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ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Lina Krafta
Lina Krafta
Porto Alegre
Janeiro de 2007
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Lina Krafta
Conceito final:
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Profª Dra. Ângela Brodbeck – PPGA/EA/UFRGS
______________________________________________
Profª Dra. Raquel Janissek-Muniz – PPGA/EA/UFRGS
______________________________________________
Profª Dra. Edimara Mezzomo Luciano – FACE/PUC-RS
______________________________________________
Orientador - Prof Dr. Henrique Freitas – PPGA/EA/UFRGS
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Este trabalho é dedicado aos meus pais, Rômulo e Beatriz,
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Agradecimentos
confiança, pela amizade, pelo incalculável apoio nos últimos dois anos e pelo incansável
Agradeço enormemente aos meus Pais, Rômulo e Beatriz, pelo exemplo que sempre
foram, por todo esforço em sempre mostrar o melhor caminho, por terem me dado todas as
condições e me incentivado a batalhar e acreditar nos meus sonhos. À minha irmã, Marta,
agora também minha colega de mestrado, pela amizade, cumplicidade e ombro amigo em
tantos momentos.
Quero agradecer também ao Carlos Augusto, que mesmo sentindo tanto quanto eu
Agradeço também a toda equipe do GIANTI, que me apoiou muito durante esta
Cristina e Fernando.
Este trabalho não teria sido possível sem o apoio de toda equipe da SPHINX Brasil,
que abriu as portas para a realização desta pesquisa e possibilitou que tudo ocorresse da
melhor forma.
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SUMARIO
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4.3. Resultados da Fase de Ação............................................................................. 64
4.3.1. Autonomia para gerentes e usuários .......................................................... 65
4.3.2. Mesclando dados de diversas fontes.......................................................... 65
4.3.3. Preparação da Equipe para o Uso dos Modelos ........................................ 66
4.3.4. Esquematização e Uso das Visões e Formulários de Ação Propostos ...... 66
4.3.4.1. Modelo 1 – Prospecção e Abordagem..................................................... 68
4.3.4.2. Modelo 2 – 1ª Flexibilização para fechamento de venda ........................ 69
4.3.4.3. Modelo 3 – Flexibilização agressiva para fechamento de venda ............ 78
4.3.4.4. Modelo 4 – Guia para atividade de contato face-a-face .......................... 80
4.3.4.5. Modelo 5 – Guia para cessões gratuitas visando divulgar produtos ....... 85
4.3.4.6. Modelo 6 – Guia para realização de Cursos em turmas.......................... 89
4.3.4.7. Modelo 7 – Operacionalização da Venda ................................................ 94
4.3.4.8. Modelo 8 – Atividades de Pós-venda e Revenda .................................... 95
4.3.4.9. Modelo 9 – Monitoramento de Faturamento............................................ 97
4.3.4.10. Modelo 10 – Desenvolvimento de novos produtos .............................. 104
4.4. Resultados da Fase de Avaliação ................................................................... 107
5. Conclusões ............................................................................................................. 110
5.1. Principais elementos........................................................................................ 110
5.2. Limites da pesquisa ......................................................................................... 112
5.3. Pesquisas futuras ............................................................................................ 112
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 114
ANEXO 1: Lista final de requisitos informacionais. .................................................... 121
ANEXO 2: Relato das reuniões – registro da pesquisa.............................................. 122
ANEXO 3: Protocolo de avaliação do uso dos modelos............................................. 128
ANEXO 4: Figuras das Interfaces............................................................................... 129
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Lista de Figuras
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Resumo
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Abstract
This research proposes to define models for information management to guide the
commercial action of a small IT company. The activities start with a diagnosis of the
company’s context and internal processes and a redefinition of information requirements, to
then propose a new set of models, with interfaces of data output and consult, based on filters
that lead to a better use of the information. The new set of models was implemented and
used during the daily commercial activities (sales team and management). The practical
experience is then detailed based on the evaluation of ease, comprehension and use. Action
research was chosen as method for this study because there was interest and availability of
the company to put in practise the new set of models that was proposed. Through the
practical experience, it was expected do bring a wider contribution to academic and
management worlds. The company reacted positively do the models that were implemented,
in terms of acceptation and in terms of comprehension, ease of use and utility. The sales
team evaluated the use of the models as something that brought added value and agility to
their activities, as well as the commercial management and company’s directors, in the
decision making activities and strategic planning. The company considered that, after using
the models, there were better conditions of dominating the information which circulates along
the processes, and, therefore, it became more dynamic to orient the commercial action.
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1. Introdução: Tema e Objetivos
O atual cenário empresarial demonstra que a informação, seja qual for o mercado ou
área de atuação da organização, vem assumindo crescente importância estratégica, tanto
pela globalização dos mercados quanto pela rapidez com que as informações circulam e as
mudanças ocorrem. As empresas fornecedoras de Tecnologia de Informação (TI) crescem
em número e porte, vislumbrando diversos novos nichos de mercado através da
informatização de processos e ferramentas de apoio a atividades de muitas naturezas.
Conforme a última Pesquisa Censo SW divulgada pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCT, 2001), as empresas do ramo de software concentram-se majoritariamente
nas regiões Sul e Sudeste (36% cada) do Brasil. A região Nordeste absorve 17,2% e no
Centro-oeste estão os 9,6% restantes. Do total de empresas de software, 77,4% são micro e
pequenas empresas (35,7% e 41,7% respectivamente), o que representa uma expressiva
presença de empresas de pequeno porte no setor.
Analisando por regiões, o Sudeste apresenta a maior concentração de empresas de
pequeno porte de software: 56,4%. Já a região Sul apresenta a maior concentração de
microempresas de software: 43,1% das empresas de software da região são deste porte.
Estes índices confirmam a importância de se estudar a realidade das micro e pequenas
empresas, já que estas são responsáveis por uma significativa parcela do setor de software
no Brasil.
Em relação aos tipos de softwares desenvolvidos e às atividades destas empresas, a
grande maioria (88,8%) é desenvolvedora, com predominância de software pacote (59,1%)
e desenvolvimento sob encomenda (57,2%). Há também um volume expressivo de 41,3%
das organizações que se dedicam a software para Internet.
O 1º Censo das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul, promovido pelo
Sindicato das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul (SEPRORGS), em parceria
com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Instituto Fecomércio de
Pesquisa (Ifep) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul
(Sebrae/RS), oferece um panorama específico do mercado gaúcho de TI. O estudo
identificou 9.755 empresas do ramo de TI no Rio Grande do Sul, sendo que a maioria,
37,2%, concentra-se em Porto Alegre (SEPRORGS, 2005).
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Dentre os principais resultados desta pesquisa, pode-se citar que, em relação às
principais atividades, 79,1% das empresas gaúchas do ramo de TI concentram seu foco na
prestação de serviços, com destaque para manutenção (13%) e desenvolvimento de
softwares (11,2%).
Em relação ao perfil das empresas pesquisadas quanto ao seu faturamento e porte,
o Censo constatou que a maioria das empresas tem seu faturamento anual abaixo de R$
150 mil (47,6%), sendo que apenas uma pequena parcela das empresas se enquadrou nas
maiores faixas de faturamento da pesquisa, 3,5% das empresas faturam anualmente mais
de R$ 720 mil. Quanto ao porte em termos de quadro de funcionários, a pesquisa constatou
que apenas uma pequena quantidade de empresas conta com mais de 20 funcionários,
6,8%. A maioria das empresas pesquisadas (50,6%) conta com equipes de 1 a 5
funcionários e 27,4% se enquadra na faixa de 6 a 20 funcionários. Estes últimos dados
demonstram claramente o perfil de micro e pequenas empresas do setor de TI gaúcho.
A realidade brasileira tem mostrado a cada ano que é elevado o número de micro e
pequenas empresas que nascem e morrem nos primeiros anos de atividade.
Especificamente no mercado de software, em torno de 25% das empresas morrem até os
dois primeiros anos de atividade (ANPROTEC apud LUCIANO, 2004).
Uma possível explicação para este fenômeno seria a de que a maioria das empresas
da área de software possui know-how técnico e bons produtos, mas encontram dificuldades
no que tange à gestão. Ou seja, não se trata de falta de mão-de-obra qualificada,
desenvolvimento de bons produtos ou ausência de espaço no mercado.
A carência de muitas empresas de software pode estar em identificar adequada
colocação para seus produtos, potenciais mercados e melhores práticas de comercialização
que ofereçam mais condições competitivas (CUSUMANO, 2004). Estes pontos deficitários
podem ser melhorados através de uma melhor gestão da informação, com base em dados
que muitas vezes já estão dentro da empresa e não são explorados de forma adequada
para proporcionar crescimento, evitando a estagnação ou até mesmo um prematuro
encerramento de suas atividades.
Quando se trata da sobrevivência no mercado, importa como essas pequenas
empresas de TI se posicionam estrategicamente em relação às suas atividades. Isso
envolve definição do tipo de produto a ser desenvolvido, definição do público-alvo e
definição da atividade principal em relação às escolhas entre comercialização de produtos,
prestação de serviços ou uma solução híbrida. Independentemente do mercado em que
atua e do porte, uma empresa, para bem operacionalizar sua estratégia, deve estar sempre
à procura de meios de adequadamente gerir sua informação, seja interna (clientes, bases de
dados, relatórios periódicos) ou externa (realidade do mercado, concorrentes).
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Com o avanço constante dos meios de propagação da informação e a conseqüente
globalização que se impõe aos mercados, a quantidade de novos dados com a qual as
empresas convivem diariamente cresce cada vez mais e toma uma dimensão cada vez mais
significativa na vida de executivos. Este grande volume de informação com o qual se deve
conviver tem aspectos positivos e negativos no mundo empresarial.
Em recente trabalho, Evgeniou e Cartwright (2005) ressaltam que, no atual contexto
organizacional de excesso de dados, as empresas e seus gestores devem se preocupar em
como usar seus recursos informacionais de forma bem sucedida, capacidade esta que
denominam inteligência informacional. Esta inteligência informacional pode ser descrita
como a habilidade de buscar, agrupar pedaços de informação de diferentes fontes, analisar
e efetivamente usar toda informação relevante para qualquer decisão ou iniciativa.
Não são raros os casos em que gestores constatam que seus problemas de
informação resultam mais do excesso de informação do que de sua falta (BOONE e KURTZ,
1998). Informações relativas ao negócio, quando oferecidas com clareza, qualidade e
objetividade, são sempre úteis e benéficas ao gestor, proporcionando uma boa diretriz para
a tomada de decisão. Do contrário, se oferecida de forma excessiva, não precisa e dispersa,
pode prejudicar o analista à medida que provoca perda de tempo e confusão em relação aos
dados oferecidos (FREITAS et al. 1997).
O mercado de Tecnologia de Informação cresce acompanhando esta tendência e
oferece diversas novas ferramentas de apoio a esta gestão de dados. Sistemas de gestão,
de relacionamento com clientes, de inteligência, entre outros, são alguns exemplos destas
ferramentas avançadas, que são muitas vezes genéricas e outras customizadas para uma
determinada organização, compreendendo suas peculiaridades e mapeando seus
processos.
É importante notar, no entanto, que tais ferramentas rebuscadas, muitas vezes
complexas e, principalmente onerosas, nem sempre trazem um saldo positivo a toda
organização. A adoção de TI para as atividades de gestão é mais freqüente em grandes
empresas, que necessitam de soluções de maior porte por terem diversas unidades, por
terem fluxo intenso de comunicação com fornecedores, com a área industrial, entre outros
motivos (HOLSAPPLE e SENA, 2003).
Mesmo nas empresas de grande porte, um grande investimento financeiro em
sistemas e tecnologia não é garantia de sucesso: muitos são os fatores que determinam, em
conjunto, o sucesso na adoção de uma tecnologia (FREITAS e RECH, 2003; DEHNING,
DOW e STRATOPOULUS, 2004).
Já pequenas empresas nem sempre se beneficiam de sistemas mais elaborados
para gestão de dados. Isso ocorre pelo fato de seus processos e atividades serem mais
enxutos, compactos e simples e, sendo assim, uma ferramenta mais complexa pode trazer o
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efeito inverso ao esperado ao adotar uma TI: demora no aprendizado e na adoção,
incapacidade de administrar internamente o suporte às ferramentas, custos elevados, entre
outros (CRAGG e KING, 1993; CRAGG e ZINATELLI, 1995; IGBARIA et al., 1997).
Pequenas empresas, de diversos setores, compartilham com as empresas de grande
porte a necessidade de bem administrar sua informação, mas nem sempre se adaptam ao
mesmo tipo de sistema de gestão e apoio à decisão. Isso pode ser explicado pelo perfil
típico de pequenas empresas, que até o início da década de 90 registrava administradores
considerando o uso de computadores como não relevante ao sucesso do negócio e que, ao
final da mesma década, ainda utilizavam a TI para tarefas administrativas operacionais,
longe de finalidades estratégicas e de tomada de decisão (FULLER, 1996).
Micro e pequenas empresas tendem a se adaptar de forma mais satisfatória a
sistemas mais enxutos, facilmente integrados e eficientes para sua atividade. Mesmo
contando com equipes reduzidas, pequenas empresas verificam a necessidade de integrar
seus diferentes departamentos, como, por exemplo, comercial (prospecção, pós-venda),
comunicação e marketing (relatórios mensais, campanhas, ações), financeiro (vendas
efetivadas, aspectos contábeis).
Surgem então as diferentes demandas por sistemas de informação, baseadas não
somente no tipo de atividade desenvolvida pela empresa em seus diversos setores, mas
também no seu porte e na complexidade de seus processos. E, sendo assim, surge
igualmente a necessidade de considerar que, ao tratar de sistemas de informação, não
existe uma proposição ideal que possa atender a qualquer empresa (SILVEIRA, CRUZ e
SCHMITZ, 2002). O mercado de TI está sendo desafiado a prover sistemas com requisitos
informacionais precisos e estrutura, interface e usabilidade adequados a cada cliente,
conforme sua atividade e porte.
Neste contexto, o presente trabalho busca, em contato com a realidade empresarial,
propor uma solução para uma pequena empresa de TI que se encontra em uma situação
pouco satisfatória em relação aos seus sistemas de gestão da informação. Esta situação
pode ser justificada pelo crescimento da empresa ao longo dos anos e pelo não
acompanhamento desta expansão nos seus sistemas de gestão da informação. Mais
especificamente, pretende-se propor modelos para explorar os dados e para produzir
informação dinamicamente no apoio às decisões de estratégia de ação comercial, aplicado
a pequenas empresas de TI, visto que este é um setor em rápida expansão e que introduz
cada vez mais novos negócios ao mercado.
