Você está na página 1de 166

Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA VIVENCIANDO


NAS PRINCIPAIS PROVAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras.
o território nacional. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato
em seu dia a dia.
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever,
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.

MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos
conteúdos de cada área, de cada disciplina. DiAGRAMA DE iDEiAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão,
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros,
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
estudos e até a resolução dos exercícios.

HERLAN FELLiNi
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor-editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Felipe Lopes Santos
Leticia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira

Projeto gráfico e capa


Raphael de Souza Motta

Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-72-3

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para
fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou
empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2021
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
SUMÁRIO

FÍSICA
MECÂNICA
Aulas 35 e 36: Trabalho, potência e rendimento  6
Aulas 37 e 38: Energias cinética, potencial e mecânica  18
Aulas 39 e 40: Energia mecânica  28
Aulas 41 e 42: Impulso e quantidade de movimento  40
Aulas 43 e 44: Conservação da quantidade de movimento  46

ONDULATÓRIA
Aulas 35 e 36: Movimento harmônico simples  60
Aulas 37 e 38: Introdução à ondulatória 70
Aulas 39 e 40: Fenômenos ondulatórios 80
Aulas 41 e 42: Acústica 95
Aulas 43 e 44: Tubos e cordas  108

ELETROMAGNETISMO
Aulas 35 e 36: Leis de Kirchhoff 120
Aulas 37 e 38: Campo magnético: ímã 129
Aulas 39 e 40: Campo magnético gerado por uma corrente 136
Aulas 41 e 42: Força magnética em partículas 144
Aulas 43 e 44: Força magnética em fios  154
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova sempre explora o tema energia e suas O tema energia mecânica é recorrente
aplicações, com questões interdisciplinares na prova.
que envolvem diversos tipos de energia, como
potencial e cinética.

Os temas conservação da quantidade de movimento Dentre os temas abordados neste livro, O tema energia mecânica é recorrente na prova,
e energia mecânica são recorrentes na prova. os de maior incidência na prova são relacionado com outros temas da Física.
conservação da quantidade de movimento
e energia mecânica.

Dentre os temas abordados neste livro, pode A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
aparecer energia mecânica relacionada com porém os conteúdos impulso de uma força e temas. Eventualmente, podem aparecer porém conservação da quantidade de
movimento uniformemente acelerado (MRUV), conservação de energia podem aparecer. trabalho de uma força e conservação de movimento e energia aparecem com alguma
exigindo do candidato conhecimento das energia mecânica, com questões bem frequência.
equações. objetivas.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
Eventualmente, podem aparecer questões temas, porém há certa frequência de porém pode aparecer uma questão sobre
sobre problemas de mecânica que relacionam questões sobre energia mecânica, com conservação de energia.
energia, velocidade e posição dos corpos, questões que exigem análise dos movi-
exigindo um alto nível de manipulações em mentos por meio de gráficos.
equações horárias de movimento.

Eventualmente, podem aparecer questões A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de temas,
sobre quantidade de movimento e energia Eventualmente, podem aparecer trabalho de porém podem aparecer questões sobre
cinética de corpos. uma força e energia mecânica, com questões conservação de energia mecânica e trabalho
bem objetivas. de forças em um corpo.

4
MECÂNICA

5
AULAS 35 e 36 1. Trabalho de uma
força constante
O corpo ilustrado na figura a seguir se desloca​___em›
uma tra-
jetória retilínea.
​_›_ O deslocamento do corpo é ​
d ​.

  Considere
uma força F ​​   constante atuando no corpo, isto é, o módulo,
TRABALHO, POTÊNCIA a direção e o sentido da força são constantes, ainda que
essa força seja​___›aplicada sob um ângulo _​q em relação ao
›_
E RENDIMENTO deslocamento d ​ ​ .   O trabalho da força F ​
​    é representado
pela letra grega t (lê-se “tau”) e é definido por:

COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 6

HABILIDADES: 8, 17 e 23

t = F ∙ d ∙ cos q

No SI, a unidade de trabalho é o joule, cujo símbolo é J.


O fator cos q é adimensional, ou seja, não tem unidade. Assim:
(unidade de t) = (unidade de F) ⋅ (unidade de d)
J=N⋅m
Dessa forma, 1 J é igual ao produto de 1 N por 1 m.
O valor de cos θ varia de –1 a 1, dependendo do ângulo θ, de modo que é possível separar a equação do trabalho em duas situ-
ações, uma delas considerando o ângulo θ agudo, ou seja, 0 < q < 90º; nesse caso, cos q > 0, e, portanto, o trabalho será positivo.

<

Para um ângulo q obtuso, ou seja, 90º < q < 180º, tem-se cos q < 0, e o trabalho será negativo.
Para os valores de q = 0, q = 90º e q = 180º, as situações são ainda mais simplificadas. Observe a imagem a seguir:

Em geral, quando 0 ≤ q < 90º, o trabalho é positivo, e a força age sobre o corpo de modo a aumentar sua velo-
cidade, ou seja, a força “ajuda” o movimento. Nesses casos, afirma-se que se trata de um trabalho motor. Quando
90º < q ≤ 180º, o trabalho é negativo, e a força atua diminuindo a velocidade do corpo, isto é, a força “se opõe” ao movi-
mento. Nesses casos, afirma-se que se trata de um trabalho resistente.

6
Quando o trabalho é nulo, o que ocorre para q = 90º, a for- Resolução:
​____›
ça não contribui para o movimento do corpo. Nesse caso, a
O trabalho da força F e o trabalho da força de atrito F​ A ​   são:
força é perpendicular ao deslocamento.

1.1. O trabalho total


Quando mais de uma força atua sobre um corpo, cada uma
delas realiza trabalho. Por definição, o trabalho total ao
longo de um deslocamento é a soma dos trabalhos de
cada uma das forças:

ttotal = tF1 + tF2 + tF3 + tF4 + ...


_​›_
Considerando que a resultante dessas forças seja F ​ ​ R  , é pos-
sível demonstrar​_que o trabalho total é igual ao trabalho da
›_
força resultante F ​
​ R  : tF = F d ∙ cos q = (100)(5,0)(0,80) = 400
tF = 400 joules = 400 J

tFA = FA ∙ d ∙ cos 180º = (20)(5,0)(–1)


tFA = –100 joules = –100 J
_​___› _​__›
As forças F​N ​  e P ​
​    são perpendiculares ao deslocamento e,
portanto, seus trabalhos são nulos:
tP = tFN = 0
Assim, o trabalho total é:
ttotal = tF + tFA + tP + tFN = (400 J)
+ (–100 J) + 0 + 0 = 300 J
tFr = ttotal Calcule o trabalho total novamente, mas através do traba-
lho da força resultante FR.

Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra um bloco apoiado em uma su-
perfície
​__› horizontal, sendo puxado para a direita por uma
força ​F ​   de intensidade
​___› F = 100 N. Sob o bloco ​___› também
atuam o peso ​P ​  , a normal e a força de atrito ​FA  ​ . Supondo
P = 90 N, FA= 20 N, sen q = 0,60​___› e cos q = 0,80, e que o
deslocamento do bloco foi de d ​ ​    = 5 N, calcule o traba-
lho de cada força e o trabalho total.

7
O trabalho na força em questão, na trajetória curva, é obti-
do pela soma do trabalho em cada trecho.
O cálculo exato desse procedimento requer a aplicação do
Decompondo a força F nas componentes horizontal Fx e cálculo integral. Contudo, existem alguns casos particula-
vertical Fy, tem-se: res que serão analisados a seguir.
Fx = F ∙ cos q = (100N)(0,80) = 80 N
Fy = F ∙ sen q = (100N)(0,60) = 60 N 2.1. Força variável
Em primeiro lugar, considere o caso de deslocamento ​_›_ re-
A força resultante é dada pelas duas componentes horizontais: tilíneo de um bloco sob a_​›_ ação de uma força F ​​   constante
(figura a seguir). A força
​_›_ F ​
​   pode ser​_›_ decomposta nas com-
FR = Fx – FA = (80 N) – (20 N) = 60 N
ponentes tangencial (​F ​t  ) e normal (​F ​n  ) , e, assim, o trabalho
tFR = FR ∙ d ∙ cos 0º = (60 N)(5,0 m) = 300 J é dado por:
Então, conclui-se que:
ttotal = tFR

Ft = F ∙ cos q
multimídia: vídeo tF = F ∙ d ∙ cos q = (F ∙ cos q) ∙ d = Ft ∙ d
_​›_
Fonte: Youtube Dessa forma,
​_›_ o trabalho da força F ​
​   e o da sua componente
Trabalho de um força - Mãozinha em Física 011 ​ t   são iguais. O produto Ft ⋅ d é numericamente
tangencial F ​
igual à área da região colorida na figura a seguir.

2. Trabalho quando a força é


variável ou a trajetória é curva
No tópico anterior, o trabalho de uma força constante foi
definido para o movimento de um corpo em uma trajetória
retilínea. Caso a força não seja constante, ou a trajetória
não seja retilínea, ainda em ambos os casos, faz-se a se-
guinte aproximação: a trajetória é dividida em diversos se-
guimentos bem pequenos, de modo que cada trecho possa
ser aproximado por uma trajetória retilínea, em que a força tFt = Ft ∙ d
é aproximadamente constante. Assim, para cada trecho, _​›_
obtém-se o trabalho pela expressão: Para uma força F ​
​   variável, e qualquer formato de trajetória,
o trabalho pode ser obtido se o gráfico da componente
tangencial da força pela posição for conhecido. Nesse caso,
a área da região entre S1 e S2 e a curva da componente
tangencial são numericamente iguais ao trabalho da força
(como no caso anterior).

t = F ∙ d ∙ cos q

8
|tAB| = P ∙ h

O valor de h é o desnível entre os pontos A e B (di-


ferença de altura ao longo da direção vertical). Se a
partícula se mover para baixo, ou seja, se o ponto A
estiver mais alto que o ponto B, o trabalho será positi-
Por convenção, quando o gráfico vo, uma vez que o movimento da partícula ocorrerá no
_​›_ está acima do eixo hori-
zontal, o trabalho é positivo (​F ​t   tem o mesmo sentido do mesmo sentido da força-peso. Se a partícula subir, ou
movimento). Quando o gráfico_​›_ está abaixo do eixo hori- seja, se o ponto A estiver abaixo do ponto B, o movi-
zontal, o trabalho é negativo (​F ​t   tem sentido oposto ao do mento da partícula será contrário ao peso, e o trabalho
movimento). será negativo.

tAB = + Ph e tBA = – Ph

2.3. Forças conservativas


No caso anterior, o trabalho da força-peso entre dois pon-
tos A e B não depende da trajetória da partícula, apenas
das posições inicial e final que determinam o valor de h. As
forças que têm essa característica são denominadas for-
ças conservativas. Observe a seguir a razão disso.

2.3.1. Força centrípeta e força normal


No caso da força centrípeta (resultante ou não) que atua
sobre uma partícula em movimento circular, o trabalho
pode ser obtido pelo método exemplificado anteriormen-
te. A trajetória é dividida em pequenos trechos que po-
multimídia: vídeo dem ser considerados como aproximadamente retilíneos
(figura a seguir).
Fonte: Youtube
Trabalhar como área sob a curva | Trabalho e energia |...

2.2. Força-peso
Como exemplo, considere o movimento da partícula na
figura a seguir, de um ponto A para um ponto B, próximo
à superfície da Terra, ao longo de uma trajetória qualquer.
Devido ao movimento ser próximo ​___› à superfície, pode-se
considerar que o valor do peso P ​ ​   da partícula é constante.
Nesse caso, é​___›possível demonstrar que o módulo do traba-
lho do peso P ​
​   durante o deslocamento é dado por:

Como a força centrípeta é perpendicular ao deslocamento,


o trabalho é nulo em cada trecho. O trabalho de uma força
centrípeta é a soma do trabalho em cada trecho; portanto,
o trabalho é nulo.
A mesma situação ocorre para a força normal no movi-
mento retilíneo ou curvo de um corpo em uma superfície.

9
trabalho da força. Para o caso de uma força em uma mola,
tanto ao comprimi-la quanto ao esticá-la, o raciocínio é o
mesmo, mas, nesse caso, como o deslocamento da mola
pode ocorrer nos dois sentidos, as forças de distensão e
compressão na mola são variáveis. Contudo, o trabalho
também é obtido pela área do triângulo, como indicado
na figura.

​ 1 ​ kx2 e  tFel = – ​ __


tF = __ 1 ​ kx2
2 2

__
​›
No exemplo do elástico, o trabalho realizado pela força  ​ 
F​  
exercida pela pessoa corresponde à energia que fica arma-
Em cada trecho, a força normal é perpendicular ao movi-
zenada na mola sob a forma de energia potencial elástica,
mento; portanto, o trabalho é nulo.
como será visto adiante.

3. Trabalho da força elástica A força elástica sempre se opõe à deformação da mola,


tendendo a levá-la para a posição de equilíbrio (mola não
Nas academias de ginástica, é comum haver um apare- deformada). Desse modo, a força elástica realizará trabalho
lho para fortalecer os músculos feito de um elástico bem positivo ou negativo.
resistente. Para realizar o exercício, o elástico pode ser
puxado tanto pelas mãos quanto pelas pernas.

Quando
__

o elástico começa a ser esticado
____
​ ›
com uma força​
F, o elástico exerce uma força elástica F​ el ​ de resistência, ou
seja, essa força de resistência tenta impedir que o elástico
seja ainda mais distendido. Assim, à medida que a força
que puxa o elástico aumenta, maior é a força de resistência
causada pelo elástico. Dessa forma, é cada vez mais difícil
estender o elástico. Caso a força aplicada sobre o elástico
diminua, a força elástica fará com que o elástico retorne à
Em geral, pode-se dizer que o trabalho exercido por uma
configuração inicial sem deformação. No caso do elástico,
mola durante um deslocamento, em que inicialmente sua
a constante elástica k é a propriedade relacionada à “resis-
deformação é x1 e depois x2, é dado por:
tência” do elástico, isto é, ela determina a quantidade de
força necessária para esticá-lo. 1 ​ ∙ k ∙ (x 2 – x 2)
tFel = – ​ __
2 2 1

O gráfico da força aplicada pela deformação é dado pela


lei de Hooke (F = kx). Considerando o exemplo do alonga- Assim, se a deformação da mola aumentar (x2 > x1), o tra-
mento do elástico e adotando o sentido da esquerda para balho da força elástica será negativo (tFel < 0). E se a mola
a direita como positivo, tem-se o gráfico: tiver reduzida sua deformação (x2 < x1), o trabalho da força
elástica será positivo (tFel > 0).

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Física - Introdução ao trabalho e
O trabalho é obtido pela área do triângulo da figura, uma energia (Khan Academy)
vez que, numericamente, a área desse triângulo é igual ao

10
4. Potência média de uma força 5. Potência instantânea
A figura a seguir ilustra simplificadamente um motor que é A potência instantânea é uma potência para um instan-
usado para movimentar
​__›
um elevador. Quando o elevador é te de tempo específico. Geralmente, o cálculo da potência
erguido, a força F ​ ​  aplicada sobre o elevador realiza trabalho. instantânea é complexo. No entanto, a potência instantâ-
Dois motores diferentes podem ter desempenhos diferentes, nea pode ser calculada pela mesma fórmula da potência
isto é, a força aplicada por cada motor pode ser diferente e, média nos casos em que a potência é constante.
nesse caso, o trabalho realizado por cada um, em um certo
intervalo de tempo, será diferente. Nesse caso, considera-
-se que aquele que realizar a maior quantidade de traba- 6. Potência e velocidade _​›_
lho nesse intervalo de tempo terá maior potência. Assim, a Considere, como ilustrado na figura, uma força constante F ​​   
potência pode indicar com que rapidez um trabalho está ​___› um intervalo de tempo Dt
agindo sobre um bloco durante
sendo realizado. e causando o deslocamento d ​​   do bloco.
A potência média da força nesse intervalo de tempo é:

Pm = ___
t
​ F ⋅ d ⋅  ​
​  τ  ​  =_________
t
cos u 
=
  (  )
​  d  ​   ​∙ cos q
F ∙ ​___
t
Pm = F ∙ vm ∙ cos u
Em que vm é o módulo da velocidade média.
No caso de valores instantâneos, sendo P a potência ins-
tantânea e v a velocidade instantânea, tem-se:
P = F ∙ v ∙ cos q
Quando a força é paralela à velocidade, tem-se q = 0°,
e, nesse caso particular, como cos 0° = 1, a potência é
A potência média (Pm) de uma força, no intervalo de dada por:
tempo (Dt), é a razão entre o trabalho dessa força (t) e o
P=F∙v
intervalo de tempo:

Pm = ___
​  τ    ​
t 7. Propriedade gráfica
Considere o gráfico a seguir da potência em função do
Como exemplo, considere que, em 6 segundos, uma força tempo. Nesse caso, a potência é constante ao longo do
tenha realizado trabalho de 30 joules. A potência média tempo. A área da região colorida é numericamente igual ao
dessa força será: trabalho t realizado no intervalo de tempo Dt:
30 joules
Pm = ___
 ​ τ  ​ = _________
​    ​ 
= 5 joules/segundo = 5 J/s
t 6 segundos
Assim, essa força terá realizado, em média, um trabalho de
5 joules a cada segundo.
No Sistema Internacional, a unidade de potência é o watt,
cujo símbolo é W. Da equação anterior:
1 W = 1 J/s
No exemplo dado, a potência, em watts, é:
​  τ  ​  ⇒ t = P ∙ (Dt)
P = ___
Pm = 5 J/s = 5 watts = 5 W t

