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Resumo Milagroso para Salvar minha nota em História da Música I

• Tradição Oriental

Os cantos orientais são: canto romano, canto moçárabe, ambrosiano, gálico, etc.
Não são obra de estudo para a nossa alegria. Apesar de que o canto gregoriano
surgiu de uma mistura do canto gálico com o romano (antigo).

• Tradição Gregoriana

Antes de entrar a fundo, a tradição gregoriana tinha dois espaços de atuação: em


espaços públicos – as catedrais-, onde se cantava a missa, e espaços mais
privados – os mosteiros- que são os cantos de ofício.

1. Salmo

A estrutura do Salmo é dividida em três partes (forma ABA), em que as


antífonas são textos curtos cantados em monodia e de forma melismática. Já o
Salmo é uma leitura religiosa fixa, em forma silábica, feita em tom salmódico
(com pequenas cadências que evidenciam vírgulas e pontos finais).

Antífona A – Salmo – Antífona A

Obs.: Ao final dos Salmos e de outras formas litúrgicas, pode haver a doxologia:
uma glorificação, como amém, glória a Deus, etc.

2. Aleluia

A estrutura de um Aleluia é parecida com a de um Salmo (forma ABA), sendo a


Antífona A o texto melismático “aleluia” em monodia, a Antífona B uma nova
melodia, com outro texto, e a repetição da primeira antífona.

Antífona A (aleluia) – Antífona B – Antífona A (aleluia)


3. Gradual

A estrutura de um Gradual e um Aleluia são quase iguais, a diferença é que a


Antífona A do Gradual não é o texto “aleluia”. Ele também segue a forma ABA
ternária, em monodia melismática.

Antífona A – Antífona B – Antífona A

4. Intróito

O introito é semelhante ao Gradual em sua estrutura: ela também é ternária


(ABA). A antífonas do introito são melismáticas, enquanto a leitura é feita em
tom salmódico, de forma silábica.

Antífona A – Leitura – Antífona A

5. Leitura

A leitura é a coisa mais chata de todas. É feita toda em tom salmódico, de forma
silábica, com as cadências de vírgulas e pontos finais, com um texto religioso.

Como escrever na prova:

Salmo: Tradição Gregoriana; predominantemente melismático, com momento de


leitura em tom salmódico;

Aleluia: Tradição Gregoriana; melismático

Gradual: Tradição Gregoriana; melismático

Introito: Tradição Gregoriana; predominantemente meslimático, com momento


de leitura em tom salmódico

Leitura: Tradição Gregoriana; totalmente silábica

6. Lauda

As laudas são textos curtos que fazem parte da missa, o que faz você identificar
qual lauda é, é literalmente prestar atenção no texto dela. Nesse caso, as laudas
por serem textos curtos e repetitivos, são caracterizadas como tendência à
compactação.

Kyrie, Sanctus, Gloria, Agnus Dei, Credo.


7. Sequência

A sequência tem uma forma bastante compacta, ela é composta de couplets: um


“parzinho”, duas frases, com textos diferentes, mas a mesma melodia. Por
inúmeras razões, o número máximo de couplets que uma sequência foi permitida
a ter é quatro, de modo silábico, tendo assim, a forma:

AA, BB, CC, DD

8. Hino

O hino é feito em estrofes, com quatro versos cada. Ele tem sempre a mesma
melodia com frases distintas que formam a estrofe. De forma silábica também, o
hino é bastante compacto, monódico, sendo a sua estrutura:

Estrofe A (cadência forte)


Estrofe B (cadência fraca)
Estrofe C (cadência forte)
Estrofe D (cadência fraca)
Como escrever na prova:
Lauda: (especificar qual); Tradição Gregoriana; silábico; tendência à compactação
Sequência: Tradição Gregoriana; silábico; tendência à compactação; em couplets
Hino: Tradição Gregoriana; Silábico; tendência à compactação; estrófico

• Tradição Secular

A tradição secular sai da visão do cantochão e se expande pela Europa, isso significa
que, agora, os cantos não necessariamente estão em latim, além do surgimento do
acompanhamento instrumental, antes nunca tocado.

