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Departamento de Música
Fundamentos de Construção Musical – 4
Prof. Nelson Almeida
Exemplo 29 – Este exemplo cobre uma grande extensão do teclado com grandes saltos e
transposições de oitavas sem os quais seu efeito seria grandemente diminuído, como pode ser
demostrado em transpondo os primeiros dois compassos uma oitava acima e os dois últimos
compassos uma oitava abaixo.
Exemplo 31- Usa saltos de mais de oitava dentro uma frase, o que é uma características
intrinsecamente não vocal. Tais saltos algumas vezes resultam do que parece ser transposição de
oitava de um fragmento melódico, mesmo que não haja repetição de oitava.
Exemplo (a) como Milhaud escreveu, e
(b) com fragmentos transpostos uma oitava e com os saltos reduzidos correspondentemente.
Não se presume que os compositores escrevam melodias de contornos convencionais e então
façam transposições de segmentos delas, porém este tipo de analise revela afinidades entre algumas
práticas melódicas angulares do século XX e sua contrapartida música tradicional. Sem esta análise
estas características passariam despercebidas.
As escalas, consideradas até então, têm sido limitadas àquelas que consistem de sete.
Tons e dois semitons. Apesar destas escalas escalas terem dominado a música européia por tantos
séculos, não há justificativa para restrição de seu uso. Outras escalas têm sempre sido favorecidas
por culturas não européias , e por algum tempo presente a moda tem sido, na música ocidental,
emprestar escalas de outras tradições culturais e também inventar outras tantas escalas. Traçar as
origens e distribuição geográfica das várias escalas, diferentes das tradicionalmente usadas na
música ocidental, pode ser um estudo fascinante, porém os compositores e os os intérpretes estão
primeiramente interessados na sua utilização nas novas obras.
Escalas pentatônicas (cinco-notas) estão entre as mais antigas e universais. A mais
prevalecente pentatônica tem um semelhante a uma escala maior sem a terça e sem a sétima, ou
melhor, como as teclas pretas do piano.
O exemplo 35 é uma melodia de Debussy contendo somente notas sustenizadas, e poderá ser
tocada apenas nas teclas pretas do piano.
Qualquer nota em uma escala pentatônica seve como centro ou “tônica”. As notas que
marcam as cadências tendem a ser ouvidas como tais. Contudo, pessoas acostumadas a forte relação
em maior ou menor, nunca têm um comparável senso de tonalidade na música pentatônica,
principalmente por causa da relação sensível-tônica.
A escala do exemplo anterior é representada como C# maior com E# e o B# omitidos, porém
o centro tonal parece mudar de F# no começo, para G# no fim. Uma mudança de centro com a
mesma coleção de alturas significa que existe uma mudança correspondente no padrão da escala,
isto é, na distribuição das segundas maiores e terças menores que compreendem a escala.
Os próximos dois exemplos ilustram outra escala pentatônica, a primeira com centro em D.
Exemplo 39 mostra uma pronunciada influência do modo frígio, porém sem o quarto grau. As notas
restantes formam um padrão idêntico de três notas separadas pela treça maior.
Uma escala de seis notas, mais frequentemente associada com Debussy, é a escala de tons
inteiros. Uma vez que esta escala é muito limitada, tanto melódica quanto harmonicamente, é mais
utilizada para colorido de passagens isoladas que uma base para uma composição completa.