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Nesta semana iremos estudar o livro: “A menina, o cofrinho e a vovó”, da escritora Cora Coralina.

Ele relata a história de uma velha, que fazia doces para vender e que precisava comprar uma
geladeira para conservar os doces. Para conseguir pagar as prestações da geladeira, ela recebeu a
ajuda da neta, que chegou para visitá-la, junto com os demais familiares. A menina, amorosamente
entregou-lhe o dinheiro que havia poupado em seu cofrinho.

A menina, o cofrinho e a vovó


Era uma vez uma velha que morava sozinha numa cidade muito antiga
e tinha sua casa-grande na beira de um rio, um rio atravessado de
pontes e cheio de estórias.
A velha tinha filhos. Tinha netos e bisnetos e todos moravam em
cidades diferentes, bonitas e movimentadas e progrediam e criavam
suas famílias com amor.
A velha morava longe e sozinha. Não por nada.
Queria viver simples, sua vida, a sua maneira, ao seu gosto e por isso se fez longe, na terra onde
nasceu e onde tinha suas raízes fortes e vivas.

Um dia, a velha - que não tinha nenhum rendimento e vivia com todas as dificuldades – cismou de
trabalhar, fazendo doces antigos que ela muito sabia de ter aprendido com uma velha tia há muitos
anos, ainda menina.
E começou. E mexe e vira e revira, acerta, faz e refaz, embalou mesmo. A velha era enérgica e de
saúde rija. Trabalhou com fôlego de sete gatos. Só que não tinha nenhum tacho de cobre e sabia que
doce para ser mesmo bom, só feito em tacho de cobre, se possível, antigo.
Começou com emprestados. Lenha... gravetos do quintal, pontas queimadas, apanhadas daqui e
dali.
E foi indo. Foi indo e foi dando. Deu muito bonito sol e deu muito boa chuva.
Deu noite e deu dia.
As árvores botaram flores e as flores viraram frutas de que a velha fazia doces. Doces que gente
moça não sabia fazer e nem queria aprender. Só queriam fazer tortas caras e complicadas,
brigadeiros de bobagem e bolos artísticos de impressionar.
A velha era paciente, firme e caprichosa. Os doces, ótimos. A freguesia foi aparecendo e
aumentando, aumentando também o preço dos doces altamente conceituados.
Vão até para o estrangeiro. Já foram saboreados na Riviera Italiana, na América do Norte, em
Chicago.
Pior mesmo do trabalho era a descascação dos figos, doce que todos queriam e que a velha fazia
como ninguém. Descascar figos ferventados, um a um... Um pequeno canivete, um monte de
frutinhas de pele áspera à espera...
E vai e vai e vai ... um atrás do outro até o monte passar para o outro lado, liso, tratado.
Meia-noite... uma hora... duas. Madrugada... as barras do dia acendendo suas luzes em cima do
escuro dos morros.
Nada não. O doce se fazia. O freguês comprava, mandava novos fregueses. Então a velha ganhou
dinheiro. Comprou tacho, tachos. Todo tamanho,
sempre o cobre antigo, velho. Asas de bronze. Mandava cigano soldar aformoseado, à moda deles,
na perfeição bonita que marca as emendas e consertos de estrias, laivos amarelos. Enfeita o róseo do
velho cobre. Areado, reluz em lindeza.

Hoje a velha tem catorze tachos em tamanhos todos. Nem usa tantos.
Simbolismo. Ela fala, recusa a venda. Vê lá...
Deixará, quando morrer, para filhas, netas e bisnetas. Símbolos vivos do seu trabalho produtivo.
Ensinamento. Lição. Lição de vida. Sempre proveitosa.
Foi então que a velha achou que devia de comprar geladeira. Geladeira ajuda demais a quem faz
doces.
Conserva tempo na calda. Combate o inimigo bolor. O doce está sempre às vezes para o glacê.
Queria uma geladeira usada, boa, funcionando bem. Encontrou. Prestação... E vai que faz doce e
mais doce. E paga e repaga. Amortizando.
Acontece que essa dona tinha longe uma porção de netos grandes e pequenos.
E foi, veio um dia a filha e o genro, trazendo seus meninos, visitarem.
Do bandinho todo saiu uma menininha, redonda, cabeludinha, afirmada e trouxe seu dinheirinho
ajuntado em cofrezinho como usam as crianças, e deu todo ele para a avó pagar o resto da
prestação.
E quando a avó, comovida, falou:
_Você me dá seu dinheirinho e fica tão pobrezinha...
Ela, a menininha, respondeu inocente, simples como uma flor:
_Eu ajunto outro, vovó.
Querida e sempre lembrada neta de tantos predicados, de tanto nobre sentir... sensibilidades... a
cachorrinha apanhada na enxurrada... a roça de milho, arroz, feijão, alpiste... as mudas apanhadas ao
léu dos passeios, plantadas e cuidadas... Tudo, tudo revela uma personalidade em botão.
A geladeira serviu muito para a velha avó. Dos tachos emprestados, dos gravetos, das pontas
abandonadas, das noites varadas em luz de candeeiro descascando figos, venho hoje para esta
estorinha.
A avó, com a ajuda da netinha, pagou a geladeira. Comprou tachos, tem caieira de lenha. Tem
ajudante. Tem plantação de figueiras. Jovens figueiras em produção.
Ganhou a parada.
Graças a Deus!