1. Lai
Um Lai é provavelmente o áudio mais comprido da prova. É uma narração,
geralmente epopeica, muito, mas muito longa, muito. É caracterizado como
fluido e estrófico, pois a melodia se repete, mas sem nenhum padrão.
2. Retroência

A retroência é formada por uma estrofe repetida e outro verso em uma melodia
diferente, isso se repete em todo o poema. Sendo silábica, estrófica e com
tendência à compactação, podendo ou não estar em latim.
A, A (refrão) – B (mais comprido)

3. Virelai
O virelai é composto na forma ABBA, sendo “A” um refrão, ou seja, o mesmo
texto e a mesma melodia se repetindo, enquanto “B” é um texto e uma melodia
diferentes a cada estrofe. Pode ser escrito também como AA, BB, AA, pois o
refrão vem acompanhado de uma estrofe. É caracterizado como estrófico,
silábico, e compacto, podendo ou não estar em latim.
A (refrão) – BB – A (refrão)

Como escrever na prova:

Lai: Tradição Secular; silábico; tendência à fluidez; estrófico

Retroência: Tradição Secular; silábico; tendência à compactação; estrófico

Virelai: Tradição Secular; silábico; tendência à compactação; estrófico

Obs.: Não esquecer da classificação latim x vernáculo, prestar atenção na língua


falada na obra.
• Polifonia

1. Ars Antiqua

A escrita é feita a duas vozes, sendo a voz que sustenta chamada de tenor e a voz
superior chamada de organum duplum. As vozes podem se relacionar em
cláusulas discantus: ambas as vozes se movimentam juntas em movimentos
paralelos ou contrários (em relação ao seu contraponto), sendo assim, “nota
contra nota”.

Os dois principais autores da Ars Antiqua são Leonin e Perotin, chamando assim
estilo Leoninus (a duas vozes) e estilo Perotinus (a três vozes). Aqui é
adicionada a cláusula florida: a voz do tenor se mantém em uma nota, e o
organum duplum improvisa algo em cima.

1.1. Leonin

Suas obras são compostas a duas vozes, em que é retomada a tradição gregoriana,
ou seja, os graduais, aleluias, os salmos retornam, mas não em monodia, e sim
de forma polifônica. Em relação às clausulas, Leonin utiliza ritmo modal apenas
em clausulas discantus, sendo as floridas em ritmo livre.

1.2. Perotin

Agora a três vozes: o tenor sustentando a harmonia, o organum duplum (segunda


voz) e o organum triplum (terceira voz). E as cláusulas, sejam floridas ou
discantus, são todas feitas em ritmo modal.

Como usar na prova:

Ars Antiqua: Estilo Leoninus; Estilo Perotinus

Organum: Ars Antiqua/Estilo Leoninus; Ars Antiqua/Estilo Perotinus

Clausulas: Discantus; Monódicas; Floridas (estilo Leoninus); Floridas (estilo


Perotinus)

Ritmo Modal: em clausulas discantus (estilo Leoninus) ou em todas as clausulas


(estilo Perotinus)
1.3. Moteto Ars Antiqua

O moteto pode ser interpretado como a segunda voz de uma clausula substituta,
ou como um estilo moteto (apresentado apenas na ars nova). Agora a segunda e
a terceira voz de uma clausula não são mais melismáticas, e sim silábicas.

Feito em notação franconiana, são peças curtas com politextualidade, com


cadências aos finais das frases, em que se predomina a clausula discantus e com
ritmo modal em todas as vozes.

2. Moteto Ars Nova

Com o predomínio da polifonia sobre a monodia, o moteto da Ars Nova é


composto de quatro vozes, sendo duas vozes em estilo “monódico” para fazer a
sustentação harmônica e outras duas vozes improvisando em cima. Há maior
flexibilidade com o ritmo, não necessariamente sendo apenas ritmo modal ou
ritmo livre nas clausulas.

Além disso, há o surgimento do sustenido e do bemol, caracterizando assim a


música como musica ficta, pois se acreditava ser uma música fictícia por não ser
completamente modal. Com cadências lídias e frígias aos finais das obras, feitas
em movimentos contrário de vozes.

O moteto é acrescido de algumas características na Ars Nova: musica ficta,


maior liberdade rítmica, uma quarta voz acrescentada, isorritmo entre as vozes e
o hoqueto: uma improvisação “livre” entre as duas vozes superiores, uma
complementa a outra (geralmente não são simultâneas), em que parece haver um
“soluço” entre as vozes – por isso o nome hoquetus-.

Como escrever na prova:

Clausulas: monódicas; discantus; Floridas (estilo Leoninus); Floridas (estilo Perotinus)

Ritmo Modal: em clausulas discantus (estilo Leoninus) ou em todas as clausulas (estilo


Perotinus)

Ars Antiqua: Estilo Leoninus; Estilo Perotinus

Organum: Ars Antiqua/Estilo Leoninus; Ars Antiqua/Estilo Perotinus

Texto: único; politextualidade

Ars Antiqua; Ars Nova

Hoquetus

Música Ficta

Cadências: lídia e frígia


• Renascença

1. Estilo Fantástico
O estilo fantástico se abrange em: fantasia, capricho, intavolatura, riccercare,
mas não é necessário distinguir cada um deles. O estilo fantástico se baseia em
uma peça estritamente instrumental de caracter improvisatório, lembrando que é
um instrumento solo.

