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No seriado brasileiro Carrossel, lançado em 2013 e produzido pelo SBT, retrata os

insultos verbais os quais a personagem Graça, natural de Recife, sofria pelos paulistanos
devido aos seus dizeres próprios do Nordeste, logo esses preconceitos linguísticos causaram
danos à saúde mental da garota. Assim, segundo o filósofo francês Voltaire, preconceito é
opinião sem conhecimento, isso é o que ocorre no Brasil quando se trata do modo de falar
das pessoas. Nesse âmbito, é imprescindível que aspectos como a ridicularização das formas
livres da fala e o descaso com a cultura brasileira sejam analisados.
Preliminarmente, a linguística diz que não existe o certo e o errado dentro de uma língua e sim o
adequado e o inadequado de acordo com a situação comunicativa. Entretanto, há uma grande
opressão social sobre aqueles que não têm conhecimento da gramática normativa, como é o caso
apontado pelo romance literário do escritor Graciliano Ramos, “Vidas Secas”, em que o personagem
Fabiano, homem pobre, é constantemente retaliado e excluído pela sua dificuldade em comunicar-se
com a linguagem “padrão”. Então, como dizia o educador filósofo Paulo Freire, “Não há saber mais
ou saber menos, há saberes diferentes”, desse modo exercer essa ridicularização é retirar o direito de
fala das pessoas, o que deve ser abolido.
Ulteriormente, como dizia o filósofo Maquiavel, “O preconceito tem raízes mais
profundas que os princípios”, assim é importante ponderar que o Brasil é um país
miscigenado, fato que é “negado” pela elite que se acham superiores e “disputam” quem
possui propriedade sobre a nossa língua. Entretanto, na obra literária “Casa Grande e
Senzala” do escritor Gilberto Freyre aborda a miscigenação como positiva para a pluralidade
cultural, já no filme “Um fofoqueiro no céu”, Mazzaropi, um homem do interior, sofre
exclusão pela sociedade urbana por possuir um sotaque interiorizado, o que o levou a
desenvolver depressão e posteriormente, suicidou. Logo, esse fato é inconcebível em um país
heterogêneo como o Brasil, exigindo o debate e a proposição de soluções.
Portanto, para evitar maiores danos à liberdade de fala dos brasileiros, medidas precisam
ser tomadas para eliminar o preconceito linguístico. Dessa maneira, os caminhos para o
combate ao preconceito linguístico no Brasil são com base em diálogos e através do ensino,
além disso, programas humorísticos que retratam preconceito devem ser abolidos. Assim,
com a ajuda da população, o objetivo de extinguir essa problemática pode ser possível e
casos como o de Graça podem ser evitados.

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