E hoje a vovó, emocionada e reconhecida, manda para sua netinha Célia Flor os juros daquela
dádiva – suas economias -, dinheiro ajuntado de menininha.
“Eu ajunto outro, vovó...” Falou assim o pequenino-grande coração.
Vovó também ajuntou.
Seu dinheirinho, Célia, foi bom fermento que fez crescer o pão que a vovó amassava decidida. E
como esse fermento foi fecundo e bom... Ele tem o nome de fermento da bondade generosa.
Célia, minha neta, guarde bem esta estorinha tirada do real. Ela saiu toda do velho e cansado
coração da Vovó Cora.
Goiás, 15.12.67
CORALINA, Cora. A menina, o cofrinho e a
vovó. São Paulo, 2011. Gaudí Editorial.

1- Qual é o título do livro?


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2- A autora do livro se chama: _______________________________________________

3- O que a avó de Célia fazia para ganhar dinheiro:


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4- Assinale o objeto que a avó queria comprar:


A.( ) Geladeira B.( ) Fogão C.( ) Sofá D.( ) Carro

5- Encontre o motivo que levou a avó comprar o objeto que você assinalou na questão 4:
A.( ) A geladeira deixava a cozinha bonita.
B.( ) Servia para guardar as louças.
C.( ) Era útil para afastar os insetos.
D.( ) Conserva tempo na calda. Combate o inimigo bolor. O doce está sempre às
vezes para o glacê.

Leia:

“A avó, com a ajuda da netinha, pagou a geladeira. Comprou tachos, tem caieira de
lenha. Tem ajudante. Tem plantação de figueiras. Jovens figueiras em produção.”

6-Observando o texto acima você percebe que, produzindo doces para vender, a avó
conseguiu possuir várias coisas, dentre elas uma caieira de lenha. Onde a avó pretendia
usá-las:
A.( ) no fogão a gás.
B.( ) no fogão elétrico.
C.( ) no fogão à lenha.
D.( ) no microondas.

7-A menina levou o dinheiro que economizou pra auxiliar a avó no pagamento das
prestações da geladeira, onde a menina guardava seu dinheiro:
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8-Leia o trecho da história:

“Do bandinho todo saiu uma menininha, redonda, cabeludinha, afirmada e trouxe
seu dinheirinho ajuntado em cofrezinho, como usam as crianças, e deu todo para a avó
pagar o resto da prestação.”

9-As palavras redonda e cabeludinha estão se referindo a quem?


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“Pior mesmo do trabalho era a descascação dos figos, doce que todos queriam e que
a velha fazia como ninguém. Descascar figos ferventados, um a um... Um pequeno
canivete, um monte de frutinhas de pele áspera à espera...”
Leia o texto:

DOCE DE FIGO VERDE

Ingredientes:
1 quilo de figo
verde
2 xícaras de açúcar
1 litro de água
6 cravos
1 pedaço de canela

Modo de fazer:
Corte os figos ao meio e reserve. Coloque o açúcar na panela, acrescente a água
e deixe virar uma calda não muito espessa. Acrescente os figos, os cravos e a
canela. Coloque água para cobri-los. Deixe cozinhar em fogo brando por 2 horas.

10- Que tipo de texto está representado acima:


( ) receita
( ) bula
( ) notícia
( ) música

11- O texto acima fala da maneira como se faz um doce. Que doce é esse?
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12- Quantas xícaras de açúcar são necessárias para fazer o dobro da receita
do doce de figos citada acima:
( ) 2 xícaras ( ) 3 xícaras
( ) 4 xícaras ( ) 8 xícaras

13- As doceiras buscam melhorar a economia da família, assim como a avó de


Célia Flor. Célia juntou dinheiro para ajudar a avó no pagamento da geladeira,
se cada uma das prestações tivesse o valor de R$100,00 e ela conseguisse
pagar 2 prestações, qual seria o valor em dinheiro que a menina teria dado a
sua avó:
( ) R$50,00 ( ) R$110,00
( ) R$200,00 ( ) R$22,00

O TEMPO PASSA MUITO RÁPIDO


Passamos por várias fases durante a vida, começamos a partir do nascimento,
crescemos, ficamos adultos e envelhecemos.

15- A solidariedade e o respeito são fundamentais para a convivência humana. O texto


retirado do livro: “A menina, o cofrinho e a vovó”, demonstra o respeito e o desejo de
ajudar a avó. Assinale a alternativa que demonstra uma atitude correta:

( ) Provocar os colegas com brincadeiras que magoam.


( ) O respeito aos idosos é muito importante.
( ) Colocar apelidos nos colegas demonstra falta de respeito.
( ) Criticar a escolha de religião das pessoas.

