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OL N E

O S P S
R
D E E A

G V P G
P :G P

Copyright © 2016

Para conhecer mais, acesse: estag.io


Por que este livro foi escrito?
Você já passou pela frustração de se candidatar para um processo
seletivo e não ser aprovado?
Já aconteceu com você de ser:
Reprovado porque teve que fazer um teste de lógica, mas que
ninguém nunca te ensinou a resolver?
Reprovado em uma dinâmica de grupo que parecia completamente
sem sentido e a qual ninguém explicou o que esperavam de você?
Reprovado em entrevistas sem nem saber o porquê? Afinal ninguém
nunca te deu um feedback para saber como poderia ir melhor nas
próximas;
Reprovado por estudar em uma universidade que não é considerada
“top”?
Reprovado por fazer um curso de graduação que a empresa não
aceita, mesmo você tendo um perfil completamente compatível com
a vaga?
Reprovado porque não conhecia a empresa? Mas, de novo,
ninguém nunca te ensinou como pesquisar e avaliar uma empresa;
Estes são só alguns dos diversos motivos que levam milhares de
jovens a serem reprovados todos os anos em processos seletivos.
As empresas e o pessoal de recursos humanos esperam que você
vá bem nos processos, mas ninguém nunca te ensinou como se
preparar para conquistar a vaga que você quer. Este livro foi escrito
para ajudar pessoas como você.

Acreditamos que existem diversos jovens cheios de potencial


querendo uma oportunidade no concorrido mercado de trabalho,
mas não são aprovados nas empresas que desejam porque nunca
foram preparados para conquistar essas vagas. Assim como você
recebe ajuda para estudar e se prepara para passar em um
vestibular, com esse livro queremos te pegar pela mão e te ensinar
a navegar por cada etapa dos processos seletivos de estágio.
O primeiro emprego é algo que pode definir toda a sua carreira, seu
estilo de trabalho, o setor do mercado que você vai atuar e até suas
futuras amizades. Ele pode também definir se você será feliz ou
não. É um momento importantíssimo na vida de qualquer jovem
universitário ou recém-formado, porém nossas universidades não
nos ensinam como ser aprovados.
Na nossa visão é inadmissível um jovem ter que aceitar “o que
aparece”. Principalmente em um país no qual a maioria das pessoas
estão frustradas com o seu trabalho e acabam levando essa
infelicidade para dentro de casa e para suas vidas pessoais. O
primeiro passo rumo a uma vida melhor no futuro é ser capaz de
escolher a empresa que você quer trabalhar e não apenas ser
escolhido.
Este livro foi escrito com o objetivo de ajudar você a conquistar a
vaga que deseja no mercado de trabalho.

Sem mimimi e sem bla bla bla. Prometemos ser diretos e evitar ao
máximo o papo do “seja você mesmo”. Vamos te explicar
detalhadamente o que as empresas esperam em cada etapa do
processo seletivo. Passaremos pelos testes online, montagem do
currículo, dinâmicas de grupo, entrevistas e muito mais. Queremos
te mostrar até como é possível conseguir ser aprovado em uma
empresa que não aceita o curso X ou a faculdade Y. Criamos todo o
material que você precisa para conquistar sua vaga dos sonhos em
um único livro.
Por que este livro foi escrito?
Prólogo
Introdução
O que esperar deste livro?
Atividades
Capítulo 0: Gestão de Tempo
Gestão de Prioridades
Gestão Simples do Tempo
Você já tem um emprego
Atividades
Capítulo 1: Definindo Objetivos
Você é Sniper ou Metralhadora?
Estágio X Trainee X Analista
Empresas Grandes X Empresas Pequenas
Descobrindo o que eu quero, ou o tal do Autoconhecimento
Atividades
Capítulo 2: Escolhendo os alvos
O que te leva ao sucesso nos processos seletivos?
Como stalkear aquela empresa que você quer entrar
Considerações
Atividades
Capítulo 3 – Montando o Currículo
Qual a importância do currículo?
As 3 lições que você precisa saber para montar um bom currículo
Tenho experiência? E se eu não tiver, o que coloco no currículo?
Atividades como centro acadêmico, empresa júnior, atlética e
voluntariado contam como experiência?
O que colocar no currículo e como deve ser a estrutura
Como organizar a informação no seu currículo
Os 12 erros mais comuns em currículos:
Vídeo-Currículos
Atividades
Capítulo 4 – Se Candidatando para as Vagas e Encarando os Testes
Online
Onde e Como se Candidatar
Descrição da Vaga
Testes Online
Informações Básicas
Considerações Sobre o Excel
Testes de Inglês
Teste de Fit Cultural
Testes de Lógica Resolvidos
Atividades
Capítulo 5 – As Dinâmicas de Grupo
Dinâmicas Puramente Sociais
Dinâmicas Estilo Case
O que o entrevistador quer ver na Dinâmica de Grupo
Atividades
Capítulo 6 – Entrevistas
Esportes e entrevista – O que uma final de campeonato pode te
ensinar sobre sua entrevista.
O que é uma entrevista? E o que esperar?
Como se preparar?
Se preparando para entrevistas em pequenas empresas e
startups:
Saiba se vender
Seja honesto
Algumas dicas pontuais sobre entrevistas de estágio:
A estrutura da entrevista e como começar
Me fale sobre você
Principais perguntas das entrevistas de emprego e como
respondê-las:
Como responder perguntas absurdas ou sem uma resposta exata
Cases
Você tem alguma dúvida?
Testes Psicológicos
E Depois da Entrevista?
Atividades
Capítulo 7 – Quem Indica?
Como ser indicado?
Atividades
Capítulo 8: Exige-se Experiência
Atividades
Capítulo 9 – Ah, mais algumas coisinhas
Linguagem Corporal e Oratória
Crenças Limitantes
Business Sense
Internet e Redes Sociais
Desenvolvimento Pessoal Sempre!
Atividades
Capítulo 10 – E se mesmo assim nada der certo?
Buscando Oportunidades no Linkedin
Oportunidades Através de Eventos
Conseguindo um Summer Job mandando e-mails
Oportunidade por participar de atividades extracurriculares
Oportunidade por já estar no mercado
Oportunidade Através de Feiras de Estágio
Oportunidade Demonstrando Proatividade
Oportunidade através de Laços Fracos
Como escrever um bom e-mail quando se está em busca de
estágio
Atividades
Capítulo 11 – Resumindo
Nosso Segredinho
Epílogo
Agradecimentos
Sobre os Autores
Uma última coisa...
Prólogo
O despertador do celular toca. Sofia sem querer levantar da cama
coloca o modo soneca para ter mais 10 minutos de sono.
O despertador toca de novo. Sabendo que seu professor não
permite que os alunos entrem atrasados na sala de aula, resolve
levantar-se. Troca de roupa, prepara uma xícara de café preto forte
junto com uma torrada e come rápido pois já está atrasada. Escova
os dentes, pega a bolsa com o material e sai correndo para a
universidade.
Chegando na aula de Física 3, eletromagnetismo, senta-se ao lado
de Rebeca e Lucas. Ela tenta prestar atenção na aula, mas parece
que aquilo simplesmente não entra em sua cabeça, ainda mais com
o sotaque russo do professor. Depois de alguns minutos, já
conformada, começa a puxar papo com Rebeca.
- Nossa, não aguento mais essas aulas maçantes e teóricas. Não
entendo nada, parece muito descontextualizado da realidade.
- Nem me fale, já tomei pau nessa matéria e mesmo fazendo a
segunda vez parece que não aprendi nada.
- Queria arranjar um estágio para começar a ganhar meu dinheiro e
poder ver como é aplicar tudo isso que vemos na prática.
- Pois é, mas o país está em crise, sempre vejo o pessoal
reclamando que está bem difícil conseguir emprego, principalmente
para a gente que não tem experiência.
Nisso Lucas entra no meio da conversa: Esse pessoal reclama
muito meninas. É só mimimi para todo o lado. Emprego sempre tem,
esses dias mesmo li uma reportagem sobre o como as empresas
tem dificuldade de achar bons candidatos para completar todas as
vagas. Na multinacional onde trabalho, estávamos com processo
seletivo aberto e quase não completamos as vagas. O pessoal
chega muito despreparado.
- Não é possível Lucas - Responde Rebeca - Sempre vejo gente
reclamando que não acha estágio. Essas empresas que são loucas
e já querem gente com experiência para Estágio! Estágio é para
aprender, é para estudante, não somos profissionais formados e as
empresas exigem cada vez mais. Esse mundo está doido mesmo...
- Rebeca, antigamente ter um diploma bastava para ter um
emprego, hoje em dia se formam quase 1 milhão de estudantes por
ano no Brasil! Isso já não diferencia mais ninguém. Ter diploma todo
mundo tem. A questão é o que você faz para se diferenciar desses
1milhão de estudantes.
- Falou o cara bonzão só por que trabalha em multinacional. Conta
aí então o que você fez para conseguir seu estágio.
Lucas faz uma careta pelo tom irônico, mas começa a explicar: O
primeiro passo é querer, mas querer de verdade. Muita gente fala
que quer um estágio, mas quando você pergunta para quais
empresas o cara se candidatou ele fala que ainda não se inscreveu
para nenhuma! Será que ele quer mesmo ou está só falando da
boca para fora?
É a mesma coisa de quem fala “Ah, meu sonho é viajar o mundo”.
Novamente, você pergunta o que a pessoa está fazendo para
realizar esse sonho e lá vem uma enxurrada de desculpas. A
pessoa fala que tem esse sonho, mas nunca foi atrás de ver
passagens aéreas, ela fica inventando desculpas que é caro, mas
nunca foi pesquisar os valores de fato.
O que quero dizer é que falar que quer estágio é fácil e reclamar da
crise é cômodo, afinal você tem uma excelente desculpa para
justificar o fato de não conseguir um estágio sem nem ao menos
tentar direito. Quando eu fui buscar estágio ano passado eu me
candidatei para pelo menos umas 20 empresas, sendo que cada
uma tinha seus próprios testes de perfil, de inglês, de lógica...
Foram horas e mais horas na frente do computador preenchendo
dados e fazendo testes, mas depois de quase seis meses
finalmente consegui uma vaga em uma boa empresa. Bom, mas
agora vou prestar atenção na aula, se quiserem depois posso
passar mais dicas para vocês.
Rebeca pareceu contrariada com a resposta, mas Sofia começou a
refletir sobre o que acabara de ouvir.
- Caramba, de fato eu falo que quero um estágio, mas até hoje só
me candidatei para 2 empresas. Nem na feira de estágios que teve
na faculdade eu fui... Talvez esteja na hora de eu focar nisso. Acho
que depois da aula vou começar a pesquisar sobre processos
seletivos...
Ainda perdida em pensamentos Sofia percebe que o restante dos
alunos já está guardando o material, a aula já está para acabar. Ela
recolhe suas coisas e antes que seus amigos saiam pergunta para
Lucas: “Lucas, você pode me ajudar com esse lance do estágio?
Realmente estou a fim de arranjar um antes do fim do ano”.
- Vamos andando comigo para o ponto de ônibus, se não vou
chegar atrasado no trabalho hoje.
- Claro, te acompanho até lá. – Tchau Rebeca, vou andando com o
Lucas.
- Então Sofia, quando comecei a procurar eu sofri bastante, acho
que demorei para conseguir algo pois fiz muitas coisas erradas. Na
primeira vez que fui chamado para uma dinâmica de grupo em uma
grande empresa, acabei indo depois de uma aula com a roupa do
dia a dia mesmo, uma calça jeans e camiseta. Passei vergonha
quando cheguei e vi todos os outros candidatos de camisa social,
alguns até de terno. Minha moral ficou lá embaixo e mal consegui
participar da dinâmica direito. Lógico que acabei reprovado.
Teve outra vez, depois dessa primeira dinâmica, que fui chamado
para uma entrevista em uma startup. Pensei comigo “não vou
cometer o mesmo erro”. Comprei uma camisa social bacana e um
terno, mas quando cheguei lá foi o contrário e todo mundo na
startup estava vestido bem informal, alguns até de bermuda,
acredita? De novo me senti deslocado logo no início e acabei
mandando mal.
- Nossa! É disso que eu estou falando, como que eu vou saber o
que vestir? Nem isso dá para saber, cada empresa quer uma coisa.
Se não sei nem o que vestir, imagina o resto do processo.
- Sabe Sofia, os processos seletivos têm muitas sutilezas que
precisamos aprender para mandar bem. Acertar na vestimenta é só
o básico, com uma rápida pesquisa na internet ou trocando ideia
com alguém que trabalha na empresa, você descobre o tipo de
roupa que os funcionários costumam usar e já chega sem parecer
completamente deslocado. Sem falar que isso passa uma melhor
impressão e mostra que você combina com a empresa, tem o tal do
“fit”.
- E como você pensou em conversar com alguém?
- Bom, eu fiquei uns quatro meses fazendo várias tentativas
frustrantes de arranjar um estágio, até que um amigo meu me
indicou um livro que me ajudou muito e cerca de um mês depois
estava com três propostas de estágio. Ó lá meu ônibus, tenho que
correr, depois nos falamos...
- Ei, que livro foi esse?
- Vou perder o busão, me manda mensagem no WhatsApp e
conversamos mais tarde. Beijo.
- Beijos.

Como tinha um intervalo de uma hora até a próxima aula, Sofia


resolveu ir na sala de estudos dar uma pesquisada sobre o assunto.
Chegando lá sentou em um dos computadores e digitou no Google:
Como conseguir estágio?
Ela clicou nos primeiros 5 links, todos muito parecidos, com
chamadas do tipo “X dicas para conseguir um estágio”. Ela leu
alguns, mas eram dicas bem genéricas e dispersas tratando as
várias etapas do processo seletivo. Logo pensou:
“Que droga, tem um monte de dicas soltas, mas eu nem sei por
onde começar. Seria tão bom se tivesse um guia completo que eu
pudesse seguir passo a passo... Qual será que é o livro que o Lucas
falou?”
Sofia pegou o celular e mandou uma mensagem no WhatsApp para
o Lucas.
Sofia: Lucas, me passa o nome daquele livro sobre estágios que
você falou
5min depois...
Sofia: Ei, por que você visualizou e não respondeu?
Lucas: É que não sei se posso te passar... foi um amigo que me
indicou e ele disse que não era para comentar com ninguém sobre o
livro
Sofia: Mas agora você já falou, estou curiosa, me conta vai!
Sofia: Por favor, to procurando no google, mas as dicas são muito
soltas e genéricas
Lucas: To ligado, qdo tava procurando estágio tbm busquei no
google e achei tudo muito genérico
Sofia: Então, me passa o nome do livro
Sofia: Que coisa idiota não poder falar...
Lucas: Ta bom, te falo, mas só se você prometer uma coisa
Sofia: O q?
Lucas: É um livro prático, ele tem todo uma rotina de exercícios que
precisa ser seguida, se não seguir não adianta nada. Ele vai te dar
um passo a passo detalhado, mas você precisa fazer o que ele diz,
se não vai ser só mais um livro que não vai adiantar nada
Sofia: Hnn...
Lucas: Se você QUER MESMO conseguir um estágio vc tem q
prometer que vai ler o livro como ele é indicado e fazer todos os
exercícios. Promete?
Sofia: Ta bom, passa o nome agora
Lucas: Ele só tem em formato e-book, vai na Amazon que só tem o
e-book pra vender lá
Sofia: www.amazon.com.br ?
Lucas: isso
Sofia: ok, e qual o nome do livro?
Lucas: O livro negro dos estágios
Sofia: Obrigado querido =)
Lucas: Ah, assim que começar a ler você vai ver que a primeira
missão do livro vai exigir uma pessoa para ser sua dupla no
processo. Vai ser assim que vou saber se vc vai fazer tudo... vou ser
sua dupla
Sofia: Dupla, como assim?
Lucas: Compra o livro e começa a ler que você vai entender...
O LIVRO NEGRO DOS
ESTÁGIOS
Introdução
Bem-vindo ao Livro Negro dos Estágios.
O objetivo deste livro é simples: Ser seu guia para que você esteja
preparado para conseguir um estágio dentro de aproximadamente
um mês, mas o tempo depende de você e da sua dedicação.
Este não é um livro normal. O Livro Negro dos Estágios possui uma
dinâmica própria que será explicada nessa introdução e que você
deve seguir à risca. Caso não à siga, já adianto que estará
perdendo tempo lendo este livro.
Vamos às regras que devem ser seguidas durante a leitura do livro:

AS REGRAS
1. Querer
Você precisa querer um estágio. Quando falamos querer, estamos
falando QUERER de verdade. Você precisa ter aquela vontade
intrínseca de conseguir um estágio, caso contrário irá desistir antes
de começar. Vamos deixar estabelecido que QUERER é diferente
de só falar que quer... Só querer é diferente de QUERER.
Quando você prestou vestibular não foi só estudar na véspera e
passar. Você estudou anos, acumulou conhecimento, para então
prestar a prova do vestibular e conquistar a sua aprovação. Com um
estágio é a mesma coisa, você não consegue um bom estágio do
dia para a noite. Conquistar um estágio implica dedicação.
Neste livro teremos uma série de exercícios práticos ao fim de cada
capítulo que devem ser realizados. Algumas vezes serão
trabalhosos, mas são essenciais à sua preparação. Lembre-se que
conseguir um bom estágio não é um tiro de 100 metros, é uma meia
maratona.

2. Parceria
Esse livro deve ser lido em duplas, trios ou grupo de quatro
pessoas.
Estes parceiros serão essenciais para a realização de algumas das
atividades aqui propostas, além de se ajudarem mutuamente para
manterem-se motivados durante os momentos em que dará vontade
de desistir.
Ler o livro sozinho implicará em possíveis perdas de conteúdo. Ler o
livro em mais de 4 pessoas implicará em dispersão.
As pessoas que você convidar para ler este livro devem seguir a
regra nº1 – QUERER – sem isso elas acabarão desistindo no meio
do caminho e te deixando na mão. Caso isso aconteça arranje logo
um parceiro substituto que já leu o livro, ou caso contrário indique o
livro para alguém e lhe ajude nos primeiros capítulos para chegar
onde você está.

3. Fazer
Se for só ler é melhor desistir aqui. Esse livro é essencialmente
prático. Teremos atividades ao fim de todos os capítulos que devem
ser feitas assim que acabar a leitura do mesmo. Você NÃO deve
avançar para o próximo capítulo sem concluir as atividades.
O que esperar deste livro?
Os capítulos deste livro são as fases envolvidas na busca de um
estágio, desde a preparação até o processo seletivo em si,
passando por alguns outros temas que podem te ajudar na
conquista de uma vaga.
Ao longo dos capítulos também buscaremos trabalhar uma
mudança de mindset em relação ao modo como você encara a
busca por um estágio. Ter o mindset correto na hora de buscar uma
vaga é essencial para ter sucesso nessa empreitada.

Além destas frentes vale falar que este é um livro interativo, que
exige sua participação e realização das atividades. Durante a leitura
indicaremos vídeos que devem ser vistos e websites que te
ajudarão na sua jornada.
Por conta desse formato dinâmico recomendamos ter a versão e-
book do livro no computador ou tablete.

Para quem é este livro?


- Você QUER um estágio?
- Quero
- QUERO ou só quero...?
- QUERO!
- Então é pra você.
- Mas eu não tenho um bom currículo, nem experiência prévia, nem
participei de atividades extracurriculares...
- Você QUER um estágio?
- Quero...
- QUERO ou quero...?
- QUERO!
- Então é pra você.
- E se eu já tenho um bom CV e só quero mais algumas dicas?
- Você já tem o estágio que deseja?
- Não
- Você QUER um estágio?
- QUERO!
- Então esse livro é pra você.

Como ler este livro?


Leia o livro em ordem, seguindo os capítulos. Não pule nenhum.
Não avance ao próximo capítulo sem fazer as atividades
estabelecidas no capítulo que acabou de ler. Também não avance
ao próximo capítulo sem que seu(s) parceiro(s) tenha(m)
completado as atividades. Lembrem-se, vocês são parceiros, estão
nessa juntos. Busque sempre puxar seu parceiro para fazer cada
vez mais. Vocês devem se ajudar e subir a régua um do outro
sempre. Não aceite a mediocridade. Lembre-se, vocês QUEREM.
Se mesmo depois de tentar puxar seu parceiro ele não estiver
fazendo as atividades, você deve perguntar se ele quer desistir. Se
ele pular fora, ele não QUER um estágio. Vá encontrar outro
parceiro.

Se pensar em desistir, lembre-se que você está prestes a entrar no


mundo profissional. Ninguém definiu tão bem o mundo profissional
quanto o Bernardo Hess, CEO da Kraft Heinz, nessa frase:
“O mundo profissional é que nem entrar num ônibus, tem dois lados
pra sentar. O lado das pessoas que entregam resultados e o outro
lado das pessoas que explicam porque não entregam resultados”
Você está prestes a entrar no mundo profissional e precisa decidir
de qual lado do ônibus vai sentar. Lembre-se, só tem dois lados.
Agora que você já sabe como o Livro Negro dos Estágios funciona
eu te pergunto: Vamos começar a nossa jornada?
Atividades
Atividade 1: Assista ao vídeo no qual Bernardo Hess responde à
pergunta: O que é preciso para ser considerado um talento
promissor?
Link: www.youtube.com/watch?v=ZAH52bVIbfI
Agora responda: Você acha que pode ser considerado um talento
promissor? O que falta para ser considerado um talento de acordo
com o que o Bernardo Hess falou?

Atividade 2: Encontre sua dupla, trio ou grupo de 4 pessoas. Caso


não pense em nenhum conhecido seu que tope o desafio vá para a
Atividade 3, referente a nossa comunidade no Facebook, onde você
pode encontrar alguns parceiros no mesmo momento de vida que
você.

Atividade 3: Solicite participar da nossa comunidade exclusiva no


Facebook no link: www.fb.com/groups/olivronegrodosestagios
Assim que for aprovado faça um post se apresentando, fale sua
universidade, cidade onde mora, que tipo de estágio está buscando,
se quer alguma empresa específica.
Caso queira encontrar alguém com interesses semelhantes, use a
lupa do grupo e tente pesquisar por palavras chaves de seu
interesse como cidade, universidade, nome da empresa desejada e
setor de atuação da empresa.

LEMBRE-SE: NÃO AVANCE PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO SEM


TERMINAR AS ATIVIDADES ESTABELECIDAS!
Sofia: Caramba, esse livro parece meio sinistro
Lucas: Vai valer a pena demais, pode confiar
Sofia: Já cheguei ao fim da Introdução, vou para o capítulo zero?
Lucas: Eu já vou ser sua dupla, né? Então só faz a outra atividade e
pode seguir
Lucas: Mas só avança depois de fazer as atividades hein!!
Sofia: Pode deixar...
Sofia: Tava pensando, posso chamar a Rebeca para ler o livro
também?
Lucas: Você acha que ela QUER um estágio?
Sofia: Ela tem aquele jeito que parece meio largado, mas ela está
precisando de um estágio sim... Parece q a mãe dela perdeu o
emprego
Lucas: ok, vc que sabe... Mas então espera ela chegar onde você
está no livro antes de avançar...
Sofia: blz
Capítulo 0: Gestão de Tempo
Este capítulo é o capítulo zero, pois ainda não entramos no
conteúdo do Livro Negro dos Estágios propriamente dito.
Este capítulo existe porque sabemos da dificuldade que algumas
pessoas têm com gestão de tempo, portanto pretendemos te ajudar
com isto antes de avançarmos.
Embora as pessoas falem que existam ferramentas de gestão de
tempo, gostaríamos de ressaltar uma coisa: usar essas ferramentas
paradoxalmente consomem tempo, além do que são para pessoas
que já possuem uma agenda realmente lotada. Não queremos te
subestimar, mas provavelmente você não precisa disso. Deixa a
gente te dar um exemplo de pessoas com agenda lotada, se você
acha que se parece com alguma ok.
Exemplo: O presidente dos EUA tem uma agenda lotada,
resolvendo questões de segurança nacional e tentando desenvolver
uma das maiores nações do mundo; Jorge Paulo Lemann,
empresário dono de empresas como AmBev, Heinz, Burger King e
outras, além de várias Fundações e ONGs, também tem uma
agenda lotada.
Para dar um exemplo mais próximo: Quem trabalha 6h por dia,
gasta mais 2h por dia em transporte, faz pelo menos 4 matérias na
faculdade, faz curso de idiomas ou algum outro curso por fora...
Este cara está começando a ter uma agenda lotada e precisa
começar a pensar em gerenciar seu tempo.
Agora se você “só” estuda, mesmo sabendo o quanto isso pode ser
difícil e consumir tempo, nos desculpe, mas você não tem uma
agenda lotada, você não precisa de ferramentas de gestão de
tempo complexas. O que você precisa é aprender a gerir suas
prioridades e apenas ferramentas simples de gestão de tempo.
Gestão de Prioridades
Ainda que muita gente reclame que está sobrecarregado e não
sobre tempo para nada, acreditamos que tempo é a coisa mais
democrática do mundo: todo mundo tem exatamente a mesma
quantidade, 24h, e ninguém pode tirar ou roubar de você.
A grande questão aqui é saber priorizar aquilo que é mais
importante para você e tem mais a ver com seus objetivos, assim
como despriorizar as outras coisas que tem servido como distração.
A gestão de prioridades é simples e composta por apenas 3 passos:
A gestão de prioridades começa com o ato de determinar quais são
as suas prioridades e quais NÃO são suas prioridades. Você deve
ter isto muito claro na sua mente. Para te ajudar a definir isso
recomendamos que escreva em uma pequena folha de papel quais
são as suas prioridades para os próximos meses.

Exemplo:
Minhas prioridades para os próximos 6 meses são:
#1: Ler o Livro Negro dos Estágios e completar todas as
atividades descritas
#2: Buscar me capacitar e melhorar meu currículo
#3: Ser aprovado em todas as matérias que estou cursando
na universidade

Isso é só um exemplo, escreva as suas prioridades para os


próximos meses. É importante ressaltar que são prioridades para
apenas os meses que se seguem, então é normal você sacrificar
algumas antigas prioridades por um tempo até você conquistar seus
objetivos. Veja que no nosso exemplo não colocamos como
prioridade sair com amigos ou ler outros livros, pois nesse momento
o foco seria conseguir um estágio. Isso pode voltar a fazer parte da
minha lista após esse período de meses estabelecido (pode ser algo
em torno de 2 ou 3 meses).
Ressaltando, isto é um exemplo. Caso queira, pode colocar outras
prioridades na sua lista, apenas pedimos que não ultrapasse o
número de 5 prioridades. Mais do que isso você não terá prioridade
nenhuma, apenas uma lista vazia. Cinco é o número máximo, porém
quanto menor o número de prioridades mais foco e tempo você
conseguirá alocar para cada uma.
Lembre-se:
“Quem tem muitas prioridades acaba por não ter nenhuma”

Lista de NÃO-Prioridades
Agora que você já possui sua lista de prioridades, está na hora de
deixar claro para você mesmo o que NÃO será prioridade nos
próximos meses. Isso é tão, ou até mais, importante que suas
prioridades.
Aqui não é para escrever uma lista infindável. Você deve focar em
coisas que você geralmente faz e terá que abrir mão durante os
próximos meses para atingir os objetivos estabelecidos na lista de
prioridades.
Algumas coisas você pode abrir mão completamente, outras você
pode estabelecer um limite de tempo dedicado a elas, uma vez que
não podemos simplesmente deixar de fazer determinadas
atividades.
Outro ponto importante é que a lista de prioridades é enumerada em
ordem de importância dos itens a serem cumpridos. A lista de Não-
Prioridades por sua vez não possui uma ordem.
Exemplo:
Lista de NÃO-Prioridades
Sair para festas - Limite de 1 festa a cada duas
semanas
Não assistirei uma série inteira do Netflix de uma vez, no
máximo um filme ou 2 episódios por semana
Acessar o Facebook e outras redes sociais – Limite de
30min pela manhã e 30min de noite
Outros projetos pessoais – Limite de 30min por dia

A Lista de NÃO Prioridades pode ter quantos itens você achar


necessário, porém foque em coisas que geralmente ocupam seu
tempo e que não estão contribuindo para a realização da lista de
prioridades.
Uma vez escrita essas listas, recomendamos colar ambas na
parede de seu quarto. A Lista de Prioridades especificamente deve
ser lida todas as manhãs ao acordar para que você possa lembrar
de focar nos seus objetivos durante o dia. A Lista de Prioridades
também deve ser lida todas as noites logo antes de dormir, de modo
que ao deitar você possa refletir o que fez e aprendeu durante o dia
que está te colocando mais perto dos objetivos estabelecidos e o
que deixou de fazer ou o que poderia ser feito melhor. Esse
momento de reflexão é muito importante, pois te ajuda a ver quais
partes do seu dia podem ser otimizadas para focar mais nos seus
objetivos, além de ajudar a consolidar os aprendizados daquele dia.
Gestão Simples do Tempo
Apenas de começar a gerir suas prioridades e refletir todas as noites
se está atingindo seus objetivos, sua gestão de tempo melhorará
consideravelmente, porém algumas dicas simples e que podem ser
aplicadas com facilidade também podem te ajudar. A ideia aqui são
atividades de gestão de tempo que podem ser aplicadas na hora,
sem tomar mais tempo da sua organização.

1) Foco total – Técnica Pomodoro


Quantas vezes você ouviu alguém falar “nossa, estudei o dia todo
ontem, mas só consegui estudar 2 capítulos do livro”. Sendo que
durante um dia todo seria possível ter estudado pelo menos uns 5
capítulos. O problema é que muitas pessoas falam que estudaram o
dia todo, enquanto na verdade quando você vai ver de perto elas
passaram mais tempo conversando no WhatsApp, postando foto
que estavam estudando no Instagram, indo comprar algo para
comer, organizando o material e tudo o mais, menos estudar em si.
A verdade é, as pessoas têm um problema sério de FOCO. Para
resolver este problema e te ajudar a focar no que está fazendo em
cada momento recomendamos a técnica Pomodoro. Essa técnica
consiste em basicamente ajustar um timer de 25min (pode
simplesmente colocar um despertador no seu celular para daqui
25min), e durante esse tempo você só pode estudar ou focar no que
estiver fazendo. Não é permitido interromper o que estiver fazendo
para conversar, para comer, para ir ao banheiro, para checar
mensagem no celular, nada. A regra é foco total!
Se durante esses 25 minutos você lembrar que tem que fazer algo
muito importante ou urgente apenas escreva em um post-it ou
pedaço de papel essa atividade e quando acabar os 25min você vai
realiza-la. Durante esse tempo você não pode fazer nada além do
que se propôs.
Após acabar os 25min você coloca mais um timer de 5min, que será
um tempo de descanso, ou você pode usar para realizar as
atividades que anotou, para checar o celular, ir ao banheiro, comer,
etc. Após 4 ciclos você pode dar um intervalo maior de 20min.
Com o tempo, você vai começar a aumentar seu foco e pode ir
aumentando o tempo de 25min caso sinta-se confortável com isso.
Existe uma infinidade de aplicativos que te ajudam com a técnica
Pomodoro, alguns mais ou menos completos. Você pode tentar
instalar um no seu celular.

2) Desative notificações desnecessárias


A todo momento o celular começa a vibrar e isso nos impede de
focar no que estamos fazendo. Uma solução caso você não tenha
muito autocontrole é silenciar suas conversas do WhatsApp e outros
aplicativos que sempre apitam. Uma outra ideia pode ser desinstalar
o Facebook do celular, caso sua timeline costume te devorar por
horas.
No computador é possível desativar apenas a timeline, o bate-papo
e grupos continuam disponíveis. Se você usa o Chrome como
navegador experimente a extensão “Face Mais”.

3) A regra dos 2min


Sempre que você NÃO estiver executando o Pomodoro e lembrar
que deve fazer algo que dura menos de 2min, faça-o no mesmo
instante. Isso lhe ajuda a diminuir sua lista de coisas a fazer,
permitindo que sua cabeça desocupe aquele espaço de
preocupação.
Lembrou que tem que mandar um e-mail para a imobiliária da casa?
Tem que lavar o prato do almoço? Tem que pagar uma conta na
internet? Se isso leva menos de 2min faça isso agora e deixe sua
mente livre.

4) Planeje, mas só um pouco


Você provavelmente conhece alguém que é bom de planejamento,
faz esquemas maravilhosos, traça cronogramas, tem tudo mega
detalhado, só tem um problema: A pessoa não cumpre nada do que
planejou... Não seja essa pessoa.
Planejar o mínimo para não esquecer das atividades é importante,
mas é só isso, o mínimo de planejamento basta.
Basta usar, por exemplo, o Google Calendar e anotar as suas
atividades, é mais do que suficiente. Caso prefira, pode utilizar
algum app ou uma agenda física. O importante é poder ter acesso
ao seu planejamento de qualquer lugar, para não esquecer
nenhuma atividade.
Nada complexo e muito enfeitado, apenas o básico. Quanto mais
tempo gastar planejando, menos tempo sobra para a execução.

5) Devore um sapo toda manhã


“Eat a live frog first thing in the morning, and nothing worse can
happen for the rest of the day” – Mark Twain
Em outras palavras, Mark Twain nos diz que um bom jeito de
começar nosso dia é realizando primeiro as tarefas mais difíceis e
estressantes logo pela manhã, pois depois disso dificilmente algo
vai te estressar ou piorar o seu dia. Outra vantagem é que tudo o
que fizer no resto do dia parecerá mais fácil.
É uma abordagem que não funciona com todos, mas que vale a
pena ser testada. O essencial é descobrir o que funciona melhor
para você.
Você já tem um emprego
Antes de acabarmos este capítulo, e começarmos de verdade o
livro, gostaria de dizer que: Sim! Se você quiser você já tem um
emprego! Isso mesmo, estamos te oferecendo um emprego! Ele é
temporário, mas com certeza será de grande valia.
A sua principal função nesse novo emprego é se preparar e
conseguir um estágio. Se você quer um estágio, você irá trabalhar
no mínimo 20h semanais, ou seja, se você tem esse tempo para
trabalhar daqui alguns meses, ele deve estar “livre” agora. Por isso,
use este tempo para se dedicar a conquista do estágio desejado.
20h semanais são 4h por dia sem nem ocupar o seu final de
semana.
Pense que, como em todo o emprego, óbviamente você será
remunerado, mas só depois de completar a tarefa. Quanto antes
conseguir um estágio, antes o dinheiro começa a entrar. Se você
quiser se dedicar 5h semanais, ao invés de 20h, tudo bem, mas
provavelmente demorará 4x mais para conseguir um estágio,
consequentemente continuará um bom tempo sem renda. E aí,
conseguir um estágio está entre suas prioridades?!
Atividades
Atividade 1: Aplique a técnica pomodoro enquanto realizar a
atividade 2. Como falado, pode ser só o timer do celular ou você
pode baixar algum app e testar. O importante é se familiarizar com a
técnica.
Depois disso tente aplicar essa técnica com seus estudos da
faculdade ou outras atividades.

Atividade 2: Caso ainda não tenha feito, escreva sua lista de


prioridades e sua lista de não-prioridades. Cole a lista na parede de
seu quarto. Lembre-se de seguir as instruções no capítulo.

Atividade 3: Com foco em cumprir suas prioridades estabelecidas,


trace um mini cronograma e quais atividades vai fazer cada dia
usando o Google Calendar ou uma agenda. Você pode colocar
horas de estudo, aulas, momentos de leitura do livro e de realização
das atividades, etc.

NÃO AVANCE O CAPÍTULO SEM TERMINAR AS ATIVIDADES


ESTABELECIDAS!
Sofia criou o grupo “O Livro Negro dos Estágios”
Sofia adicionou Lucas
Sofia adicionou Rebeca
Sofia: Oi gente, criei esse grupo para podermos discutir melhor o
livro
Sofia: Já leu Rebeca?
Rebeca: Terminei agora a pouco, mas não fiz as atividades ainda
Sofia: A parte que ele descreve as pessoas que falam que ficam o
dia todo estudando mas ficam só postando foto no instagram e
conversando parece vc hahaha
Rebeca: Kkkkk engraçadona
Rebeca: Mas pior q é mesmo, depois de ler fiquei pensando nisso.
Para estudar pra prova de quinta vou usar essa técnica Pomodoro.
Falei com um amigo e ele me indicou um app chamado “Forest”.
Tem o timer de 25min, mas cada vez que você usa e completa o
ciclo de 25min ele planta uma árvore no app
Sofia: Bacana, vamos usar!
Rebeca: E o legal é que dá pra compartilhar entre a gente pra ver
quem planta mais árvores por dia =)
Sofia: Muito bom, vou instalar aqui
Rebeca: Vc falou de mim sobre não focar no estudo, mas eu lembrei
de você na parte de quem planeja muito e não executa o
planejamento. Vc faz aquelas agendinhas mega bonitas, mas nunca
segue o cronograma, deixa td pra última hora kkkk
Sofia: É, tenho que mudar isso tb =/
Lucas: Boa ideia criar o grupo para irmos acompanhando o
progresso um do outro =)
Lucas: Mas e aí meninas? O que acharam? Já fizeram as
atividades?
Sofia: Fiz sim, já fiz a lista de prioridades
Rebeca: Vou fazer ainda hoje... o que vc colocou na sua Sofia?
Sofia: Conseguir o estágio com #1, obviamente, fora isso coloquei
só passar em todas as matérias que to fazendo..
Rebeca: Boa, física 3 ta ferrando a gente =/
Sofia: Lucas, uma coisa que reparei no livro é que ele sempre fala
na terceira pessoa do plural, tipo quando ele fala “gostaríamos de
ressaltar uma coisa” ou “nós não queremos te subestimar”... achei
meio estranho
Rebeca: Nem tinha notado, mas agora q vc falou, é mesmo!
Sofia: Tem algum motivo pra isso?
Lucas: Continue lendo que vai descobrir..
Sofia: Aff, quanto mistério pra um livro
Lucas: =)
Capítulo 1: Definindo Objetivos
Seja bem-vindo de volta.
Agora que você já entendeu como este livro funciona e aprendeu a
gerenciar suas prioridades e tempo, para não ficar com aquele
mimimi vergonhoso de quem nunca conseguirá um estágio.... Ou
você acha que alguma empresa quer contratar quem não consegue
organizar seu próprio tempo só para fazer universidade e se
candidatar para meia dúzia de vagas? Você acha que alguma
empresa acredita que uma pessoa assim conseguiria conciliar
universidade e estágio?
Bom, agora iniciemos o que interessa, nossa jornada vai começar.
Você é Sniper ou Metralhadora?
Observando as pessoas que buscam estágio podemos notar
claramente que existem dois grupos de pessoas: os Snipers e as
Metralhadoras.
Sniper é um tipo de atirador especial, que usa uma arma com uma
mira muito precisa e geralmente dispara pouquíssimos tiros para
atingir seu objetivo. É uma analogia com aquela pessoa que sabe o
que busca em um estágio e, conscientemente, limita suas
candidaturas a um pequeno número de empresas, podendo assim
focar melhor em cada alvo. Afinal, como o sniper possui poucos
alvos, ele prepara muito melhor o tiro para ser dado em cada alvo,
diminuindo sua chance de erro.
Dentro da categoria dos snipers temos algumas divisões de acordo
com como se dá o foco de cada um desses atiradores. Temos
snipers que optam por focar em todas as empresas de um setor
específico; outros focam em empresas com determinada cultura
corporativa; outros ainda demonstram um trabalho maior de
autoconhecimento e de pesquisa sobre cada empresa e, de modo
consciente, focam em um número mais limitado ainda de empresas,
algumas vezes em apenas 2 ou 3, que acreditam que irá satisfazer
suas necessidades e desejos.
Por outro lado, temos as Metralhadoras, uma arma que consegue
disparar muitos tiros em pouco tempo, porém com uma mira muito
menos precisa que um sniper. É uma analogia com pessoas que
buscam estágio e saem atirando para todos os lados. Quase não
existe mira. Se esse tipo de pessoa vê um alvo, ou um processo
seletivo aberto, logo dispara um currículo. As metralhadoras
geralmente não estão preocupadas com o setor de atuação da
empresa ou em entrar em uma empresa que acreditam possuir uma
cultura que mais combine com elas. Geralmente este tipo de
comportamento é resultado de uma falta de autoconhecimento e de
perspectivas sobre o que esperar do mercado de trabalho, ou em
alguns casos uma postura desesperada para conseguir um estágio
que pode ser resultado de uma necessidade financeira ou da
necessidade de se conseguir um estágio obrigatório para concluir o
curso de graduação.
O Livro Negro dos Estágios não tem como objetivo apresentar
qualquer tipo de juízo de valor sobre qual tipo de atirador você deve
ser, afinal nosso objetivo é apenas um: lhe preparar para conseguir
um estágio. Contudo, é nossa obrigação ressaltar as vantagens e
desvantagens de cada um.
As vantagens de cada um são óbvias, porém, parece um paradoxo.
No caso da metralhadora, quanto mais alvos você tiver e mais tiros
disparar, maior a chance de acertar em um. Por outro lado, quanto
menos alvos você tem, mais tempo você pode despender se
preparando para cada tiro que vai dar, o que pode aumentar
consideravelmente suas chances de acertar cada alvo.
Você pode nos perguntar agora: Como assim gastar mais tempo
com uma candidatura? Não é tudo igual? Apenas entrar no site e
fazer um monte de testes? Que por sinal geralmente tem até tempo,
ou seja, nem é possível gastar mais tempo para fazer bem feito.
Voltaremos nesse assunto nos próximos capítulos, mas apenas para
esclarecer, pense em quem se dará melhor em uma entrevista, uma
metralhadora que chega com respostas prontas e genéricas ou
alguém que estudou profundamente o setor específico daquela
empresa e a empresa em si, alguém que conhece seus valores,
mercado em que atua, estilo do profissional, etc. Obviamente as
chances de um sniper bem preparado aumentam consideravelmente
no momento da entrevista.
Por sinal, até mesmo antes da entrevista as vantagens do sniper
para a candidatura começam a se destacar, por exemplo na hora de
montar o currículo. Sendo nosso tempo um recurso finito e escasso,
quanto mais empresas você for se candidatar, menos tempo terá
para personalizar seu currículo para cada uma, que é o que
acontece com a metralhadora, que monta um CV (curriculum vitae)
padrão e sai disparando para todos os lados. Na outra ponta, o
sniper monta o seu currículo para ter um encaixe perfeito com a
empresa escolhida. No capítulo de currículos falaremos mais
detalhadamente sobre isso.
Assim fica clara a desvantagem da metralhadora em relação ao
sniper quando olhamos uma candidatura específica. Contudo, a
metralhadora possui uma grande vantagem quando olhamos o
quadro geral, afinal ela pode ter 30 chances de acertar o tiro,
enquanto o Sniper geralmente não possui mais do que meia dúzia
de chances.
Vale lembrar do velho ditado que nos alerta sobre o perigo de
colocar todos os ovos em uma única cesta. É uma estratégia
conhecida por investidores que preferem diversificar os
investimentos para diluir os riscos. Se o sniper focar em uma única
empresa o risco de ser negado é grande, pois pode ser que perca o
timing onde há mais programas de estágios abertos e acabe por
ficar mais tempo fora do mercado de trabalho e nesse tempo ele
poderia estar aprendendo e construindo um forte currículo em outra
empresa.
Como veremos à frente, a cabeça de alguns avaliadores é como
uma caixinha de surpresas, você nunca sabe o que sairá de lá. Para
além da analogia, apesar de termos muitos recrutadores sérios e
que tentam usar métodos cada vez mais analíticos, padronizados e
exatos, a subjetividade ainda é algo presente em algumas
entrevistas. Além disso, não é estranho vermos entrevistadores
trazendo para o momento das entrevistas crenças pessoais.
Um exemplo dessa diferença em avaliações é que se por um lado
temos avaliadores que brilharão os olhos quando um sniper falar
que está focando apenas naquela empresa e encararão isso como
uma prova de que a pessoa deseja muito aquele estágio, conhece
bem a cultura da empresa e vem preparando-se para aquilo. Por
outro lado, outros avaliadores podem desconfiar e pensar “Espere,
tem algo errado, se essa pessoa fosse tão boa, por que está se
candidatando só para essa empresa? Será que ninguém quis ele?”
Sim meus caros, cabeça de avaliador é como uma caixinha de
surpresas. Guardem isso. As contradições entre avaliadores e
processos seletivos voltarão a aparecer mais vezes ao longo deste
livro. E fica o aviso, mesmo que você adore a estratégia de sniper,
recomendamos tentar no mínimo 3 processos seletivos distintos.
Estágio X Trainee X Analista
Apesar do nome sugestivo deste livro “O Livro Negro dos Estágios”,
praticamente todos os ensinamentos aqui presentes podem ser
aplicados para qualquer vaga de profissional em começo de
carreira, ou seja, vagas de estágio, trainee e analista. Contudo,
existem diferenças entre cada uma dessas vagas e nossa intenção
nesse subcapítulo é explicá-las para que assim você possa decidir
em qual focar, afinal até as metralhadoras precisam definir um foco,
por menor que seja.
Estágios geralmente são de 30h semanais, 6h por dia, embora
encontre-se alguns de 20h semanais. A grande vantagem do
estágio está justamente no menor tempo que você precisa dedicar à
empresa, o que te permite focar mais nos estudos.
Por questões legais o estagiário não pode trabalhar mais do que
30h, contudo, vale a ressalva que em alguns casos você vai acabar
trabalhando mais de 40h, isto é comum principalmente em
consultorias, bancos de investimento e startups.
Outra vantagem é que um programa bem estruturado de estágio,
pode te fazer aprender muito no seu primeiro contato com o mundo
profissional. Por fim, vale ressaltar a obrigatoriedade do estágio para
alguns cursos.
Algumas das desvantagens do estágio são:
A baixa remuneração, geralmente variando de R$600 a
R$2000;
Algumas empresas podem não ter um programa estruturado
de estágio, fazendo com que você ao invés de aprender, fique
atrelado a atividades chatas e burocráticas, por exemplo ficar
passando dados para o Excel ou ser um secretário barato de
um analista folgado. Por isso é importante pesquisar antes de
se candidatar e buscar conversar com ex-estagiários da
empresa.
Você começa no “baixo-escalão” da empresa, ou seja, você
provavelmente terá que subir toda a escadinha: estagiário ->
analista júnior -> analista pleno -> analista sênior ->
coordenador...

