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MARKETING
INTRODUÇÃO AO
MARKETING
MATERIAL DE APOIO PARA ACOMPANHAMENTO
DE AULAS
Namibe
2021
Na sensação humana
de aprender…. está a
divina alegria de
ensinar.
Albert Einstein
À minha esposa,
À minha falecida
princesa que sua
alma descanse em
paz.
Caro estudante, é com enorme satisfação que coloca-se à sua disposição esta sebenta de
Introdução ao Marketing, como parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa
voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação contemporânea exige. O
principal objectivo deste material, é propiciar aos estudantes uma apresentação do
conteúdo básico da disciplina.
É importante notar que, esta sebenta foi concebida e disponibilizada aos estudantes para
ser utilizada exclusivamente com fins didácticos. Porém, não deve ser considerada como
base para a consulta bibliográfica, mas como material orientador. Para uma consulta
bibliográfica completa e aprofundada relativamente aos tópicos em abordagem neste
material, aconselha-se o estudante à consultar a lista de obras literárias que segue no final
desta sebenta.
Nesse contexto, outros recursos serão usados para tornar o seu aprendizado eficiente e
prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido
influencia sua vida profissional e pessoal.
Bibliografia básica:
O que é o marketing?
Por que o marketing é importante?
Qual é o escopo do marketing?
Quais são os conceitos centrais do marketing?
Esta unidade trata de responder a todas as inquietações acima e muito mais, a fim de dar
a você uma visão mais clara do que é o marketing e sua importância na vida das
organizações e das pessoas.
O marketing é uma das práticas mais antigas do homem. Desde as sociedades tradicionais
às modernas, o marketing está presente. Todas essas sociedades precisaram do marketing
para suprir as suas necessidades e desejos. Por exemplo, levadas pelo desejo de mostrar
a sua beleza aos homens, as mulheres Muhimbas pintam seu cabelo e sua pele com o pó
(produto natural fabricado a partir das plantas e óleo animal) vermelho.
O conceito de marketing é muito fácil do que você imagina. Olhando a sua volta pode dar
conta que o marketing está por toda parte. Você já sabe muito sobre marketing — ele
chega até você pelas boas e velhas formas tradicionais: é possível vê-lo na grande
quantidade de produtos disponíveis no shopping center mais perto de você e nos anúncios
que invadem sua TV, incrementam sua revista ou lotam sua caixa de entrada.
Recentemente, os profissionais de marketing desenvolveram novas abordagens de
marketing, que vão desde sites criativos e aplicativos para smartphones até redes sociais
e blogs. Essas novas abordagens fazem mais do que simplesmente despejar mensagens
para as massas: elas alcançam você de maneira direta e pessoal. As empresas de hoje
Assim, entendemos que o marketing nasce das necessidades humanas. Falando das
necessidades humanas, elas são variadas ou ainda ilimitadas. Para permitir um bom
entendimento sobre as necessidades humanas, o famoso autor psicólogo clinico norte-
americano Abraham Maslow através de sua teoria de hierarquia das necessidades, ajudou
a classificá-las em 5 categorias, sendo elas: necessidades fisiológicas, de segurança, de
pertença social, auto-estima e auto-realização. Dai a importância da empresa conhecer
primeiramente as necessidades das pessoas antes de desenvolver ou fabricar os produtos
que são destinados a satisfazer essas necessidades. Este conhecimento das necessidades
humanas é fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa no mercado.
Hoje em dia, as empresas bem-sucedidas como Amazon, Google, Facebook e outras, são
bastante voltadas para o cliente e profundamente comprometidas com o marketing. Essas
empresas têm uma paixão por entender as necessidades dos clientes e satisfazê-las em
mercados-alvo bem definidos.
Do ponto de vista etimológico, a palavra marketing vem do inglês que significa acção
para o mercado. Esta definição deriva da tradução literal do conceito quando este é
dividido em duas palavras: prefixo Market que significa Mercado e o sufixo Ing que
significa acção.
Na língua portuguesa, o termo Marketing tem sido traduzido por Mercadologia que quer
dizer: ciência sobre o mercado ou estudo de mercado.
Analisando as definições acima observamos que por si só não são suficientes para traduzir
toda a amplitude que o conceito de marketing representa.
No ponto de vista dos autores Kotler e Keller (2012), o marketing pode ser definido sob
duas ópticas: social (sentido amplo) e gerencial (sentido estrito).
Do ponto de vista gerencial, muitas vezes o marketing é descrito como a arte de vender
e/ou publicitar produtos. Neste sentido, no meio empresarial muitas pessoas pensam em
marketing apenas como vendas e publicidade ou propaganda. Afinal, todos os dias somos
bombardeados com comerciais de TV, catálogos, telemarketing e e-mails de venda. No
entanto, vendas e propaganda constituem apenas a ponta do iceberg do marketing.