16-O livro apresenta a vida simples de uma avó idosa, que mora sozinha. A Covid-19 tem
provocado mudanças na vida das pessoas idosas. Pensando nisso, como podemos
evitar que as pessoas idosas peguem esta doença, segundo as recomendações da
Organização Mundial de Saúde (OMS):

A.( ) Lavando as mãos, usando máscaras e tomando vacinas


B.( ) Não se alimentando adequadamente.
C.( ) Tomando chá e se alimentando.
D.( ) Tomando remédios e chás.

17- Agora que você já conheceu as fases que passamos na vida, vamos pintar a figura
que representa a fase da velhice:
Leia o trecho da história:

“A velha morava longe e sozinha. Não por nada. Queria viver simples, sua vida, a
sua maneira, ao seu gosto e por isso se fez longe, na terra onde nasceu e onde tinha suas
raízes fortes e vivas.”

Neste texto a avó demonstra seu amor às raízes da terra onde nasceu. Assinale o nome
do Estado em que ela mora?
( ) Minas Gerais
( ) Mato Grosso
( ) São Paulo
( ) Goiás

PINTE OS MAPAS DE GOIÁS:


O texto abaixo fala de Goiás Velho, um município de Goiás onde há uma tradição de
fazer doces caseiros.

leia o texto:
As ruas feitas de pedras e as casas de pau a pique são o retrato do que é preservado no coração do Brasil.
A cidade de Goiás, que fica a 140 km da capital, é o berço da cultura goiana, e completa duas décadas como
Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, título que lhe foi dado pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Para o aposentado Benedito Gomes da Neiva, de 73 anos, que mora no município desde que nasceu,
preservar a história da cidade vai além do que se vê.

_“É preservar o que foi feito no passado, deixando a história viva no presente e no futuro”, afirmou o idoso.

O centro histórico da Cidade de Goiás faz lembrar uma época do Brasil conhecida como Ciclo do
Ouro. Quando os bandeirantes chegaram no estado, há quase 300 anos, fundaram o povoado que
recebeu o nome de Arraial de Santana, passou a se chamar Vila Boa e se tornou a primeira capital
do estado. As ruas carregam um caráter primitivo dos centros urbanos dos séculos XVIII e XIX. Por
isso, no município, o ato de retirar uma pedra do lugar carrega uma grande responsabilidade, como
afirma o funcionário público Fábio Luiz Santos.

_“Tem que ter muito cuidado para fazer qualquer reparo. Por aqui, cada pedaço de pedra importa.
Tudo conta uma história, a história do começo do nosso Brasil”, afirmou o trabalhador enquanto
concertava predas que cobrem uma das ruas da cidade.

E a história desta cidade não pode ser contada sem passar por Cora Coralina, a poetisa mais
conhecida e admirada do estado e uma das maiores referências da literatura em todo o Brasil.
Dos 95 anos que viveu, cerca de 30 foram na casa onde hoje é o Museu Casa de Cora Coralina, que
mantém a história dela viva. O espaço é administrado pela professora aposentada e "pupila" da
poetisa, Marlene Vellasco, que faz questão de destacar a importância do título para a cidade.

_“O título não é só da cidade de Goiás, não é só dos goianos, não é só do Brasil, é do mundo. Todos têm
responsabilidade por essa cidade. É o patrimônio de uma humanidade. Quando você preserva o patrimônio
de um povo, você dá dignidade para aquele local”, afirmou.

A rica tradição cultural não inclui somente a arquitetura, mas a culinária também. Há mais de uma
década, a comerciante Divina Rodrigues dos Santos, de 77 anos, decidiu deixar de ser funcionária e
investiu no próprio negócio. Atualmente, ela é proprietária de uma doceria no Centro Histórico,
onde são encontrados doces típicos, sendo o principal deles o “pastelinho goiano”. A sobremesa,
feita com uma base de farinha de trigo, leite e gordura, leva um delicioso recheio de doce de leite.

_“Aqui é a cidade ideal para mim e para o meu trabalho. É tranquila, boa de viver e linda. É muito
importante que tudo isso seja mantido”, afirmou.

Outro prato tradicional que pode ser encontrado em vários pontos da cidade é o empadão goiano. A
receita é o carro chefe do restaurante da família do empresário Thiago Gomes, de 29 anos.

“Minha mãe trabalhou a vida toda com comida e eu segui a tradição. No nosso restaurante nós
temos vários pratos, mas não tem jeito, o mais procurado é o empadão goiano, o tradicional,
recheado com frango e guariroba”, afirmou.
Em qual Estado se localiza o município de Goiás?

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Qual é o assunto do texto?

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De acordo com o texto, qual é o doce caseiro mais tradicional da cidade?

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Vamos fazer uma técnica de impressão chamada frotagem?


Explorando moedas: vamos precisar de moedas de valores diferentes, lápis decor e
sulfite; Vá colocando as moedas em baixo da folha e pintando sobre o volume delas.
Monte o quebra-cabeça da vovó:

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