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A partir do contexto apresentado, estão sendo propostos os seguintes objetivos para
esta pesquisa:
1
Neste trabalho, “modelo” está sendo definido e considerado como um conjunto de interfaces de informação
composto por visão (síntese dos dados segundo um critério de cruzamento ou simples distribuição de frequência
por categorias ou faixas pré-definidas), filtro (critérios de segmentação definidos a partir de uma leitura individual
ou coletiva de uma dada visão, os quais são definidos pelas categorias ou faixas da célula da tabela-base de
determinada visão) e formulário (uma interface simples, despoluída, clara o objetiva, que permita navegar pelos
dados brutos, ou fichas, de forma a permitir efetiva ação comercial).
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Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram levantados conceitos e embasamento
teórico sobre a Gestão da Informação, Uso da TI em Empresas de Pequeno Porte, Sistemas
de Apoio à Decisão, Requisitos Informacionais e outros tópicos que tangem as atividades de
comercialização de produtos e prestação de serviços em empresas de TI, mais
especificamente, pequenas empresas de software.
Na próxima seção (2), é apresentado o referencial teórico sobre o qual a pesquisa foi
embasada, com os principais tópicos e conceitos. Em seguida (seção 3), é descrito o
método que foi aplicado para o desenvolvimento da pesquisa. É feita então uma
apresentação de toda a parte prática da pesquisa, descrevendo o que foi realizado nas suas
quatro etapas (seção 4). Por fim, são apresentadas as conclusões obtidas no trabalho
(seção 5).
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2. Revisão da Literatura
Ao longo deste capítulo será apresentado o referencial teórico utilizado para embasar
a pesquisa e atividade de campo realizadas. Para proporcionar fundamentação teórica nas
diversas áreas que tangenciam o trabalho, a teoria apresentada passa por diversos tópicos.
Levando em consideração os objetivos da pesquisa, que giram em torno de propor e
implementar um conjunto de modelos de gestão da informação para apoiar a ação comercial
de uma pequena empresa de TI, surge a necessidade de compreender tópicos como
peculiaridades e características do mercado de software, Gestão de Processos, Gestão da
Informação, Inteligência Estratégica, Fontes de Informação, Tipos de Sistemas e Requisitos
Informacionais.
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2.2. Gestão de Processos
Diversos estudos recentes têm mostrado que embora seja a informação, e não a
tecnologia da informação, que possui a capacidade de agregar valor aos processos de
negócio, tornou-se comum atribuir à TI a capacidade de aprimorar a gestão e a
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competitividade das empresas (SANTOS, 2004). Uma conseqüência deste posicionamento
é que as atenções tendem a se voltar para o que a tecnologia é capaz de fazer, e não para
como se pode obter melhores informações (McGEE e PRUSAK, 1994).
Esta idéia pode ter distintas interpretações, sendo uma delas que as empresas e
seus gestores necessitam resgatar a importância estratégica da informação em si e, por
conseqüência, a importância da orientação e dos requisitos informacionais que existem por
trás dos sistemas de gestão e de apoio à decisão.
Retratam-se aqui alguns dos principais conceitos considerados neste trabalho:
gestão estratégica da informação, gestão de TI em pequenas empresas, sistemas de apoio
à decisão (SAD) e o processo de definição de requisitos informacionais. Os conceitos que
seguem servirão como apoio à atividade proposta nesta pesquisa.
A Gestão Estratégica da Informação vem sendo trabalhada por muitos autores, que
ressaltam sua importância para um bom desempenho gerencial. Moraes et al. (2004)
destacam que, com o clima de incerteza e turbulência que se encontram os mercados, os
profissionais são estimulados a buscarem constantemente uma tecnologia adequada que
ofereça possibilidade de realizar uma gestão estratégica da informação.
Segundo McGee e Prusak (1994), antes de chegar à discussão sobre formas de
gerenciamento estratégico da informação a empresa deve passar por algumas definições
estratégicas de sua atividade fim: a definição e o projeto de produtos e serviços a serem
oferecidos; o estabelecimento para a organização de objetivos de desempenho, financeiros
e não financeiros; a definição de processos organizacionais e operacionais que possam
atender aos objetivos de desempenho, diferenciando os produtos da empresa dos produtos
e serviços de seus concorrentes; o desenvolvimento de recursos de tal forma que maiores
probabilidades sejam criadas para que os objetivos de desempenho sejam alcançados; o
monitoramento do desempenho organizacional e redirecionamento de recursos conforme
necessário.
Os aspectos citados acima são uma forma de ver as diversas fases que compõem a
estratégia competitiva de uma empresa. A informação, e a forma como a tecnologia da
informação é gerenciada, permeiam as diferentes fases da estratégia empresarial, pois a
própria estratégia é um mapa de informações que podem responder direta e eficientemente
às perguntas que levarão ao melhor planejamento.
McGee e Prusak (1994) sugerem uma estruturação em três aspectos principais, nos
quais a informação se faz importante:
• Informação e Definição da Estratégia - informações atuais e precisas sobre o
ambiente de mercado permitem identificar oportunidades e ameaças à empresa,
traçando assim uma estratégia eficaz;
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• Informação e execução da Estratégia - propicia novas alternativas para a elaboração
de processos que possam criar e oferecer produtos e serviços diferenciados;
• Informação e Integração - a empresa consegue criar, através de um feedback, um
ambiente de aprendizado constante e uma estrutura flexível que consegue se
adaptar aos objetivos com facilidade.
Devido à crescente importância da informação nos aspectos citados acima, cada vez
mais autores advogam que a informação é um bem que deve ser administrado como todo
outro. A tecnologia e a estratégia empresarial caminham juntas, e, sendo assim, a
tecnologia da informação deve ser considerada como uma fonte de renovação de vantagem
competitiva e como fator-chave para diferenciação entre seus concorrentes (TORQUATO E
SILVA apud MORAES et al. 2004).
Evgeniou e Cartwright (2005) trazem para o atual contexto organizacional, onde se
verifica um crescente excesso de dados ao longo dos processos, o fato de que as empresas
e seus gestores devem se preocupar em como usar seus recursos informacionais de forma
bem sucedida, obtendo assim uma inteligência informacional. Esta inteligência informacional
pode ser resumida por um processo de busca, agrupamento de pedaços de informação de
diferentes fontes, análise e efetivo uso de toda informação relevante para a tomada de
decisão.
Estes autores destacam, entretanto, que apesar de estar havendo cada vez mais
conscientização para a importância deste tipo de postura, uma apropriada gestão da
informação encontra barreiras de diversas naturezas dentro das organizações. Estas
barreiras podem ser divididas em três grupos: 1) barreiras comportamentais, que
consideram que as características pessoais de gestores e tomadores de decisão impactam
no contexto; 2) barreiras em processos, que consideram as peculiaridades do
funcionamento de determinadas empresas como possíveis dificuldades; e 3) barreiras
organizacionais, que atribuem à estrutura da empresa e aos grupos internos muitas das
características de gestão da informação.
Até meados da década de 90, os estudos e pesquisas mantiveram seu foco em
empresas de grande porte quando tratando de assuntos relacionados à TI. Desde então,
pesquisadores têm estudado a Gestão da Informação também em pequenas empresas,
reconhecendo assim suas peculiaridades e necessidades específicas neste tópico
(SANTOS Jr, 2002; MARTENS e FREITAS, 2002).
As micro e pequenas empresas se encontram hoje em um estágio menos avançado,
no que diz respeito à TI, se comparado com empresas de grande porte. Muitas ferramentas
para apoio à decisão e gestão da informação são oferecidas no mercado, mas inicialmente
estas eram destinadas apenas a grandes organizações, tanto pela complexidade dos
sistemas quanto pelo valor de investimento (MORAES et al., 2004). Por este motivo, e
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também por questões culturais e tradicionais de pequenas empresas, a gestão estratégica
da informação nessas organizações está incipiente. Moraes et al. (2004) destacam que, no
setor de pequenas empresas, não se registra o conhecimento amplo de informações úteis
nem de suas fontes.
Segundo Cragg e Zinatelli (1995), pequenas empresas registram algumas
características no que diz respeito ao desenvolvimento de TI, como baixo conhecimento e
técnica em sistemas de informação, falta de tempo de dedicação para este tópico por parte
da gerência, falta de disponibilidade de investimento e complexidade técnica. Os autores
destacam que empresas de pequeno porte não podem contar com um departamento
específico de TI ou mesmo com um profissional exclusivo para esta área, ficando a cargo de
alguns profissionais que já possuem outras responsabilidades a tarefa de administrar a TI, o
que dificulta seu pleno desenvolvimento e deixa a questão em segundo plano.
Igbaria et al. (1997) corroboram com algumas destas características relacionadas à
administração da TI em pequenas empresas, como a falta de conhecimento e experiência
interna para suportar a adoção de novas e mais avançadas TI, a necessidade de apoio
externo e a incompatibilidade de recursos disponíveis para tais projetos. Os autores
sugerem que empresas de pequeno porte podem aumentar os benefícios proporcionados
pela TI aumentando o número e os tipos de aplicações disponibilizadas na organização.
Cragg e King (1993), em pesquisa desenvolvida com o objetivo de explorar o uso de
recursos computacionais em pequenas empresas, levantam pontos motivadores e inibidores
para o desenvolvimento da TI neste tipo de empresa. Segundo o estudo, os fatores que
motivam o crescimento da TI são:
• Vantagem Relativa – traduzida na prática para a empresa e seus
colaboradores por economia de tempo e esforços, benefícios econômicos,
redução de desconfortos, entre outros;
• Pressão Competitiva – para competir de forma efetiva no mercado, é
necessário contar com TI de alta qualidade, com o objetivo de maximizar o
trabalho dos funcionários e tornar a empresa flexível e rentável;
• Apoio de Consultores – contato regular com consultores, tendo em vista que
pequenas empresas não podem suportar um departamento interno de TI,
mostra-se importante para maximizar o uso das ferramentas existentes e para
projetar novas aplicações;
• Entusiasmo da Direção – para obter sucesso na implementação de recursos
de TI, mostra-se fundamental que haja comprometimento e motivação por
parte da alta administração na adoção e uso efetivo de tais ferramentas.
Quanto aos fatores que inibem o crescimento da TI em pequenas empresas, Cragg e
King (1993) citam os seguintes:
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• Fatores de Educação ligada à TI – a pesquisa realizada demonstrou que
empresas de pequeno porte limitam o treinamento no uso de ferramentas de
TI ao mínimo necessário para iniciar o uso, restringindo de forma significativa
os resultados proporcionados pelas tecnologias;
• Tempo de Dedicação Gerencial – apesar de reconhecidos os benefícios de
ganhar tempo e reduzir custos através do uso de TI, verifica-se também que o
tempo de instalação e implementação de ferramentas podem absorver um
considerável volume de tempo da alta administração, fato que, em empresas
de pequeno porte, muitas vezes se torna inviável;
• Fatores econômicos – sabe-se que muitas empresas de pequeno porte giram
com margem pequena e sentem fortemente épocas de instabilidade
econômica, e, sendo assim, mesmo reconhecendo que sua estrutura de TI
possa estar defasada, muitas pequenas empresas não conseguem justificar
os custos de investimento em TI;
• Fatores Técnicos – com pouca experiência e conhecimento interno em TI,
pequenas empresas dependem bastante do suporte externo prestado pelos
fornecedores de soluções, o que pode levar empresas a optarem por
softwares de prateleira pela menor dependência externa e menor
necessidade de despesas com manutenção.
As características citadas acima, em estudos na década de 90, motivam pesquisas
atuais e aprofundadas sobre a gestão da informação em pequenas empresas, pois, segundo
Leone (apud MORAES et al., 2004), um aprofundamento da gestão da informação pode
ajudar a reduzir a taxa de mortalidade que se registra hoje, principalmente em empresas de
TI. Coletando, armazenando, analisando e distribuindo a sua informação de forma efetiva,
as pequenas empresas conhecerão melhor sua própria estrutura, seus clientes, prospectos
e concorrentes, reduzindo assim os riscos e incertezas envolvidos em sua atividade.
Em pesquisa mais atual, desenvolvida entre pequenas empresas no Vale do
Taquari/RS (MARTENS e FREITAS, 2002), verifica-se ainda a presença de muitas das
características comuns às apresentadas na década de 90 e alguns outros pontos. Tal
pesquisa traz como resultado oito problemas relevantes decorrentes da adoção de novas TI:
1) Alto custo de novas TI; 2) Não é tirado máximo proveito; 3) Falta de profissionalismo
externo habilitado nas novas TI; 4) Necessidade de reavaliar processos de negócio para
aumentar retorno das novas TI; 5) Erros explicáveis ou justificáveis nas novas TI; 6)
Treinamento exigido; 7) Estrutura inadequada do SI da sua organização para dar suporte às
novas TI; e 8) Tempo exigido para tornar-se eficiente com a nova TI.
Verifica-se assim que algumas características de pequenas empresas em relação a
sistemas de informação perduram ao longo dos anos, manifestando-se como uma
29
peculiaridade de organizações deste porte. As principais delas podem ser resumidas como:
dificuldade financeira relacionada a altos investimentos demandados para TI e falta de
domínio e experiência interna, o que pode gerar resistência pela dependência externa para
suporte, treinamento e manutenção das soluções de TI.
A falta de domínio sobre uma ferramenta de informação gerencial, que pode derivar
de muitos fatores, como da falta de capacitação em um sistema específico ou da falta de
experiência geral dos usuários em relação a tecnologias, podem ter impacto significativo
sobre a própria aceitação de uma TI e também sobre o sucesso no seu uso (TORKZADEH e
LEE, 2003; FREITAS e RECH, 2003; RUGGIERO e GODOY, 2005).
Neste cenário, Fuller (1996) destaca a necessidade de compreender todas estas
peculiaridades de empresas de pequeno porte ao desenhar e projetar ferramentas de TI.
Devido a todos os fatores que transparecem algum tipo de resistência ao uso de novas
soluções, cresce a necessidade de se evitar a complexidade mantendo os procedimentos
simples. O autor também sugere que neste tipo de empresa não sejam colocadas em
prática mudanças bruscas no que diz respeito ao uso de novas aplicações de informática,
sendo aconselhável muitas vezes manter sistemas funcionando em paralelo até que os
usuários se sintam confiantes da sua adoção total.
Martens e Freitas (2002) destacam o perfil do ‘gestor polivalente’ como outra
importante característica de pequenas empresas. Devido à demanda de diversas atividades
no dia-a-dia e à limitação quanto à mão de obra disponível, os gestores acabam por
concentrar uma ampla gama de funções. A TI entra neste cenário como um importante fator
capaz de maximizar tempo e direcionar a tomada de decisão através do eficiente
armazenamento e disponibilização de informações.