Hoje, o marketing não deve ser entendido no velho sentido de efetuar uma venda, isto é,
mostrar e vender, mas no novo sentido de satisfazer as necessidades dos clientes. Se a
empresa entende as necessidades dos clientes, desenvolve produtos que oferecem valor
superior e define preços, distribui os produtos e os promove de maneira eficiente, esses
produtos são vendidos com facilidade. Na verdade, de acordo com o guru da
administração Peter Drucker: “O objectivo do marketing é tornar a venda desnecessária.
O objectivo do marketing é conhecer e entender o cliente tão bem que o produto possa se
adequar a ele e se vender sozinho”. Portanto, Vendas e propaganda são apenas partes de
um mix de marketing, isto é, um conjunto de ferramentas de marketing que operam juntas
para satisfazer as necessidades dos clientes e construir relacionamentos com eles.
Definido de maneira geral (no sentido largo), o marketing é um processo social pelo qual
indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e
da livre troca de produtos de valor entre si. No contexto actual de negócios, o marketing
implica construir relacionamentos lucrativos e de valor com os clientes. Assim, definimos
marketing como o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e
constroem fortes relacionamentos com eles para capturar valor deles em troca.
Mais do que qualquer outra função empresarial, o marketing lida com clientes. O bom
marketing é essencial para o sucesso de toda organização seja ela grande ou pequena.
Grandes empresas com fins lucrativos como Google, Target, Procter & Gamble, Toyota
e Microsoft fazem uso do marketing. E o mesmo ocorre com organizações sem fins
lucrativos, como faculdades, hospitais, museus, orquestras sinfônicas e até igrejas.
Os desejos são a forma que as necessidades humanas assumem quando são moldadas
pela cultura e pela personalidade individual. Por exemplo, um norte-americano necessita
de comida, mas deseja um Big Mac, batatas fritas e um refrigerante; já um habitante de
Papua Nova Guiné necessita de comida, mas deseja cará, arroz, batata-doce e porco. Os
Miopia de marketing é o erro de prestar mais atenção aos produtos específicos que uma
empresa oferece do que aos benefícios e à experiência gerados por esses produtos.
Podemos considerar que a evolução do papel de Marketing passou por 4 eras importantes.
Veja a seguir a descrição de cada uma delas.
1. A Era de Produção
Que prevalece até o final do século XIX e preconiza a ênfase na produção, apostando que
o desenvolvimento adequado de um produto seria suficiente para assegurar sua
assimilação por parte dos consumidores.
2. A Era de Vendas
Marcada pelo novo desenho de produção emergente das primeiras décadas do século XX,
que gera economia em escala e torna acessível para grande parte da população de países
industrializados uma série de novos produtos. Neste novo ambiente, de concorrência
acirrada, torna-se indispensável um esforço de vendas para a colocação de produtos no
mercado consumidor.
3. A Era de Marketing
Nos últimos anos as organizações reconhecem que o marketing tem uma dimensão que
transcende exclusivamente a satisfação de consumidores através da oferta de bens e
serviços. Neste processo, a sociedade não deve ser atingida de forma inconveniente. Ou
seja, o Marketing Social deve contemplar os interesses das organizações, a satisfação de
desejos e necessidades dos consumidores, sem atingir a sociedade na perspectiva ética.
Podemos afirmar com alguma convicção que o mercado não é mais o que costumava ser.
Pelo contrário, ele está drasticamente diferente do que era há somente dez anos.
Face às novas realidades de marketing estudadas na unidade (2) anterior, a questão que
se coloca é a seguinte: “qual filosofia deveria orientar os esforços de marketing de uma
empresa?” A resposta à essa pergunta pode ser explicada da forma seguinte: cada vez
mais as empresas operam em conformidade com diversas filosofias de gestão. Isso
implica a integração das diferentes ópticas de gestão ou orientações da empresa com
relação ao mercado. Logo, a orientação da empresa para o mercado pode ser entendida
como uma filosofia de gestão que pode ser adotada por uma determinada organização no
sentido de guiar a comercialização de seus produtos e a relação com o seu mercado
(público-alvo).
A orientação para produto sustenta que os consumidores dão preferência a produtos que
ofereçam qualidade e desempenho superiores ou que tenham características inovadoras.