11
Essa propriedade também é válida quando a potência é va-
riável. Assim, para a potência variável do gráfico da figura,
9. Outras unidades de
a área da região colorida também é numericamente igual energia e de potência
ao trabalho realizado no intervalo de tempo Dt.
9.1. O quilowatt-hora
Na prática, a unidade joule é uma medida de energia muito
pequena em comparação com a energia consumida pelos
aparelhos comuns (como podemos perceber na resolução
do exercício anterior). Assim, uma outra unidade de ener-
gia, o quilowatt-hora, cujo símbolo é kWh, é utilizada.
A energia correspondente à potência de 1 kW durante 1
hora é, por definição, igual a 1 kWh. Então:
1 kWh = (1 kW)(1 h) = (103 W)(3.600s) = 3,6
8. Potência e energia ⋅ 106 W ⋅ s = 3,6 ⋅ 106 joules = 3,6 ∙ 106 J
Foi considerado anteriormente o cálculo da potência por
meio do trabalho de uma força. Entretanto, o conceito de 1 k Wh = 3,6 ∙ 106 J
potência aplica-se, em geral, a qualquer processo em que
exista fluxo de energia. Se uma quantidade de energia DE No exercício do ferro de passar roupas, a energia em kWh
for fornecida ou recebida por um sistema no intervalo de consumida pelo ferro de passar é:
tempo Dt, a potência média fornecida (ou recebida) por DE = P ⋅ (Dt) = (2.000 W) (3 horas)
esse sistema será: = (2 kW)(3 h) = 6 kWh
E  ​
Pm = ​​ ___
t ​ 9.2. O horsepower e o cavalo-vapor
A potência instantânea também é definida do mesmo modo Por razões históricas, duas unidades de potência que não
para um instante de tempo específico. Como anteriormente, pertencem ao SI ainda são utilizadas: o horsepower (po-
nos casos em que a potência é constante, a fórmula é válida. tência de um cavalo), cujo símbolo é HP, e o cavalo-va-
A propriedade gráfica vista para potência também pode ser por, cujo símbolo é cv. As relações entre essas unidades
utilizada nesse caso mais geral da potência. e o watt são:

Aplicação do conteúdo 1 HP ≅ 746 W 1 cv ≅ 735 W


  
1. Um ferro elétrico de passar roupas tem a especifica-
ção de potência igual a 2.000 W. Caso esse ferro seja
utilizado durante 3,0 horas, qual será a energia elétrica
consumida?
10. Rendimento
A figura a seguir ilustra uma máquina qualquer que recebe
Resolução: uma potência total (Pt). Para executar a tarefa especí-
A indicação 2.000 W significa que a potência consumida é fica para a qual a máquina foi planejada, apenas uma par-
2.000 W, ou seja, lembrando que: te dessa potência total é utilizada. Essa parte é a potência
útil (Pu). A outra parte da potência é perdida: trata-se da
1 W = 1J / 1 s denominada potência dissipada (Pd).
A cada segundo são consumidos 2.000 joules de energia
elétrica (que é transformada em calor). Então:
Dt = 3,0 horas = (3,0)(3.600 s) = 10.800 segundos
Assim:

 ​E ​ ⇒ DE = P ⋅ (Dt) = (2.000 W) (10.800 s)


P = ___
t
= 2,16 ∙ 107 W ∙ s
DE = 2,16 ⋅ 107 joules ≅ 20 milhões de joules Pt = Pu + Pd

12
O rendimento (h) é definido pela razão entre a potência a) τ1 < 0 e τ2 < 0. d) τ1 > 0 e τ2 = 0.
útil e a potência total: b) τ1 > 0 e τ2 < 0. e) τ1 = 0 e τ2 < 0.
c) τ1 = 0 e τ2 = 0.
P
h = __
​  u ​  Resolução:
Pt
Pela segunda Lei de Newton da dinâmica:
FR = m ∙ a
Aplicação do conteúdo
O trabalho de uma força para um deslocamento retilíneo é:
1. (Unicamp) Músculos artificiais feitos de nanotubos
de carbono embebidos em cera de parafina podem su- τ=F∙d
portar até duzentas vezes mais peso que um músculo
Para a força resultante:
natural do mesmo tamanho. Considere uma fibra de
músculo artificial de 1 mm de comprimento, suspensa τ=m∙a∙d
verticalmente por uma de suas extremidades e com
uma massa de 50 gramas pendurada, em repouso, em De acordo com a figura a seguir, a área amarela é compos-
sua outra extremidade. O trabalho realizado pela fibra ta de dois triângulos de mesma área, sendo uma negativa
sobre a massa, ao se contrair 10% erguendo a massa e outra positiva. Essas áreas correspondem ao desloca-
até uma nova posição de repouso, é: mento do objeto de massa m.
Se necessário, utilize g = 10 m/s2.
a) 5 ∙ 10-3 J.
b) 5 ∙ 10-4 J.
c) 5 ∙ 10-5 J.
d) 5 ∙ 10-6 J.
Resolução:
Dados: L = 1 mm = 10-3 m; m = 50g = 50 ∙ 10-3 kg; h =
10% L = 0,1(10-3) m = 10-4; g = 10 m/s2
O trabalho realizado pela força tensora exercida pela fibra Assim, o trabalho da força resultante entre t0 e t1 (W1) será
é igual ao ganho de energia potencial. nulo devido aos deslocamentos opostos:

tP = mgh = 50 ∙ 10-3 ∙ 10 ∙ 10-4 ⇒ τF = 5 ∙ 10-5 J. τ1 = m ∙ (- a) ∙ (d – d) = 0

Alternativa C Em que cada deslocamento refere-se à área de um triângulo,


com os valores iguais em módulo, mas de sinais diferentes.
2. (FMP) Um objeto de massa m, que pode ser tratado
como uma partícula, percorre uma trajetória retilínea, e Já em relação à área azul, tem-se um movimento com ve-
sua velocidade varia no tempo, de acordo com a função locidade constante, ou seja, a força resultante é nula e a
cujo gráfico está descrito na figura a seguir. aceleração também, resultando em trabalho nulo.
τ2 = m ∙ (a) ∙ (d) = 0 (a = 0)
Portanto, em todo o trecho, o trabalho realizado pela força
resultante é nulo.
Alternativa C
3. (IFBA) Uma campanha publicitária afirma que o veícu-
lo apresentado, de 1.450,0 kg, percorrendo uma distân-
cia horizontal, a partir do repouso, atinge a velocidade
de 108,0 km/h em apenas 4,0 s. Desprezando as forças
dissipativas e considerando g = 10 m/s2, podemos afir-
Considere os três instantes assinalados na figura: o ins- mar que a potência média, em watts, desenvolvida pelo
tante t0, no qual a velocidade do objeto vale v0, o instan- motor do veículo, nesse intervalo de tempo é, aproxi-
madamente, igual a:
te t1, no qual a velocidade vale -v0, e o instante t2, para o
qual a velocidade do objeto continua valendo -v0.
Os trabalhos realizados pela força resultante sobre o
objeto entre os instantes t0 e t1 (τ1), e entre os instantes
t1 e t2 (τ2), valem:

13
a) 1,47 ∙ 105. veis por perdas significativas de caráter social, econô-
b) 1,63 ∙ 105 . mico e ambiental, os desastres naturais são geralmente
c) 3,26 ∙ 105. associados a terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas,
furacões, tornados, temporais, estiagens severas, ondas
d) 5,87 ∙ 105.
de calor etc.
e) 6,52 ∙ 105.
(Disponível em: <www.inpe.br>. Acesso em: 20 maio 2015.)
Resolução: É possível relacionar o caos de um desastre natural com
o fenômeno de um terremoto. O sismógrafo vertical,
A potência média é dada pelo produto entre o módulo da
representado na imagem a seguir, é um dos modelos
força e a velocidade escalar média: utilizados para medir a intensidade dos tremores.
P = F ∙ vm = F ∙ ___ ​ ∆v ​ 
2
E pela segunda Lei de Newton:
F = m ∙ a = m ∙ ___ ​ ∆v ​ 
∆t
Assim,
(∆v)2
P = m ∙ ___ ​ ∆v ​ [ P = m ∙ ____
​ ∆v ​ ∙ ___ ​   ​  
∆t 2 2∆t
Então, substituindo os valores:
(30 m/s)2
P = 1450 kg ∙_______​   ​  
 P = 163 ∙ 125 W = 1,63 ∙ 105 W
[
2∙4s
Alternativa B
4. (Enem) Para irrigar sua plantação, um produtor rural
construiu um reservatório a 20 metros de altura a par-
tir da barragem de onde será bombeada a água. Para A massa que está na ponta da haste tem 100 g e o com-
alimentar o motor elétrico das bombas, ele instalou um primento da haste, da ponta até o pivô de articulação,
painel fotovoltaico. A potência do painel varia de acor- é de 20 cm. Durante um tremor, a haste se move para
do com a incidência solar, chegando a um valor de pico baixo e isso causa um deslocamento de ​ π__  ​rad entre a
de 80 W ao meio-dia. Porém, entre as 11 horas e 30 6
minutos e as 12 horas e 30 minutos, disponibiliza uma sua posição de equilíbrio e a nova posição.

(  )
potência média de 50 W. Considere a aceleração da gra-
Considerando que sen ​​  π
__  ​  ​ = ​ 1
__  ​, assinale a alternativa
vidade igual a 10 m/s2 e uma eficiência de transferência 6 2
energética de 100%. que apresenta, corretamente, a energia despendida no
Qual é o volume de água, em litros, bombeado para o processo.
reservatório no intervalo de tempo citado? a) 0,01 J.
a) 150. b) 0,10 J.
b) 250. c) 1,10 J.
c) 450. d) 10,001 J.
d) 900. e) 100,10 J.
e) 1.440.
Resolução:
Resolução:
A potência da bomba é usada na transferência de energia
potencial gravitacional para água.
Epot
Pm = ___
​   ​  ⇒ Epot = Pm∆t ⇒ mgh = Pm∆t ⇒
∆t
P ∆t ________
m =​  _____
m
= ​ 50 ∙ 3600
 ​    ​  
= ​ 1800
 ____  ​  ⇒ m = 900 kg ⇒
gh 10 ∙ 20 2
V = 900 L
Alternativa D Usando a trigonometria, é possível obter a altura h (ca-
teto oposto ao ângulo dado) com o cateto fornecido
5. (UEL) Leia o texto a seguir.
(cateto adjacente) através __ da tangente.
Um dos principais impactos das mudanças ambientais

globais é o aumento da frequência e da intensidade de ​ π ​  = _____
tg __ ​  h    ​  ​ 3 ​ ​   = h/20 cm [ h = 11,5 cm
 ​ ⇒ ___
fenômenos extremos, que quando atingem áreas ou re- 6 20 cm 3
giões habitadas pelo homem, causam danos. Responsá- = 0,115 m

14
Com o deslocamento vertical h, pode-se calcular o trabalho da força-peso
τp = mgh ⇒ Ep = 0,100 kg ∙ 10 m/s2 ∙ 0,115 m
τp = 0,115 J
Alternativa B

VIVENCIANDO

Antes da Primeira Revolução Industrial, o processo industrial era artesanal, exigindo gasto energético do homem para
produzir todos os objetos manufaturados. A revolução industrial impulsionou e foi impulsionada por invenções de
máquinas capazes de realizar trabalhos de forma muito mais eficiente.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A palavra “trabalho”, quando utilizada no cotidiano, não possui o mesmo significado de quando é utilizada dentro
do vocabulário técnico das ciências exatas. Os dicionários definem o trabalho como:
1. conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim; e
2. atividade profissional regular, remunerada ou assalariada.
Entretanto, na Física o trabalho é definido como “uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao
longo de um deslocamento”. Por isso, deve-se tomar cuidado com a utilização das palavras a depender do contexto
em que são empregadas.

15
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 23
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, consideran-
do implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.

A habilidade 23 é aqui empregada na identificação do tipo de trabalho, do cálculo da potência energética e do


rendimento, uma vez que potência e rendimento são grandezas relevantes no cotidiano moderno, repleto de
equipamentos eletrônicos.

MODELO 1
(Enem) Para reciclar um motor de potência elétrica igual a 200 W, um estudante construiu um elevador e veri-
ficou que ele foi capaz de erguer uma massa de 80 kg a uma altura de 3 metros durante 1 minuto. Considere
a aceleração da gravidade 10,0 m/s2.
Qual a eficiência aproximada do sistema para realizar tal tarefa?
a) 10%
b) 20%
c) 40%
d) 50%
e) 100%

ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa é uma questão rápida para os moldes do Enem, mas nem por isso é fácil. O aluno deve ser capaz de
encadear as passagens matemáticas para resolver a questão sobre rendimento.
Trabalho da força-peso realizado pelo motor:
t = mgh = 80 ⋅ 10 ⋅ 3 ⇒ t = 2400 J
Potência necessária para produzir o trabalho por 1 min:
​  t  ​ = _____
P = ___ 2400
​   ​  ⇒
  P = 40 W
∆t 60
Portanto, a eficiência do sistema é de:
​ 40  ​  
η = ____ = 0,2
200
∴ η = 20%

RESPOSTA Alternativa B

16
DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSFORMA A
TRABALHO
ENERGIA MECÂNICA

FORÇA CONSTANTE t = F · D · COS θ

FORÇA TOTAL tTOTAL t = tFR


TOTAL

FORÇA VARIÁVEL ÁREA DO GRÁFICO FXD

FORÇA-PESO |t| = P · h

FORÇA CENTRÍPETA t =0

t = − kx2
2
FORÇA ELÁSTICA

RAPIDEZ DE REALIZAÇÃO
POTÊNCIA
DO TRABALHO

POTÊNCIA MÉDIA PM = t
Dt

POTÊNCIA
P = F · v · cos θ
INSTANTÂNEA
1 HP j 746 W

CONVERSÕES 1 CV j 735 W

1 kWh j 3,6 · 106 J

PU
RENDIMENTO h=
PT

17
AULAS 37 e 38

Esse exemplo ilustra o fato de que, por estar em movimento,


a bola A foi capaz de movimentar a bola B; ou seja, a bola
ENERGIAS CINÉTICA, A possui energia de movimento, também denominada
POTENCIAL E MECÂNICA energia cinética (a palavra “cinética” vem do grego kin-
neticos, que significa “movimento”).
O caso de um automóvel em movimento é outro exem-
plo que ilustra a transformação de energia. Para se mo-
vimentar, o automóvel necessita de algum tipo de com-
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 6
bustível (álcool, gasolina, gás ou óleo diesel). O motor
do automóvel funciona devido à queima do combustível
HABILIDADES: 8, 17 e 23 em uma câmara de combustão. A energia da explosão do
combustível nessa câmara é transformada em movimen-
to, que é transmitido para as rodas. Assim, o combustí-
vel possui energia, pois é capaz de produzir movimento.

1. Energia A energia armazenada no combustível é denominada


energia química, pois sua liberação ocorre por meio
A energia é uma grandeza fundamental na Física. No de reações químicas entre as moléculas do combustível e
entanto, o conceito de energia pode não ser muito claro. do oxigênio (esse tema é estudado em detalhes nas aulas
Um motivo para isso é o fato de existirem diversas formas de Química).
de energia; daí a dificuldade de apresentar uma definição
que abranja todas elas. Não obstante, existe uma caracte- No caso do automóvel, parte da energia química do com-
rística importante envolvendo a energia: o total de ener- bustível transforma-se em calor. Por essa razão, os automó-
gia do Universo se mantém constante. Assim, ocorrem veis se aquecem quando estão em funcionamento. Além
transformações de energia, ou seja, mudanças de uma disso, parte da energia também é transformada em ener-
forma de energia em outra, enquanto a energia total se gia elétrica e é consumida pelos faróis e por outros equi-
mantém constante. pamentos elétricos instalados no veículo (rádio, limpadores
de parabrisa, etc.).
A definição de energia a seguir, embora não seja totalmente
satisfatória, serve para um grande número de situações do
dia a dia.

Quando um conjunto formado por um ou mais corpos


pode produzir, de algum modo, o movimento de obje-
tos, esse conjunto tem energia.

multimídia: vídeo
1.1. Exemplos de transformação de energia Fonte: Youtube
Na figura, existem duas bolas de aço, A e B, sobre uma Energia – nerdologia
superfície plana. A bola A se move com velocidade vA em
direção à bola B, que está em repouso. Depois da colisão, a
bola B passa a se movimentar com velocidade vB, enquanto
a bola A passa a ter outra velocidade, v’A. 2. Teorema da energia cinética
Considere o movimento de uma partícula ao longo de uma
___› figura a seguir. No ponto A, a
trajetória qualquer, como ​_na
velocidade da partícula é v​ A ​,   e, depois
​____›
de certo intervalo de
tempo, a velocidade no ponto B é v​ B ​.  