2. Passamezzo novo/antigo
São formas de ostinato (repetição de uma linha melódica nos instrumentos
graves por toda a música) em que um ou mais instrumentos improvisam em cima.

3. Consort Instrumental
Contrário à fantasia, o consort instrumental é uma obra feita para um conjunto
de instrumentos, sejam eles da mesma família, ou de famílias distintas.

4. Estilo Moteto

O estilo moteto é uma forma não fixa – ou seja, fluida- de um ordinário da missa
em forma de polifonia, seja o Kyrie, Credo, Gloria, Aleluia ou Agnus Dei,
lembrando, também, em latim.

5. Moteto
O moteto nada mais é que, na verdade, um chanson, mas em latim. Também tem
uma forma não fixa e estritamente vocal, sua única diferença é a linguagem em
que se é cantado.
6. Danças
As danças eram usadas no contexto de bailes, sendo assim, uma obra
extremamente métrica (geralmente em 4 tempos), com tendência a monodia – ou
seja, uma linha melódica com acompanhamento rítmico-, geralmente
instrumental (um grupo de instrumentos de diferentes famílias) com uma
polifonia mais perto do uso de” clausulas discantus” (não se usa mais essa
categoria pra renascença, mas no sentido de ser nota contra nota).
6.1 Pavana

A pavana era a dança que abria a cerimônia do baile (ou seja, tem que ser tuts
tuts tuts tuts). É muito simétrica, com repetições por toda a música, sempre em
quatro tempos. Para reconhecer uma pavana é interessante prestar atenção à
percussão da música, o tambor geralmente faz uma figura rítmica de uma
semínia e duas colcheia (mais conhecido como táaaaa tá-tá).
6.2 Galliarda
A galliarda era conhecida como a dança dos “jovens”. É simétrica também,
com muitas repetições ao longo da obra, feita em 5 tempos, com um “tchum”
no quinto tempo, pois era nesse tempo que se fazia um gesto indecente na
dança (ou como nós chamamos hoje de saltinho). Sendo assim, o tambor de
uma galliarda era feito de quatro colcheia e uma semínima (mais conhecido
como tá-tá-tá-tá TÁAAAA)
7. Chanson

A chanson é uma música estritamente vocal, geralmente a quatro vozes,


sendo uma progressão a duas vozes (tenor e baixo) com mais duas vozes
enriquecendo a harmonia (contratenor altus e contratenor bassus). A sua
harmonia é diatônica, ou seja, sem cromatismos, com um estilo parecido com
uma clausula discantus (leia-se nota contra nota), podendo o texto ser alto ou
baixo. É mais simples em termos musicais em relação ao moteto.

7.1 Compacto

O chanson compacto é mais “famoso”, sendo composto de uma estrutura


cordal (cheio de acordes), mais homofônico do que polifônico, com uso livre
de 3as e 6as, também simétrico, e, óbvio, compacto. Ele pode ser só um coral
OU pode ter acompanhamento rítmico.

7.2 Fluido

O chanson fluido é mais raro. Ele tenta imitar sons da natureza (leia-se: tá
cheio de brincadeirinhas vocais), e, claro, não é simétrico, nem compacto,
nem dançado.

8. Frottola, Villanela
A frottola (ou villanela) é muito parecido com um chanson, a diferença é que
um chanson é cantado em francês, e a frottola é em italiano. O texto dela é
baixo, muito estrófica, mais homofônica do que polifônica, com estrutura
cordal, também tem o uso livre de 3as e 6as, é simétrica, compacta e sua
segunda repetição é uma redução de vozes em uma versão instrumental, de
forma improvisada (é isso o que diferencia a frótola do chanson se você não
reconhece italiano nem francês).

9. Canção Acompanhada
A canção acompanhada tem a total clareza da palavra, é cantada geralmente a
duas vozes, com a harmonia sendo feita por acompanhamento instrumental
(mais comum ser instrumentos de corda dedilhada, como alaúde e vihuela).
Seu acompanhamento é idiomático.
10. Madrigal
No madrigal, a relação do texto – seu conteúdo- e a linha melódica é
extremamente importante. A música reforça o sentido do texto, sendo que o
ritmo e a harmonia devem seguir o seu conteúdo. Sua estrutura é polifônica,
mas fluida, com uso de subtexturas (a duas vozes, a três vozes) além do uso
de imitações em 8as e 5as. A harmonia acompanha o sentido do texto: não de
uma forma cordal, e sim uma harmonia individualizada, acorde por acorde, e
não como um todo; as dissonâncias são planejadas – é intencional o uso de
cromatismos, suspensões e appogiaturas-, sendo assim, o conceito de música
ficta desaparece.
11. Estilo Sacro
É feito por partes externas a missa (ou seja, não é formado pelo ordinário da
missa) de forma polifônica. A compreensão da palavra é mais clara, os
cromatismos são pouco usados, com muita cautela e as tríades são usadas
como um todo (estrutura cordal).