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A Tomada de Decisão
Critérios de
Objetivos da
Organização racionalidade e
de eficacidade
VALORES
Situação: Informações Decisões
- Incerteza -Crenças Ações
- Complexidade
-Recursos
Conteúdo da
Informação Raciocínio
A Tomada de Decisão
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Em sua forma mais tradicional, as principais características dos EIS são: eliminar o
intermédio entre o executivo e o computador, adaptar-se ao estilo de decisão do executivo,
ser de fácil utilização, fornecer uma visão global e precisa da organização, oferecer recursos
gráficos de alta qualidade para apresentação da informação de diversas formas, ter
capacidade de drill-down para visualização da informação em níveis de detalhe (TURBAN,
1995 apud POZZEBON e FREITAS, 1997).
Pozzebon e Freitas (1997) sugerem, em estudo realizado sobre a evolução dos
sistemas EIS, uma série de características desejáveis para este tipo de sistema: que
signifique uma TI disponível para todos os usuários finais do negócio; que a customização
das interfaces possibilite alto grau de suporte a diferentes classes de usuários; que a
customização seja coordenada no sentido de padronização de conceitos e nivelamento de
conhecimentos críticos e relevantes para o negócio; que as estratégias de navegação
permitam ao usuário encontrar a informação desejada com menor esforço possível; que o
modelo seja o mais abrangente e completo possível; que haja preocupação com a
incorporação e tratamento de informações externas e informais; que a flexibilização dos
sistemas permita uma parametrização dos acessos o mais ampla possível.
Um outro aspecto importante ao tratar de sistemas é a questão da integração entre
processos e setores da organização, característica esta operacionalizada com o surgimento
dos sistemas ERP (Enterprise Resourse Planning). Conforme Turban et al. (2004, p.225), os
sistemas integrados de gestão, de uma forma geral, surgem a partir da necessidade de
controlar todos os principais processos de negócio com uma única arquitetura de software
em tempo real. O ERP é um tipo de software que busca integrar todos os processos de uma
empresa em uma única plataforma. Davenport (1998 apud SHOEMAKER, 2003) define o
ERP como sendo um pacote computacional modular desenhado para eliminar a
fragmentação da informação em organizações. Estes sistemas são geralmente divididos em
módulos, que representam conjuntos de funções que normalmente atendem a um ou mais
departamento da empresa (ZWICKER e SOUZA In SOUZA e SACCOL, 2003).
Desde o início do seu desenvolvimento e uso até meados da década de 90, este tipo
de sistema era usado internamente, voltado para dentro, integrando apenas os processos
restritos à empresa. A partir do final da década de 90, cresceu a necessidade de se voltar
também para fora, integrando também fornecedores e clientes aos sistemas, para incorporar
também os processos externos à empresa, que também interferem na sua atividade
(TURBAN et al., 2004).
Logo no início dos anos 90, quando se acentuou o uso de sistemas integrados de
gestão no mercado, os valores de investimento eram extremamente altos, como é comum
quando se trata de tecnologias novas. Sendo assim, esses sistemas foram inicialmente
adquiridos e implementados por organizações de grande porte. Quando este mercado se
33
encontrava de certa forma já saturado, as empresas fornecedoras deste tipo de software
voltaram sua atenção às pequenas e médias empresas (MENDES, J. V. e ESCRIVÃO
FILHO, E. In SOUZA e SACCOL, 2003). Hoje se verifica a sua oferta para qualquer tipo de
empresa, independente do tipo de atividade ou do porte.
Muitos são os benefícios da adoção de sistemas integrados. Em termos gerais,
proporcionam benefícios que vão desde o aumento da eficiência até o incremento da
qualidade, da produtividade e da lucratividade. Através da integração de processos, pode-se
reduzir de forma significativa o tempo de cada atividade, oferecendo informações
atualizadas em tempo real. Consequentemente, esta tecnologia possibilita tomada de
decisões mais precisas e respostas mais rápidas a problemas envolvidos nas atividades
empresariais (TURBAN et al., 2004; LIMA, MAÇADA e RIOS, 2005).
Bernroider e Koch (1999 apud SACCOL et al., 2004) apontam também alguns
resultados esperados com o uso de sistemas integrados, tais como melhoria da qualidade e
visibilidade da informação, maior integração e melhoria de processos organizacionais,
reduções de pessoal e reduções de inventário. Na mesma direção, Barker e Frolick (2003)
colocam que sistemas ERP permitem às organizações trabalhar com uma configuração
sincronizada que conecta estrategicamente todos os aspectos de um negócio, propiciando
vantagem competitiva com economia de recursos e com capacidade de resposta ao
ambiente de constante mudança.
Além das vantagens trazidas às organizações, do ponto de vista do sucesso do
negócio, existem também as vantagens percebidas pelos funcionários. Através do uso de
sistemas integrados, as pessoas envolvidas comprovam benefícios como eliminação de
redundâncias nas rotinas, mais tempo para destinar a atividades que agregam valor e até
mesmo mais autonomia para tomada de decisões (BARKER e FROLICK, 2003).
É importante considerar, mesmo com todos os benefícios retratados em trabalhos
acadêmicos, que o simples fato de adotar sistemas integrados em uma organização não é
garantia de um resultado positivo. Existem diversos fatores, discutidos em muitos estudos
recentes, que podem levar a experiências negativas, e muitas vezes comprometedoras, na
adoção de sistemas integrados. Barker e Frolick (2003) destacam três pontos decisivos para
uma experiência bem sucedida com a implementação e uso de um sistema ERP:
envolvimento dos empregados, reconhecimento e retenção, e apoio da administração. Os
autores dão ênfase especial ao comprometimento dos funcionários como algo fundamental
tanto da fase de planejamento, onde é necessário um mapeamento fidedigno dos
processos, quanto na fase de implementação e uso.
Em uma análise mais aprofundada, Markus et al. (2000) classificam três pontos
determinantes do sucesso para cada uma das três fases dos sistemas ERP: 1) sucesso na
Fase de Projeto (custo do projeto compatível ao orçamento disponível; tempo de
34
implementação da tecnologia de acordo com uma programação viável pré-estabelecida;
finalização da implementação do sistema de acordo com o escopo inicialmente definido); 2)
sucesso na Fase de Transição/Adoção do ERP (respostas rápidas após a implementação
da tecnologia no que diz respeito a indicadores de fatores chaves do negócio, como custos
com folha de pagamento; período de tempo necessário para que estes indicadores atinjam
os índices esperados; impactos a curto prazo nos funcionários, fornecedores e clientes da
organização, como o tempo de espera para o registro de um pedido); 3) sucesso na Fase de
Uso e Crescimento a partir do ERP (atingimento dos índices de resultados de negócio
esperados para o projeto de ERP, como redução de custos operacionais de TI; melhoria nos
resultados de negócio após o atingimento dos índices esperados; facilidade na adoção de
novos complementos ao ERP e de outras tecnologias, práticas de negócios evoluídas,
melhoria no processo de tomada de decisão, etc. após atingida a estabilidade no uso do
ERP).
Conforme Laudon e Laudon (2000), o ciclo de vida dos sistemas passa por seis
fases: definição do projeto, estudo do sistema, projeto, programação, instalação e pós-
implementação. Souza e Zwicker (2000, In SOUZA e SACCOL, 2003) argumentam,
entretanto, que o ciclo de vida de sistemas ERP se diferem de outros pacotes comerciais
tradicionais devido às suas peculiaridades de abrangência funcional e integração entre seus
diversos módulos. Estes autores propõem um modelo específico para o ciclo de vida de
sistemas ERP, que passa pelas seguintes etapas: decisão e seleção, onde a empresa
conhece os produtos de diversos fornecedores e opta pelo que melhor lhe serve;
implementação, momento em que os módulos são colocados em funcionamento; e
utilização, quando o sistema de fato passa a fazer parte do dia-a-dia das organizações.
Passando a uma análise dos sistemas integrados quanto à sua característica de
apoio à decisão, Holsapple e Sena (2003) categorizam as principais características de um
sistema de apoio à decisão em três classes: características que facilitam a comunicação do
tomador de decisão, características que melhoram o conhecimento disponível ao tomador
de decisão e características que apóiam o processo que envolve o tomador de decisão.
Esses autores defendem que o processo de tomada de decisão pode se dar de uma ótica
individual, do analista tendo acesso às informações que lhe interessam, e também de uma
ótica multiparticipante, sendo que este tipo de sistema se caracteriza pela integração de
módulos. Os autores identificaram que as mais importantes características de suporte à
decisão são a melhoria na comunicação dentro da organização e a facilidade na
coordenação das tarefas envolvidas no processo de tomada de decisão.
Ao tratar especificamente sobre tecnologias de informação voltadas ao cliente,
surgem paralelamente os Sistemas de Informação de Marketing (SIM). Conforme Freitas
(1993, p.61), “os SIM asseguram a ligação entre o ambiente e o pessoal encarregado da
35
gestão: um certo número de dados oriundos do ambiente é transmitido ao sistema, que
transforma em informação destinadas aos managers da área de marketing”.
Segundo Cobra (1993), este tipo de sistema pode ser visto como um mecanismo de
controle que permite levantar os parâmetros das funções básicas do marketing e, através
deles, controlar os desempenhos em face do mercado, dos problemas e das oportunidades
mercadológicas.
Em uma mesma direção, Mattar e Santos (1999 apud ROBIC e MATTAR, 2005)
definem os sistemas de informação de marketing como uma ferramenta para monitorar os
resultados da empresa, monitorar o ambiente externo, buscar e captar, avaliar e selecionar,
tratar, condensar, indexar, analisar, interpretar, classificar, armazenar, recuperar, transmitir e
disseminar dados e informações externas e internas à empresa. Boone e Kurtz (1998)
adicionam às características dos SIM a função de serem um ‘centro nervoso’ da empresa,
monitorando continuamente o mercado e fornecendo informações instantâneas.
Para atingir tais objetivos dentro da atividade administrativa voltada ao Marketing, os
SIM contemplam quatro principais áreas: 1) Contabilidade interna – dados e registros já
existentes na estrutura da empresa que derivam de aplicativos já implementados, como
planilhas, registros contábeis, relatórios de produção, etc.; 2) Inteligência de mercado –
informações globais sobre o macroambiente e microambiente de marketing; conjunto de
procedimentos que acompanha o desenvolvimento no mercado e circula a informação entre
os executivos apropriados; 3) Ciência do sistema de gerência de marketing – dá assistência
aos gerentes na solução de problemas complexos através de métodos estatísticos
avançados; 4) Pesquisas de mercado – estudos direcionados ao ambiente externo que trará
informações de atores externos, geralmente clientes ou potenciais clientes (SCHEWE e
SMITH, 1982, p.71).
Tendo em vista todas as funcionalidades que um SIM deve aportar ao seu usuário,
pode-se entender que é elevada a quantidade e complexidade de informações envolvidas.
Em face a isso, Robic e Mattar (2005) chamam a atenção à necessidade de se trabalhar
com sistemas de informação eficazes, sendo necessária uma visão adequada e
aprofundada da organização no que diz respeito à informação como ferramenta estratégica.
Esta visão é chamada pelos autores de Orientação Informacional, que deve ser bem
compreendida de forma a aportar a um sistema de informação a capacidade de prover as
informações adequadas e precisas para um processo ou tomada de decisão.
Um dos principais e mais usados tipos de sistemas de gestão da informação voltada
ao cliente são os Sistemas de Gestão do Relacionamento com o Cliente (CRM - Customer
Relationship Management), uma abordagem empresarial destinada a entender e influenciar
o comportamento dos clientes por meio de comunicações significativas para melhorar as
36
compras, a retenção, a lealdade e a lucratividade (SWIFT, 2001 apud Silva e Gardesani,
2005).
Turban et al. (2004) explicam o surgimento dos sistemas CRM a partir da evolução
das idéias de Serviço ao Consumidor e Marketing de Relacionamento. Os autores colocam
que, com o crescimento da preocupação com o atingimento de maiores níveis de satisfação
de clientes e com a transformação do contato com clientes em relacionamentos duradouros,
o CRM surgiu com o propósito de apoiar a gestão da informação do cliente através da
armazenagem e tratamento destas informações.
O contexto em que os sistemas CRM assumiram sua importância nas organizações
foi marcado, conforme Nash (1994), pelo declínio do Marketing em Massa e pela busca de
um marketing confiável e direcionado. Estudos mostraram ao longo do tempo que o
Marketing de Massa, no qual clientes são tratados em grupos, como se fossem iguais, pode
produzir distorções no mesmo nível em que traria benefícios (GONÇALVES e GONÇALVES
FILHO, 1995).
Mostrou-se então a necessidade de se contar com bases de dados confiáveis, que
permitissem trabalhar com foco e segmentação e os sistemas CRM foram adotados de
forma crescente ao longo dos anos 90. Conforme Brown (2001 apud Silva e Gardesani,
2005), o CRM, frente ao marketing de massa, reduz os custos de propaganda, facilita a
abordagem de clientes específicos, coloca os serviços como vantagem competitiva,
identifica os clientes de maior valor e melhora o uso do canal do cliente.
Entre 1999 e 2000, 67% das empresas européias e 74% das norte-americanas
concretizaram pelo menos uma iniciativa de CRM e, segundo a International Data
Consulting, a previsão de crescimento anual de investimentos em aplicações de CRM é de
7,7% até 2007, movimentando aproximadamente 10,2 bilhões de dólares (MARTINHO, 2004
apud Silva e Gardesani, 2005).
Diversos autores que estudam os sistemas CRM subdividem as informações
contidas no mesmo em alguns subgrupos. Chan (2005) classifica as informações de um
CRM entre os níveis operacional e analítico. Os dados operacionais consistem em dados
transacionais oriundos de vendas, pesquisas, contatos em atendimento e interação com
clientes. Já os dados no nível analítico são informações coletadas ao longo de áreas críticas
para o processamento analítico. Fazendo uma comparação entre os níveis no que diz
respeito à tecnologia a ser implementada no processo para operacionalizar o sistema, as
funções operacionais são geralmente implementadas através de call-centers ou um sistema
web, enquanto que as funções analíticas podem ser implementadas com soluções web para
processos analíticos e ferramentas de data mining (CHAN, 2005).
37
De forma semelhante, Turban et al. (2004) classificam as informações do CRM entre
os níveis operacional e analítico, atribuindo a cada nível ações correspondentes e as
atividades implicadas, conforme mostra a figura 2.
Pode-se perceber (através da figura 2) as diversas atividades e processos que
devem ser mapeados e representados em uma ferramenta de CRM, mostrando a
necessidade de se ter um sistema que realmente possa auxiliar na coleta de dados de tão
variadas fontes, armazenamento e, principalmente análise destes dados. É através do
tratamento e análise de dados corretamente estruturados que gestores e tomadores de
decisão poderão orientar suas ações na direção do consumidor.