18
vA

O trabalho total tAB realizado pelas forças sobre a partícula, No ponto A, a energia cinética é:
entre os pontos A e B, é: mv​ A 2​  
EC = ___
​   ​   
A 2
mv​  2 ​  mv​  A2  ​
tAB = ___
​   ​B  – ___
​   ​    De modo semelhante, no ponto B:
2 2
mv​ B 2​  
Na equação, é importante observar que o trabalho depen- EC = ___
​   ​   
B 2
de das velocidades apenas do início e do fim do trajeto.
Assim, o teorema da energia cinética pode ser expresso com:
A energia cinética (Ec) de uma partícula de massa m e
velocidade v é dada por: tAB = EC – EC = DEC
B A

​ mv   ​ 
2
EC = ___ Em que a variação de energia cinética entre os pontos A e
2
B é igual DEC.
Assim, é possível calcular a energia cinética da partícula Pela equação, pode-se observar que, no SI, a unidade de
nos pontos A e B. energia cinética e trabalho é a mesma, o joule (J).

Aplicação do conteúdo
1. Um automóvel tem massa de 800 kg e se move a 10 m/s. A energia cinética Ec do automóvel é (utilizando a equação
anterior):

Resolução:
(800)(10)2
​ mv ​  =________
2
EC = ___ ​   ​   = 4,0 ∙ 104
2 2
EC = 4,0 ∙ 104 joules = 4,0 ∙ 104 J
Considere o caso particular do movimento de um corpo em uma trajetória retilínea sob a ação de uma força resultante
constante. Será demonstrado o teorema da energia cinética para esse caso.
__
​›
A figura____
a seguir ilustra o deslocamento de ____ ​  entre os pontos A e B. No ponto A, a velocidade do
um corpo por uma força F ​
​ › ​›
corpo é v​ A ​,  e, no ponto B, a velocidade é v​ B ​. 
vA vB

F F

19
Pela equação de Torricelli, a aceleração do corpo e as velo- Nos pontos A e B, as energias cinéticas do bloco são:
cidades nos ponto A e B estão relacionadas por: mv​  2​   (4,0)(3,0)2
EC = ___
​   ​A  =________
​   ​   
= 18  EC = 18 J
v​ B 2​ = v​ A 2​ + 2ad A 2 2 A
mv​   
2

  (4,0)(8,0)2
EC = ___
​   ​A  =________

Pela segunda Lei de Newton, a aceleração é dada por ​   ​   = 128  EC = 128 J
B 2 2 B
_​___›
​  F  ​.  Assim, substituindo na equação anterior, obtém-se:
a = __
m O trabalho de F​N ​  é nulo (sempre perpendicular ao movi-
F
v​ B 2​ = v​ A 2​ + 2​ __ mento) e o trabalho do peso é:
m  ​d 
Nesse caso, porém, o trabalho da força entre os pontos A tP = P ∙ h = mgh = (4,0)(10)(5,0) = 200 J
e B (tAB) é igual a F ∙ d. Assim, a equação anterior pode Então:
ser escrita: tFR = tP + tN + tFat
mv​  2​  mv​ A 2​ 
F ∙ d = ___
​   ​B  – ___
​   ​   EC – EC = tP + tN + tFat
2 2 B A

Então: 128 – 18 = 200 + 0 + tFat


mv​  2​  mv​ A 2​  tFat = – 90 J
τAB = ___
​   ​B  – ___
​   ​  
2 2
3. A figura ilustra o movimento de um bloco e o gráfico
Essa última expressão é a fórmula que foi vista anterior- da força que age sobre o bloco em ​_função da distância.
_›
mente do teorema da energia cinética. A massa do bloco é m = 6,0 kg e ​F ​   é a resultante de
mv​  2​  mv​ A 2​  todas as forças que atuam no bloco. No ponto s = 0, a
Se o trabalho tAB for positivo, significa que ___​   ​B  > ___
​   ​,  ou velocidade do bloco é v0 = 5 m/s.
2 2
seja, a energia cinética aumentará entre os pontos A e B. v0 v
mv​  2​  mv​ A 2​ 
Se o trabalho tAB for negativo, então ___​   ​B  < ___
​   ​,  e nesse
2 2 F

caso a energia cinética entre os pontos A e B diminuirá.


2. Um bloco de massa m = 4,0 kg é abandonado do alto
de um tobogã. Ao passar pelo ponto A, a velocidade do 0 2 4 6 8 s (m)
bloco é vA = 3,0 m/s. No final do tobogã, no ponto B, a F(N)
velocidade do bloco é vB = 8,0 m/s. A força-peso, a força
normal e a força de atrito agiram sobre o corpo durante 60
o movimento. Sendo g = 10 m/s2, calcule o trabalho da
força de atrito no trecho AB. 30
A

2 4 6 8 s (m)
vA

h=5m
Calcule a velocidade do bloco ao passar pela posição
B s = 8 m e a força média no percurso.
vB

Resolução:
_​›_
Resolução: O trabalho da força resultante F ​
​   é, numericamente, igual à
Como a trajetória é curva, a força normal não se mantém área da região colorida na figura. O cálculo da área pode
constante durante o movimento do corpo. Mesmo se o co- ser feito, simplificadamente, dividindo a região em um re-
eficiente de atrito m fosse conhecido, o trabalho não pode- tângulo e em um triângulo. Assim, esse é o trabalho da
ria ser calculado pela fórmula t = F . d . cos q, pois a força força entre a posição inicial s = 0 m até a posição s = 8 m.
de atrito não seria constante. Nesse caso, deve-se utilizar o 4 ∙ (30)
tF = (8)(30) + ​ ______
 ​  = 300 ⇒ τF = 300 J
teorema da energia cinética. 2
F(N)
FN
FA 60

30

P
2 4 6 8 s (m)

20
Aplicando o teorema da energia cinética, obtém-se a velo- Representando a energia potencial por Epg, tem-se:
cidade em s = 8 m:
mv​ 2​   Epg = mgh
​ mv ​  – ___
2
tF = ___ ​   ​0  ⇒ 300
2 2
(6,0) ∙ (5)2
(6,0) ∙ v2 ________ __ O valor exato da energia potencial depende da diferença
= ​ _______
 ​   – ​   ​   ⇒ v = 5​√5 ​ m/s
2 2 ​___ de energia potencial entre dois pontos. Nesse caso, o va-

A intensidade da força média (​Fm )  corresponde a uma força lor foi calculado em relação ao ponto A, distante de h em
constante agindo sobre o corpo que realizaria o mesmo relação à superfície (solo). Contudo, outro plano de refe-
trabalho nesse percurso. Sendo Fm constante e paralela ao rência poderia ter sido escolhido. Na análise de um mo-
deslocamento, tem-se: vimento, depois que um plano de referência for escolhido,
ele deverá ser mantido até o fim da análise do movimento.
Fm ∙ d = tF → Fm ∙ (8,0) = 300 → Fm = 37,5 N

Aplicação do conteúdo
1. Uma partícula de massa m = 5,0 kg está 6,0 m acima
de um plano a paralelo ao solo. O plano a, por sua vez,
está distante 3,0 m do solo. Calcule a energia potencial
gravitacional da partícula.
m
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube g

O Brasil que o Brasil Quer – ENERGIA SUSTENTÁVEL


6,0 m

3. Energia potencial α

gravitacional 3,0 m
Considere, como na figura a seguir, que um objeto de massa solo
m é solto, a partir do repouso, de uma altura h em relação
à superfície da Terra. Na posição inicial, de onde é solto, o a) em relação a a;
objeto não possui energia cinética, uma vez que sua veloci- b) em relação ao solo.
dade é nula. Entretanto, ao cair, a velocidade do objeto au- Resolução:
menta como consequência da aceleração causada pela ação m
da força-peso. Assim, no ponto inicial (ponto A), apesar de
não possuir energia cinética, o objeto possui energia po-
tencial, ou seja, o objeto possui energia que pode ser trans-
formada em energia cinética, caso o objeto possa se mover 6,0 m
pela ação da força-peso. Pelo teorema da energia cinética, o
trabalho da força-peso é igual à energia potencial.
9,0 m
v0 = 0 α
A
g 3,0 m
solo

h a) A partícula está a uma altura h = 6,0 m acima de


a. Assim, em relação a a, a energia potencial gravita-
cional da partícula é:
Ep = mgh = (5,0 kg)(10 m/s2)(6,0 m) ⇒
Ep = 3,0 ∙ 102 joules = 3,0 ∙ 102 J
b) A particular está a uma altura h’ = 3,0 + 6,0 = 9,0
m em relação ao solo. Portanto, a energia potencial
energia potencial = tP = Ph = mgh gravitacional da partícula em relação ao solo é:

21
E’p = mgh’ = (5,0 kg)(10 m/s2)
(9,0 m) ⇒ E’p = 4,5 ∙ 102 J
A energia potencial associada ao peso é denominada
energia potencial gravitacional, pois o peso é a
força exercida pela massa da Terra, a força de gravidade.
A energia potencial gravitacional de um corpo é cal-
culada pelo trabalho da força-peso sobre o corpo no
movimento de um certo ponto até um referencial.
Uma característica importante é que o trabalho inde-
pende da trajetóri; dessa forma, em um dado ponto,
o valor da energia potencial é único em relação a esse
referencial. Isso não ocorreria caso o trabalho do peso
dependesse da trajetória. Ao longo do curso, serão
analisadas outras forças, cujo trabalho entre dois
pontos também não depende da trajetória. Para cada
uma delas é possível definir uma energia potencial.

multimídia: livro
Pela Lei de Hooke, a força elástica e a deformação se rela-
cionam por:
Geração de energia elétrica: fundamentos, de Paulo Cesar ​___›
Marques de Carvalho e Manuel Rangel Borges Neto |F​ E ​|   = k|x|
O livro apresenta as formas de geração de energia co- Assim, o trabalho da força elástica para ir de xA até O
muns ao mundo atual, dando ênfase aos impactos so- (tA → 0) é dado pela área da região colorida na figura a
ciais e ambientais acusados pelas fontes de energia não seguir. Sendo EP a energia potencial em A, tem-se:
A
renováveis e às vantagens do uso de fontes de energia
não convencionais.

4. Energia potencial elástica


O trabalho da força elástica não depende da trajetória. Assim,
a força elástica é uma força conservativa. Em consequência, a
energia potencial elástica é a energia potencial associada
à força elástica. O referencial para calcular a energia potencial
elástica será a posição na qual a mola não tem deformação.
Na figura a seguir, um corpo está preso em uma mola de (x )(kx ) kx​ A 2​  
EP = tA → 0 = ______ ⇒ EP = ___
​  A  ​A    ​   ​   
constante elástica k, inicialmente na posição (O) de equilí- A 2 A 2
brio, ou seja, a deformação x da mola é nula. Em seguida, a
​ kx ​ 
2

mola está em uma configuração contraída e a deformação EP = ___


2
é negativa (xB < 0). Na terceira situação, a mola está esti-
cada e a deformação é positiva (xA > 0).
No entanto, a força elástica tenta restaurar o sistema para Aplicação do conteúdo
a posição de equilíbrio, e, assim, o sentido da força elástica
1. (IMED) Em uma perícia de acidente de trânsito, os peri-
aponta para a posição O, tanto quando a deformação é
tos encontraram marcas de pneus referentes à frenagem
positiva (na posição xA) como quando é negativa (na posi- de um dos veículos, que, ao final dessa frenagem, estava
ção xB). Assim, os trabalhos para ir de A ou de B até O serão parado. Com base nas marcas, sabendo que o coeficiente
positivos em qualquer uma das situações. de atrito cinético entre os pneus e o asfalto é de 0,5 e

22
considerando a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2, Admita 1 cal = 4 J e a aceleração da gravidade = 10 m/s2.
os peritos concluíram que a velocidade do veículo antes Com base nos dados, julgue as afirmativas.
da frenagem era de 108 km/h.
( ) Se a quantidade de energia solar absorvida por esse
Considerando o atrito dos pneus com o asfalto como painel em 2 minutos for de 20 kcal/cm2, a potência ge-
sendo a única força dissipativa, o valor medido para as rada por ele será inferior a 200 W.
marcas de pneus foi de: ( ) A energia necessária para que o barco, partindo do re-
a) 30 m. pouso, atinja a velocidade de 20 m/s é superior a 3 . 105 J.
b) 45 m. ( ) Supondo-se que o painel de células solares forne-
c) 60 m. cesse 200 W para que o barco fosse acelerado a partir
d) 75 m. do repouso até atingir a velocidade de 72 km/h seriam
e) 90 m. necessários mais de 15 minutos.
( ) Para uma potência de 400 W gerada pelas células
Resolução: solares, teremos uma energia correspondente de 100
cal por segundo.
Pelo teorema da energia cinética, sabe-se que o trabalho
( ) O rendimento do painel solar prevê que, para cada
realizado pela força de atrito é igual à variação da ener-
10 J de energia solar, 2,5 J são convertidos em energia
gia cinética desenvolvida pelo corpo. Nesse caso, a força elétrica.
é resistiva, ou seja, é contrária ao movimento do corpo e,
portanto, tem sinal negativo. Resolução:
mv​0 2​  
​ mv ​  – ___
2
τ = ∆EC ⇒ - Fat ∙ d = ___ ​   ​    Falsa. A potência é dada pela razão entre a energia e o
2 2
Como a velocidade final é nula, vem: tempo: P = __​ E ​ 
t
mv​ 2​   mv​0 2​   mv​0 2​   Assim:
–Fat ∙ d = – ___​   ​0  ⇒ d = ________
​    ​  [ d = ______
​    ​  
2 2µC∙ m ∙ g 2 µC ∙ g
P = E/t ⇒

(  )
Utilizando os dados do problema com a velocidade no SI, 2
​ kcal2 ​ ∙______
​ 10 cal ​  ​ 10 cm ​  4 J    ​
3 2
tem-se que a distância medida da frenagem será: 20 ____ ∙ ​______
   ​   ​ ∙ 2m2 ∙ ____

cm 1 kcal
P = _____________________________ 1 m 1cal
( ) 2    
​      ​ ∙ 0,25
 2​   ​  1 m/s 
​ 108 km/h ∙ _______  ​   ​ ​  60s  ​  
2 min ∙ _____
v​ 3,6 km/h
d = _____
​  0   ​  ⇒ d = ​ _________________
      ​⇒ 1 min
2µC ∙ g 2 ∙ 0,5 ∙ 10 m/s2
[ P = 3,33 ∙ 106 W
​ 900 m /s2 ​ 
2 2
d = _______  
[ d = 90 m Falsa. Desconsiderando os atritos:
10 m/s
Alternativa E 1000 kg ∙ (20 m/s)2
EC = mv2/2 ⇒ EC = ______________
  
​   ​  [ EC = 2 ∙ 105 J
2
2. (Fepar) Um barco movido à energia solar tem gran-
des limitações para transportar passageiros e cargas. O Verdadeira. A velocidade final no SI será:
maior dos problemas é o baixo rendimento das células ​  1 m/s 
v = 72 km/h ∙ _______  ​ 
= 20 m/s
solares, que em sua maioria atingem 25% – convertem 3,6 km/h
em energia elétrica apenas 25% da energia solar que Usando a energia para esse valor de velocidade já calcu-
absorvem. Outro grande problema é que a quantidade lado:
de energia solar disponível na superfície da Terra de-
​ 2 ∙ 10  ​J 
5
pende da latitude e das condições climáticas. t = E/P ⇒ t =_______  
[ t = 1000 s
200 W
= 16,67 min = 16 min 40s
Verdadeira. P = 400 W = 400 J/s ∙ ____ ​ 1 cal
 ​   [ P = cal/s
4J
Verdadeira. 25% de 10 J é 2,5 J

3. (Unisc) Um corpo de massa m1 e animado de uma ve-


locidade V1 possui uma energia cinética EC1 = ​ 1
__  ​ m V​2   .​ Se
1
2
a massa inicial for quadruplicada enquanto que a velo-
cidade inicial for reduzida pela metade, a nova energia
cinética EC2 em relação à primeira, vale:
a) o dobro;
Considere um barco movido a energia solar, com massa b) o triplo;
de 1.000 kg e um painel de 2 m2 de células solares, com c) a metade;
rendimento de 25% localizado em sua proa. Desconsi- d) a mesma;
dere as perdas por atrito de qualquer espécie. e) o quádruplo.

23
Resolução: ​ 2 ​ mgL.
c) __
3
O aumento da massa em quatro vezes é justamente o in- d) __​ 3 ​ mgL.
verso do que acontece com o quadrado da velocidade e, 2
e) 2 mgL.
portanto, não haverá mudança alguma.
Resolução:
Outra forma de resolução seria dividir as duas energias
cinéticas entre si: Pelo teorema da energia cinética, tem-se que τ = ∆EC.
E
___
__
​ 
​ 2
​  C2 ​ = ________
(  )
1 ​ 4 m​ __​ 
V1 2
 ​ 
2 ​  
  ​

E
 ___
__
​ 
​ 2
1 ​ 4 m __
​  C2 ​ = _______
V​1 2​  
​    ​ E
4 ​   [ ___
​  C2 ​ = 1
Analisando a questão, verifica-se que existem 3 forças atu-
EC1 __1   E __1   E ando no sistema: tração, peso e atrito.
​   ​ mV​ ​  
2 C1 ​   ​ m V​1​  
2 C1
2 1 2
A tração faz a função da força centrípeta, portanto, não
Alternativa D executa trabalho.
O peso realiza trabalho e o seu módulo é exatamente a
variação da energia potencial do movimento.
O atrito também realiza trabalho.

Assim:
multimídia: vídeo ∆EC = - (τpeso + τatrito)
Fonte: Youtube
Visualizando o plano inclinado de lado, tem-se:
Por que a energia solar não está
em todos os telhados?