Neste tipo de filosofia, as empresas procuram fabricar produtos de qualidade e aperfeiçoá-
los ao longo do tempo. Contudo, esta orientação oferece um risco, nomeadamente, o facto
de um produto aperfeiçoado não ser necessariamente bem-sucedido, pelo que as empresas
A orientação de marketing, que surgiu em meados dos anos 50, abandona as ideias de
“produzir e vender” preconizadas nas orientações descritas anteriormente. Assim, passa
a centrar-se nas necessidades e desejos dos clientes-alvo e em proporcionar-lhes um valor
e uma satisfação superior à concorrência. A tarefa não é mais encontrar os clientes certos
para seu produto, mas sim os produtos certos para seus clientes.
A orientação para marketing afirma que a chave para atingir os objectivos organizacionais
consiste em a empresa ser mais eficaz que os concorrentes na criação, na entrega e na
comunicação de um valor superior (na opinião do cliente) aos mercados-alvo escolhidos.
O marketing holístico é quase uma evolução das outras orientações. O marketing holístico
procura harmonizar as complexidades da actividade para funcionar com algo único. Ele
reconhece que no marketing “tudo é importante” – desde o consumidor, até os
funcionários e a concorrência. É uma orientação que oferece uma visão da totalidade,
onde tudo importa. Não se restringe somente ao foco nos clientes, mas também nos
Assim, a empresa deve realizar acções para construir, manter e cultivar relacionamentos
de troca desejáveis com seu público-alvo oferecendo de forma consistente valor superior
para o cliente.
Bibliografia básica:
a) Definição
Mercado físico (marketplace) é concreto, como por exemplo: uma loja de retalho,
grossista.
Mercado virtual (marketspace) é digital, como por exemplo: quando você compra
em um site na Internet.
Metamercados que resultam da iniciativa dos profissionais de marketing em
montar um sistema que simplifique a condução dessas actividades relacionadas
de produtos. O metamercado automotivo, por exemplo, consiste em montadoras
de automóveis, concessionárias de carros novos e usados, financeiras,
seguradoras, oficinas mecânicas, revendedores de autopeças, postos de serviços,
revistas especializadas em automóveis, anúncios classificados de carros em
jornais e sites sobre carros na Internet.
a) Definição
c) Processo de segmentação
Dois grupos amplos de variáveis são usados para segmentar mercados consumidores.
Geralmente são analisadas, as características e o comportamento do consumidor.
É claro que existem muitas maneiras de segmentar um mercado, mas nem todas as
segmentações são eficientes. Para ser útil, os segmentos de mercado devem ser:
Além de decidir em quais segmentos do mercado vai atuar, a empresa deve determinar
sua proposta de valor, isto é, como vai criar valor diferenciado para os segmentos ‑alvo e
quais posições quer ocupar nesses segmentos.
a) Definição do posicionamento
Atributos;
Benefícios;
Características de utilização/aplicação;
Utilizadores, por concorrentes;
Categoria de produto; ou
Combinação entre qualidade e preço.
Para que o posicionamento possa ter utilidade, as diferenças que o suportam devem ser,
para o segmento alvo:
5.1. O PRODUTO
a) O conceito
Produto é tudo o que pode ser oferecido a um mercado para aquisição, atenção, uso ou
consumo e que possa satisfazer uma necessidade ou desejo. Inclui bens físicos, serviços,
pessoas, lugares, organizações e ideias.
Produtos Tangíveis (Bens) - são aqueles produtos que possuem uma dimensão
física e podem ser trocados, como um saco com açúcar ou uma lata de leite em
pó.
Produtos intangíveis (Serviços) – uma acção que resulta na satisfação de uma
necessidade ou desejo do consumidor, que não se caracteriza como um produto
tangível. Por exemplo: uma aula, uma consulta médica.
BENS SERVIÇOS
Podem ser estocados fisicamente para São perecíveis e não podem ser estocados
venda e consumo futuros. fisicamente.
d) A embalagem
Definição
Conjunto de elementos materiais que, sem fazer parte do próprio produto, são vendidos
com ele, com o fim de permitir ou facilitar a sua protecção, transporte, armazenagem,
apresentação no linear, a sua identificação e utilização pelos consumidores.
Categorias da embalagem
Funções da embalagem
Testes de embalagem
Por gama de produtos entende-se uma linha ou conjunto de produtos que podem ter a
mesma natureza ou naturezas diferentes e com a mesma marca ou com marcas diferentes
pertencente a uma única empresa.
O modelo de gestão da gama foi desenvolvido pelo Boston Consulting Group (BCG) e,
apesar de inicialmente vocacionado para a selecção de domínios de actividade, a sua
concepção é particularmente adaptada para a gestão da gama de produtos. Este modelo
baseia-se sobre a convicção de que os principais factores que influenciam as vendas, a
rentabilidade e a liquidez são, a quota de mercado relativa e a taxa de crescimento do
mercado.
Produtos dilemas São produtos com fraca posição no mercado, mas com taxa de
crescimento superior à média.