Transportando esta subdivisão de níveis para qualquer tipo de sistema que vise
apoiar as atividades de um setor comercial ou de marketing, o importante seria conseguir
compreender que um sistema pode atender ao nível operacional, facilitando e
sistematizando atividades diárias, e ao mesmo tempo atender também ao nível estratégico,
com as informações filtradas e disponibilizadas de forma adequada a esta outra esfera
empresarial.
CRM
Operacional
Modelagem de Automação
Centros de comportamento
Atendimento da força de
Personalização Análise de vendas
Campanha Visão
Análise de
comportamento Integrada do
Análise de
de chamadas Consumidor
serviços de
Análise de qualidade
vendas e
lucratividade Avaliação do
consumidor Web de
Serviço ao Análise de CRM
Consumidor Segmentação Comércio
necessidades Analítica e Perfis Eletrônico
Análise de risco
Gestão de
Campanha
Os sistemas CRM podem ser analisados ainda conforme sua estratégia. Handen
(2001 apud Silva e Gardesani, 2005) divide os CRM em quatro diferentes programas,
conforme a finalidade da sua adoção: conquista de clientes em potencial (prospecting),
38
reconquista de clientes, conquista da fidelidade de clientes e vendas por cross-sell e up-sell.
O autor explica as vendas por cross-sell e up-sell como um aumento da participação de
clientes através de venda de produtos relacionados ou venda de atualizações de um mesmo
produto.
Por fim, analisando o apoio que a TI oferece às ferramentas de CRM, Seybold e
Marshak (1998 apud TURBAN et al., 2004) complementam as definições e características
elencadas acima, dividindo a construção deste tipo de aplicação em cinco passos: tornar
mais fácil para o cliente fazer negócio com a empresa; centrar seus produtos e serviços no
consumidor final; redesenhar processos de negócios voltados para o consumidor, a partir do
ponto de vista do consumidor final; conectar a empresa para obter lucro: desenhar uma
arquitetura de negócio eletrônico envolvente e abrangente; promover a fidelidade do
consumidor, especialmente no comércio eletrônico, onde essa é a principal chave para a
lucratividade.
39
A definição de requerimentos para sistemas de informação pode ser caracterizada
como um processo de intensa comunicação e interação entre o usuário e o analista
(ALVAREZ e URLA, 2002). Trata-se de uma importante etapa no desenvolvimento de
sistemas, uma vez que irá guiar todas as demais e, sendo assim, surge a importância de
haver clareza na definição de requisitos.
Muitos estudos têm sido realizados com o objetivo de propor metodologias para a
definição destes requisitos, mas independentemente das peculiaridades dos modelos
propostos, a maioria dos autores concorda quanto à fonte da definição dos requisitos. O
processo de definição de requerimentos informacionais deve se originar a partir do
diagnóstico atual da organização em questão através de análise de documentos, manuais e
entrevistas diretas a usuários (ALVAREZ e URLA, 2002).
Além de levar em conta uma análise do ambiente, Silveira, Cruz e Schmitz (2002)
destacam que a tarefa de levantar os requisitos de um sistema deve passar
necessariamente pelo usuário, o qual informará seus desejos e o que espera da ferramenta.
Martin (1991) cita ainda a importância da interação com profissionais de diversas
esferas da organização: a alta administração deve ser envolver no sentido de determinar os
objetivos e os fatores de sucesso críticos, os administradores ajudam na definição de quais
as informações necessárias aos computadores e no ordenamento das prioridades de
desenvolvimento, e os usuários finais mais experientes ajudam a criar e validar os modelos
de dados e de processos.
Esta interação com o usuário, entretanto, pode não ser uma tarefa muito simples.
Shi, Specht e Stolen (1996) apontam diversas dificuldades que se manifestam no processo
de definição de requisitos, como limitações dos usuários ao expressar o que seria um
requerimento correto, falta de conhecimento por parte dos usuários sobre as capacidades
dos sistemas de informação, múltiplas formas de interpretação de um mesmo requisito e
ainda fatores pessoais, como personalidade, preferências, etc.
Gause e Weinberg (1991) chamam a atenção para outro fator de dificuldade que
muitas vezes aparece na tarefa de definir requisitos de um sistema: a ambigüidade. Alguns
aspectos como informações incompletas ou palavras ambíguas, que deixam espaço para
diferentes interpretações, podem acarretar erros ao longo do processo de desenvolvimento
e uso de sistemas. Os autores chamam atenção para o fato de que, se não houver clareza
no momento de definição dos elementos a serem retratados no sistema de informação, os
envolvidos poderão ter prejuízo de diversas naturezas: tempo, retrabalho, custos além do
planejado, entre outros.
De uma forma geral, a definição de requisitos pode ser descrita como um processo
de (1) definir as propriedades de um sistema existente, (2) coletar dados para identificar
40
requisitos informacionais para um novo sistema, e (3) selecionar um conjunto dos mais
apropriados requisitos (SHI, SPECHT e STOLEN, 1996).
Ao tratar sobre métodos para determinação de requisitos informacionais, Davis e
Olson (1987) afirmam que devem atender às seguintes finalidades:
• ajudar o analista a delimitar e a estruturar o espaço do problema. Estima-se
que os analistas gastam 75% do seu tempo nessa atividade;
• ajudar em uma busca eficiente dentro do espaço de problemas mediante a
assistência para descobrir os requisitos e obter a superação das barreiras de
memória e de curto prazo no processamento humano de informações;
• ajudar a superar os fatores de predisposição;
• ajudar no treinamento do analista e do usuário e na superação de hábitos e
atitudes;
• assegurar que os rendimentos estejam completos e corretos.
Conforme descrito a seguir, os autores oferecem também algumas estratégias e
técnicas para a determinação de requisitos informacionais (DAVIS e OLSON, 1987):
pesquisa; dedução a partir de um sistema de informação existente; resumo a partir das
características do sistema que se está utilizando; e descobrimento a partir de experiências
com o sistema de informação implicado.
Este conjunto composto pelas quatro estratégias pode ser aplicado tanto na
determinação dos requisitos informacionais como na aplicação dos mesmos. Entre algumas
técnicas para determinação de requisitos informacionais, pode-se citar (DAVIS e MONROE,
1987): análise de dados - está ancorado em relatórios e análises já existentes com o
objetivo de aprimorar o conteúdo e o layout dos outputs, provendo bons resultados com
pouco esforço quando a área é bem estruturada e compreendida; análise de decisão - útil
para decisões menos estruturadas justamente por ajudar o gestor a estruturar o processo de
tomada de decisão em processos que precisam ser esclarecidos; análise utilizando sistema
- mantém foco na dinâmica do sistema para o qual a informação é necessária e se mostra
útil quando a dinâmica do sistema não é interpretada corretamente, tornando a informação
não confiável; foco em framework - não há direcionamento para a tomada de decisão e sim
para os fatores críticos de sucesso, o que torna a técnica útil por focar nos requisitos que
são de fato relevantes.
Os autores chamam atenção para o fato de as técnicas terem cada uma suas forças
e fraquezas, dependendo do contexto e da forma como são empregadas, necessitando,
portanto, de uma escolha criteriosa na hora da execução. A mesma idéia é reforçada por
Watson et al. (1997), que observam que métodos de determinação de requerimentos podem
ou não ser úteis de acordo com alguns fatores.
41
Um método pode ser considerado útil quando fornece acesso às pessoas que podem
de fato determinar requisitos, quando pode suportar relações produtivas entre os
funcionários que são fonte de requerimentos e quando oferecem insights sobre como
executivos trabalham.
Watson et al. (1997) propõem uma categorização de métodos para a determinação
de requisitos informacionais através de uma matriz. Nesta matriz, os fatores considerados
são: 1) o tipo de interação executiva (direta ou indireta); e 2) a natureza da informação ou
requisito informacional (relacionada ou não à computação). Isso reflete a necessidade de
pensar na composição do sistema sob diversos ângulos, não somente no do usuário
(planejamento estratégico, fatores críticos de sucesso, reuniões, mapeamentos, etc.), não
somente do técnico (softwares para construção do sistema, soluções adotadas por outras
organizações, etc.).
Para o processo de desenvolvimento de sistemas, Watson et al. (1997) sugerem três
fases, que teriam início logo após o mapeamento da situação atual e fim ao operar
satisfatoriamente com o novo sistema: 1) Protótipo – criação de um conjunto de telas ou
uma aplicação para testar o conceito do sistema em elaboração e suportar o apoio à
decisão; é fundamental que o protótipo seja bem aceito, mediante teste com o pessoal
envolvido, para evoluir à versão inicial; 2) Versão Inicial – deve ser desenhada para servir ao
objetivo estratégico do negócio e pode ter também a função de substituir processos ainda
baseados em processos não computadorizados; do ponto de vista do gestor, tem-se a
busca por informações concisas, relevantes e obtidas rapidamente; 3) Versão Operacional –
a solução implementada como resultado das demais fases estará sujeita a modificações ao
longo do tempo, sendo este um fator determinante do seu sucesso a longo prazo; o sistema
deve adicionar novas aplicações, solicitações de mudanças por parte dos usuários e deve
também agregar valor ao processo de trabalho dos envolvidos.
***
42
3. Método
3.1. Pesquisa-ação
Para desenvolver esta pesquisa, foi então realizada uma pesquisa-ação em uma
pequena empresa do ramo de tecnologia da informação. O método foi escolhido
principalmente por haver interesse da referida empresa na implementação na prática da
solução proposta. Desta forma, a pesquisa-ação foi desenvolvida para a proposição e
implementação dos modelos de gestão de informação comercial e, posteriormente, uma
avaliação do processo de adoção e uso.
Segundo Thiollent (1997), a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base
empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo. A pesquisa-ação é um método de condução de pesquisa aplicada, orientada
para elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções.
Lindgren et al. (2004) caracterizam a pesquisa-ação como sendo um método
intervencionista que permite ao pesquisador testar hipóteses sobre o fenômeno de interesse
implementando e acessando as mudanças no cenário real. Neste tipo de pesquisa, o
pesquisador assume a responsabilidade não apenas de assistir os atores envolvidos através
da geração de conhecimento, mas também de aplicação deste conhecimento (MACKE In
GODOI, BANDEIRA-DE-MELO e SILVA, 2006; MATHIASSEN, 2002 apud LINDGREN et
al.).
43
Eden e Huxham (2001) colocam que a pesquisa ação aplica-se aos casos onde é
necessário coletar dados mais sutis e significativos. Assim, em virtude da ampla inserção do
pesquisador no contexto da pesquisa e do envolvimento do pesquisador e dos membros da
organização pesquisada em torno de um interesse comum, os dados tornam-se mais
facilmente acessíveis em uma pesquisa-ação.
Em uma orientação mais aplicada à área de Sistemas de Informação, Baskerville e
Myers (2004) destacam que a pesquisa-ação pode também ser utilizada como um recurso
para os pesquisadores da área aprimorarem a relevância prática de suas pesquisas.
44
através de entrevistas abertas, para detectar os principais problemas existentes
(THIOLLENT, 1997).
Os pesquisadores poderão considerar a Fase Exploratória como concluída, e passar
à fase seguinte, no momento em que concluírem que existe clareza e consenso entre dois
ou três pontos prioritários que darão base à pesquisa-ação.
Nesta pesquisa, a Fase Exploratória foi composta por análise e diagnóstico da
estrutura atual de armazenamento e gestão da informação da empresa nos diferentes
processos envolvidos (comercial, gestão e técnico).
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com pessoas-chave que participam
do processo de comercialização e definição das estratégias comerciais. O objetivo destas
entrevistas foi de complementar a análise de dados secundários disponibilizados com a
opinião e o depoimento dos indivíduos envolvidos sobre as práticas de venda de softwares e
de prestação de serviços. O intuito foi de compreender melhor a atividade e o cenário no
qual são planejadas e executadas as estratégias comerciais e como a informação pertinente
ao processo é tratada nesta tomada de decisão. A empresa ofereceu acesso a:
• histórico de vendas realizadas nos últimos três anos;
• registros de propostas emitidas durante o mesmo período;
• documentos que regulam as diretrizes de comercialização (produtos e serviços);
• documentos que regulam as atividades e procedimentos da equipe comercial.
45
Conforme resumido por Thiollent (1997), a Fase Principal é composta por um grande
conjunto de entrevistas individuais e coletivas ou questionários aplicados a pessoas-chaves
da organização, que irão expor suas reclamações, constatações e sugestões a respeito do
assunto em pauta. Todas estas informações coletadas entre os entrevistados servirão como
base para o posterior debate em seminário.
No momento em que se tem uma quantidade satisfatória de dados coletados, chega-
se à fase de processamento das informações e resultados. A divulgação de resultados nesta
Fase Principal tem o objetivo de proporcionar um “autoconhecimento” em torno das
questões organizacionais que estão sendo tratadas. Estes relatórios são geralmente
compostos por gráficos, tabelas e descrições dos eventos e são armazenados para consulta
ao longo e após a pesquisa.
Dando continuidade à prática desta pesquisa, com base na etapa exploratória, foram
elaborados e propostos novos modelos de gestão da informação para a empresa em
questão, com a definição dos requisitos informacionais e interfaces de inputs e outputs que
atendam à demanda de informação das áreas envolvidas. Foi prevista a construção de um
protótipo inicial, que pudesse validar na prática da empresa o mapeamento dos processos e
os requisitos informacionais que deveriam ser definidos, para posteriormente chegar-se à
proposição definitiva dos modelos. Desta forma, a Fase de Ação pôde ser iniciada com
maior convicção da contribuição prática que o trabalho de pesquisa poderia trazer.
A Fase de Ação, como o próprio nome já indica, engloba medidas práticas baseadas
nas etapas anteriores: difusão de resultados, definição de objetivos alcançáveis por meio de
ações concretas, apresentação de propostas a serem negociadas entre as partes
interessadas e implementação de ações-piloto que posteriormente, após avaliação, poderão
ser assumidas pelos atores sem a atuação dos pesquisadores (THIOLLENT, 1997).
Quando se fala em divulgação de resultados, os receptores destas informações são
as pessoas que responderam às entrevistas e questionários, o conjunto dos membros da
organização e alguns representantes dos atores e tomadores de decisão.
Uma vez divulgadas as informações, é iniciada a etapa de apresentação de
propostas visando melhorar os aspectos estudados. Estas propostas são analisadas e
aprovadas por membros da gerência e implementadas de forma a colocar em prática as
sugestões apresentadas.
No caso aplicado deste estudo, a atividade da Fase de Ação foi a implementação
prática dos modelos propostos na etapa anterior. Para tanto, foram necessários diversos
debates e testes, para verificar a melhor forma de implementar, bem como treinamento dos
46
funcionários envolvidos. Com referência à questão técnica da criação dos modelos na
prática, foi utilizada uma base que suporta aplicações multi-usuárias, registro único e
aplicação de filtros em ambiente de análise. Foi necessário contar com apoio da equipe
técnica da empresa para colocar em uso (transição técnica) os modelos que foram
elaborados pela pesquisadora.