4. (UFPR) Um objeto de massa m está em movimento cir-


cular, deslizando sobre um plano inclinado. O objeto está
preso em uma das extremidades de uma corda de com-
primento L cuja massa e elasticidade são desprezíveis. A Do triângulo,
outra extremidade da corda está fixada na superfície de sen(30º) = h/2L = 1/2
um plano inclinado, conforme indicado na figura a seguir.
O plano inclinado faz um ângulo u = 30º em relação ao h=L
plano horizontal. Considerando g a aceleração da gravi-
1 __  ​o coeficiente de atrito cinético entre Assim:
dade e µ = ​ ____
π​√3 ​  τpeso = m ∙ g ∙ h
a superfície do plano inclinado e o objeto, assinale a
alternativa correta para a variação da energia cinética τpeso = m ∙ g ∙ L
do objeto, em módulo, ao se mover do ponto P, cuja
velocidade em módulo é vP ao ponto Q, onde sua velo- e τatrito = Fat ∙ d ∙ µ ∙ N ∙ d
cidade tem módulo vQ. Por ser um plano inclinado → N = P ∙ cos (30º)
= m ∙ g ∙ cos (30º)
Por ser uma trajetória circular (meia volta) → d = π ∙ L
Assim, __

​  1__   ​ ∙ m ∙ g ∙ ___
τatrito = ____ ​ ​ 3 ​ ​   ∙ π ∙ L

π​ 3 ​  2
τatrito = __ ​ 1 ​ ∙ m ∙ g ∙ L
2
Por fim,

1
__
( 
∆Ec = – ​ m ∙ g ∙ L + __ ​ 1 ​ m ∙ g ∙ L  ​
2 )
Na resolução __ desse problema, considere sen 30º = ​    ​ e
2 ∆Ec = – __​ 3 ​ m ∙ g ∙ L

​ 3 ​  2
cos 30º = ​ ___ ​. 
2 Como a questão pede somente a variação, pode-se assu-
a) mgL. mir o módulo do valor encontrado.
​ 1  ​ mgL.
b) __
2 Alternativa D

24
multimídia: vídeo multimídia: site
Fonte: Youtube
Como gerar energia só com água www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/
(Gerador Termoelétrico) energia2.php
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/
energia.php
www.coladaweb.com/fisica/mecanica/energia-cineti-
ca-potencial-e-mecanica

VIVENCIANDO

A busca por fontes renováveis de energia é uma das grandes preocupações do século XXI e tema de discussão
entre os acadêmicos de todo o mundo, pois a obtenção de energia não renovável está relacionada ao alarmante
aquecimento global. Boa parte da matriz energética mundial funciona à base de combustíveis fósseis que, quando
utilizados, geram os chamados gases do “efeito estufa”.
Existe uma intensa pesquisa científica para a obtenção de uma matriz energética mais sustentável. O Brasil, em
comparação ao restante do mundo, possui uma matriz energética das mais sustentáveis.

25
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 8
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais,
energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.

A habilidade 8 é empregada na identificação correta do tipo de energia envolvida, podendo tratar dos diferentes
tipos de energia, como mecânica, química, elétrica, magnética, eólica, solar, etc.

MODELO 1
(Enem) A energia elétrica nas instalações rurais pode ser obtida pela rede pública de distribuição ou por
dispositivos alternativos que geram energia elétrica, como os geradores indicados no quadro.
Tipo Geradores Funcionamento
I A gasolina Convertem energia térmica da queima da gasolina em energia elétrica.
II Fotovoltaicos Convertem energia solar em energia elétrica e armazenam-na em baterias.
III Hidráulicos Uma roda-d’água é acoplada a um dínamo, que gera energia elétrica.
IV A carvão Com a queima do carvão, a energia térmica transforma-se em energia elétrica.

Os geradores que produzem resíduos poluidores durante o seu funcionamento são:


a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Somente há formação de resíduos poluidores nos processos em que ocorrem reações químicas como subpro-
dutos da combustão, como no caso da queima da gasolina e do carvão

RESPOSTA Alternativa C

MODELO 2
(Enem) A usina termelétrica a carvão é um dos tipos de unidades geradoras de energia elétrica no Brasil. Essas
usinas transformam a energia contida no combustível (carvão mineral) em energia elétrica.
Em que sequência ocorrem os processos para realizar essa transformação?
a) A usina transforma diretamente toda a energia química contida no carvão em energia elétrica, usando
reações de fissão em uma célula combustível.
b) A usina queima o carvão, produzindo energia térmica, que é transformada em energia elétrica por dispo-
sitivos denominados transformadores.
c) A queima do carvão produz energia térmica, que é usada para transformar água em vapor. A energia
contida no vapor é transformada em energia mecânica na turbina e, então, transformada em energia elétrica
no gerador.
d) A queima do carvão produz energia térmica, que é transformada em energia potencial na torre da usina.
Essa energia é então transformada em energia elétrica nas células eletrolíticas.
e) A queima do carvão produz energia térmica, que é usada para aquecer água, transformando-se novamen-
te em energia química, quando a água é decomposta em hidrogênio e oxigênio, gerando energia elétrica.

26
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nas usinas termelétricas (a diesel ou a carvão), é usada a energia térmica produzida na queima do combustível
para aquecer água, gerando vapor a alta pressão, movimentando as turbinas acopladas aos geradores de
energia elétrica.

RESPOSTA Alternativa C

DIAGRAMA DE IDEIAS

PRINCÍPIO DE
ENERGIA CONSERVAÇÃO
DA ENERGIA

ASSOCIADA AO
ENERGIA CINÉTICA
MOVIMENTO

PODE SER TRANSFORMADA EM


ENERGIA POTENCIAL OUTRAS FORMAS DE ENERGIAS
POTENCIAIS OU EM ENERGIA CINÉTICA

ENERGIA POTENCIAL INTERAÇÃO


GRAVITACIONAL GRAVITACIONAL

INTERAÇÃO COM
ENERGIA
UMA MOLA OU
POTENCIAL ELÁSTICA
ELASTÔMERO

TEC – TEOREMA DA
ENERGIA CINÉTICA

27
A energia elétrica é obtida de diversas maneiras por meio
AULAS 39 e 40 das transformações de energia. Nas usinas hidrelétricas,
a energia potencial da água é utilizada para movimentar
turbinas acopladas a geradores elétricos. Assim, a energia
cinética é transformada em energia elétrica. Nas usinas ter-
moelétricas, as turbinas são movimentadas por um fluxo de
vapor de água. A energia necessária para aquecer a água
e obter o fluxo de vapor provém da queima de combustí-
ENERGIA MECÂNICA veis derivados do petróleo ou carvão. Nas usinas nucleares,
o elemento químico urânio é utilizado como combustível.
Depois de a energia elétrica ser gerada por alguma dessas
usinas, seu uso é bastante diversificado, e novas transfor-
mações de energia ocorrem. Em uma residência, o liquidi-
ficador transformará a energia elétrica em energia cinética;
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 6 uma lâmpada, em energia térmica e luminosa; um rádio,
em energia sonora, etc.
HABILIDADES: 8, 17 e 23
A energia solar é uma fonte vital de energia para o planeta.
A radiação do Sol é responsável pela produção dos alimen-
tos vegetais, pelo ciclo da água, dos ventos, etc.

1. Princípio da conservação
da energia
Os diversos tipos de movimentos e atividades observados
no dia a dia ocorrem devido à transformação de uma for-
ma de energia em outra.
“A energia não é criada, a energia não é perdida, a
energia apenas se transforma de um tipo em outro, em
O Sol é fundamental no cultivo de flores.
quantidades iguais.”
Antoine Lavoisier Mas qual é a origem da energia solar? A energia do Sol
Quando uma pessoa corre, nada ou levanta determinado existe devido às reações exotérmicas de fusão nuclear.
peso, uma energia armazenada pelo corpo é transformada Esses exemplos ilustram a afirmação inicial de que a ener-
em calor e movimento. Essa energia é proveniente dos ali- gia total no Universo é sempre conservada, sendo esse um
mentos ingeridos. Por sua vez, a energia armazenada em dos princípios básicos da Física.
alimentos como os vegetais verdes é obtida pelo processo
de fotossíntese. No corpo, essa energia é retirada dos ali-
mentos e armazenada nas células, podendo ser utilizada
para a realização de atividades musculares.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Minigerador eólico - transforme
vento em energia elétrica!

2. Forças conservativas
A energia dos alimentos é transformada em calor e energia química e Uma força é conservativa quando o trabalho realizado por
permite que os músculos se movimentem. ela não depende da trajetória descrita pelo objeto, mas

28
apenas dos pontos inicial e final. A força gravitacional, a geral, essa ideia pode ser aplicada sempre que existam ape-
força elástica e a força elétrica são exemplos de forças con- nas forças conservativas atuando sobre o corpo estudado.
servativas. Na figura a seguir, pode-se observar que, inde-
pendentemente da trajetória descrita pelo corpo I ou II, o
trabalho realizado pela força-peso depende não da trajetó- 3. Energia mecânica
ria, mas da altura h, que, por sua vez, depende apenas do A energia mecânica (EM) de um corpo é igual à soma da
ponto inicial e do ponto final. energia cinética com todas as energias potenciais do corpo:

A EM = EC + EP

Na equação, Ec é a energia cinética do corpo e Ep é a


P energia potencial desse corpo (incluindo-se todas as
energias potenciais).
h II

B
Quando o corpo está sujeito apenas à ação de forças con- multimídia: vídeo
servativas, pode-se afirmar que o trabalho da força resul-
Fonte: Youtube
tante é igual à variação da energia cinética. No caso ante-
rior, a única força que atua no corpo é a força-peso, então Energia Mecânica - Sistema Dissipativo de Energia
o trabalho da resultante é o trabalho da força-peso.
τFr = Ec – Ec É possível demonstrar a seguinte propriedade:
0

τp= Ec – Ec
0
A energia mecânica de um corpo é constante se, dentre
todas as forças que atuam nesse corpo, as forças conser-
vativas forem as únicas a realizarem trabalho não nulo.

Essa proposição é denominada princípio da conserva-


ção da energia mecânica.

multimídia: vídeo Aplicação do conteúdo


Fonte: Youtube
1. No tobogã, sem atrito, ilustrado na figura a seguir,
As diferentes formas de produção de um bloco de massa m = 6,0 kg é abandonado do topo
energia elétrica e o impacto ambiental numa região onde g = 10 m/s2. Ao passar pelo ponto A,
a velocidade vA do bloco é 4,0 m/s. Calcule a velocidade
do bloco ao passar pelo ponto B, sabendo que a altura
Também é possível dizer que o trabalho da força-peso é h, entre o pontos A e B é igual 0,60 m.
igual à diferença da energia potencial inicial e final.
τp = Ep - Ep
g0 g

Assim, igualando as equações e manipulando, tem-se:


Ec – Ec = Epg – Ep
0 0 g

Ec + Ep = E + Ep
0 g c0 g

Analisando a expressão, é possível perceber que a soma da


energia cinética inicial com a energia potencial gravitacional Resolução:
inicial resulta no mesmo valor que a soma da energia cinéti- Como não existe atrito, as únicas forças que atuam no bloco
ca final com a energia potencial gravitacional final. De modo são o peso e a força normal. No entanto, a força normal

29
não realiza trabalho e, desse modo, o trabalho é realizado Nessa transformação de energia, a variação da energia
apenas pela força-peso, que é uma força conservativa. Nessa potencial gravitacional e a variação da energia cinética
situação, pode-se aplicar o princípio da conservação da ener- não são iguais. A energia cinética do bloco que caiu foi
gia mecânica: a energia mecânica em A é igual à energia transformada em energia sonora, energia térmica e em
mecânica em B. deformação permanente do solo e da estaca; portanto, a
energia mecânica do sistema não é conservada.
De modo semelhante, quando um garoto desce escorre-
gando por um tobogã, não ocorre conservação da energia
mecânica. A energia potencial gravitacional é transforma-
da em calor e em energia cinética. O calor é devido à dissi-
pação, em forma de calor, da energia térmica pelo atrito do
garoto com a superfície do tobogã.
EC + EP = EC + EP
A A B B
Se as forças de atrito não existirem, a conservação da ener-
Para calcular a energia potencial, pode-se usar tanto o
gia mecânica se torna possível. Nesse caso, afirma-se que
ponto A como o ponto B como referência. No entanto, esse
o sistema é conservativo, ou seja, a variação de energia
é um caso em que é mais vantajoso considerar o referencial
cinética deve-se apenas ao trabalho realizado por forças
da figura (altura do ponto B). Em relação a esse referencial,
conservativas.
as alturas dos pontos A e B são hA = 0,60 m e hB = 0, res-
pectivamente. Assim, aplicando o princípio da conservação Por exemplo, no vácuo, um corpo em queda livre está sujeito
da energia mecânica: apenas à ação da força-peso, que é uma força conservativa.
O trabalho da força-peso, no trecho AB da trajetória, indica-
EC + EP = EC + EP
v__2A
A A B
v2B
B do na figura a seguir, pode ser calculado em função da va-
__
⇒ m · ​   ​ + m · g · hA = m · ​   ​ + m · g · hB riação da energia cinética e da variação potencial do corpo.
2 2
⇒ (4,0) + 2 · (10)(0,60) = v2B + 2 · (10)(0)
2

v2B = 28 ⇒ vB = 2​dXX
7 ​ m/s

Para as forças conservativas, o trabalho entre dois pon-


tos não depende da trajetória. Quando essas forças são
as únicas que realizam trabalho sobre um corpo, a
energia mecânica do corpo se conserva.

tAB = EC – EC ou tAB = EP – EP
B A A B
Observe o bate-estaca da figura a seguir. A energia poten-
cial do bloco ao cair é transformada em energia cinética. Como os trabalhos são iguais, tem-se:
Quando ocorre a colisão do bloco com a estaca, a energia EM = EM
A B
mecânica não se conserva, pois, nesse caso, ocorre defor-
Assim, nos dois instantes da queda, no ponto A e no ponto
mação permanente do chão ao ser penetrado pela estaca,
B, a energia mecânica do corpo é a mesma. Depois dessa
e as superfícies que se chocam sofrem aquecimento, além demonstração, o princípio da conservação da energia me-
dos ruídos produzidos no instante do choque. cânica pode ser reafirmado como:

Num sistema conservativo, a energia mecânica total


permanece constante qualquer que seja a transfor-
mação do sistema.

Aplicação do conteúdo
1. Um trecho de uma montanha russa, representada na
figura a seguir, foi projetado para que os ocupantes de
cada carrinho não experimentem uma força normal con-
tra seu assento de intensidade maior do que 3,5 vezes

30
seu próprio peso. Considerando que a velocidade dos carrinhos no início da descida é de 5 m/s e que os atritos sejam
desprezíveis, qual o menor raio de curvatura R (em m) que o trilho deve ter no seu ponto mais baixo para satisfazer a
condição acima?

a) 25. b) 5. c) 3,5. d) 40. e) 10.


Resolução:
Considerando o nível de referência indicado na figura para calcular a energia potencial e as forças que agem sobre o ocu-
pante de um carrinho.

A energia mecânica é conservada, então:


EM = EM
A B
v__2A v2
⇒ m · ​   ​ + m · g · hA = m · __
​  B ​ + m · g · hB
2 2
​ m · ​
5    ​ m · ​
v2  
2
⇒ _____ + m · 10 · 30 = _____
2 2
v = 25 m/s
No ponto mais baixo:
v2 ​ 
FC = N – P = m​ __
p R
Como o limite da força normal é N = 3,5P, então:
25 ​
3,5P – P = m​ ___
2
  
R2
25 ​  
2,5m · g = m​ ___
R
R = 25 m
Alternativa A

31
2. Na figura a seguir, o carrinho de uma montanha russa
tem velocidade igual a zero na posição 1, e desliza pelo
trilho, sem atrito, até a posição 3, depois de passar pelo
círculo.