O Trainee costuma ser a menina dos olhos de qualquer


universitário. Enquanto você pode pegar um estágio em qualquer
momento da sua vida acadêmica, o trainee geralmente é exclusivo
para estudantes de último ano ou até mesmo apenas para
formados. Enquanto o estágio geralmente contrata futuros analistas,
o trainee é focado em contratar futuros líderes e gestores para a
empresa, o que acarreta uma série de vantagens como:
Remuneração mais agressiva, em alguns casos chegando em
R$6000
Geralmente é um programa mais estruturado que o de estágio,
com mais treinamentos, inclusive alguns fora do país em
multinacionais
Você pula degraus na hierarquia. É comum depois de
finalizado o programa de trainee, que geralmente dura de 1 a
2 anos, o ex-trainee conquistar direto um cargo de
coordenador
O problema com o trainee é que costuma ser muito concorrido, ou
seja, cabe a você fazer uma análise crítica de suas habilidades e
competências para saber se vale a pena se candidatar para um
trainee. Caso sua análise não seja realista, você apenas irá perder
tempo e se frustrar. Um bom meio de análise é buscar ex-trainees
da companhia desejada no Linkedin e avaliar o currículo deles.
Outro ponto importante de destacar é que da mesma forma que a
empresa investe muito nos trainees, ela vai cobrar muito para que
possam entregar excelentes resultados. Tenha certeza que é isso
que você busca.
Candidatos a trainees quase sempre possuem inglês fluente,
fizeram atividades extracurriculares durante a universidade, outros
estágios realizados antes de prestar o trainee propriamente dito e
realização de atividades que chamam a atenção durante o tempo de
universidade.
Uma ressalva importante é que algumas empresas não têm
programas de trainee, sendo que os estagiários costumam já ter
vários dos benefícios de trainee. Um exemplo são as consultorias
estratégicas de grande porte como McKinsey, Bain & Company e
BCG, que possuem excelente programas de estágio, mas não têm
um programa trainee. Vale a máxima de sempre conversar com
pessoas que já passaram por essas organizações e entender as
suas experiências lá.
FIQUE DE OLHO: Algumas empresas desonestas costumam
chamar um programa de recrutamento de “programa trainee”
apenas para atrair mais candidatos, enquanto na verdade nem um
estágio chega a ser direito, de tão porcamente montado. Sempre
converse com ex-trainees para saber como foi a experiência deles.

Por fim temos vagas de analistas, ou seja, vagas em que você


geralmente trabalha 40h semanais e com carteira assinada, como
se já fosse formado - vale lembrar que o estagiário não tem carteira
assinada, o salário que ele ganha é uma bolsa auxílio. É mais raro
ver universitários entrarem em vagas de analistas, o que vemos
acontecer com mais frequência são universitários que entram como
estagiário e acabam sendo efetivados antes mesmo de se
formarem.
Contudo, é uma porta possível de entrada e que vale a pena ficar de
olho, principalmente se você já passou por outros estágios. A
desvantagem geralmente reside no número de horas trabalhadas,
40h semanais, e no fato de que o analista geralmente não recebe os
treinamentos que um estagiário recebe, mas de novo: Tudo varia de
empresa para empresa, busque quem já trabalhou lá e tente
conversar e entender a experiência desta pessoa.
Empresas Grandes X Empresas
Pequenas
De um tempo para cá as tais “Startups” entraram na moda, por isso
decidimos incluir este subcapítulo com as principais diferenças entre
trabalhar em uma grande empresa e em uma empresa pequena ou
startup. Ressaltamos mais uma vez que o que falamos aqui são
característica gerais, mas podem variar de uma instituição para
outra, sempre pesquise especificamente cada instituição de seu
interesse.

Empresas pequenas costumam permitir um contato muito mais


próximo com os donos e gestores, além de uma maior interação
com todos da empresa, não sendo estranho ver em startups equipes
muito mais unidas. Outra vantagem é que pela equipe ser enxuta é
normal o estagiário chegar a ter maiores responsabilidades e até
tocar um projeto inteiro sozinho, o que acaba lhe dando muito mais
autonomia e um certo grau de experiência. Tudo isso pode garantir
um aprendizado muito mais acelerado, principalmente em contraste
com grandes empresas nas quais o estagiário ficará responsável
por uma pequenina parte de um pequeno projeto.
O fato de você ter mais responsabilidade pode acarretar mais horas
de trabalho, o que se agrava com o fato de muitas startups não
terem controle de horas trabalhadas por funcionário. Porém,
geralmente startups permitem horários muito mais flexíveis e home-
offices, além da informalidade no trato e na vestimenta, o que acaba
facilitando a vida do estagiário.
Outra grande vantagem é que se você entrar em uma startup que
está crescendo muito você pode acabar crescendo junto e muito
mais rápido que em uma empresa normal, talvez até receber
alguma participação nas ações da empresa. Ressaltamos, porém,
que startup é risco, pode ser que você entre e a empresa feche
daqui a 6 meses.
Grandes empresas por sua vez trazem muito mais estabilidade. A
empresa provavelmente não vai falir e você sabe muito bem como
se dará a sua progressão na carreira. É comum o RH já ter até
mapeado como geralmente funciona a progressão dos estagiários e
quanto tempo demora para chegar em cada cargo. É bom por um
lado, que lhe dá mais certezas, e ruim por outro, que pode te fazer
ficar preso em uma escada cheia de degraus até alcançar cargos
mais altos. Porém, voltamos a nossa máxima: Tudo depende da
empresa. Por exemplo, a AmBev é conhecida por sua agressividade
no crescimento de pessoal, quem entrega muito resultado cresce
muito rápido. Enquanto isso outras empresas mais tradicionais vão
seguir a regra da escadinha.
Uma última diferença importante de ressaltar é o choque geracional.
Enquanto em startups você geralmente vai trabalhar com gente
mais nova, logo, com um perfil mais semelhante ao seu, em grandes
empresas você vai trabalhar com gente de 20, 40 e 60 anos. Isso
tem um lado positivo de trazer experiências interessantes, por outro
pode trazer complicados choques geracionais, como ouvir de
alguém que está há muito tempo na empresa “sempre fizemos isso
desse jeito e sempre deu certo, não vamos mudar”, o que pode
frustrar jovens com espírito mais inovador.
Descobrindo o que eu quero, ou o tal do
Autoconhecimento
O foco deste livro é te ajudar a conseguir um estágio, por isso não
vamos nos estender nessa parte de autoconhecimento.
Aqui cabe fazermos algumas considerações sobre a importância do
autoconhecimento para te ajudar a definir um pouco melhor as
empresas que te interessam. Caso você tenha mais interesse nessa
parte indicaremos alguns livros e cursos ao final do capítulo.
Como já falamos, até quem opta pelo estilo metralhadora, se
conseguir restringir um pouco suas opções pode acabar ganhando
mais foco, o que lhe permite estudar e conhecer mais a fundo os
setores de interesse. Além disso, o autoconhecimento é
importantíssimo por 2 motivos:
1) Hoje em dia uma das coisas que os recrutadores avaliam durante
as entrevistas nos processos seletivos é justamente seu
autoconhecimento, por exemplo quando perguntam de seus pontos
fortes e fracos, isso nada mais é do que uma das inúmeras
expressões de autoconhecimento encontradas no processo seletivo.
2) Se autoconhecer vai lhe permitir fazer escolhas mais conscientes
sobre em qual empresa trabalhar, aumentando suas chances de
encontrar um local que você realmente goste, afinal creio que a
última coisa que você quer é que suas segundas feiras se tornem
um martírio sem fim e que o desespero comece a bater assim que a
música do fantástico começar a tocar domingo à noite.
Alguns estudos falam que 70% das pessoas são infelizes no
trabalho, agora imagine que triste deve ser você passar 1/3 de seus
dias fazendo algo que não gosta. Isso era tolerável na geração de
nossos avós e pais, uma vez que eles vieram de uma época pós-
guerra com muito mais escassez do que hoje. O emprego era visto
somente como uma fonte de renda para a família. Quanto mais
estável, melhor. Não importava tanto se você era feliz ou não
fazendo aquilo.
Contudo, hoje a geração Y e Z, crescida em um ambiente
superprotegido e muitas vezes abundante, quase que necessita de
um emprego que a realize. Essa é uma geração que tem acesso a
qualquer conteúdo com apenas um googlada, o que faz da gente a
geração mais preparada que já existiu em temos de conhecimento,
mas ao mesmo tempo é uma geração que não está acostumada
com trabalho duro e maçante.
Costumamos dizer que a busca por uma carreira com propósito é o
equivalente a busca por espiritualidade na geração Y.
Nesse cenário o autoconhecimento é essencial para encontrar uma
empresa que te faça feliz.
Existem algumas ferramentas, frameworks, livros e cursos que
ajudam na busca pelo autoconhecimento, contudo o
autoconhecimento é um processo longo, uma jornada. Não nos
conhecemos do dia para a noite aplicando uma ferramenta que
vimos na internet. É necessária bastante reflexão, paciência e
esforço contínuo. Ou você conhece alguém que acha fácil responder
com exatidão quais são seus pontos fortes e fracos sem nunca ter
refletido sobre isto?
Além de olhar para dentro e do autoconhecimento em si, no
momento de escolher uma carreira que te agrade, você deve ter em
mente 3 pontos que devem ser atendidos pela carreira escolhida:
Você tem que gostar daquilo que faz, deve ser uma atividade
que te desperte paixão;
Você tem que ter a possibilidade de ser muito bom naquilo que
escolher fazer;
Você precisa ser capaz de ganhar dinheiro com a atividade
escolhida.

Nesse processo é lógico que algumas ferramentas, cursos e livros


podem te auxiliar nessa jornada, então seguem algumas dicas de
onde buscar:
Catálise: Curso de autoconhecimento da Universidade Na
Prática – www.universidade.napratica.org.br/catalise/
Como encontrar o trabalho da sua vida: Livro do autor Roman
Krznaric - www.amzn.to/29l6WpJ
Coaching: Contratar um coach profissional que te guie ao
longo desse processo pode ser uma ajuda valiosa, porém uma
opção que pode sair mais cara devido ao processo ser
individual
Amigos e Familiares: Algo que pode te ajudar a se conhecer é
descobrir como os outros te enxergam e no que te acham
bom. Conversar com amigos e familiares pode ser um bom
ponto de partida
Pessoas que admiramos: Quando temos admiração por
alguém, seja alguém vivo ou morto, autor de livro ou
empresário, conhecido ou não, isso pode nos ajudar a nos
autoconhecer. Pense sobre o que você admira nessa pessoa,
quais características e reflita sobre o porquê dessa admiração.
Experimente! Para entender sobre si, você precisa buscar o
máximo de experiências possíveis. Autoconhecimento não é
reflexão com base em nada, é reflexão com base no que você
já fez. Por exemplo, você só descobre como se comporta em
diferentes situações quando as vivencia, sem essa vivência
você não tem fatos e dados, é tudo suposição.

Por fim, fazemos uma ressalva. Acreditamos que o


autoconhecimento é, sem dúvida, o caminho mais certo rumo a uma
carreira bem-sucedida, o que inclui a aprovação nos processos
seletivos. Contudo, sabemos que este é um caminho longo. Como
citamos, existem diversas formas de trabalhá-lo e lhe incentivamos
a estar sempre buscando se conhecer melhor e se desenvolvendo
pessoal e profissionalmente.
Para fins práticos, decidimos focar na parte mais técnica dos
processos seletivos, pois seria necessário outro livro apenas para
podermos abordar autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Ao longo deste livro que você tem em mãos, daremos diversas dicas
que serão muito úteis ao jovem que não buscou tanto o
autoconhecimento, porém para o jovem que de fato busca
constantemente se desenvolver, esperamos que esse livro seja a
lapidada final que falta para você brilhar nos processos seletivos.
Lembre-se: Sempre, sempre, sempre busque se conhecer melhor e
investir no seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Atividades
Atividade 1: Saber como as pessoas te enxergam pode ser uma
poderosa ferramenta para te ajudar no seu processo de
autoconhecimento, então mande mensagem para pelo menos 5
amigos com as perguntas:
Se fosse para você me chamar para trabalhar em um projeto,
qual projeto seria?
E para qual projeto você definitivamente não me chamaria?
Quais você considera meus pontos fortes e fracos?
Estas perguntas ajudam a entender como os outros te enxergam
profissionalmente. Para ir mais fundo você pode colocar outras
perguntas que achar pertinente na mensagem ou ainda marcar um
papo presencial para entender melhor como quem te conhece te vê.
Vale lembrá-los que você quer a resposta mais sincera possível.

Atividade 2: Reflita bastante sobre situações que vivenciou até hoje


e com isso escreva em uma folha de papel entre 3 e 5 pontos fortes
e fracos. Ao lado de cada ponto escreva com o máximo de detalhes
possível pelo menos uma situação em que cada um desses pontos
fortes foi usado e no caso dos pontos fracos situações onde eles
ficaram visíveis.
A ideia é termos fatos que comprovem o que você acha sobre si.
Lembre-se que uma característica potencialmente forte não é o
mesmo que um ponto forte.
Compare esses pontos com o que seus amigos falaram de você e
se existe alguma intersecção.

Atividade 3: Em outra folha de papel escreva quais empresas ou


tipos de empresas, ou ainda setores do mercado te chamam a
atenção para trabalhar. O máximo de empresas que você conseguir.
Pense se você pudesse escolher quaisquer lugares para trabalhar,
quais seriam?
Junto com os locais escreva que tipo de atividade você gostaria de
exercer. Por exemplo: Trabalhar com logística na P&G
Após escrever, olhe para essas empresas e profissões tentando ver
se há algo em comum entre elas, como por exemplo: Fazem parte
do mesmo setor? Você espera desempenhar a mesma função
independentemente da empresa? Elas possuem uma cultura em
comum? São empresas, ONGs ou governo?

Atividade 3.1
Caso ache similaridades entre os locais e profissões, tente agrupá-
las em um grande grupo com um nome, por exemplo:
Você colocou que quer ser professor na USP ou na Unicamp. Tente
criar um grupo como por exemplo “Professor Universitário em
Universidades Públicas”
Você colocou que gostaria de trabalhar na área comercial ou
gerencial na AmBev, na Heinz ou no Burger King. Um possível
grupo seria “Cargo gerencial ou comercial em empresas de alimento
e bebida com cultura agressiva”

Caso você tenha conseguido criar um grupo com as similaridades,


provavelmente irá adotar uma estratégia em um estilo mais sniper.
Para abrir um pouco mais as suas opções, tente olhar outras
empresas e funções que poderiam se encaixar nesse grande grupo
que você formou. A ideia aqui é partir do macro e encontrar lugares
e cargos específicos.

Atividade 3.2
Caso não consiga formar um único grupo e suas opções pareçam
mais abertas, como pode ter acontecido se você colocou:
Trabalhar como trader no mercado financeiro, como escritor de blog
ou professor de universidade.
Nesse caso tente entender o que te motiva em cada uma dessas
escolhas e veja se existe algo em comum.
Se ainda assim não encontrar, para expandir suas opções de
empresas olhe para outras empresas e cargos semelhantes. No
caso acima por exemplo, você pode listar várias corretoras/bancos
que te interessam, pode colocar como opção criar seu blog ou
trabalhar para algum grande portal, pode citar o nome de diversas
universidades onde gostaria de trabalhar.
A ideia aqui é ir de par para par, ou seja, partir de empresas
específicas para achar empresas pares/semelhantes e de cargos
específicos para achar cargos pares/semelhantes.

Considerações sobre o exercício 3:


O objetivo do exercício 3 é te ajudar a expandir suas opções o
máximo possível, independente da estratégia adotada. Foque em
achar o máximo possível de empresas e cargos que te interessam
que no próximo capítulo iremos reduzir esse número. No mínimo
encontre 5 empresas diferentes.
Não se preocupe em analisá-las a fundo. Iremos fazer isso no
próximo capítulo. Agora é para listar o nome e construir ao menos
uma vaga noção das empresas e atividades que podem te
interessar.

ESTE É UM DOS EXERCÍCIOS MAIS COMPLICADOS, POIS


EXIGE AUTOCONHECIMENTO E HOJE EM DIA NÓS
DESAPRENDEMOS A OLHAR PARA DENTRO. FAÇA UM
ESFORÇO E SE CONCENTRE EM FAZÊ-LO.
Sofia estava sozinha no quarto lendo o Livro Negro dos Estágios.
Quando acabou o capítulo 1 desligou a tela do Kindle onde lia o livro
e começou a refletir sobre o que havia acabado de ler.
- Nossa... muitas coisas que eles falaram nesse capítulo são
bastante óbvias, mas é incrível como não havia parado para pensar
sobre a maioria delas. Realmente estava me candidatando para
algumas vagas mas nem havia parado para refletir sobre o porquê
escolhi cada uma e se realmente quero usar uma abordagem estilo
metralhadora. Na verdade pensando nessa metáfora de
metralhadora e sniper acho que estava mais para uma pistolinha –
Pensou ela com uma cara um tanto quanto triste e se sentindo
culpada.
Uma simples pistola... Pois estava longe de refletir e me preparar
como um sniper para as vagas que selecionei, mas também estava
muito longe de sair atirando com determinação como uma
metralhadora para diversas vagas. Acredito que dei meia dúzia de
tiros mais ou menos e perdi a energia para continuar... Caramba,
como eu esperava conseguir um estágio desse jeito...
Após ficar um tempo refletindo, Sofia pega o celular e manda uma
mensagem no grupo de WhatsApp do livro.

Sofia: E aí Rebeca, terminou o capítulo 1? Fiquei com alguns


pensamentos e queria conversar com alguém.
Lucas: Acho que ela não está online, creio que foi viajar para a casa
dos pais.
Sofia: Entendi... Lucas, quando você estava procurando estágio
você adotou a abordagem de metralhadora ou de Sniper?
Lucas: Eu preferi adotar a de Sniper. Depois de ler este capítulo do
livro eu comecei a refletir bastante sobre o que queria para o meu
futuro e cheguei a conclusão que o trabalho é algo muito importante
e que toma muito tempo de nossas vidas para apenas aceitarmos o
que aparecer.
Sofia: Mas como foi o processo de focar e de escolher algumas
empresas?
Lucas: Eu pesquisei bastante na internet sobre autoconhecimento e
fiz o curso que eles indicam no livro, mas nunca é fácil. No começo
acreditei que queria mercado financeiro, banco e essas coisas, mas
depois de conversar com várias pessoas que trabalham na área vi
que não era muito meu perfil e acabei me decidindo por consultoria.
Sofia: parece tão difícil decidir algo para fazer a vida toda... É como
escolher a faculdade só que pior hahahaha
Lucas: Ah, mas na verdade não precisa ser assim. O momento do
estágio é justamente para experimentarmos e descobrimos o que
gostamos. Por isso que quis começar estagiando cedo, para ter
certeza que ia gostar do que escolhi. Sabe, uma vez ouvi de um
coach que não importa o quanto refletimos sobre a decisão de
escolha de carreira, existe só um jeito de se ter certeza se
determinada profissão é pra gente ou não...
Sofia: Que jeito? Fala!!! Vc sempre faz isso de me deixar curiosa...
Lucas: hahahaha
Lucas: O único jeito de descobrirmos realmente se gostamos de
uma carreira ou não é EXPERIMENTANDO. Para ter certeza, só
assim.
Sofia: Faz sentido! Por isso quero arranjar um estágio logo e
descobrir que carreira seguir antes de me formar =D
Sofia: Já vou começar a me candidatar para algumas vagas
Lucas: Vai com calma. Chegará um momento em que o próprio livro
irá colocar uma atividade para você realizar que será candidatar-se
para algumas vagas (ih, ó eu adiantando conteúdo). Foca agora em
fazer os exercícios com dedicação, em um mês você acaba o livro e
vai estar muito mais preparada. Agora o momento é de refletir sobre
qual abordagem você vai usar, se vai ser metralhadora ou Sniper,
qual tipo de empresa você quer e olhar um pouco pra dentro de si
mesma para se autoconhecer melhor.
Sofia: Sim! Vou tomar um banho e pensar sobre isso.
Sofia: Beijos e obrigada pela indicação do livro!
Capítulo 2: Escolhendo os alvos
Neste momento, caso tenha cumprido todas as atividades, você já
deve estar à frente de muita gente nessa corrida pela conquista de
um estágio. Você já entendeu o que as empresas buscam assistindo
ao vídeo do Bernardo Hess e decidiu ser uma das pessoas que
sentam no ônibus do lado de quem entrega resultado; você possui
pelo menos uma pessoa para te apoiar na jornada; você refletiu
sobre seus pontos fracos e fortes; começou a delimitar o tipo de
empresa e carreira que busca, e na nossa última atividade você
buscou aumentar o universo de empresas que você considera se
candidatar para uma vaga.
Neste capítulo iremos pegar todas as opções levantadas no capítulo
anterior e começar a analisar cada uma a fundo. Antes de iniciar
esse capítulo esperamos que você tenha levantado o nome de pelo
menos cinco empresas que te interessam.
Quando as pessoas estão dando seus primeiros passos nos
processos seletivos é comum cometerem erros básicos e
geralmente alguma dessas duas opções se repetem com
frequência:
1. Você não tem a menor ideia de onde está indo: Você sabe o
horário, o local, o nome da empresa e que sua entrevista é
"com o RH". Mais nada além da cara e coragem. Muitas vezes
não se tem a menor ideia do que a empresa faz, como ela
ganha dinheiro, quem são os clientes, quais as funções e
áreas na empresa, onde você trabalharia se aprovado e coisas
do tipo.
2. Ou quando tem, essa ideia é superficial: Nesse caso você já
deu uma pesquisada, revisou o Wikipédia, decorou a
descrição da vaga, entrou no site da empresa, já sabe a
missão, visão e valores e vai dizer que admira a empresa e
que está alinhado com seu compromisso ético pelo
desenvolvimento sustentável dos seus negócios e da
sociedade. Você até que se preparou para o processo, mas
seu foco pode ter sido maior para as perguntas pessoais que
ela poderia fazer, nos seus 3 defeitos e 3 qualidades, onde
você se vê em 5 anos, porque eu deveria te contratar, etc.

Este cenário implica em dois efeitos:


1. Escolhas não embasadas:  Você segue o fluxo e não é um
agente ativo na tomada de decisão da sua carreira. Assim,
acaba por abrir mão de outras opções em detrimento de uma
que você também não conhece muito bem. É quase uma
roleta russa, não?
2. Desempenho mediano nas entrevistas:  Imagine que todos
seus concorrentes tenham o Excel Avançado, Inglês fluente,
experiência internacional, prêmios acadêmicos e tudo mais
que a cartilha pede. Como você vai se destacar deles? Como
vai mostrar sua vontade de fazer parte daquela empresa?
Você precisa sair do lugar comum. O que mais consigo fazer
que as outras pessoas não fariam? E além do mais, por que a
empresa deveria contratar alguém que não se deu nem ao
trabalho de dar uma pesquisada no que a instituição faz?
Ponha-se no lugar do entrevistador e pense quem você
contrataria, alguém que sabe tudo sobre a empresa ou alguém
que mal conhece o mercado em que ela atua?
O que te leva ao sucesso nos processos
seletivos?
Antes de mais nada o mais importante é o seu mindset, você
precisa participar do processo como se você já trabalhasse na
própria empresa. Os recrutadores estão avaliando se você será um
bom companheiro de time ou não, quanto mais alinhado com seus
valores, atitudes e até mesmo a forma de comunicação, mais
chances você tem de entrar.
Você precisa dominar três grandes áreas nos processos seletivos:
Autoconhecimento: Demonstrar a capacidade de contar suas
histórias, de embasar seus pontos fortes, seus aprendizados,
qualidades, defeitos e outros aspectos com base em
experiências que vivenciou. Falamos disso no capítulo 1.
Conhecimento Técnico: Esta parte pode ser apenas um check
ou pode ser determinante dependendo da vaga. Em alguns
processos seletivos de estágio as empresas não chegam nem
a pedir conhecimento técnico, em outras o máximo que
exigem é um curso específico na universidade, mas não há
nenhuma prova te testando. Porém, na entrevista e dinâmica
se você demonstrar que conhece algumas ferramentas
mínimas para aquela posição/indústria, isto pode te colocar à
frente dos outros. Em alguns casos, mas longe de ser a
maioria, vão exigir mais conhecimento técnico. Como cada
vaga e setor exige um conhecimento técnico específico
(engenharia, setor público, etc) não iremos abordar este
assunto no livro.
Conhecimento sobre o Business (Empresa): Aqui é onde você
demonstra que além dos conhecimentos de sala de aula você
entende daquele negócio em específico. E é aqui que vamos
aprofundar neste capítulo.
Como stalkear aquela empresa que você
quer entrar
Se você tiver energia e tempo necessário, é possível fazer um
incrível trabalho. Além de informações sobre a empresa, você
consegue desenvolver um olhar crítico e trazer insights legais para a
entrevista, que ajudarão inclusive na parte em que você pode (e
deve) perguntar aos entrevistadores sobre algum tema.
Algo essencial para um trabalho bem feito será tempo dedicado,
portanto é nessa parte de reunir conhecimento sobre o business que
irá fazer muita diferença você ser sniper ou metralhadora.
Obviamente que quanto mais semelhantes forem as empresas, por
exemplo, se atuarem no mesmo setor ou se possuem o mesmo
dono e cultura, mais sobreposição terá o trabalho, o que pode
facilitar sua vida.
Esta parte será dividida em duas:
A. Framework – O que procurar
B. Ferramentas – Como procurar

A. Framework – O que Procurar


Framework para Stalkear a Empresa e Garantir sua Vaga

Use este framework como um guia para as suas pesquisas.


A lógica deste framework é observar primeiro a parte externa da
empresa e depois analisar a área interna, sempre do nível macro
para o nível micro. Desta forma você consegue melhorar a
compreensão dos fatos e notar as ligações entre eles. Esta foi uma
maneira que encontramos de organizar a análise, sinta-se livre para
adaptá-lo a sua realidade.
Dentro de cada um dos tópicos iremos destrinchar quais perguntas
é recomendável que você saiba a resposta antes de ir para a
entrevista. Como encontrá-las, iremos explicar na parte de
ferramentas.

A1. Macroeconomia
Estrutura de análise fatores Macroeconômicos

Ao olhar para a Macroeconomia você deve tentar responder: O que


está acontecendo no nosso país? E ao redor do mundo? O que eu
não posso deixar de saber?
Exemplo absurdo: você não saber o que é a operação lava jato.
Importante: para todos os fatores você precisa sempre
olhar passado, presente e futuro. Você precisa estar apto a contar
uma história, como por exemplo: Me conte em poucas palavras qual
é o momento político do Brasil e como isso impacta o setor de
alimentos e bebidas.
Vamos a estrutura:
Primeiro, a divisão foi feita em Brasil e Mundo. E a estrutura para
eles é a mesma: Setor Político, Econômico e Outros.

Ao analisar o Brasil:
Estamos num momento em que economia e política estão
intimamente ligados, então é difícil separá-los em dois tópicos. Mas
tenha em mente que é necessário analisar os dois.
Qual é o trending topic da economia? Qual é o assunto do
momento? O país está crescendo? Diminuindo? Quanto? Qual é a
história disso, tem caído todos os anos? Quando é a expectativa de
mudança? O que precisa acontecer para mudar?
É legal quantificar as coisas, não precisa saber exatamente quanto
custa o dólar e nem o quanto é a queda do PIB, mas é preciso ter
uma noção da ordem de grandeza desses valores.
Outras perguntas: O que mais está rolando no Brasil? Como isso
pode impactar as vendas da Nike? Da Coca Cola? Da Ambev? Das
empresas que você escolheu? Acidentes? Grandes eventos?
Mudanças em indústrias?

Ao analisar o mundo:
Você deve seguir a mesma lógica do Brasil, você precisa entender o
que acontece à nível macro no mundo. O objetivo aqui é você não
ser pego de surpresa e não saber que existe uma corrida eleitoral
forte no USA, ou que recentemente a Grécia estava na iminência do
calote, China anda assustando, Reino Unido saindo da União
Europeia. Sabendo dos grandes eventos ocorrendo no mundo você
precisa saber como o Brasil e as empresas são impactadas por
esses eventos, principalmente as empresas para as quais você está
aplicando.

A2. Indústria
Framework para entender a Indústria e Setor onde sua empresa está inserida

Aqui existe uma linha tênue entre estudar a indústria de um modo


geral e as informações da própria empresa. Deste modo pode-se
considerar que, por exemplo, "clientes" trata tanto os clientes da
indústria quanto os da sua própria empresa.

Competição/Mercado
Aqui é onde você sabe qual briga sua empresa está disputando
(sim, SUA empresa, já vá moldando seu mindset para pensar como
se trabalhasse dentro da empresa desejada, isso vai te ajudar na
análise).
Qual o tamanho deste mercado?
Este mercado está em crescimento, estável ou declínio?
Qual a divisão deste mercado? (Market Share)[1]
Quantos concorrentes nós temos?
Quais são as barreiras de entrada neste mercado?
É um mercado que muda muito rápido ou não?
Houve grandes fusões ou aquisições nesse mercado
recentemente?

Clientes
Para quem as empresas estão gerando valor:
Quem são os nossos clientes? (Segmentos)
Qual o tamanho destes segmentos?
Existe alguma alteração nesta estrutura nos últimos tempos?
Quais canais de distribuição utilizamos para alcançar estes
clientes?
Quanto eles estão dispostos a pagar?

A3. Empresa
Agora que já vimos o que está acontecendo no mundo e em nosso
país, sabemos como a indústria tem se comportado e quem são
nossos clientes (e a nossa fonte de receita), então agora vamos
olhar para os fatores internos.
Este talvez seja o ponto que é mais adaptável de empresa para
empresa, você deve enfatizar mais onde acha que é o diferencial da
empresa.

Framework para analisar internamente sua empresa


Nessa parte você busca responder uma única pergunta: O que
diferencia esta empresa?
Aqui é onde você se apaixona ou termina com a empresa, vamos lá!

Fatores Tangíveis
Neste ponto você procura entender:
Qual a divisão da empresa? (Áreas, geografia, etc)
Qual é o modelo de negócio dessa empresa?
Como ela distribui os produtos/serviços?
Ela possui alguma prática que é destaque no mercado? (Ex:
Custos da AmBev, excelência em atendimento da Disney,
logística da Amazon)
Quais são os benefícios dos produtos dessa empresa?
É uma commodity ou existe diferenciação?
Existem substitutos para este produto?
Além de quaisquer outros fatores que te deixem minimamente
confortável em "vender" a ideia da empresa/produto para uma
terceira pessoa.

Fatores Intangíveis
Cada empresa terá o seu, é uma parte difícil de encontrar, mas é
crucial:
Qual a missão, visão e valores da empresa?
O que as pessoas pensam dessa marca?
Qual é o posicionamento dessa empresa? O que ela quer
transmitir?
Como é a cultura dessa empresa? O que valorizam? O que
não valorizam?
Como seria uma "persona" de um funcionário típico dessa
empresa?
Essa cultura sempre foi assim? Como foi o processo para
chegar onde está hoje?
A4. Área/Função
Esta parte já é um pouco mais "tranquila". Você precisa entender
como funciona a área/função que você está aplicando.
O que essa área faz?
Onde ela se encaixa no business da empresa?
Qual será minha função?
Quais são as habilidades necessárias para isso?
Como é o dia a dia de uma pessoa dessa área?
Se você já tiver entendido o “todo” da empresa antes de chegar
aqui, essa parte será relativamente tranquila.

A5. Entrevistador
Se você gosta de stalkear e chegou até aqui, meus parabéns. Este
é o bônus, a cereja do bolo, que apesar de ser legal pode ser
desprezado caso você não tenha tempo/não queira fazê-lo.
Particularmente achamos necessário conhecer quem vai te
entrevistar. Afinal ele está procurando sobre você também, certo?
Então você deve fazer o mesmo.
Além disso, já conversamos sobre isso anteriormente no livro. A
cabeça de alguns entrevistadores é uma caixinha de surpresas,
você nunca sabe o que pode sair de lá. Ou seja, quanto mais
informações você tiver sobre seu entrevistador, maiores as chances
de entender como ele pensa e o que ele espera ver na entrevista.
As perguntas a serem respondidas aqui são:
Quem é o entrevistador?
Qual a área dele?
Quais decisões ele toma?
Qual é o seu background? O que já fez?
Como ele entrou na empresa?
O que ele procura?
B. Ferramentas – Como Procurar
Aqui é a hora de mostrar toda sua capacidade de pesquisa,
basicamente iremos usar os meios básicos e misturar as fontes:
Google, Linkedin, Google Groups, Google Scholar, Facebook,
Slideshare, Youtube, Site da Empresa, Site para Investidores,
amigos, clientes, desconhecidos e toda e qualquer fonte de
informação que você possa ter.

B1. Linkedin
Linkedin é ótimo para te dar informações sobre a empresa e seus
funcionários. A principal arma é achar quem são as pessoas que
poderão te entrevistar, pessoas que são/eram da empresa e podem
te dar aquela força sobre a área/empresa.
Não tenha medo de tentar entrar em contato com alguém que
trabalha onde você almeja e pedir um call, um Skype, para tirar
dúvidas, mas só faça isso depois de ter certeza que já fez toda a
pesquisa sobre a empresa, para não gastar o tempo da pessoa
perguntando coisas que você encontra facilmente no Google.
Grupos de discussão e artigos são legais para entender como as
pessoas de determinado lugar pensam, o que elas gostam.

B2. SlideShare
É incrível como no slideshare você acha milhões de coisas.
Experimente digitar um nome de uma determinada empresa lá e a
mágica é feita! Você acha vários trabalhos que alguém já fez
analisando a empresa, acha slides de eventos internos, acha slides
de tudo quanto é tipo de coisa relacionada à empresa. Ele é uma
fonte muito boa.

B3. Google Groups


Outra fonte subestimada são os grupos de discussão do Google!
Experimente jogar o nome da empresa por lá, você acha várias
discussões legais. Inclusive sobre os próprios processos seletivos. É
impressionante a quantidade de informações relevantes disponíveis
nestes locais.

B4. Google Scholar


Procure trabalhos com os nomes da empresa. São ótimos, pois
agrupam já estudos de cenário, compilam dados e te ajudam a
ganhar tempo na busca por mais informações.

B5. Facebook
Olhe a relação da marca com o público no Facebook, preste
atenção na linguagem usada se é mais séria ou levada mais em tom
de brincadeira, isso pode te ajudar a entender o perfil da empresa.
Analise quais propagandas estão fazendo, o que você gosta nelas
ou como poderia ser possível melhorá-las, quais hashtags estão
usando e o que o povo tem comentado a respeito. É possível achar
grupos também, são mais raros mas podem te ajudar, porém o foco
principal deve ser nas fan pages.

B6. Site da Empresa + Relação com Investidores


Te dá o feijão com arroz. Missão, visão, valores, produtos, últimas
notícias e coisas mínimas que você PRECISA saber.
Para aprofundar os sites de relação com investidores são os
melhores. Eles têm apresentações de resultados financeiros, da
próxima estratégia que vão seguir e tudo que você imaginar
minuciosamente detalhado. É bom saber disso pois os próprios
diretores/funcionários ouviram aquilo e seguem aquela estratégia.
Fonte 100% segura e uma das mais valiosas. Baixe os relatórios
anuais e leia. Se você tiver um conhecimento básico de finanças e
contabilidade, dê uma analisada nos relatórios financeiros (balanço,
demonstrativo de resultados, fluxo de caixa) para entender a
situação da empresa.
Você acha o link para o site de relação com investidores no site
oficial da empresa, geralmente fica no menu e te leva para uma
outra página.
Outra dica interessante, caso a empresa seja de capital aberto, é
buscar no Google como anda a variação de valor da ação daquela
empresa, a variação da ação costuma reunir todos os dados em
uma curva e te mostrar se a empresa está indo bem ou não. Digite
no Google “nome da empresa ação”

B7. YouTube
Você acha muitos vídeos pertinentes à empresa, candidatos falando
do processo seletivo, vídeos oficiais da marca, clientes falando da
marca, propagandas antigas e outras coisas.

B8. Google
Tente começar a busca usando apenas o nome da empresa, depois
segmente por data (notícias do último ano, último mês), também
veja a parte só de notícias.
Outra dica é procurar por combinações como "estudo de caso Coca-
Cola", "estudo Coca-Cola", "distribuição logística Coca-Cola" e
várias outras informações relativas as perguntas que comentamos
acima e sobre possíveis perguntas que o entrevistador pode fazer.
O grande segredo é imaginar o documento que você está
procurando e quais palavras estarão contidas nele. Vale também
buscar por notícias em outros países (ex: o que estão falando da
sua empresa alvo nos Estados Unidos?).

B9. Love Mondays


www.lovemondays.com.br é um site que permite funcionários e ex-
funcionários avaliarem suas empresas de acordo com várias
categorias, além de escreverem comentários. Pode ser que você
não use estas informações durante o processo seletivo, porém
podem te ajudar a refletir sobre quais empresas se candidatar.
Considerações
Este capítulo foi bastante detalhado, pois essa é realmente uma
atividade que, se bem-feita, pode te diferenciar dos demais.
Tenha em mente que o grau de detalhamento da pesquisa irá variar
muito de vaga para vaga e de empresa para empresa. Quanto mais
gerencial a posição, ou seja, quanto mais dentro do negócio ou mais
na área administrativa você estiver, mais será necessário conhecer
a empresa. Um conhecimento profundo também pode ser útil no
caso de vagas muito concorridas onde naquele grupo de 10.000
pessoas batalhando por 2 ou 3 vagas, além de você, mais meia
dúzia de candidatos deve chegar com esse grau de preparação.
Realizar essa extensa pesquisa é principalmente útil se você
acredita que seus concorrentes pela vaga são mais capacitados, por
exemplo, eles possuem intercâmbio, idiomas, atividades
extracurriculares que você não possui.
Por outro lado, quanto mais técnica for a vaga que você está
disputando, por exemplo, pesquisa e desenvolvimento,
provavelmente menos você terá que saber do Business da empresa.
No caso de setor público, ONG, universidades e outras instituições
que fujam do rótulo padrão de “empresa” vale conduzir uma
pesquisa do mesmo tipo, porém adaptando um pouco os
frameworks apresentados para aquela realidade.
Para além do business, no caso da maioria dos estágios, os
entrevistadores não esperam alguém com grande experiência
técnica e do negócio. O que eles querem é alguém que se
assemelhe com a empresa e tenha match com a cultura e valores.
Focar em entender esses pontos mais intangíveis e menos
numéricos é essencial. Aqui vale além da pesquisa, conversas com
pessoas que trabalham na empresa, caso não conheça ninguém,
busque no Linkedin e tente mandar uma mensagem explicando a
situação e marcar um papo.
Atividades
Atividade 1
Assista a um trecho do vídeo do GV Cast onde Sofia Esteves,
fundadora da Cia. De Talentos, maior empresa de recrutamento e
seleção de jovens da América Latina, fala sobre mudanças no
mundo e as principais causas que eliminam os jovens dos
processos seletivos: www.youtube.com/watch?v=z-xUdH25xEw
De acordo com Sofia Esteves essas 3 características são:
Capacidade de análise
Sustentação Pessoal
Protagonismo
Fazendo as pesquisas sobre as empresas como indicado aqui,
primeiro que você mostrará protagonismo, assumindo
responsabilidade por se preparar para conquistar um estágio,
segundo que você irá refinar sua capacidade de análise enquanto
entende a empresa e seu cenário econômico através de dados e,
por fim, isso te dará mais confiança, permitindo que tenha mais
sustentação ao apresentar seus argumentos.

Atividade 2
Apostamos que você já adivinhou qual será a atividade =)
Isso, você vai fazer uma pesquisa sobre as empresas que
selecionou no capítulo anterior. Caso sejam diversas empresas de
um mesmo setor, começar com informações macros semelhantes a
todas as empresas e depois aprofunde em cada uma.
Caso suas empresas sejam muito distintas entre si e seja um
número grande de empresas, comece com pesquisas mais
genéricas para entender cada uma e depois vá aprofundando
conforme for se identificando mais com uma ou com outra, assim
você começa a cortar as empresas que já percebeu que não se
encaixam com seu perfil. Lembre-se que hoje a maioria das
empresas buscam estagiários que têm match com a cultura e jeito
da empresa, então foque nisso.
Aproveite esse momento para exercitar o autoconhecimento e a
reflexão e pensar se gostaria de trabalhar nas empresas que está
buscando. Conforme for pesquisando, vá montando um ranking de
quais empresas mais te interessam.

Atividade 3
Quando tiver chegado no seu top 3 de empresas que você deseja
trabalhar, você deverá conversar com pessoas que trabalham lá,
preferencialmente na área que você está cobiçando. Aqui é o
momento de usar sua rede de amigos para ver se algum deles
conhece alguém que trabalha na empresa.
Caso não consiga encontrar ninguém, vá no Linkedin, procure
funcionários das empresas e mande uma mensagem pedindo para
bater um papo. Vários vão te ignorar, mas sempre tem alguns que
são muito solícitos e até gostam de ver a pró-atividade de alguém
buscando mais informações e vão topar um Skype contigo.

