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LAUDOS PERICIAIS

Aula 1 – Atividades e operações


insalubres e perigosas – Introdução

Profª. Larissa Pinto – larisspinto@gmail.com

Escola Técnica Aberta do Brasil (ETEC)


Instituto Federal do Ceará (IFCE)
Fortaleza - CE
2014

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Sumário

Apresentação da disciplina ............................................................ 3


Apresentação da aula .................................................................... 4
Tópico 1 – Insalubridade................................................................ 5
Tópico 2 – Periculosidade.............................................................. 7
Tópico 3 – Perícia técnica judicial .................................................9
Conclusão ....................................................................................12
Referências ..................................................................................13

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Apresentação da disciplina

Caro aluno,

Daremos início à disciplina de Laudos Periciais. A finalidade desta


disciplina é conhecer e entender a legislação vigente sobre
atividades e operações insalubres e perigosas, para que, em um
futuro próximo, você possa aplicar as técnicas de avaliação
ambiental e equipamentos utilizados como determina a NR-15 e a
NR-16; realizar vistorias nos locais de trabalho; implementar EPI
de acordo com o risco, o qual o trabalhador está exposto e ajudar
na elaboração de programas de controle do ambiente de trabalho.

A disciplina está dividida em oito aulas. Em nossa primeira aula,


nos familiarizaremos com os conceitos de insalubridade,
periculosidade e laudos pericias. Nas aulas 2 e 3 estudaremos os
riscos físicos ruído e calor, respectivamente. Na aula 4 veremos
os riscos químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de
tolerância e inspeção no local de trabalho. Na aula 5
trabalharemos os riscos químicos poeiras minerais e na aula 6 os
riscos químicos qualitativos. Na aula 7 estudaremos os demais
riscos físicos cuja insalubridade é comprovada através de laudo
de inspeção do local de trabalho e riscos biológicos. E, na aula 8,
nossa última aula, abordaremos os agentes perigosos constantes
na NR-16. Vamos lá, vamos começar?

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Apresentação da aula

A nossa primeira aula é para nos habituarmos com as Normas


Regulamentadoras nº 15 e 16. Definiremos e aprenderemos a
diferenciar insalubridade e periculosidade. Além disso,
aprenderemos como é realizada uma perícia técnica judicial,
quem pode realizá-la e como deve ser apresentado o laudo
pericial.

Objetivos da aula

 Compreender a definição de insalubridade;


 Compreender a definição de periculosidade;
 Conhecer as normas regulamentadoras nº 15 e 16, bem
como seus anexos;
 Entender o que é perícia;
 Aprender como se desenvolve uma perícia técnica judicial;
 Aprender como deve ser apresentado o laudo pericial.

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Tópico 1 – Insalubridade

Objetivo(s)
 Compreender a definição de insalubridade;
 Conhecer a norma regulamentadora nº 15, bem como
seus anexos.

Insalubridade, em termos laborais, significa "o ambiente de


trabalho hostil à saúde, pela presença de agentes agressivos ao
organismo do trabalhador, acima dos limites de tolerância
permitidos pelas normas técnicas (Qualidade Brasil, 2014)

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas


que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos
(PLANALTO, 2014).

A Norma Regulamentadora nº 15 da Portaria nº 3214, de 08 de


junho de 1978 do Ministério do Trabalho, estabelece os agentes
nocivos, bem como os critérios qualitativos e quantitativos para a
caracterização das condições de insalubridade.

A relação abaixo apresenta os anexos que constituem a NR-15:

ANEXO 1 – Ruído contínuo e intermitente


ANEXO 2 – Ruído de impacto

5
ANEXO 3 – Calor
ANEXO 4 – Iluminação (revogado em 23/11/1990)
ANEXO 5 – Radiações ioniantes
ANEXO 6 – Trabalho sob condições hiperbáricas
ANEXO 7 – Radiações não-ionizantes
ANEXO 8 – Vibrações
ANEXO 9 – Frio
ANEXO 10 – Umidade
ANEXO 11 – Gases e vapores
ANEXO 12 – Poeira minerais
ANEXO 13 – Agentes químicos
ANEXO 14 – Agentes biológicos

De acordo com a NR-15, são consideradas atividades ou Limite de Tolerância é


definido como a
operações insalubres as que se desenvolvem acima dos limites concentração ou
intensidade máxima
de tolerância previstos nos anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12; nas ou mínima,
atividades mencionadas nos anexos n.º 6, 13 e 14; e aquelas relacionada com a
natureza e o tempo de
comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, exposição ao agente,
que não causará dano
constantes dos anexos n.º 7, 8, 9 e 10. à saúde do
trabalhador, durante a
sua vida laboral (MTE,
O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura 2014).

ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário


mínimo da região, equivalente a:

No caso de
incidência de mais
 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau
de um fator de
máximo; insalubridade, será
apenas considerado
 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; o de grau mais
elevado, para efeito
 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo. de acréscimo
salarial, sendo
vedada a percepção
cumulativa.

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Caso haja a eliminação ou neutralização da insalubridade, a NR-

No link abaixo,
15 determina a cessação do pagamento do adicional respectivo.
você encontra a Essa eliminação ou neutralização pode ocorrer com a adoção de
NR-15 na íntegra:
http://portal.mte.go medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho
v.br/data/files/8A7
C816A36A27C140 dentro dos limites de tolerância e a utilização de equipamento de
136A8089B344C3
9/NR- proteção individual.
15%20(atualizada
%202011)%20II.p
df

Tópico 2 – Periculosidade

Objetivo(s)
 Compreender a definição de periculosidade;
 Conhecer a norma regulamentadora 16, bem como seus
anexos.

