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Química

Módulo

11
SOLUÇÕES
Química Módulo 11 Soluções

soluções aquosas
classificando as soluções
• Uma forma de classificar as soluções é com base na fase em que se apresentam.

Exemplos de soluções e suas fases a 25 ºC e 1 atm

Tipo de solução Exemplo

Sólida Ouro 18 quilates


Líquida Etanol hidratado
Gasosa Ar atmosférico

Propriedades das soluções


• em uma solução, o solvente é o componente que se apresenta em maior quantidade, e o soluto é aquele que
se apresenta dissolvido e em menor quantidade.
• exemplo: mistura homogênea de água (solvente) com cloreto de sódio (soluto).
• Características das soluções:
• as partículas das substâncias que a formam apresentam tamanho menor que 1 nm e não podem ser vistas a
olho nu nem com o auxílio de microscópio;
• as propriedades são idênticas em qualquer ponto do sistema, pois as espécies químicas que a formam estão
homogeneamente distribuídas;
• as propriedades dessa solução são geralmente diferentes das propriedades das substâncias que a formam.
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curva de solubilidade
• A solubilidade das substâncias varia com a temperatura e a maioria das substâncias sólidas se dissolve mais em
solventes que estejam a temperaturas mais altas do que a temperaturas mais baixas.
• o gráfico que mostra o comportamento da solubilidade em função da temperatura é chamado curva de solubilidade.

Solubilidade de alguns sais


em função da temperatura

adilson secco
100

Solubilidade (g de sal em 100 g de H2O)


90 NO
3

Na
80

O3
70

O
7
)2

2
l

Cr
C

2
KN
O3

Ca
60

K
2
(N
Pb
50
KCl
40 NaCl
30
l O3
20 KC

10 Ce2(SO4)3 Fonte: BRoWn, t. L. et al.


0 Química: a ciência central. trad.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Robson Matos. 9. ed. são Paulo:
Temperatura (°C) Pearson Prentice Hall, 2005.

• A solubilidade de uma substância também é influenciada pela natureza dos solutos e dos solventes. Aquelas
que apresentam polaridades similares são capazes de se solubilizar.
• A pressão afeta a solubilidade de substâncias gasosas, mas as substâncias sólidas e líquidas não são afetadas
consideravelmente.
• em um sistema formado por um gás e um líquido, quanto maior for a pressão aplicada sobre o sistema, maior
será a quantidade de moléculas de gás solubilizada no líquido.
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concentração das soluções


concentração em massa e em volume de solução
• A concentração em massa (G) de uma solução é representada pela relação entre a quantidade em massa de
soluto e o volume total da solução.
• A unidade de concentração em massa é composta de uma unidade de massa (g, kg, mg etc.) dividida por uma
unidade de volume (L, cm3, mL, m3 etc.).
• exemplo: o soro fisiológico vendido nas farmácias apresenta 0,9 g de cloreto de sódio dissolvido em 100,0 mL
de solução.
• Para definir a massa de sal por mL de soro:

Volume de solução Massa de naCl


100,0 mL 0,9 g
1,0 mL m(naCl)
m = 0,009 g
• A concentração desse soro, portanto, será de:
m(naCl)
G(naCl) =
V(soro fisiológico)
G(naCl) = 0,9 g
100 mL
G(naCl) = 0,009 g/mL = 9 mg/mL
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Porcentagem em massa e em volume


• outra forma comum de representar a concentração das soluções é por meio da porcentagem em massa (%m/m),
também denominada título (T), de um constituinte na solução:

m(soluto)
%m/m =
m(solução) 3 100

• De modo análogo, quando temos um soluto líquido ou gasoso, é possível apresentar a concentração das soluções
por meio da porcentagem em volume (%V/V) desse constituinte:

V(soluto)
%V/V =
V(solução) 3 100

Partes por milhão e partes por bilhão


• Para soluções muito diluídas, podem ser utilizadas as unidades partes por milhão (ppm) ou partes por bilhão (ppb).
• essas unidades indicam quantas partes do soluto estão presentes em um milhão ou um bilhão de partes da
solução, respectivamente.
m(soluto) m(soluto)
ppmm/m = $ 106 ppbm/m = $ 109
m(solução) m(solução)
• exemplo: cálculo da concentração, em ppm, de 5,4 $ 10–6 g de Zn2+ em 2,5 g de água.
Massa de solução Massa de soluto
2,5 g 5,4 $ 10‑6 g x = 2,2 ppm de íons Zn2+
1.000.000 g x
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concentração em quantidade de matéria


• A relação entre a quantidade de matéria de um soluto (n), em mol, e o volume de sua solução (V), em litros, é
conhecida como concentração em quantidade de matéria (c).

n(soluto)
c =
V(solução)

• exemplo: Durante o preparo de uma solução de cloreto de sódio (c = 58,5 g/mol), foram pesados 20,0 g
desse sal, que foram solubilizados em água em um balão volumétrico com capacidade para 500 mL (0,5 L)
de solução.
• Cálculo da concentração em quantidade de matéria:

Quantidade de Volume da Quantidade de


Massa de naCl matéria de naCl solução matéria de naCl
58,5 g 1 mol 0,5 L 0,3 mol
20,0 g n1(naCl) 1,0 L n2(naCl)
n1(naCl) = 0,3 mol n2(naCl) = 0,6 mol

• Assim, para cada litro dessa solução, há 0,6 mol de cloreto de sódio: c = 0,6 mol/L.