Desprezando-se qualquer tipo de atrito, avalie as afir-


mações a seguir e assinale (V) para as verdadeiras ou
(F) para as falsas.
( ) O alcance horizontal da bola a partir da saída da
mesa é de 5,00 metros.
( ) Abandonado-se a bola a partir do repouso da borda
Qual a menor altura h, em metros, em que o carrinho da mesa, o tempo de queda até o solo é também de
deve iniciar o movimento para não perder contato com 1,00 s.
o trilho na posição 2? ( ) Para se calcular o tempo de queda da bola a partir da
saída da mesa, é necessário conhecer a massa da bola.
a) 36.
b) 48. ( ) Para se calcular o alcance da bola a partir da saída da
mesa, é necessário conhecer a altura da mesa.
c) 60.
d) 72. A sequência correta encontrada é:
a) F, F, V, V.
Resolução:
b) V, V, F, F.
A menor altura h é aquela que permitirá que o carrinho c) F, V, F, V.
passe pela posição (2) com a velocidade mínima permitida d) V, F, V, F.
para um círculo vertical (no limite de perder contato com a Resolução:
pista), ou seja, a força normal que a pista aplica​___no carri-
(  )

nho é nula. Assim, a força resultante centrípeta ​R ​
​ c    ​ nessa (Verdadeira) Cálculo da velocidade de saída, pela con-
posição (2) é o próprio peso do carrinho. servação da energia mecânica, tomando como referência
a superfície da mesa.
Fcp = P ____
​  mv ​  = mgh ⇒ v = √
2

​  m · ​
_____ v2  
=m·g E   = E​   ⇒ ___ ​ 2gh ​  = ​
R
​fin  ​  
mec
in  ​ 
________
mec 2
v2 = R · g
√ 2 · 10 · 1,25 ​ ⇒  v = 5 m/s.
Como a componente horizontal da velocidade não varia e
Pela conservação da energia mecânica entre as posições
o tempo de queda é 1 s, o alcance horizontal é:
(1) e (2):
DS = vt = 5 · 1 = DS = 5 m
E(1)
POT
= E(2)
CIN
+ E(2)
POT
m ·
_____v 2 (Verdadeira) Para a queda livre, tem-se:
m · g · h = ​   ​   + m · g · 2R
2
​ 1 ​ gt2
h = __
2gh = v2 + 4Rg 2 ___
Substituindo, t = ​ ___ √
​ 2h
g ​ ​  
2h = R + 4R Portanto, o tempo de queda depende apenas da altura de
queda e da intensidade do campo gravitacional local. En-
​ 5R ​ 
h = ___
2 tão, o tempo de queda também é igual a 1 s.
h = 2,5 · (24)
(Falsa) Conforme demonstrado acima.
h = 60 m
(Falsa) Quando se conhece o tempo de queda, não é ne-
Alternativa C cessário conhecer a altura de queda para determinação do
3. (CFTMG) A figura a seguir exibe uma bola que é alcance horizontal, como confirma a primeira afirmativa.
abandonada de uma rampa curva de 1,25 de altura Alternativa B
que está sobre uma mesa nas proximidades da Terra.
Após liberada, a bola desce pela rampa, passa pelo 4. (UPE-SSA) Desejando ampliar seus conhecimentos
plano horizontal da mesa e toca o solo 1,00 s após sobre conservação da energia mecânica, um estudante
passar pela borda. observa o movimento de um pequeno carro, de massa

32
250 g, ao longo2 de uma trajetória que é descrita pela energia potencial diminuía ou aumentava, respectivamen-
x2   ​ + ​  y__ ​ = 1, onde x e y são medidos em metros.
equação ​  ___ te. Graficamente, é possível representar essa transforma-
25 4
Se no ponto A de coordenada horizontal x = RA = – 3,0 m ção de energia da seguinte maneira.
o carro foi arremessado com velocidade inicial de
módulo vA = 3,0 m/s, qual é a velocidade do carro
no ponto B de coordenada horizontal xB = 0,0 m?
Considere que o carro pode ser tratado como partí-
cula e despreze os efeitos do atrito.

multimídia: site

www.resumoescolar.com.br/fisica/teorema-da-ener-
gia-mecanica-sistemas-conservativo-e-nao-conserva-
tivo-e-atrito/
a) 0,0 m/s
www.colegioweb.com.br/energia-mecanica/siste-
b) 1,0 m/s
ma-nao-conservativo.html
c) 3,0 m/s
www.infoescola.com/fisica/forcas-conservati-
d) 6,2 m/s
vas-e-nao-conservativas/
e) 8,4 m/s
Resolução:
4.1. Primeiro caso: energia cinética
Por conservação da energia mecânica, tem-se:
e energia potencial gravitacional
EM(A) = EM(B)
No caso em que um corpo cai em queda livre, tem-se a
Assim, transformação de energia potencial gravitacional em ener-
m . vA2 m· vB2
m · g · yA + _____
​   ​    m · g · yB + _____
= ​   ​    gia cinética.
2 2
E E
Simplificando a massa e isolando vB: EM EM
______________
EPG
VB = √
​ 2g
   . (yA – yB) + VA2 ​ EPG
ou
Determinando as posições verticais nos pontos A e B:
________


EC EC
y2
​  x   ​ + __ ​   ​ = 1 → y = ​ ​ 100 – ​ ​
4x2 
2
___ _______  
25 4 25 0A B C v 0C B A h

Para o ponto A: ________


Seja em função da velocidade ou da altura, a energia me-

yA = ​ _______
​ 
100 – 4(-3)2
25
 ​ ​ 
 ∴
 yA = 1,6 m cânica permanece constante durante toda a queda. A ener-
gia potencial gravitacional começa com seu valor máximo
Para o ponto B: ________ caindo até o mínimo, e a energia cinética começa com seu
​  √
100 – 4(0)2
yB = ​ _______
25
 ​ ​  ∴ yB = 2 m
  valor mínimo até atingir seu máximo.
Nota: no primeiro diagrama, a energia cinética e a energia
Substituindo os valores de g, de yA e de yB na equação de
vB, tem-se: potencial estão em função da velocidade v; como a energia
________________ _____ __ cinética varia com v², fica fácil perceber que o diagrama
vB = ​√2  
. 10 . (1,6 - 2) + 32 ​= ​√–8 + 9 ​ = ​√1 ​ = VB = 1 m/s corresponde a um trecho de uma parábola. No segundo
Alternativa B diagrama, as energias variam com a altura; como a ener-
gia potencial gravitacional varia com h, fica fácil perceber

4. Diagramas de energia que o diagrama corresponde a um trecho de uma reta.

Nos exercícios anteriores, a energia mecânica permane- 4.2. Segundo caso: energia cinética
ceu constante durante todo o tempo, enquanto a energia
cinética e a energia potencial (gravitacional e elástica) va-
e energia potencial elástica
riaram. No entanto, a quantidade que a energia cinética Muito parecido com o caso anterior, tem-se a transforma-
aumentava ou diminuía era a mesma quantidade que a ção de energia cinética em energia potencial elástica, mas

33
de tal modo que a energia mecânica do sistema permane- a energia dissipada da energia que havia inicialmente. A
ça constante. energia restante será igual à energia mecânica final. Ge-
E E ralmente, a energia dissipada acaba por se transformar em
EM EM
energia térmica, o que causa um aquecimento dos corpos.
EC EC
ou

EPEI EPEI

0A B C v 0C B A x

Nota: no primeiro diagrama, a energia cinética e a energia


potencial elástica estão em função da velocidade v; como
a energia cinética varia com v², fica fácil perceber que o multimídia: livro
diagrama corresponde a um trecho de uma parábola. No
segundo diagrama, as energias variam com a deformação
x; uma vez que a energia potencial elástica varia com x², o Processos de energias renováveis, de Aldo Vieira da Rosa
diagrama também será um trecho de parábola. Os temas energia sustentável e segurança estão na li-
nha de frente dos discursos públicos em todo o mun-
do. Por isso, há uma pressão para que seja encontrado
um entendimento sobre fontes limpas e alternativas de
energia, como energia solar e energia eólica. Esse livro
contém os detalhes técnicos necessários para a com-
preensão dos princípios de engenharia que governam
as aplicações da energia renovável em diferentes níveis.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Trabalho da força-peso e da força elástica Aplicação do conteúdo
1. Um corpo com 1 kg de massa se desloca com veloci-
5. Sistemas não conservativos dade de 5 m/s sobre uma superfície plana e rugosa. De-
vido à ação de forças dissipativas, a velocidade diminui
Os exemplos anteriores do bate-estaca ou do garoto em para 2 m/s durante um deslocamento de 3 metros. Cal-
um tobogã são casos em que o sistema não é conservativo. cule o coeficiente de atrito entre o corpo e a superfície.
Existes diversos outros casos em que nem sempre existem
Resolução:
apenas forças conservativas no sistema. Em geral, é muito
comum exercícios no quais há uma força de atrito atuan- Como se trata de um caso com ação de forças dissipativas,
do sobre o corpo, e a força de atrito não é conservativa. pode-se dizer que:
Nesses casos em que a energia mecânica não se conserva, Em0 + tFat = EmF
pode-se montar a seguinte equação:
Dessa forma:
m·v2
_____ m · vF2
​   ​0    + tfat = _____
​   ​   
Em0 + tFat = EmF 2 2
(5)2 1 · (2)2
1 · ___
​   ​  – m · N · 3 = ______
​   ​   
2 2
Em que: ​ 21 ​ 
m · N · 3 = ___
2
Em0 é a energia mecânica inicial; Nesse caso, como N = P, tem-se:
EmF é a energia mecânica final;
​ 21 ​ 
m · 10 · 1 · 3 = ___
2
tFat é o trabalho da força de atrito.
m = 0,35
Repare que o trabalho da força de atrito tFat está sendo so-
2. (UERN) Um objeto de 200 g é abandonado do alto
mado com a quantidade de energia mecânica inicial. Lem- de uma torre e, durante a sua queda, a dissipação de
bre-se de que todo trabalho das forças dissipativas é nega- energia devido à resistência do ar é constante e igual a
tivo, e, dessa forma, ao se somar esse trabalho ao termo 20 J. Se a velocidade do objeto ao atingir o solo é de 30
de correspondência da energia mecânica inicial, retira-se m/s, então a altura dessa torre é de:

34
(Considere: g = 10 m/s2) a) 4. __
a) 38 m b) 2​√2 ​ .
b) 46 m c) 2.__
c) 51 m d) √
​ 3 ​.

d) 55 m Resolução:
Resolução: Com o gráfico, deve-se extrair a aceleração a e a distância
Analisando o enunciado, é possível perceber que: percorrida sobre o plano inclinado DS.
(0 – 4) m/s
Emi + Ed = Emf a = ___
​ Dv ​ = ________
​   ​  ∴ a = –8 m/s2

Dt 0,5 s
4m/s . 0,5 s
Em que Ed é a energia dissipada devido à resistência do ar. DS = __________
​   ​   ∴ DS = 1m

Assim, segue que: 2
v2 Usando a trigonometria, determina-se a diferença de altura
m · g h = m · ___ ​  f ​  + Ed Dh entre as posições A e B:
2
0,2 . 302
0,2 · 10 · h – 20 = _______
​   ​  
  Dh = DS · sen 37º ⇒ Dh = 1 m · 0,6 ∴ Dh = 0,6 m
2
Como existe atrito entre o bloco e o plano inclinado, deve-
​ 90 + ​
h = _______ 20  
2 -se calcular o valor do coeficiente de atrito cinético mc e a
h = 55 m força normal N utilizando o diagrama de corpo livre com as
componentes da força-peso Px, e Py..
Alternativa D
3. (Epcar (Afa)) Um bloco de massa 2 kg desliza sobre
um plano inclinado, conforme a figura seguinte.
Quando necessário, use:
g = 10 m/s2
sen 37º = 0,6
cos 37º = 0,8

Aplicando o princípio fundamental da dinâmica nos eixos x


e y, primeiramente deve-se igualar as forças em
N = Py = m · g · cos 37º = 2 · 10 · 0,8 ∴ N = 16 N
O gráfico v × t a seguir representa a velocidade desse
bloco em função do tempo, durante sua subida, desde o Em x, tem-se:
ponto A até o ponto B.
Fat + Px = FR
Px = –m · g · sen 37º = –2 · 10 0,6 ∴ Px = –12 N
FR = 2 · (–8) = –16 N
Assim, a força de atrito será:
Fat = FR – Px
Fat = –16 – (–12) ∴ Fat = –4 N
Usando a conservação de energia entre os pontos A e B na
descida, pode-se calcular a velocidade que o bloco passa
Considere a existência de atrito entre o bloco e o plano em A, pois a energia potencial gravitacional em B somada
inclinado e despreze quaisquer outras formas de resis- à energia dissipada pelo atrito no trajeto AB é igual à ener-
tência ao movimento. Sabendo que o bloco retorna ao gia cinética em A.
ponto A, a velocidade com que ele passa por esse pon-
to, na descida, em m/s vale: Ep(B) + Ed = Ec(A)

35
Sabendo que a energia dissipada é:
Ed = Fat . Ds ∴ Ed = –4 J
E a energia potencial gravitacional em B:
Ep(B) = m · g · h ⇒ Ep(B) = 2 · 10 · 0,6 ∴ Ep(B) = 12 J
Portanto, a energia cinética em A é:
multimídia: vídeo
EC(A) = 12 – 4 ∴ EC(A) = 8 J
Fonte: Youtube
E, finalmente: ______
AES Eletropaulo nas Escolas apresenta: Os
​ m . ​
EC(A) = _____
2
v   
2
√ 2 . Ec(A)
⇒ v = ​ ______
​  m ​ ​   ∴
__
  v = 2​√2 ​ m/s impactos da geração de energia elétrica
Alternativa B

VIVENCIANDO

O conceito de energia em Física é fundamental, sendo capaz de relacionar diferentes conteúdos num mesmo exercí-
cio. Pode ocorrer transformação de energia mecânica em energia térmica ou em energia elétrica, e vice-versa. Histo-
ricamente, o conceito de energia foi fundamentado durante o desenvolvimento da termodinâmica. Assim, a segunda
lei da termodinâmica permeia toda a Física.
“A energia não é criada, a energia não é perdida, a energia apenas se transforma em outro tipo de energia, em
quantidades iguais.”
A frase acima, que deriva da frase original de Lavoisier, abrange uma ideia que remonta a Tales de Mileto, na An-
tiguidade, passando por Galileu, Laplace, Joule e tantos outros. A partir dela é possível perceber a importância do
conceito de energia.
A transformação de um tipo de energia em outro é o que possibilita as mudanças que ocorrem no Universo. Mesmo
agora, enquanto você lê este texto, em seu corpo ocorre a transformação de energia química, contida nos alimentos
que você ingeriu, em energia mecânica, utilizada nos batimentos de seu coração, ou ainda em impulsos elétricos em
seus neurônios.
Em busca de praticidade, a humanidade constrói máquinas capazes de realizar trabalhos com mais eficiência do que
um homem comum. Isso foi importante para a transformação da humanidade. Assim como as máquinas elétricas
foram e ainda são responsáveis por mudanças na vida cotidiana.

Usina hidrelétrica: Transformação de energia potencial e cinética em energia elétrica.

36
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 23
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, consideran-
do implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.

A habilidade 23 é referente às transformações dos diferentes tipos de energia entre si, sendo o conceito de con-
versão fundamental para esse tipo de relação.

MODELO 1
(Enem) Um garoto foi à loja comprar um estilingue e encontrou dois modelos: um com borracha mais “dura”
e outro com borracha mais “mole”. O garoto concluiu que o mais adequado seria o que proporcionasse maior
alcance horizontal, D, para as mesmas condições de arremesso, quando submetidos à mesma força aplicada.
Sabe-se que a constante elástica kd (do estilingue mais “duro”) é o dobro da constante elástica km (do estilin-
gue mais “mole”).
D
A razão entre os alcances ___
​  d, ​ referentes aos estilingues com borrachas “dura” e “mole”, respectivamente, é
Dm
igual a:
a) 1/4.
b) 1/2.
c) 1.
d) 2.
e) 4.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Dados: kd = 2 km; Fd = Fm
Calculando a razão entre as deformações:
Fd = Fm ⇒ kdxd = kmxm ⇒ 2kmxd = kmxm ⇒ xm = 2xd
Comparando as energias potenciais elásticas armazenadas nos dois estilingues:

Considerando o sistema conservativo, toda essa energia potencial é transformada em cinética para o objeto lança-
do. Assim:

Supondo lançamentos oblíquos, sendo q o ângulo com a direção horizontal, o alcance horizontal (D) é dado pela
expressão:
D = Vo² · sen(2θ)/2 · g
Dd/Dm = 1/2

RESPOSTA Alternativa B

37
MODELO 2
(Enem) Um automóvel, em movimento uniforme, anda por uma estrada plana, quando começa a descer uma
ladeira, na qual o motorista faz com que o carro se mantenha sempre com velocidade escalar constante.
Durante a descida, o que ocorre com as energias potencial, cinética e mecânica do carro?
a) A energia mecânica mantém-se constante, já que a velocidade escalar não varia e, portanto, a energia
cinética é constante.
b) A energia cinética aumenta, pois a energia potencial gravitacional diminui e quando uma se reduz, a
outra cresce.
c) A energia potencial gravitacional mantém-se constante, já que há apenas forças conservativas agindo
sobre o carro.
d) A energia mecânica diminui, pois a energia cinética se mantém constante, mas a energia potencial gravita-
cional diminui.
e) A energia cinética mantém-se constante, já que não há trabalho realizado sobre o carro.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Energia potencial: Ep = mgh. Sendo uma descida, a altura diminui, a energia potencial diminui.
mv
Energia cinética: EC =____
2
​    ​ . Sendo constante a velocidade, a energia cinética também é constante.
2
Energia mecânica: EM = EC + Ep. Se a energia potencial diminui e a energia cinética é constante, a energia mecânica diminui.