Sabemos que as atividades deste capítulo são trabalhosas, mas


lembre-se que as atividades são essenciais para todo o processo de
busca de estágio. Caso não tenha muito tempo, pelo menos faça
uma pesquisa mais superficial sobre cada empresa para entender
exatamente o que ela faz e, principalmente, focando na cultura e
estilo de trabalho. Isso te permitirá pelo menos decidir para quais
empresas aplicar. Conforme for sendo selecionado para as
dinâmicas de grupo e entrevistas, você pode aprofundar a pesquisa
sobre cada empresa que for aprovado.
Lembre-se que temos um trato, se for para não fazer as atividades,
largue este livro agora e não continue.
Sofia: Nossa, é muita coisa pra pesquisar, foi até meio difícil
entender tudo, principalmente pra mim que não entendo nada disso
de administração, gestão, economia, empresas...
Rebeca: Pra mim que faço engenharia de produção acho que vai
ser mais fácil mesmo, pra você que é de engenharia elétrica deve
ser pior =/
Lucas: Sofia, é como eles falam no livro, o grau de profundidade
depende da vaga que você quer. Lógico que é bom construir essa
noção sobre mercado e empresa, é o que o pessoal chama de
business sense, mas o grau de profundidade varia muito.
Rebeca: Sim, sem falar que com o tanto de ferramenta que ele deu
pra procurar deve dar para achar algumas coisas mais mastigadas
Sofia: Sim pessoal, vou começar hoje mesmo. Obrigado pelo apoio
=)
Rebeca: Já estou pesquisando... Lucas, uma coisa que não entendi,
a gente só pode avançar para o próximo capítulo depois que
conversar com as pessoas das empresas?
Lucas: Seria bom, mas só de conseguir marcar a conversa já está
bom, afinal a agenda desse pessoal costuma ser lotada e não
queremos atrasar nossa leitura. Mas não avança sem pelo menos
tentar conversar, no mínimo mande umas 20 mensagens no linkedin
=)
Rebeca: Ok =)
Lucas: Ah, para mandar mensagens para desconhecidos você
precisa criar uma conta Premium no Linkedin, ela é paga, mas eles
dão um mês de graça, então assim que ativar já começa a disparar
as mensagens! Não vá desperdiçar este mês gratuito!
Sofia: Hnn, boa dica =)
Lucas: Outra coisa boa é procurar no grupo do facebook do livro, o
pessoal sempre posta coisa bacana lá. Se acharem algo
interessante, também é bacana compartilhar por lá.
Sofia: Pode deixar!
Capítulo 3 – Montando o Currículo
Qual a importância do currículo?
Antes de falar para cada um de vocês como fazer um bom currículo,
nada mais justo do que explicar a importância de um, não é?
Qualquer pessoa no mundo odeia quando tem que fazer alguma
coisa sem saber o motivo. Então vamos lá.
Em resumo, o currículo é o seu cartão de visitas. Ele é o primeiro
contato que a empresa terá com você para que ela decida se você
pode ser um colaborador importante para os projetos, missão, visão
e valores da companhia.
Dessa forma, já é possível tirar algumas conclusões. Um dos
motivos que o currículo é algo tão importante é porque ele é a
primeira impressão que a empresa terá de você. A questão é, como
você quer que seja essa impressão? Você quer que a empresa
pense que você é uma pessoa desorganizada? Engajada em
projetos? Líder? Proativa? Ou qualquer outra qualidade? Então é
fundamental que o seu currículo seja escrito e montado de forma
que você transmita essas características para as empresas.
Agora você pode estar com uma pergunta em mente. “Como as
empresas conseguem ver todas essas características em uma folha
sulfite A4, cheia de letras?”. Essa é uma excelente pergunta. Na
verdade, esse é um poder mágico que departamentos de RH
possuem.
Brincadeiras à parte, as empresas conseguem verificar todas essas
características através das informações que você escreve, como
você escreve e como você estrutura cada um dos pedaços do seu
currículo.
Um pequeno exemplo: usar a gramática de forma correta no seu
currículo. Sabemos que muitos podem não gostar de gramática, ter
ela como uma inimiga, mas ela é de extrema importância. Não é que
as pessoas do RH da empresa fizeram cursos com o professor
Pasquale ou andam com um dicionário Aurélio debaixo do braço. No
entanto, escrever corretamente em um currículo pode demonstrar
diversas coisas.
Uma delas é que você se preparou para aquela vaga, pois gastou
um certo tempo revisando as coisas que escreveu e simplesmente
não deixou para última hora a inscrição. Essa afirmação é baseada
no fato de que, por mais que saibamos muito bem a gramática,
podemos deixar passar erros bobos como uma vírgula mal
colocada, escrever uma palavra de forma incorreta (Concerteza, por
exemplo), ou até mesmo, escrever MAS no lugar de MAIS, ou vice-
versa.
Essa pequena característica é capaz de mostrar que você se
importa realmente com a vaga, afinal, gastou um tempo revisando
seu currículo. Mostra que você tem um certo nível de planejamento
e organização, pois não deixou para última hora a inscrição.
No decorrer deste capítulo vamos falar muito mais sobre alguns
pontos importantes sobre currículos, mas a mensagem principal
aqui é, seu currículo é o seu cartão de visita. Ele é o primeiro
contato que a empresa terá com você, sendo assim, quais
impressões você quer que a empresa fique? Tenha isso em mente
quando estiver escrevendo o seu currículo.
E uma dica. Sempre que fizer um currículo, faça uma última leitura
dele fazendo a seguinte pergunta, “Eu consegui mostrar para a
empresa as características que queria?”
As 3 lições que você precisa saber para
montar um bom currículo
Para você conseguir se dar bem nessa etapa e fazer um currículo
“perfeito”, você precisa ter feito todos os outros exercícios que já
foram propostos no livro. O principal foco nesse capítulo será te
ensinar que fazer um currículo não é pegar todas as atividades que
você já fez e cadastrar no site da empresa ou em um documento de
Word e salvar com o nome currículo_atualizado_Sofia.docx (Ou
então, currículo_atualizado_Sofia_versãoFinal.docx, ou pior ainda
currículo_atualizado_sofia_versãoFinalDeVerdade.docx... Pode
assumir que você já fez isso alguma vez)
Escrever o seu currículo está muito mais relacionado a você se
vender da melhor forma possível, para aquela vaga. Sim, isso
mesmo que você leu. Você está se vendendo para aquela vaga. O
currículo é uma forma de fazer o seu marketing para que você
chegue na próxima etapa, que pode ser a dinâmica de grupo ou
uma entrevista, dependendo da empresa. Não entendeu? Vamos
usar uma analogia para explicar.
Imagine que hoje você acordou e entrou num site para comprar um
tênis ou um sapato. Não sei como você faz, mas normalmente as
pessoas olham dezenas de modelos bem por cima, depois
escolhem os 3 ou 4 melhores para participar da decisão final, é ali
que as coisas serão decididas. Esses últimos que escolhemos,
merecem um pouco de mais atenção, então, observamos detalhes e
as principais características para que, só depois de tudo isso,
tomemos a decisão de qual comprar. Em resumo, para chegar nos 3
ou 4 modelos finais, fazemos uma análise rápida de todos os
modelos que encontramos e decidimos quais chamaram mais nossa
atenção.
Com o currículo acontece o mesmo. Os recrutadores da vaga
visualizarão centenas de candidatos e separarão alguns currículos
para serem olhados com maior calma. A sua meta é se destacar
entre os milhares de currículos que essas pessoas olharão e ainda
se destacar entre os currículos finais. Parece difícil? Um pouco...
Mas te daremos algumas dicas sobre como se destacar neste
processo.
A parte mais importante é se colocar no lugar do recrutador. Imagine
que você é o recrutador vendo currículos e mais currículos.... Você
concorda que para chamar a atenção do recrutador, seu currículo
precisa ter pontos mais interessantes ou diferentes que o das outras
pessoas que estão disputando a mesma vaga? Se o recrutador só
vê currículos que tenham as mesmas características, por que ele
selecionará o seu currículo e não o do Joãozinho ou da Mariazinha?
Aqui fica a primeira lição, seu currículo precisa ter diferenciais!
Lição #1 – Seu currículo precisa ter diferenciais
Mais para frente nesse livro, vamos falar sobre diferenciais e como
se diferenciar dos demais, por enquanto, guarde isso na sua
cabeça, você precisa de diferenciais.

Outra parte muito importante: imagine que o Pedrinho está


concorrendo em uma vaga diretamente com o seu amigo Joãozinho.
Eles estão concorrendo para uma vaga em uma empresa
multinacional na área de marketing. Para se inscrever na vaga,
Pedrinho pega aquele modelo padrão de currículo que tem no seu
computador e já envia para o e-mail da empresa, sem nem analisar
a descrição da vaga, as tarefas relacionadas a ela e as qualidades
que a empresa espera de alguém para atuar nesse setor. Já o
Joãozinho, analisa a vaga, vê o que a empresa considera
importante para aquela oportunidade e formata seu currículo de uma
forma totalmente específica para ela. Joãozinho retira experiências
que não são tão interessantes e relacionadas com aquela
oportunidade e coloca outras, que são totalmente direcionadas.
Como por exemplo, quando o Joãozinho foi membro da Empresa
Júnior da universidade e teve que fazer uma divulgação para um
processo seletivo de novos membros. Para isso, ele teve que fazer
uma mini campanha de marketing dentro da universidade. Na
cabeça do Joãozinho, isso é algo que pode realmente chamar a
atenção do recrutador que vai selecionar alguém para a área de
marketing, a ponto de ele querer conhecer melhor a experiência que
João teve.
Com toda essa história contada, imagine que você é o recrutador.
Você tem dois currículos na sua mão para decidir quem você
convidará para uma entrevista. Você escolheria o currículo do
Pedrinho, que simplesmente é um formato padrão, que ele manda
para qualquer vaga, independente das características dela? Ou
você escolheria o currículo do Joãozinho, que foi visivelmente
adaptado para se inscrever nessa vaga, e ainda parece ter um
pouco de experiência na área de marketing?
Fica claro que o Joãozinho tem muito mais chances nessa história.
Isso vem muito daquilo que já falamos mais cedo, você é
metralhadora ou é sniper? De novo, nosso papel aqui não é discutir
qual abordagem é melhor. Nesse caso, o Joãozinho teve uma
abordagem de “sniper” e Pedrinho teve uma abordagem de
“metralhadora”. Entretanto, pode acontecer de em algumas vagas,
aquele seu currículo padrão ter um “match” ideal com a vaga e
assim, você ser convidado para uma entrevista. A escolha é sempre
sua de qual modelo você deve escolher. Mas a lição que dá para
tirar daqui é:
Lição #2 – Os melhores currículos são aqueles adaptados para
a vaga

Outra coisa que você precisa saber sobre currículo, é que ele deve
ser uma forma resumida de você falar o que aprendeu em cada
oportunidade e, quanto mais você conseguir que ele seja orientado
a execuções e habilidades aprendidas ou desenvolvidas, mais
interessante ele será.
Nesse quesito acontece um erro muito comum das pessoas que é
listar grupos que participaram, ou experiências que tiveram e ficar
só nisso, achando que é o suficiente. No seu currículo as empresas
não querem que você liste apenas o seu curso de graduação, as
atividades que participou, os programas que você sabe usar, o seu
intercâmbio, entre outras coisas. No seu currículo, as empresas
esperaram que você vá além desse caminho comum e compartilhe
o que você aprendeu ou o que você fez de diferente nessa
experiência. Eles querem que você conte o que diferencia você dos
milhares de candidatos que estão concorrendo para essa mesma
vaga. Sendo assim, você deve falar não só dos projetos que
participou na faculdade, mas também do que fez em cada um
desses projetos. Vou compartilhar um exemplo com vocês.

Depoimento: eu fui diretor financeiro da atlética da minha


universidade durante um ano. No meu currículo eu não devo
colocar apenas que fui o “diretor financeiro da atlética durante o
ano de 2011”. O ideal é colocar que fui diretor financeiro e
algumas das responsabilidades que tive nesse cargo como, por
exemplo, realizar um planejamento anual de gastos, realizar um
planejamento anual de como obter receita, organizar festas
para quase 2 mil pessoas, gerenciar um orçamento de
aproximadamente 400 mil reais. E é claro, eu não vou colocar
isso em todas as vagas que eu me inscrever. Usando a Lição
#2, eu vou escrever as características que são mais relevantes
para a vaga. Se for uma vaga na área de planejamento,
colocarei que fui diretor financeiro da atlética e tive que fazer
um planejamento anual para gerenciar um faturamento de 400
mil reais. Entretanto, se for para uma vaga de marketing, eu
colocaria que tive que desenvolver planejamentos de marketing
para 9 festas e que os públicos variavam entre 300 e 2000
pessoas.
Viu só? A mesma experiência pode ser aproveitada de formas
diferentes dependendo da empresa e da vaga que você está
“aplicando”.
O foco nesse relato, foi mostrar que as empresas estão mais
interessadas em saber o que você aprendeu em cada experiência e
não apenas quais experiências você teve. Se você conseguir
compilar as suas experiências e também escrever o que
fez/aprendeu de melhor (relacionado a vaga) em cada uma delas,
pode ter a certeza que você aumentará exponencialmente suas
chances.
Lição #3 - Experiências várias pessoas têm, a questão é saber
como vendê-las

Agora que você já sabe de uma forma geral, quais são as 3


principais lições sobre currículos, vamos para a próxima parte que é
como deve ser um currículo ideal.
Nesse momento, você já sabe que o seu currículo é como um cartão
de visitas, é ele que passa a primeira impressão que a empresa terá
de você, sabe também que você precisa ter diferenciais, que o ideal
é que você envie um currículo personalizado para cada vaga e sabe
que ter experiências é legal, mas melhor ainda é saber como contar
cada uma delas no seu currículo.
Assim, podemos concluir que um currículo ideal tem as seguintes
características:
Sucinto: ele é capaz de mostrar o que você aprendeu dentro
das experiências que listou;
Adaptado: ele vai contar experiências que de alguma forma
são importantes para aquela vaga em específico;
Transmissor: ele é capaz de transmitir as suas características
com base nas experiências que relatou;
Bonito: Isso não significa que você deva pintar com diferentes
cores e encher de desenhos. A regra é que ele deve ser
agradável aos olhos. Deve estar alinhado, num tamanho de
fonte legível e as informações não devem estar bagunçadas.
Tenho experiência? E se eu não tiver, o
que coloco no currículo?
Calma, calma. Não priemos cânico. Essa frase foi dita pelo célebre
Chapolin Colorado e deve ser seguida à risca quando o assunto é
experiência.
A experiência é algo muito importante. Vamos entender o lado da
empresa. Toda companhia quer uma garantia que o futuro
contratado saiba na prática fazer aquilo que ele aprendeu durante a
graduação. Ser estudante tem algumas flexibilidades que as
empresas não aceitam muito bem, como horários desregrados, a
falta de uma rotina e a falta de “costume” com hierarquia. Assim,
alguém que nunca se submeteu a essa realidade, pode ter certos
problemas tentando se acostumar com isso e as empresas querem
minimizar esse risco.
Porém, se você não tiver experiência profissional, as coisas não
estão perdidas, afinal você está buscando um estágio. Existe uma
série de atividades que você pode já ter realizado, que também
transmitem essas características e os aprendizados que as
empresas procuram.
Para te ajudar a definir se você tem experiência ou não, nós
desenvolvemos uma série de perguntas que você nesse momento
deve responder simplesmente com SIM ou NÃO e isso te ajudará a
encontrar a resposta para a pergunta “Será que tenho experiência?”.
As perguntas são:

1º - Durante a sua vida na universidade, você fez algum curso que


pode ser interessante para a vaga? – Como um curso de Excel, um
curso de six sigma, um curso de AutoCad ou Marketing. Ou
participou de algum congresso ou evento interessante para aquela
empresa?
2º - Você já ganhou algum prêmio ou algum reconhecimento?
3º - Você já se engajou em atividades voluntárias ou ONGs?
4º - Você já participou de organizações estudantis como Atlética,
AIESEC, Centro Acadêmico, Empresa Jr., ENACTUS, IEEE, Ligas
Universitárias?
5º - Você já organizou algum evento dentro da sua universidade?
Pode ser a semana do curso, uma palestra, ou até mesmo uma
festa.
6º - Você fez iniciação científica? Teve um artigo publicado?
7º - Você já foi monitor da sua turma?
8º - Você já foi atleta da sua universidade? Ou pratica algum esporte
com frequência?
9º - Você já fez um intercâmbio?
10º - Durante as matérias que cursou até o momento na graduação,
você já fez algum trabalho onde aplicou algo que pode ser
interessante para a vaga?

Se você respondeu sim para qualquer uma dessas perguntas, você


tem experiência sim!! E não só pode como deve colocar isso no seu
currículo. Mas lembrando sempre daquele princípio básico. Seu
currículo é seu cartão de visita! Não encha ele de informações que
não são relevantes para a vaga.
Porém, se você respondeu NÃO para todas as perguntas que fiz,
isso pode ser um sinal de alerta, você precisa ir atrás de alguma
experiência. (Ah, e se você respondeu SIM, isso também é uma
opção válida. Ter experiências de qualidade sempre é algo que pode
te diferenciar dos outros candidatos.)
Pode ser participar de organização estudantil, participar da
organização de algum evento na sua universidade, ou até mesmo
fazer um estágio voluntário. Existe também a opção de fazer cursos
online para incrementar o seu currículo, nos próximos capítulos
indicaremos vários sites que possuem cursos de alto nível e de
graça.
Para fechar, o ideal é que você sempre deve estar procurando
experiências de qualidade que possam te aproximar do estágio que
deseja conseguir. Se você sonha por exemplo em trabalhar na área
de logística, o ideal é que você tenha uma pequena experiência
numa empresa que tem esse setor. Mas se isso não for possível,
você tem inúmeras possibilidades. Você pode fazer um projeto em
uma disciplina que seja totalmente relacionado com essa área. Você
pode fazer cursos online de ferramentas que são importantes. Você
pode trabalhar na Empresa Jr. da sua universidade e trabalhar em
um projeto que tenha logística envolvida. Você pode pesquisar
sobre o assunto, com o auxílio de um professor ou não e até
escrever um artigo sobre o tema. Você pode ir atrás de pequenas
empresas, ou até mesmo a prefeitura da sua cidade e se oferecer
para fazer um estudo de logística de algum produto ou processo que
eles têm.

Caso real: Um conhecido meu estudava engenharia de


produção e tinha um parente que trabalhava em uma creche
pública. Conversando com este parente ele notou que havia
muito desperdício que poderia ser facilmente evitado com
ferramentas simples que ele aprendeu durante o curso.
Depois de conversar com o responsável pela creche, esse
estudante começou voluntariamente a aplicar alguns
conhecimentos para resolver problemas da creche, por
exemplo, todas as crianças independentemente da idade
recebiam a mesma porção de comida, assim quem comia
menos acabava jogando comida fora. Ele fez um estudo
durante alguns dias aplicando estatística básica para
descobrir a porção ideal para cada faixa etária, com isso
conseguiu economizar na alimentação das crianças.
Isso é um caso muito bacana em que ao mesmo tempo que o
estudante demonstrou pró-atividade, aplicou conhecimentos,
adquiriu experiência, desenvolveu habilidades de comunicação,
ainda fez o bem. Tente pensar no tanto de atividades como esta que
você pode desenvolver.
Resolver o problema da falta de experiência é possível! Existem
inúmeras possibilidades e só depende de você e da sua força de
vontade. Lembre-se, a principal característica desse livro é a
seguinte: “Só leia o livro se você QUER MESMO conseguir um
estágio”. Nós estamos aqui para te ajudar a encontrar as soluções
para cada um dos problemas, no entanto, uma vez apontado o
caminho, cabe só a você segui-lo.
Uma última coisa, caso você não tenha experiência, você nunca
deve se desculpar em seu currículo ou entrevista, por isso. Lembre-
se, todos que trabalham em qualquer empresa foram uma pessoa
sem experiência e tiveram que se esforçar para aprender algo.
Atividades como centro acadêmico,
empresa júnior, atlética e voluntariado
contam como experiência?
Como já foi falado acima, experiências em centros acadêmicos,
empresas juniores, atléticas, voluntariado e outras organizações
estudantis são uma grande oportunidade de você mostrar a sua
experiência. E o motivo para isso é que elas funcionam como um
estágio não-remunerado. Onde você participa de projetos, tem
reuniões, tem compromissos, tem chefes, tem que trabalhar em
equipe, etc. Isso é muito valorizado pelas empresas.
Na verdade, isso é muitas vezes desvalorizado pelas pessoas que
estão se inscrevendo para a vaga, pois acham que essas
experiências não têm nada a ver com o profissional, que são apenas
atividades extras que você faz, mas é aí que você se engana.
O mercado tem dado uma importância muito grande para essas
atividades nos últimos anos, e cada vez mais empresas consideram
essas experiências. Existem duas razões principais para isso.
I – Participando desse tipo de atividade você aprende diversas
coisas que pode levar meses e até anos para aprender no ambiente
corporativo;
II – Mostra uma série de características sobre você.

Vamos citar três exemplos para você entender melhor:


Primeiro exeplo: Ser diretor financeiro na atlética da sua
universidade. (Pode ser outra atividade, esse é só um exemplo)
O diretor financeiro da atlética de uma universidade normalmente
faz planejamentos anuais de gastos, estrutura como deve ser a
captação de recursos, se a principal parte dela será através de
festa, produtos, patrocínios. Ele deve gerenciar orçamentos de
festas, controlar pagamentos, entre outras coisas.
O que a empresa vê nessa experiência? Alguém que sabe fazer um
planejamento anual deve no mínimo ser organizado e ter uma certa
visão de futuro (habilidade que as empresas adoram). Essa pessoa
normalmente tem um mínimo de noção de negociação (outra
habilidade que as empresas adoram), afinal para fazer produtos
como camisetas ou contratar serviços, como algo necessário para
uma festa ou até mesmo um técnico para a modalidade, ele teve
que negociar e discutir valores, tudo isso com base no planejamento
que ele fez. Essa pessoa também deve saber trabalhar em grupo
(mais uma habilidade que as empresas adoram), pois para fazer
uma festa ou qualquer evento, você deve interagir com outras
pessoas, entre elas, outros colaboradores da atlética, fornecedores
e também o público, pois de alguma forma, a festa precisa ser
divulgada.

Segundo exemplo: Ser aluno de iniciação científica


O aluno de iniciação científica é alguém que realiza uma pesquisa
sobre tutoria de um professor. O que a empresa vê nessa
experiência?
Um aluno de iniciação científica é alguém disciplinado (habilidade
que as empresas adoram), pois ele tem que se programar para
estudar sozinho. Ele também sabe planejar e seguir um
planejamento (nossa, outra habilidade que as empresas adoram),
afinal ele precisa se organizar e estudar diversos tópicos e conduzir,
quando necessário, alguns experimentos. E por fim, ele sabe
cumprir prazo (essa habilidade as empresas amam de paixão),
quando o seu professor pede que ele faça uma entrega parcial ou
final de um relatório, ele deve entregar na data e ponto.
Aqui vale uma observação, muitas pessoas não colocam a
experiência de uma iniciação científica no currículo porque acham
que a vaga normalmente é numa área de serviços ou indústria e não
tem nada relacionado com pesquisa. Isso é um grande equívoco. As
empresas gostam sim de estudantes que fizeram essa atividade.
Além de todas as habilidades que eu já citei acima, a empresa
também vê esses alunos como pessoas proativas.
O cuidado aqui é o seguinte, se você está se candidatando para
uma vaga que não é relacionada com pesquisa, tome cuidado para
você não fazer todo o seu currículo como se tudo que você sabe
fazer se resume a pesquisar. A empresa pode não querer esse
perfil. O ideal, como sempre, é balancear as ações e vender cada
um dos seus pontos fortes, mostrando como a iniciação científica
(ou outra atividade) pode colaborar para você desempenhar bem
seu papel na possível vaga.

Terceiro exemplo: Ser atleta (pela universidade ou não) ou praticar


um esporte por muito tempo
Muitas pessoas são apaixonadas por esportes e quando entram na
universidade resolvem continuar praticando, competindo e se
apresentando. Pela universidade ou não. O que a empresa vê nessa
experiência?
Aqui é a parte que você pode até ficar surpreso. As empresas
valorizam muito pessoas que já foram atletas profissionais ou
“quase atletas”, ou que praticam uma determinada modalidade, com
certa frequência, durante um bom tempo.
Aqui não precisamos citar a parte de que o exercício faz bem para o
corpo e para a mente, que ele faz as pessoas pensarem melhor. O
que realmente chama a atenção da empresa são características que
pessoas que praticam um esporte adquirem.
Um atleta de futebol de campo, mesmo que em um time
universitário, treina de modo intenso. Isso mostra que a pessoa tem
empenho, tem dedicação e que sabe se organizar, afinal ela precisa
conciliar a universidade com as práticas esportivas. Empenho,
dedicação e organização (habilidades que as empresas adoram).
Quem pratica qualquer modalidade coletiva (futebol, vôlei, basquete,
handebol, etc.) tem uma das habilidades mais desejada pelas
empresas, que é trabalho em equipe. No mundo de hoje, ninguém
mais consegue fazer nada sozinho e trabalhar em equipe é
essencial para conseguir executar praticamente qualquer tarefa com
excelência.
Para os que já foram capitão em algum time, essas pessoas
desenvolveram muito bem a habilidade de liderança. Tiveram que
muitas vezes incentivar, cobrar, conversar, cobrar novamente,
motivar, entre diversas outras coisas. Ser um capitão em alguma
modalidade ensina muito sobre como ser um líder (habilidade que
as empresas adoram).
Se você pratica alguma modalidade como balé, judô, jiu-jitsu,
natação, tênis, entre outras, por muito tempo, você também possui
diferenciais. Uma pessoa que pratica ou praticou balé por 10 anos
tem uma noção de comprometimento muito grande. Quando alguns
recrutadores leem essa informação, eles veem muitas coisas que
para nós pode passar despercebido, como por exemplo, o grau de
dedicação dessa pessoa, o grau de organização e o grau de
esforço. Afinal, é quase impossível você treinar algo por tanto tempo
sem adquirir essas qualidades. Dedicação, organização e esforço
(novamente, habilidades que as empresas adoram).
Por fim, todos que já treinaram algum esporte de maneira séria,
tiveram um técnico. Um técnico é como um chefe, ele te guia para
que você consiga alcançar as metas que foram determinadas. Como
foi dito no começo desse capítulo, as empresas muitas vezes
querem minimizar o risco de trabalhar com alguém que não sabe
como lidar com hierarquia e pessoas que já praticaram algum
esporte, geralmente sabem bem como é ter a relação de hierarquia,
pois tem isso com o seu técnico.
O que importa não são tanto as experiências, mas como você
vende cada uma delas.
Guarde essa lição, porque ela é igualmente importante para a parte
das entrevistas!
Espero que você tenha captado a mensagem principal de tudo isso.
Aquelas atividades que você pensou que eram apenas
extracurriculares são capazes de transmitir inúmeras habilidades e
qualidades. O importante aqui é você saber como colocar da melhor
forma possível as experiências no seu currículo.
O que colocar no currículo e como deve
ser a estrutura
Aqui existem alguns mitos que devem ser derrubados. Não existe
um modelo ideal de currículo, um modelo perfeito, que deve ser
seguido à risca para que você monte o seu currículo. Como já foi
dito, o currículo ideal é aquele que apresenta as informações da
melhor forma possível e no formato e ordem que é mais apropriado
para aquela vaga. O que vamos fazer aqui é mostrar, de forma
geral, o que deve ter no seu currículo e quais são as “melhores
práticas” que você pode adotar.

Parte 1: Dados pessoais


Essa etapa não tem muitos segredos. Aqui você precisa colocar o
seu nome completo, idade, endereço, cidade, telefone (se possível
residencial e celular) e e-mail. Duas observações muito importantes
aqui:
Telefone: A ideia de colocar residencial e celular é para facilitar o
contato caso o recrutador não consiga falar com você em algum
deles. Assim, se você mora em uma república ou em casa com seus
pais, e raramente tem alguém que atende o telefone fixo, é melhor
você nem colocar.
E-mail: Se você não tem um e-mail “decente”, está na hora de fazer
um. Algo como nome.sobrenome@gmail.com ou similar. Nada de
colocar e-mails como sougatinho@hotmail.com ou
mestrepokemon@yahoo.com.br

Parte 2: Objetivo
Aqui acontece uma das maiores controvérsias do mundo dos
currículos. Muitos recrutadores dizem que você deve colocar um
objetivo e muitos dizem que ao mandar um currículo para uma
determinada vaga, você já está declarando o seu interesse por ela e
ter que escrever o “objetivo” tira um espaço precioso que você
poderia colocar outras informações. A decisão cabe a você!
Se optar por colocar, você precisa tomar cuidado com a tênue linha
existente entre ser muito específico ou muito genérico. Se você for
muito específico, como “Estagiário na área de vendas do produto X”,
isso pode acabar te excluindo de outras possíveis vagas existentes
em outros produtos. Por outro lado, se você foi muito genérico o
entrevistador pode pensar “ele não tem um objetivo claro e deve
estar mandando este mesmo currículo para várias empresas sem
nem mudar o objetivo.”
O que não pode acontecer de modo algum, pois é certeza de
reprovação automática, é colocar algo como “Objetivo: vaga na área
de engenharia” e se candidatar para uma vaga na área
administrativa.

Parte 3: Formação Acadêmica


Você deve colocar o curso que você está fazendo, o nome da
instituição de ensino e sempre, sempre, colocar a previsão de
conclusão com mês e ano. Isso é muito importante, pois às vezes as
empresas contratam alguém achando que terão tempo para “treinar”
essa pessoa como estagiário e ela não coloca uma informação real,
e acaba se formando bem antes ou depois do esperado. Então
colocar datas reais aqui é muito importante.
Se você tiver mais de uma graduação, você deve colocar as duas.
Lembrando-se que você sempre deve colocar a mais recente
primeiro.
E aqui fica uma outra dica, se você tiver feito um intercâmbio para
estudar parte do seu curso em uma universidade no exterior, você
pode colocar isso em formação acadêmica. Já vamos falar aqui
sobre colocar experiências internacionais, mas aqui é um dos
lugares que você pode colocar aquele período que estudou no
exterior.

Parte 4: “Você decide”


Aqui é onde você deve começar a adaptar. Você tem as seguintes
coisas para colocar abaixo (Experiência Profissional, atividades
extracurriculares, experiência internacional, idiomas, domínio de
softwares e linguagens de programação etc.). Vamos explicar
primeiro o que você deve colocar em cada uma delas e depois a
ordem que deve organizá-las.

Experiência Profissional: É aqui que você coloca onde já


trabalhou e suas experiências de mercado. Se você nunca teve uma
experiência de mercado remunerada você pode colocar o período
na empresa júnior, o período na atlética, o período no centro
acadêmico, etc.
Essa última parte pode confundir um pouco. Trabalhar nessas
organizações estudantis é uma experiência profissional ou uma
atividade extracurricular? A forma de você distinguir onde colocar é
fazendo a seguinte pergunta. “Quando você participou dessa
organização, você considerava o trabalho que fazia como uma
atividade extra, que você contribuía quando tinha um tempo, ou
você considerava isso uma experiência profissional, afinal você
tinha reuniões semanais/quinzenais, gerenciava projetos, tinha que
fazer entregas frequentes? Você se dedicou como se fosse um
trabalho real?”. Essa é a melhor maneira de definir. Se ficar em
dúvida, ou se você pensa que não trabalhou/aprendeu o bastante
nessas organizações, então você deve colocar em atividades
extracurriculares.
Na experiência profissional você deve colocar o cargo que você
tinha, uma descrição sucinta das atividades e MUITO
IMPORTANTE, alguns conhecimentos práticos que você adquiriu e
experiências que você teve. Como por exemplo:
Gerenciei projetos com mais de 10 pessoas envolvidas;
Captei mais de 50 mil reais em apoio para projetos;
Desenvolvi atividades de marketing que atingiram mais de 3
mil pessoas;
Organizei planejamentos anuais para um faturamento de 100
mil;
Criei um processo de captação de projetos que auxiliaram a
viabilizar 3 novos projetos.
As possibilidades são infinitas. Lembre-se sempre de fazer isso da
experiência mais recente para a mais antiga.

Atividades extracurriculares: Nessa parte você irá colocar tudo


que vai além do currículo do seu curso. Algumas sugestões de
atividades extracurriculares são:
Congressos/Workshops: Entre todos os que você participou pense
em quais são relevantes para aquela vaga - Você deve colocar o
ano, a duração do evento e qual foi a instituição responsável por
organizar.
Cursos complementares: Aqui você pode colocar aquele curso de
liderança, de negociação, de Excel, de marketing, de gerenciamento
de projetos ou qualquer certificação que você tenha obtido - Colocar
o ano, a duração do curso e a instituição de ensino. Caso você já
tenha feito algum trabalho ou projeto, dentro ou fora da faculdade,
aplicando os conceitos do curso, você pode descrever aqui também.
Trabalho voluntário: Nessa parte você pode colocar aquela ONG
que você participou ou qualquer outro trabalho voluntário - Aqui
você deve colocar o período com mês e ano que participou desse
projeto. Coloque também o cargo que você possuía e descreva
algumas coisas que fez nessa oportunidade, pode usar os mesmos
princípios que falamos acima como, por exemplo, colocar que
trabalhou na captação de recursos anuais da ONG ou que fez o
planejamento de algum evento dela.
Organização de eventos na universidade ou fora dela: Se você
participou da organização da semana do seu curso, ajudou a trazer
alguma palestra ou até mesmo organizou um evento fora da
universidade (como um startup weekend, um TEDx ou algum evento
similar) - Aqui você deve colocar o ano do evento, a sua função na
organização e algumas atividades que você fez. Mais uma vez, você
deve usar o modelo falado acima na experiência profissional,
escrevendo: “captei patrocínio para organização de palestra na
universidade”, “fiz a prospecção de possíveis patrocinadores”, etc.
Conte como você colaborou para que o evento acontecesse.
Experiência Internacional: Algumas pessoas já tiveram a
oportunidade de trabalhar, estagiar, fazer um curso de verão, fazer
um curso de idioma no exterior, ou diversas outras atividades.
Entretanto, como em todas as outras partes, o mais interessante
não é você colocar apenas que estudou no país X, ou fez o curso Y,
ou trabalhou fazendo Z, no país que você foi. O ideal é sempre
colocar algumas ações que você desenvolveu, para que consiga
compartilhar através do seu currículo coisas importantes que
aprendeu. O ideal aqui então é colocar o curso ou atividade que
realizou (estágio, trabalho, etc.), o nome da instituição ou da
empresa, colocar a cidade, o país, o ano, a duração e um pouco do
que aprendeu.
Uma observação sobre atividades internacionais, é que muitos ficam
receosos de colocar atividades de trabalho como garçom ou babá.
Fica aqui um conselho, se você fez qualquer atividade de trabalho
no exterior, coloque isso em seu currículo. Essas atividades podem
demonstrar muitas coisas, como por exemplo que você teve uma
experiência muito maior com o idioma do que muitas pessoas que
não conviviam frequentemente com pessoas que falavam a língua.
Sem contar que passa para os recrutadores a ideia de que você já
procurava responsabilidades e é proativo. Duas características que
as empresas adoram.

Idiomas e Computação: Sabe os idiomas que você fala, os cursos


que você já fez, as linguagens de programação que você sabe, os
programas de computadores que você sabe utilizar? É aqui que
você coloca tudo isso. Às vezes uma falta de experiência
profissional pode ser minimizada com bons conhecimentos de
software. Muitas empresas adoram pessoas que saibam usar o
Microsoft Excel com maestria, afinal, saber organizar dados,
disponibilizá-los e organizar são coisas muito importantes em
qualquer área. As empresas podem preferir pessoas que já tenham
um bom conhecimento nessa área, para que desde as primeiras
semanas elas já possam analisar planilhas e criar gráficos e
relatórios sobre alguns projetos. Outro exemplo são os diversos
softwares que você sabe usar muito bem. Muitas pessoas sabem
fazer belíssimas apresentações com Microsoft PowerPoint e isso
deve estar no seu currículo.
Uma das coisas que nunca pode faltar no seu currículo é colocar os
idiomas que você fala. E junto com isso, uma dica de ouro, você
nunca deve mentir a fluência que você tem em um determinado
idioma no seu currículo. Isso pode parecer básico, mas muitas
pessoas cometem esse erro. Escrever que tem espanhol
intermediário, ou alemão intermediário ou até mesmo inglês fluente,
porém, quando a empresa liga para fazer a entrevista e decide que
a mesma vai ser em inglês, afinal o candidato tem fluência no
idioma, a pessoa não consegue falar nada. Então, seja muito
sincero com o seu nível de conhecimento do idioma. Recrutadores
costumam eliminar na hora pessoas que mentem sobre informações
em seus currículos.
Uma outra dica sobre línguas é a seguinte. Se você tem muita
vontade de trabalhar em uma empresa X, o ideal é você ver onde
fica a matriz da empresa e também quais os mercados que ela mais
atua e, em cima disso, aprender um terceiro idioma com base
nessas características. Digo um terceiro idioma porque todos
falamos português (pelo menos esperamos que sim), o inglês é algo
que muitas empresas já consideram como obrigatório (não é mais
nem um diferencial), e você pode procurar conhecimentos sobre um
terceiro idioma.
Seguindo essa dica, podemos pensar em grandes empresas
mundiais como BASF, Mercedes, Bayer, entre outras. Todas elas
são empresas mundiais, mas suas matrizes ficam na Alemanha.
Nesse caso, ter um nível de alemão pode ser um diferencial na sua
entrevista.
Outra forma de escolher o terceiro idioma é pensar nos mercados
que essas empresas estão em expansão, como por exemplo muitas
automotivas, ou empresas de bens de consumo, como P&G, vem
trabalhando fortemente em sua expansão e uma aquisição de
mercado nos países latinos. Nesses casos, ter o domínio do
espanhol pode te diferenciar muito e fazer com que você consiga ter
oportunidades de trabalhar no exterior de uma maneira mais fácil.
Como organizar a informação no seu
currículo
Já sabemos tudo o que um currículo pode/deve ter. A questão agora
é qual das atividades (experiência profissional, atividades
extracurriculares, experiência internacional, habilidades de idiomas
e computação) você deve colocar primeiro. Como estruturar o seu
currículo? A resposta como grande parte das coisas sobre currículo
é.... DEPENDE. Depende da vaga e das habilidades que você tem
que são mais relacionadas a ela. Vou exemplificar melhor.
Como já foi dito algumas vezes nesse livro, o seu currículo deve ser
adaptado à vaga que você está se inscrevendo. Não adianta em
nada você colocar mil experiências que não são relacionadas com a
vaga. O ideal é sempre você colocar o que mais pode interessar
para os recrutadores. Quanto mais interessante uma atividade for
para a vaga, antes deve vir no currículo e mais destaque deve ter.
A primeira parte deve ser sempre suas informações pessoais, logo
depois, se você optar por colocar um, você deve colocar o seu
“objetivo”. Depois disso, a sua formação acadêmica. Esse começo
praticamente não muda a ordem, a única exceção é caso você
estude em alguma universidade que não seja muito reconhecida
pelo mercado, mas já tenha estagiado/trabalhado em empresas que
podem te destacar, nesse caso vale a pena colocar as atividades
profissionais antes da formação acadêmica, afinal é isso que você
quer destacar para o recrutador.
Depois disso, para decidir a ordem que deve colocar a experiência
profissional, as atividades extracurriculares, a experiência
internacional, as habilidades com idiomas, etc. você deve lembrar
um pouco como funciona um processo de seleção.
Vamos fazer mais uma analogia, só que dessa vez com um livro.
Imagine que você comprou um livro, ele chegou na sua casa e você,
todo feliz, abriu na mesma hora e começou a ler. Você leu as
primeiras 20 páginas do livro e ele não está nenhum pouco
interessante (PS: esperamos que isso não tenha acontecido com
esse). Você pensa em desistir e deixar ele de lado, mas resolve dar
mais uma chance para o livro. Resolve ler mais 15 páginas, então
chega à conclusão que esse não é um estilo de livro que você
gosta. O que você faz? Alguns vão se sentir obrigados a ler o
restante, pois sentem aquela obrigação de ter que terminar um livro
que compraram. Entretanto, outros simplesmente guardarão o livro
em algum lugar e não olharão mais para ele, afinal não gostaram do
começo e por isso, não querem perder tempo com o restante.
Com o seu currículo acontece uma coisa muito parecida. O
recrutador tem que ler centenas e as vezes milhares de currículos.
Ele vai fazendo uma leitura rápida e se ele não gostar ou não
identificar habilidades ou experiências que são relacionadas com a
vaga, ele irá colocar o currículo de lado e ele será descartado.
Agora, como aplicar essa analogia na hora de fazer o seu currículo?
Você deve escrever aquelas partes padrões, com suas informações
pessoais, objetivo (se você quiser) e formação acadêmica. Depois
disso, você deve colocar as coisas que são mais relacionadas com
aquela vaga. Você deve colocar experiências que o recrutador vai
olhar e vai se interessar em saber mais.
Esse deve ser o seu foco, cativar o recrutador o mais rápido
possível para ver o seu currículo, do mesmo jeito que um escritor
tenta cativar o leitor a ficar interessado até o final do livro.
Então, se a vaga que você está se inscrevendo é para trabalhar em
projetos que envolvem times e pessoas em diversos países, colocar
a sua experiência internacional logo abaixo da formação acadêmica,
junto com alguns exemplos das vezes que você teve que interagir
com pessoas de diferentes culturas e nacionalidades, é uma
excelente opção. Não precisa ser só experiência de trabalho, pode
ser uma atividade na universidade que você fez. Lembre-se, o
importante é sempre colocar exemplos de experiências ao invés de
só citar que você tem alguma habilidade.
Se a vaga pede uma pessoa com habilidades de compilar, agrupar
dados e fazer relatórios, aquele curso de Excel que você fez pode
ser um grande diferencial e deve vir logo em seguida no seu
currículo. De novo, se possível coloque não só apenas que você
tem domínio do Excel, cite exemplos de quando você usou essa
ferramenta para agrupar dados. Pode ser quando você ajudou o seu
pai ou o seu vizinho a controlar o fluxo de caixa da pequena
empresa que eles possuem usando o Excel, ou quando você
compilou centenas de dados em um relatório na sua iniciação
científica, o que permitiu que as pessoas vissem os números de
outra forma. Ou quando conseguiu criar alguma forma de analisar
os dados, que permitissem uma melhor tomada de decisão para
alguns projetos.

Como você deve estruturar o seu currículo? Você deve listar as suas
experiências e habilidades, das mais relevantes para a vaga,
seguidas das menos relevantes. Dessa forma, você consegue
manter a atenção do recrutador que estará lendo muitos currículos.
Ele deve ser cativado a querer saber mais sobre você. E lembre-se
sempre, colocar exemplos de como você aplicou alguma habilidade
ou experiência aumenta muito a sua chance de chamar atenção do
recrutador.
Para fechar: Se depois de tudo isso você acredita que seu currículo
ainda está “vazio”, pois você tem poucas atividades para colocar,
uma opção é colocar as matérias que você fez na faculdade que
serão mais úteis para aquela vaga em específico. Enquanto isso
corra atrás de melhorar seu currículo para ficar competitivo para as
melhores vagas.
Os 12 erros mais comuns em currículos:
Quando escrevemos nosso currículo, muitas vezes não prestamos
atenção, mas existem coisas que podem destruí-lo. A maioria
desses erros pode ser que você já saiba. Nesse caso, fica aqui uma
oportunidade para você relembrar. Caso não saiba nada sobre eles,
preste atenção. O ideal é que sempre que você escrever o seu
currículo, você faça uma leitura rápida desta lista e faça uma
revisão, para saber se você não está cometendo nenhuma das
coisas que citaremos abaixo. Então, vamos aos 10 erros mais
comuns em currículos:
1º - Não colocar informações para contato/Não colocar informações
atualizadas: Pode ser um pouco óbvio, mas muitas pessoas
esquecem de colocar as informações de contato, ou esquecem de
enviar informações atualizadas. Então, preste muita atenção nisso;
2º - Falhas gramaticais: Já falamos sobre isso, mas é de suma
importância que seu currículo não tenha falhas gramaticais. O ideal
é sempre que você terminar um currículo, você revise-o novamente
procurando por erros. Não estamos falando apenas de erros como
escrever “concerteza”. É muito importante que as informações no
seu currículo estejam bem redigidas e para isso o uso de vírgulas e
pontos devem ser bem efetuados;
3º - Excesso de chavões: Nada de se descrever como um
profissional proativo, perfeccionista, dedicado, que gosta de
aprender, ou coisas do tipo. Quando precisar usar alguma dessas
palavras, procure utilizar palavras que não são chavões. E sempre
que quiser destacar uma habilidade desse tipo use exemplos
concretos;
4º - Tamanho exagerado: O tamanho do currículo é algo muito
importante. Muitos discutem se ele pode passar de uma página ou
não e a resposta dessa pergunta gera inúmeras controvérsias. Ficou
na dúvida? Para que seu currículo ultrapasse uma página, todas as
experiências e habilidades que você compartilha nele devem ser
muito ligadas com a vaga que você está se inscrevendo. Sempre se
pergunte, isso que estou colocando aqui é realmente relevante para
o meu currículo? Por mais que você tenha inúmeras experiências
nunca ultrapasse 3 páginas, a menos que a empresa peça! O
normal é algo entre 1 e 2;
5º - Excesso de dados pessoais: Não existe motivos para você
colocar o seu RG e o seu CPF no seu currículo;
6º - Mentiras: Nada de mentir sobre a fluência de alguns idiomas ou
falar de habilidades e experiências que você não tem. As empresas
com certeza vão te questionar durante uma entrevista sobre tudo
isso e fica muito feio para você quando eles descobrem;
7º - Foto no currículo: Você não precisa colocar uma foto sua em
seu currículo, a menos que a empresa deixe explícito no processo
seletivo que eles querem isso;
8º - E-mail pessoal inadequado: Novamente, nada de colocar aquele
e-mail que você fez quando tinha 10 anos, como opção de contato.
E-mails como sougatinho@hotmail.com ou
mestrepokemon@yahoo.com.br não são bem vistos pelas
empresas;
9º - Tópicos ou parágrafos: Quando descrever as atividades que
realizou dentro de uma experiência ou o que aprendeu nas
oportunidades que teve, use tópicos ou parágrafos, nunca use os
dois;
10º - Falar difícil: Não use palavras rebuscadas ou algo que seja
fora do vocabulário comum de uma pessoa. Os recrutadores não
perdem mais do que um minuto dando a primeira olhada no
currículo e isso pode fazer com que o seu vá para a pilha de
descarte;
11º - Poluição visual: Quando terminar seu currículo olhe para ele e
veja se não está muito poluído, lembre-se o entrevistador irá julgá-lo
em questão de poucos minutos. Ter um currículo bem organizado já
vai fazer com que ele olhe diferente para você;
12º - Letra ilegível: O recrutador está analisando centenas de
currículos e vai gastar pouco tempo em cada, se ele tiver que fazer
esforço para entender o que está escrito pode ser que ele não leia
algo importante. Quando terminar, imprima seu currículo e veja se
você consegue ler sem dificuldade alguma.
Por fim, lembre-se que o que é valorizado em um processo seletivo
não é se você participou ou não de atividades extracurriculares, fez
ou não intercâmbio, mas sim como você se envolveu, o quanto se
dedicou, o que realizou e o que aprendeu com cada uma dessas
atividades.
Vídeo-Currículos
Esse modelo de currículo está se tornando cada vez mais utilizado
pelas empresas, pela sua praticidade e por permitir que a empresa
conheça o candidato antes mesmo da dinâmica e da entrevista.
Geralmente a empresa pede, além do currículo tradicional, um vídeo
de mais ou menos 2 minutos onde você se apresenta e responde
algumas perguntas.
Todas as dicas sobre como se vender no currículo, ser específico
para a vaga e destacar suas principais características continuam
valendo aqui. Contudo, a empresa não espera que você
simplesmente leia seu currículo ou enumere suas habilidades e
diplomas.
Algumas dicas para um bom vídeo são:
Assim como você simplesmente não manda as primeiras
palavras que digita no Word para a empresa, o vídeo também
provavelmente não ficará bom de primeira. Regrave o vídeo
quantas vezes achar necessário até gostar do resultado;
Planeje o que você vai falar antes de gravar o vídeo;
Assim como no currículo, você provavelmente terá 1min antes
do recrutador descartar sua candidatura ou decidir ver o vídeo
todo. Portanto, se venda logo no começo, ressalte os pontos
mais importante e busque prender a atenção do recrutador;
Aproveite que o vídeo é mais informal para tentar passar a sua
personalidade. A maior informalidade do vídeo também
permite que você ouse um pouco, por exemplo, usando
analogias ou metáforas. Certa vez vimos o vídeo de um
candidatando comparando sua trajetória com uma montanha
russa enquanto descrevia alguns altos e baixos. Seja criativo;
Foque em poucos pontos principais. Seu currículo em papel já
detalha várias atividades. Aqui é o momento de ir mais fundo
no que você acredita que será importante para a vaga.
Escolha cerca de 2 ou 3 pontos para focar dependendo do
tamanho do vídeo;
Caso não tenha tanta experiência para passar, vale reforçar o
porquê quer a vaga e como é seu “relacionamento” com a
empresa, porque a escolheu, porque a admira, se usa seus
produtos, etc.;
Tudo bem ser um pouquinho mais subjetivo no vídeo, então
use essa oportunidade para mostrar sua adesão aos valores e
missão da empresa, destacando pontos que mostrem como
você “combina” com a ela;
Aproveitando que é um vídeo, caso se sinta à vontade use as
mãos, gestos, expressões faciais e tom de voz para reforçar
as partes mais importantes;
Você não precisa se preocupar em fazer uma mega gravação.
Gravar você falando com a webcam do computador é
suficiente, o importante é o conteúdo. O cuidado que você
deve ter é em relação ao áudio, tenha certeza que dá para
entender perfeitamente sua voz no vídeo, caso não dê,
regrave falando mais alto. O recrutador já vai ver 200 vídeos
por dia, não queira que ele tenha que ficar se esforçando para
ouvir você falar;
Se for gravar no seu quarto dê preferência para gravar com a
câmera virada para a parede ou em algum fundo neutro. Se
aparecer sua cama, ou outra parte do cômodo, tenha certeza
de que estará organizada;
Você não precisa estar vestido formalmente, porém não custa
colocar uma boa camisa e dar uma arrumada no cabelo;
Evite ler um texto na tela do computador, alguns recrutadores
não gostam disso. Porém, caso tenha dificuldade para falar,
deixar um arquivo Word aberto com alguns bullet points pode
ajudar;
Tente se mostrar espontâneo, sorria, mostre brilho no olho e
entusiasmo. As pessoas não contratam currículos, as pessoas
contratam pessoas.
Atividades
Atividade 1: Escreva todas as atividades interessante que você já
realizou durante a sua vida. Alguns exemplos de atividades para te
ajudar:
Fui atleta da universidade;
Fui membro da empresa júnior;
Fiz iniciação científica;
Publiquei um artigo;
Organizei uma palestra sobre produtividade;
Participei da organização da semana do curso;
Fui voluntário em uma ONG;
Participei de algum projeto de extensão;
Fui monitor de uma disciplina;
Trabalhei ou estagiei em alguma empresa;
Trabalhei em uma empresa familiar ou de um conhecido;
Faço dança por 8 anos;
Fiz parte do centro acadêmico;
Organizei festas na minha república;
Organizei um grupo de estudos sobre algo;
Etc....
Essa é só uma pequena lista das possíveis atividades que você
pode ter feito. O foco aqui não é lembrar o que você fez em cada
uma das atividades. Aqui você deve apenas lembrar as atividades
que já realizou.