47
Este protocolo foi elaborado a partir de algumas diretrizes propostas por autores na
literatura. Os principais pontos para guia na avaliação foram: utilidade, facilidade e
compreensão. Como já apresentado em diversas pesquisas, o modelo considerado explica
que os efeitos de variáveis externas na intenção de uso de um sistema são mediados pela
percepção de utilidade e facilidade de uso. Os autores advogam que quanto maior a
facilidade no uso de um sistema, maior tende a ser a utilidade percebida pelos usuários
(DAVIS, 1993; VENKATESH e DAVIS, 2000).
Freitas et al. (1994) também trabalham a utilidade e facilidade na proposição de um
modelo para avaliação de sistemas. Os autores ressaltam inicialmente a utilidade e a
confiança no sistema e a facilidade e a compreensão das opções, agrupando finalmente a
avaliação em dois pilares: facilidade (ligada ao sistema) e utilidade (ligada ao usuário).
***
48
O desenho de pesquisa, retratando as atividades e etapas, é demonstrado na figura
4 a seguir.
49
4. Resultados
Para desenvolver a pesquisa, que teve foco na atividade comercial da empresa, foi
necessário mapear em maior detalhe o seu ambiente (mercado, área de atuação, mercados,
etc.) e sua estrutura interna (processos).
O mapeamento interno, em detalhes, foi fundamental para chegar a uma condição de
domínio dos processos envolvidos na empresa e como cada processo demandava
requisitos informacionais. O diagnóstico elaborado em interação com as equipes foi
importante para permitir reproduzir fielmente as demandas nos novos modelos de gestão da
informação. O mapeamento do ambiente da empresa também foi importante para
compreender de que forma a empresa surgiu, desenvolveu-se ao longo dos 12 anos de
atividade, e quais são hoje as informações provenientes do mercado que podem ter
50
importância para a estratégia comercial da empresa Este diagnóstico é apresentado nesta
seção.
51
Com a proposta de ser um sistema que possibilita a autonomia do usuário, tornando
a tarefa de análise de dados rápida e simples, a Sphinx se encontra no mercado com alguns
diferenciais: além de sua interface amigável, toda a documentação de apoio ao usuário
(manuais, dicas, notas técnicas, site, CD, etc.) e suporte técnico são oferecidos em
português. Uma outra característica diferencial é a aplicação gerencial da ferramenta, que
não se restringe a análises estatísticas, oferecendo também a possibilidade de elaboração
de aplicações relativas ao negócio do usuário.
Além da comercialização de licenças de uso dos softwares, que compõem uma
gama de seis sistemas, a empresa também presta serviços, diretamente relacionados à
utilização do software Sphinx: treinamento, suporte técnico e pesquisas através da internet.
Eventualmente, a empresa presta também consultoria e assessoria em método e análise,
além de desenvolver aplicações customizadas, baseadas nas necessidades e demandas
específicas dos seus clientes.
O público-alvo dos produtos e serviços disponibilizados pela empresa se divide
primeiramente entre empresarial e acadêmico. Dentro de cada área, a atuação é bastante
variada. No meio empresarial, engloba desde institutos de pesquisa (marketing, produto,
estudos de mercado, pesquisa política, de satisfação, entre outros), até grandes e pequenas
empresas de diversos ramos, como indústrias, telecomunicações, bancos, hospitais e
órgãos públicos (prefeituras, departamentos do exército, marinha e aeronáutica). Muitas
empresas têm optado por instalar internamente seu departamento de pesquisa,
necessitando de ferramentas para apoio às atividades. No meio educacional, a empresa
possui clientes predominantemente em cursos de pós-graduação e grupos de pesquisa de
diversas áreas: ciências sociais, administrativas, médicas, estatística, entre outros.
Partindo desta diversidade no que diz respeito à área de atuação da empresa em
estudo, pode-se perceber tanto oportunidades quanto ameaças, que exigem uma
preocupação por parte dos gestores. As áreas empresarial e educacional possuem
processos administrativos bastante distintos no que diz respeito à valorização de
ferramentas de TI, avaliação de prioridades, facilidade para aprovação da adoção de novas
ferramentas, etc. E sendo assim, o setor comercial e a equipe de comunicação devem ter a
constante preocupação de não deixar de atender nenhumas das peculiaridades que são
percebidas.
A primeira atividade realizada nesta fase foi de observação crítica e detalhada dos
processos envolvidos e das atividades realizadas pelos funcionários, em todos os setores da
empresa. Foi possível, através de reuniões, reunir sugestões de melhorias e reclamações
52
em relação às bases de dados atualmente em uso. Posteriormente foram mapeadas
também as diferentes ferramentas utilizadas para armazenar as informações de cada
processo e para gerir estes processos. Por fim, foi elaborada uma lista de requisitos
informacionais utilizados na empresa (no início do estudo).
Após identificar quais são os processos presentes na empresa, foi realizada uma
atividade de mapeamento com ênfase em como cada processo realiza a gestão da sua
informação.
53
Negociação e fechamento de vendas - Uma vez capturado o interesse dos prospectos,
inicia-se então a etapa de negociação e fechamento de vendas. Com base em um cenário
especificado pelo prospecto, após as explicações iniciais sobre as opções de ferramentas e
serviços, o setor comercial pode então elaborar uma proposta comercial específica, levando
em consideração informações levantadas sobre o potencial cliente durante o estágio de
prospecção. Esta troca de informações se dá basicamente através de e-mail e,
posteriormente à análise da proposta, são realizados novos contatos, em sua maioria por
telefone, com o objetivo de fixar preços e condições de pagamento. Uma proposta final é
enviada para formalizar as condições acordadas. O setor comercial, finalizando o processo
de fechamento de venda, obtém as informações cadastrais completas do cliente de forma a
passar adiante para o setor de Gestão, que concluirá a parte contábil e de expedição da
venda.
Operacionalização da venda, pós-venda e revenda – Uma vez obtidos os dados fiscais e de
pagamento, uma ficha é preenchida e passada ao setor de gestão, que providencia a
emissão dos documentos fiscais e alimenta a base de dados com as informações referentes
a documentos fiscais, descrição de produtos e serviços adquiridos e outros dados
específicos do cliente. Com base nos registros das últimas negociações com cada cliente,
são realizadas, pela área comercial, as atividades de pós-venda, para acompanhar a
satisfação do cliente em relação aos produtos e serviços. O esforço do contato de pós-
venda tem o objetivo principal de obter mais informações sobre o uso que o cliente está
fazendo dos produtos, e, diretamente ligado a isso, surge a atividade de revenda, onde são
identificadas necessidades do cliente e lançadas novas possibilidades de negócio com
serviços ou produtos complementares.
Suporte Técnico e Licenciamento - Finalizando a descrição dos principais processos que
tangem a atividade comercial, é válido mencionar a transposição deste processo com a
atividade técnica da empresa. A principal atividade da equipe técnica relacionada à
comercial é a prestação de serviço de suporte técnico. Para identificar todos os dados
cadastrais dos clientes, bem como consultar a lista de clientes contratantes do serviço de
suporte, a equipe técnica consulta a mesma base de registros de transações efetivadas, que
é igualmente usada para consulta pela equipe comercial e que é alimentada com novos
dados pela equipe financeira. Contudo, o uso desta tela se restringe à busca dos dados
cadastrais dos clientes para preenchimento do e-mail de formalização do suporte.
A figura 6 mostra de forma resumida o mapeamento que foi descrito acima, com as
diferentes fontes utilizadas para armazenamento de dados ao longo dos processos.
54
DADOS DE PROSPECÇÃO DADOS DE VENDAS DADOS DE SUPORTE
TÉCNICO
Unidade de registro: Unidade de registro:
Unidade de registro:
proposta emitida venda fechada
atendimento prestado
Área Comercial aos usuários
Área Comercial
- Consulta -
- Preenchimento e consulta - Área Técnica
- Preenchimento - consulta -
56
4.1.2.3. Mapeamento de Requisitos Informacionais originalmente utilizados
Para poder chegar ao objetivo proposto neste trabalho, de criar modelos que
pudessem ajudar a pautar a atividade comercial da empresa, foi necessário analisar as
bases utilizadas para verificar se realmente retratavam a realidade dos registros e
transações da empresa. Ao realizar esta atividade, que envolveu cerca de um mês e
algumas reuniões com os usuários, verificou-se que seria de fundamental importância contar
com uma base única, que eliminasse redundâncias e oferecesse informações mais precisas
sobre a situação de informações de clientes e de vendas.
Foram então elencados todos os requisitos que compunham a base de registro de
propostas (utilizada pelo setor comercial) e a base de registro de transações efetivadas
(utilizada pelo setor de gestão e como consulta para o comercial) para uma comparação.
Foram identificados alguns requisitos comuns em ambas as bases e também alguns
requisitos que, apesar de levar nomenclatura diferente, retratavam a mesma informação.
Foi possível perceber, ao analisar os dados registrados em cada uma das bases, que
havia uma série de informações que eram comuns a ambas. O cadastro de cliente, que traz
informações vitais para a atividade comercial, pois nele serão baseadas ações de pós-
venda, lançamento de promoções e todas as atividades de comunicação, é um exemplo de
conjunto de dados repetido nas duas bases (cadastro de propostas e de vendas fechadas).
O fato de duas bases estarem ativas simultaneamente acabava gerando trabalho em
excesso, pois as pessoas que manipulam as bases precisavam consultar e preencher mais
de um local, aumentando o risco de perda de informação à medida que a equipe pode
atualizar uma das bases sem alterar a outra.
57
O processo final da atividade comercial, o pós-venda, utiliza as mesmas bases de
dados descritas na fase anterior: as informações necessárias para o desenvolvimento de um
contato de pós-venda são, de forma geral, as informações das propostas anteriores, que se
encontram no registro de propostas, e as informações das vendas fechadas, que são
registradas na base de transações efetivadas. Com relação aos aspectos de
operacionalização da venda (expedição e registro para fins contábeis) utiliza-se
basicamente a consulta às transações registradas na “base para registro de transações
efetivadas”, de modo a buscar os dados de endereçamento do cliente, forma e prazos de
pagamento e dados de cobrança.
Em uma primeira análise da situação atual, tendo sido identificados alguns pontos
deficitários, como duplicidade de informação, bases sem comunicação entre si e falta de
praticidade na recuperação e análise de dados, chegou-se à idéia inicial de que o ideal seria
a construção de uma base de dados única. Levando em consideração todos os dados
coincidentes nas bases de Registro de Propostas e Registro de Transações Efetivadas, foi
proposta e implementada uma fusão das duas bases, conforme mostra a figura 7.
58
DADOS DE PROSPECÇÃO E
DADOS DE SUPORTE
VENDAS
TÉCNICO
Unidade de registro:
Unidade de registro:
proposta emitida ou venda fechada
atendimento prestado
Área Comercial aos usuários
- Preenchimento e consulta -
Área Técnica
Área Gestão
- Preenchimento
- Preenchimento e consulta -
e consulta -
Figura 7 – Proposição de uma nova forma de gestão de informação para suportar os processos gerenciais
4.2.2. Proposição de uma Nova Lista de Requisitos Informacionais
60
Foi então feito um acompanhamento da atividade de fusão das bases, que
demandou da equipe técnica responsável um total de cinco dias de trabalho. Optou-se por
iniciar o trabalho em um final de semana, de forma a interferir o mínimo possível na rotina de
trabalho das equipes. Os dois primeiros dias de trabalho não foram suficientes, de forma que
o trabalho teve continuidade na quinta e sexta-feira seguintes, quando as bases que
estavam sendo fundidas não ficaram à disposição das equipes, sendo concluído no
domingo. Sendo assim, no dia 02 de Janeiro de 2006, uma segunda-feira, a base única foi
implementada e colocada à disposição das equipes comercial e financeira. Os dois dias em
que as bases ficaram fora do sistema foram atualizados e inseridos já na base única.
Destaca-se nesta fase a importância da comunicação e interação constante com as
equipes comercial, técnica e administrativa, para uma avaliação realista de como a
ferramenta estava sendo adotada em uso prático e o que ainda seria necessário
aperfeiçoar.
Também foi proposto, nesta etapa, um protótipo inicial das visões e filtros, o que
permitiu validar na prática da empresa o mapeamento dos processos e os requisitos
informacionais que foram definidos, para posteriormente chegar à proposição de um
conjunto final de modelos. A concepção do modelo-protótipo foi importante igualmente para
vislumbrar o potencial de contribuição prática do que a pesquisa se propõe a fazer
(KRAFTA, FREITAS e COSTA, 2006).
Como definido no inicio deste trabalho, “modelo” está sendo considerado como um
conjunto de interfaces de informação composto por visão (síntese dos dados segundo um
critério de cruzamento ou simples distribuição de freqüência por categorias ou faixas pré-
definidas), filtro (critérios de segmentação definidos a partir de uma leitura individual ou
coletiva de uma dada visão, os quais são definidos pelas categorias ou faixas da célula da
tabela-base de determinada visão) e formulário (uma interface simples, despoluída, clara e
objetiva, que permita navegar pelos dados brutos, ou fichas, de forma a permitir efetiva ação
comercial).
61
4.2.4.1. A inversão da lógica: relatórios que inspiram formulários
2
Os resultados até este ponto da pesquisa estão relatados em KRAFTA, FREITAS e COSTA (2006).
62
Dentro da mesma idéia de proposição inicial de exemplos, foi criado também um
formulário a ser utilizado para guiar, de fato, uma ação comercial. Este tipo de formulário
seria criado em um momento posterior à análise dos relatórios sintetizados.
63
Figura 10 – Exemplo de formulário para orientação de atividades
Nesta etapa da pesquisa, que teve início no mês de Setembro de 2006, chegou-se a
uma condição de operacionalizar o objetivo principal da pesquisa, o de propor e implementar
um conjunto de visões e filtros que pudessem guiar, na prática, ações comerciais. Tinha-se
uma base unificada, integrada, implementada e já em uso pelos integrantes das equipes há
oito meses, o que retratava uma estabilidade no uso da base de dados que serviria como
base para os novos modelos. A partir do protótipo, criado e discutido com todas as equipes
envolvidas, foi possível seguir para a composição final de visões, filtros e formulários.
Ao longo desta seção serão apresentadas algumas considerações sobre o
mecanismo de concepção e implementação dos modelos, características de cada um e
aplicação na prática.
Na data de início da elaboração do conjunto de modelos, foi feita uma cópia da base
única, para desenvolvimento dos modelos de forma off-line. Após a concepção e construção
dos modelos, foi necessário contar com o apoio da equipe técnica da empresa para colocar
a base em uso. Este procedimento de recolocação da base em ação (agora contendo a
estrutura dos novos modelos) foi feita pela equipe técnica interna da empresa, com
acompanhamento da pesquisadora.