RESPOSTA Alternativa D

38
DIAGRAMA DE IDEIAS

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO
ENERGIA MECÂNICA
DA ENERGIA

ENERGIA CINÉTICA ENERGIA POTENCIAL

ENERGIA MECÂNICA
FORÇAS CONSERVATIVAS
SE CONSERVA

TRABALHO NÃO DEPENDE


SISTEMA CONSERVATIVO
DA TRAJETÓRIA

FORÇAS NÃO ENERGIA MECÂNICA


CONSERVATIVAS NÃO SE CONSERVA

TRABALHO DEPENDE SISTEMA NÃO


DA TRAJETÓRIA CONSERVATIVO

39
AULAS 41 e 42

multimídia: vídeo
IMPULSO E QUANTIDADE Fonte: Youtube
DE MOVIMENTO Quantidade de movimento 1

Observe que a grande quantidade de movimento é uma


grandeza vetorial; assim, todas as análises ou operações se
COMPETÊNCIAS: 5e6 fazem dentro do conceito de vetores.
Exemplo
HABILIDADES: 17, 20 e 23 Na situação representada pela figura a seguir, um auto-
móvel tem massa m = 800 kg e velocidade de módulo
v = 10 m/s. A quantidade_​__› de movimento (ou momento li-
near) do carro é o vetor Q ​
​ ,   tal que:

1. Quantidade de
movimento de um corpo
No exemplo​__ a seguir, uma partícula de massa m tem uma​___›

velocidade v ​​   arbitrária. A quantidade de movimento Q ​
​   
dessa partícula é, por definição:
_​__› _​›_
Q ​
​   = m · v ​
​   
_​__› _​›_
O vetor Q ​
​   tem a mesma direção e sentido de v ​
​   e seu mó-
dulo é:
Q = m · v = 800 kg · 10 m/s = 8.000 kg · m/s

2. Quantidade de movimento
de um sistema
O conceito de quantidade de movimento é muito útil para
a análise de movimentos de um conjunto de corpos (ou
sistema), como será visto adiante.
​___› _​_›
Q ​
​   = m · v ​​    A figura a seguir ilustra um sistema formado por n partícu-
las. No instante​____t› qualquer,
​____› ​____› as​____ partículas

têm quantidades
_​›_
Como a massa m é uma grandeza positiva, os vetores v ​​    de movimento Q ​ 1 ​,  Q​ 2 ​,  Q
​ 3 ​,   ..., Q
​ n ​.  
​___›
e Q ​
​    sempre terão a mesma direção e o mesmo sentido.
A quantidade de movimento também é denominada mo-
mento linear.
A unidade de quantidade de movimento não tem uma de-
nominação específica. No SI, tem-se:
​___› _​›_
​[Q ​ 
 ​   ]​= [m] · [​ v ​ ​   ]​
​___
[​Q ​  ​›  ]​= kg · m · s–1 Sistema formado por várias partículas.

40
A quantidade de ​_movimento
__› total do sistema, no um corpo. Como exemplo, observe a situação representada
instante t, é o vetor Q ​
​   dado pela soma vetorial das quanti- na figura a seguir: um automóvel ​_›_ acelera em um trecho
dades de movimento de cada partícula: retilíneo de uma estrada, sendo F ​ ​   a resultante das forças
​___› ​____› ​____› ​____› ​____›
que atuam no​___›
automóvel. No instante t i , o automóvel
​____› tem
Q ​
​   = Q
​ 1 ​  + Q
​ 2 ​  + Q
​ 3 ​  + ... + Q
​ n ​  
velocidade v​i ​   e quantidade de movimento Q ​ i ​.   Depois​___de

um intervalo de tempo, no instante​____› tf, a velocidade é v​f ​  e
Aplicação do conteúdo a quantidade de movimento é Q ​ i ​.   Aplicando a segunda Lei
de Newton nessa situação, obtém-se:
1. O sistema de partículas ilustrado na figura a seguir
é formado por duas partículas que se movem em ​____ traje-
e perpendiculares. Supondo ​ ​Q1  ​  ​= 30

tórias retilíneas
​____
kg · m/s e ​ ​Q​___2  ​  ​= 40 kg · m/s, calcule a quantidade de


​_›_
_​__› _​__› _​___› ​____› _​__›
movimento ​Q ​   do sistema. _​›_ _​__› m · v​  ​
 – m · ​v  ​   Q ​  ​
 – Q
​  ​

        Q ​   
​ D​v ​ ​   = ​ ___________
D​
F ​ ​   = m ___
​   = m · a ​ f
 ​i   = ______
  ​  f  ​i    = ___
​   ​ 
Dt Dt Dt Dt
Assim:
​__› ​___›
​F ​  · Dt = D​Q ​   
_​›_
Essa última equação relaciona o produto
​___›
F ​​   · Dt com a va-
riação da quantidade de movimento D​Q ​.  
Devido à importância do conceito de quantidade
​_›_
de movi-
Resolução: mento, a quantidade dada pelo
_​›_ produto F ​
​  
 · Dt recebeu o
nome de impulso da força F ​
​   durante o intervalo de tempo
A quantidade de movimento do sistema é dada pela soma
das quantidades de movimento de cada partícula; assim, Dt. Assim:
_​›_ _​›_
deve-se ter: O impulso (​I ​)   de uma força constante F ​
​ ,   durante o inter-
​___› ​____› ​____›
Q ​
​   = Q
​ 1 ​  + Q
​ 2 ​   valo de tempo Dt, é dado por:
​____› ​____› _​›_ _​_›
A operação de adição dos vetores Q ​ 1 ​  e Q
​ 2 ​  está represen- ​   = F ​
I ​ ​   · Dt
tada na figura a seguir.
_​__› Pelo triângulo colorido, calcula-se o
_​›_
módulo do vetor Q ​​ :   Como o intervalo de tempo é positivo, Dt > 0, os vetores I ​​   
​_›_
e F ​
​   devem ter a mesma direção e o mesmo sentido.
Com essa definição, a equação:
_​_› _​__›
​   · Dt = D​Q ​  
F ​
Obtida acima, pode ser reescrita assim:
_​›_ ​___›
I ​​   = D​Q ​   

O enunciado anterior é conhecido pelo nome de teorema


​___› ​____› ​____› de impulso.
        
​Q ​ 
​   2​ = ​Q​ 1 ​   2​ + ​Q​ 2 ​   2​
_​__› _​›_
  
​Q ​ 
​   2​ = (30)2 + (40)2 O impulso de uma força constante F ​
​  ,  em um intervalo
_​__›
  
​Q ​ 
​   ​= 50 kg · m/s de tempo Dt, é igual à variação da quantidade de mo-
vimento, durante esse intervalo de tempo, produzida
por essa força.
3. Impulso de uma
força constante A unidade de impulso não tem denominação específica.
Assim, no SI:
No estudo do conceito de impulso, considere inicialmente ​__ ​__
um caso particular de uma força constante agindo sobre [​ I ​ ​›  ]​= [​ F ​ ​›  ]​· [Dt] = N · s

41
O teorema do impulso permite observar que as unidades de
impulso e de quantidade de movimento são equivalentes:
1 N · s = 1 kg · m/s

No caso do gráfico, a área 1 (A1) é positiva, enquanto a


multimídia: vídeo área 2 (A2) é negativa.
Fonte: Youtube
Impulso e quantidade de movimento
- Mãozinha em Física 17

4. Impulso de força variável


A definição de impulso pode ser estendida para o caso de multimídia: vídeo
uma força variável. Nesse caso, o intervalo de tempo é di- Fonte: Youtube
vidido em uma quantidade grande de intervalos menores; Física - Impulso e Quantidade de Movimento - Q1
para cada um deles, considera-se a força como constante.
Assim, para cada um desses
_​›_ _​intervalos
›_
menores, calcula-se
o impulso pela equação I ​
​   = F ​​   · Dt. O impulso total é igual
à soma de cada um dos impulsos parciais.
Aplicação do conteúdo
Seguindo esse procedimento, demonstra-se que, no caso
em que a direção da força é constante, o impulso é dado 1. Uma bola de beisebol de massa 150 gramas se apro-
xima do rebatedor, com velocidade de módulo v1 = 30
pela área sob o gráfico de F em função
_​›_ _​__› t. Demonstra-se
de
m/s. Logo após a rebatida, o módulo da velocidade da
ainda que o teorema do impulso I ​​  = D​Q ​  continua válido bola é v2 = 50 m/s.
quando a força é variável. Nesse caso, considere que o tempo de contato entre a
bola e o taco foi de 0,002 s. Calcule o impulso da força
que o taco exerceu sobre a bola e o valor médio da
força exercida pelo taco sobre a bola.

Resolução:
Sendo Q1 e Q2 as quantidades de movimento da bola antes
e depois da batida (considerando m = 150 gramas = 0,15
kg), tem-se:
_​___›
​ Q
​ 1 ​   ​= m · v1 = (0,15)(30) = 4,5 kg · m/s
​____›
​ Q
​ 2 ​   ​= m · v2 = (0,15)(50) = 7,5 kg · m/s
Escolhendo o eixo orientado para a direita como referência,
O módulo do impulso é matematicamente equivalente à tem-se:
área abaixo do gráfico:
__​›
| ​I ​  | = Área
Q1 = 4,5 kg · m/s  e  Q2 = –7,5 kg · m/s
Caso a força alterne de sentido, ainda é possível calcular Assim:
a área; no entanto, por convenção, a área acima do eixo
horizontal é dita positiva e a área abaixo é negativa. Desse I = DQ = Q2 – Q1 = (–7,5) – (4,5) = –12 kg · m/s
modo, impulso equivale à soma algébrica das áreas. ​ I ​= 12 kg · m/s

42
Desprezando a ação do peso da bola, tem-se: Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
(Abramet) mostra que o cinto de segurança no banco
​ I ​= F · Dt
m da frente reduz o risco de morte em 45% e, no banco
12 = Fm · 0,002 traseiro, em até 75%. Em 2013, um levantamento da
Fm = 6 · 103 N Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do ban-
co da frente deixariam de morrer, se os cintos do banco
de trás fossem usados com regularidade.
5. Impulso e a segunda Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/1596-
metade-dos-brasileiros-nao-usa-cinto-de-seguranca-no-

Lei de Newton banco-detras Acesso em: 12 de julho de 2015.

Em uma colisão frontal, um passageiro sem cinto de


Inicialmente,
​_›_ a​___segunda Lei de Newton foi apresentada segurança é arremessado para a frente. Esse movi-

como F ​
​   = m · a ​
​ .   Foi comentado que essa equação é uma mento coloca em risco a vida dos ocupantes do veí-
simplificação do enunciado dado por Newton para a lei. culo. Vamos supor que um carro popular com lotação
Newton fez o enunciado utilizando o conceito de quanti- máxima sofra uma colisão na qual as velocidades ini-
dade de movimento. cial e final do veículo sejam iguais a 72 km/h e zero,
_​›_ respectivamente. Se o passageiro do banco de trás do
Considere uma força constante F ​ ​   agindo sobre um corpo veículo tem massa igual a 80 kg e é arremessado con-
de modo que, num determinado _​___› instante, a quantidade tra o banco da frente, em uma colisão de 400 m/s de
de movimento do corpo é Q ​ 1 ​,   e, após um intervalo ​_de
___› duração, a força média sentida por esse passageiro é
tempo Dt, a quantidade de movimento passa a ser Q ​ 2 ​.   igual ao peso de:
Newton afirma que: a) 360 kg na superfície terrestre.
​___› ​____› ​____›
​_›_ b) 400 kg na superfície terrestre.
Q ​
D​    Q ​  ​  – Q
​ 0 ​  
F ​​   = ___
​   ​ =______ ​  f  ​    c) 1.440 kg na superfície terrestre.
Dt Dt
d) 2.540 kg na superfície terrestre.
Para o caso em que o corpo tem massa constante m, tem-se:
​____› ​___›
e) 2.720 kg na superfície terrestre.
Q
​ f ​  = m · v​ f ​  
​____› ​___›
Resolução:
Q
​ 0 ​  = m · v​ 0 ​  
Transformando a velocidade e o tempo para o Sistema In-
Assim, a equação anterior fica: ternacional de unidades:
_​__ _​__ ​_›_
_​›_ m · v​ › ​  – m · v​ › ​   _​__› 1 m/s  ​ 
F ​​   = ​  ___________
f
 ​  i
  ___
D​ v ​
= m · ​   ​   = m · a ​
​    vi = 72 km/h · ​ ________ = 20 m/s
Dt Dt 3,6 km/h
Portanto, a equação final é um caso particular da equação ​  1 s   ​ 
Dt = 400 ms · _______ = 0,4 s
apresentada no início, valendo quando a massa do corpo 1000 ms
Utilizando a definição de impulso e o teorema do impulso,
é constante. Entretanto, há situações em que a massa do
tem-se a relação entre a força média e a variação da quan-
corpo é variável. O exemplo mais comum é o caso de um
tidade de movimento:
foguete. Durante seu movimento, a massa do foguete dimi-
DQ m . (vf - vi)
nui devido à queima de combustível. Nesse caso, o estudo I = DQ = Fm · Dt ⇒ Fm = ___ ​   ​ =________
​   ​  
Dt At
do movimento de um foguete deve ser feito utilizando-se a 80 kg . (0 – 20 m/s)
equação dada pela quantidade de movimento. Fm =______________
  
​   ​   ∴ Fm = 4000 N
0,4s
E essa força média equivale a uma massa no campo gravi-
tacional terrestre de:
Aplicação do conteúdo F
​ gm ​  ⇒ m = ​ 4000 N
m = ___ ______  ​ ∴ m = 400 kg
1. (UPE-SSA) “Ao utilizar o cinto de segurança no ban- 10 m/s2
co de trás, o passageiro também está protegendo o Alternativa B
motorista e o carona, as pessoas que estão na frente
2. (Mackenzie) Um móvel de massa 100 kg, inicialmente
do carro. O uso do cinto de segurança no banco da
em repouso, move-se sob a ação de uma força resultan-
frente e, principalmente, no banco de trás pode evitar
te, constante, de intensidade 500 N, durante t = 4,00 s.
muitas mortes. Milhares de pessoas perdem suas vidas
A energia cinética adquirida pelo móvel, no instante
no trânsito, e o uso dos itens de segurança pode re-
t = 4,00 s em joule (J) é:
duzir essa estatística. O Brasil também está buscando,
cada vez mais, fortalecer a nossa ação no campo da a) 2,00 ∙ 103.
prevenção e do monitoramento. Essa é uma discussão b) 4,00 ∙ 103.
que o Ministério da Saúde vem fazendo junto com ou- c) 8,00 ∙ 103.
tros órgãos do governo”, destacou o Ministro da Saú- d) 2,00 ∙ 104.
de, Arthur Chioro. e) 4,00 ∙ 104.

43
Resolução:
Aplicando o teorema do impulso de uma força:
I = DQ A brincadeira, em dupla, consiste em mandar o bólido
de 100 g, feito de garrafas plásticas, um para o outro.
F ∙ Dt = m ∙ v Quem recebe o bólido, mantém suas mãos juntas, tor-
Assim, tem-se a velocidade ao final de 4 segundos: nando os fios paralelos, enquanto que, aquele que o
manda, abre com vigor os braços, imprimindo uma for-
v = ​ F____
. Dt 500 N . 4s∴
________
m ​  ⇒ v = ​  100 kg ​  
 v = 20 m/s ça variável, conforme o gráfico.

A energia cinética será,


100 kg ∙ (20m/s)2
Ec = ​ m . v2
____
 ​  ⇒ Ec = _____________
  
​   ​  ∴ Ec = 2,00 ∙ 104 J
2 2
Alternativa D
3. (UERJ) Observe o gráfico a seguir, que indica a força
exercida por uma máquina em função do tempo.
Considere que:

a resistência ao movimento causada pelo ar e o atrito


entre as garrafas com os fios sejam desprezíveis;
o tempo que o bólido necessita para deslocar-se de um ex-
tremo ao outro do brinquedo seja igual ou superior a 0,60 s.
Dessa forma, iniciando a brincadeira com o bólido em
um dos extremos do brinquedo, com velocidade nula,
a velocidade de chegada do bólido ao outro extremo,
em m/s, é de:
Admitindo que não há perdas no sistema, estime, em N ∙ s a) 16. d) 28.
a impulsão fornecida pela máquina no intervalo entre 5 e b) 20. e) 32.
105 segundos. c) 24.
Resolução: Resolução:
No gráfico da força pelo tempo dado no enunciado, sa- No gráfico da força pelo tempo apresentado no enunciado,
be-se que a área sob a curva é numericamente igual ao o impulso é numericamente igual à área do gráfico.
impulso (I) gerado pela força (F) durante o tempo t. 0,6(8)
I = _____
​   ​  = 2,4 N ∙ s
Como é pedido o impulso no intervalo de tempo compre- 2
Pelo teorema do impulso: o impulso da força resultante é
endido entre 5 e 105 segundos, pode-se concluir que a
igual à variação da quantidade de movimento (DQ)
área do retângulo da figura a seguir é numericamente
igual ao impulso no mesmo intervalo de tempo. I = DQ = m Dv ⇒ 2,4 = 0,1 (v – 0) ⇒ v = 24 m/s.
Alternativa C

multimídia: site
Assim, pode-se escrever:
I = área = 100 ∙ 100 www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/
impulso.php
I = 10.000N ∙ s www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/
4. (FGV) Um brinquedo muito simples de construir, e que quantmov.php
vai ao encontro dos ideais de redução, reutilização e brasilescola.uol.com.br/fisica/impulso.htm
reciclagem de lixo, é retratado na figura.