As atividades ou operações perigosas são consideradas, na forma


da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
No link abaixo,
você encontra Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
todos os anexos
da NR-16, nos impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente
quais constam as do trabalhador às atividades e operações perigosas com
atividades,
operações e área explosivos, com inflamáveis, com exposição a roubos ou outras
de risco que
caracterizam o espécies de violência física nas atividades profissionais de
adicional de
periculosidade: segurança pessoal ou patrimonial, com energia elétrica e com
http://portal.mte.g
ov.br/data/files/FF radiações ionizantes ou substâncias radioativas.
80808147596147
014759E3D24E74
34/NR- O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura
16%20(atualizada
%202014)%20El ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento),
%C3%A9trica.pdf

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incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa
(MTE, 2014).

A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-
se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrada no Ministério do Trabalho
(MTE, 2014).

Quando arguida em juízo, a insalubridade e/ou a periculosidade,


seja por empregado, seja por sindicato em favor de grupo de
associados, o juiz designará perito habilitado e onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

A falta do pagamento do adicional de insalubridade e do


pagamento da periculosidade por parte do empregador é, em
muitas vezes, um dos grandes motivos de entradas de causas
trabalhistas.

No próximo tópico entenderemos melhor como ocorre uma perícia


judicial.

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Tópico 3 – Perícia técnica judicial

Objetivo(s)
 Entender o que é perícia;
 Aprender como se desenvolve uma perícia técnica judicial;
 Aprender como deve ser apresentado o laudo pericial.

A perícia, em grande número das ações judiciais, é conhecida


como a “rainha das provas”, embora existam outros tipos válidos
de provas, como a oral ou testemunhal e a prova documental.

A perícia deve ser impessoal e exata, embora podendo ser


repetida por outros investigadores quando pairam dúvidas sobre o
seu resultado.

A perícia não é feita para atender os interesses da parte ou em


seu benefício, já que ela não deve ser dirigida nem conduzida
para alcançar determinado fim, mas sim para almejar a finalidade
teleológica do processo, que é a distribuição equânime da justiça,
isto é, a prestação jurisdicional (Chagas Neto, 2006).

É facultada ao juiz a nomeação de um perito que terá como


escopo principal de seu trabalho a obtenção de dados e fatos no
âmbito da questão que deverão ser apresentados de tal forma
que sejam inteligíveis ao juiz e às partes, que são tecnicamente
leigas no assunto (Chagas Neto, 2006).

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Vejamos a seguir como se dá a sequência dos trabalhos periciais:

- O juiz determina "ex-ofício" ou a requerimento das partes, a


realização de uma perícia. Para isso nomeia o perito oficial;
- As partes devem apresentar a indicação de seus Assistentes
técnicos:
respectivos assistentes técnicos e a formulação dos profissionais que
quesitos, dispondo as partes para isso de n dias representarão as
partes na perícia,
(determinação do juiz), contados da intimação do despacho sendo, portanto,
alguém de confiança
de nomeação do perito; e com conhecimento
técnico.
- O perito marca a data e hora da realização da perícia; Quesitos: são
perguntas que se
- A perícia é realizada; formulam aos
- O perito deve apresentar laudo pericial em 30 dias, a peritos relacionadas
aos fatos que
contar da realização da perícia. constituem o objeto
da perícia.
- O juiz e/ou as partes, poderão, antes da audiência de
instrução e julgamento requerer ao perito, através do juízo,
pedido de esclarecimento sobre o laudo;
- O perito poderá respondê-los por escrito ou verbalmente,
em audiência.

Para a resolução dos processos trabalhistas, o laudo pericial é


uma conclusão que deve derivar de fatos concretos e de dados
objetivos. Vale ressaltar que o parecer do perito apresentado no
laudo pericial é meramente opinativo e vale apenas pela força dos
argumentos em que repousa. Para que a conclusão do perito
possa ter autoridade, é necessário que venha precedida de
exposição dos motivos que a teriam determinado.

Vejamos quais as principais características de um laudo pericial:

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- Circunscrito ao objeto da perícia;
- Objetivo;
- Imparcial e isento de facciosismo;
- Conciso, sem ser sintético;
- Preciso;
- Eminentemente técnico;
- Claro e compreensível para leigos na matéria;
- Fundamentado;
- Documentado e ilustrado;
- Conclusivo, com respaldo técnico.

Para que o laudo tenha uma conclusão com respaldo técnico é,


necessário que esse seja fundamentado na legislação vigente. O
domínio das NRs 15 e 16 ajudará o perito na elaboração desses
laudos, daí a importância dessa disciplina na formação dos
profissionais da área de segurança do trabalho.

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Conclusão

Nessa aula, aprendemos os conceitos de insalubridade e


periculosidade e conhecemos o que determina as NRs 15 e 16 no
seu preâmbulo. Aprendemos o que é uma perícia judicial, quem
são as partes envolvidas para a sua realização e como deve ser
apresentado o laudo pericial para o juiz.

Nas próximas aulas, aprofundaremos os conteúdos dos anexos


das NRs 15 e 16. Conto com vocês, até lá!

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Referências

BRASIL. Casa Civil. Lei nº 6.514/1977. Altera o Capítulo V do


Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm. Acesso em:
27/05/2014.

____________. Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.


Normas Regulamentadoras. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-
1.htm. Acesso em: 21/07/2014.

Francisco das Chagas Neto. Curso de avaliações e perícias em


obras hidráulicas. Fortaleza, 2006.

Qualidade Brasil. O que é insalubridade. Disponível em:


http://www.qualidadebrasil.com.br/artigo/seguranca_no_trabalho/o
_que_e_insalubridade. Acesso em: 18/08/2014.

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