock. Gest. Prod. São Carlos , v. 13, n. 2, p. 179-190, Maio 2006. Disponível
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Currículo do autor(a)
Claudio Kleina
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