44
DIAGRAMA DE IDEIAS

QUANTIDADE DE
MOMENTO LINEAR
MOVIMENTO

GRANDEZA VETORIAL

SOMATÓRIA DE QUANTIDADE
PARA UM SISTEMA
DE MOVIMENTOS

IMPULSO DE TEOREMA DO
UMA FORÇA IMPULSO

ALTERA A QUANTIDADE
DE MOVIMENTO

2.ª LEI ÁREA DO GRÁFICO


FORÇA VARIÁVEL
DE NEWTON FXT

45
No caso em que a força externa é nula, ou a soma vetorial
AULAS 43 e 44 de todas as forças externas resulta no vetor nulo, ou ainda
se for desprezível, pode-se dizer que Fexterna = 0, e, conse-
quentemente, a variação da quantidade de movimento
também é.
___
​›
D​Q
 ​
 sistema
  =0
CONSERVAÇÃO DA
Ou seja, a quantidade de movimento do sistema perma-
QUANTIDADE DE nece constante.
MOVIMENTO ​___› ​___›
 ​
Q

​ sistema
  =Q  ​

​ 0 
sistema

COMPETÊNCIAS: 5e6

HABILIDADES: 17, 20 e 23

multimídia: vídeo
1. Quantidade de movimento Fonte: Youtube
Impulso e quantidade de movimento
em um sistema de partículas
Foi visto anteriormente que a quantidade de movimento de
um corpo é dada___
​›
dade vetorial: Q
 ​

pelo___produto de sua massa e sua veloci-
​›
​  = m ∙  ​v ​ ;  agora, considere uma situação em 2. Princípio da conservação
que, num dado sistema, existem várias partículas. A quanti-
dade de movimento total do sistema em um dado instante
da quantidade de movimento
será igual à soma vetorial da quantidade de movimento de A análise do movimento de um sistema de corpos exi-
cada partícula individual até a enésima. ge a separação das forças que atuam nos corpos em
dois conjuntos: um conjunto das forças internas e um
___
​› ​___› ​___› ​___› ​___›
​  ​sistema =  

Q
  Q
 ​  ​1 +  
Q
 ​  ​2 +  
Q
 ​  ​3 + ... +  
Q
 ​  ​n conjunto das forças externas. Uma força é chamada
de interna quando é exercida por um corpo do siste-
​___›
​  ​1
Q  ma sobre outro corpo do mesmo sistema. Uma força é
denominada externa quando é exercida por um corpo
1 2
​___› fora do sistema.
​  ​2
Q 
Numa situação em que não existe nenhuma força externa,
3 ou seja, a resultante das forças externas é nula, afirma-se
​___›
​  ​3
Q  que o sistema é isolado de forças externas ou simples-
Assim, pode-se aplicar, numa situação em que esse sistema mente que o sistema é isolado.
passe por mudanças, o teorema do impulso.
__​› ___
​› ___
​ › ___
​› Em um sistema isolado, a quantidade de movimento é
  = D​Q
 ​I ​ sistema  ​
 sistema
  =Q  ​

​  – Q
 ​

​ 0 
___
​›
constante.
F ∙ Dt = Dt = D​Q
 ​
 sistema

Analisando o primeiro membro da equação, a força res- Esse enunciado constitui o princípio da conservação
ponsável pela mudança na quantidade de movimento du- da quantidade de movimento.
rante o intervalo de tempo é a soma das forças externas
Em um sistema isolado, como não existe força externa, o
desse sistema. Dessa forma, pode-se reescrever a equação
impulso também é nulo, e, consequentemente, a variação
da seguinte maneira:
​___›
da quantidade de movimento também é nula, ou seja, a
Fexterna ∙ Dt = D​Q
 ​
 sistema
  quantidade de movimento é constante.

46
Aplicação do conteúdo
1. Como mostra a figura a seguir, dois carrinhos, A e B, de massas mA = 7,0 e mB = 3,0 kg, movem-se inicialmente com
velocidades vA = 6,0 m/s e vB = 4,0 m/s sobre uma superfície horizontal, sem atrito. Sendo vA > vB, após um certo intervalo
de tempo, o carrinho A colide com o carrinho B__​ e, durante a colisão, um dispositivo de engate faz com que os carrinhos

permaneçam unidos. Determine a velocidade (​v ​ ) do conjunto (carrinhos A e B unidos) depois da colisão.

Resolução:
____
​ › __
​› ____
​ ›
Os carrinhos
__
​›
A e B formam o sistema. No carrinho A, atuam o peso P​ A ​ e a normal F ​ ​ N  ; no carrinho B, atuam o peso P​ B ​ e a
A
normal  ​F ​ N  .
B

__
​›
Durante a colisão,
__ além dessas forças, o carrinho __A exerce
__ a força F ​
​  sobre o carrinho B, e, pela ação e reação, o carrinho B
​› ​› ​›
aplica a força –​F ​ sobre o carrinho A. Essas forças F ​
​  e – F ​
​  são forças internas
____ exercidas entre os carrinhos. As forças externas
​ › ____
​ ›
são as forças exercidas por corpos que estão fora do sistema: os pesos P​ A ​ e P​ B ​ e as forças normais FN e FN são exercidas
A B
pela Terra.
Como a resultante das forças externas é nula, uma vez que a força normal anula a força-peso, o sistema é isolado. Adicio-
nalmente, o atrito também foi desprezado.
Assim, pode-se aplicar o princípio da conservação da quantidade de movimento: a quantidade de movimento total antes da
colisão deve ser igual à quantidade de movimento depois da colisão:
​___› ​___› ​___›
 ​
Q

​ A  + Q
 ​

​ B  =  ​
Q

​ 
__
​› __
​› __
​›
mA ·  ​v ​ A  + mB ·  ​v ​ B  = (mA + mB) ·  ​v ​  

Como todos os vetores têm mesmo sentido, pode-se trabalhar com os módulos:
(7,0)(6,0) + (3,0)(4,0) = (7,0 + 3,0) · v
42 + 12 = 10 · v
v = 5,4 m/s
2. As bolas A e B de massas mA = 12 kg e mB = 5,0 kg, sobre uma mesa, movem-se inicialmente uma em direção à
outra, com as velocidades indicadas na figura.

47
Depois de colidirem, as duas bolas continuam a se mo- energia cinética total é a mesma antes e depois da colisão;
vimentar sobre a mesma reta, mas de modo que a bola essas colisões são denominadas colisões elásticas. Um
B vai para a direita com velocidade 3,0 m/s. Determine exemplo de colisão elástica é a colisão entre duas bolas de
o módulo e o sentido da velocidade da bola A depois
da colisão.
marfim (como as bolas de bilhar).

Resolução:
Como as velocidades têm a mesma direção, pode-se traba-
lhar utilizando os módulos das velocidades.
Escolhendo uma orientação para a reta da direção de mo-
vimento das bolas e atribuindo sinais às velocidades:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Colisão Elástica e Coeficiente de Restituição

Na colisão elástica, os corpos necessariamente se separam


Situação inicial → vA = +2,0 m/s e vB = –6,0 m/s depois da colisão. Se, depois de uma colisão, os corpos se
unirem, ocorrerá obrigatoriamente perda de energia cinética.
Situação final → v’A = ? e v’B = +3,0 m/s
Dependendo da conservação ou não da energia cinética,
A quantidade de movimento do sistema antes da colisão as colisões podem ser classificadas em três tipos:
deve ser igual à quantidade de movimento depois da colisão:
colisão elástica: a energia cinética se conserva e os cor-
pos se separam depois da colisão;
colisão parcialmente elástica: os corpos se separam
depois da colisão, mas existe perda de energia cinética;
colisão inelástica: os corpos permanecem unidos depois
de colidirem e existe perda de energia cinética; esse tipo de
mAvA + mBvB = mAv’A + mBv’B
colisão também é denominado colisão anelástica.
(12)(2,0) + (5,0)(–6,0) = 12 · v’A + (5,0)(+3,0)
v’A = –1,75 m/s
Como a velocidade v’A é negativa depois da colisão, a bola
A se move para a esquerda, ou seja, no sentido oposto à
orientação do eixo, como ilustra a figura a seguir.

3. Colisão e energia cinética


Na colisões de corpos macroscópicos, uma certa quantida-
de de energia cinética de cada um dos corpos geralmente
é perdida. Dessa energia perdida, uma parte deve-se ao
trabalho realizado pelas forças que causam a deformação 4. Conservação em
dos corpos, e parte é transformada em outras formas de
energia, como energia térmica e energia vibratória (o som sistemas não isolados
de uma colisão é produzido pela energia vibratória).
O princípio da conservação da quantidade de movimento
Existem alguns casos nos quais essa energia perdida é bas- também pode ser aplicado em algumas situações em que a
tante pequena e pode ser desconsiderada, de modo que a resultante das forças externas não é nula. O princípio pode

48
ser utilizado, por exemplo, no caso de explosões, pois as
explosões ocorrem em um intervalo de tempo muito cur-
to e envolvem forças internas muito mais intensas do que
as forças externas. Assim, um instante um pouco antes da
explosão, a quantidade de movimento total é aproximada-
mente igual à quantidade de movimento total um pouco
depois da explosão.
multimídia: vídeo
Um outro caso em que é possível utilizar o princípio ocorre
Fonte: Youtube
quando o sistema não é isolado, mas, em uma certa direção,
a resultante das forças externas é nula. Para essa direção em Colisões elásticas e inelásticas
que a resultante da forças externas é nula, pode-se aplicar o - Mãozinha em Física 020
princípio da conservação da quantidade de movimento.

5. Casos particulares de colisão


5.1. Colisão frontal e elástica
A colisão frontal e elástica ocorre quando a direção de movimento dos corpos, antes e depois da colisão, é a mesma
(uma reta).
Para simplificar, considere uma colisão frontal e elástica entre duas partículas de massas iguais. Sendo A e B as par-
tículas que colidem, as velocidades das partículas depois da colisão são trocadas (permuta de velocidades), ou seja:
Velocidade final de A = velocidade inicial de B
Velocidade final de B = velocidade inicial de A
Observe alguns exemplos:

6. Coeficiente de restituição
__
​›
A figura a seguir ilustra uma bolinha lançada contra uma parede S. Ao atingir a superfície, a velocidade da bolinha é  ​v ​ i ,
perpendicular a S. Supondo que a bolinha não grude na parede, em um instante imediatamente posterior à colisão, a veloci-
​__›
dade da bolinha é  ​v ​ f . Experimentalmente, Newton descobriu que existe uma relação entre essas velocidades, e essa relação
depende dos materiais de que são feitos os corpos que colidem. Essa relação é denominada coeficiente de restituição
(e) e é dada por:
|v |
e = ___
​  f  ​  
|vi|

49
Depois da colisão, a mola tem velocidade igual à do
capacete.
Q = m(v – v0) = 0,8(75 – 0) = 60 kg · m/s
02) Correta. A mola fica incrustada no capacete
após a colisão, caracterizando uma colisão perfeita-
mente inelástica.
__
​› __
​› 04) Correta. As velocidades relativas entre dois
No caso em que ​  ​v ​ i ​= ​  ​v ​ f  ​, a colisão é elástica e tem-se e
corpos têm mesma intensidade de sentidos opostos.
= 1. Se a colisão for parcialmente elástica, ocorrerá per- 08) Correta. Dados: v0 = 0; v = 270 km/h = 75 m/s;
__
​› __
​›
da de energia cinética e, como consequência, ​ ​v i ​> ​ ​v f  ,​ e, Dt = 0,5 s
__
​› am = ___
​ Dv ​ = 75/0,5 = 150 m/s2
assim, 0 < e < 1. No caso de colisão inelástica, ​ ​v f  ​ = 0, e, Dt
portanto, e = 0. 16) Incorreta. A função somente seria do segundo
grau se o módulo da aceleração da mola fosse cons-
Para o caso de colisão entre duas esferas A e B, o coefi- tante, e isso não se pode afirmar.
ciente de restituição pode ser calculado da seguinte forma:
2. (UPE) Na figura a seguir, observa-se que o blo-
vf – vf v rel (afastamento) co A de massa ma = 2,0 kg, com velocidade de 5,0
e = ______
​ v B – v A ​ 
= ​ _______________
    ​ m/s, colide com um segundo bloco B de massa mb =
i i vrel (aproximação)
A B 8,0 kg, inicialmente em repouso. Após a colisão, os
blocos A e B ficam grudados e sobem juntos, numa
rampa até uma altura h em relação ao solo. Despre-
Aplicação do conteúdo ze os atritos.

1. (UEM) Durante o treino classificatório para o Gran-


de Prêmio da Hungria de Fórmula 1, em 2009, o pilo-
to brasileiro Felipe Massa foi atingido na cabeça por
uma mola que se soltou do carro que estava logo à sua
frente. A colisão com a mola causou fratura craniana,
uma vez que a mola ficou ali alojada, e um corte de 8
cm no supercílio esquerdo do piloto. O piloto brasileiro Analise as proposições a seguir e conclua.
ficou inconsciente e seu carro colidiu com a proteção de
( ) A velocidade dos blocos, imediatamente após a coli-
pneus. A mola que atingiu o piloto era de aço, media 12
são, é igual a 1,0 m/s.
cm de diâmetro e tinha, aproximadamente, 800 g. Consi-
derando que a velocidade do carro de Felipe era de 270 ( ) A colisão entre os blocos A e B é perfeitamente
km/h, no instante em que ele foi atingido pela mola, e inelástica.
desprezando a velocidade da mola e a resistência do ar, ( ) A energia mecânica do sistema formado pelos blocos
assinale o que for correto. A e B é conservada durante a colisão.
01) A quantidade de movimento (momento linear) ( ) A quantidade de movimento do bloco A é conserva-
transferida do piloto para a mola foi de, aproximada- da durante a colisão.
mente, 75 kg ∙ m ∙ s-1. ( ) A altura h em relação ao solo é igual a 5 cm.
02) Pode-se dizer que esse tipo de colisão é uma co-
lisão perfeitamente inelástica. Resolução:
04) Tomando-se o referencial do piloto Felipe Mas- As figuras mostram as situações inicial e final dos blocos,
sa, pode-se dizer que a velocidade da mola era de antes e após a colisão, perfeitamente inelástica, e
–270 km/h.
após terem subido a rampa.
08) Considerando que o intervalo de tempo do
impacto (a duração do impacto) foi de 0,5 s, a
aceleração média da mola foi de 150 m/s2.
16) Considerando que, após o final da colisão, a ve-
locidade da mola em relação ao piloto é nula, e to-
mando o referencial do piloto Felipe Massa, pode-se
afirmar que a função horária da posição da mola,
após o final da colisão, foi de segundo grau.
Resolução:
Analisando as afirmações, tem-se:
01) Incorreta. Dados: m = 800 g = 0,8 kg; v0 = 0;
v = 270 km/h = 75 m/s

50
A quantidade de movimento total se conserva. Assim: a) 30 km/h. d) 70 km/s.
___
​› ___
​› b) 40 km/h. e) 75 km/s.
 ​
Q
  ​ TI  → (mA + mB) · v = mA · v0
​ TF  = Q
 ​
  v = 1,0 m/s
c) 60 km/h.
Depois da colisão, no processo de subida da rampa, a ener-
Resolução:
gia mecânica se conserva, e, portanto:
Para essa análise, é necessário analisar as quantidades de
​ 1 ​ Mv2 = Mgh → h = 5,0 cm
ETF = ETI → __
2 movimento dos dois caminhões vetorialmente, conforme a
(V) observe a explicação acima; figura a seguir.
(V) por definição;
(F) nas colisões inelásticas existe redução de energia;
(F) o que se conserva é a quantidade de movimento total
do sistema;
(V) h = 5 cm.
3. (UFJF-PISM) Uma aranha radioativa de massa ma = 3,0 g
fugiu do laboratório e foi parar na sala de aula. Ela está Assim, segue que:
parada e pendurada no teto através de um fio fino feito _______
de sua teia, de massa desprezível. Um estudante, mas- Qi = √
​ Q12 + Q22  
______________
cando um chiclete com massa mc = 10,0 g, se apavora e  ​Qi = √
​ (m
   . v1)2 + (m2 . v2)2
1
atira o chiclete contra a aranha com uma velocidade ___________________
de vc = 20 m/s. Considere que a colisão entre o chicle-  ​Qi = √
​ (2000
   . 30)2 + (4000 . 20)2 ​
te e a aranha é totalmente inelástica e que possa ser ______________
tratada como unidimensional. Com base nessas infor- Qi = √
​ (60000)
   2
+ (80000)2
mações, calcule:  ​Qi = 100 · 103 kg · m/s
a) os módulos dos momentos lineares da aranha e do
chiclete, imediatamente antes da colisão; Dessa forma, é possível encontrar a velocidade dos dois
b) a velocidade final do conjunto aranha-chiclete ime- caminhões após a colisão.
diatamente após a colisão. Qi = Qf
Resolução: Qf = m · vf
a) Em unidades do Sistema Internacional: Q
​ 100 . 10
3
vf = ________
​  i     ​vf =_______  ​ 

{ }
Qa = 0
Q = mv ​              
​      (m1 + m2) 6 . 103
m ​ . ​  ​
Qc = 10 x 10-3 ∙ 20 ⇒ Qc = 0,2 kg​ __
s
b) Considerando o sistema mecanicamente isolado, ​ 100
vf = ___  ​  m/s ou vf = 60 km/h
6
pela conservação da quantidade de movimento, vem: Alternativa C
Qi = Qf ⇒ mc vc = (ma + mc) · vf ⇒ vf 10(20)
5. (UFG) Uma experiência comum utilizando um acele-
​ 200 ​ ⇒ vf = 15,4 m/s
= 13vf ⇒ vf = ___ rador de partículas consiste em incidir uma partícula
13
4. (Espcex) Dois caminhões de massa m1 = 2,0 ton e conhecida sobre um alvo desconhecido e, a partir da
m2 = 4,0 ton, com velocidades v1 = 30 m/s e v2 = 20 m/s, análise dos resultados do processo de colisão, obter in-
respectivamente, e trajetórias perpendiculares entre si, formações acerca do alvo. Um professor, para ilustrar de
colidem em um cruzamento no ponto G e passam a se forma simplificada como esse processo ocorre, propôs a
movimentar unidos até o ponto H, conforme a figura a seguinte situação em que uma partícula de massa m1 =
seguir. Considerando o choque perfeitamente inelásti- 0,2 kg colide com um alvo que, inicialmente, estava em
co, o módulo da velocidade dos veículos imediatamen- repouso, conforme a figura.
te após a colisão é:

51
Após a colisão, obteve-se como resultado que as compo- vest. = V – 800
nentes y das velocidades são respectivamente v1y = 5m/s
e v2y = –2 m/s. Nesse caso, a massa do alvo, em kg, é: mcap. = 0,25 ∙ M
a) 0,08. vcap. = v
b) 0,2.
Assim:
c) 0,5.
d) 0,8. 3.000 ∙ m = 0,75 ∙ (v – 800) + (0,25 ∙ M) ∙ v
e) 1,25.
3.000 = 0,75 ∙ v – 600 + 0,25 ∙ v
Resolução: v = 3.600 km/h
Como o movimento, antes da colisão, era estritamente Alternativa D
sobre o eixo x, a componente da quantidade de movi-
mento no eixo y é nula. Pela conservação da quantidade 7. (IFCE) Uma esfera A é largada, a partir do repouso, do
de movimento, tem-se, então: ponto mais alto de uma calha, cujo trilho possui uma
parte em forma de “looping” (círculo), como mostra a
Qyfinal = Qyinicial ⇒ m1v1y + m2V2y = 0 ⇒ 0,2 ∙ 5 + m2 (–2) = figura 1.
0 ⇒ m2 = 0,5 kg
Alternativa C
6. (PUC-PR) Um foguete, de massa M, encontra-se no
espaço___
​ ›e na ausência de gravidade com uma veloci-
dade (​V ​  0) de 3.000 km/h em relação a um observador
na Terra, conforme ilustra a figura a seguir. Num dado
momento da viagem, o estágio, cuja massa representa
75% da massa do foguete, é desacoplado da cápsula.
Devido a essa separação, a cápsula do foguete passa a
viajar 800 km/h mais rápido que o estágio.
Qual a velocidade da cápsula do foguete, em relação a
um observador na Terra, após a separação do estágio?