64
4.3.1. Autonomia para gerentes e usuários
A partir da definição das etapas no processo, e com base nos protótipos criados, foi
possível planejar, juntamente com as equipes, os demais modelos, compostos por visões e
formulários de ação, que seriam necessários para apoiar a equipe comercial. Durante esta
atividade, surgiram novas demandas de variáveis (requisitos informacionais), que foram
então criadas no sistema. Este planejamento de novos modelos foi feito visando atender a
área comercial, tanto na sua esfera gerencial quanto na operacional.
A figura 11 ilustra a divisão das três partes do processo comercial com os modelos
idealizados para cada um. A etapa de Suporte Técnico e Licenciamento não está sendo
considerada aqui por não apresentar foco direto na ação comercial.
66
Prospecção e Abordagem Negociação e Operacionalização , pós-
fechamento de venda venda e revenda
Modelo 1 - Informações para
emissão de proposta Modelo 2 - 1ª flexibilização para
Modelo 7 - Operacionalização
fechamento de venda
da venda
Modelo 3 - Flexibilização
Modelo 8 - Atividades de pós-
agressiva para fechamento de
venda e revenda
venda
Modelo 9 - Monitoramento de
Modelo 4 - Guia para atividade
faturamento
de contato ‘face a face’
visando efetivação de vendas Modelo 10 - Desenvolvimento
de novos produtos
Modelo 5 - Guia para cessões
gratuitas visando divulgar
produtos
Modelo 6 - Guia para realização
de cursos em turma
Figura 11 – Modelos planejados para compor o conjunto final
Todas estas visões planejadas têm o objetivo de apoiar algumas ações que já
existem hoje, mas de forma muito artesanal e não sistematizada, assim como também de
propor algumas ações que ainda não são praticadas na empresa mas que podem ser úteis
no trabalho diário da equipe de vendas.
Para o nível gerencial, os principais pontos agregadores de valor são a
disponibilização de dados confiáveis, dinâmicos e sempre atualizados já organizados de
forma sintética e objetiva, e a possibilidade de, autonomamente, moldar o sistema no dia-a-
dia para guiar a equipe nas ações práticas que se mostram necessárias. Para a equipe
operacional de vendas, a principal vantagem é a de contar com um sistema que apóia e guia
as atividades que antes eram executadas de forma artesanal e não estruturada.
Abaixo são apresentadas as visões e filtros que foram propostos para o sistema de
gestão, para gerar formulários de ação e diretrizes. Foram criadas diferentes visões, filtros e
formulários para uso da equipe operacional de vendas e para uso dos gestores e direção da
empresa. De uma forma geral, optou-se por considerar nas visões e formulários apenas
registros dos últimos dois anos (a partir de 01/01/2005).
Como um padrão para a construção e estruturação dos modelos, adotou-se a
disponibilização das informações nas visões na seguinte ordem: variáveis chave da visão de
forma agregada (categorias agrupadas, condensadas), variáveis chave da visão de forma
detalhada (categorias em sua forma original), variáveis utilizadas como filtro no modelo, e
finalmente cruzamentos entre as variáveis relevantes.
A seguir serão apresentados em detalhes os 10 modelos planejados, já com uma
descrição de estrutura e uma avaliação do uso de cada um na prática da equipe comercial
67
da empresa. Na seção seguinte (4.4), será feito um relato agregado sobre a fase de
avaliação do uso dos mesmos.
Conforme descrito na seção de método, para a atividade de avaliação, iniciada no
momento da adoção prática dos modelos, foram considerados dois pontos principais no uso
da solução: utilidade e facilidade (DAVIS, 1993; FREITAS et al., 1994; VENKATESH e
DAVIS, 2000). Ao passar as instruções de uso, foi entregue aos usuários também um
protocolo no qual deveriam relatar os pontos positivos e negativos dos novos modelos em
relação à antiga forma de trabalho, assim como sugestões para melhorias e percepções de
facilidade de uso e utilidade.
68
Para viabilizar a implementação do modelo, seria necessário criar uma nova
categoria de resposta para prospectos na questão “tipo de registro”, que originalmente só
previa propostas emitidas e vendas finalizadas. Após contato com a equipe técnica para
inclusão desta nova categoria, foram analisadas as vantagens e desvantagens da
modificação e chegou-se à conclusão de que seria desfavorável a criação da nova categoria
devido ao aumento de volume de registros que causaria. Analisando o volume de novos
contatos feitos periodicamente, a base sofreria um aumento de 20%.
Com a unificação realizada anteriormente (base de propostas e base de vendas
fechadas) já havia sido registrado um grande aumento de volume de observações em uma
só base, o que, considerando as condições operacionais, era relevante. O modelo 1 não foi,
portanto, implementado na prática, devido a esta consideração técnica que indicou que este
aumento significativo no volume de registros poderia comprometer o desempenho da base
de dados. É uma evidência para futura consideração pela empresa.
69
Etapa 2 – Negociação e Fechamento de Venda
Necessidade de nova variável: Valor esperado da venda
Modelo 2 – 1ª Flexibilização para fechamento de venda
Usada por Equipe operacional de vendas
Variáveis chave Origem; Ramo; Proposta de; Estado; Data_proposta;
Valor_esperado
Variáveis filtro na visão Venda finalizada = NÃO; Tipo de registro = proposta; data da
proposta >= 01/01/2005
Formulário de ação resultante Flexibilização pagamento ou cessões simples
Variáveis filtro no formulário Venda finalizada = NÃO; Tipo de registro = proposta; data da
proposta >= 01/01/2005; Chance de negócio = BOA
Informação adicional do Diretrizes de parcelamento de pagamento e de cessões
formulário de ação simples
Figura 13 – Modelo 2, 1ª Flexibilização para fechamento de venda: Estrutura
70
Figura 14 – Modelo 2, Interface 1 – Variáveis condensadas3
3
Todas as figuras demonstradas nesta seção estão disponíveis em tamanho maior no Anexo 4. A empresa
autorizou a divulgação das imagens com dados reais de forma a melhor ilustrar o estudo. Contudo, a própria
equipe da empresa ainda vai aprimorar os gráficos e tabelas, bem como a forma de apresentar os dados, em
função de mudança eventual ou periódica nas atividades.
71
Figura 15 – Disponibilização de filtros
72
Em seqüência, a figura 17 representa um agrupamento de variáveis utilizadas como
critério de filtro neste modelo. As variáveis são exibidas aqui para que o leitor da visão
conheça as categorias de uma forma geral.
Por fim, chega-se às telas que oferecem cruzamentos das variáveis chave. As figuras
18 e 19 mostram alguns exemplos de dados cruzados, que poderão levar a gerência a
esboçar algumas ações pontuais para atuação da equipe operacional.
A figura 18 oferece uma divisão das propostas abertas nos últimos dois anos
divididos por região e data da proposta, o que permite observar algum comportamento ao
longo das épocas do ano em diferentes Estados. Isso permite à gerência uma nova
dimensão de interpretação dos dados: uma eventual sazonalidade em relação às diferentes
regiões.
73
Figura 18 – Modelo 2, Interface 4 - Cruzamentos
74
Figura 19 – Modelo 2, Interface 5 – Cruzamentos
A partir deste tipo de insight surgido das visões, a gerência comercial já pode
produzir formulários de ação que possibilitem a execução das estratégias traçadas. A figura
20 mostra um formulário de ação implementado de forma a atender à idéia gerada na visão
2 (1a flexibilização de vendas). Assim como nas visões, cada formulário de ação também
apresenta o filtro que deve ser aplicado no uso prático; na figura 20, pode-se ver o filtro ativo
no círculo vermelho. O formulário de ação tem o objetivo de ser uma tela simplificada e
despoluída, contendo apenas as informações essenciais (dados de contato, política de
descontos, cessões e condições de pagamento).
Este modelo visa atingir as propostas com boas chances de fechamento, que
necessitam de pequenas adequações para fechamento. Sendo assim, o formulário contém
um dos critérios de filtro determinando apenas as propostas com boa chance de
fechamento, e as diretrizes especificadas são simples, com uma pequena flexibilização nas
condições comerciais.
75
Figura 20 – Modelo 2, 1ª Flexibilização para fechar venda: Formulário de Ação
A tela abaixo (figura 21) ilustra a interface de criação dos diferentes filtros. Trata-se
de um procedimento simples, fácil de ser executado quando surge a necessidade de
alteração ou criação de um novo filtro para qualquer uma das visões ou dos formulários de
ação. Há outro procedimento ainda mais simplificado de filtro dinâmico, ilustrado mais
adiante.
76
Inicialmente apenas quatro dos modelos foram utilizados pela equipe, incluindo este.
Posteriormente, os demais foram também utilizados em atividades diárias. O modelo 2 foi
usado ao longo de sete dias úteis pela equipe comercial, seguindo então uma reunião para
entrega do protocolo preenchido. Nesta reunião, cada membro da equipe também explicou
suas percepções sobre o uso dos modelos.
Iniciando pela questão de facilidade de uso e compreensão, houve uma percepção
positiva por parte dos usuários. Foram percebidos dois principais pontos positivos: 1) os
formulários são mais enxutos em relação ao utilizado anteriormente, apresentando apenas
informações necessárias para a ação e tornando mais clara a compreensão; 2) a
disponibilização dos filtros já prontos e indicação em cada tela de qual filtro deve ser
utilizado traz bastante facilidade e agilidade no uso.
Quanto à questão da utilidade, foi destacada como ponto positivo a disponibilização
de diretrizes de ação já no próprio formulário, o que evita qualquer erro que eventualmente
poderia ocorrer por não ter as informações ao alcance na hora de um telefonema com
cliente. Os formulários de ação propostos também foram avaliados como fidedignos às
atividades da equipe, o que tornou os modelos realmente úteis.
Em relação às dificuldades, podem ser resumidas em dois aspectos principais:
ausência de alguns campos necessários no formulário e alguns critérios utilizados nos filtros,
que poderiam ser diferentes. O preenchimento de alguns campos que servem depois como
critérios de filtros é fundamentalmente de ordem subjetiva, o que pode gerar alguma
divergência entre a equipe. Um exemplo é a questão “chance de venda”. Esta é uma
questão que depende de uma avaliação pessoal de quem estiver em contato com o cliente,
então foi necessário revisar na equipe alguns critérios para marcação desta questão, para
ter certeza de que o filtro é pertinente.
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários Houve percepção O filtro deveria Inserir o campo “ligar
manifestaram de utilidade por compreender apenas em” no formulário de
compreensão do parte da equipe - o propostas com chance ação.
modelo e facilidade modelo possibilitou média, não chance boa.
de uso. automatizar alguns Mesmo sendo poucos
procedimentos. descontos nesta fase, a
equipe achou mais
pertinente não englobar
chances boas.
Figura 22 – Modelo 2: Avaliação Resumida
77
A figura 22, apresentada na página anterior, demonstra de forma resumida os
principais aspectos identificados na avaliação do modelo 2.
78
Figura 24 – Modelo 3, Flexibilização agressiva para fechar venda: Formulário de Ação
O modelo 3 foi usado igualmente ao longo de sete dias úteis pela equipe comercial.
Iniciando a avaliação pela questão de facilidade de uso e compreensão, houve uma
percepção positiva por parte dos usuários. Os pontos positivos foram similares aos do
modelo 2, pelo fato de os dois apresentarem estrutura semelhante entre si. Os usuários
manifestaram percepção de utilidade também neste caso, visto que o modelo ajudou a
sistematizar atividades que eram desenvolvidas de forma não estruturada.
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários Houve percepção de
manifestaram utilidade por parte da equipe
compreensão do - o modelo possibilitou - -
modelo e facilidade automatizar alguns
de uso. procedimentos.
Figura 25 – Modelo 3: Avaliação Resumida
79
4.3.4.4. Modelo 4 – Guia para atividade de contato face-a-face
80
Figura 27 – Modelo 4, Interface 1: Variáveis condensadas
81
Figura 29 – Modelo 4, Interface 3: Variáveis de critérios para filtros
82
Figura 30 – Modelo 4, Interface 4: Cruzamentos
Logo a seguir está sendo demonstrado o formulário de ação criado a partir das telas
que compõem a visão. São oferecidas as informações de contato do prospecto e igualmente
informações sobre alguma atividade marcada. A pessoa da equipe de vendas que estiver
83
operando este formulário deverá escolher sobre o filtro indicado o estado ou cidade onde a
ação presencial ocorrerá. Neste caso, marcado de vermelho na figura 32, está sendo
escolhido o estado de São Paulo sobre o filtro indicado.
O modelo 4 foi usado pela equipe comercial ao longo de dois dias úteis (final de
Novembro), apoiando uma atividade específica de divulgação de duas palestras que seriam
realizadas pela empresa no início de Dezembro.
Em relação à facilidade de uso e compreensão, houve uma percepção positiva por
parte dos usuários. Foram percebidos dois principais pontos positivos: 1) os formulários são
mais enxutos em relação ao utilizado anteriormente, apresentando apenas informações
necessárias para a ação; e 2) a disponibilização de diretrizes de ação já no próprio
formulário, o que simplifica o contato com clientes e prospectos.
Não houve relato de dificuldades e sugestões no uso deste modelo. Os usuários
perceberam o uso como totalmente adequado à atividade prática envolvida.
84
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários manifestaram Houve percepção de utilidade por
compreensão do modelo e parte da equipe - o modelo possibilitou - -
facilidade de uso. automatizar alguns procedimentos.
Figura 33 – Modelo 4: Avaliação Resumida
Voltado mais para uma ação de Marketing e divulgação de produtos, o modelo 5 tem
o objetivo de oferecer um mapeamento mais detalhado do setor educacional, mais
especificamente de alunos e professores que desejam a ferramenta para uso em projetos
individuais. Este é um setor que apresenta um perfil de pouco investimento disponível,
considerando valores profissionais do software, e ao mesmo tempo trata-se de um público
com bom potencial de divulgação. Sendo assim, é interessante para a empresa trabalhar
com algum tipo de cessão, em uma modalidade de versão trial, para que este público possa
ser atendido e, consequentemente, que o produto se torne mais conhecido.
85
Figura 35 – Modelo 5, Interface 1: Variáveis condensadas
Logo abaixo (figura 38) está demonstrado o formulário de ação criado a partir das
telas que compõem a visão deste modelo. São oferecidas as principais informações de
contato do prospecto. A pessoa da equipe de vendas que estiver operando este formulário
(preferencialmente alguém do nível gerencial, pela atividade que implica) deveria escolher o
filtro indicado, que já seleciona contatos da área educacional, alvo neste caso. A preferência
por ser alguém de nível gerencial no uso deste modelo surge por se tratar de uma ação em
que o fornecedor faz um investimento, ou seja, as pessoas que deverão ganhar licença
gratuita devem ser escolhidas de acordo com pontos estratégicos, que possam beneficiar o
usuário e também trazer pontos positivos para a empresa em um médio e longo prazo.
