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livros

Rodrigo Caetano Silva; Josenildo de Jesus Pereira; Márcio Douglas de


Carvalho e Silva; Eva Paulino Bueno (Organizadores). Escravos,
libertos e livres: histórias de luta e resistência no Brasil e na Argentina.
São Paulo, Mentes Abertas, 2020. 326 p.

temos que lembrar que os escravos


lutaram desde o princípio para sua
própria libertação, usando muitas armas,
muitas formas de resistência, muitas
maneiras de manter sua cultura dentro de
um ambiente de opressão que nenhum de
Este livro é nós, pessoas vivendo no século XXI,
o resultado podemos realmente imaginar.
do trabalho
de pesquisadores e professores dos Por que é relevante escrever sobre um
Estados Unidos, da Argentina e de várias tempo que, de acordo com o calendário,
partes do Brasil, principalmente do Norte já passou? Exatamente porque, como
e Nordeste. O ímpeto para escrever este historiadores, professores e intelectuais,
livro veio do encontro de vários destes sabemos que resquícios do tempo
profissionais tanto em pessoa, nas salas pretérito seguem presentes, no dia a dia.
de aula, ou em conferências, ou através Neste caso, de certo modo, os grilhões da
dos próprios textos produzidos por alguns escravidão ainda continuam marcando a
deles anteriormente, ou por meios vida e a experiência de tantos negros,
virtuais. Como sabemos, atualmente as mulatos, pardos, cafusos, etc., do Brasil,
distâncias físicas se reduzem com uso da que continuam sofrendo discriminações
tecnologia, e o longe é uma questão muito diárias, perseguições, ataques,
mais facilmente resolvida do que era no humilhações, considerados inferiores
tempo em que estes textos se debruçam, precisamente por causa dos crimes
o tempo em que seres humanos eram cometidos contra seus antepassados.
aprisionados em suas terras, trazidos Dedicamos este livro aos escravos, aos
contra sua vontade, vendidos como libertos, aos livres e a todos seus aliados,
coisas, e escravizados pelo resto de suas os quais fizeram tanto para que o Brasil
vidas, passando sua condição não continuasse com o opróbio da
jurídico/social para suas descendências. escravidão; também o dedicamos aos
Devemos reconhecer que a escravidão no professores e intelectuais que continuam
Brasil – a última a ser oficialmente na luta para que os brasileiros e
terminada, em 13 de maio de 1888 – nos brasileiras do futuro – nossos alunos e
coloca em uma situação muito pouco alunas – possam viver num país mais
privilegiada entre os países que se justo, mais humano, onde reinem a
querem civilizados, porque sob tantos fraternidade, a igualdade e a aceitação das
aspectos a duração da escravidão nos diferenças.
envergonha, e, além de tudo, precisamos
manter em mente que sua mancha de link:
racismo e violência contra os https://mentesabertas.minhalojanouol.com.br/produto/
descendentes dos escravos continua na 318322/escravos-libertos-e-livres-historias-de-luta-e-r
sociedade atual. Mas, ao mesmo tempo,

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