Atividade 2: Com base na lista que você criou acima, coloque em


cada uma das atividades que você fez, pelo menos duas ações que
você realizou, ou algo que você vivenciou nessas experiências. O
ideal é colocar o máximo possível de coisas. Vale colocar também o
que você aprendeu que te marcou.
Considerações sobre a atividade 2:
A atividade 2 normalmente vai ser considerada chata por boa parte
das pessoas. Porém, ela é de suma importância. Fazer essa
atividade bem-feita, com o detalhamento e atenção que ela merece,
fará com que você monte seu currículo com uma facilidade que você
nunca viu antes. E o mais importante, isso fará com que você nunca
esqueça de colocar atividades excepcionais que você já fez, em seu
currículo. E de bônus, isso ainda vai te ajudar bastante durante a
entrevista.
Uma dica: É comum travar nessa atividade. Para não acontecer
isso, recomendamos que você a faça logo depois de ler esse
capítulo ou em um dia, logo que acordar. Outra dica é, desligue a
internet para fazer e se comprometa a ficar pelo menos durante
essa atividade, sem usar o celular, Facebook ou WhatsApp.
Sabemos que é difícil. Mas se fosse fácil fazer, todos fariam e já
teriam um estágio.

Por fim, lembre-se


“Os campeões amam a vitória, ainda que em alguns momentos a
jornada não seja tão prazerosa quanto eles gostariam. ”
Rebeca: Sofia, já terminou de ler o capítulo 3? Acabei aqui e fiquei
pensando... Quanta coisa a gente faz errado sem saber, quando
monta um currículo né?
Rebeca: Sofiaaaaaaaaaaaaa? Quero conversar!!!
Lucas: Hahahaha, poxa Rebeca. Tudo isso por que ela visualizou a
sua mensagem e não respondeu?? :P
Rebeca: Para de ser chato Lucas. Estou querendo conversar sobre
o capítulo.
Lucas: Uai, pode falar comigo então.
Rebeca: Então, eu pensei aqui, quanta coisa eu fazia de errado sem
saber. Tipo, nunca colocava nada que aprendi nas experiências que
tive. Simplesmente colocava que tinha feito algo e pronto. Ah, e sem
contar isso de fazer um currículo específico pra cada vaga, eu
nunca fiz isso. Tenho aquele arquivo no meu computador escrito
“Currículo – Rebeca” e o envio sem nem ver, para todas as vagas.
Mas tô com uma preguiça louca aqui de fazer um currículo pra cada
vaga.
Lucas: Sim Rebeca, é verdade! O que aconteceu comigo foi
engraçado. Eu recebia muitos “NÃOs” e às vezes nem recebia
resposta das empresas. Quando comecei a mudar as coisas no meu
currículo e escrever o que aprendi nas oportunidades, os “NÃOs”
diminuíram bastante, começaram a me chamar para várias
dinâmicas.
Lucas: Acho que não foi só por isso também, eu comecei a adaptar
meu currículo para a vaga. O que faz muito sentido né? É só você
pensar, quando eu quero “sair” com uma menina, não adianta eu
mandar o mesmo xaveco para todas né? Se ela for do tipo mais
tranquila, não adianta eu convidá-la pra ir a uma balada.... Se ela
gostar de rock, não posso chamá-la pra dançar um sertanejo só no
arrocha, né? Hahahaha. Se isso não funciona para chamar uma
menina pra sair, imagina para conseguir um emprego.
Rebeca: HAHAHAHAHAHAHHA
Rebeca: Só você mesmo Lucas.... Pronto, agora nunca vou
esquecer... Fazer um currículo é igual xavecar... Tem que ser
específico para a pessoa.
Lucas: Hahahaha. Boa Rebeca, eles deveriam até usar a minha
ideia no livro.
Rebeca: Mas voltando a falar sério, como foi fazer a atividade do
capítulo pra você? Eu estou enrolando aqui pra começar...
Lucas: Então, comigo também foi assim, mas eu dei uma chance
pra eles e segui a dica que eles deram no livro. Desliguei a internet,
coloquei o celular de lado e não voltei a ver essas coisas enquanto
não terminei. E se quiser uma dica, faça essa atividade o mais
rápido possível. Eu consegui montar meus currículos muito melhor e
muito mais rápido depois que eu fiz.
Lucas: Ah, se quiser só mais uma dica, tem um aplicativo que
chama FocusAtWill, ele tem 15 dias para você usar de graça :D Eu
baixei ele para fazer essa atividade. Ele serve para colocar músicas
que te ajudam a focar e aumentar a sua produtividade. Foi
sensacional! Nunca fiz algo tão bem.
Rebeca: Que legal! Nossa, muito obrigado pelas dicas. Vou fazer
isso que você falou e baixar o aplicativo para ver se o meu foco
realmente aumenta :D
Lucas: Ou se preferir tem várias playlists de foco no Spotify tbm, eu
gosto especialmente da chamada “Deep Focus”.
Sofia: Oiiiiiiiii Rebeca :D
Rebeca: Nem vem Sofia :P Agora eu não quero mais falar com você
kkkkk
Sofia: Hahhaha desculpa. Eu tava fazendo a atividade do capítulo,
mas não segui as regras deles. Acabei abrindo o WhatsApp no meio
e vi que você tinha mandado uma mensagem. Fiquei com muito
peso na consciência de te responder. Daí voltei e terminei a
atividade hehehe.
Rebeca: E como foi?
Sofia: Foi bem legal! No começo foi um pouco difícil, mas depois eu
foquei e consegui descrever tudo. Estou com uma sensação de que
eu “vendia” muito mal as atividades que eu já tinha feito para as
empresas. Vou mudar muita coisas nos próximos currículos que
enviar.
Sofia: Ah, eu queria ter lido as dicas do Lucas sobre como fazer a
atividade antes.... Eu teria realmente colocado o celular de lado pra
fazer :P
Lucas: Hahahah viu só? Mas isso é verdade. Todo mundo sabe que
ficar usando celular ou facebook faz com que você demore bem
mais para fazer as coisas. Eu não tinha esse hábito, até que um dia
vi aqui no livro e resolvi tentar. Comecei a ver que eu demorava
muito menos tempo para fazer as coisas quando eu focava de
verdade. Daí parei de ficar olhando pro celular enquanto faço algo =]
Rebeca: Boa, vou baixar o app que o Lucas sugeriu e fazer agora
então. Muito obrigado pelas dicas Lucas.
Lucas: Às ordens :D E não se esqueça: “Fazer um currículo é igual
xavecar... Tem que ser específico para a pessoa.”
Capítulo 4 – Se Candidatando para as
Vagas e Encarando os Testes Online
Agora finalmente chegou a hora de começarmos de verdade a
nossa jornada rumo à conquista de uma vaga de estágio. Agora que
já decidimos que empresas queremos e montamos o nosso
currículo, é hora de começar a nos candidatar para as vagas de
estágio!
Onde e Como se Candidatar
Se você abordou uma estratégia sniper e já possui seus alvos
específicos, não há muito o que falar. Vá no site de cada empresa e
descubra como funcionam os processos seletivos e como você faz
para se candidatar. Se não achar nada diretamente no site, você
encontrará facilmente no Google digitando algo como “Vagas de
estágio P&G”.
Uma vez encontrada a página da vaga, veja se eles detalham quais
serão as etapas do processo seletivo, é sempre bom ter uma noção
geral de como será o processo e se as fases já possuem datas.
Algumas vezes você terá estas informações e outras não.

Já se você busca uma abordagem ao estilo metralhadora, é


interessante você saber que algumas empresas possuem processos
totalmente internos, enquanto outras pagam empresas para divulgar
suas vagas ou até mesmo realizar os processos seletivos. Então
você pode procurar vagas tanto no site de empresas quanto ir direto
para estes sites que divulgam vagas e fazem processos. Os
principais no Brasil são:
Cia de Talentos: www.ciadetalentos.com.br/
Cia de Estágios: www.ciadeestagios.com.br/
Na Prática: mural.napratica.org.br/
99 Jobs: www.99jobs.com/
Vagas: www.vagas.com.br/ ou www.vagas.com.br/vagas-de-
estagio-trainee
Nube: www.nube.com.br/
Existem vários outros sites, mas estes são os principais.
Vale se atentar que alguns dos sites de empresas de processos
seletivos permitem você criar um único currículo, ou seja, você teria
que usar o mesmo currículo para diferentes vagas. Se deseja
aumentar suas chances personalizando o currículo você terá que
criar diversas contas – geralmente você consegue criar outras
contas utilizando outros e-mails no momento da inscrição.
Uma outra dica é que a grande maioria das universidades possuem
um departamento de estágios que sempre recebem vagas abertas
de empresas da região. Veja se sua universidade tem um
departamento deste e descubra quais vagas estão abertas e se
divulgaram especificamente para a sua universidade, isso pode
contar uns pontinhos extras na hora da seleção.
Por fim, tanto para as metralhadoras quanto para os snipers vale a
pena ficar de olho em grupos de estágios no Facebook. Se você
buscar grupos como “USP Estágio” você provavelmente vai
encontrar o da sua universidade, entre no da sua universidade e nos
grupos de universidades da região. É comum você ver pessoas
divulgando vagas específicas que muitas vezes “sobraram” ou
abriram depois do processo seletivo normal de estágio. Você vai
encontrar pessoas pedindo para mandarem diretamente o seu
currículo para algum e-mail, sem passar por todos os testes online.
Vale a pena ficar de olho nesses grupos.
Descrição da Vaga
Todo o processo seletivo começa com uma descrição da vaga e das
características que se esperam do candidato. Cada vaga irá pedir
diferentes habilidades dependendo da função a ser desempenhada.
É importante que você busque vagas que se adequam ao seu perfil
e nas quais você acredita que poderá usar melhor seus pontos
fortes.
Contudo, caso você tenha se interessado por uma vaga a qual você
não preenche todos os requisitos, não se desespere. A descrição do
trabalho indica o candidato idealizado pela empresa, porém não é
raro um candidato que não preenche 100% dos requisitos ser
contratado, pois se mostrou melhor do que o esperado em outros
pontos, além de interessado, capaz e com um plano para aprender
as outras habilidades desejadas.
Além disso, hoje uma boa parte das empresas olha muito além da
parte técnica, escolhendo candidatos também (e às vezes
principalmente) por suas atitudes e comportamentos.
Testes Online
Praticamente todo mundo que já se candidatou para alguma vaga
de estágio teve que passar pelos testes online. Os três tipos mais
comuns são testes de perfil ou fit cultural, de lógica e de inglês.
Além dos testes também existe o preenchimento de informações
básicas.
Nossa intenção nesse capítulo é te ajudar a entender estes testes e
como realizá-los, para isso vamos usar alguns exemplos reais. O
capítulo será subdividido pelos tipos de teste.
Informações Básicas
Pode ter outros nomes, mas basicamente são informações sobre
você, sua graduação e experiências passadas, endereço, número
de documentos, etc. Essa pode ser uma parte bem longa, mas não
costuma ser complexa, apenas preencha os dados pedidos.
Algumas considerações importantes aqui:

O que mais elimina os candidatos


Conversando com algumas pessoas de RH sobre o que mais
costuma eliminar os candidatos nessa primeira fase do processo,
ficamos surpresos em descobrir que muitos são eliminados antes
mesmo de começar os testes online. Veja o depoimento abaixo.

Depoimento do RH: “Na minha experiência o que mais elimina os


candidatos nessa primeira fase é falta de atenção, preguiça ou
deixar para a última hora. Vários candidatos são eliminados por
simplesmente não terminarem todos os testes. Uma outra parcela
de candidatos é eliminada por simplesmente não responder as
perguntas corretamente. A gente pergunta uma coisa e o candidato
responde outra.
Se fosse para dar uma dica seria: Separe uma tarde de sábado pelo
menos uma semana antes do prazo acabar, deixe o futebol e
videogame para depois. Faça com calma e preste atenção no que
está sendo perguntado. ”

Estamos combinados que ninguém que está lendo esse livro será
eliminado por simples falta de atenção, certo?
Vamos agora a outro ponto mais delicado no processo de cortes.

Curso Diferente do Exigido


Certas empresas cortam por curso de graduação, o que faz sentido
em algumas áreas mais técnicas, mas muitas vezes este não é o
caso. Isso é muito comum em multinacionais com vagas de estágio
para áreas administrativas que só costumam aceitar pessoas de
administração, economia, comunicação e engenharia. Essas
empresas aceitam engenheiros, alegando que embora não sejam da
área possuem maior raciocínio lógico, mas não aceitam físicos que
possuem tanto ou mais matemática que algumas engenharias, por
exemplo. Infelizmente esse tipo de seleção arbitrária por curso ainda
existe.
Agora você diz que estuda por exemplo, Biologia, mas que durante
a universidade entrou na empresa júnior, se apaixonou por essa
área de gestão e começou a estudar por conta, ler livros e fazer
cursos da área. Quando você for preencher seus dados, irão te
cortar independentemente de você ter o melhor currículo possível
para vaga. Isso ocorre, pois, algumas empresas de seleção fazem
cortes automáticos antes mesmo de lerem seu currículo

Entendendo os Cortes Automáticos


Empresas muito grandes, como multinacionais conhecidas, recebem
milhares de currículos para programas de estágio. A área de
recursos humanos da empresa não consegue avaliar milhares de
currículos, então eles promovem um corte automático. De modo
geral funciona assim: você preenche vários campos, entre eles seu
curso de graduação, universidade, nível de inglês e nível de Excel -
há outros, mas esses são os principais utilizados para corte.
Uma vez preenchido, o computador simplesmente corta quem não é
dos cursos X, Y ou Z ou das ditas universidades de ponta
(geralmente reconhecidas como aquelas com IGC 4 e 5), também
existem cortes pelo nível de inglês e Excel e em alguns casos até
por endereço. Como a empresa recebe milhares de currículos, ela
sabe que pode perder bons candidatos com estes cortes, mas que
ainda assim vão sobrar outros tantos bons candidatos que se
formaram em cursos e universidades específicas e com
conhecimentos avançados de Excel e inglês.
E Agora, O Que eu Faço?
As empresas estão mudando isso aos poucos, como a Sofia
Esteves fala no vídeo que você viu no capítulo 2, mas esses cortes
ainda existem em grande número. Então o que fazer?
Você passou por todo um processo de autoconhecimento e de
buscar informações sobre as empresas e chegou em 3 empresas
que são suas empresas dos sonhos. Sobre Excel e inglês você
sempre pode aprender, mas e se elas não aceitam seu curso de
graduação ou sua universidade. Falta só um ano para você formar,
e agora?
Se você já sabe que vai ser reprovado sem nem avaliarem seu
currículo, talvez precisemos adotar outras estratégicas para encarar
o sistema de seleção. Como a aprovação por vias normais já está
perdida, isso lhe possibilita tentar outras soluções, afinal o “não”
você já tem.
Como dissemos, as empresas fazem isso não porque não querem
biólogos trabalhando lá, mas porque é muita gente tentando o
processo seletivo. Porém, se você se mostrar capaz, nada impede
que te contratem. Abaixo estão alguns possíveis métodos
alternativos, para evitar o sistema normal dos processos seletivos,
porém tenha em mente que você provavelmente terá que se mostrar
2x melhor que os outros candidatos nesses casos.
Entre em contato com pessoas da empresa, RH ou gestor da
área desejada, pelo Linkedin e tente explicar sua situação,
focando sempre em mostrar o como você se destaca dos
demais candidatos. Se achar alguém de um curso “alternativo”
que trabalha lá, melhor ainda, pois provavelmente se
identificará com você.
Tente comparecer a palestras e eventos onde pessoas da
empresa vão estar, como palestras na universidade e feiras de
estágio, e tente explicar a situação. Às vezes casos
semelhantes já aconteceram antes e o próprio pessoal sabe te
indicar o que fazer.
Algumas empresas fazem eventos ou processos de seleção
alternativos onde estas restrições não se aplicam, como por
exemplo competições de case. Tente participar destes eventos
e se destacar.
Indicação: Indicação não é algo ruim, pelo contrário, é alguém
dando uma garantia que vale a pena te levar para uma
entrevista. Se você conseguir alguém para te indicar pois
conhece a sua competência, pode ser que você consiga uma
entrevista direto. Teremos um capítulo só sobre indicação mais
à frente.
Um dos últimos capítulos deste livro é destinado apenas a métodos
“alternativos” de conseguir estágio, lá daremos vários exemplos
reais para te ajudar. Por enquanto foquemos nas vias “normais”.
Considerações Sobre o Excel
Não tem desculpa, mentir falando que o Excel é avançado não
adianta, além de ser antiético qualquer entrevistador perceberá isso
na entrevista com poucas perguntas.
Caso você ainda não tenha domínio da ferramenta, recomendamos
começar um curso o quanto antes, pois praticamente qualquer
empresa pede domínio desse software. Caso não queira perder
tempo procurando um curso ou turma, recomendamos um curso
online, você encontra vários espalhados na internet. Abaixo
recomendamos um curso completo que vai do iniciante ao avançado
(mas sem cobrir VBA)
Microsoft Excel 2013 Completo - https://goo.gl/Gudfpx
Não tem desculpa para não aprender Excel. Esse curso por
exemplo são 10h de conteúdo, dá para fazer em menos de uma
semana e como é um curso online, você pode aprender a qualquer
hora do dia, de qualquer lugar e ainda pode acessar o curso quando
quiser para relembrar os conceitos. Quando checamos o valor do
curso era de $20 dólares, algo em torno de 70 reais, mais barato
que praticamente qualquer curso presencial que você encontrar.
Caso tenha mais tempo e paciência, há vários sites e vídeos que
ensinam Excel no YouTube, porém geralmente é menos didático e o
conteúdo fica mais disperso, dificultando o aprendizado, porém é
uma opção gratuita para quem não quer investir em um curso.
Por fim, caso fale inglês, existe um ótimo curso gratuito no link
abaixo
www.gcflearnfree.org/excel2013/

Outra dúvida comum é exatamente o que de Excel é necessário


saber para mandar bem nos processos seletivos. Respondemos
esta pergunta com a imagem abaixo retirada de um processo de
inscrição de uma das maiores empresas que organizam processos
seletivos de estágio no Brasil:
O candidato responde cada pergunta com “sim” ou “não” caso
domine a ferramenta. Com exceção do VBA, você precisa saber
tudo isso.
Testes de Inglês
Sobre o teste de inglês não há muito o que falar. Diferente do teste
de lógica e de perfil que você provavelmente nunca ouviu falar e
ninguém te treinou para fazer um antes de começar os processos
seletivos, o Inglês te acompanha desde os tempos da escola
(embora saibamos que ninguém aprende nada de inglês na escola).
Nos testes de inglês não há escapatória, há a necessidade de saber
o básico de inglês antes de fazê-los. E não, não adianta você tentar
burlar o teste com pesquisa na internet ou pedir para um amigo
fazer, pois é facilmente perceptível se você burlou ou não, bastam 5
minutos de conversa em inglês na entrevista e o entrevistador irá
descobrir seu nível real. Mas como estamos aqui para te ajudar,
vamos a algumas possibilidades:
Se você já manda bem no inglês, é só detonar nos testes,
geralmente os online não são difíceis, mas focam em questões
de vocabulário e gramática, então se você aprendeu com
filmes e falando, vale a pena dar uma revisada na gramática.
Se você possui um nível um pouco melhor que intermediário,
recomendamos fazer alguns testes online de escolas de inglês
(como o da Cultura Inglesa, que disponibiliza no site) para
entender melhor o que eles pedem. Se achar necessário foque
em estudar inglês durante alguns dias e entender os testes
online disponíveis na internet para saber o que esperar
quando for fazer os testes dos processos seletivos. Outra
alternativa é fazer o teste de inglês de processos aleatórios
que não te interessam, pois sua nota não vai importar.
Já se o seu nível de inglês é baixo a alternativa é uma só: Se
candidate para vagas que não exigem inglês e para se
diferenciar dos competidores, compense com outras
habilidades como mais atividades extracurriculares, mais
autoconhecimento (capítulo 1), mais conhecimento da
empresa (capítulo 2). Tenha em mente porém que para a
geração que está entrando hoje no mercado de trabalho, não
ter inglês vai provavelmente te deixar longe das melhores
oportunidades de crescimento interno e de conseguir emprego
em outras empresas, portanto se você realmente quer um
estágio procure um que não exija inglês no momento, mas
COMECE A INVESTIR NO INGLÊS! E já aviso que vai ficar
pior, faculdade + estágio + inglês vai ser pesado, mas não tem
escapatória, inglês é essencial.

Depoimento: Inglês é a língua do mundo, recentemente


estava viajando pela a Ásia e quando me dei conta
estávamos em 6 em uma mesa, eu brasileiro, um italiano, um
alemão, um suíço, um tailandês e um menino de Bangladesh.
Como nos comunicávamos? Inglês! Não tem como escapar, é
a língua que o mundo fala. Essencial para a carreira e para a
vida.
Nossa sugestão é que você esqueça o mandarim, o espanhol e
outras línguas se você ainda não sabe inglês. Foque no inglês
primeiro, é a língua que você mais vai usar.
Hoje em dia não ter dinheiro para pagar uma escola de inglês
também não é desculpa, por sinal a maioria das escolas de inglês
demoram 3 anos, no mínimo, para te ensinar. Digite no Google
“sites para aprender inglês”, terão mais de 50 e uma boa parte é
gratuita.
Para iniciantes recomendamos o uso do app Duolingo
Teste de Fit Cultural
Também conhecido como Teste Cultural, Teste de Match ou Teste
de Fit. Basicamente são testes com algumas perguntas, que podem
variar bastante de empresa para empresa, para ver se você
combina com a cultura e estilo de trabalho da empresa que está se
candidatando. Nesses testes não existe resposta certa e errada.
Não é um teste que vale pontos, mas sim como o nome diz, ele vai
avaliar se você combina com a empresa.
Certas empresas dizem que não é eliminatório, que é para você ser
o mais sincero possível nos testes, mas em alguns casos o
resultado é sim levado em consideração, embora de uma maneira
muito mais amena, por exemplo, as empresas provavelmente só
irão cortar quem realmente aparentou não ter absolutamente nada a
ver com ela.
Apesar de poder ser um teste que corta, não recomendamos que
você tente burlar este tipo de teste, colocando o que você acredita
que a empresa gostaria de ver, pois afinal não adianta querer mentir
nesse teste para ser aprovado e depois descobrir que odeia a
empresa onde trabalha.
Um problema com este e outros testes online, é que as empresas
não dão uma devolutiva. Então caso você queria conhecer seu estilo
de trabalho, até para se autoconhecer melhor e saber de antemão
se combina com alguma empresa, além de ter respostas mais
embasadas para perguntas como quais seus pontos fortes, vale
procurar alguns testes online deste tipo na internet.
Um dos melhores testes neste sentido são os disponibilizados pelo
site Na Prática, nele você pode fazer teste de valores, estilo de
trabalho e personalidade
(www.napratica.org.br/e/standalone/meu_perfil/).
Outro teste bem conhecido é o MBTI que separa as pessoas em 16
diferentes grupos de personalidades, existem vários modelos desse
teste na internet, um que dá um resultado gratuito é este:
www.16personalities.com/br
Testes de Lógica Resolvidos
Se nos dados pessoais só tem uma resposta certa, se no teste de
inglês é impossível aprender do dia para a noite, se no de
personalidade não adianta querer se sair bem, pelo menos em um
dos testes a gente pode tentar melhorar a nossa performance.
A maioria das pessoas nunca fez um teste de lógica antes de se
candidatar para alguma vaga de emprego e nunca fomos
preparados para este tipo de teste. O problema é que a primeira vez
que nos deparamos com um podemos achá-lo, paradoxalmente,
sem lógica, isso é porque não estamos treinados para vê-la. Aqui
vamos tentar te mostrar como estes testes funcionam usando
exemplos reais de perguntas retiradas de processos seletivos.
As questões de testes de lógica geralmente estão dentro de
categorias. Traremos um exemplo das categorias mais comuns para
você entender como funciona.

Questões de Raciocínio Matemático


Questão 1 – Raciocínio Matemático simples
Na tabela estão os dados das vendas realizadas no trimestre por um
vendedor do segmento de bens de consumo:
Meses 1 2 3
Valor (mil A B C
RS)
A = R$200mil, B = R$400mil e C = R$600mil
É correto afirmar que as vendas de A + C, divididas por A,
multiplicadas por B é igual a:
a) R$ 300 mil
b) R$ 600 mil
c) R$ 800 mil
d) R$ 1.200 mil
e) R$ 1.600 mil
Solução: A matemática dessa questão é fácil, porém pode haver
dificuldade na interpretação do texto. Para resolver preste atenção
nas vírgulas:
Passo 1: Vendas de A + C, ou seja, 200mil + 600mil = 800mil
Passo 2: Você divide o resultado anterior por A, ou seja,
800mil dividido por 200mil = 4
Passo 3: Multiplica o resultado por B, ou seja, 4 * 400mil =
1.600mil
Essa é nossa resposta final R$ 1.600 mil.

Questão 2 – Raciocínio Matemático com regra de 3


Em uma promoção do tipo “leve 3 pague 2”, uma pessoa que
anteriormente dispunha do dinheiro para adquirir 18 unidades do
produto, agora poderá comprar:
a) 36 unidades
b) 32 unidades
c) 30 unidades
d) 27 unidades
e) 24 unidades

Solução: Novamente a matemática da questão é simples, mas pode


existir dificuldade em montar o problema. Nesse caso podemos
encontrar a solução usando regra de 3.
A lógica é a seguinte: antes, se você pagasse 1, levava 1, que é o
mesmo que afirmar que se pagar 2 leva 2, ou seja, se você pagar
por 18 unidades você leva 18 unidades. Com a promoção agora se
você pagar 2 unidades você leva 3, então se você pagar 18
unidades quantas unidades você vai levar? Para responder esta
pergunta fazemos uma regra de 3:
2 -3
18 – X
Resolvendo temos que: 2*X = 3*18, ou seja, X=27.
Uma forma alternativa de resolver é pensando em porcentagem: Se
antes eu pagava 2 e levava 2 eu recebia 100% do que pagava, com
a promoção se pago 2 recebo 3 unidades, ou seja, eu recebo 150%
do que pago, logo tivemos um aumento de 50%. Assim você pode
simplesmente fazer: 18*1,5 = 27 unidades.

Questão 3 – Raciocínio Matemático com estatística


Determinada cadeia de distribuição de alimentos trabalha com 3
fábricas F-A, F-B e F-C, e abastecem 3 supermercados, S-1, S-2 e
S-3, em uma cidade de São Paulo. Cada uma das 3 fábricas
entrega para os 3 supermercados, em horários diferentes. Uma rota
de distribuição é, por exemplo, o caminho de ida percorrido por
veículos entre uma determinada fábrica e um determinado
supermercado. É correto afirmar que nesta cadeia de distribuição
existem:
a) 9 rotas
b) 6 rotas
c) 5 rotas
d) 4 rotas
e) 3 rotas

Solução: É uma questão de estatística, porém novamente o texto


pode confundir. A questão diz que existem 3 Fábricas que entregam
para 3 Supermercados. Quantas combinações de entregas temos?
Você pode resolver de duas maneiras. A mais fácil, caso entenda de
probabilidade, é simplesmente fazer 3*3=9, pois cada uma das 3
fábricas pode entregar para 3 supermercados.
Caso fique em dúvida nas questões de probabilidade, você pode
resolver “na mão” e usar desenhos e diagramas, como o abaixo:
Após ligar onde cada fábrica entrega é só contar as setas que
chegará no número 9.

Questão 4 – Raciocínio Matemático


A tabela mostra o faturamento de uma empresa nos seus anos de
maior crescimento.
Ano 1999 2000 2001 2002 2003
Faturamento (milhões 20 24 30 42 63
de reais)
Entretanto, os números começaram a mostrar uma desaceleração
nesse crescimento, dado que o aumento percentual do faturamento
de 2003 para 2004 foi igual ao aumento percentual de 2001 para
2002, assim como o aumento percentual de 2004 para 2005 se
iguala ao aumento percentual do faturamento de 2000 para 2001.
Se este comportamento simétrico de crescimento se mantiver, então
o crescimento percentual de 2005 para 2006 no faturamento da
empresa deverá ser de:
a) 10%
b) 20%
c) 25%
d) 40%
e) 50%

Solução: Questão de lógica usando porcentagem. Primeiro você


deve entender a lógica de como cresce o faturamento para depois
calcular a porcentagem. Ele nos diz que:
Crescimento de 2003 para 2004 = crescimento de 2001 para
2002
Crescimento de 2004 para 2005 = crescimento de 2000 para
2001
Crescimento de 2005 para 2006 = ???
A lógica é a seguinte:
2003 para 2004 = 2001 para 2002
2004 para 2005 = 2000 para 2001
2005 para 2006 = 1999 para 2000
Ou seja, para cada ano que avança você repete o faturamento de
um ano anterior.
Assim para descobrir o aumento de faturamento de 2005 para 2006
olharemos o aumento de faturamento de 1999 para 2000. Esse
aumento é calculado fazendo 24/20 = 1,2 ou seja 20%, essa é
nossa resposta.

Considerações sobre a categoria de raciocínio matemático:


Um dos tipos de questões presentes nos testes de lógica são
questões que envolvem raciocínio matemático. Na grande maioria
das vezes essas questões envolvem apenas as quatro operações
básicas: porcentagem, teoria de conjuntos, estatística e
probabilidade. Como o teste tem tempo limitado, geralmente as
empresas colocam números fáceis de calcular e as questões são
consideradas simples do ponto de vista matemático, porém eles
podem dificultar na interpretação da questão.
Caso tenha dificuldade com a teoria matemática, antes de fazer
seus testes recomendamos as vídeo aulas da Khan Academy, basta
digitar no YouTube por exemplo “Khan Academy Probabilidade” ou
“Khan Academy Porcentagem”. Assista as aulas, dê uma revisada e
detone nestes testes.
Uma última dica para este tipo de teste é sempre ter uma
calculadora, papel e caneta do seu lado para auxiliar na resolução
dos problemas. Tentar anotar ou desenhar sua interpretação do
problema pode auxiliar no entendimento, apenas cuidado com o
tempo.
Questões de Sequência
Nesse tipo de questão, você tem que entender a lógica por trás de
uma sequência apresentada para definir qual será o próximo item da
sequência. Geralmente são dados 3 itens e você deve achar o item
que vem a seguir. Essa questão pode ser dada na forma de
sequência de números, imagens ou letras. A lógica pode variar
muito de um para o outro, vejamos alguns exemplos:

Questão 5 – Sequência de Letras


As letras que melhor completam a sequência VPBA, VAPB, VBAP,
... é:
a) VPBA
b) VABP
c) VAPB
d) VBAP
e) VBPA

Solução: A resposta nesse caso é VPBA. Como chegar nessa


resposta:
Repare que ele sempre mantém a letra V no começo, ou seja,
só precisa prestar atenção nas outras 3 letras.
Repare que são sempre as mesmas letras em ordem
diferente: P, B e A
Veja o que temos até agora: PBA, APB, BAP. A regra que
ordena essa sequência é que as letras estão “andando”, ou
seja, começamos com PBA e depois vem APB, o que ocorreu
é que o P foi da primeira para a segunda casa, o B da
segunda para a terceira e o A da terceira para a primeira (pois
só tem três espaços), assim o terceiro item da sequência deve
ser BAP, já que cada letra andou mais um espaço.
Assim o quarto item da sequência será: PBA, porém não
esqueça do V na frente, ou seja, a resposta é VPBA.
OBS: Se ficou difícil entender, tente visualizar os espaços de cada
letra assim _ _ _ _, e cada letra vai andando em um destes espaços,
sendo o V no começo fixo.

Questão 6 – Sequência de Itens


Pergunta: Qual o próximo item da sequência: Abril, Maio, Julho,
Outubro, Fevereiro, ?

Solução: Para saber qual o próximo elemento da sequência


precisamos encontrar o padrão na sequência. A resposta será
Julho, para chegar na resposta os passos são:
O segredo desta questão está em pensar nos meses como
números, ou seja: Janeiro = 1, Fevereiro =2, Março = 3, Abril =
4, Maio = 5, Junho = 6, Julho = 7, Agosto = 8, Setembro = 9,
Outubro =10, Novembro = 11, Dezembro = 12. Porém,
sabemos que a contagem recomeça depois do 12, ou seja,
volta para o 1.
Assim, a nossa sequência fica: 4, 5, 7, 10, 2
De 4 (abril) para 5 (maio) andou-se UM mês; De 5 para 7
(julho) andou-se DOIS meses; De 7 para 10 (outubro) andou-
se TRÊS meses; De 10 (outubro) para 2 (fevereiro) andou-se
QUATRO meses.
Para achar o próximo elemento de 2 (fevereiro) você irá andar
CINCO meses, ou seja, você vai para 7 (julho).
A resposta é: Julho

Questão 7 – Dupla sequência de números


Pergunta: Qual o próximo elemento da sequência: 1, 4, 4, 8, 7, 16

Solução: Essa questão tem uma pegadinha. Você nunca vai


encontrar uma sequência nesses seis números, pois existem duas
sequências misturadas aí. Geralmente quando uma questão de
sequência possui 6 elementos e pede um 7º elemento, você deve
ficar atento para isto.
As duas sequências são:
1, 4, 7
4, 8, 16
Ou seja, uma é composto pelo 1º, 3º e 5º número e outra pelo 2º, 4º
e 6º número.
Agora ficou bem mais fácil ver a lógica de cada uma, não é?
No caso da primeira sequência basta somar 3 ao número anterior,
ou seja, o próximo número é 10.
No caso da segunda sequência basta multiplicar o número anterior
por 2, então o próximo elemento será 32.
Quando voltamos à sequência original temos: 1, 4, 4, 8, 7, 16, 10,
32
Assim a resposta é 10
OBS: Note que você apenas precisava ter descoberto a lógica da
primeira sequência, pois a questão pede apenas o próximo
elemento depois do 16.

Questão 8 – Sequência de figuras


Observe as várias figuras, as quais formam padrões. A partir da
percepção destes padrões, identifique dentre as respostas aquela
que mantém o padrão e deve substituir o ponto de interrogação (?).
Se ficar na dúvida entre duas ou mais alternativas selecione a mais
simples.
Solução: Um exemplo clássico de teste de lógica são perguntas
nesse estilo que te pedem para identificar lógica em figuras. Nesse
caso você pode buscar por lógicas tanto olhando horizontalmente
quanto verticalmente, neste caso a lógica está de maneira vertical.
Vou explicar como resolvemos este exemplo:
Você vai somar o primeiro e segundo quadrado de cada coluna
seguindo a lógica:
Ponto preto + ponto preto = ponto branco
Ponto branco + ponto branco = ponto preto
Ponto preto + ponto branco = vazio
Ponto branco + ponto preto = vazio
Ou seja, olhando a primeira coluna, some o primeiro ponto no canto
superior esquerdo do primeiro quadrado com o primeiro ponto na
mesma posição do segundo quadrado, assim branco com branco =
preto, ou seja, deve haver um ponto preto na mesma posição no
terceiro quadrado.
Depois some o ponto no canto superior esquerdo do primeiro
quadrado com o ponto na mesma posição no segundo quadrado,
assim preto + preto = branco, logo deve haver um ponto branco
nesta posição do terceiro quadrado.
Agora some os pontos centrais do primeiro e segundo quadrado,
assim temos preto + branco = vazio, logo deve haver um espaço
vazio nesta posição no terceiro quadrado.
Continue somando e verá que a lógica bate perfeitamente. Agora
que entendeu a lógica desenhe os pontos do terceiro quadrado e
chegará na resposta de número 4.

Considerações sobre questões de sequência


O segredo das questões de sequência buscar por padrões
quebrando a sequência em pedaços.
Uma dica valiosa é tentar enxergar lógica matemática, como por
exemplo, no caso dos meses onde pensamos em números e no
caso das figuras pensamos em somas dos pontos. Lembre-se que
muitos testes de lógica focam no lado mais matemático até nesse
tipo de questão.
Aqui também vale a dica de sempre fazer o teste com papel e
caneta ao seu lado, para te ajudar a materializar seus pensamentos.
Em um primeiro momento pode ser que você tenha achado alguns
exemplos difíceis, porém quanto mais você treina mais fáceis ficam.
Assim, se quiser treinar antes de fazer os testes de lógica do seu
processo seletivo, busque no Google “testes de lógica resolvidos”
que você irá encontrar alguns sites logo de cara, mas é importante
que você sempre tente resolver antes de olhar a resposta!

Questões de Relação e Categoria


Questão 9: Garfo está para talher assim como leão está para:
a) Rei da selva
b) Juba
c) Felino
d) Leopardo
e) Savana

Solução: Esse tipo de questão tem sempre essa mesma cara, sendo
geralmente escrita assim “_____ está para ______ assim como
______ está para _____”
Basicamente você tem que entender qual a relação no exemplo
dado para deduzir a relação do que foi perguntado. Uma dica é
pensar em categorias ou grupos para facilitar a visualização da
lógica.
Nesse caso garfo está para talher, ou seja, garfo faz parte da
categoria talher, na qual existe outros elementos como faca e colher.
Agora que você entendeu o exemplo você tem que pensar de qual
categoria ou grupo leão faz parte. Se tiver dificuldade vá eliminando:
Não é rei da selva, pois rei da selva é só o leão, não tem mais
elementos
Juba, também não é, juba não é nem categoria
Não é Leopardo, pois é outro elemento e não uma categoria.
Para ser leopardo o exercício deveria ser algo do tipo “garfo
está para faca assim como leão está para leopardo”.
Savana é um ambiente, não uma categoria, logo não é a
resposta certa.
A resposta correta é “Felino”. Garfo está para Talher assim como
Leão está para Felino, ou seja, ambos, garfo e leão são elementos
de uma categoria maior.
Outra dica nesse tipo de exercício é tentar entender o que é o Macro
e o que é o Micro. Neste exemplo Garfo e Leão são o micro
apresentado e Talher e Felino são o macro.

Uma última consideração sobre testes de lógica


É relativamente normal alguns testes de lógica (e psicotécnicos)
terem um tempo bem apertado, algumas vezes até inferior ao que é
realmente necessário para sua realização. Então treine bastante
para conseguir responder ao máximo de perguntas de maneira
rápida e se destacar.

Ferramentas para se aprofundar nos testes de lógica


Abaixo estão livros e outros recursos recomendados pela Cia de
Talentos, maior empresa de recrutamento e seleção de jovens do
país, para pessoas que precisam aumentar seu desempenho em
testes de lógica e resolução de problemas.
Livros:
Intelijogos - David G. Walker - http://amzn.to/2aSO0we
Testes de Lógica – Maria Elisa Bifano - http://amzn.to/2avatA0
Testes Espaciais – Maria Elisa Bifano -
http://amzn.to/2audGCX
Brains Games #2: Lower your brain age in minutes a day -
http://amzn.to/2axiDs6
As inteligências múltiplas e seus estímulos – Celso Antunes -
http://amzn.to/2ahCigE
Sites:
www.lumosity.com
www.khanacademy.org
www.openideo.com
Jogos: Sudoku, Kakuro, Cubo Mágico, etc.
Artigo sobre Inteligências Múltiplas: http://bit.ly/1cV8brb
Atividades
Atividade 1: Eliminar os pontos fracos!
Excel: Se você não domina o Excel ainda, a hora de começar
um curso é agora! Como falamos lá em cima, com um bom
curso em uma semana você aprende o suficiente para colocar
que conhece todas as funções. Você não precisa se tornar um
expert, mas precisa entender cada função e dominar as
funcionalidades básicas. Comece um curso online hoje.
Inglês: Ao contrário do Excel, você não consegue dominar em
uma semana. A dica para quem é intermediário é focar em
fazer alguns testes online de inglês para entender o que
cobram e dar uma revisada na gramática, isso enquanto
começa a estudar pesado por fora. Para iniciantes é bom
começar um curso de inglês o quanto antes.
Lógica: Se você sentiu dificuldades com os exemplos dados
nesse capítulo, foque em achar exercícios resolvidos na
internet ou siga as dicas da Cia de Talentos.

Atividade 2: Começar a se candidatar para as vagas!


Sim, chegou o tão esperado momento de começar a se candidatar
para as vagas! Caso tenha feito todos os exercícios até aqui, você já
escolheu as empresas que quer se candidatar, montou seu currículo
da melhor maneira possível e já descobriu como mandar bem nos
testes online.
Essa atividade consiste em escolher pelo menos 5 empresas e se
candidatar para os processos seletivos!
Caso as instituições que você deseja se candidatar não tenham
vagas abertas para você poder se inscrever para no mínimo 5
empresas, escolha outras semelhantes e se candidate mesmo
assim. Se não achar vagas abertas, vá nos sites que citamos no
começo do capítulo e procure neles. Isso vai ser bom, pois você vai
ver na prática como funcionam os processos seletivos e depois de
concorrer em alguns já vai estar mais calmo para os próximos. Se
você passar em alguma, ótimo! É mais uma conquista e vai te deixar
mais autoconfiante! Se não passar, lembre-se que sempre há o que
melhorar e que estamos apenas no começo.