12. Estilo Monódico/Homofônico


Uma obra composta por momentos homofônicos (monodia) e momentos
polifônicos – numa estrutura cordal, com a harmonia seguindo o ritmo das
vozes-.

13. Estilo Moteto


O estilo moteto é formado do ordinário da missa de forma polifônica, sendo
que ele é tratado em latim, com uso de imitações, estrutura cordal, mais
fluidez às formas do ordinário, uma clareza da palavra maior, e sua harmonia
deixa de ser individual para passar a ser pensada num todo.

14. Estilo Policoral


Geralmente é formado por dois coros (ou mais), com estrutura cordal pensada
como um todo, harmonia diatônica (sem cromatismos) e uma maior
simplicidade nas palavras.

Categorias
1.1 – Idiomático
É um tópico usado para reconhecer formas instrumentais: fantasias, intavolatura,
arranjos vocais escritos para instrumentos. Qualquer categoria instrumental é
necessário usar o tópico “idiomático”.
1.2 Subtextura
É uma redução de vozes na obra: no caso de um madrigal, se a canção era a 5
vozes e tem um trecho com só duas vozes, essa redução forma uma subtextura.
1.3 Uso livre de 3as e 6as
Pertencente a segunda geração renascentista, enquanto o uso restrito de 3as e 6as
é pertencente a primeira geração.
1.4 “Estilos Discantus”
Não se referindo a categoria utilizada para canto gregoriano, e sim no sentido da
música ter uma polifônia de nota contra nota. Não confundir (e não usar como
uma categoria).
1.5 Texto alto ou baixo
O texto alto é em relação ao seu conteúdo: está se exaltando alguma
coisa/alguém, ou existe um conteúdo reflexivo, enquanto o texto baixo é um
texto pobre em conteúdo. Mas, como nós seres mortais, não somos fluentes em
italiano e em francês para saber se o conteúdo é alto ou baixo, isso é só uma
curiosidade.
1.6 Estrutura Cordal
Na Renascença o conceito de tríade nasce, e nas músicas ele é aplicado. É uma
obra com muitos acordes, com a intenção clara de se fazer uma harmonia
propriamente dita.

1.7 O que escrever na prova

Formas
Chanson (harmonia simples, poucas dissonâncias, estrutural cordal, eventualmente uso
de onomatopeias e imitação).

Peças instrumentais em estilo fantástico: fantasia, intavolatura, ricercare etc. (improviso,


seções contrastantes, escrita idiomática).

Instrumento solo X consort instrumental X variações sobre baixo ostinato (por


ex. romanesca, passamezzo antigo, passamezzo moderno etc.)

Uso dos instrumentos de cordas dedilhadas com função melódica (ars nova-formas
fixas) X harmônica (estilo renascentista)

Dança renascentista (frases simétricas, padrão de dança, pares de dança)


Canção acompanhada

Frottola/Villanella X Chanson X Canção acompanhada X Madrigal


Missa (versão polifônica do Ordinário da missa: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Agnus
Dei) X outras peças sacras não pertencentes à Missa (por ex., partes dos Ofícios)

Características

Uso permitido de 3as e 6as (não em pontos cadenciais) X uso livre de 3as e 6as

Imitação como princípio estrutural

Uso de subtexturas

Número de vozes: - a 2 vozes (ars nova italiana) – a 3/4 vozes (ars nova
burgunda) – a 4 vozes ou mais (renascença)

Homogeneidade ritmica tenor-cantus X clareza individual das vozes (imitação)

Forma fluida dividida em seções separadas por cadências.

Forma compacta com frases simétricas

Escrita instrumental idiomática

Uso de instrumentos de cordas dedilhadas com função melódica (ars nova-formas fixas)
X harmônica (estilo renascentista)

Escrita cordal

Representação de palavras (onomatopeia) (chanson, frottola, madrigal)

Representação de conceitos (pela harmonia, subtextura, etc) (madrigal)

Uso de colorido harmônico para realçar o sentido do texto (justaposição de acordes,


cromatismos, suspensões, appogiaturas etc.)

Clareza funcional da palavra (estilos sacros do séc. XVI)

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