- Para os produtos dilemas pode ser acelerada a passagem para produtos estrela e
evitar a entrada em pesos mortos;
- Para os produtos estrela deve ser aumentada a quota de mercado e evitada a
passagem a produtos dilema;
- Para os produtos vacas leiteiras deve ser prolongada a vida útil nesta fase; e
- Para os produtos pesos mortos deve-se preparar a sua substituição.
Tipos de inovação-produto
A mais importante condição para ter ideias de produtos novos é adoptar e conservar
permanentemente uma atitude mental de curiosidade e abertura relativamente ao que nos
h) A marca
Conceito
Uma marca pode ser um nome, um termo, um sinal, símbolo, desenho ou uma
combinação destes conceitos, criada com a intenção de identificar produtos de uma
empresa ou grupo de empresas e promover a sua diferenciação com produtos ou empresas
concorrentes.
Tipos de marca
1. Marca institucional (ou corporate brand): é a razão social da empresa tornada marca
da empresa. Representa geralmente a empresa. As utilizações da marca institucional
podem apresentar-se como:
Marca institucional pura - não aparece nos produtos da empresa que são
comercializados com marcas próprias.
Marca institucional umbrella - esta categoria tem simultaneamente uma função
marketing e institucional. Neste caso, a marca da empresa identifica as actividades
corporativas e todos os produtos da empresa.
Marca institucional híbrida - A marca da empresa identifica as actividades
institucionais (corporate) e uma parte dos produtos, tendo os outros, marcas
próprias.
Tal como uma pessoa, uma marca tem uma identidade física ou formal e uma identidade
cultural ou psicológica.
5.2. O PREÇO
a) Conceito
5.3. DISTRIBUIÇÃO
Conceito
Funções da distribuição
5.4. A COMUNICAÇÃO
Conceito
A Comunicação pode ser definida como o conjunto de sinais emitidos pela empresa em
direcção aos seus clientes, aos distribuidores, aos líderes de opinião, aos prescritores e a
todos os outros alvos.
Processo de comunicação
A publicidade se encontra na junção de várias disciplinas. Razão pela qual tem sido difícil
defini-la de forma exaustiva e definitiva, porque é difícil reunir todos os aspectos de sua
função numa só definição. Todavia, no quadro da comunicação, podemos definir a
publicidade com Kotler e Armonstrong (2015) como “um processo de comunicação
persuasiva, de caráter impessoal e controlado que, através dos meios massivos e de forma
que o receptor identifique o emissor, dá a conhecer um produto ou serviço, com o
objectivo de informar e influir em sua compra ou aceitação.”
Da definição acima, podemos deduzir que a publicidade tem como objectivo principal de
influenciar as atitudes e as opiniões dos consumidores actuais e potenciais.
A publicidade pode se manifestar sob diversas formas: Sposts (peça publicitária), Jingle
(breve tema musical destinado à introduzir ou acompanhar um programa ou uma
A comunicação fora das mídias agrupa todos os meios de comunicação que não
pertencem aos cinco grandes mídias que são:
a) Organização funcional
b) Organização geográfica
Uma empresa que atende o mercado nacional frequentemente organiza sua força de
vendas (e, às vezes, o marketing) de acordo com subdivisões geográficas. O gerente
nacional de vendas pode supervisionar quatro gerentes regionais de vendas, e cada um
deles pode supervisionar seis gerentes de zona, que supervisionam oito gerentes distritais,
que por sua vez supervisionam dez vendedores cada. Algumas empresas empregam
especialistas de mercados regionais (gerentes de marketing regionais ou locais) para dar
apoio aos esforços de vendas em mercados de grandes volumes.
Empresas que produzem uma variedade de produtos e marcas costumam estabelecer uma
organização por produto (ou marca). Isso não substitui a organização funcional, mas
atende outra hierarquia de administração. Um gerente de produto supervisiona os gerentes
de categoria de produtos, que, por sua vez, supervisionam gerentes de produto e marca
e) Organização matricial
Empresas com vários produtos dirigidos a vários mercados tendem a adoptar uma
organização matricial, empregando tanto gerentes de produto quanto gerentes de
mercado. O problema é que se trata de um sistema dispendioso que costuma criar
conflitos. Há o custo das funções de apoio a todos os gerentes, além de questões sobre a
quem devem caber a autoridade e a responsabilidade — à matriz ou às divisões?
Para ajudar o marketing e outras funções a determinar de modo integrado o que é melhor
para os interesses da empresa, algumas soluções são:
Seminários conjuntos;
Comitês mistos;
Programas de intercâmbio de funcionários; e
Métodos analíticos para determinar o curso de ação mais lucrativo.