Você leu o livro todo até aqui por que quer se inscrever e ser
aprovado nos processos seletivos. Então agora que você chegou
em uma atividade que é se candidatar, você não vai pular a
atividade, não é mesmo?
Sofia: E aí Rebeca, entendendo tudo de testes de lógica?
Rebeca: Alguns entendi rápido, outros são mais complicados
enxergar a lógica, o exemplo que ele deu das figuras eu nunca teria
pensado naquilo!
Lucas: Relaxa, é normal, isso acontece pois nunca fomos treinados
para fazer este tipo de exercício. Se você buscar resolver alguns na
internet em pouco tempo pegará o jeito
Sofia: Sim, joguei no Google para procurar mais testes resolvidos e
tem algumas páginas com mais exemplos
Lucas: Sim, é importante treinar, até porque no livro não tem como
cobrir todos os tipos de exercícios, as possibilidades são quase
infinitas, porém ele já dá uma boa noção e nos incentiva a buscar
mais =)
Rebeca: Uma coisa que me deixou bem chateada ao ler o livro foi
saber desses cortes automáticos. Entendo as exigências de excel e
inglês, mas realmente algumas empresas fazem papel de ridículas
cortando cursos e faculdades arbitrariamente, principalmente
quando a vaga de estágio não é técnica
Sofia: Nem me fale, dá vontade de nem se candidatar para estas
vagas, só de raiva da empresa!
Lucas: Pois é meninas, senti isso na pele. Tipo, eu domino o excel,
falo bem inglês, tenho atividades extracurriculares, estudo em uma
universidade top e mesmo assim era cortado logo de cara em
alguns processos seletivos e não entendia o porquê disso, quer
dizer, eu sabia que eles exigiam cursos específicos, mas achei que
ao analisarem meu currículo teria uma chance...
Lucas: Para vocês terem ideia, eu testei isso em dois processos que
havia sido eliminado nestes testes automáticos, eu criei um segundo
perfil e me candidatei de novo, igualzinho ao primeiro, mudando
apenas o curso de graduação e acredita que assim eu passei?!
Rebeca: Nossa, que filha da putagem!
Sofia: Pois é, não acredito que as empresas fazem isso!
Lucas: Sim, é algo que temos que batalhar para mudar, para que a
próxima geração que prestar processos seletivos não passe por isto
=/
Lucas: Ainda bem que o livro dá algumas ideias de como burlar este
sistema retrógrado, um dos últimos capítulos é só sobre métodos
alternativos para se conseguir um estágio, basicamente pegaram
vários depoimentos de pessoas reais que conseguiram estágios e
empregos de modo “diferente” e colocaram no livro. É muito bacana
ler casos reais de pessoas que conseguiram estágios fugindo do
modo tradicional =D
Sofia: Que bacana! Quero chegar logo nele, deve ser bem
interessante
Lucas: Vamos com calma e fazer cada etapa na sua hora. A maioria
das vagas ainda estão nos processos seletivos tradicionais, vamos
começar focando neles.
Rebeca: Sim! Estou ansiosa para começar a me candidatar para as
vagas!
Sofia: Go go go conseguir estágio!!!
Capítulo 5 – As Dinâmicas de Grupo
A primeira pergunta da maioria dos jovens ao sair da sua primeira
dinâmica de grupo é: Por que diabos eles fizeram isso?
Pergunta de uma boa parte dos jovens depois de participar de umas
3 ou 4 dinâmicas de grupo: Por que todo mundo parece ser falso
desse jeito nas dinâmicas? Será que tenho que ser falso para ser
aprovado?
Pergunta do jovem tímido na dinâmica de grupo: Será que devo
falar mais do que o normal para poder aparecer na dinâmica?
Neste capítulo iremos tentar responder estas perguntas e algumas
outras, além de te falar tudo o que você precisa ter em mente para
mandar bem nas dinâmicas.
De modo geral os processos seletivos seguem uma estrutura mais
ou menos parecida:
Questionário para se candidatar > Testes online > Análise de
Currículo > Dinâmica de grupo > Entrevista(s)
Isso ocorre dessa maneira visando facilitar o processo seletivo. Se a
empresa começa com 10.000 inscritos, seria impossível ela analisar
detalhadamente um por um, então como vimos, ela já faz um corte
automático nos testes online caindo para 1.000 pessoas. Esses vão
para as dinâmicas, pois a dinâmica de grupo permite você chamar
de 5 a 30 candidatos de uma única vez, facilitando a seleção.
Depois da dinâmica o número de candidatos já foi bastante
reduzido, tornando-se viável entrevistar um por um.
Cada uma destas fases tem uma finalidade específica. Os
questionários e testes online servem para ver se você está apto
para a vaga (ano de conclusão do curso, cidade onde mora, horas
disponíveis, etc.) e se aparentemente está no mesmo nível dos
demais candidatos, ou seja, possui habilidades específicas exigidas
de inglês, softwares, cursos específicos, raciocínio lógico, etc.
Uma vez que do total de inscritos foram selecionadas pessoas que
cumprem os requisitos mínimos da vaga, chega a hora de começar
a analisar outras habilidades. O foco da dinâmica de grupo pode
variar de acordo com o tipo de dinâmica, mas algo que todas
buscam ver são as chamadas Soft-Skills ou em outras palavras as
suas habilidades sociais como por exemplo: trabalho em grupo,
comunicação verbal, sustentação pessoal, liderança, empatia,
capacidade de entendimento, protagonismo, pró-atividade, entre
outras.
Como eles querem avaliar este tipo de habilidade, a avaliação já
começa antes mesmo da entrega da atividade em si, afinal a
atividade muitas vezes é só um pretexto, estão avaliando os
candidatos desde que entram na sala. Para mandar bem, o segredo
é pensar como o entrevistador pensa e entender o que ele busca
avaliar. Veja como você pode se destacar logo de cara:
Chegando no local: Primeira habilidade a ser demonstrada é a
pontualidade, você faz isso simplesmente chegando na hora.
Se você não tem capacidade de fazer isso um recrutador que
precisa contratar 30 pessoas entre 10.000 não vai nem olhar
pra ti, imagina ele pensando em você chegando atrasado em
uma reunião que pode trazer milhões de reais para a empresa.
Prefira sair bem antes de casa, nem que seja para você
chegar mais cedo e ficar dando um tempo em algum café
perto do local.
Chegando na sala: O formato de como a sala está disposta e
o que os recrutadores estão fazendo pode variar muito.
Dependendo de como estiver o ambiente você pode usar isso
como gancho para mostrar habilidades. Se os recrutadores
estão fazendo algo, por exemplo, organizando as cadeiras da
sala ou arrumando os papéis, chegue para eles, cumprimente-
os e pergunte se precisam de alguma ajuda (olha você
demonstrando pró-atividade). Lembre-se, você não pode
parecer forçado, se eles não estiverem arrumando nada não
há necessidade de querer se mostrar, você precisa ter
sensibilidade para “ler” o ambiente e conseguir achar brechas
para demonstrar suas soft-skills de maneira natural.
Pegadinhas: Alguns recrutadores já armam algumas
“pegadinhas” antes mesmo da dinâmica principal começar, por
exemplo, deixam a sala toda bagunçada propositalmente para
ver se algum dos candidatos é proativo para se mexer e
começar a organizar. Fica a dica.
Interação com recrutadores e outros candidatos: Quando
chegar no local se apresente aos entrevistadores e vá se
sentar. Se perceber que tem brecha, comece a puxar um papo
com outros candidatos, isso te permite já dar uma avaliada
neles antes de começar e algum recrutador pode perceber
vocês conversando (olha suas habilidades sociais aparecendo
naturalmente). Lembre-se de NÃO tentar se mostrar, isso tem
que ser natural, se sentir que a conversa está ficando forçada,
fique na sua.
Se ninguém tiver a fim de papo, ou se você chegou cedo e
está sozinho, pegue um livro e comece a ler. Olha você
demonstrando que é alguém que gosta de ler e aprender.
Apresentações: Em algumas dinâmicas (não em todas) os
entrevistadores pedirão para os candidatos se apresentarem
um por um. Os entrevistadores geralmente falam quais
perguntas vocês devem responder na apresentação e quanto
tempo possuem. Recomendo ficar mais ou menos na fileira do
meio para ver como os outros se apresentam e ter tempo para
pensar na sua apresentação. Se for algo curto de 20
segundos, só dizendo nome e curso, não há espaço para
inovação, mas se o entrevistador der espaço para falar sobre
o que você é bom ou porque está se candidatando para
aquela empresa, você tem uma oportunidade de ouro de se
destacar logo no começo. Isso é bom, pois fará eles prestarem
atenção em você durante a dinâmica. Treine em casa uma
apresentação de 30seg, outra de 2min e uma de 5min. Aqui
vale a máxima: NÃO PAREÇA FORÇADO, NÃO SE MOSTRE
ARROGANTE E PREPOTENTE. Para conseguir fazer isso
você precisar soar natural e isso você só faz quando tem
ciência do que está falando (autoconhecimento e pesquisa
sobre a empresa é essencial). E não cometa o erro crasso de
estourar o tempo dado para ficar falando de você.
Por que mandar bem no começo é tão importante? Por que as
pessoas constroem pré-conceitos da gente em questão de minutos.
Se você chamar a atenção de modo positivo logo no começo, os
recrutadores prestarão mais atenção em você ao longo da dinâmica,
te dando mais chance de se mostrar um bom candidato. Afinal,
lembre-se que geralmente eles são 2 ou 3 para avaliar até 30
candidatos em uma sala, ou seja, eles estarão dividindo o tempo e
atenção deles entre vocês.
Agora vamos falar dos principais tipos de dinâmicas e como elas
avaliam estas e outras habilidades.
Dinâmicas Puramente Sociais
Esse tipo de dinâmica não pretende focar em avaliar suas
habilidades técnicas e sim suas habilidades sociais, as tais soft-
skills que comentamos. Por isso não importa que tipo de atividades
eles peçam para você realizar, algumas aparentemente parecem
sem lógica e outras simplesmente não possuem resposta correta.
Sua resposta basicamente não importa, o que importa é como você
demonstra as suas soft-skills. Vamos a um exemplo já clássico em
processos seletivos e que vimos ser aplicado recentemente em
algumas dinâmicas de grupos reais de processos seletivos:

O pessoal que está conduzindo a dinâmica separa vocês em grupos


(os tamanhos podem variar bastante, mas geralmente ficam em
torno de umas 4 ou 6 pessoas por grupo). Após separados em
grupos eles dão a seguinte folha com um problema e vocês têm
cerca de 20 minutos para resolvê-lo e chegar em uma resposta
consensual entre o grupo.
ABRIGO SUBTERRÂNEO
Imaginem que nossa cidade está sob ameaça de um
bombardeio. Aproxima-se um homem e lhes solicita uma
decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode
acomodar seis pessoas. Mas 12 pretendem entrar.
Abaixo, há uma relação das 12 pessoas interessadas a entrar
no abrigo. Quais são as 6 pessoas que vocês escolheriam e
digam o porquê:
( ) Um violinista, com 40 anos, narcótico viciado.
( ) Um advogado, com 25 anos, HIV +.
( ) A mulher do advogado, com 24 anos, que acaba de sair do
manicômio. Ambos preferem ou ficar juntos no abrigo, ou fora
dele.
( ) Um sacerdote com 75 anos
( ) Uma prostituta, com 34 anos.
( ) Um ateu com 20 anos, autor de vários assassinatos.
( ) Uma universitária que fez voto de castidade
( ) Um físico, 28 anos, que só aceita entrar no abrigo se puder
levar consigo uma arma.
( ) Um declamador fanático, com 21 anos.
( ) Uma menina de 12 anos, e baixo Q.I.
( ) Um homossexual, com 47 anos.
( ) Um excepcional, com 32 anos, que sofre de ataques
epilépticos

Como resolver o problema e mandar bem na dinâmica?


O primeiro passo é identificar que tipo de dinâmica é. Assim que
você olhar essa folha com este problema, você percebe de cara que
isso não tem absolutamente nada a ver com o negócio da empresa,
ou seja, eles não estão avaliando habilidades técnicas e sim
puramente as suas habilidades sociais e soft skills.
Antes de entrarmos no mérito do problema e como lidar com ele, é
importante ressaltar e deixar isso bem fixo na sua mente: A
importância dessa dinâmica NÃO é a solução, é como você
demonstra suas habilidades sociais. Afinal não existe uma única
resposta certa para ele.
Uma vez dito isto: como podemos mandar bem nesse problema?
Novamente a chave é demonstrar suas soft skills sem parecer
artificial. Vamos explicar como fazer isto.
Primeiro: Lembre-se que vocês já estão sendo avaliados. A
atividade já começou antes mesmo de vocês receberem a folha.
Geralmente os recrutadores vão entregar apenas 1 ou 2 folhas por
grupo de 6 pessoas, ou seja, não dá para todo mundo ler cada um a
sua, se fizerem isso vão perder muito tempo. Assim que derem a
folha ao seu grupo, você pode propor que um membro leia em voz
alta para os outros (demonstrando pró-atividade e solução de
problemas), se você tiver recebido a folha pode ser você, se tiver na
mão de outra pessoa perceba se ela quer ler ou não, se ela quiser
deixa-a ler. Lembre-se ninguém quer trabalhar com alguém que
fique mandando e puxando folha dos outros. Se derem uma folha
para cada duas pessoas você pode sugerir que cada duas pessoas
dividam uma folha, para conseguirem ler juntos e no final vocês
discutirem.
Assim que lerem o problema vocês começarão a discutir quem irão
levar para o abrigo (ou a solução de outro problema se derem um
problema diferente, mas a lógica é a mesma). Lembre-se, não existe
uma resposta certa, o que eles querem ver é como vocês debatem e
argumentam para analisar se seriam bons colegas de trabalho, caso
contratados.
Quando estiver agindo na dinâmica, procure demonstrar o que eles
estão avaliando e querem ver. Não importa para o entrevistador se
você é tímido e não gosta de falar, se você não é capaz de
argumentar em uma dinâmica de grupo, provavelmente vai ser
péssimo para argumentar e demonstrar suas ideias se for
contratado e quase nenhuma empresa quer isto. Vagas de estágio
são para pessoas com ensino superior e que vão receber
treinamento para poder assumir futuros cargos de liderança na
equipe (seja de modo técnico ou gerencial). Eles querem seres
pensantes e que saibam argumentar e demonstrar suas ideias, não
adianta pensar e não comunicar, certo?
O que os entrevistadores esperam ver:
Comunicação eficaz: Você é capaz de expor suas ideias e
opiniões sobre quem deve ir para o abrigo de forma clara e
objetiva? Lembre-se, comunicação eficaz não significa falar
mais, pelo contrário, quem fala muito e não deixa os outros
falarem provavelmente será muito mal visto (ou você acha que
o entrevistador gostaria de trabalhar com alguém assim?).
Sustentação Pessoal: Uma vez expostas suas ideias, você é
capaz de argumentar de modo coerente e convencer os outros
a “comprarem” a mesma.
Empatia e respeito: Sustentação pessoal não significa bater o
pé na sua ideia igual uma criança mimada. Defenda sua ideia,
mostre seus pontos de vista, mas escute genuinamente os
outros e acate suas ideias se forem boas. O entrevistador não
quer ver só quem “ganha a discussão”, ele quer ver um
trabalho conjunto.
Trabalho em equipe: Como o nome diz é trabalho em equipe,
não trabalho individual. Não interessa no momento da
dinâmica se você é “o cara mais pica das galáxias” sobre
abrigos subterrâneos e seleção de sobreviventes, a hora de
mostrar o como você é bom nisso vai ser na entrevista. Essa
dinâmica é para mostrar trabalho em equipe, e por isso saber
ouvir os outros e até chamar para participar da discussão
quem está mais quieto é essencial. Sempre na dinâmica tem
pessoas com mais dificuldade de falar, ajude-as dizendo “e
você fulano, quer contribuir com alguma ideia?”.
Capacidade de chegar em um consenso: Este exercício (e
todos dessa categoria) são polêmicos e sem resposta certa,
cada candidato vai preferir salvar alguma pessoa no abrigo de
acordo com sua visão de mundo. É importante você ajudar o
grupo todo a chegar num consenso.
Gestão de tempo: Vá com um relógio no pulso e acompanhe o
tempo, quando faltar 5min para acabar, informe o grupo e os
ajude a convergir para uma resposta final.
Uma vez esgotado o tempo, os entrevistadores provavelmente
pedirão para vocês apresentarem uma solução. Neste momento
pode ser que eles façam perguntas para tentar deixar você contra a
parede e ver como se comportam, como vão lidar com pressão, se
culpam os outros, se assumem suas responsabilidades, etc. Isso é
normal, eles não estão fazendo isso porque a solução de vocês
ficou ruim (afinal não tem resposta 100% certa). Fique calmo, não
culpe os outros, assuma suas responsabilidades e não tenha medo
de responder as perguntas com firmeza e mostrar o ponto de vista
debatido pelo grupo (não é só o seu ponto de vista, é o do grupo).
Uma vez dita essas habilidades vale ressaltar alguns pontos:
1. Não queira se aparecer demais. Obviamente que você precisa
falar para o recrutador poder te avaliar, mas não force
situações, isso é percebido de cara e essas pessoas são as
primeiras a serem eliminadas.
2. Achar o equilíbrio entre defender seu ponto de vista e aceitar a
opinião do outro pode ser difícil, exige prática. Peça um
feedback sincero para as pessoas que você convive e já fez
trabalho em grupo na universidade sobre como você se
comporta nessas situações.
3. Não é porque não tem resposta certa que você pode usar
comentários preconceituosos e sem sentido para defender seu
ponto de vista. Uma boa argumentação exige motivos
congruentes.

Vejamos agora o depoimento de um profissional da área de


recrutamento e seleção:
Depoimento do RH: “Geralmente o primeiro a ser eliminado não é o
mais tímido, mas o candidato que se acha muito e quer aparecer a
todo o momento. Mesmo que a pessoa seja muito boa, tem que
saber a hora de falar e a hora de escutar. Outor pontoé que os
candidatos devem ser naturais, não adianta parecer um robô que
decorou o site da empresa.
Para os tímidos a dica é lembrar que a dinâmica é um evento social,
ou seja, você tem que falar e contribuir. Se é seu estilo ser mais
quieto, tudo bem, você pode falar pouco, mas fale com qualidade,
demonstrando uma boa capacidade de análise. Apesar de nem
todos os RHs concordarem, eu valorizo muito alguém tímido que dê
boas contribuições ao grupo e que opte por oferecer suporte para
um outro membro com mais facilidade de falar e apresentar, afinal
isso é trabalho em equipe.
Uma última dica é: não abra mão de ser você mesmo, mas seja
estratégico, saiba como aproveitar cada membro da sua equipe para
chegar na melhor solução possível. ”

Vale ressaltar que o entrevistador pode buscar avaliá-lo por meio de


perguntas diretas para você, ou para todos os candidatos.
Geralmente estas perguntas não tem resposta certa, o entrevistador
apenas quer ver como você responde tais perguntas e como se
comporta, veja um exemplo:
Se você tivesse que eliminar alguém da dinâmica, quem
seria?
É uma pergunta bem complicada, sem dúvida, mas lembre-se que
não tem resposta certa, ele quer avaliar o seu comportamento. O
importante nesse tipo de pergunta é ser rápido em responder e não
ficar com aquela cara de desespero e ficar falando “Hannnn... Não
sei.... Hannnn”. Responda e explique o porquê sem muita hesitação,
mas também com o máximo de motivos plausíveis que conseguir.

Para fechar esta parte trazemos mais um depoimento.


Depoímento do RH: A dinâmica é um laboratório para trabalhar
analogias com o mundo real, o case pode não ser muito realista,
mas as situações com as quais o candidato é confrontado sim. O
foco na dinâmica é ver quem consegue atingir o resultado com a
equipe, sempre tendo empatia e ouvindo os outros, tentando
construir a partir do conhecimento do grupo e aproveitar o que cada
um tem a oferecer.
Apesar de se preocupar em criar empatia, o foco deve ser o
RESULTADO. Se o candidato só toma decisões em função da
aceitação do grupo, isso me mostra alguém que tende muito a
politicagem. Tem que saber que às vezes é necessário fazer
afirmações e perguntas difíceis, além de controlar o tempo. Não se
pode tirar o resultado do primeiro plano. Se o candidato sabe que é
bom e que tem potencial para chegar em uma boa resposta, não
deve se contentar com uma solução mais ou menos, tem que saber
articular sua posição de maneira consistente, de modo que consiga
influenciar outros indivíduos. Em resumo, a dinâmica é sobre
resolver problemas com a equipe.
Dinâmicas Estilo Case
Outro tipo muito comum de dinâmica são as dinâmicas estilo Case.
Nesse tipo de atividade os entrevistadores irão dar um problema
que geralmente está na área de competência da empresa e vocês
devem resolver.
Nesse tipo de dinâmica vale tudo o que vimos na dinâmica social,
mas além de todas as soft skills os recrutadores querem avaliar
mais a fundo seu pensamento lógico, habilidades técnicas, business
sense (se você entende sobre o negócio/área de atuação da
empresa) e principalmente capacidade analítica.
Geralmente os cases não possuem uma única resposta certa, pois
são perguntas bem abertas, geralmente é um cenário problemático
para a empresa e o grupo precisa propor uma solução, por exemplo,
como aumentar as vendas da empresa ou gerar uma ideia de um
novo produto. Contudo, apesar de não ter uma resposta certa é um
tipo de dinâmica que exige uma resposta muito mais congruente
que no caso social, obviamente que a resposta deve fazer sentido
para o negócio da empresa.

Todas as recomendações que demos para o primeiro tipo de


dinâmica se aplicam aqui, contudo, para se destacar nos cases é
muito importante conhecer bem a empresa e o mercado que ela
atua.
Para mandar bem não é possível lhe dar uma recomendação mais
detalhada que a que você leu no capítulo 2. Se for necessário
retorne ao capítulo 2, dê uma passada de olho rápido sobre o que
pesquisar e se prepare com dados e informações congruentes que
podem ser utilizadas nesse tipo de dinâmica. Além disso, falaremos
especificamente sobre como desenvolver o seu “business sense”
nos últimos capítulos.
Como geralmente as empresas não falam como será a dinâmica, é
bom chegar preparado, então lembre-se de pesquisar bem sobre ela
antes de ir para a dinâmica, afinal esses conhecimentos podem
fazer toda a diferença. Não cometa o erro de chegar na dinâmica
sem ter lido sobre a empresa! Mesmo se você não usar esse
conhecimento na dinâmica, com certeza precisará deles na
entrevista, então já pesquise antes.
Uma última dica é que no caso de cases em grupos o modo de
solução é diferente de cases individuais (muito comuns em
consultorias). Enquanto nos cases individuais você deve ir
interrogando o entrevistador e ir caçando detalhes, aqui
GERALMENTE os entrevistadores não ajudam e cabe ao grupo
desenvolver a solução. Todavia, caso tenha dúvidas, não deixe de
falar com os entrevistadores e ver se consegue retirar alguma
informação importante deles.
O que o entrevistador quer ver na
Dinâmica de Grupo
Para resumir, seguem algumas das características que os
entrevistadores esperam ver nas dinâmicas de grupo e como
demonstrá-las:
Liderança e Motivação: Como você gere os membros do time
e se os ajuda a atingirem o resultado desejado, por exemplo
ajudando os mais tímidos a participar;
Criatividade: Capacidade de criar soluções criativas para os
problemas;
Flexibilidade e Adaptabilidade: se adaptar a situações novas.
É comum no meio da dinâmica o entrevistador usar um fator
surpresa, por exemplo dizer que o tempo que vocês tinham
diminuiu de 20 para 10min, ou diminuir os recursos disponíveis
no problema, por exemplo no caso do abrigo ao invés de
entrarem 6 vão poder entrar só 4;
Persuasão: Conseguir argumentar de modo congruente e
convencer os outros membros sobre suas ideias (por que você
sabe argumentar e não porque você é tão chato que te deixam
“vencer” a discussão);
Iniciativa: Por exemplo, quando você se dispõe a ajudar ou ler
o problema;
Cooperação: Dinâmicas são trabalho em equipe, não adianta
você ser um gênio e não saber cooperar e construir as
respostas com o time;
Trabalho sob pressão: Capacidade de suportar situações de
estresse sem ficar agressivo e começar a culpar os outros;
Organização e Gestão de tempo: Capacidade de organizar as
ideias do time, resumir o que foi discutido, colocar isso por
escrito, gerir o tempo, etc.
Para fechar, é interessante você saber que a palavra “Dinâmica”
vem do grego “Dinamix” e significa ação e energia. Então lembre-se
de demonstrar toda essa energia e ação durante a sua dinâmica.
Atividades
Atividade 1: Veja estas duas reportagens sobre seleção e dinâmicas
de grupo para relembrar alguns conceitos, ver outros tipos de
dinâmicas e pegar mais algumas dicas.
2º episódio da série Seleção transmitida pelo Jornal da Globo:
https://youtu.be/lfMyjszMJcE
Jornal Hoje - Dicas para evitar erros em dinâmicas de grupo:
https://youtu.be/8up0OiUfhSk
Atividade bem simples neste capítulo para você poder continuar
focando nas suas candidaturas. Vai lá e se inscreve para mais
alguns processos seletivos!
Sofia levanta para mais um dia de aula. Dessa vez levanta já no
primeiro despertador, se arruma, toma seu café e sai para a
universidade. Chegando lá assiste suas aulas do turno da manhã.
Enquanto assiste a aula manda uma mensagem no grupo do livro
negro dos estágios.
Sofia: Ei pessoal, vamos almoçar juntos hoje?
Lucas: pode ser, mas tenho que comer meio rápido para ir pro meu
estágio =)
Sofia: Ok, meio dia no bandejão então haha
Lucas: Marcado
Rebeca: Vou tbm, vejo vcs lá

Ao meio dia os três se encontram na fila do restaurante universitário


e começam a conversar e Sofia diz:
- Nossa Lucas, acabei ontem o capítulo sobre dinâmicas de grupo.
É incrível em quanta coisa o pessoal de RH presta atenção, nunca
havia pensando que dava para avaliar tanta coisa em uma dinâmica.
- Sim, com certeza, parece bem complicado quando lemos a
primeira vez, mas na verdade a maioria das coisas que falam no
livro deveria ser parte do “bom senso” dos candidatos. Para mim a
grande sacada é pensar o seguinte: O pessoal que está fazendo a
seleção busca pessoas que se imaginem trabalhando lado a lado.
Pensa nisso e aí você consegue avaliar seu comportamento melhor,
por exemplo, ninguém gosta de alguém que fica falando o tempo
todo e não deixa os outros falarem, ou que se acha demais.
Rebeca responde: Sim, é uma boa pensar desse jeito! Mas imagino
que nessa parte comportamental também varia muito de empresa
para empresa, não?
- Com certeza, por isso é tão importante a pesquisa no capítulo 2
sobre cada uma das empresas que você se candidata,
principalmente sobre as partes “intangíveis” da empresa, como
cultura e valores.
- Lucas, fiquei pensando em uma coisa – Sofia continua – Em vários
vídeos que vi na internet os recrutadores sempre dão uma dica de
“Seja você mesmo”. Será que é assim mesmo, o melhor é ser a
gente?
- A mãe de uma amiga que é psicóloga me disse a mesma coisa
quando pedi algumas dicas para mandar bem nas entrevistas e
dinâmicas – responde Rebeca.
Lucas pensa um pouco e por fim diz: Olhem, com certeza existem
diferentes vagas e culturas corporativas e cada pessoa pode ser
melhor para determinada vaga, então essa dica tem sentido. Sem
falar que por cada empresa ter uma cultura, é bom sermos nós
mesmos para que os avaliadores possam ver se combinamos com a
empresa ou não, evitando possíveis frustrações em um trabalho que
não gostamos.
Lucas pensa mais um pouco e continua - Contudo, me parece muito
utópico seguir essa dica cegamente. Não consigo imaginar um RH
na hora de decidir por alguém para uma vaga dizer algo do tipo “Ah,
vamos eliminar este candidato, pois ele se comunica muito bem” ou
“Ah esse aqui não tem como, ele é um líder nato”.
- HAHAHAHAHAHAHAHA – Rebeca ri alto – Muito boa essa sacada
Lucas!
- Pois é – Lucas ri – Contudo, é claro que cada cargo e empresa são
diferentes, por exemplo se o pessoal do RH ficou em dúvida entre
duas pessoas para uma vaga de TI, onde habilidades de
comunicação e liderança não são tão importantes, pode ser que
eles prefiram o candidato que for melhor tecnicamente. Porém,
pensando hipoteticamente se os dois tivessem exatamente as
mesmas características técnicas, mas um tivesse uma melhor
capacidade de comunicação, acho que isso seria um bom fator de
desempate.
Nisso Sofia resume: Faz sentido, é lógico que precisamos nos
vender bem, além de tentar puramente “sermos nós mesmos”, mas
óbvio que sem ser falso ou mentir, mas não custa tentar destacar
nossas habilidades e demonstrar nossas soft skills.
- Perfeito Sofia – Lucas responde – Contudo, pensando melhor,
acho que a questão é também saber diferenciar o que são
habilidades desejadas de estilo de trabalho. Embora o exemplo que
usei antes fale mais de habilidade, serve como um alerta e reflexão.
Mas pense no seguinte, algumas empresas podem ser mais
agressivas e focar em metas individuais e outras focam mais no
coletivo. Algumas instituições podem prezar por funcionários mais
aficionados, um tanto quanto workaholic, enquanto em outras isso
pode até ser meio mal visto. Por fim vale a dica, não vá para os
extremos, por exemplo, se alguém é do tipo que faz piada com tudo,
talvez seja bom maneirar na hora na entrevista.
- Lucas, sabe outra coisa que está me incomodando? Já me
candidatei para 5 vagas e até agora não tive nenhuma resposta
- Eu também me candidatei para 5 vagas e nada até agora –
Emenda Rebeca.
Ao que Lucas responde: Relaxem meninas, a maioria das empresas
são demoradas mesmo, vocês vão ver que quando vier a primeira
devolutiva vai vir um monte junto.
- Estou ansiosa, é um momento importante pra mim – Diz Sofia.
- Aproveita esse meio tempo e vai treinando o inglês para a
entrevista
- Boa!
Capítulo 6 – Entrevistas
Esportes e entrevista – O que uma final
de campeonato pode te ensinar sobre
sua entrevista.
Maracanã lotado. Mais de 78 mil pessoas assistindo a esse jogo.
Isso dentro do estádio. Sem contar as milhões de pessoas, em
casa, com a TV ligada, vendo ansiosamente para saber o resultado.
Você é uma das pessoas que tem a oportunidade de estar ali. Mas
quando eu falo estar ali, não é para você ser um dos milhares de
torcedores que cantam "ah eu... sou brasileiro... Com muito orgulho,
com muito amor". Não! Você não é um deles.
Você também não é qualquer um dos jogadores em campo. Você é
sim, a estrela desse time, é o camisa 10! É a pessoa que pelo
menos 200 milhões de pessoas acreditam, que tem o potencial para
fazer a diferença lá dentro e ajudar o Brasil a ser campeão.
E essa também não é uma final qualquer. Deixando bem claro que
toda final é especial. Mas essa não é qualquer uma! É a final da
copa do mundo! A cada 4 anos, as melhores seleções do mundo se
enfrentam para disputar um dos maiores títulos do futebol mundial.
E hoje, você tem a chance de fazer história. De mostrar tudo que
você é capaz.
Você vem se preparando para esse dia há alguns meses. Para falar
a verdade, por alguns anos. Tudo que você já fez na sua vida, até
esse momento tinha como objetivo principal te trazer para esse dia.
É hoje. Chegou a hora.
Você sente aquele frio na barriga, mas sabe que ele não é medo!
Ele é a sua vontade de ser campeão, a sua vontade de vencer.
Desde o começo, você sabe que a batalha será dura. Você está
disputando contra os melhores e por isso tem que se destacar. Ser
apenas mais um, nesse momento, não vai te colocar nem perto
daquilo que você deseja.
Começa o jogo. A bola rola durante 90 minutos, mas todos que
estão ali são muito bons e ninguém faz gol. É um jogo bonito! Você
dá alguns dribles, sofre algumas faltas, dá alguns chutes que tinham
tudo para ser gol. Porém, do outro lado, o goleiro do time adversário
é muito bom também. Assim como você, ele também sonhou em
estar ali e se preparou muito para isso.
Termina o tempo normal. Como ninguém fez gols, o jogo vai para a
prorrogação. São mais 30 minutos de partida. Você já está cansado!
Muitas vezes quando precisa correr ou disputar uma bola, você
sente que sua cabeça pensa em correr, mas suas pernas não te
obedecem mais. Você fica firme no seu propósito e consegue tirar
do além uma força para fazer pelo menos mais um lance. E assim
vai toda a prorrogação, que também acaba sem gols e o título de
campeão da copa do mundo será decidido através de uma disputa
de pênaltis.
Você tem um tempo curto antes de começar a disputa. Você cai no
chão. Suas pernas estão cansadas. Nesse instante, passa um filme
na sua cabeça. Você lembra de todos os esforços que você fez,
tudo que você teve que renunciar para chegar nesse momento.
Surge aquele pensamento.... E se eu errar o pênalti?? Nessa
mesma hora, sua cabeça vai a mil. Sua perna começa a pesar mais
300 kg (Ele já estava pesando uns 100kg nessa hora), o frio na
barriga começa a aumentar e tudo começa a parecer que vai dar
errado.
Nessa hora, você tem duas opções... Ou você se deixa levar por
esse pensamento e começa a sentir apenas o medo e despreparo
ou começa a se lembrar da sua carreira, da sua trajetória, do quanto
você se esforçou, do quanto você se preparou. Lembra de todas
aquelas cobranças de pênalti que você fez em todo treino. Lembra
das horas de vídeos que você assistiu do goleiro adversário, para
saber se ele espera você bater o pênalti para pular, para saber se
ele tenta adivinhar o canto, para saber se ele se adianta. Junto com
isso, começa a sentir aquela confiança. Você fez o seu dever de
casa, sabe muito sobre ele, treinou bastante e agora chegou a hora
de você colocar tudo que sabe em prática.
Você reúne todo o time, chama a responsabilidade e como a estrela
e camisa 10, fica como o último batedor. O quinto batedor, o cara
que irá decidir tudo se for preciso.
Começa a disputa de pênaltis. Os dois lados marcam os dois
primeiros. O time adversário faz o terceiro, o seu time erra. O time
adversário erra o quarto, o seu time faz. E chega a hora do último
pênalti de cada um. A outra equipe cobra primeiro.... E erra. Agora é
a sua vez. É a hora do craque decidir. Se você fizer, o seu time será
campeão.
Você caminha em direção à área e vai pensando como vai cobrar.
Se vai bater alto ou baixo, no meio ou no canto, forte ou fraco. E
junto com isso, começa a lembrar dos vídeos do goleiro, sabe que
ele vai esperar você bater para pular. Assim, se a cobrança não for
perfeita, as chances dele pegar são grandes. Chega na área, pega a
bola, arruma ela na marca do pênalti, toma distância e corre para
bater.
Chega na bola e dá aquele toque macio, mas ao mesmo tempo
forte, que você treinou. E bate naquele canto e na altura que você
praticou durante as últimas semanas. Alto e no canto esquerdo. O
resultado da cobrança? É fácil de saber.... Você escuta a torcida
gritando o seu nome e dizendo... É campeão!! É campeão!
Essa história poderia ser verdade se você fosse o Neymar, se você
não tivesse sofrido uma lesão nas quartas de final da copa do
mundo e se o Brasil não tivesse perdido de 7 x 1 para a Alemanha.
Mas uma coisa é fato, essa história já passou centenas de vezes na
cabeça de atletas ao redor do mundo todo. A final de um torneio é a
chance que você tem de coroar seus esforços da melhor maneira
possível, sendo campeão!
Agora uma pergunta que você deve estar fazendo. O que tudo isso
tem a ver com a minha entrevista de estágio? Eu só vou ali, falar do
meu currículo, responder algumas perguntas e pronto. Não tem toda
essa história de preparação, de frio na barriga e qualquer coisa do
tipo.
É aí que você se engana....
Sua entrevista é a sua final de campeonato. Se eu terminasse o
capítulo aqui, sem escrever mais uma única palavra, eu garanto que
se você pensasse nela como sendo a sua oportunidade de sair
campeão, você teria sucesso em todas elas. Tudo que você precisa
saber sobre entrevista pode ser retirado dessa história sobre a final
de um campeonato.
Para sua entrevista, você precisa se preparar, pesquisar sobre a
empresa, sobre como os seus funcionários trabalham, sobre a
missão, os valores, os projetos. Da mesma forma que um jogador
precisa pesquisar e entender o seu adversário.
Para sua entrevista, se você realmente estiver interessado na vaga,
você sentirá um frio na barriga. Mas a opção de usar esse medo a
seu favor é sua. Quem vai definir se o frio na barriga é medo ou é
vontade de conseguir a vaga é você. É a sua preparação. Da
mesma forma que um jogador vai se questionar para saber se ele
consegue bater um pênalti ou não.
Para sua entrevista, você vai disputar com os melhores. Quem
chega nas etapas finais, tem um motivo para estar ali. Nessa hora,
ser apenas mais um, não vai te colocar mais próximo da sua vaga.
Você precisa ter seus diferenciais e mostrar que está preparado
para ser o escolhido para a vaga. Da mesma forma que um jogador
de futebol tem que se destacar, saber driblar se for um atacante ou
se você for um goleiro, não falhar em nenhuma bola. Aqui a
perfeição realmente faz a diferença.
Podemos fazer um capítulo inteiro sobre o que a final de um
campeonato tem a ver com a sua entrevista. Mas nessa pequena
introdução sobre entrevistas, o nosso foco é apenas que você
entenda uma coisa: A entrevista é a hora de você coroar todo o seu
trabalho com o que você deseja. Então vamos lá que agora é a hora
de se preparar para conseguir essa vaga!
O que é uma entrevista? E o que
esperar?
Ser chamado para uma entrevista é 80% do caminho para ser
contratado. Como já falamos, muitas vezes somos desclassificados
de uma vaga por cortes “bobos” nos sistemas de currículos. Mas
alguns candidatos passam por todas essas etapas e chegam na
entrevista. Então, é importante que você saiba o seguinte, se você
chegou até aqui, você é diferenciado! Tenha em mente que em
alguns programas mais concorridos apenas 1% dos candidatos
chegam nas entrevistas. Dessa forma, é chave você se manter
calmo para que consiga ter sucesso nessa etapa.
Em resumo, a entrevista é a forma dos recrutadores e gestores das
empresas conhecerem melhor os candidatos, fazerem mais
perguntas sobre as informações do seu currículo, ver como você
trabalha em grupo, entender um pouco como você pensa para
resolver problemas e saber mais sobre os seus sonhos e
perspectivas. Pode parecer muito, mas tudo desse parágrafo será
coberto em alguma parte desse capítulo. Por enquanto, tenha o
seguinte em mente:
O foco de uma entrevista é aprender sobre as habilidades e as
capacidades da pessoa, avaliar o interesse dela na empresa e
determinar se a pessoa será ou não um bom integrante para o time.
Já o ponto chave para uma entrevista é a preparação. Você pode
falar: “Mas eu já gastei muito tempo escrevendo o meu currículo,
pesquisando sobre a empresa, fazendo testes online.... E eu preciso
me preparar mais?”. Sim, isso é verdade. Sabemos o quanto você já
se esforçou, mas agora vamos precisar de um pouquinho mais do
seu tempo para se preparar. Afinal, nós não jogamos o campeonato
inteiro, treinamos duro, tivemos sufocos, para chegar na final e não
se preparar o suficiente para ela, não é?
Mas por que eu devo me preparar para a entrevista? Para entender
isso, você precisa saber o que os empregadores procuram. Dentre
as diversas características, temos algumas que muitas vezes são
deixadas de lado. Os empregadores procuram estudantes que são
mais confiantes, que conseguem ficar tranquilos em situações
desconfortáveis, como uma entrevista de emprego por exemplo, e
que estejam prontos para encarar desafios que muitas vezes eles
podem não estar preparados.
Dessa forma, quebrando isso em linhas gerais, eles querem
pessoas confiantes (que sabem o seu real potencial) e que
conseguem ficar tranquilas. Só para enfatizar, eles querem pessoas
que saibam manter a calma. Agora a questão é, como ficar calmo?
“Ah, é fácil falar para manter a calma. Mas na hora da entrevista,
serei eu que vou estar lá respondendo às perguntas que vão definir
se conseguirei um estágio ou não. ” Mais uma vez, concordamos
totalmente com você. Quem sofrerá toda a pressão, será você.
Então, tudo que podemos fazer é dar algumas dicas sobre como se
manter calmo.
Então, voltando a ideia de se preparar, a melhor maneira para estar
calmo é estar preparado. Quando sabemos muito sobre alguma
coisa, nós temos a confiança necessária para enfrentar perguntas.
Vamos pensar em um exemplo relacionado com a sua vida
acadêmica para ficar mais fácil de entender. Quando você realmente
estuda para a prova, faz todas as listas de exercícios, presta
atenção nas aulas, consegue tirar as dúvidas que tinha com o
professor, você vai fazer a prova bem mais relaxado, bem mais
tranquilo, afinal, você sabe que se preparou o suficiente. Porém, se
deixou para estudar na noite anterior, nem aprendeu qual a maneira
correta de fazer os exercícios, sua sensação em relação a prova é
outra. Você dificilmente conseguirá manter a calma durante a prova.
Se quando você está se preparando para apenas uma prova, essa é
a sensação que você tem, por que para uma entrevista isso deve
ser diferente?
“Pera aí, você está me dizendo então que se eu me preparar eu
ficarei calmo? Quer dizer que na história que você contou, o jogador
fica calmo quando ele vai disputar a final de uma copa do mundo?”
Então, não confunda ficar calmo, com não sentir aquele frio na
barriga. Independentemente de você se preparar ou não, você vai
sentir um friozinho na barriga para participar da entrevista. Mas
quem define se esse frio na barriga vira medo, ou vira um potencial
de fazer você se destacar, é você e a sua preparação. Se você
estiver preparado, você terá mais confiança para responder as
perguntas e compartilhar suas histórias. Do outro lado, é bem mais
difícil quando você não se prepara e precisa improvisar tudo que vai
fazer ou falar durante a sua entrevista.
E uma curiosidade, o frio na barriga é algo bom. Quando temos
essa sensação, o nosso corpo libera um pouco de adrenalina na
corrente sanguínea, que entre outros efeitos, maximiza a sua
atenção.
Como se preparar?
Se preparar para uma entrevista envolve uma série de fatores e vou
falar de alguns deles.
- Roupa: A regra aqui é simples: tente descobrir o que os
funcionários daquela empresa vestem no dia a dia e use algo com o
mesmo padrão de formalidade, não é bacana estar mais bem
vestido que o diretor que está te entrevistando, pode passar uma
impressão de arrogância e de que você não pesquisou nada sobre o
ambiente de trabalho deles. Um exemplo aqui é a AmBev que é
conhecida por ter um dress code mais informal, lá até gerentes e
diretores usam jeans e camisas, logo, este é um bom dress code
para você seguir.
Caso não descubra sobre aquela empresa específica busque
entender como o pessoal daquele setor se veste, por exemplo,
bancos de investimento, consultorias e escritórios de advocacia são
bastante formais, logo você deve ir vestido de modo formal.
Se a empresa for mais informal, geralmente startups e agências
publicitárias, apenas para não arriscar ser informal demais, uma boa
pedida é um jeans sóbrio e uma camisa listrada no caso dos
homens e uma saia com uma blusinha com um corte que lembre
uma camisa no caso das mulheres, um vestido mais formalzinho
também pode funcionar (cuidado para não escolher saias ou
vestidos muito curtos). Mulheres, evitem decotes largos e roupas
transparentes.
Parece óbvio, mas é bom lembrar: nunca vá vestido para uma
entrevista de emprego com bermuda, chinelo ou regata. NUNCA!
Lembre-se que cada entrevistador é único e nunca sabemos o que
eles estão olhando e pensando (lembra o que dissemos sobre
serem como uma caixinha de surpresas, né? Você nunca sabe o
que vai sair de lá). Enquanto alguns não vão nem notar suas
roupas, outros são capazes de te eliminar do processo seletivo
porque sua camisa está amassada, já que na cabeça dele isso
demonstra um desleixo sem tamanho. Por isso, na dúvida, sempre
prefira pecar por ser um pouco mais formal do que informal.
Uma última dica essencial aqui é: Todas essas dicas de como se
vestir valem igualmente para entrevistas online! Não é porque a
entrevista é via Skype que você pode vestir seu abadá do carnaval
passado.
Estamos combinados que não vamos perder uma vaga depois de
tanta preparação por um motivo besta desses, certo?