87
Figura 38 – Modelo 5, Guia para cessões gratuitas: Formulário de Ação
O modelo 5 foi usado para uma atividade pontual que durou três dias, onde o objetivo
era identificar três contatos da área educacional com grande interesse e pouca chance de
venda, para receberem uma licença gratuita temporária. Iniciando a avaliação pela questão
de facilidade de uso e compreensão, houve uma percepção positiva por parte do usuário
que operou a ação comercial. Foi feita uma observação sobre um ponto deficitário: existe
uma fragilidade devido ao fato de o contato poder ter outra ficha de proposta, o que poderia
levar a um equívoco se o cliente já tiver adquirido sua licença em outra observação.
Destacou-se também a necessidade de contar com uma boa descrição do histórico
do contato na questão texto (observações diversas da proposta), pois através dela é
possível identificar os contatos que realmente apresentavam potencial futuro.
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários manifestaram Houve percepção de A base pode conter duas
compreensão do modelo e utilidade por parte da fichas de proposta para uma
-
facilidade de uso. equipe. mesma pessoa, podendo
levar a erro na atividade.
Figura 39 – Modelo 5: Avaliação Resumida
88
4.3.4.6. Modelo 6 – Guia para realização de Cursos em turmas
89
Figura 41 – Modelo 6, Interface 1: Variáveis condensadas
90
As telas 41 e 42 mostram um panorama amplo sobre qual o perfil das propostas
emitidas para serviços de capacitação, inclusive comparativamente às proposta de produtos
e outros serviços. Assim, a gerência pode diretamente perceber a dimensão que este tipo de
proposta apresenta no contexto geral da sua atividade.
As figuras 43 e 44 demonstram os cruzamentos criados para melhor compreender
onde estão, em termos de localização, segmento de atividade, e chance de fechamento, as
propostas de capacitação. O valor esperado das vendas também são considerados com o
objetivo de identificar as melhores oportunidades.
A partir da leitura e compreensão das visões, por parte da gerência comercial, torna-
se possível pensar em quais são os locais, e para qual público, se deve programar cursos
em turma. Em essência, serão focados mercados onde há muita proposta aberta com
poucas chances de fechamento. Nestas condições um curso em turma, como condições
flexibilizadas, pode ser uma boa chance de atingir clientes que não teriam acesso à
atividade.
Assim, foi criado o formulário de ação para venda de vagas em cursos coletivos,
como exemplifica a figura 45. O formulário foi colocado em prática em um curso por turma
realizado na cidade de São Paulo, para o que foi necessário aplicar o estrato do estado de
São Paulo sobre o filtro pré-definido para o formulário.
91
Figura 44 – Modelo 6, Interface 4: Cruzamentos
92
Como destaque neste formulário de ação, na parte inferior da tela anterior (figura 45,
círculo vermelho) já estão as informações úteis sobre o curso em venda (datas, horários,
etc.).
O modelo 6 foi usado ao longo de quatro dias úteis pela equipe comercial. Na sua
avaliação, ficou nítido que havia diversos aspectos a serem melhorados. Iniciando pela
questão de facilidade de uso e compreensão, houve por parte dos usuários uma clara
necessidade de mudanças.
A principal consideração da equipe foi no sentido de expor que a maioria das
propostas emitidas são de capacitação juntamente com outros serviços ou produtos. Sendo
assim, o filtro que seleciona propostas não fechadas, não vai, na maioria dos casos, puxar
os casos desejados. Isso devido ao fato de não haver sempre uma proposta exclusiva de
capacitação, o que faz com que as questões “venda fechada” e “chance de negócio” não
sejam necessariamente referentes à capacitação (foco do modelo). A sua utilidade não se
comprovou neste caso devido a estes fatores.
Outro ponto negativo relatado, desta vez mais relacionado à facilidade de uso, foi o
argumento de que muitas vezes há mais de uma ficha por cliente. Devido a isto, uma
determinada ficha pode aparecer como “venda não fechada”, mas o mesmo cliente pode ter
outra ficha, podendo já ter sido fechada a venda. Chegou-se à conclusão, na reunião de
avaliação, que este ponto poderia ser contornado fazendo a ação no sistema sempre
começando a partir dos contatos mais recentes.
A disponibilização de diretrizes de ação já no próprio formulário (datas do curso, valor
da inscrição, etc) foi destacada como um fator que agregou bastante facilidade no trabalho
prático pela praticidade e economia de tempo.
Para a gerência comercial, o modelo agregou facilidade, pois possibilitou colocar em
prática uma força-tarefa de forma mais sistematizada e objetiva.
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários Houve percepção O filtro seleciona apenas
manifestaram de utilidade por propostas de capacitação, mas na
compreensão do parte da equipe - o maioria das vezes a capacitação é
modelo e facilidade modelo possibilitou oferecida junto com outros
-
de uso. automatizar alguns produtos. Sendo assim, há uma
procedimentos. distorção do que se pode pensar
ser uma situação de proposta
exclusivamente de capacitação.
Figura 46 – Modelo 6: Avaliação Resumida
93
4.3.4.7. Modelo 7 – Operacionalização da Venda
94
4.3.4.8. Modelo 8 – Atividades de Pós-venda e Revenda
95
contatos. Houve, assim, boa aceitação e percepção de utilidade no novo formulário de ação
pelo fato de possibilitar registrar informações do contato de pós-venda.
Entretanto, para poder fazer este registro do contato pós-venda, a equipe de vendas
destacou que seria necessário criar nova questão, específica para esta finalidade, pois a
questão texto já existente era de uso exclusivo da equipe de gestão, para observações da
venda.
Outra consideração sobre este formulário é a de que a questão “observações
diversas da proposta” não tinha utilidade, pois é preenchida apenas nas fichas de proposta.
Como este modelo trabalha apenas com fichas de vendas fechadas, esta questão aparece
sempre em branco, sem preenchimento.
96
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários Houve percepção Faltou a indicação, no Inserção do campo
manifestaram de utilidade por formulário, de que ‘responsável’ (mesmo
compreensão do parte da equipe - o cada usuário deveria aplicando o filtro fica mais
modelo e facilidade modelo possibilitou aplicar seu filtro claro tendo o nome da
de uso. automatizar alguns (pessoa responsável pessoa da equipe que é
procedimentos. pelo contato). responsável pelo contato).
Figura 50 – Modelo 8: Avaliação Resumida
As primeiras duas telas desta visão (figuras 52 e 53) trazem informações sobre as
vendas fechadas em relação à localização do cliente e o seu ramo de atividade. A primeira
traz as categorias agregadas; a segunda demonstra as mesmas em detalhes.
97
Figura 52 – Modelo 9, Interface 1: Variáveis condensadas
98
As telas acima já podem dar uma clara noção de quais são os ramos de atividade
mais representativos nas vendas da empresa (Educação, Institutos de Pesquisa e Governo)
e quais as regiões onde há maior número de clientes (RS, SP, RJ, DF, PR). A partir destas
informações, as gerências puderam concluir que é necessário investir em uma ação de
divulgação em regiões onde há menor número de clientes, mas também puderam concluir
que as regiões e segmentos mais representativos devem sempre ser tratados com atenção,
por serem as regiões com maior potencial ainda a ser explorado.
A figura 54, a seguir, já inicia um retrato do faturamento da empresa através de
números. Esta figura mostra o total de vendas do ano separadas por produtos e diferentes
serviços, incluindo média, desvio-padrão e soma em cada uma das tabelas, para
dimensionar as vendas em cada uma das categorias. Isso trouxe às gerências diversas
percepções, entre elas, uma motivação para discutir e repensar os preços de seus produtos
e serviços, uma vez que o valor médio das vendas se mostrou inferior aos valores
praticados como padrão.
99
A figura 55 inicia a série de telas de cruzamentos desta visão. Esta primeira figura de
cruzamentos demonstra como as vendas estão distribuídas nas principais cidades
brasileiras e nos segmentos de produtos e serviços. É importante lembrar que esta relação,
nesta interface, está considerando volume (quantidade) de licenças e serviços prestados,
não significando que a célula maior teve maior faturamento em termos de valores. O
conteúdo das células podem denotar um determinado perfil, levando em consideração uma
determinada cidade e o ramo de atividade em que atua mais amplamente. Por exemplo, em
São Paulo os Institutos de Pesquisa são a maior fatia de clientes, enquanto que no Rio
Grande do Sul o segmento da Educação se destaca fortemente em relação aos demais.
100
Figura 56 – Modelo 9, Interface 5: Vendas em produto
101
Figura 58 – Modelo 9, Interface 7: Vendas em serviços (pesquisa web)
Com esta visão pronta, houve uma reunião envolvendo as gerências comercial e
administrativa e um membro da direção para uma tentativa de avaliação global dos
resultados do ano com base no novo modelo. A disponibilização dos relatórios individuais
(software, capacitação e pesquisas web) foi avaliada como positiva, pois orientou a equipe
numa compreensão de como se comportaram as vendas do ano. Isso, em conseqüência,
permitiu também basear algumas iniciativas no planejamento do ano seguinte, tendo à
disposição informações realistas sobre o período que se encerra.
A figura 58, que era a princípio bastante simples, mostrando a distribuição por região
e por ramo de atividade, também foi útil. Foi possível perceber esta utilidade por algumas
reações de surpresa da equipe sobre os resultados mostrados. Havia uma idéia equivocada,
por exemplo, de que era São Paulo o Estado de mais licenças instaladas, o que não se
confirmou. O ramo de atividade ‘empresas’ também chamou atenção pelo baixo volume de
vendas, despertando a necessidade de uma ação mais forte no setor para o próximo ano.
As reuniões para uso e avaliação destes modelos coincidiu com o final do ano, época
em que a empresa estava fazendo também outras reuniões sobre estratégias e
planejamento para 2007 nas diversas áreas. Os elementos deste modelo trouxeram
especialmente muitos insights sobre possíveis ações comerciais que podem aportar
melhores resultados ao setor comercial e à empresa no geral.
102
Os cruzamentos das variáveis que demonstram valores com as variáveis de
localização e ramos de atividade possibilitaram identificar não somente os clientes fortes em
termos de quantidade de negócios fechados, mas também de negócios de maior valor
envolvido.
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários Houve percepção A visão não engloba as - reproduzir as visões
manifestaram de utilidade por taxas de manutenção, para anos anteriores,
compreensão do parte da equipe - o que é um importante com resultados
modelo e facilidade modelo possibilitou serviço prestado pela comparativos;
de uso. ter um retrato inicial empresa (uma solução - criar nova variável na
de vendas que se foi encaminhada para ficha, que registre o
desejava. dados de 2007). total faturado (sistemas
mais serviços).
Figura 59 – Modelo 9: Avaliação Resumida
Uma limitação clara na elaboração deste modelo diz respeito à análise das vendas
em taxas de manutenção. Este pacote de serviços oferecido pela empresa representa uma
importante fatia do faturamento global, mas, devido à forma de armazenamento das
informações na base até o momento, não é possível extrair um retrato da situação. O
procedimento de preenchimento adotado nos últimos anos é o de que cada cliente que paga
a taxa de manutenção tem uma única ficha aberta para sua taxa. A cada período novo, o
novo valor é somado ao valor anterior, no mesmo campo de resposta. Sendo assim, se tem
apenas o valor acumulado, sem possibilidade de visualizar o valor anual que cada cliente
pagou. Este é um limite nesta visão, que tem o objetivo principal de oferecer um mapa do
faturamento anual.
Uma sugestão apresentada ao final desta reunião onde o modelo foi testado, é que
se altere a forma de registrar este serviço na base. O momento de início do próximo ano é o
mais indicado, para iniciar o próximo período de forma adequada com esta finalidade. Será
adotado o procedimento de abrir novo registro para a taxa de manutenção anual de cada
cliente. Mesmo representando um aumento no volume de fichas, a equipe julgou necessário
adotar esta mudança.
Foi destacada, durante a reunião, a importância e o cuidado necessário com o
preenchimento dos dados e a necessidade de ter a equipe do setor financeiro bastante
consciente nesta tarefa. Qualquer erro de preenchimento acarretará distorções nos
resultados.
103
De uma forma geral, este foi o modelo que gerou maior percepção de utilidade e
valor agregado. Os três gestores que a utilizaram, relataram que a visão traz percepções e
constatações importantes sobre o perfil da clientela e sobre os números do faturamento, que
nem sempre se pode perceber no dia a dia da empresa. Com base em informações
consistentes, foi claramente percebida a possibilidade de tomar decisões mais acertadas
para as futuras ações comerciais.
Fazendo uso das informações obtidas através da nova variável ‘tipo de pesquisa’, o
modelo a seguir tem o objetivo de tentar identificar quais são os tipos de uso mais
demandados no contato com prospectos e clientes. Eventualmente a empresa poderá se
interessar por investir no desenvolvimento de soluções específicas para um certo público.
104
Figura 61 – Modelo 10, Interface 1: Variáveis condensadas
105
Figura 62 – Modelo 10, Interface 2: Cruzamentos
Compreensão/
Utilidade Críticas Sugestões
Facilidade
Os usuários Houve percepção de A questão chave
manifestaram que pode haver utilidade (tipo_de_pesquisa) é
compreensão do modelo com mais tempo de uso muito recente, ainda não -
e facilidade de uso. (mais dados na questão oferece dados suficientes.
nova).
Figura 64 – Modelo 10: Avaliação Resumida
107
possível observar que a equipe operacional nunca observava os campos que compunham
as antigas bases com uma visão minimamente crítica, pois quase a metade dos campos não
eram usados e nunca houve questionamento sobre isso, apenas houve adequação ao que
sempre existiu.
Sendo assim, no momento da implementação da base única, foi necessário orientar
e acompanhar de perto os primeiros dias de uso, para oferecer um bom suporte às equipes.
Nos primeiros dias, surgiram diversos questionamentos dos usuários sobre os campos que
foram agregados (alguns mudaram de nome) e sobre como trabalhar filtrando apenas
observações pertinentes ao comercial e ao administrativo. Com o passar do tempo, cerca de
dois meses com a nova base única em uso, já foi possível perceber que as equipes estavam
melhor adaptadas à nova ferramenta, sem questionamentos ou críticas.
Passando à avaliação dos novos modelos (conjuntos de visões, filtros e formulários
de ação), houve um período de três semanas para observação e avaliação. A percepção
geral da equipe comercial quanto ao uso foi positiva. Houve uma boa aceitação do fato em
si de estar sendo implementado algo novo na rotina de trabalho, sem manifestação maior de
resistência às mudanças que se faziam necessárias para a adoção dos modelos.