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concentração em quantidade de matéria de íons


• A concentração em quantidade de matéria dos íons em solução pode ser determinada com base nos coeficientes
estequiométricos obtidos na equação química da dissociação ou ionização dos compostos.
• exemplo: solução de 1,0 mol/L de cloreto de cálcio (CaCl2).
Esquema simplificado representando a
dissociação iônica do cloreto de cálcio
21
Cl
2
(CaCl2). Pela proporção estequiométrica,
CaCl2 Ca 1 cada mol de CaCl2 se dissocia em um mol
Cl2 de íons Ca2+ e dois mols de íons Cl–.

• c(CaCl2) = 1,0 mol/L; c(Ca2+) = 1,0 mol/L; c(Cl–) = 2,0 mol/L.

Fração em quantidade de matéria


• A fração em quantidade de matéria (x) é usada para expressar a relação, em mol, entre os constituintes de
uma mistura.
• nas soluções, é determinada pela razão entre a quantidade de matéria de um soluto e a quantidade total de
matéria na solução.

n(soluto)
x(soluto) =
n(soluto) + n(solvente)

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conexões com a anotações em aula


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Diluição e volumetria
Diluição
• A diluição de uma solução consiste em adicionar mais solvente sem alterar a quantidade de soluto presente,
fazendo com que a concentração do soluto diminua.

c(solução‑estoque) V(solução‑estoque) = c(solução desejada) V(solução desejada)

• exemplo: preparo de 200 mL de uma solução de 0,2 mol/L de ácido sulfúrico a partir de uma solução‑estoque
de concentração 1,0 mol/L.
1,0 mol/L 3 V(solução‑estoque) = 0,2 mol/L 3 0,2 L ] V(solução‑estoque) = 0,04 L
• A alíquota da soluções‑estoque também pode ser determinada calculando‑se a quantidade de matéria
(em mol) existente na solução desejada e, em seguida, verificando‑se o volume da solução‑estoque em
que há essa quantidade de matéria calculada:
Quantidade de Quantidade de
Volume matéria de H2so4 matéria de H2so4 Volume
1,0 L 0,2 mol 1,0 mol 1,0 L
0,2 L n1(H2so4) 0,04 mol V(solução‑estoque)
n1(H2so4) = 0,04 mol V(solução‑estoque) = 0,04 L

• Assim, para preparar uma solução de 200 mL com concentração de 0,2 mol/L, deve‑se separa r uma
alíquota de 0,04 L (40 mL) da solução ‑estoque e diluí‑la em 200 mL de água.
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Mistura de soluções de mesmo soluto e mesmo solvente


• A quantidade de matéria da solução final é a soma das quantidades de matéria em mol das soluções iniciais:
nfinal = n1 + n2 + n3 + n4
• Dado que n = cV e o volume final da solução é a soma dos volumes das soluções iniciais, Vfinal = V1 + V2 + V3 + V4:

cfinalVfinal = c1V1 + c2V2 + c3V3 + c4V4

Mistura de soluções de mesmo solvente e solutos diferentes sem reação


• em uma mistura de soluções com solutos diferentes que não reagem entre si, as concentrações em quantidade
de matéria não se somam: os solutos presentes se mantêm inalterados.
• exemplo: cálculo da concentração em quantidade de matéria de 50 mL de uma solução composta de 10 g
de cloreto de sódio e 10 g de sacarose.
• Primeiro passo: cálculo da quantidade de matéria de cada soluto com base na relação n = m , em que
M
m = massa do soluto presente na solução e M = massa molar do soluto.
10 g 10 g
n(naCl) = = 0,171 mol n(C12H22O11) = = 0,029 mol
58,5 g/mol 342 g/mol
n
• segundo passo: segundo a relação c = pode‑se, então, determinar a concentração em quantidade de
V
matéria de cada soluto na solução:
0,171 mol 0,029 mol
c(naCl) = = 3,4 mol/L c(C12H22O11) = = 0,6 mol/L
0,050 mol 0,050 mol

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conexões com a anotações em aula


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estequiometria de reações em soluções aquosas