- Local: Toda entrevista tem um local. Pode ser na empresa, pode


ser no seu celular, pode ser no Skype. Se ela for na empresa, ou em
qualquer lugar físico, tente chegar com 20/30 minutos de
antecedência, para garantir que você faça todo o processo de
chegar, se acalmar, respirar fundo, dar o processo de entrada no
prédio e coisas do tipo. Imagina a tensão de ter que fazer uma
entrevista e ainda estar em cima da hora, não sei, acho que é muito
stress e desconforto para uma pessoa só... Assim, chegar antes,
não custa nada :D
Se a entrevista for por telefone, garanta que o seu celular terá
bateria o suficiente. Recomendamos que nesse caso, você use o
seu fone de ouvido, pois às vezes pode ser um pouco
desconfortável ficar segurando o celular por tanto tempo. Ah, e duas
coisas muito importantes, tenha certeza que o lugar que você vai
ficar tem uma boa qualidade do sinal do seu celular e que ele seja
silencioso. Por exemplo, não faça uma entrevista no seu quarto se
os seus colegas de república estão dando um churrasco na sala ao
lado.
Se a entrevista for online, via Skype ou algo do tipo, certifique que
seu computador tem o software instalado, que ele está atualizado,
que você tem bateria, que a internet está funcionando bem e, se
possível, use também um fone, para evitar que o notebook fique
captando sons externos. Se for fazer ela do seu quarto, tente avisar
as pessoas que moram com você que estará fazendo uma
entrevista no horário X, para que eles evitem fazer barulho, uma boa
maneira de ajudar nisso é colar um papel na sua porta escrito
“Estou fazendo uma entrevista de emprego”, pode escrever em
português, inglês, alemão, baleiês, latim, na língua que você quiser
ou que facilitar a comunicação sua e das pessoas que moram com
você.

-Higiene: Isso é mais importante se a entrevista for pessoalmente,


mas caso seja online, ou por telefone, vale a pena ficar mais
limpinho também (OBS: na verdade, higiene é sempre importante).
Então, mulheres, arrumem as unhas e arrumem o cabelo. Não
sabemos o que mais sugerir para mulheres... Faça a sobrancelha,
escove os dentes.... Enfim, faça coisas que mostrem que você se
cuida. Homens, arrumem o cabelo (se for preciso e for a hora,
pense até em fazer um corte), arrume a barba (isso quer dizer raspe
ou apare), corte as unhas, essas coisas básicas. 
 Por que a higiene
é importante? Nunca pensei que fosse responder essa pergunta,
mas ela é! Unhas não cortadas ou uma barba desleixada, passam o
sinal de desleixo, de falta de cuidado e acho que você não quer dar
essa sensação em uma entrevista, correto?

- Horário: Já falei lá em cima, mas não custa nada lembrar, esteja no


local da entrevista com 20/30 minutos de antecedência se ela for
presencial. Ah, e aqui tem uma dica, que não é bem uma dica, é
algo que devemos fazer sempre. Seja educado com todos os que
encontrar na empresa, seja a mulher da recepção, o segurança, a
pessoa da empresa que você encontrou num lugar X lá dentro.
Essas pessoas podem querer dar o feedback caso você as trate de
uma forma não educada. Por isso chegar cedo pode ser algo
importante, afinal quando você chega em cima da hora para alguma
atividade, você tende a ser apressado e pode acabar sendo grosso
ou mal-educado com alguma pessoa.
Se a entrevista for online ou por telefone, tente chegar no local que
vai fazer a entrevista com pelo menos 20 minutos de antecedência,
para que você possa arrumar o seu computador, arrumar um local
confortável, etc. Recomendo até que você comece uns 40 minutos
antes e gaste 20 minutos também dando uma revisada no que você
preparou para a entrevista ou relaxando.

- Sobre a empresa e a vaga: Vou te contar um segredo. Nada


impressiona/excita/deixa com tesão um recrutador, do que alguém
que pesquisou de maneira eficiente sobre a empresa! Eles são
apaixonados por isso! Eles ficam loucos! Isso demonstra real
interesse pela empresa e por sua missão. Ir atrás de informações
referentes a empresa mostra que você está engajado com aquilo e
que você tomou uma decisão consciente quando se aplicou para a
vaga, não que você saiu disparando currículo para todos os locais.
Quando falamos em pesquisar a empresa, não queremos apenas
que você abra o site deles e diga: “Nossa, eu já sei o que essa
empresa faz”. Volte para o capítulo 2 sobre stalkear a empresa e
veja a infinidade de ferramentas possíveis para aprofundar seus
conhecimentos. Este é o momento de usar pelo menos 90% dos
recursos que citamos lá. Não estamos brincando, no mínimo 90%.

- Perguntas que podem te fazer: Pensa com a gente o seguinte.


Imagine que você vai fazer uma prova, aquela mais difícil do
período, a final que vai definir se você vai reprovar ou não. Agora
imagine que o professor bondosamente resolve disponibilizar todas
as questões da prova online para você. Sim, você pode ver as
questões da prova e preparar a sua resposta com antecedência.
Você vai fazer isso? Sim ou com certeza?
Agora porque diabos as pessoas não fazem isso com entrevistas de
emprego é um mistério. Todas as perguntas “clássicas” de entrevista
você encontra online sem dificuldade e ainda com dicas de como
responder. Se você tem essa super vantagem porque não a usar?
Se você não está usando essa vantagem, tenha certeza que algum
concorrente está.
Você deve sempre se preparar para as possíveis coisas que podem
te perguntar. E não adianta só ler na internet as dicas. Você tem que
saber a resposta de cada uma dessas perguntas! Lembra o que
conversamos sobre confiança e estar preparado?
Caso você não entendeu alguma pergunta que te fizeram, não tenha
vergonha de pedir para repetirem, isso te dá um tempo a mais para
repensar a resposta e te faz ter a certeza que você não está
respondendo a coisa errada.
É impossível se prevenir de todas as possíveis perguntas, mas
pensar nas possíveis perguntas te faz evitar resmungar coisas como
“huuuuuuuuuum” ou “eeeeeeeeeeeeee”. 
 Os entrevistadores não
querem perder tempo esperando você pensar na resposta perfeita,
e dar a primeira resposta que vier na sua cabeça, às vezes pode
não ser a melhor opção. Assim, ter bem definido porque esse
estágio é importante para você, é uma excelente escolha.
Você pode optar por saber apenas os pontos que você deseja falar
em cada uma das respostas ou de fato tentar escrever a resposta.
Na segunda opção apenas cuidado para não parecer um robô
recitando um texto. No final desse capítulo, vamos falar sobre as
possíveis perguntas e como se preparar para elas.

- Sobre você: Sabe tudo aquilo que você escreveu no seu currículo?
Uma boa coisa é rever cada ponto disso e tentar explicar cada
projeto e cada experiência. Saber explicar aquela experiência como
voluntário que você colocou, saber explicar como aquele projeto que
você realizou impactou, ou como aquela matéria da faculdade foi
importante para você. Faça esse exercício, tente explicar cada um
desses projetos para um amigo se quiser.
Para fechar, tenha as histórias do seu currículo prontas para serem
contadas. E não se esqueça que as suas experiências voluntárias
podem demonstrar habilidades. Se você ajudou a organizar eventos,
isso mostra liderança e habilidade de planejamento, se você foi
diretor financeiro de algo, isso mostra responsabilidade, mostra que
você é organizado, porém o recrutador não vai saber disso se você
não contar essas coisas na entrevista. Assim, pense nessas
histórias, tenha elas prontas na sua cabeça, assim, você ficará mais
confiante, mais calmo e dará show na entrevista. Lembre-se, não
adianta ter experiências fantásticas, você precisa saber vendê-las!

- Foco: Tenha foco durante a entrevista. Pode parecer besteira, mas


é aqui que você perde muitos pontos. Se ela for presencial
mantenha contato visual com o entrevistador ou com quem estiver
falandoa maioria do tempo, nada de ficar olhando para os quadros
da sala, para os enfeites, janela, etc. Ficar disperso faz você perder
pontos.
Isso vale também para entrevistas por Skype ou por telefone. Tenha
foco!!! Não fique pensando em outras coisas, olhando para a
paisagem ao redor, foque naquela conversa, não gosto de fazer
pressão, mas o seu estágio depende dela. Não fique folheando
papéis onde você fez anotações sobre a empresa, para saber o que
vai falar ou o que você escreveu para responder caso o
entrevistador fizesse alguma pergunta. Isso pode tirar o seu foco e o
entrevistador vai notar, pode até ouvir você mexendo em outras
coisas e isso pode não pegar bem. A hora de se preparar é antes da
entrevista, não durante. Durante a entrevista foque na conversa e
escute com atenção o que está sendo falado.
Se preparando para entrevistas em
pequenas empresas e startups:
Ser entrevistado em uma pequena empresa ou startup tem suas
peculiaridades. Na maioria das vezes, nessas empresas, não existe
aquele sistema de currículos para fazer a triagem dos seus dados,
pois essas empresas normalmente não contratam empresas de
recursos humanos (RH) para fazer o processo. Dessa forma, o
processo todo acaba sendo feito dentro da empresa.
Se você vem sendo cortado automaticamente pelos filtros dos
sistemas, e raramente consegue participar de uma entrevista, pode
ser uma boa ideia procurar uma empresa menor, onde você terá
maiores chances de ir para uma entrevista e vender o seu potencial
nessa oportunidade.
Contudo, a principal diferença entre procurar estágio em pequenas
empresas e startups está muito longe de ser a ausência de uma
grande empresa de RH fazendo o processo. A principal questão
aqui é que na etapa de entrevistas você não será entrevistado por
um gestor ou um diretor, normalmente quem faz as entrevistas é o
próprio dono.
Por que é relevante você saber disso? Porque quando você
conversar com o dono da empresa, seja ela uma startup ou uma
empresa familiar, lembre-se que essas pessoas têm uma história de
“amor” muito grande por essas companhias. Eles são apaixonados e
investem uma boa parte da vida deles em um sonho. Assim, vá
atrás da história de cada um deles. Ao chegar na entrevista, saiba
como a empresa foi fundada e um pouco da história dos seus
fundadores. Pesquise o suficiente para fazer boas perguntas e faça
elogios por tudo que construíram. Você deve saber também onde a
empresa quer chegar e deixar bem claro que você quer participar da
construção desse sonho que eles tanto almejam.
Saiba se vender
Como já falamos algumas vezes aqui no livro, conseguir um estágio
é sobre saber se vender. Você precisa fazer com que a outra pessoa
veja potencial em você, veja que você é um bom produto para ser
adquirido! Então, se você não está convencido que você é o
candidato ideal para essa vaga, o recrutador também não vai estar.
Assim a parte mais importante é ter confiança. Você tem que
transmitir essa confiança, tem que mostrar que você é o candidato
ideal. Lembre-se que muitas vezes o candidato ideal não é aquele
que tem as melhores habilidades, ou aquele que fez a melhor
universidade ou aquele que tem o maior coeficiente de rendimento
da universidade.
O candidato ideal é aquele que quer essa vaga mais do que tudo, é
aquele que está disposto a aprender o que for preciso e a
desenvolver a habilidade que for necessária para que ele seja o
escolhido para essa vaga. Então temos uma dica para você que
abordou uma estratégia de sniper, responda: por que você quer
tanto essa vaga? Lembre dela! Ela vai te dar a motivação
necessária para fazer uma entrevista fascinante. Se você souber de
fato responder essa pergunta sem apelar para o “porque preciso de
dinheiro” suas chances vão aumentar muito. Afinal, ninguém vai
querer te contratar só porque você “precisa de dinheiro”.
Por fim lembre-se, seja confiante, mas sem parecer arrogante!
Seja honesto
Ser honesto é uma das coisas mais importantes numa entrevista.
Nada de inventar histórias ou habilidades para deixar o seu currículo
melhor. Você pode ser um bom contador de mentiras e até praticar
diversas vezes o texto que vai falar, achando que vai ficar perfeito e
que você não será descoberto. O que você não sabe, é que você
pode mentir com palavras, mas o seu corpo não é capaz de mentir.
Essa frase ficou até bonita, não é? Porém, o que acontece é que
quando falamos, contamos alguma história, discutimos ou relatamos
alguma experiência, o nosso corpo emite uma série de sinais, que
os estudiosos da área chamam de “linguagem corporal”. Esses
sinais dão alguns indicativos, como por exemplo, se você está
falando a verdade ou não e pouquíssimas são as pessoas que
conseguem disfarçar esses sinais. E uma última consideração sobre
isso, os recrutadores normalmente são pessoas que são
especialistas em perceber e analisar sua linguagem corporal. Dessa
forma, mentir em alguma característica pode te fazer perder alguns
pontos (na verdade, perder todos os pontos) durante a entrevista.
Sem falar que é relativamente comum os recrutadores pedirem para
checar referências e conversarem com pessoas de sua antiga
empresa, por exemplo. Se você for pego mentindo, é eliminação na
hora.
Algumas dicas pontuais sobre
entrevistas de estágio:
Entrevistas em outros idiomas: Hoje em dia já se tornou uma prática
muito comum das empresas entrevistarem o candidato a estágio em
outro idioma, caso esse coloque em seu currículo que possui um
nível avançado ou fluente do mesmo. Nesse caso, uma coisa é
clara, sua preparação para a entrevista é mais do que necessária.
Se nós já travamos algumas vezes quando temos que responder ou
contar uma história no nosso idioma, imagine em outro?
Como resolver esse problema? Pratique as respostas e a entrevista
não só no português, mas também em todos os idiomas que
colocou como avançado ou fluente no currículo. Pense como falar
sobre suas experiências e o que aprendeu em cada uma delas nos
idiomas em que fará a entrevista. Isso já fará com que você tenha
uma fluência bem maior na hora de falar e será um diferencial dos
outros candidatos.

Entrevistas em cafés: Pode ser que a pessoa comente que é uma


entrevista ou pode acontecer como um simples pedido para um
café, enquanto na verdade você estará sendo entrevistado. Apesar
de levemente mais informal, ainda assim é uma entrevista, portanto
vá bem vestido, porém não de modo formal.
Caso a pessoa que te chamou para o café não tenha deixado
explícito que é uma entrevista (mas você desconfia que seja), deixe
ela guiar o rumo da conversa, mas responda seguindo as dicas de
como responder perguntas de entrevistas que colocamos nesse
capítulo. Nesse tipo de entrevista sempre preze por manter um
estilo mais de bate-papo entre amigos do que de entrevistador-
entrevistado.

A sua primeira entrevista: Como falamos no começo do livro, o ideal


é que você escolha quais ou qual empresa você tem maior interesse
em estagiar e se prepare de maneira totalmente focada para ela.
Esse conceito é mais ou menos válido para o quesito entrevista.
Nós não recomendamos que você faça a sua primeira entrevista na
empresa que você sonha em estagiar. O ideal é se inscrever em
alguns processos para fazer pelo menos uma entrevista antes de ir
para a que você realmente deseja. Afinal, queremos que você tenha
calma para fazer a entrevista na empresa que tanto deseja e fazer
com que essa seja a primeira entrevista, pode não ser uma boa
alternativa para isso. Se você conseguir chegar em entrevistas de
outras empresas isso será um excelente treino.
Porém, caso sua primeira entrevista seja na empresa mais
desejada, faça o seu dever de casa, pesquise a empresa, se
prepare para responder as perguntas e tenha a confiança que, se
você fez os exercícios que foram propostos aqui no livro, você está
preparado para essa oportunidade.

Currículo: Por mais que você já tenha enviado seu currículo, é


sempre bom carregar cerca três cópias com você para a entrevista,
caso o entrevistador precise, isso demonstrará organização, e caso
seja mais de um entrevistador você terá currículos para todos. Uma
observação importante é levar seus currículos em uma pasta, nada
de entregar algo amassado para o entrevistador.

Noite anterior a entrevista: Para uma entrevista bem-sucedida é


necessário uma boa noite de sono. Se esforce para dormir pelo
menos 7 horas na noite anterior à sua entrevista. Sei que você pode
achar que consegue ser uma pessoa normal com 5 horas de sono
por noite, mas acredite na gente, dormir direito antes de uma
entrevista é essencial. Antes de dormir, pegue seu currículo e dê
uma olhada rápida em todos os pontos e pense em todas as
experiências e no que você não pode deixar de falar sobre cada
uma delas.

No dia da entrevista: Se for possível, busque reservar uma boa


parte do dia para a entrevista, para que em caso de atraso, você
não tenha que sair apressado ou agilizar a entrevista e acabar se
prejudicando. Além de algumas entrevistas atrasarem, pode ser que
o entrevistador goste de você e te mande no mesmo momento para
uma segunda entrevista. Vá com pelo menos as próximas 3 ou 4h
livres.

No momento da entrevista: Busque decorar o nome do entrevistador


e chama-lo pelo nome ao longo da entrevista. Isso ajuda a criar uma
sensação de intimidade, podendo contribuir para que ele te veja
como colega de trabalho.

VOCÊ É FODA: Você leu o livro até aqui, fez os exercícios, dedicou
boa parte do seu tempo a essa jornada. Agora resta apenas uma
pequena tarefa, se preparar para entrevista. Sabemos que você tem
outros compromissos, tem provas para estudar, trabalhos para
entregar, séries no Netflix para terminar, mas pedimos para você, só
mais um pouquinho desse tempo. Se prepare, faça o seu dever de
casa. Afinal, VOCÊ É FODA! E vai conseguir essa vaga. Lembre-se
da sua lista de prioridades!
A estrutura da entrevista e como
começar
Geralmente as entrevistas seguem a seguinte estrutura:
Rápido quebra gelo
Você se apresenta e fala sobre você
O entrevistador faz algumas perguntas comuns em entrevistas
ou te dão um case para resolver
O entrevistador fala mais sobre a vaga e a empresa
Os entrevistadores abrem espaço para você fazer perguntas
Fechamento e despedida
Na maioria das entrevistas o entrevistador sabe que você está
nervoso então terá uma rápida conversa casual para te ajudar a
relaxar, perguntar se você chegou bem, se achou fácil a sede da
empresa, etc. Essa parte não tem segredo, seja cordial, sorria e
responda o que perguntarem de modo simpático.
Um único ponto de atenção é que se ele perguntar quanto tempo
você demorou para chegar e você mora em uma grande metrópole
e levou mais de 1h30min, vale a pena jogar esse tempo um pouco
para baixo, usando a menor estimativa em condições ideais. Isso é
importante, pois as empresas geralmente não gostam de contratar
pessoas que moram muito longe, pois historicamente uma hora
essas pessoas cansam de gastar tanto tempo no trânsito (ou
transporte público) e acabam saindo da empresa. Não é mentir e
falar que de 2h você demora 30min, é usar a melhor estimativa para
não os assustar.
Me fale sobre você
Me fale sobre você. 99% das entrevistas vão iniciar com esta frase.
Essa parte é crucial, pois é aqui que a avaliação começa de
verdade. Lembre-se que as pessoas, e isso inclui seus
entrevistadores, formam sua percepção sobre alguém nos primeiros
minutos de interação social, ou seja, a primeira impressão é
fundamental.
Nossa mente possui vários vieses cognitivos, um deles é que
tentamos enquadrar situações que vemos e vivemos para combinar
com o que pensamos. Portanto, se o entrevistador começar com
uma excelente primeira impressão de você (e lembre-se que isso
começa pelo currículo e troca de e-mails, indo até os primeiros
minutos de entrevista), caso você cometa algum deslize ele será
bem mais compreensível com isso. Por outro lado, se você não
passou uma boa primeira impressão, qualquer deslize poderá ser
visto como mais um motivo para não te contratar.
Reafirmando: Esta parte é essencial!
Ok, então agora como se preparar? Essa parte vai constituir um
“pitch” informal, ou seja, ele provavelmente vai deixar você falar por
cerca de 5minutos sem te interromper. Tenha a estrutura dessa
apresentação montada na sua mente.
Na hora de montar o seu pitch lembre-se que esse momento é
precioso demais para ser algo genérico. Seu discurso tem que ser
adaptado para aquela empresa e para aquela vaga. Se o
entrevistador não der um tempo específico, por exemplo, dizer que
você tem 2 minutos para falar, o ideal é focar em um pitch de
aproximadamente 5 minutos.
Para montar a sua apresentação, pegue uma folha e anote os
seguintes tópicos com sua resposta para cada um deles. Comece
por fazer um diagnóstico de como ela será:
Onde será a entrevista: Na sede da empresa, em um café, etc.
Isso define o quão informal será sua apresentação e como
será sua roupa.
Tempo: Quanto tempo você terá para falar?
Apresentador: Esse é você, obviamente, mas quem é você
para a empresa, o futuro estagiário que entende tudo de
computação, o estagiário ambicioso, o estagiário que adora
aprender. Se descreva como você espera ser visto pela
empresa.
Audiência: Quem estará te escutando/entrevistando? É
alguém do RH ou é o gestor da área? É sênior ou júnior dentro
da empresa? Novo ou velho? Tudo isso impacta seu discurso.
Objetivo: Ao final do seu pitch o que você espera que sua
“audiência” faça, pense e sinta?
Uma vez feito o diagnóstico, é hora de partir para a estruturação de
um roteiro de apresentação. O roteiro nada mais é do que o seu
discurso que fará sua audiência sair de um ponto A e ir até um
ponto B, ou seja, considerando as características atuais do seu
entrevistador (ponto A) o que ele deve pensar, sentir e fazer no final
do seu pitch (ponto B). O processo para montar seu roteiro é o
seguinte:
Coletar dados: Reúna toda a informação que você precisa
antes de começar, seu currículo, lista de todas as suas
atividades e habilidades, informações da empresa e da vaga;
Organizar: Organize esses dados em categorias, para que
você possa ter uma visão do macro e ver o que é mais
importante em cada categoria, afinal seu tempo é limitado;
Extrair: Agora que você tem toda a informação necessária é o
momento de extrair a essência, qual é a mensagem principal
que sua apresentação vai transmitir;
Estruturar: Tendo a mensagem principal em mãos construa a
estrutura da apresentação em tópicos, formando uma
sequência lógica para apresentar as informações.
Elaborar: Por fim acrescente o que for necessário e suficiente
para transmitir suas ideias. Aqui também é o momento de
incorporar evidências ao que você falou, exemplos ou
números.
Por mais que usemos essa estrutura lembre-se, isso não é um
discurso. É uma conversa informal! Ter essa estrutura de
apresentação vai te ajudar a manter a calma e saber o que falar,
mas nada de apresentar isso de forma robótica ou como se fosse
um palestrante. Trate como uma conversa a qual você está
contando algo para um conhecido.
Principais perguntas das entrevistas de
emprego e como respondê-las:
Quais são seus maiores defeitos? Você é muito perfeccionista? Ou
é muito organizado?
Essa é uma pergunta clichê para todas as entrevistas. Nesse
capítulo vamos falar sobre perguntas que sempre ocorrem nas
entrevistas, o que o entrevistador espera como resposta e como
você deve responder. Mas antes, como a coisa está muito séria, que
tal assistir a esse vídeo feito pelo comediante Murilo Gun,
mostrando uma entrevista de emprego ao contrário. Enquanto
assiste, aproveite o papel invertido para sentir empatia e começar a
ver como o entrevistador pode enxergar alguns candidatos.
www.youtube.com/watch?v=Ne3UbFo_64s

Agora, vamos às perguntas e como respondê-las:


Pergunta #1: Por que você quer trabalhar nessa empresa?
Através dessa pergunta os recrutadores querem extrair duas
informações de você. Primeiro, se você fez o seu dever de casa e
pesquisou a empresa, sabe os valores, os projetos e como é a
cultura de trabalho da mesma. Segundo, se você tem as
características que eles procuram nos funcionários.
A melhor maneira para responder essa pergunta é falar o real
motivo por que você quer a vaga. Você pode falar que gostou da
ideia de meritocracia que os funcionários da empresa compartilham
ou até mesmo, as metas agressivas. O mais importante aqui é
mostrar que você fez sua pesquisa. Se seu olho brilhar enquanto
responde é ponto extra.
Sabemos que não é necessário dizer, mas não custa reforçar:
Nunca diga que é porque está desempregado e precisa de dinheiro
para pagar as contas. Isso o entrevistador já sabe, não precisa falar.

Pergunta #2: Quais são seus pontos fortes e seus pontos fracos?
Essa é a pergunta mais clichê de todas as entrevistas. Falar sobre
seus pontos fortes normalmente é bem fácil e não é um problema. O
desafio é falar sobre os pontos fracos. Aqui o recrutador quer saber
se você tem um certo grau de autoconhecimento e sabe refletir e
analisar suas qualidades e seus defeitos.
Nessa pergunta as respostas padrões são sempre mal vistas.
Quando falamos de respostas padrões estamos falando de pessoas
que dizem que seu defeito é ser perfeccionista, ou que seu defeito é
que trabalham demais e por aí vai.
Podemos passar horas discutindo sobre como devemos responder
essa pergunta. De uma maneira simples, você deve falar algum
defeito que você possui e junto com isso, falar alguma atividade que
vem fazendo para melhorar esse defeito e se quiser deixar a
resposta ainda melhor, você pode falar de algum projeto onde você
já teve uma certa melhora nesse defeito.
Um possível exemplo de resposta aqui, é dizer “meu maior defeito é
me considerar uma pessoa multitarefas. Porém, sei que isso
impacta minha forma de trabalhar.” Depois vem a parte de dizer o
que você vem fazendo para melhor isso. “Porém, desde que percebi
isso, eu comecei a quebrar meus dias em curtos períodos para
realizações de tarefas, assim, quando estou fazendo uma
determinada tarefa, eu foco completamente naquilo, durante aquele
período.” E se quiser deixar a resposta ainda melhor, você deve
colocar exemplos práticos. “Um exemplo de como estou melhorando
esse quesito, é que no último projeto que trabalhei separei blocos de
tempos específicos para trabalhar no projeto, apenas no projeto, e
consegui realizar as entregas necessárias bem antes do tempo
previsto.”
Uma observação: Nunca, nunca, nunca responda “não tenho
defeitos”.

Pergunta #3: Como você se imagina daqui a 5 ou 10 anos?


A empresa quer extrair duas informações de você. Primeiro, saber
se você tem visão de futuro, se você é uma pessoa que se planeja.
Esta é uma qualidade muito valorizada nos profissionais. Segundo,
a empresa quer saber se ela está nos seus planos futuros. Em
outras palavras, a empresa quer saber se você tem interesse em se
tornar um funcionário da empresa e permanecer por um bom
período nela.
A melhor maneira para responder essa pergunta é conciliar os seus
sonhos de crescimento, com o potencial da empresa. Dessa forma,
você pode colocar que tem vontade de ter um alto cargo na
empresa, pode falar que pretende fazer uma pós, um MBA, pode
falar o que você pretende fazer para ser um profissional melhor
daqui 5 ou 10 anos.
Uma coisa que você nunca deve responder: se o seu foco é sair da
empresa e procurar um emprego no exterior, acho que esse deve
ser um bom momento para refletir se está se candidatando para a
vaga certa.

Pergunta #4: Por que eu devo contratar você?


Aqui a empresa espera que o candidato saiba se vender. Que ele
saiba falar dos seus diferenciais e mostre para a empresa como o
seu perfil é diferente das outras pessoas que estão disputando a
vaga.
Para saber como responder, nada melhor do que ver a resposta que
o Roberto Justus deu para essa resposta. O vídeo inteiro é muito
bom, e ensina muito sobre como se comportar em entrevistas de
estágio, mas se tiver muita pressa, assista a partir do minuto 7:40
www.youtube.com/watch?v=b_LbClFx4nY

Pergunta #5: Quais foram suas maiores conquistas pessoais ou


profissionais?
Essa pergunta está simplesmente disfarçada. Aqui você deve
vender o seu peixe da forma mais honesta possível, mas também
reconhecendo o seu esforço.
Para responder essa pergunta você deve compartilhar alguma
conquista. Mas não só a conquista, deve compartilhar quais foram
suas atitudes para atingir esse resultado. Vale também compartilhar
as dificuldades que você teve e como fez para driblá-las e alcançar
o que você desejava.
Lembre-se, você precisa se vender, você precisa aparecer. Não
tenha medo de descrever uma situação que você mandou bem ou
conquistou algo relevante, afinal se você não falar, o entrevistador
não vai adivinhar. A questão é sempre fazer isso embasado em
exemplos concretos e dados, e não com frases como “mandei muito
bem naquela situação”.

Pergunta #6: Qual foi a decisão mais difícil que já tomou até hoje?
Nessa questão o recrutador quer saber se o candidato consegue
identificar algum momento em que ele foi confrontado em uma
decisão e saber como ele agiu com a pressão da escolha.
A melhor resposta aqui deve explicar a situação e explicar como foi
o processo para a tomada de decisão. O ideal é mostrar que você
soube analisar alternativas e as consequências e, mesmo com certa
pressão, conseguiu agir da melhor forma possível.

Como formular as suas respostas


Lembre-se de ilustrar suas respostas, sempre que possível, com
exemplos e dados concretos. Uma estrutura simples que você pode
seguir para ajudar a pensar nas suas respostas é o CAR, acrônimo
de Contexto, Ação e Resultado.
Basicamente sempre que você for contar algo ao entrevistador,
alguma história de participação sua em um projeto por exemplo,
você começa explicando o Contexto ou situação em que esse
projeto estava inserido, assim você garante que o entrevistador
entenda o que vem a seguir. Na segunda parte você irá descrever
as ações tomadas, ou seja, o que você fez diante do contexto que
tinha. Por fim você fala quais os resultados alcançados pelo time e
como suas ações contribuíram para este resultado.
Quando for falar dos resultados, seja concreto e use números, por
exemplo, ao invés de falar “e com isso conseguimos aumentar
nosso faturamento”, diga “e com isso conseguimos aumentar nosso
faturamento de 500mil para 700mil reais”. Lembre-se, empresas
adoram números!

O que caracteriza uma boa entrevista?


Para responder a esta pergunta deixamos dois depoimentos de RH.
Depoimento do RH: O candidato precisa ser capaz de falar de
maneira organizada e contar sua história. Se você tem
autoconhecimento, conhece bem a sua história e as suas
conquistas, você consegue responder qualquer pergunta.
Apesar de ser uma entrevista, o melhor é quando o candidato
consegue ser natural e fugir do simples bate e volta de pergunta e
resposta, assim a entrevista acaba virando um bate papo. Você tem
que levar o entrevistador contigo e não ser levado pelo
entrevistador. Uma dica que poderia dar é: sempre comente suas
principais conquistas, mas não fique se exibindo, se você comentar
suas conquistas e elas forem relevantes, muito provavelmente o
entrevistador te perguntará sobre mais detalhes. Sempre tente
construir essas “deixas” para o entrevistador, e quando ele
perguntar por mais detalhes, é o momento de vender como foi seu
planejamento e o que você fez para alcançar aquele resultado.
Além de ajudar a tornar a entrevista um bate-papo, isso vai construir
um link com seu currículo, fazendo com que quando o entrevistador
for rever os vários currículos dos entrevistados, ele lembre de você,
ele verá as suas conquistas no currículo e lembrará das suas
histórias. O entrevistador vai entrevistar 10 pessoas em um dia, ele
tem que lembrar de você!
Outra dica para os candidatos é gravar a si mesmo contando a sua
história e depois escutar para ver se a maneira que está falando
está bem clara, fácil de entender e se prende a atenção.
Por fim, vá com brilho no olho e com vontade de estar lá! Se você
está indo para a entrevista por obrigação e demonstrar falta de
interesse o entrevistador perceberá isso e acabará te cortando.
Depoímento do RH: Não basta falar que participou da empresa
júnior ou de algum outro projeto, você tem que saber falar o que
executou, quando VOCÊ colocou a mão na massa. Se essas
iniciativas alcançaram bons resultados, explique como suas ações
contruibuíram para isso. Por outro lado, se você não atingiu os
resultados esperados, tem que mostrar o que aprendeu, que tem
uma boa capacidade metacognitiva e que consegue extrair
aprendizados de duas experiências. Por fim, mostre como aplicou
estes aprendizados em outras atividades.
Como responder perguntas absurdas ou
sem uma resposta exata
Você pode até achar estranho, mas em algumas entrevistas, como
por exemplo em empresas de tecnologia ou até mesmo startups, os
entrevistadores gostam de fazer algumas perguntas absurdas, que
não possuem uma resposta correta. Alguns exemplos de perguntas
desse tipo são:
Quantas pizzas se comem no Brasil durante um ano?
Quantas bolas de futebol cabem nessa sala?
Você preferiria que eu te desse um real por dia pelo resto da
sua vida ou te desse mil reais agora?
E por aí vai....
Para responder qualquer uma dessas perguntas não existe uma
resposta certa. Na verdade, existe, mas o entrevistador não quer
saber se você sabe de cabeça quantas pizzas os brasileiros comem
em um ano. A ideia deles aqui é entender o seu raciocínio, como
você pensa. Eles querem compreender melhor como você faz a
análise de uma situação.
Uma possível resposta para a pergunta da pizza é: “Se no Brasil
existem cerca de 200 milhões de habitantes e cada família tem
cerca de 4 pessoas, nós temos 50 milhões de famílias. Dessas,
aproximadamente 25% vive em situação de pobreza, ou seja, muito
raramente comerão uma pizza. Das aproximadamente 35 milhões
de famílias restantes, deduzo que cada família pede cerca de 1
pizza a cada 2 semanas. Como em um ano temos
aproximadamente 50 semanas, temos que uma família pede cerca
de 25 pizzas por ano. Assim, no Brasil se comem cerca de 875
milhões de pizzas por ano.”
Como já disse, a resposta não é exata. Mas não é isso que o
entrevistador quer saber. Nesse caso, o importante é demonstrar
para ele como funciona seu raciocínio lógico e como você é capaz
de quebrar um grande problema em pequenos questionamentos.
Portanto, não fique apenas pensando na resposta. Externalize
verbalmente todo o passo a passo da sua linha de raciocínio para o
entrevistador, caso contrário ele não conseguirá te avaliar.
Cases
Alguns entrevistadores gostam muito de usar cases no momento da
entrevista. Esse tipo de prática é bem comum em programas
trainee, mas também aparece em vagas de estágio. O case nada
mais é do que o entrevistador apresentar uma situação problema
típica do dia a dia da área a qual você está se candidatando e você
deve mostrar como resolveria o problema. Por ser relativo à área
que você está se candidatando, esse tipo de problema geralmente é
utilizado apenas na entrevista com o gestor. Se o RH aplicar algum
case, será algo mais simples durante a dinâmica de grupo.
O case pode tanto ser apresentado apenas no momento da
entrevista, quanto pode ser enviado por e-mail antes da entrevista
para você resolvê-lo. Vamos dar um overview nas duas situações.
Se a empresa não te mandar o case antes, você provavelmente não
vai saber se durante a entrevista terá que resolver um ou se serão
apenas as perguntas tradicionais. No entanto, quando há um case,
geralmente será algo relacionado à área que está se candidatando,
por isso é fundamental ter uma boa noção e conhecimento da área.
Imagine alguém que vai fazer uma entrevista para a área de
marketing de uma empresa multinacional de computação, um
possível case seria: Suponha que uma empresa de software
começou a entrar no mercado de hardware agora com um produto
para classes A e B, o que você faria para garantir o sucesso desse
produto?
Sim, as perguntas são genéricas, mas a ideia é ver se você
consegue raciocinar em cima de problemas complexos, como você
raciocina e se tem um bom conhecimento da área que quer atuar.
Quando o entrevistador te der um case nesse estilo, não tenha
medo de perguntar por mais informações, por exemplo: “Este
produto é algo conhecido como um computador ou é um tecnologia
disruptiva?”, “Qual a verba de marketing que teríamos para divulgar
o produto?”, “Já existe um posicionamento de marketing definido?”.
O importante é você ir tentando resolver o case, mostrando seu
raciocínio e, se necessário, pedindo mais informações.
O entrevistador geralmente vai te guiar pelo caminho que ele
espera, podendo responder algo como “Essa pergunta é irrelevante
para a resolução do case” ou te ajudando a filtrar seu raciocínio com
perguntas como “Por quais países você começaria a vender? E
quais canais usaria para divulgar?” ou “Como você precificaria?”.
Um case desses não tem uma única resposta exatamente certa,
mas o entrevistador quer ver você chegar em algum lugar. Vá
explicando seu raciocínio, vá usando conceitos da sua área de
atuação (no nosso exemplo conceitos de marketing) e não tenha
medo de ir perguntando mais coisas ao entrevistador. Por último, se
ele tentar te guiar com alguma pergunta ou dizer que algo não é
relevante, se atente a isso, ele está te conduzindo para onde ele
espera que você chegue.

No caso do entrevistador te mandar o case antes da entrevista o


principal segredo é: PREPARAÇÃO.
Pesquise ao máximo a situação problema, pesquise os conceitos
envolvidos, caso você não os domine, levante dados do setor,
pesquise o que empresas do mesmo setor fizeram em situações
semelhantes, pesquise como aquela situação problema se encaixa
na estratégia da empresa, metodologias inovadoras que você pode
usar para resolver, etc. Como te mandaram o case antes é sua
função chegar sabendo tudo sobre aquilo, diferente do caso onde o
case é apresentado na hora e o entrevistador te guia, aqui é você
quem tem que chegar com tudo na ponta da língua.
Caso você vá lidar com muitos números, usar gráficos e levá-los
impressos para mostrar para o entrevistador, pode ser uma boa
ideia. Outra solução é perguntar se no dia você poderá usar um
PowerPoint.
Vamos dar um exemplo, imagine que você está se candidatando
para uma empresa que processa pagamentos de cartão de crédito,
mais especificamente na área de estornos. O gestor da área te
manda uma planilha com todas as transações que foram efetuadas
no último mês e indicou quais foram estornadas. Sua tarefa é achar
uma solução para ajudar a diminuir o número de estornos.
Nesse caso, você vai ter que pesquisar por que um estorno
acontece, quais os motivos mais comuns, quem arca com o prejuízo
do estorno, o que outras empresas fizeram, qual a média de
estornos das outras empresas, a sua empresa está acima ou abaixo
dessa média, quem é referência na área. Além da pesquisa você
terá que aprender a extrair informações da planilha que te enviaram
e pensar em soluções. Não é fácil, é um problema extremamente
complexo que várias empresas tentam lidar diariamente, se você
quiser, você pode ficar uma semana pesquisando e tentando
encontrar uma solução e ainda assim não chegar na melhor
possível. No entanto, obviamente quanto mais tempo você se
dedicar, melhor será sua resposta. Se você quer mesmo aquela
vaga, prepare-se para tirar alguns dias e pesquisar TUDO sobre o
case e como resolvê-lo.
Chegando no dia da apresentação, você tem que mostrar todo esse
preparo com firmeza. Não tenha medo de responder perguntas se
você estiver preparado, apresente seu raciocínio e os dados que
usou para chegar nas suas soluções. Como já foi dito, se
necessário, pergunte se pode usar um PowerPoint, caso não haja
essa possibilidade você pode levar algumas poucas folhas
impressas com os dados mais importantes. Caso opte por levar
algumas folhas leve pelo menos 3 cópias, uma para você se guiar, e
duas caso haja mais de um entrevistador.
Por fim, vale dizer que se você pretende prestar o processo seletivo
de Consultorias, você vai precisar de material extra para treinar
resolução de cases. Consultorias são conhecidas por cases
exigentes e complexos. Abaixo citaremos dois livros que você pode
usar para se preparar e se aprofundar nos cases:
Livro Case Interview Secrets: http://amzn.to/2agahoB
Livro Case in Point: http://amzn.to/2aarylk
Curso Crack the Case: www.mbacase.com/
Você tem alguma dúvida?
Com o final da entrevista se aproximando, o entrevistador, caso
ainda não o tenha feito, irá falar mais sobre a empresa e a vaga e
logo depois inverter os papéis e perguntar se você tem alguma
dúvida sobre a vaga e a empresa.
Lembre-se que você já deve ter pesquisado a empresa e a vaga,
isso permite que você faça perguntas com base nessas pesquisas,
mas nada de fazer perguntas sobre coisas que podemos encontrar
no site da empresa. A ideia aqui é fazer perguntas interessantes.
Fazer boas perguntas faz você ganhar pontos e se destacar, pois
isso mostra que você tem interesse real na vaga e na empresa e fez
o seu dever de casa pesquisando sobre elas. Assim, você mostra
que investiu tempo naquilo e isso agrada bastante os
entrevistadores.
Sempre prefira perguntas montadas por você, específicas para
aquela empresa, que sejam atuais e que de fato são do seu
interesse. Contudo, se faltar criatividade deixamos algumas
perguntas abaixo para você escolher:
Como é a cultura da empresa, na prática?
Quais são as características das pessoas de sucesso aqui?
Qual seu maior desafio hoje na empresa?
Como esta função se integra ao restante da área? Qual a
importância dela para a empresa?
Quais os principais desafios da área?
Agora algumas questões que podem ser mais delicadas ou
provocativas, mas dependendo do mood (o clima) que a reunião
ocorreu podem cair muito bem.
Há quanto tempo você está na empresa? Por que opta por
continuar trabalhando aqui?
A posição é antiga? Por que a pessoa antiga saiu? / A posição
é nova? Por que foi criada?
O que geralmente faz as pessoas deixarem a empresa?
Quais os pontos positivos que você enxerga na empresa? E o
que acha que poderia melhorar?
Outra dúvida que fica é: Caso ainda não foi comentado, você
pergunta ou não sobre o salário? Como dissemos, cabeça de
entrevistador é difícil prever, se tiver muita curiosidade pergunte com
jeito para não parecer que você está preocupado apenas no
dinheiro e não na vaga em si. Uma possível saída é fazer perguntas
sobre oportunidades de crescimento e como geralmente se dá a
evolução da carreira na empresa.
Agora é só se despedir, agradecer o tempo do entrevistador e se
colocar à disposição para qualquer dúvida extra que tenham.
Testes Psicológicos
Um último tipo de atividade que vale a pena mencionar são os
aplicados por psicólogos e psiquiatras para identificar sua
personalidade. Hoje em dia não são tão comuns para processos de
estágio, mas algumas empresas ainda usam.
Entre estes testes, provavelmente o mais conhecido é o teste
Rorschach, que é formado por 10 borrões de tinta cujo significado
cada pessoa deve interpretar por si. Caso queira saber mais sobre o
teste Rorschach e o que os psicólogos esperam avaliar com ele,
você encontrará maiores informações no Google e na Wikipédia.
Outros testes famosos que podem ser aplicados são: Zulliger,
Palográfico, Grafologia, Wartegg, Teste da Árvore, MMPI, etc. Como
estes testes não são muito utilizados, acreditamos que vale mais a
pena você focar em se preparar para as outras partes da entrevista
ao invés de investir seu tempo aqui. Contudo, a situação muda caso
você saiba que a empresa para a qual está se candidatando gosta
desse tipo de teste, nesse caso vale a pena dar uma googlada e
entender melhor como funcionam e o que é esperado do candidato.
Para além dos testes em si, os psicológicos esperam ver sua reação
e comportamento, então continuam valendo as dicas já passadas na
parte de entrevista e dinâmica.
E Depois da Entrevista?
Ainda não recebi nenhuma resposta
Você foi para a entrevista, tudo parece ter corrido bem. O RH disse
que ia te dar uma resposta até 4ª feira, já é sexta, e agora?
Se a empresa não te responder, algumas coisas podem ter
acontecido. Algumas empresas simplesmente não informam aos
candidatos reprovados, enquanto outras simplesmente decidem
entrevistar mais alguns candidatos antes de te dar uma resposta.
Contudo, se a empresa tem uma péssima comunicação, você tem
todo o direito de entrar em contato. Como o “não” você já tem,
espere cerca de dois ou três dias depois do prazo que foi lhe dado e
mande um e-mail curto perguntando sobre a vaga.
Se não te responderem, não há necessidade de mandar outro e-
mail. Infelizmente algumas empresas não respondem mesmo. O
momento é de focar nas próximas entrevistas.

Não passei, e agora?


Se você recebeu feedback reavalie cada ponto com cuidado e
pense como pode melhorá-los. Caso não receba resposta, pare e
reflita sobre como foi a entrevista e principalmente sobre o que
poderia ter ocorrido melhor. Em qual pergunta você sentiu que
escorregou? Acha que em algum momento sua fala foi confusa?
Reflita sobre esses pontos e foque em melhorá-los para os próximos
processos seletivos.
O que não adianta, e apenas vai te colocar mais distante ainda do
seu objetivo de conseguir um estágio, é culpar terceiros, falar que a
empresa não sabe reconhecer seu valor, ou que preferiu alguém de
uma universidade mais tradicional, ou ainda uma pessoa que foi
indicada. Isso não te ajuda em nada e te atrapalha MUITO!
Geralmente a responsabilidade por não ter passado é sua, e mesmo
se de fato o caso foi um desses você não teria o que fazer. Já o que
você pode fazer é se preparar mais, assumir sua responsabilidade e
reconhecer que sempre é possível melhorar.
Empresas sentem de longe o cheiro de pessoas com perfil vitimista,
que acham que a culpa é sempre dos outros. Essas pessoas são
eliminadas com a maior agilidade possível. Empresa nenhuma quer
um funcionário que é bom em justificar porque falhou, empresas
querem pessoas capazes de entregar resultados. Lembra do vídeo
do Bernardo Hess sobre reconhecer um talento?

Resumindo, o que eu preciso saber sobre entrevistas?