Durante as reuniões para avaliação foram emitidas opiniões favoráveis e positivas
em relação às novidades introduzidas. No geral, a percepção foi de que os modelos
agregaram facilidade e agilidade às atividades, apresentando todas as informações
necessárias – mesmo as de diretrizes comerciais – na tela do formulário. Isso tornou
dispensável alguns documentos adicionais que tinham de ser consultados e alguns
procedimentos informais, que se tornaram mais formalizados e sistematizados.
A figura 65 traz uma avaliação sintetizada sobre as principais percepções de
facilidade e utilidade dos oito modelos colocados em prática na empresa. Na maioria, houve
percepção de facilidade e utilidade. As equipes claramente mostraram que houve agregação
de valor ao trabalho. Mesmo nos que sofreram indicações de necessidade de ajuste, houve
percepção de utilidade.
108
Modelo Compreensão/Facilidade Utilidade
Modelo 2 – 1ª Flexibilização
para fechamento de venda
Modelo 3 – Flexibilização
Plena compreensão do modelo e
agressiva para fechamento de
facilidade de uso
venda
Modelo 4 - Guia para atividade
de contato face-a-face
Houve percepção de
Modelo 5 - Guia para cessões
Plena compreensão do modelo utilidade
gratuitas
com algumas ressalvas na
Modelo 6 - Guia para realização
facilidade de uso
de cursos em turmas
Modelo 8 – Atividades de pós-
venda e revenda
Modelo 9 – Monitoramento do
faturamento Plena compreensão do modelo e
Modelo 10 – Desenvolvimento facilidade de uso Houve percepção de
de novo produtos que pode haver
utilidade com mais
tempo de uso
Figura 65 – Avaliação agregada de todos os modelos
109
5. Conclusões
O presente estudo buscou trazer inicialmente uma reflexão sobre alguns pontos que
vêm sendo tratados atualmente na literatura de Sistemas de Informação e seu uso em
pequenas empresas de TI e aplicações relacionadas a atividades de vendas e marketing. O
intuito, ao retomar tais pontos, foi de destacar a necessidade de fazer uso efetivo da
informação que muitas vezes já ‘dorme’ dentro das empresas, sem uma análise apropriada,
e de integrar os sistemas de informação à prática de atividades comerciais.
110
Tais sistemas são usados hoje em grande parte das empresas no sentido de apoiar
decisões, porém de forma ainda não conectada com as ações práticas das equipes de
vendas. Gerentes analisam e interpretam relatórios fornecidos pelos sistemas, mas a partir
deste momento – em muitos casos - devem agir fora do sistema. Tenta-se aqui propor algo
que quebre essa lógica, utilizando visões que levam a formulários de ação prática em uma
mesma base de dados. Procurou-se mostrar que empresas podem, e devem, buscar formas
de usar seus sistemas de informação de marketing extrapolando o plano transacional,
criando modelos práticos de exploração dos dados que podem ser utilizados nas tarefas
diárias.
Especificamente para pequenas empresas, que em sua maioria nascem e iniciam
suas atividades de forma bastante artesanal, sistemas de marketing deste tipo, que possam
guiar ações práticas, podem agregar bastante valor, servindo como ferramental para uma
organização mais profissional e instrumentalizada. Muitas vezes as empresas têm a noção
de que sistemas de informação são soluções complexas e caras, o que não precisa ser uma
regra. É possível planejar e conceber sistemas simples, enxutos e principalmente efetivos ao
alcance dos recursos da empresa.
O resultado final da pesquisa, conforme avaliação em conjunto com a equipe que fez
uso prático das ferramentas, foi positivo e bem aceito. Tanto a unificação das bases de
registros de propostas e de vendas fechadas quanto os modelos para orientar a equipe
comercial trouxeram inovações positivas para o trabalho das equipes envolvidas.
Para a gerência comercial, os principais pontos positivos foram a possibilidade de
idealizar uma determinada ação comercial e facilmente transferi-la para um formulário de
ação, que facilitará a orientação da equipe operacional na tarefa, e a possibilidade de extrair
de forma estruturada informações sobre o mercado potencial e perfil dos seus clientes. Isso
facilita e fornece subsídios mais concretos para a tomada de decisão no que diz respeito a
estabelecer novas estratégias de ação comercial.
Ao final do trabalho, fica claro que todas as ferramentas implementadas não
chegaram a um ponto definitivo. Será necessário que a equipe mantenha sempre a visão
crítica no sentido de avaliar se os modelos estão atendendo às demandas de informação.
Como as atividades mudam constantemente, os modelos também devem acompanhar tais
mudanças. É preciso evitar que aconteçam os mesmos erros que levaram as bases originais
a se tornarem excessivamente volumosas pela manutenção de campos que já não eram
mais utilizados.
Outro destaque é para o constante acompanhamento das equipes que manipulam a
base de dados. Como muitas questões dependem bastante do julgamento do usuário e do
correto preenchimento, é necessário que as gerências sintam que os usuários tenham
sempre bom domínio do uso da base de dados. Os supervisores também precisam ter
111
senso crítico para identificar quando há vícios de preenchimento que podem comprometer a
qualidade da informação.
A empresa reagiu positivamente aos modelos implementados, tanto em termos de
aceitação quanto na avaliação de compreensão e utilidade. A equipe de vendas avaliou o
uso dos modelos como sendo algo que agrega valor e agilidade nas tarefas, assim como a
gerência e a direção da empresa, nas atividades de tomada de decisões e planejamento
estratégico. A empresa, de forma geral, percebeu melhores condições de dominar a
informação que circula por seus processos, o que pode dinamizar e orientar suas ações
comerciais.
Os resultados mostraram também que é importante levar em consideração as
demandas específicas de pequenas empresas para encontrar uma melhor forma de
estruturar suas informações. Espera-se que a experiência relatada nesta pesquisa possa
proporcionar uma contribuição para empresas que se encontrem em situação semelhante.
Como principal sugestão para pesquisas futuras, fica a idéia de replicar o trabalho,
com a mesma idéia de instrumentalizar a ação comercial, em outras empresas de atividade
112
e porte semelhantes. Assim como a experiência foi avaliada como sendo útil e agregadora
de valor nesta empresa, poderia igualmente trazer benefícios a outras.
Ainda dentro da mesma empresa que serviu como caso para esta pesquisa, sugere-
se em trabalhos futuros aprimorar os modelos construídos através da inserção de alguma
inteligência por trás dos modelos, como, por exemplo, a inclusão de legendas automáticas,
dependendo dos resultados das visões, que possam automaticamente sugerir orientações
aos usuários. Ainda como sugestão para trabalho futuro nas visões criadas, seria a
aplicação de recursos de cartografia, para ilustrar melhor a ação da empresa nas diversas
regiões do Brasil.
Fica como sugestão também para a empresa que serviu como objeto para esta
pesquisa a idéia de repensar sua estrutura de armazenamento de dados tendo em vista o
potencial problema com o grande volume de dados. Poderia ser avaliada a possibilidade de
investir em uma nova ferramenta (um outro tipo de sistema para esta finalidade), que
permita trabalhar com maiores quantidades de registros, o que igualmente permitiria
implementar as idéias que não foram viabilizadas neste trabalho pelo questão do volume de
dados. Talvez o novo modelo a imaginar possa englobar também, em uma base única, os
registros e informações da parte técnica da empresa. O uso de uma base de dados
relacional, e a construção de uma nova lógica na gestão dos dados deve ser objeto de
discussão na empresa que serviu como caso neste estudo.
113
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TAPSCOTT, D.; CASTON, A. Mudança de Paradigma: a Nova Promessa da Tecnologia
de Informação. São Paulo: Makron Books, 1995.
120
ANEXO 1: Lista final de requisitos informacionais.
CONJUNTURA
Pequenas empresas nascem com uma boa idéia/produto e não sobrevivem por problemas
de gestão - pré, durante e pós-negociação
AGOSTO 2005 - históricos mensais para analisar os percentuais de contatos que são
reativos e próativos, analisar documentos que apóiam a atividade prática de vendas,
pesquisar papers de ‘Inteligência Estratégica’ e ‘Inteligência Estratégica Comercial’.
123
- O registro da venda é preenchido com o registro da proposta impresso em mãos!
Característica muito artesanal e que demanda trabalho desnecessário visto que grande
parte das questões são coincidentes (o preenchimento poderia ser feito uma única vez)
- Identificou-se que na transição entre versões do software vendido houve muita mudança
nos setores de gestão e comercial. Isto provocou um ‘abandono’ de algumas questões e o
surgimento de novas, o que gerou muita ‘não-resposta’ na base (seja em questões
obsoletas, seja em questões novas que só se aplicaram de um ponto em diante). Muita
mudança nas diretrizes de preenchimento em pouco tempo.
- Grande dificuldade (tanto do comercial quanto do gestão) ao consultar a base FCV:
identificar ao certo quantas e quais são (versão, tipo, etc) as licenças de um cliente
- As nomenclaturas (ex: upgrade, atualização) são iguais para comercial e gestão?
- Depto de gestão fez um relato detalhado de como são preenchidas as suas 3 telas.
- Finalização do mapeamento dos dados (requisitos) necessários em cada processo.
- Chegou-se a um primeiro cenário, 24 questões em comum entre as bases.
124
- Outro tipo de requisito importante: forma de apresentar os dados nos relatórios/visões
(linha, coluna)
NOVEMBRO 07/11/2005 - Possibilidade de aplicar o recurso verbose para unir variáveis que
representam a mesma coisa
- São 3 bases distintas, com muitos campos comuns que tem nomenclatura diferente, fazer
o mapeamento de variáveis renomeando.
NOVEMBRO 29/11/2005 - Reunião com equipe técnica sobre arquitetura de dados da base
única – aprovações e detalhes finais
DEZEMBRO 28/12/2005 - Interações com equipe técnica para últimos detalhes antes da
implementação da base única
JANEIRO 02/01/2006 - Base única entra em uso na empresa, substituindo as duas bases
anteriores
JANEIRO 10/01/2006 - Reunião pós banca de projeto
- Aspectos teóricos e práticos --- planejamento ate Março
125
MARÇO 03/03/2006 - ‘CAIXAS’ DO PROCESSO: para cada caixa do desenho do processo,
imaginar quais seriam os forms e relatos para cada – fazer o ciclo completo: visão-filtro-form.
- O ciclo seria: IDEIA-FINALIDADE-ONDE SE APLICA-AGREGA NO PROCESSO
- Documentar: como foi concebida (desenho), telas, aplicação prática, reação no uso, ajuste
e aperfeiçoamento
JULHO 17/07/2006 - Reunião para início da construção dos modelos, com base no
planejamento das visões
OUTUBRO 13/10/2006 - Reunião com gestores para demonstrar e para validar os modelos
ainda em desenvolvimento
NOVEMBRO 16/11/2006 - Nova base única, contendo os novos modelos, foi adotada pelas
equipes; reunião com equipe técnica para orientação no uso dos novos modelos; foi
fornecido um pequeno protocolo com orientações na avaliação do uso dos modelos.
NOVEMBRO 24/11/2006 - Reunião para ver se as mudanças atenderam ao que foi sugerido
pelos usuários.
DEZEMBRO 08/12/2006 - Reunião com a diretoria e com as gerências para verificar o uso e
o valor agregado pelo modelo de monitoramento do faturamento; houve necessidade de
efetuar algumas modificações nas visões, para inserir alguns campos e cruzamentos que
não estavam previstos; foram sugeridas algumas modificações que não foi possível
implementar, devido à atual estrutura de dados. Foram então registradas para um momento
futuro.
DEZEMBRO 15/12/2006 - Base final implementada após reuniões de avaliação com todos
os usuários.
127
ANEXO 3: Protocolo de avaliação do uso dos modelos
Pontos negativos/Dificuldades:
Comentários/sugestões:
Pontos negativos/Dificuldades:
Comentários/sugestões:
Pontos negativos/Dificuldades:
Comentários/sugestões:
Pontos negativos/Dificuldades:
Comentários/sugestões:
Pontos negativos/Dificuldades:
Comentários/sugestões:
Pontos negativos/Dificuldades:
Comentários/sugestões:
128
ANEXO 4: Figuras das Interfaces
130
Figura 17 – Modelo 2, Interface 3 – Variáveis de critérios para filtros.
131
Figura 18 – Modelo 2, Interface 4 - Cruzamentos.
132
Figura 19 – Modelo 2, Interface 5 - Cruzamentos.
133
Figura 20 – Modelo 2, 1ª Flexibilização para fechar venda: Formulário de Ação.
134
Figura 24 – Modelo 3, Flexibilização agressiva para fechar venda: Formulário de Ação.
135
Figura 27 – Modelo 4, Interface 1: Variáveis condensadas.
136
Figura 28 – Modelo 4, Interface 2: Variáveis detalhadas.
137
Figura 29 – Modelo 4, Interface 3: Variáveis de critérios para filtros.
138
Figura 30 – Modelo 4, Interface 4: Cruzamentos.
139
Figura 31 – Modelo 4, Interface 5: Cruzamentos.
140
Figura 32 – Modelo 4, Guia para atividade de contato face-a-face: Formulário de Ação.
141
Figura 35 – Modelo 5, Interface 1: Variáveis condensadas.
142
Figura 36 – Modelo 5, Interface 2: Variáveis de critérios para filtros.
143
Figura 37 – Modelo 5, Interface 3: Cruzamentos.
144
Figura 38 – Modelo 5, Guia para cessões gratuitas: Formulário de Ação.
145
Figura 41 – Modelo 6, Interface 1: Variáveis condensadas.
146
Figura 42 – Modelo 6, Interface 2: Variáveis de critérios para filtros.
147
Figura 43 – Modelo 6, Interface 3: Cruzamentos.
148
Figura 44 – Modelo 6, Interface 4: Cruzamentos.
149
Figura 45 – Modelo 6, Guia para realização de Cursos em turmas: Formulário de Ação.
150
Figura 49 – Modelo 8, Atividades de Pós-venda e Revenda: Formulário de Ação.
151
Figura 52 – Modelo 9, Interface 1: Variáveis condensadas.
152
Figura 53 – Modelo 9, Interface 2: Variáveis detalhadas.
153
Figura 54 – Modelo 9, Interface 3: Distribuição entre produtos e serviços.
154
Figura 55 – Modelo 9, Interface 4: Cruzamentos.
155
Figura 56 – Modelo 9, Interface 5: Vendas em produto.
156
Figura 57 – Modelo 9, Interface 6: Vendas em serviços (capacitação).
157
Figura 58 – Modelo 9, Interface 7: Vendas em serviços (pesquisa web).
158
Figura 61 – Modelo 10, Interface 1: Variáveis condensadas.
159
Figura 62 – Modelo 10, Interface 2: Cruzamentos.
160
Figura 63 – Modelo 10, Interface 3: Cruzamentos.
161