Este documento apresenta exemplos de diferentes formas métricas da literatura, incluindo canção, madrigal, elegia, soneto, epigrama e forma livre. São apresentados trechos de poemas que ilustram cada uma dessas formas, abordando temas como saudade da terra natal, amor, vida e morte.
Este documento apresenta exemplos de diferentes formas métricas da literatura, incluindo canção, madrigal, elegia, soneto, epigrama e forma livre. São apresentados trechos de poemas que ilustram cada uma dessas formas, abordando temas como saudade da terra natal, amor, vida e morte.
Este documento apresenta exemplos de diferentes formas métricas da literatura, incluindo canção, madrigal, elegia, soneto, epigrama e forma livre. São apresentados trechos de poemas que ilustram cada uma dessas formas, abordando temas como saudade da terra natal, amor, vida e morte.
formas métricas Francine Iris Tadiello Professora de literatura
fitadiello@ucs.br
[1] Este material é de autoria da professora Francine Iris Tadiello e de uso
EXCLUSIVO dos alunos do CETEC-UCS (2022). Não deve ser repassado, vendido ou sofrer quaisquer alterações. Forma métrica: CANÇÃO Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. [...] Forma métrica: CANÇÃO Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Forma métrica: CANÇÃO Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Forma métrica: MADRIGAL Madrigal Melancólico
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza. A beleza, é em nós que ela existe. A beleza é um conceito. E a beleza é triste. Não é triste em si, Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência. Forma métrica: MADRIGAL Não é o teu espírito subtil, Tão ágil, tão luminoso, – Ave solta no céu matinal da montanha. Nem é a tua ciência Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical, Sucessiva e renovada a cada momento, Graça aérea como o teu próprio pensamento, Graça que perturba e que satisfaz. Forma métrica: MADRIGAL O que eu adoro em ti, Não é a mãe que já perdi, Não é a irmã que já perdi, E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal Em teu flanco aberto como uma ferida. Nem a tua pureza. Nem a tua impureza. O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me! O que eu adoro em ti, é a vida. Forma métrica: ELEGIA Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo. Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue frio, a concepção. A noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas. Forma métrica: ELEGIA Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Mas o horrível despertar prova a existência do maquinário e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito. A literatura estragou tuas melhores horas de amor. Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear. [...] Forma métrica: SONETO "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Forma métrica: SONETO Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”. Forma métrica: EPIGRAMA Exemplos:
Sonhar é acordar-se para dentro.
Todas as noites o sono nos atira da beira de um cais e ficamos
repousando no fundo do mar.
O despertador é um acidente de tráfego do sono.
Forma métrica: FORMA LIVRE Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Forma métrica: FORMA LIVRE Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Forma métrica: FORMA LIVRE Mando chamar a mãe-d’água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada [...]