Para fechar esse capítulo, lembre-se de duas coisas:
1. Para participar de uma entrevista, tudo que você precisa é
preparação. Se você se prepara direito para uma entrevista,
com certeza você chamará atenção dos entrevistadores para
que considerem o seu potencial para a vaga, mesmo não
tendo as melhores qualificações técnicas.
2. Mude seu mindset de “eu preciso de um emprego” para “eu
me preparei e sei que posso contribuir com essa empresa”.
Quando você simplesmente busca um emprego, você espera
quem alguém lhe dê algo, porém se sua atitude mental é de
buscar contribuir ao invés de mendigar um emprego, você
conseguirá se vender muito melhor. A contratação de alguém
é como se fosse uma parceria, ou um casamento, logo precisa
ser boa para as duas partes.
Atividades
Atividade 1: Se você não viu todo o vídeo do Roberto Justos
entrevistando candidatos de estágio que citamos no capítulo, esse é
o momento de ver o vídeo inteiro: www.youtube.com/watch?
v=b_LbClFx4nY

Atividade 2: Sabe as 6 perguntas que falamos acima que são


clichês para as entrevistas de emprego? Essa é a hora de você
pensar nas respostas para cada uma delas.

Atividade 3: As 6 questões que citamos são questões clássicas e


têm grandes chances de aparecerem na sua entrevista. Essas não
têm desculpa, você tem que saber responder. Contudo, como se
preparar nunca é demais, vamos deixar um link com 50 questões
para você pelo menos dar uma refletida sobre como responder, para
não estar tão despreparado na hora, caso apareça alguma questão
diferente. O que não faltam são links na internet com dicas sobre
questões comuns em entrevistas.
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/as-50-perguntas-mais-
frequentes-em-entrevistas-de-emprego
Lembre-se, para as seis que comentamos aqui, se prepare de
verdade. Para as outras seria bom se você pudesse se preparar
igualmente, mas como seu tempo é escasso gaste pelo menos uns
dois minutinhos refletindo sobre cada uma.

Atividade 4: É hora de treinar. Chame um amigo para praticar e você


deverá explicar cada um dos pontos do seu currículo.
O celular de Sofia começa a vibrar várias vezes, com várias
mensagens chegando. Ela corre para ver o que é e percebe que são
mensagens do grupo do livro negro dos estágios no WhatsApp.
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Rebeca: FUI CHAMADA!!!
Sofia: Parabéns amiga!!!
Rebeca: Nossa, to muito feliz! Tinha me candidatado para 8
empresas já e nenhuma tinha me dado retorno, hoje quando
cheguei em casa fui checar meu e-mail e tinha 2 respostas me
chamando para a próxima fase!!!
Sofia: Nossa, caramba, 2! Parabéns!
Lucas: Nossa Rebeca, detonou, parabéns!
Rebeca: To muito feliz =)
Lucas: É, mas é só o começo, ainda tem a dinâmica e a entrevista
Rebeca: Eu sei né, larga de ser estraga prazeres e deixa eu
comemorar, nunca tinha sido chamada para uma fase presencial,
ainda mais 2 no mesmo dia
Lucas: Ta bom, sorry, mas depois de comemorar não esquece de
estudar a empresa antes da entrevista hein!
Rebeca: Que chato!
Rebeca: E você Sofia, nada? Uma das minhas respostas positivas
foi daquela mesma empresa que você se inscreveu, checa aí se
chegou algo
Sofia: Nem olhei meu e-mail hoje
Lucas: Pelamor Sofia! Quando você ta nesses processos precisa
checar seu e-mail todo dia, tem que ser rotina, já pensou perder
uma oportunidade por uma besteira dessas. Tenta criar um hábito e
checar seu e-mail ou todo dia cedo ou todo dia de noite.
Rebeca: Nossa, que chato vc!
Sofia: Faz sentido Lucas, vou até checar agora
Sofia: Passei também Rebeca!!!
Rebeca: OBA!!!! Vamo bebemorar!!!!
Sofia: Ah, não sei
Rebeca: Vamo, não quero desculpas, pra comemorar. Juro que
amanhã voltamos com força total nos estudos dessa empresa! Vem
você também Lucas, vc é chato mas eu deixo vc vir
Lucas: Hahaha
Rebeca: Fexou então? Vejo vcs no bar em frente a facul em 20min?
Lucas: Ah, preciso desestressar depois da prova de hoje, vamos
então!
Sofia: Ok! Vamos lá então. Vejo você no bar!
Capítulo 7 – Quem Indica?
Muito se ouve falar sobre o “Quem Indica”. Afinal quem nunca ouviu
de um conhecido algo do tipo:
- Ah, esses processos seletivos são tudo carta marcada, certeza
que indicaram alguém que já está aprovado e o processo seletivo é
só pra dar uma enganada.

Duas coisas são importantes comentar sobre esta mentalidade:


1. A maioria dos processos de estágio são em empresas
privadas, ou seja, alguém está pondo dinheiro naquilo e por
mais grana que a pessoa tenha, cremos que ninguém quer
desperdiçar grana com gente inútil e sem habilidade. Pense
que além de pagar um salário à toa, essa má prática pode
contaminar todo o ambiente, desmotivar funcionários, afastar
gente qualificada. A empresa que faz isso só tem a perder, por
isso é uma prática cada vez menos existente e quando existe
geralmente se trata de empresas pequenas/médias de origem
familiar.
2. Aí você me pergunta se isso existe em empresas
multinacionais, afinal estas sim têm muita grana para torrar,
não é? Não, pelo contrário, em grandes empresas isso é uma
prática inaceitável, tanto que no questionário online de
diversos processos seletivos você vai encontrar uma pergunta
do tipo “Você possui algum parente ou amigo que trabalha
nesta empresa? ” Se você responder que sim te garanto que
vai ter que se explicar. Essa prática de indicar parentes
simplesmente para beneficiá-los já é quase inexistente na
maioria das empresas e se alguém fizer isso tem grandes
chances de ser demitido na hora.
Uma vez dito isto, destrua esta crença limitante. Esse tipo de prática
é quase inexistente em boas empresas. E se a empresa faz esse
tipo de coisa o melhor é você ficar longe dela, pois uma empresa
assim provavelmente também não te dará oportunidades de
crescimento.

Agora você responde:


- Ah, mas eu mesmo sei de alguns casos de pessoas que foram
contratadas por indicação!
Sim, indicação existe e é uma das melhores coisas do mundo para
as empresas, mas é algo muito diferente do que a maioria das
pessoas imagina. Como já falamos acima a indicação não tem nada
a ver com indicar parentes para os cargos.
Imagine o seguinte. Você é o gestor de uma área de uma grande
empresa e precisa contratar um novo estagiário, apenas um. A
empresa já havia realizado o processo seletivo anual de estágio e
sua vaga não foi preenchida, ou seja, é uma vaga “solitária”.
Você tem basicamente duas opções: a primeira é abrir um processo
seletivo inteiro, que envolve custo alto de dinheiro e tempo para
divulgar o processo e entrevistar centenas de candidatos; a segunda
alternativa é perguntar para os atuais estagiários da sua área, e que
você considera muito bons de serviço, se eles têm algum conhecido
muito bom que está procurando emprego. Não estamos falando de
parente e amigos, estamos falando de indicações de pessoas boas
para aquele trabalho!
Essa segunda alternativa é superior a primeira em alguns aspectos
importantes:
É mais barata, pois o gestor não precisa abrir um processo
seletivo;
O gestor deve entrevistar 2 ou 3 pessoas indicadas, ao invés
de investir tempo entrevistando 20 ou 30 pessoas;
Sempre que é aberto um processo seletivo normal, tudo é feito
para contratar a melhor pessoa, porém às vezes essa pessoa
pode se mostrar um engano. Afinal sua contratação foi
baseada em pouquíssimas horas de contato presencial, por
outro lado quando é uma indicação, quem indica está botando
a mão no fogo e a cara a tapa para dizer “Eu confio nessa
pessoa e acredito piamente que ela fará um excelente
trabalho”. Ninguém irá indicar alguém sem acreditar que
aquela pessoa mande bem no trabalho e que irá se adequar
ao ambiente. Assim a chance de contratar alguém com melhor
perfil para a vaga é mais alta.
Contudo, obviamente que uma vez que a pessoa seja indicada,
mesmo com todas as recomendações de quem a indicou, nenhum
gestor na face da Terra vai contratá-la sem entrevistá-la antes. Aqui
está o ponto chave quando se trata de indicação:
A indicação existe, mas você só vai ser indicado se for MUITO bom.
Além disso a indicação só te leva até a entrevista, quando você
chegar lá é sua responsabilidade se mostrar bom o suficiente para o
cargo!
Como ser indicado?
Ok, agora que já entendemos como o processo de indicação
realmente funciona, como você pode usar isto ao seu favor?
Abordagem 1: Mostrar serviço
Primeiro é importante reafirmar que ninguém vai te indicar porque
você é o amigão de todo mundo. Ninguém vai arriscar sua
credibilidade na empresa para indicar alguém que não acredita que
vai mandar muito bem no trabalho. Em outras palavras, para alguém
te indicar você tem que provar que pode mandar bem trabalhando
em determinada empresa. Como fazemos isso? A maneira mais
comum é você já ter trabalhado com alguém antes, e que no futuro
possa te indicar, afinal as pessoas te indicam por conhecer sua
capacidade de trabalho. Quando falamos trabalhar pode ser em um
estágio anterior, mas há outros meios de “trabalhar” com alguém,
entre eles os mais comuns são:
i. Entidades Estudantis: Vocês trabalharam juntos na Empresa
Júnior da universidade, na Liga Universitária, na AIESEC, no
Enactus, ou outra entidade estudantil.
ii. Trabalho Voluntário: Muitas pessoas trabalham em ONGs e
Fundações e lá pode ser que alguém veja o quanto você é
dedicado e hardwork, pode ser que essa pessoa pense em
você depois.
iii. Projetos: Você pode ter trabalhado junto com alguém em
algum projeto particular ou até mesmo em um projeto
desenvolvido para uma matéria da universidade e provou sua
competência.

Abordagem 2: Laços Fracos e Network


Outra maneira de conseguir uma indicação, ou pelo menos saber de
novas oportunidades de emprego, é explicada pela Teoria dos Laços
Fracos.
Em um estudo feito nos anos 1960, Mark Granovetter pesquisou a
forma como as pessoas que acabaram de mudar de emprego
ficaram sabendo de seus novos empregos. As respostas dos
participantes indicavam que a informação partiu de alguém em sua
lista de contatos pessoais. Porém, o mais surpreendente e contra
intuitivo é que esses contatos foram descritos como “conhecidos” e
não “amigos próximos”. Era de se esperar que os amigos tivessem
maior motivação em ajudar, mas então por que os “conhecidos” tem
um papel tão crucial na busca de um novo emprego?
Para entender este efeito, vamos analisar a seguinte rede social de
círculo de amizade. Imagine que cada bolinha seja uma pessoa e
quando estão ligadas por uma linha significa que se conhecem.

Um modelo simulando uma rede social de amigos ou conhecidos

Chamamos essa ligação meio solitária entre C e H de “Ponte”. Essa


ponte nos permite explicar por que as indicações de empregos vêm
de pessoas que às vezes são apenas conhecidos.
Imagine que C é um estudante de engenharia em busca de estágio.
C estuda com B, A e D na mesma universidade, e estes também
buscam um estágio. Como eles se conhecem, todos estão ligados
com um traço. Agora, se F for um empregador na área de
engenharia e apresentar uma oportunidade de emprego para A ou
B, estes provavelmente irão agarrá-la, e mesmo que não precisem
de emprego podem indicar outra pessoa, já que provavelmente
possuem vários engenheiros na sua lista de contatos.
Agora imagine que J trabalha na mesma empresa que H e comenta
que precisa de alguém de exatas muito bom em análises
matemáticas. H que não é dessa área conhece poucos engenheiros
ou matemáticos, mas lembrou-se que conheceu C em um curso de
liderança que fizeram juntos e no qual C causou uma boa primeira
impressão nele. Sendo assim, ele tem uma chance muito maior de
te indicar para uma entrevista ou comentar sobre a oportunidade de
emprego com você.
É importante ressaltar que isso não impede que alguns amigos
próximos te apresentem oportunidades interessantes, isso apenas
ilustra que muitas vezes pessoas de fora do nosso círculo comum
possuem ótimas oportunidades que podemos aproveitar.

Um outro exemplo é quando uma determinada empresa contrata


muita gente de determinada universidade, da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) por exemplo. Mas você estuda na Universidade de
São Paulo (USP) e não tem ninguém da sua universidade que
trabalha lá. Essa empresa não deixa de contratar alguém da USP
porque tem algum pré-conceito com a universidade, mas
simplesmente porque os currículos de seus alunos não chegam até
ela. O pessoal da USP mal sabe das oportunidades de estágio
antes de alguém da FGV ser indicado. Se você como aluno da USP
virar “conhecido” de alguém desta empresa, a chance de que caso
precisem de um engenheiro, comentem da vaga contigo é muito
grande, afinal a FGV não possui cursos de engenharia.
A lição aqui é: Expanda seu network! Vale palestras, cursos,
eventos. Vá conhecer gente que pode ser um futuro elo na sua
carreira profissional. Quanto mais você se expor, maiores suas
chances. Mas lógico que tudo deve ser feito com consciência. Não
vá “encher o saco” de alguém e pedir emprego sem ter nada que
possa agregar para à empresa. Lembre-se, indicações vem com
demonstrações de alta capacidade e potencial.
Por fim, não confunda networking com “pedir emprego ou
indicação”. Networking é sobre construir relacionamentos. Esteja
sempre em contato com as pessoas, busque sempre ajudar seus
amigos, conecte pessoas com interesses semelhantes, compartilhe
textos que achou interessante com sua rede, se for o caso indique
amigos para oportunidades bacanas.
Networking é algo recíproco. Tente ajudar para ser ajudado. E não
ajude apenas porque tem interesses, se preocupe em ajudar de
verdade, independente de quem seja, e em construir
relacionamentos verdadeiros. As oportunidades podem vir de onde
você menos espera.

Abaixo veja um depoimento de como ambas as abordagens,


network combinado com mostrar serviço, culminaram em 2
propostas de estágio.
Quando estava na universidade sempre admirei muito o
trabalho na Endeavor, uma instituição de apoio ao
empreendedorismo. Certa vez fui a um evento promovido por
eles e comecei a puxar papo com uma mulher que trabalhava
lá, falei da minha admiração pelo trabalho deles, fiz perguntas
sobre o ambiente de trabalho e depois de conversarmos um
pouco disse que tinha muito interesse em trabalhar lá. Ela
comentou que tinham uma vaga aberta na área de Educação
Empreendedora e disse que poderia me encaminhar a vaga,
me passou seu e-mail e pediu para escrever para lembrá-la.
No dia seguinte escrevi o e-mail, ela me passou a vaga, mas
na descrição pedia inglês fluente e eu não falava fluente na
época, respondi a ela dizendo que provavelmente iria ficar pra
próxima. Ela me respondeu de modo gentil e disse que havia
sim alguns e-mails e pequenas conversas em inglês, mas que
não custava tentar pois ela também não era fluente e
conseguiu uma vaga lá.
Me inscrevi e fui chamado para a entrevista com uma pessoa
do RH, passei e fui chamado para uma entrevista final com
resolução de case.
Quando cheguei na entrevista eram duas mulheres, a gestora
da área e uma analista que havia entrado há pouco na
Endeavor. Dias depois recebi um e-mail dizendo que não fui
aprovado.
Isso se passou durante o mês de outubro. Mantive contato
com a mulher que havia conversado no evento e quando foi
em janeiro do outro ano ela disse que eles abriram vagas de
voluntário, a primeira vaga que havia me candidatado era um
estágio remunerado e dessa vez seria trabalho voluntário
durante as férias da universidade, pouco mais de um mês de
trabalho. Disse para ela que tinha interesse mesmo assim,
pois queria ter a oportunidade de trabalhar em um lugar que
admirava e com pessoas muito boas, acreditando que assim
iria aprender e me desenvolver muito.
Ela novamente encaminhou meu CV para o dono da vaga e
fui chamado para a entrevista. Dessa vez fui aprovado e
comecei a trabalhar lá. Fui para a mesma área de Educação
Empreendedora e lá trabalhei mais diretamente com duas
pessoas.
Quando comecei a estagiar lá eu morava em São Bernardo
do Campo, no ABC paulista, e a Endeavor era em São Paulo.
Se eu fosse de São Bernardo para lá teria que pagar 2
passagens de ida (ônibus + metrô) e 2 de volta. Isso ficaria
inviável financeiramente para mim, por sorte minha namorada
morava em Santo André e passei a praticamente morar lá
durante o período do estágio, para poder pagar só 1
passagem. Ainda sim gastava cerca de 3h por dia no
transporte público.
Durante esse tempo, além de não receber salário, não
recebia nem vale transporte e nem vale refeição. Tirava todo
dia do meu bolso a grana para pagar o trem e alguns dias
gastava uma pequena facada para poder almoçar com o
pessoal da Endeavor (era na Vila Olímpia, o almoço não era
barato), pois além de às vezes trabalhar mais de 6h por dia,
fazia isso para fortalecer meu network e aprender com eles.
Eu estava pagando para trabalhar em uma época que minhas
refeições se limitavam a praticamente o bandejão da
universidade, miojo e bolacha maizena, apesar disso foi uma
das experiências mais incríveis que tive durante a
universidade, aprendi muito lá e conheci gente muito foda!
Mas minhas aulas voltaram, o período do voluntariado de
férias acabou e voltei para minha rotina normal.
Novamente o tempo passou, e lá por julho resolvi procurar um
estágio pra valer e comecei a me candidatar para algumas
vagas. Ainda estava em alguns processos quando em
setembro as duas pessoas com quem trabalhei mais
diretamente na Endeavor me mandaram mensagens no
Facebook, uma dessas pessoas me chamou para um almoço
e a outra me disse que estava trabalhando em uma startup na
área de educação e que queria bater um papo comigo.
Sabe o que aconteceu? Recebi 2 propostas de estágio
(ambas remuneradas dessa vez). Cada uma dessas pessoas
com as quais trabalhei como voluntário lá em fevereiro, e que
gostaram do meu trabalho, lembraram de mim quando tinham
vagas abertas em setembro e me chamaram. Foi
extremamente gratificante receber essas duas propostas em
uma única semana, pois sabia que era um sinal de
reconhecimento pelo meu trabalho.
No ano anterior havia sido recusado para o estágio na
Endeavor, me candidatei como voluntário e agora sem nem
me candidatar para o processo seletivo recebi uma proposta
e ainda ouvi o gestor dizer “Se você falar que topa já está
contratado, nem abro processo seletivo para a vaga”. Isto não
teve preço pra mim =)
Além disso, até hoje essa mulher que foi para uma startup,
me pede recomendações de gente boa quando tem vagas
abertas. É uma sensação muito boa saber que essas pessoas
te consideram bom para uma vaga e até querem saber se
você conhece outras pessoas boas para indicar.

Esse depoimento acima descreve quase tudo de importante que


falamos nesse capítulo e de modo geral no livro.
Foi necessário uma série de coisas para culminar nessas duas
propostas:
1. O jovem estava preparado e conhecia a instituição onde
queria trabalhar;
2. Teve a iniciativa de ir em um evento onde teria gente desta
instituição e puxou papo mostrando o quanto admirava o
trabalho deles e que sabia do que estava falando;
3. Com esse laço fraco formado com um membro da instituição,
ficou sabendo de uma vaga e se candidatou;
4. Apesar de não dar certo, ficou sabendo de outra oportunidade
como voluntário e mostrou que de fato queria trabalhar lá e
não era só pelo dinheiro;
5. Mostrou serviço no pouco tempo que ficou lá;
6. Finalmente recebeu 2 propostas de estágio.
Conseguir indicações e receber convites para trabalhar em
empresas não é algo fácil, pelo contrário, geralmente é mais
trabalhoso do que processos seletivos normais, pois exige toda uma
construção de rede de contatos e de background de conhecimento
até que isto culmine em uma indicação. No entanto, é sem dúvida
uma abordagem não-convencional que vale a pena, principalmente
se você se enquadrar no exemplo de pessoa que seria cortada
automaticamente devido aos questionários online (não está no curso
X ou faculdade Y).

O quem indica é suficiente?


Lembre-se que você não será contratado apenas pela indicação,
nenhum gestor vai te contratar apenas porque foi indicado. A
indicação serve para “cortar etapas” e te levar até a entrevista.
Chegando na entrevista é contigo mostrar que é a pessoa certa para
o cargo.
Atividades
Atividade 1: Expandir seu network e conhecer gente nova é uma das
melhores coisas que você pode fazer, afinal além de expandir sua
visão de mundo conhecendo gente diferente você ainda aumenta
suas chances de saber de novas vagas e receber uma indicação.
Portanto, a atividade deste capítulo será destinada a aumentar seu
network. Isso não é algo que acontece do dia para a noite e sim
resultado de uma busca constante. Aqui daremos algumas ideias de
como você pode conhecer mais gente, principalmente ligada ao
mundo profissional, e você deve escolher no mínimo uma atividade
para dar início antes de passar para o próximo capítulo.
Participar de um curso presencial de seu interesse;
Participar de alguma palestra na sua área de interesse que
esteja ocorrendo nos próximos dias;
Se cadastrar em algum evento ou congresso da sua área, ou
até mesmo de outra área que te interesse e você queria
conhecer mais;
Começar a estreitar laços com aqueles seus conhecidos mais
“engajados” que fazem várias atividades extracurriculares, ou
que conhecem bastante gente ou que já estagiam em alguma
empresa.
A última atividade é essencialmente importante por um motivo. A
teoria do Uno e da Ferrari. É simples, você já viu um Fiat Uno, ou
qualquer outro carro popular estacionado no meio de duas Ferraris?
Não? Nem eu. Isto é uma metáfora para dizer que costumamos ficar
perto de pessoas que parecem com a gente. Se nenhum dos seus
amigos querem estágio, a tendência é você acabar não se
preocupando em conseguir um, ou até caso você queira um, você
vai acabar não correndo atrás pois seus amigos sempre vão te
chamar para festas, para sair e para fazer qualquer coisa que não
seja procurar uma vaga de estágio.
Por outro lado, se seus melhores amigos estão comprometidos no
mesmo processo que você de busca por estágio, um vai começar a
motivar o outro. Vocês começam a treinar juntos, o primeiro vai
conseguir um estágio e vai começar a passar dicas de dentro do
mundo profissional para os outros.
Existe uma teoria (esta é séria) que diz que somos a média das
cinco pessoas que mais convivemos. Com isso em mente pense o
que você quer para você e se as cinco pessoas que você mais
convive estão te colocando mais perto ou mais longe do seu
objetivo.
Não estamos dizendo aqui para você ser falso, para se aproximar
de alguém ou abandonar seus amigos. Estamos dizendo que
pessoas com mentalidades parecidas se atraem e costumam
conquistar coisas parecidas, então se você quer “mudar de vida” a
primeira coisa é começar a buscar amizades que sejam congruentes
com este novo estilo de vida.
Um dos livros mais antigos do mundo já nos dizia: “Diga-me com
quem andas que te direi quem és”.

Atividade 2: Se você ainda não tem um LinkedIn, PARE TUDO que


está fazendo e CRIE UM AGORA! - https://www.linkedin.com/
O Linkedin é uma ótima ferramenta para pessoas do mundo
profissional te encontrarem e pode te ajudar bastante com
indicações e como correr atrás de pessoas e de empresas que te
interessam.
Mas será útil principalmente agora que você vai começar a
frequentar eventos e vai conhecer gente do mundo profissional. Não
adianta só conhecer e não manter contato. Aqui vai uma dica
preciosa para conseguir manter contato:
Sempre que conhecer alguém em um evento e pegar um cartão de
visitas (ou decorar o nome), assim que chegar em casa adicione
esta pessoa no linkedin e mande uma mensagem do tipo “Olá
fulano, foi muito bom conhecê-lo no evento tal e conversar sobre
XYZ, estou te adicionando para mantermos contato”.
Pronto, agora caso você precisa entrar em contato novamente com
esta pessoa meses mais tarde, você aumenta consideravelmente
suas chances dela te responder, uma vez que assim que você
mandar uma mensagem ela vai ver a mensagem antiga e
provavelmente lembrar de você.
Uma observação, a menos que a pessoa peça ou que vocês tenham
conseguido construir uma certa intimidade ao longo do evento, evite
adicionar no facebook. Esse é uma rede que muitas pessoas usam
mais para amigos próximos e podem ficar relutantes em te aceitar.
Prefira sempre o Linkedin nesses contatos mais profissionais.
O despertador começa a tocar. Lucas abre os olhos e vê o seu
celular. 5:30 A.M. Ele já está acostumado acordar todo dia nesse
horário. A única diferença é que ele ainda sente o gosto da tequila
que tomou na noite anterior, às 01:30 da manhã, quando Rebeca
disse que todos deveriam tomar um shot para comemorar que elas
foram chamadas para a dinâmica.
Ele levanta da cama, toma água, toma um banho, toma água de
novo, toma café e sai para o trabalho.
No fretado a caminho do trabalho ele começa a lembrar da noite
anterior. Ele ri sozinho e pensa, valeu muito a pena dormir apenas 3
horas essa noite.
Fazia tempo que ele não tinha uma sensação daquela.
Na mesma hora, pega o celular e manda no grupo:

Lucas: É meninas..... não tá fácil não. Aproveitem a vida boa que


vocês ainda têm.

Seis horas depois...

Sofia: Nossa Lucas, acordei destruída aqui. Eu tinha aula hoje de


manhã. Não podia ter faltado.
Rebeca: ARRIBAAAAAAAAAAAAA
Sofia: Hahahaha lá vem a mexicana...
Lucas: Rebeca.... Graças a você tô acabado aqui no trabalho.
Rebeca: Hahahahah para de reclamar :P Você tá muito novo para
isso
Sofia: A Rebeca ontem tava animada... Se a gente for comemorar
todo vez que nos chamarem para entrevistas ou dinâmicas desse
jeito, acho que a gente não consegue começar o estágio.
Rebeca: Nossa, quanta gente velha num grupo só :P Ontem foi só
uma confraternização de amigos.
Rebeca: Comemoração boa vai ser quando conseguirmos o estágio.
Daí sim! E essa pode deixar que vai ser na conta minha e da Sofia.
Sofia: Nem vem querendo tirar um pouco do meu salário antes
mesmo de eu receber.
Lucas: Hahahaha tá anotado aqui... Eu cobrarei.
Sofia: Pior foi o Lucas dizendo que só tomaria a tequila, se
respondêssemos na hora quais eram nossos pontos fortes e nossos
pontos fracos.
Rebeca: Nossa, é mesmo.... Nerd é nerd sempre né? E eu, pra
fazer ele tomar, ainda respondi.
Lucas: É.. você até que mandou bem na resposta. Mas deveria falar
mais sobre como você está melhorando as suas fraquezas...
Rebeca: Nossa, o ponto forte do Lucas é ser chato :P A gente na
mesa do bar e ele me avaliando.
Lucas: Mas é verdade... Dá pra melhorar a resposta ainda :P
Sofia: Hahahaha só vocês mesmo.

Mal sabia Lucas, que aquela noite mudaria muita coisa na sua vida.
Capítulo 8: Exige-se Experiência
Você provavelmente já trombou com alguma vaga de estágio onde
estava escrito “exige-se experiência” e ao ler isto pensou:
- Isso é uma vaga de estágio? Estou me candidatando justamente
por que quero ter experiências profissionais, é a porta de entrada do
mercado de trabalho. É óbvio que eu ainda não trabalhei para ter
experiência!
Concordamos contigo. O Estágio é a porta de entrada do mercado
de trabalho, porém existem outras formas de se ter “experiência”
antes de começar a estagiar e este capítulo é dedicado a te mostrar
como você pode ir acumulando experiências durante a universidade.
Porém, antes de começarmos gostaríamos de comentar duas
coisas:
No caso de vagas mais concorridas, ter um estágio anterior
pode sim ser um grande diferencial, porém de modo nenhum é
imprescindível.
Aqui estamos falando da maioria das empresas sérias e que
entendem que estágio é a porta de entrada do mercado de
trabalho. No entanto, sabemos que existem empresas que são
mais aproveitadoras e querem realmente alguém que já
trabalhou antes. Isso acontece geralmente quando a empresa
quer cortar gastos e substituir um analista por um estagiário.
Este tipo de empresa geralmente não é “séria”. Se a empresa
está realmente pedindo que você tenha um emprego anterior,
pesquise bastante para ter certeza de que é um bom ambiente
de trabalho e se existem possibilidades de crescimento.
Agora iremos detalhar os diversos meios de conquistar experiência
antes mesmo de entrar no mercado de trabalho.

Entidades Estudantis
A maioria das universidades hoje já conta com algum tipo de
entidade estudantil como Empresa júnior, Atlética, DCE/CA/DA,
Ligas Universitárias, entre outros. Todas estas entidades são uma
ótima fonte de obter experiência antes de ingressar no mercado de
trabalho em si.
Geralmente pessoas que participam desses grupos já tiveram uma
experiência prévia com hierarquia, relacionamento em grupo,
tomada de decisões, gestão de equipes, além de mostrar como
foram proativas em buscar um grupo destes para se desenvolver.
Abaixo citamos as principais organizações estudantis do Brasil e
como cada uma delas busca desenvolver o jovem universitário.
Empresas Juniores desenvolvem os alunos através de serviços
e projetos prestados ao mercado;
O Enactus desenvolve levando o empreendedorismo e
empoderamento para comunidades carentes;
O Movimento CHOICE desenvolve as pessoas através do
contato com o tema de negócios sociais e de palestras;
As Ligas Universitárias, permite um contato prévio com
determinada área do mercado de trabalho;
A AIESEC desenvolve líderes globais com foco no intercâmbio;
Os CAs, DAs e DCEs desenvolvem os estudantes por meio de
eventos, enquanto lutam por uma vida acadêmica melhor;
O LabX, da Fundação Estudar, permite que os jovens se
desenvolvam organizando e ministrando um programa de
liderança para outros jovens;
As Atléticas desenvolvem as pessoas através dos esportes (e
às vezes festas);
IEEE é um grupo com foco em tecnologia e engenharia.
Busque saber quais desses ou outros grupos estão presentes na
sua universidade e escolha pelo menos um para participar e se
dedicar. É sem dúvida uma excelente maneira de conhecer gente
nova, fazer amigos, fortalecer o network, aprender, adquirir
experiência e quem sabe até conseguir uma futura indicação, afinal
uma boa parte de pessoas que participam desses grupos, amanhã
estarão estagiando em ótimas empresas. Lembra da regra que você
é a média das 5 pessoas com quem mais convive? Olha aqui uma
oportunidade de começar a montar esse círculo de amigos.
Contudo, de nada adianta participar dessas organizações apenas
para colocar no currículo. Os entrevistadores são espertos e já
cruzaram com muitos jovens que participam desses grupos apenas
para colocar no CV e impressionar. Lembre-se, o entrevistador quer
ver EXPERIÊNCIA e não que você foi um sanguessuga desses
grupos. Sua mentalidade tem que estar em dar, em se dedicar ao
máximo, em querer fazer o grupo se desenvolver. Na hora da
entrevista não adianta falar “Eu participei da empresa júnior da
minha faculdade”. O entrevistador vai querer saber detalhes, o que
você fez lá, o que aprendeu, como isso pode ser útil na empresa
dele.

Iniciação Científica, Programas de Extensão e Monitorias


Enquanto as organizações estudantis citadas acima geralmente são
organizadas por estudantes, estes programas são da própria
universidade. Todas as universidades públicas e uma boa parte das
particulares oferecem essas atividades e podem ser uma ótima
fonte de experiência, além de ter a oportunidade de ganhar uma
bolsa auxílio e fazer uma graninha entrar.
A iniciação científica nada mais é do que encontrar um orientador e
conduzir uma pesquisa juntamente com ele. Ter esse know-how
científico pode ser de grande valia no mercado de trabalho. Com
dedicação e um bom projeto de pesquisa você pode desenvolver um
forte pensamento analítico, capacidade de pesquisa, refinamento de
habilidades de leitura e escrita, conhecimento de método científico,
entre outras coisas.
Programas de extensão são mais comuns em universidades
públicas, eles nada mais são do que diversos programas que visam
integrar a universidade na comunidade e levar o conhecimento de
dentro da universidade para fora dos seus muros. Esses programas
são de uma variedade imensa. Busque saber quais estão rodando
na sua universidade e como pode participar.
Monitorias por sua vez são comuns em universidades públicas e
particulares e podem te ajudar a melhorar suas habilidades de
comunicação, didática, objetividade na apresentação de conteúdo,
facilidade para falar em público, entre outras coisas.

Não tem nada disso na minha universidade =(


Que maravilha! Vai lá e comece uma entidade estudantil! Vai ser
uma experiência desafiadora, mas extremamente rica e que com
certeza irá te trazer muita experiência, além de te colocar em um
cargo de liderança logo no começo.
Se você quer saber como fundar alguma organização estudantil,
apenas coloque o nome delas no Google que você encontrará o site
oficial de cada uma com maiores explicações.

Outros Projetos e Trabalhos Voluntários


Além de todas as atividades citadas acima que você pode encontrar
na sua universidade, existem mais uma infinidade de projetos que
você pode participar por conta, fora da universidade. Geralmente
esses projetos são trabalhos voluntários.
Existem diversos trabalhos voluntários que vão desde projetos
assistencialistas com foco em arrecadação e distribuição de
alimentos e roupas até participação em ONGs que trabalham pelas
mais diversas causas como meio ambiente, educação, eliminação
da pobreza, construção de casas para famílias carentes, etc. O
importante é achar algo que você se identifique e tenha real vontade
de participar.
Um bom site para encontrar instituições que precisam de voluntários
é o: www.voluntarios.com.br/

Cursos
É lógico que quando falamos de experiência, na hora pensamos em
coisas mais práticas e mão na massa como as citadas acima, porém
ter alguns cursos no seu currículo pode fazê-lo se destacar muito
mais. A ideia não é te indicar cursos específicos, pois cada carreira
exige diferentes habilidades, porém vamos te ajudar a achar esses
cursos.
Uma boa pedida para descobrir bons cursos é dar aquela stalkeada
no Linkedin de pessoas que trabalham na área que você deseja e
ver se eles colocaram algum curso que fizeram lá. Outro caminho
útil para descobrir bons cursos é conversar com professores sobre o
que eles acham que o curso não cobre e que você poderia se
aprofundar. Outra ideia é conversar com amigos que trabalham em
empresas que te interessam e ver se recomendam algo.
Além de adquirir mais conhecimento, cursos presenciais podem ser
uma excelente forma de construir network mais qualificado, pois
quem está fazendo cursos por fora geralmente são pessoas ou que
já trabalham ou que possuem ambições semelhantes às suas. Este
tipo de network costuma ser muito mais poderoso que apenas
amigos da universidade, pois pessoas que participam dos mesmos
cursos que você, demonstram interesses profissionais semelhantes
e se enquadram na Teoria dos Laços Fracos que discutimos no
capítulo sobre indicação.
Contudo, de modo algum devemos subestimar os cursos online, que
possuem diversas vantagens: Primeiro porque geralmente são mais
baratos que cursos presenciais, além de ter excelentes cursos que
são de graça; Segundo que são mais fáceis de fazer para quem tem
uma rotina corrida, já que você pode acessá-los a qualquer hora;
Terceiro que uma boa parte deles ficam disponíveis para sempre,
facilitando a revisão de conteúdo; Quarto que hoje em dia você
encontra cursos das melhores universidades do mundo como
Harvard e MIT de graça na web; Quinto, com dedicação você
consegue acabar um curso online em poucos dias e já colocá-lo no
currículo.
Abaixo estão alguns dos maiores, melhores e mais conhecidos sites
nos quais você encontra alguns cursos. Os que são gratuitos são:
Edx (www.edx.org/) – Você pode fazer aulas de grandes
universidades do mundo, como Harvard – Cursos quase todos
em inglês;
Coursera (https://pt.coursera.org/) - Você pode fazer aulas de
outras grandes universidades do mundo, como Stanford – Tem
cursos em português, mas a maioria é em inglês;
Veduca (www.veduca.com.br/) – Você pode fazer aulas de
grandes universidades, tem bastante cursos em português;
CodeAcademy (www.codecademy.com/pt) - Você pode
aprender sobre programação.
Algumas opções pagas que valem a pena:
Udemy (www.udemy.com/) - Nesse site você pode procurar
por diversos cursos, dos mais diversos temas. A grande
vantagem é que geralmente os professores são pessoas da
prática e focam nisso, diferente dos cursos online de
universidades que acabam ficando mais no teórico.
Lynda (www.lynda.com/) - É uma plataforma de cursos, que o
LinkedIn comprou em 2015. Tem diversos cursos e você paga
uma assinatura mensal para ter acesso. Ter cursos na área de
negócios, liderança, gerenciamento de projetos, entre outras
coisas. Tem um período gratuito de 10 dias.
Udacity (https://br.udacity.com/) - A Udacity fornece cursos
mais ligados à área de TI. Mas ela tem um diferencial bastante
“satisfatório”. Os cursos são criados em parceria com
empresas como o Google, Facebook, Twitter, entre outros.
Então você aprende, com quem já fez muito.

Seu curso te deu experiência?


Por fim, se você tem uma entrevista amanhã e não vai dar tempo de
fazer nenhuma atividade extracurricular, trabalho voluntário ou
curso, alguma experiência seu curso de graduação te deu, afinal
você deve ter amadurecido e aprendido algo que vai além da parte
técnica nesses 4 ou 5 anos de graduação. Que experiência seu
curso te deu?
Engenheiros, além da parte técnica, são muito valorizados porque o
curso trabalha bastante a parte de raciocínio lógico e resolução de
problemas; Profissionais da área de saúde geralmente conseguem
desenvolver um lado mais humano e empático; Economistas
possuem a habilidade de entender o mundo ao seu redor e
responder questões complexas que misturam a matemática e o
humano; Administradores desenvolvem o business sense e a
capacidade de entender empresas.
Agora é um bom momento para parar e refletir o que você aprendeu
no seu curso que vai além da parte técnica. Pense em como entrou
na universidade e como está agora, em que áreas você mais se
desenvolveu?

Não basta ter experiência, tem que saber vender


De nada adianta ter experiências relevantes se não soubermos
apresentá-las de maneira convincente ao entrevistador. Não queira
tentar refletir na hora da entrevista sobre o que você aprendeu em
cada atividade que participou. É importante refletir sobre cada uma
das atividades e aprendizados com antecedência, além de treinar
como vai explicar, como funcionou e o que você fez em cada projeto
que participou.
Atividades
Atividade 1: Reflita sobre tudo o que você fez até o momento, seja
cursos, atividades extracurriculares na universidade, esportes, etc.
(se você fez o exercício de listar suas atividades no capítulo de
currículo, essa parte já está feita).
Agora reflita sobre isso e pense como cada uma destas atividades
realizadas podem demonstrar uma experiência profissional que o
mercado de trabalho admira. Após refletir, treine como você pode
falar isso para um entrevistador. Por mais que já tenha treinado,
cada palavra escolhida pode fazer a diferença, então após ler este
capítulo treine novamente.
Depois de treinar sozinho, tente simular uma entrevista onde você
fala sobre essas suas experiências com seu parceiro. Peça
feedbacks sobre como pode melhorar.
Para ver a importância de escolher bem as palavras e saber se
vender, assista ao vídeo no link abaixo da ganhadora de uma
competição de pitch realizada na Conferência ENE da Fundação
Estudar. Preste atenção especialmente em como ela vende as
habilidades adquiridas no curso de jornalismo.
Link: www.youtube.com/watch?v=3t2pKqDVg70&feature=youtu.be

Atividade 2: Entre nos sites de cursos online que citamos, escolha


um curso e o comece imediatamente, são diversas opções, alguma
com certeza irá te interessar.

Atividade 3: Caso você nunca tenha participado de nenhuma


atividade extracurricular, trabalho voluntário ou organização
estudantil, procure saber quais oportunidades existem dentro e fora
da sua universidade e escolha uma para fazer parte.
Sofia: E aí Rebeca acabou o capítulo?
Rebeca: Acabei ontem querida, aqui é agilidade!
Sofia: Hahahaha
Sofia: E aí que curso online você vai começar a fazer?
Rebeca: Vi um no Coursera chamado Introduction to Financial
Accounting, acho que vou fazer esse para desenvolver uma noção
de finanças. E vc?
Sofia: Ah, vc manja mais inglês que eu, vou fazer um em português.
Vi um no Veduca sobre gestão de projetos, mas tbm vi um de
introdução à robótica que pareceu bem bacana =)
Rebeca: Entendi, se forem bons me avise depois
Sofia: Ok!
Rebeca: Vamos marcar um dia para treinar uma com a outra sobre
como vender nossas experiências nas entrevistas? Preciso treinar
para a minha próxima semana que vem
Sofia: Claro, pode 6ª depois da aula?
Rebeca: Fechado!
Sofia: Ah, nem falei, fui chamada para uma entrevista com o gestor
já!
Rebeca: Nossa que bacana!
Sofia: Ainda bem que o Lucas indicou este livro pra gente, ajudou
muito
Rebeca: Nem me fala =)
Capítulo 9 – Ah, mais algumas coisinhas
Chegando neste ponto do livro e tendo realizado todas as atividades
podemos te garantir que você já está à frente de uma grande
maioria das pessoas que estão prestando processos para estágio.
Sua preparação irá ser visível para qualquer entrevistador. Você
está praticamente pronto(a) para conquistar a vaga desejada.
Neste capítulo iremos discutir alguns tópicos que não são o foco dos
processos seletivos, mas que podem te ajudar a se diferenciar ainda
mais dos outros candidatos.
Linguagem Corporal e Oratória
Algumas pessoas possuem dificuldade em falar em público, o que
pode ser bastante prejudicial durante dinâmicas de grupo por
exemplo, outras simplesmente não possuem uma boa oratória para
o momento da entrevista. Além disso temos algumas pessoas que
não conseguem usar a linguagem corporal a seu favor.
Se quiser turbinar suas chances nas dinâmicas e processos
seletivos, entender o básico sobre o assunto é uma ótima ideia.
Existem diversos livros sobre o assunto, um dos mais conhecidos
sobre linguagem corporal é o “Desvendando os Segredos da
Linguagem Corporal” dos autores Allan e Barbara Pease -
http://amzn.to/29Ueiys
Você também encontra bastante conteúdo gratuito na internet,
porém de modo mais disperso.
Abaixo apenas algumas dicas rápidas:
Mantenha a postura ereta e braços descruzados para passar
firmeza e confiança;
Apertos de mão devem ser firmes, mas sem quebrar a mão do
outro, principalmente se for mulher;
Quando os outros estiverem falando olhe com atenção e se
incline levemente para a frente, isso dá a sensação para o
outro de que você realmente se importa com o que ele está
dizendo;
Mantenha contato visual aproximadamente 80% do tempo;
Se for ficar em pé para explicar algo, não se apoie em nada,
fique com o peso igualmente distribuído nos dois pés e olhe
diretamente para as pessoas com quem você está falando
(nunca fique olhando para o chão). Você pode usar as mãos
para dar ênfase ao que fala, mas se não se sentir confortável
uma dica é segurar uma caneta nas mãos;
Tome cuidado com gestos repetitivos e vícios de linguagem.
Geralmente não percebemos nossos vícios, então pergunte
para um amigo se você tem algum gesto que repete muito e
se fala determinada palavra muitas vezes, como “tipo”, “né”,
“hamm”, “é”.
Fale com clareza e confiança! A melhor forma de falar com
clareza é saber o que está dizendo, por isso toda a
preparação descrita neste livro é fundamental. Falta de
sustentação pessoal é um dos principais motivos de
eliminação em entrevistas;
Lembre-se, durante a dinâmica de grupo você precisa falar
para que os entrevistadores possam te avaliar, caso contrário,
eles não vão conseguir construir um bom julgamento sobre
você e irão te eliminar do processo;
A grande maioria dos entrevistadores entende que dinâmicas
e entrevistas podem ser estressantes, por isso caso fique
muito nervoso e acabe travando, simplesmente fale algo como
“desculpe, estou um pouco nervoso”, respire fundo e siga em
frente com o que estava dizendo;
Use seu tom de voz para se mostrar entusiasmado;
Sorria! As pessoas tendem a “ir com a cara” de quem sorri.
Mas com moderação, não precisa ficar parecendo que o
entrevistador contou a melhor piada do mundo.
Crenças Limitantes
É relativamente normal você ouvir de pessoas reprovadas em
entrevistas comentários como: “Não me contrataram porque
preferiam gente da universidade X” ou “Certeza que preferiram outro
candidato, pois foi indicação”.
Quando alguém te falar algo assim recomendo perguntar: Como
você tem certeza disso?
A verdade é que a maioria das pessoas precisam justificar de
alguma forma porque não foram aprovadas e essa justificativa
geralmente procura “culpabilizar” alguém que não seja ela mesma.
Se pensarmos um pouco, perceberemos que essas desculpas são
esdrúxulas. Se a empresa queria contratar alguém da universidade
X por que chamou você que não estuda lá? Se eles já tinham
indicação, por que vão gastar tempo entrevistando 100 pessoas?
Já falamos que quando a empresa quer cortar por universidade ou
curso, isso acontece logo na primeira fase, nunca na entrevista.
Também já explicamos como funcionam as indicações e que essas
indicações só levam o indicado até e entrevista, essa mesma que
você está indo fazer, então agora é mostrar para eles que você é
melhor.
O problema de usar essas “desculpas” é que elas impedem as
pessoas de buscar melhorar seu currículo e se aperfeiçoar, afinal se
ela não passar, terá uma justificativa na ponta da língua. Saiba que
uma característica extremamente valorizada por empresas é a
capacidade da pessoa assumir responsabilidades e reconhecer
falhas e pontos fracos.
O pior é que outras pessoas acabam ouvindo tanto estas
justificativas que acabam criando crenças limitantes em relação a
elas e isso já mina a confiança do candidato antes mesmo de
chegar na entrevista. Acredite, se a empresa te chamou para uma
entrevista é porque algo no seu currículo a interessou, agora é
contigo seguir as dicas dos capítulos anteriores e mandar bem.
Tire essas crenças limitantes da cabeça.
Business Sense
Uma grande parte das vagas de estágio são em empresas e por
mais que sua área não seja diretamente ligada a negócios em si,
entender o mundo corporativo, como uma empresa funciona
internamente, como é afetada pelo mercado e economia e conhecer
o vocabulário utilizado nas empresas, são habilidades essenciais
tanto para se dar bem nesse ambiente quanto para avaliar se a
empresa que você está buscando está “indo bem” no mercado.
Chamamos isso de Business Sense.
O business sense é testado principalmente durante a entrevista e
durante dinâmicas do tipo case. Quanto mais administrativa for a
vaga que você busca, mais importante é o business sense para
você e mais profundo deve ser seu conhecimento sobre negócios e
empresas.
Não é possível desenvolver um business sense da noite para o dia
ou lendo apenas um livro. Um bom business sense leva algum
tempo para ser desenvolvido, aqui esperamos te dar orientações
gerais para começar a refinar o seu.
1. Revise o capítulo dois sobre como stalkear uma empresa. Ele é o
melhor guia para desenvolver um business sense apurado para
determinada empresa ou setor.