• A mistura de soluções aquosas com solutos diferentes pode resultar em reações químicas.
• É possível calcular a concentração das espécies químicas envolvidas nessa reação.
• exemplo: que volume de uma solução de hidróxido de sódio (naoH) de concentração 6 mol/L deve ser
adicionado aos 147 mL (0,147 L) da solução de ácido sulfúrico de concentração 0,473 mol/L para que sejam
totalmente neutralizados?
• Primeiro passo: calcular a quantidade de matéria de ácido sulfúrico a ser neutralizada (n=cV).
n(H2so4) = 0,473 mol/L 3 0,147 L = 6,95 3 10 –2 mol
• segundo passo: conhecer a estequiometria da reação:
2– 2–
2 H+(aq) + so4 (aq) + 2 na+(aq) + 2 oH–(aq) 2 na+(aq) + so4 (aq) + 2 H2o(l)
• Pela estequiometria da reação, são necessários 2 mols de íons oH–(aq) para neutralizar 2 mols de íons H+(aq)
provenientes do ácido sulfúrico. Portanto: 6,95 3 10 –2 mol 3 2 = 13,9 3 10 –2 mol de naoH são necessários.
• Como a concentração da solução de hidróxido de sódio disponível é 0,6 mol/L, podemos calcular o volume
necessário para a neutralização, ou seja, o volume de solução que contém 13,9 3 10–2 mol de naoH.
Quantidade de Volume de
matéria de H2so4 solução de naoH
0,6 mol 1 L
13,9 3 10–2 mol V(naoH)
V(naoH) = 0,23 L = 230 mL de solução de naoH serão necessários para titular todo o ácido.
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conexões com a anotações em aula


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Propriedades coligativas
Pressão de vapor
• Quando um recipiente contendo água é deixado aberto sobre Variação da pressão de vapor de quatro
uma mesa sob pressão atmosférica, após algum tempo, todo substâncias em função da temperatura

adilson secco
o líquido evapora.
34,6 °C 78,3 °C 100 °C
• Caso esse recipiente esteja fechado, chegará um momento 800
760
em que a evaporação e a condensação ocorrerão na mesma Pressão
atmosférica
proporção e as fases líquida e gasosa vão coexistir.

Pressão (mmHg)
600 Éter
dietílico ao nível do mar

• nesse caso, o vapor de água presente exerce pressão sobre a Água


400
superfície do líquido, que é chamada pressão de vapor. Álcool etílico

• Efeito tonoscópico: diminuição da pressão de vapor de um 200


solvente pela adição de um soluto não volátil. Etilenoglicol

0
0 20 40 60 80 100
Temperatura (°C)

Fonte consultada: BRoWn, t. L. et al. Química: a ciência central. trad. Robson


Matos. 9. ed. são Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

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elevação da temperatura de ebulição

ilustrações: adilson secco


Gráfico da variação da pressão de vapor
de um solvente puro e de uma solução
• Com a adição de soluto, é necessário fornecer mais em função da temperatura
calor ao sistema para que as moléculas de um solvente Solvente

possam se desprender da solução e se transferir para puro Solução

a fase gasosa, resultando em uma temperatura de ∆T 5 T2 2 T1

Pressão (mmHg)
T1 ∆T
ebulição maior. P
T2

• essa elevação da temperatura de ebulição do solvente


causada pela presença de um soluto não volátil na
solução é chamada efeito ebulioscópico.
T1 T2
Temperatura (°C)

Diminuição da temperatura de congelamento


Gráfico da variação da pressão de vapor
• Ao adicionarmos um soluto não volátil a um solvente, de um solvente puro e de uma solução
suas partículas se solubilizam, formando uma solução em função da temperatura
e diminuindo a pressão de vapor desse solvente, o que Solvente
puro
dificulta seu congelamento.
• esse efeito da diminuição da temperatura de Solução

Pressão (mmHg)
Líquido
congelamento do solvente pela adição de um soluto
não volátil recebe o nome de efeito crioscópico.
Sólido
∆T 5 T2 2 T1 Fonte consultada: BRoWn,
t. L. et al. Química: a
∆T ciência central. trad.
Robson Matos. 9. ed.
T1 T2 são Paulo: Pearson
Temperatura (°C) Prentice Hall, 2005.

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osmose
• o fluxo de solvente de um meio para outro, conhecido por osmose, é espontâneo e acontece predominantemente
do meio mais diluído para o meio mais concentrado até que as concentrações das duas soluções se igualem.
• Para que esse processo ocorra é necessário que haja uma membrana semipermeável separando os meios, que
permite a passagem apenas de moléculas de água, mas que é impermeável a partículas do soluto.

adilson secco
Sh

Solução Solução
concentrada diluída
A B
Membrana
semipermeável

Em (A), a membrana semipermeável separa a solução concentrada (à esquerda)


da solução diluída (à direita). Ocorre, predominantemente, a passagem de
solvente da solução diluída para a solução concentrada (osmose). Em (B), a
passagem do solvente pode ser percebida pelo desnível entre as duas soluções
(Sh). Ao final do processo, a concentração das duas soluções será a mesma.

• o processo de osmose pode ser interrompido pela aplicação de pressão do lado da solução mais concentrada.
• essa pressão contrária, característica da solução e que depende apenas do número de partículas dissolvidas, é
chamada pressão osmótica (s) da solução.

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