2. Entenda o básico
Caso você não tenha nenhum conhecimento sobre o mundo de
negócios, é interessante buscar fazer alguns cursos como
“Introdução a Economia”, “Introdução a Administração” e
“Empreendedorismo”. Alunos de universidades públicas geralmente
podem puxar matérias de outros cursos, portanto veja se sua
universidade oferece estes cursos e tente pegar algum deles no
próximo período da universidade. Se você estuda em uma
universidade que não te permite puxar outras disciplinas, tente
conversar diretamente com o professor para ver a matéria como
aluno ouvinte.
Por fim, caso mesmo assim não seja possível fazer estas matérias
não se preocupe, você pode encontra-las, ou matérias semelhantes,
de graça nas plataformas de cursos online que já citamos.
Se quiser pegar pesado no assunto ao mesmo tempo em que treina
o inglês, recomendamos este curso da Wharton, uma das melhores
escolas de negócios do mundo, que está disponível gratuitamente
no Coursera. Você só paga se quiser certificado.
http://goo.gl/HNEYqH
Se preferir cursos em português, você encontra alguns cursos
também gratuitos no Veduca como Fundamentos da Administração
e Gestão de Projetos - www.veduca.com.br/
Outra forma de aprender, além dos cursos, são livros.
Recomendamos alguns abaixo:
O Verdadeiro Poder – Vicente Falconi: http://amzn.to/29Mlevu
Empresas Feitas Para Vencer – Jim Collins: http://amzn.to/2a9Ifgk
A Startup Enxuta – Eric Ries: http://amzn.to/29TpGHL

3. Fique sempre atualizado


O ambiente macroeconômico está sempre mudando, então é
necessário estar sempre de olho no que acontece no mundo,
principalmente no seu setor e empresa. Além de ler jornais e sites
de notícias você pode optar por assinar alguma newsletter relevante
para a sua área, ou alguma newsletter de mercado financeiro para
te dar uma visão mais ampla.
Um bom site para se manter informado e que fala bastante de
negócios com uma linguagem simples é o Business Insider –
www.businessinsider.com (em inglês).
Outra dica é usar o google alerts, que é uma ferramenta do Google
que te manda um e-mail sempre que o google encontra uma nova
notícia relevante sobre o termo que você escolheu. Sugerimos
cadastrar no google alerts o nome das empresas que você está de
olho - www.google.com.br/alerts

4. Converse com pessoas interessadas na área de negócios


A melhor maneira de se manter atualizado e desenvolver um
pensamento crítico é conversar com pessoas que entendem e
gostam do assunto. Sempre que possível busque trocar ideia com
amigos da área de negócios ou tente encontrar um mentor.
Internet e Redes Sociais
É cada vez mais comum os entrevistadores buscarem o nome do
candidato no Google e nas redes sociais. A primeira pergunta que
fica então é: O que você anda fazendo e postando na internet? Isso
pode dizer muito sobre você e os recrutadores não terão receio de
considerar isso para te contratar ou não. Tome muito cuidado com o
que você escreve na internet, isso pode contar pontos negativos
para a conquista de uma vaga.
Recomendamos que, por precaução, faça uma busca no Google
com o seu nome e veja o que aparece, caso tenha algo que possa
te atrapalhar veja o que é possível fazer.
É importantíssimo dar “uma geral” nas suas redes sociais. Algumas
coisas que você pode fazer são: Coloque uma boa foto de perfil;
fotos “comprometedoras” como bebedeiras devem estar liberadas
para apenas amigos conseguirem visualizar; evite e apague antigas
postagens sobre assuntos muito polêmicos; caso você curta alguma
página do tipo “odeio trabalhar”, “tomo todas” ou semelhantes, dê
“unlike” imediatamente.
Embora a maioria das pessoas se limite a deixar que a internet “não
atrapalhe” a contratação, você pode usá-la a seu favor e ganhar
alguns pontos no processo seletivo. Um candidato que, por
exemplo, está se candidatando para uma vaga no setor de
educação e possui um blog sobre o assunto provavelmente já irá se
diferenciar. Uma dica aqui é que o Linkedin permite que você
publique textos que irão aparecer no seu perfil, já imaginou o
entrevistador indo ver seu perfil no Linkedin e, além de estar
completo, tem um texto onde você fala sobre comportamentos de
sucesso, ou leitura, ou autoconhecimento, ou sobre valores e
princípios, etc. Lógico que o conteúdo do texto depende de você,
mas pense em como um texto de determinado assunto pode dar um
toque final no seu perfil e te ajudar a se destacar.
Desenvolvimento Pessoal Sempre!
Nunca é demais buscar se aperfeiçoar e se desenvolver. Isso deve
ser uma busca constante na vida de quem quer uma carreira de
sucesso. Não se limite ao conhecimento técnico de sua área,
busque aprender sobre autoconhecimento, comportamentos e
mentalidade de pessoas de sucesso, comunicação, relacionamento,
etc. Além das diversas atividades que você pode fazer para se
desenvolver e que já citamos no capítulo 8, abaixo estão algumas
recomendações de livros focados no desenvolvimento pessoal.
Recomendamos abrir os links, ler as descrições e ver qual mais
combina com seu momento de vida atual e pegar pelo menos um
para ler.
Comunicação Não Violenta – Marshall B. Rosenberg -
http://amzn.to/29ZnGBl
A Lei do Triunfo – Napoleon Hill - http://amzn.to/2a7TvY1
Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes – Stephen
Covey - http://amzn.to/29KW8Rj
O Poder do Hábito – Charles Duhigg - http://amzn.to/29Zo3vx
Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas – Dale Carnegie -
http://amzn.to/29UjKBm
Os Segredos da Mente Milionária – T. Harv Eker -
http://amzn.to/29KWqrf
Desperte seu Gigante Interior – Anthony Robbins -
http://amzn.to/29TvXmG
OBS: Não se deixe enganar por alguns títulos que parecem
autoajuda barata, já ouvimos de várias pessoas de sucesso boas
recomendações sobre estes livros. Se tinha pré-conceitos até aqui,
pedimos que abaixe os escudos e se dê uma chance de ler algum
deles.
Atividades
Atividade 1: Assista a este vídeo do TED sobre linguagem corporal e
como usá-la ao seu favor:
www.ted.com/talks/amy_cuddy_your_body_language_shapes_who_
you_are
Dica: Você pode aplicar isso antes da entrevista
OBS: É possível ativar legendas em portugues clicando em
“subtlitles” no canto direito inferior da tela quando o vídeo começar.

Atividade 2: Imagine que sua entrevista é amanhã, que roupa você


usaria? Vá no seu guarda roupa e escolha o “look completo”,
vestimenta, calçados e acessórios.
Olhe no espelho e veja se a roupa caiu bem em você e como você
se sente com ela. Se necessário peça opinião de alguma amiga ou
amigo que entenda do assunto. Caso a roupa não esteja boa,
providencie uma adequada hoje mesmo, não queira deixar isso para
o dia anterior à entrevista e ficar se estressando com bobagem.

Atividade 3: Vá no Google Alerts e coloque o nome de todas as


empresas as quais você está se candidatando para ficar por dentro
do que acontece com elas.

Atividade 4: Escolha pelo menos um dos livros citados neste


capítulo, compre-o e comece a lê-lo.
Sofia desliga seu Kindle no qual lia O Livro Negro dos Estágios e
começa a pensar.
Nossa, como o livro fala várias coisas óbvias que deveríamos saber
ou pelo menos aprender na universidade... Melhor, saber às vezes
sabemos, mas não aplicamos. Eu nunca havia pensado em fazer
um curso online e agora já fiz 2 e me apaixonei, é muito bom poder
aprender o que gostamos.
E agora ele falou destes livros, de fato nem lembro qual foi o último
livro sobre desenvolvimento pessoal que li. Tenho que começar a
me preparar de modo mais intenso se quero ter uma carreira de
sucesso e uma vida financeira confortável.
É muito bom perceber minha evolução ao longo desse processo de
busca de estágio. Minha cabeça e minhas ideias estão mudando,
me sinto mais proativa e até meu círculo de amizades começou a
mudar e se expandir. O mais bacana é ver o resultado de tudo isso
se refletindo em aprovações nos processos seletivos...
E Sofia adormeceu com o Kindle ao seu lado enquanto pensava
sobre as transformações que estavam acontecendo com ela.
Capítulo 10 – E se mesmo assim nada
der certo?
Chegando aqui você está preparado para a grande maioria dos
processos seletivos convencionais, porém sabemos que algumas
coisas podem fugir do nosso controle, como por exemplo ser
cortado automaticamente por seu curso ou faculdade não estarem
entre os desejados pela empresa, você estar em um intercâmbio em
outro país onde os processos são diferentes, você querer um
estágio de férias ao invés de um tradicional ou simplesmente você
foi reprovado nos processos seletivos normais.
Neste capítulo iremos mostrar depoimentos reais de pessoas que
conseguiram vagas de estágio ou emprego de modos não
convencionais. Esperamos assim abrir sua mente e criatividade para
desbravar outros possíveis caminhos, além dos processos seletivos
tradicionais.
Buscando Oportunidades no Linkedin
Veja o depoimento do Luis Dos Anjos e como ele conseguiu uma
vaga de estágio depois de mandar mais de 50 mensagens no
Linkedin para profissionais de sua área.
Durante meu intercâmbio pelo Ciências Sem Fronteiras
(CsF), fui instruído a procurar por estágio em alguma
empresa ou fazer projeto de pesquisa na própria universidade
no fim do programa. Como queria estagiar no mercado de
trabalho, já havia procurado por alguns sites de recrutamento,
mas a maior parte das vagas de estágio eram para cidadãos
australianos. Então, decidi buscar no Linkedin todos os
profissionais que atuavam como Engenheiros de
Produção/Industriais e anotava a empresa em que eles
trabalhavam. Fiz uma lista de cerca de 50 empresas, sites, e-
mails e telefones de contato. Comecei enviando um e-mail
com meu currículo, uma breve apresentação pessoal, do
programa e do meu interesse em estagiar, mesmo que
voluntariamente, em um período de três meses. Recebi várias
respostas negativas dizendo que não tinham estrutura para
receber um estagiário no momento ou que as vagas já tinham
se encerrado. Porém duas delas me responderam buscando
saber mais sobre mim. A primeira era uma multinacional
sueca de sistemas de abertura, fechamento e controle de
portas automáticas. A gerente de RH me mandou um
cadastro, onde eu falava mais sobre mim e as áreas que tinha
interesse em estagiar. A empresa tinha um escritório na
minha cidade, mas a área industrial era toda na China. A
segunda era uma empresa australiana de dispositivos micro-
ondas para comunicação via satélite. O gerente de operações
recebeu meu currículo e me chamou para uma conversa na
mesma semana, da qual já saí contratado!
O que é mais interessante notar no depoimento do Luís é que esta
estratégia pode ser usada por praticamente qualquer pessoa. O
Linkedin permite que você faça pesquisa usando vários tipos de
filtros, tanto para encontrar empresas quanto profissionais. Procure
os que te interessam e comece a mandar mensagens.
Por se tratar de uma abordagem pouco convencional, muitas
pessoas não te darão respostas e outras vão dizer que o único
caminho é o processo seletivo normal, porém não desista.
Essa abordagem é útil principalmente em casos onde você já
recebeu uma negativa da empresa por cortes automáticos, ou busca
oportunidades diferentes das convencionais como estágios de férias
ou estágios no exterior.
Oportunidades Através de Eventos
Depoimento do João Vitor Mascarenhas sobre como usou o contato
em um evento para conseguir um estágio em um laboratório de
pesquisa.
Estava nos EUA pelo CsF e desde o ano passado estava
nessa luta de procurar um estágio. Em fevereiro comecei a
mandar vários e-mails e me inscrever em processos seletivos.
Meu foco sempre foi pesquisa. Em março, surgiu a
oportunidade de ir em um encontro de pesquisadores e
universitários brasileiros na região de São Francisco e lá vi a
apresentação da minha atual orientadora. Ela trabalha com
computer vision e machine learning, fiquei encantado com a
área. No evento não consegui falar muito com ela e muito
menos sobre uma possível vaga, já que ela estava bem
disputada para conversar. Passei umas semanas estudando
mais sobre o trabalho e a área de atuação dela e como meu
background e outras pesquisas que já tinha feito poderiam
contribuir para o trabalho dela. Então escrevi um e-mail
falando dos insights que tive durante a apresentação dela e
sobre alguns pontos que eu achava que poderia ajudar.
Ela me respondeu no outro dia e depois conversamos por
telefone para ela entender melhor a minha experiência e de
possíveis projetos que poderiam me interessar. Depois de
mais algumas conversas e e-mails deu tudo certo e consegui
uma vaga no Laboratório dela.
Esse depoimento reforça a importância de participar de eventos nas
nossas áreas de interesse. O João Vitor não só descobriu uma área
que o encantou como também um contato feito durante o evento se
desdobrou em um estágio.
Algo muito importante de notar aqui é que ele não escreveu um e-
mail do tipo “Oi, sou fulano, me dá um estágio? ”. Ele passou
semanas estudando sobre o trabalho da mulher e como ele poderia
agregar para a pesquisa, ou seja, como ele poderia ser útil para o
laboratório de pesquisa dela. Só por isso ele já se destacou de
todas as pessoas que simplesmente foram “puxar o saco” dela
depois da palestra, fazendo com que ela possivelmente desse muito
mais atenção para o e-mail dele do que alguém que só pede um
estágio.
Conseguindo um Summer Job
mandando e-mails
O próximo depoimento é do José Ronaldo, de Campina Grande e
mostra como ele conseguiu um summer job mandando e-mails para
as empresas.
No final do ano de 2013 eu estava terminando o meu período
de mobilidade acadêmica na UFRJ e teria cerca de quatro
meses de folga pela frente, devido à desarmonia entre os
períodos ocasionados pela greve (a UFCG passou mais
tempo em greve).
Nesse contexto, me vi praticamente obrigado a procurar algo
interessante para minha carreira visando preencher esse
tempo ocioso até voltar às aulas na universidade.
A saída foi pesquisar sobre oportunidades de emprego
temporário Brasil afora, especialmente nas organizações em
que eu me identificava. Então primeiramente fiz uma lista com
cerca de 20 empresas que se encaixavam dentro do perfil
que eu julgava ser interessante pra mim, depois ordenei
priorizando as que eu mais tinha vontade de trabalhar e
comecei a entrar em contato por e-mail. Basicamente contei a
minha história de forma simples e objetiva e perguntei se eles
não estavam oferecendo esse tipo de oportunidade que eu
procurava. Cheguei às empresas através das opções de
contato oferecidas em seus sites.
Através dessa iniciativa, conheci algumas pessoas e no total
entrei em contato com cerca de dez empresas, sendo que
quatro não responderam, duas disseram que não ofereciam a
vaga, e as outras duas me convidaram para entrevista. Uma
delas originou um case que simulava o que eu deveria fazer
na prática em caso de aprovação. Acabei sendo contratado
depois do teste e alcancei o objetivo de realizar um summer
job antes de voltar para a minha universidade de origem.
Segue uma cópia do e-mail enviado na época:
Boa tarde,
Estou procurando por um summer job, e me identifiquei
bastante com a sua empresa.
Desse modo, gostaria de saber se vocês oferecem esse tipo
de oportunidade.
Desde já, agradeço pela atenção.
Atenciosamente,
José Ronaldo
Nesse depoimento é muito bacana reparar que não teve nada
complexo, o Ronaldo simplesmente entrou nos sites das empresas
que lhe interessavam, viu como poderia entrar em contato e
começou a mandar e-mails. A própria mensagem do e-mail foi algo
bem simples.
Contudo, é bom ressaltar que apesar da abordagem simples e do
bom resultado culminando em um summer job, deu para notar uma
preparação por parte do Ronaldo, preocupação com carreira e um
processo de reflexão para escolher as empresas. Não adianta
apenas sair disparando e-mail para todo mundo sem se preparar.
Oportunidade por participar de
atividades extracurriculares
Veja o depoimento da Karimi Gorri que conseguiu uma oportunidade
de estágio no campo de públicas enquanto entrevistava um diretor
de uma organização. Sim, ela estava entrevistando. Leia o relato
para entender melhor.
Eu comecei a participar do movimento estudantil relacionado
ao campo de públicas (eu era estudante de políticas públicas),
e nossa maior bandeira era a profissionalização da gestão
pública. Na época formamos um grupo pequeno para pensar e
formular uma política pública que pudesse ser aplicada no país,
principalmente em pequenos municípios, relativa a essa
profissionalização. Tínhamos uma agenda para cumprir
visitando algumas organizações, uma delas foi uma OSCIP
(organização da sociedade civil de interesse público) que
víamos como uma possível parceira para talvez produzir um
piloto da ideia.
Fomos eu e dois amigos que participavam do projeto.
Chegando lá fomos atendidos pelo diretor executivo da
organização e começamos a conversar sobre a ideia. Depois
de um tempo ele perguntou sobre nós três, os dois meninos
que me acompanharam já eram formados e trabalhavam,
porém ele comentou comigo que havia uma vaga de estágio
aberta e me perguntou se eu não estava interessada em
conhecer melhor a organização e voltar um outro dia para
conversamos. Aceitei a proposta e acabei indo na semana
seguinte, como a vaga já estava aberta, haviam outros
candidatos, porém após passar pelo processo que envolveu
entrevista com os diretores e uma redação, acabei sendo
chamada para a vaga.
Foi assim que consegui uma oportunidade de estágio através
da minha participação no movimento estudantil.
O depoimento da Karimi é legal porque nos mostra que participar de
atividades extracurriculares pode acabar nos colocando em locais
de destaque. Ela teve a oportunidade de entrevistar e conversar
com um diretor de uma organização que a interessava e como
resultado de uma conversa inteligente, acabou despertando a
atenção desse diretor que a chamou para participar do processo
seletivo para trabalhar lá.
Oportunidade por já estar no mercado
É relativamente comum depois de um tempo de serviço você
começar a entrar em contato com outras empresas, sejam
fornecedores, clientes ou parceiros. Caso você faça um excelente
serviço pode ser que alguma dessas outras instituições percebam o
seu potencial e queiram te contratar. No mercado de trabalho quanto
mais abrirmos portas, mais portas e oportunidades aparecem na
nossa frente. Veja o caso do José Junior.
Eu trabalhava na Federação de Indústrias do Pará. Teve um
dia que a minha chefe faltou ao trabalho, justo naquele dia um
empresário de um grande frigorífico estava buscando
informações sobre como exportar carne, acabei fazendo todo
o atendimento. Acabou que no fim o cara me ofereceu
emprego para assumir o departamento de exportação dele.

Para fechar este capítulo teremos mais três depoimentos. É


interessante você saber que estes próximos depoimentos são todos
da mesma pessoa, o Tiago[2]. Optamos propositalmente por colocar
três depoimentos da mesma pessoa para que você possa ver como
jeitos “alternativos” de conseguir estágio são muito mais comuns do
que você pensa quando temos as atitudes certas e buscamos
sempre fortalecer nosso network.
Oportunidade Através de Feiras de
Estágio
Estava tendo uma feira de carreiras na FEA USP e decidi
participar, pois queria mudar de estágio. Entre uma palestra e
outra vi um estande de uma empresa metalúrgica que sabia
ter uma fábrica perto de onde morava e decidi ir lá conversar.
Comecei a conversar com a mulher que estava no estande e
ela me disse que veio representando o RH da sede da
empresa, mas que na verdade era de outra planta, a mesma
que ficava perto de onde morava. Comecei a conversar
despretensiosamente e ela comentou que tinham uma vaga
aberta na planta onde ela trabalhava, mas que ainda não
estava aberta no sistema e nos canais tradicionais para o
pessoal se inscrever. Ela me passou seu e-mail e pediu para
encaminhar meu currículo. Dois dias depois acabaram me
chamando para uma entrevista e fui aprovado.
Não é o mais comum as empresas que participam de feiras de
estágio pedirem seu currículo direto, geralmente te direcionam para
o site do processo seletivo onde você pode se candidatar. Contudo,
é um canal que vale a pena ficar de olho.
Oportunidade Demonstrando
Proatividade
Eu era diretor da AIESEC do Insper (mas estudava em outra
universidade) e fui participar de um evento sobre impacto
social lá. Durante o evento conheci o diretor de uma
incubadora focada em inovação na área de sustentabilidade e
conversamos um pouco antes da palestra dele.
Depois que ele palestrou, ele disse que precisava participar
de uma reunião, mas que não ia dar tempo de chegar, então
teria que realizar via Skype, contudo ele não tinha internet no
celular e a internet do Insper não era liberada. Sabendo disso
eu fui falar com o pessoal do Insper, mesmo não estudando
lá, para conseguir dar um jeito de liberar a internet para ele.
Na hora ele apenas agradeceu. Porém, passado um tempo
ele conseguiu o meu contato através da lista de presença do
evento e me ligou, disse o quanto gostou da minha atitude, de
eu ter tomado a iniciativa e ter resolvido o problema dele de
maneira rápida, mesmo não sendo minha responsabilidade
fazer aquilo para ele e acabou me chamando para estagiar na
incubadora onde era diretor.
Ser bom de network com certeza ajuda, mas demonstrar atitude é
muito melhor do que ficar apenas papeando.
Oportunidade através de Laços Fracos
Eu havia acabado de sair de um estágio que foi bastante
estressante, mas em pouco tempo acabei conseguindo uma
vaga em um banco, porém a minha universidade não quis
assinar esse estágio alegando que não tinha nada a ver com
o meu curso (eu fazia engenharia).
Fiquei puto e por conta disso fui para o laboratório de
informática da universidade e comecei a me candidatar para
todas as empresas que vi na minha área, acabei inscrito para
umas 17 vagas.
Pouco depois encontrei um conhecido que havia feito
algumas matérias comigo e que sempre cumprimentava na
faculdade, contei o que aconteceu para ele e nisso ele
comentou que tinha um amigo trabalhando em uma
consultoria nova na minha área. Acabou que ele enviou o
meu currículo para esse amigo e dois dias depois o diretor da
consultoria me ligou me chamando para uma entrevista. Fiz a
entrevista e passei.
Contudo, nesse meio tempo, antes de começar a trabalhar lá
algumas outras empresas para as quais tinha me candidatado
começaram a me chamar. Como estas outras empresas eram
maiores, elas ofereciam mais benefícios e um salário mais
interessante.
Comentei isso com o diretor da consultoria e ele disse que ia
ver o que podia fazer, isso foi às 15h. Quando deu 17h ele me
ligou e disse “Consigo te dar uma vaga de efetivo e mais
participação nos lucros se você vier para cá, mas tem que me
dar uma resposta agora”. Acabei aceitando e fui trabalhar
com ele.
Esse depoimento é muito legal por dois motivos. O primeiro é que
mostra a importância dos laços fracos e como um “conhecido”
acaba indicando ele para uma vaga. Outra coisa interessante foi o
fato dessa pessoa acabar tendo várias propostas de emprego, o que
acabou resultando em um maior poder de barganha com a empresa
e permitiu que ele fosse contratado como efetivo e com participação
nos lucros.
Como escrever um bom e-mail quando
se está em busca de estágio
Dificilmente alguém te contratará porque você mandou um currículo
(pode até acontecer, mas provavelmente seu currículo irá para uma
pilha com tantos outros já recebidos). Pedir emprego para alguém
que você nunca viu, é quase como pedir alguém em casamento sem
nunca ter visto a pessoa antes.
Para aumentar suas chances você pode tentar uma abordagem
diferente, focada em construir um breve relacionamento com a
pessoa. Para fazer isso, aumentar suas chances de obter uma
resposta e ainda aprender, uma dica é pedir conselhos, afinal as
pessoas geralmente gostam de serem vistas como especialistas
capazes de ajudar alguém.
Então ao invés de simplesmente escrever: “Vocês estão precisando
de estagiários?”
Você pode tentar uma abordagem diferente, mandando um e-mail
curto (lembre-se que as pessoas querem ajudar, mas sem perder
muito tempo), com elogios honestos e um pedido de
aconselhamento. Em um caso fantasioso o e-mail ficaria mais ou
menos assim:
--------------------------
Olá sr. Yoda, (coloque o nome do seu destinatário)

(coloque o seu elogio específico para aquela pessoa/emprsa – é


importante conhecê-la bem!)
Quero dizer que seu projeto de treinamento de Jedis e luta contra o
império é sensacional. O valor que acrescentou para todas as
galáxias é fabuloso e acredito muito que isso fortalecerá a economia
do nosso planeta, através da maior transparência na sua
administração.

(mantenha o e-mail curto e assertivo)


Estou começando a trabalhar como jedi - possuo experiência dentro
de grandes centros de treinamento e agora quero me aventurar
pelas nossas galáxias. Gostaria de pedir algumas dicas para o
senhor, se puder me ajudar nisso, ficarei eternamente grato.

(perguntas interessantes que você não encontra respostas


óbvias na internet)
1. Como é que vocês fazem para escolher seus jedis?
2. O que vocês esperam que um jedi faça para participar de sua
equipe?
3. Que desafios vocês acham que o jedideve resolver quando
trabalha para vocês?

Desejo sucesso e agradeço desde já sua atenção.

Abraços,
Jovem Padawan (seu nome)
--------------------------

Lembre-se de ser sempre simpático e inteligente nas perguntas,


além de escrever um e-mail sincero e, consequentemente,
específico para cada pessoa.
Mandando este tipo de e-mail você, mesmo não conseguindo uma
entrevista de cara, pelo menos irá saber exatamente o que é
necessário para trabalhar na empresa em que deseja. Com a
resposta em mãos é começar a se preparar.
É importante chamar a sua atenção para o fato de que a pessoa
está te ajudando, portanto não a encha de perguntas e e-mails. Dois
ou três e-mails trocados devem ser o suficiente para você descobrir
o que quer e deixar seu interesse claro em uma vaga.
Atividades
Atividade 1: Se você deseja maximizar suas chances de conseguir
um estágio, sugerimos fortemente que você reflita sobre esses
depoimentos e também pense sobre outros possíveis métodos
“alternativos” de se conseguir um estágio e tente aplicá-los.
Contudo, vale a ressalva que pode não ser visto com bons olhos
tentar usar estes métodos se você já está concorrendo no processo
seletivo tradicional da empresa. Procure não queimar etapas.
Sofia pega o celular e manda uma mensagem privada para Lucas
Sofia: PASSEI NA EMPRESA QUE EU MAIS QUERIA!!!!
Lucas: Que legal, parabéns!!!
Sofia: Nossa, estou muito muito muito feliz!
Lucas: =)
Sofia: Mas não quis mandar no grupo por que essa é a empresa que
a Rebeca reprovou =/
Lucas: Ela não te contou mesmo, né?
Sofia: O que?
Lucas: Ela tinha reprovado na entrevista com o RH e depois disso
ficou bem chateada. A gente conversou bastante e eu disse para ela
direcionar toda essa frustração para mostrar que o RH estava
errado e que ela tinha potencial para ser estagiária sim! Acabou que
ela achou o gestor da área que ela queria no Linkedin, explicou a
situação e que tinha ficado nervosa na entrevista, mas que queria
muito a vaga. Ele respondeu e marcou uma entrevista direto com
ela para amanhã
Sofia: Nossa, que bacana! Mas pq ela não me contou?
Lucas: Ah, ela ficou meio chateada quando não passou, mas não
quis te desanimar, então disse que só ia comentar algo se passasse
na entrevista, para não criar falsas esperanças antes. Não vai falar
que te contei hein!
Sofia: Pode deixar! Mas não sabia que vocês estavam de
segredinho assim hahaha
Lucas: =P

Passados alguns dias.

Rebeca: PASSEI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Rebeca: PASSEEEEIIIIIII
Rebeca: CHUPA RH!!!!!
Lucas: Aeeeee! Parabéns! Deu certo a entrevista então?
Sofia: Parabéns amiga! Sabia que você ia conseguir! Agora vamos
trabalhar juntas então?
Rebeca: Ei, como você sabe de que empresa estou falando? O
Lucas te contou né!
Rebeca: Sabia que não podia ficar contando as coisas pra você!
Lucas: Sorry =/
Rebeca: Ah, vc vai ver só, deixa eu começar a contar seus segredos
pros outros
Sofia: Então estão cheio de segredinhos mesmo né hahahaha
Rebeca: Cala a boca Sofia kkkkkk
Sofia: Ta bom, mas conta aí como foi?
Rebeca: Eu tive uma entrevista com o gerente da área que eu
queria e que tinha encontrado no Linkedin, conversamos e ele disse
que adorou meu perfil e não entendia como havia sido reprovada e
disse que ia conversar com o pessoal do RH. Dois dias depois ele
me ligou e disse que o RH cometeu um erro e que eu havia sido
aprovada sim! Parece que na hora de mandar o e-mail de
aprovação enviaram para uma outra Rebeca! Acredita?!
Sofia: Mas e aí? Ele te chamou depois disso?
Rebeca: Como eu acabei perdendo a outra fase do processo
seletivo tive que fazer uma entrevista com o CFO da empresa, que é
o responsável por essa área.
Sofia: Nossa que foda!
Rebeca: Sim, aí conversei com ele e com o gerente que me
chamou. No outro dia me ligaram e disse que estava aprovada =)
Sofia: Nossa que bom! Vamos trabalhar juntas!!! Já imagino a gente
virando diretora!
Rebeca: Vamos mandar na porra toda kkkkkkkk
Lucas: E aí vão contratar minha empresa de consultoria
Sofia: hahaha, pode deixar!
Capítulo 11 – Resumindo
Estamos chegando ao fim da nossa jornada. Aproveitaremos este
último capítulo para fazer um resumo dos principais pontos e no final
dele revelarmos um pequeno segredo.
O resumo será feito no formato de tópicos para ser fácil de consultar

Capítulo 0: Gestão de tempo e prioridades


Gestão de Prioridades – Lista de Prioridades & Lista de Não
Prioridades
Técnica Pomodoro – Foca 25min e descansa 5min
Desativar notificações de celular e timeline do Facebook
Regra dos 2min – Fazer tudo que demora menos de 2min
assim que lembrar
Planeje só o básico
Engula um sapo por dia - Comece o dia pelas coisas mais
complicadas

Capítulo 1: Decidindo como começar


Sniper X Metralhadora – Aumentar as chances focando ou
dando mais tiros
Escolher qual o mais adequado: Estágio (menos tempo de
trabalho, mas menor remuneração); Trainee (crescimento
rápido e alta remuneração, mas muito mais concorrido);
Analista (pode ser mais valorizado que um estágio, mas
geralmente trabalha mais)
Empresas Grandes x Pequenas – vantagens e desvantagens
de cada uma
Autoconhecimento leva tempo, mas vale o investimento para
não nos tornarmos profissionais frustrados

Capítulo 2: Escolher as Empresas


Virar mestre em Stalkear a empresa
Frameworks sobre o que procurar e estudar (Macroeconomia
> Indústria > Empresa > Área/Função > Entrevistador
Ferramentas para te ajudar na busca (Linkedin, slideshare,
google groups, google scholar, Facebook, site da empresa,
site de relação com investidores, youtube, google)

Capítulo 3: Currículo
Seu currículo precisa ter diferenciais
Melhores currículos são aqueles adaptados para cada vaga
Experiências várias pessoas têm, a questão é saber vendê-las
Se você não tem experiência no mercado de trabalho como se
vender? Atividades extracurriculares, esportes, matérias
interessantes na universidade, cursos online
Estrutura do currículo – ressaltar o que é mais importante para
aquela vaga em específico
Os 12 erros mais comuns nos currículos

Capítulo 4: Onde se candidatar e testes online


Principais sites de vagas
Como lidar com os cortes automáticos e métodos alternativos
de seleção
Dicas para aprender Excel (a essa altura você já devia ter
terminado ou estar fazendo algun curso)
Teste de inglês – focar em gramática e vocabulário. Dá para
treinar com testes de escolas de inglês ou de outros processos
seletivos
Teste de Fit Cultural – Faça alguns online para se conhecer
melhor
Testes de lógica resolvidos e dicas de como mandar bem

Capítulo 5: Dinâmicas de Grupo


A dinâmica começa muito antes de explicarem a atividade. Os
entrevistadores estão avaliando tudo o que você faz
Foco nas soft skills
Dinâmicas sociais não possuem resposta certa, foco em como
você age
Dinâmicas estilo case também avaliam comportamento, mas
com situações da empresa. Antes de ir para a dinâmica
sempre estude a empresa!

Capítulo 6: Entrevistas
Stalkear a empresa no nível hard
Prepare a roupa no dia anterior. Se não souber como o
pessoal daquela empresa se veste prefira ir mais formal.
Lembre-se de cuidar da higiene, unha, cabelo, barba, etc.
Imprima três cópias do seu currículo
Treine seu pitch de apresentação
Treine para as perguntas mais comuns em entrevistas
PREPARAÇÃO

Capítulo 7: Quem indica


Quem indica é uma coisa boa para a empresa e para você,
use a seu favor
Indicação só leva até a entrevista. Lá é com você
Mostrar que é bom de trabalho é uma ótima maneira de
conseguir indicações futuras
Um bom network é essencial. Lembre-se do poder dos laços
fracos
Use o Linkedin para manter contato

Capítulo 8: O que fazer se você não tem experiência


Participar de entidades estudantis ou fundar uma
Participar de atividades extracurriculares como iniciação
científica e monitoria
Trabalho voluntário
Fazer cursos online (ou presenciais)
Saber vender seu curso de graduação

Capítulo 9: Mais algumas coisas


Descubra que tipo de roupa o pessoal daquela empresa usa e
vá com algo semelhante na entrevista
Se não souber como se vestir prefira sempre algo mais formal
(e sempre bem passado e arrumado)
Treinar linguagem corporal e oratória
Tire as crenças limitantes da sua cabeça, elas são só crenças
que não refletem a realidade
Desenvolva um bom business sense lendo sobre o mercado
ou fazendo cursos e lendo livros

Capítulo 10: Métodos alternativos para conseguir um estágio


Mande (muitas) mensagens no Linkedin
Vá a eventos. Sempre muito bem preparado
Se já estiver no mercado de trabalho sempre mostre um bom
serviço
Converse nos stands das empresas em feiras de estágio
Seja sempre proativo e tente ajudar os outros. Demonstre
atitude.
Cultive um bom network
Nosso Segredinho
Se você prestou atenção no livro deve ter notado que sempre
escrevemos na terceira pessoa do plural, ou seja, “nós”. Fazemos
isso por dois motivos: O primeiro é que esse livro foi um trabalho
feito por dois autores, mas muito além disso, foi um livro que contou
com suporte de colaboradores e com diversas pessoas de
empresas que cederam seu tempo para conversar com a gente e
nos dizer o que esperam em um candidato perfeito de estágio. Esse
livro apenas existe devido a todas essas pessoas que nos ajudaram
a escrevê-lo.
O segundo motivo é que esse livro nasceu colaborativo e pretende
continuar sendo. Agora que você acabou este livro, fez todas as
atividades descritas e se ainda não foi aprovado, tenho certeza que
será em um futuro próximo, queremos contar também com a sua
ajuda. Como você pode colaborar para a construção do melhor livro
de estágio já escrito? Participe ativamente da nossa comunidade no
Facebook e principalmente coloque lá todas as dicas que achar
interessante pela internet, as perguntas que os entrevistadores te
fizeram, que cases deram para você responder, como você
conseguiu uma indicação, como abordou pessoas no linkedin.
Enfim, tudo o que pode ser útil para outros candidatos.
Selecionaremos os melhores conteúdos para colocar em novas
edições do O Livro Negro dos Estágios.
Obrigado por ler até aqui e nos vemos na nossa comunidade.
Abraços!
Sofia acorda cedo, antes mesmo do despertador tocar. Levanta em
um pulo, cansada por ter dormido pouco, afinal a ansiedade não
permitiu que dormisse muito, mas mesmo assim com uma
disposição fora do normal. Estava mais feliz do que nunca. Era o
primeiro dia do Estágio. Se arrumou, colocou a calça e o terninho
que havia comprado especialmente para este dia. Tomou café, com
todo o cuidado para não derramar na roupa nova. Pegou a bolsa e
saiu para pegar o ônibus para o trabalho.
Chegando lá encontrou mais alguns dos estagiários recém
aprovados no programa e começou a conversar com outra garota
que havia feito a dinâmica junto com ela.
- Oi, tudo bom?
- Oi! Nossa que bom te ver aqui! Fizemos a dinâmica juntas, mas
em grupos diferentes. Não foi?
- Pois é, fizemos a dinâmica juntas! Que bom que você passou
também!
- Ah, foi um pouco de sorte, mas você eu já sabia que ia passar. Na
verdade, todo mundo do meu grupo achou que você ia passar. Você
desde o começo da dinâmica pareceu a mais proativa, sem falar
que estava impecavelmente bem vestida e sempre falava bem e
conseguia defender seus argumentos
Sofia faz cara de quem está sem graça e suas bochechas ficaram
levemente avermelhadas.
- Ah, tive um amigo meu que me ajudou muito e me indicou um livro
muito bom sobre processos seletivos.
- Entendi, mas o mérito é todo seu, afinal tenho certeza que se você
só lesse e não aplicasse o conteúdo deste livro ou os ensinamentos
do seu amigo, você não estaria aqui.
Nisso Rebeca entra na sala, logo avista Sofia conversando com
outra garota e vai em direção a elas.
- Olá Sofia, tudo bom? Oi, prazer, meu nome é Rebeca e o seu?
- Olá, sou a Rafaella. Muito Prazer!
Rafaella vira para Sofia e pergunta: Vocês são amigas e passaram
juntas no processo? Que bacana!
- Sim, ficamos muito felizes. A gente se preparou juntas.
- Nossa que bacana ter uma amiga assim para se preparar junto.
Senti muita falta disso.
Uma mulher mais velha entra na sala, pede a atenção de todos e
começa a falar:
- Bom dia a todos! Meu nome é Beatriz e sou a diretora de RH.
Gostaria de dar as boas-vindas a todos e todas! É um imenso prazer
tê-los com a gente. Espero que aprendam muito aqui e que
colaborem para que construamos uma empresa cada vez maior!
Todos vocês se destacaram no processo seletivo e com certeza são
muito bons, mas saibam que o desafio de verdade começa agora.
Sejam bem-vindos!
Epílogo
Sofia criou o grupo “O Livro Negro dos Estágios 2.0”
Sofia adicionou Lucas
Sofia adicionou Rebeca
Sofia: Buonanotte Lucas e Rebeca!
Sofia: Tudo certo para o nosso encontro daqui a pouco?
Lucas: Nossa, adorei o nome do grupo! Faz o que, 10 anos desde
que você criou esse grupo pela primeira vez?
Rebeca: kkkkk adorei a ideia do nome também!
Sofia: Na verdade já faz 12 anos
Lucas: Caramba! Quem imaginaria que chegaríamos até aqui não?
Uma deliciosa noite de verão em Milão e nós nos encontrando
novamente, mas dessa vez vocês são diretoras daquela mesma
empresa que entraram como estagiárias 12 anos atrás e eu virei
sócio da consultoria onde trabalho.
Lucas: Ah sim, está tudo certo, nos vemos daqui 1h naquele
barzinho que combinamos
Sofia: Ás vezes é até difícil acreditar em tudo o que aconteceu até
chegarmos aqui. Tenho muito o que agradecer a você por ter me
ajudado e indicado o Livro Negro dos Estágios. Graças a ele
consegui refletir bem sobre o que queria para o meu futuro
profissional, consegui ser aprovado em mais de um processo
seletivo e escolher vir trabalhar aqui. Hoje sou apaixonada pelo meu
trabalho!
Rebeca: Sim esse meu marido é demais!
Sofia: Eu sabia que vocês se gostavam desde sempre! Viviam
brigando, mas era muito amor, isso sim hahaha. Lembro
perfeitamente do clima entre vocês dois no dia que fomos tomar
tequila quando fomos aprovadas no processo seletivo...
Rebeca: Ah, ele é meio chato de vez em quando, mas dá para
tolerar kkkkk
Lucas: Te amo também amor
Sofia: hahaha
Sofia: Logo mais nos encontramos lá. Eu e a sua amada estamos só
fechando algumas coisas sobre o próximo processo seletivo de
estágios, pedi a ajuda dela.
Lucas: Essa Sofia não se contenta só em virar diretora, vira da área
de RH que é para revolucionar essa área de seleção. Seu potencial
é gigante, tenho certeza que vai voar muito ainda e transformar a
vida de muitos futuros estagiários!
Rebeca: Ela ficou vermelha aqui quando leu isso, até hoje não sabe
receber elogios.
Sofia: Foca aí no que você tem que fazer Lucas, eu e a Rebeca
vamos terminar os últimos detalhes do próximo processo seletivo.
Vemos você daqui a pouco!

~FIM~
Agradecimentos
Primeiramente agradecemos ao Gabriel Pereira, que nos deu um
grande empurrão no começo deste projeto e que foi o responsável
por escrever uma boa parte do capítulo 2 deste livro.
Agradecemos a todos que aceitaram colaboram com algum
depoímento para este livro, seja como candidato, seja como
recrutador. Obrigado ao André Ferrira, Gabriel Araujo, José Júnior,
José Ronaldo Filho, Karimir Gorri, Leonardo Gomes, Luis dos Anjos
e Luis Vitor Mascarenhas.
Agradecemos também aos diversos recrutadores que aceitaram
conversar com a gente e contar mais sobre seu trabalho de seleção,
mas que preferiram não terem seus nomes citados devido a
políticas de suas empresas.
Agradecemos a Marisa pelas constantes revisões e toques finais
dados ao livro.
Agradecemos também nossas famílias pelo apoio incondicional. Por
fim agradecemos nossas companheiras, Rafaella e Beatriz, por todo
o apoio dado antes e durante esta empreita.
Sobre os Autores

Gabriel Vinholi escreve no www.outrasfrequencias.com e é co-


autor do O Livro Negro dos Estágios. Trabalhou na Fundação
Estudar como responsável pelo LabX, maior programa de
desenvolvimento de jovens lideranças do Brasil. Estudou na Monash
University e na UFABC.

Peirol Gomes é co-autor do O Livro Negro dos Estágios e fundador


do MyCsF, uma plataforma colaborativa para auxiliar intercambistas,
também é o criador do curso ‘Como conquistar o estágio dos seus
sonhos’. Estudou na University of Alabama, na Stanford University e
na UFABC.

Estag.io
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ainda mais no universo dos estágios e do mercado de trabalho,
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Abraços!
Uma última coisa...
Se você gostou deste livro ou o achou útil para sua busca de
estágio, nós ficaríamos muito felizes se você pudesse deixar um
curto comentário na Amazon. Seu comentário pode realmente fazer
a diferença.
Lemos todos os comentários pessoalmente, então se tiver algo que
possamos melhorar, coloque lá também. Assim vamos melhorar nas
próximas versões.
Deixa um comentário lá. Tudo o que você precisa fazer é clicar no
link de comentários deste livro no site da Amazon, aqui:
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Obrigado!
[1]
Market Share é a fatia de mercado que cada empresa domina, por exemplo, a
Coca-Cola possui 42% do mercado de refrigerantes, enquanto a Pepsi possui
30% e outras empresas dividem os 28% restantes.
[2]
Nome trocado a pedido da pessoa.

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