A distância horizontal atingida pela esfera A até tocar o


solo é X0 = 1 m. Em seguida, a mesma esfera A é largada
do mesmo ponto anterior, a partir do repouso, e colide
frontalmente com uma segunda esfera B colocada em
repouso na extremidade horizontal da calha (ponto C
na figura 1). Ambas atingem as distâncias horizontais
XA = 0,3 m e XB = 0,6 m, respectivamente.
Desprezando-se a resistência do ar e considerando-se a
aceleração da gravidade g constante, o coeficiente de
restituição do choque, entre as duas esferas, vale:
a) 0,3.
a) 3.000 km/h b) 0,5.
b) 3.200 km/h c) 0,7.
c) 34.000 km/h d) 0,9.
d) 3.600 km/h e) 1,0.
e) 3.800 Km/h
Resolução:
Resolução:
O tempo de queda é o mesmo nos três casos, pois inde-
Pela conservação do momento linear, tem-se que: pende da massa e da velocidade inicial, como mostrado
Qfog = Qest + Qcap. a seguir: ___

M ∙ vfog. = mest. ∙ vest. + mcap. ∙ vcap.


1
__
2
2

h = ​   ​ g Dt ⇒ Dt = ​ ​ 2h
___
g ​ ​  
Em que: Depois de abandonar a calha, a velocidade horizontal de
cada esfera permanece constante para os três lançamen-
vfog = 3.000 km/h
tos, sendo igual a razão entre a distância horizontal percor-
mest. = 0,75 ∙ M rida e o tempo de queda.

52
Assim, tem-se:

{}
X
v0 = ___ ​  0 ​ = ___ ​  1  ​; 
     Dt Dt
X 0,3
va​ ​ = ___
​  0 ​ = ___​   ​  ​ 
 ​;     
     Dt Dt
X 0,6
vB = ___ ​  0 ​ = ___​   ​ 
Dt Dt
O coeficiente de restituição no choque é dado pela razão
multimídia: site
entre velocidades relativas de afastamento (vB – vA) e de
aproximação (v0).
0,6 0,3 guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-de-fisi-
___
​   ​ – ___ ​   ​  0,3
v_____
– v ca-quantidade-de-movimento-impulso-e-colisoes/
e = ​  B v  ​A   ​  Dt  ​=
= _______ Dt  
  ___
​   ​  ⇒ e = 0,3
0 __1
​    ​   1 alunosonline.uol.com.br/fisica/teorema-impulso.html
Dt brasilescola.uol.com.br/fisica/colisoes.htm
Alternativa A www.infoescola.com/mecanica/colisoes/

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Teorema do Impulso - Mãozinha em Física 018

53
VIVENCIANDO

O estudo sistematizado de colisões não tem aplicabilidade somente na teoria de partículas. No “mundo macroscó-
pico”, a colisão entre veículos, infelizmente, é questão de utilidade e segurança pública.
Durante um impacto, a utilização do cinto de segurança passa a ser questão vital para a sobrevivência dos ocupantes
de um veículo. Sua utilização interfere na diminuição do impulso atuante no corpo dos passageiros.

54
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

No estudo de colisões entre os corpos, emprega-se a habilidade 20 tanto pela caracterização da causa quanto pela
descrição dos efeitos do movimento em si.

MODELO 1
(Enem) O trilho de ar é um dispositivo utilizado em laboratórios de física para analisar movimentos em que cor-
pos de prova (carrinhos) podem se mover com atrito desprezível. A figura ilustra um trilho horizontal com dois
carrinhos (1 e 2) em que se realiza um experimento para obter a massa do carrinho 2. No instante em que o
carrinho 1, de massa 150,0 g, passa a se mover com velocidade escalar constante, o carrinho 2 está em repou-
so. No momento em que o carrinho 1 se choca com o carrinho 2, ambos passam a se movimentar juntos com
velocidade escalar constante. Os sensores eletrônicos distribuídos ao longo do trilho determinam as posições e
registram os instantes associados à passagem de cada carrinho, gerando os dados do quadro.

Carrinho 1 Carrinho 2
Posição (cm) Instante (s) Posição (cm) Instante (s)
15,0 0,0 45,0 0,0
30,0 1,0 45,0 1,0
75,0 8,0 75,0 8,0
90,0 11,0 90,0 11,0

Com base nos dados experimentais, o valor da massa do carrinho 2 é igual a:


a) 50,0 g. b) 250,0 g. c) 300,0 g. d) 450,0 g. e) 600,0 g.

ANÁLISE EXPOSITIVA
A velocidade do carrinho 1 antes do choque é:

O carrinho 2 está em repouso: v2 = 0.


Depois da colisão, os carrinhos seguem juntos com velocidade v12, dada por:

Como o sistema é mecanicamente isolado, ocorre conservação da quantidade de movimento.

RESPOSTA Alternativa C

55
MODELO 2
(Enem) Durante um reparo na Estação Espacial Internacional, um cosmonauta, de massa 90 kg, substitui uma
bomba do sistema de refrigeração, de massa 360 kg, que estava danificada. Inicialmente, o cosmonauta e a
bomba estão em repouso em relação à estação. Quando ele empurra a bomba para o espaço, ele é empurrado
no sentido oposto. Nesse processo, a bomba adquire uma velocidade de 0,2 m/s em relação à estação.
Qual é o valor da velocidade escalar adquirida pelo cosmonauta, em relação à estação, após o empurrão?
a) 0,05 m/s
b) 0,20 m/s
c) 0,40 m/s
d) 0,50 m/s
e) 0,80 m/s

ANÁLISE EXPOSITIVA
Quando se trata de um sistema mecanicamente isolado, ocorre conservação da quantidade de movimento.
Assim:

RESPOSTA Alternativa E

56
DIAGRAMA DE IDEIAS

CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE
DO MOVIMENTO

QUANTIDADE DE SOMATÓRIA DAS


MOVIMENTO QUANTIDADES
DE UM SISTEMA DE MOVIMENTO

SE CONSERVA

QUANTIDADE DE
SISTEMA ISOLADO MOVIMENTO CONSTANTE

COLISÕES

ENERGIA CINÉTICA
ELÁSTICA
SE CONSERVA

PARCIALMENTE HÁ PERDA DE
ELÁSTICA ENERGIA CINÉTICA

HÁ PERDA MÁXIMA
CORPOS UNIDOS
INELÁSTICA OU TOTAL DE
APÓS COLISÃO
ENERGIA CINÉTICA

57
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

Os fenômenos ondulatórios são recorrentes O tema fenômenos ondulatórios é recor-


na prova, exigindo a interpretação de figuras rente na prova, exigindo a interpretação
e aplicações das equações fundamentais de figuras.
trabalhadas neste livro.

O tema fenômenos ondulatórios pode aparecer na O tema ondulatória pode aparecer na O tema ondulatória é recorrente na prova,
prova com o estudo de tubos, exigindo a interpre- prova com questões objetivas sobre o exigindo a interpretação de figuras.
tação de figuras. estudo de cordas.

Dentre os temas abordados neste livro, o A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
de maior incidência é o estudo de cordas, porém pode aparecer o estudo de tubos. temas. Eventualmente, podem aparecer porém pode aparecer o conteúdo de tubos,
exigindo do candidato a base das equações questões básicas de ondulatória, exigindo exigindo do candidato a interpretação de
fundamentais da ondulatória. do candidato conceitos fundamentais da figuras e a base de equações fundamentais
ondulatória. da ondulatória.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
Eventualmente, podem aparecer questões temas. Eventualmente, podem aparecer porém pode aparecer o conteúdo básico de
conceituais sobre introdução à ondulatória questões sobre tubos e cordas, exigindo fenômenos ondulatórios.
relacionando com Física moderna. manipulações das equações.

Eventualmente, podem aparecer questões A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de temas.
sobre ondulatória, exigindo do aluno as equa- Eventualmente, pode aparecer o estudo Eventualmente, podem aparecer questões
ções fundamentais e o conceito do tema. de cordas em movimento oscilatório, com fundamentais de ondulatória, exigindo do
questões bem objetivas. candidato o uso de equações e conceitos
fundamentais.
ONDULATÓRIA
As equações que determinam a posição, a velocidade e a
AULAS 35 e 36 aceleração de um corpo em movimento oscilatório depen-
dem de uma função periódica. Geralmente, essas funções
são o seno ou o cosseno, conhecidas como funções har-
mônicas. Por essa razão, os movimentos oscilatórios são
também denominados movimentos harmônicos.

MOVIMENTO
HARMÔNICO SIMPLES

multimídia: site
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6

www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/MHS/
HABILIDADES: 1, 17 e 22
forcanomhs.php
www.sofisica.com.br/conteudos/FormulasEDicas/
formulas12.php
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/movimen-
1. Oscilações to-harmonico-simples.htm
brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-harmoni-
O relógio na figura a seguir é um exemplo de um pêndulo, co-simples.htm
cujo movimento é oscilatório (ou vibratório). Como é brasilescola.uol.com.br/matematica/funcoes-trigono-
possível observar na figura, o pêndulo se movimenta alter- metricas-1.htm
nadamente em torno de um ponto central (vaivém).

1.1. Oscilações periódicas


Na prática, um movimento oscilatório não se mantém in-
definidamente. Devido aos atritos, a energia do sistema
diminui até parar na posição de equilíbrio. Por exemplo, a
vibração da corda de um violão diminui até parar devido
à perda de energia por atrito, tanto interno quanto do ar.
Essas oscilações são denominadas amortecidas. No en-
O pêndulo simples é formado por um corpo de pequenas tanto, as oscilações podem ser mantidas continuamente.
dimensões preso à extremidade de um fio. A posição B é a Para que isso ocorra, deve haver um suprimento contínuo
posição de equilíbrio. Caso o corpo seja solto nessa posição, de energia. A figura ilustra uma criança em um balanço.
nenhum movimento será realizado. Ao ser afastado dessa É possível manter a energia mecânica do movimento os-
posição, o corpo se movimenta em direção aos pontos A cilatório ao fazer movimentos com o corpo (utilizando,
e C, alternadamente, realizando o movimento oscilatório. nesse caso, a energia química do corpo).
Quando o atrito é desprezível, as oscilações de um sis-
© www.BillionPhotos.com/Shutterstock

tema podem permanecer por muito tempo. Nesse caso,


o intervalo de tempo do movimento de ida e volta entre
as posições opostas da oscilação se mantém constante,
ou seja, esse intervalo de tempo é o mesmo para cada
oscilação completa.
A oscilação completa é o movimento que, ao partir de uma
das posições extremas, vai até a outra extremidade e volta
à posição inicial. Na figura a seguir, uma oscilação comple-
Afastando levemente a corda de sua posição de equilíbrio e soltando-a ta é realizada pelo pêndulo ao ir da posição Y até a posição
em seguida, a corda vibrará (oscilando) em torno da posição inicial. W e retornar à posição Y.

60
2. Movimento
harmônico simples
A figura a seguir ilustra um sistema mecânico massa-mo-
la já utilizado no estudo de Mecânica. O bloco tem massa
m e está preso a uma mola de massa desprezível e cons-
tante elástica k.

O intervalo de tempo de uma oscilação completa é deno-


minado período (T). Quando o período não se altera (é
constante), a oscilação é periódica. Além disso, os intervalos
de tempo do movimento de Y a W e de W a Y são iguais e
​  T ​ . Os intervalos de tempo do movimento nos traje-
valem __
2
tos de Y a Z, de Z a W, de W a Z e de Z a Y também são
iguais e valem __ ​ T ​ cada um.
4
A frequência (f) da oscilação periódica é o número de
oscilações realizadas em cada unidade de tempo:
número de oscilações
f = frequência = ​ _____________________
  
    ​N  ​  
 ​= ___
tempo gasto nas oscilações t
Pela definição de período, quando Dt = T, o intervalo de
uma oscilação, N = 1, ou seja:

​ 1 ​ 
f = __
T Na primeira figura, o sistema está na posição de equilíbrio,
e, nesse caso, a mola não está deformada (x = 0). Se o
No SI, a unidade de frequência é s-1 (inverso do segundo), corpo for afastado
_​___› para a direita (x = x1), a mola exercerá
denominada hertz (Hz). uma força F​ 1 ​  sobre o corpo tentando restaurar a configu-
A amplitude de uma oscilação é o deslocamento máxi- ração inicial. Assim, a força terá sentido para a esquerda e
mo em relação à posição de equilíbrio. Na figura a seguir, módulo (dado pela Lei de Hooke):
​____›
esse deslocamento máximo pode ser medido linearmen- |F​  ​|   = k ⋅ |x |
1 1
te, indicado pela letra A, ou pelo ângulo entre a posição
máxima em relação à posição de equilíbrio. No caso das Se o corpo for afastado para a esquerda (x = x2), a situa-
oscilações periódicas, como não existe perda de energia, ção será oposta: a mola tentará restaurar
_​___› o corpo para a
posição inicial exercendo uma força F​ 2 ​  com sentido para a
a amplitude é constante. No caso das oscilações amorte-
direita. O módulo será dado por:
cidas, a amplitude do movimento diminui, pois a energia _​___›
é perdida (dissipada). |F​  ​|   = k ⋅ |x |
2 2

Será útil atribuir um sinal à força para identificar seu senti-


do. Dessa forma, se o sentido da força for o mesmo que o
sentido do eixo: F > 0; se a força tiver sentido oposto ao do
eixo: F < 0. Assim, na situação anterior:
x1 > 0 e F1 < 0

x2 < 0 e F2 > 0
A partir dessa convenção, os sinais de F e x são opostos, de
modo que a Lei de Hooke pode ser escrita como:

Fel = –k ⋅ x

61
A equação acima define o gráfico da força em função da A energia potencial correspondente à força elástica é dada por:
posição x como uma reta, cujo aspecto é o da figura a seguir.
​ kx ​  
2
Ep = ___
2
O corpo também possui energia cinética, dada por:
mv2
Ec = ___
​   ​  
2
A energia mecânica é a soma da energia potencial e da
energia cinética:
​ kx ​  + ___
​ mv ​  
2 2
Em = Ep + Ec = ___
2 2
O gráfico a seguir mostra a energia potencial (Ep), a cinética
Na figura a seguir, o sistema massa-mola está na posição de
(Ec) e a mecânica (Em) em função da posição. Nas posições
equilíbrio. Caso não exista atrito, se o corpo for deslocado e
x = A ou x = –A, a velocidade é nula; assim, a energia
abandonado na posição x = A, o corpo se movimentará os-
cinética é nula e a energia potencial é máxima. Na posição
cilando entre as posições de abscissas x = -A e x = A, sendo
de equilíbrio, x = 0, a energia potencial é nula e a energia
A a amplitude do movimento. Esse movimento oscilatório
cinética é máxima.
em que a força resultante é do tipo F = -kx é denominado
movimento harmônico simples (MHS).

A abscissa x é chamada também de elongação.


Quando não há atrito, não ocorre dissipação de energia, e
multimídia: vídeo a energia mecânica se mantém constante. Assim, a energia
Fonte: Youtube mecânica tem o mesmo valor para qualquer posição. Para x
Me Salva! OCI06 - Movimento Harmônico Sim- = A, ou seja, no extremo da trajetória quando a velocidade
ples e M. C. Uniforme - Física Geral - Mecânica é nula, a energia mecânica é obtida por:
k ⋅ A ​
x = A ou x = -A   Em = Ec + Ep = 0 + ​ ​ ____
2
  
2 ​

​ k ⋅ A ​
2
Em = ____   
2

Aplicação do conteúdo
1. Um corpo de massa m = 2,0 kg realiza um movimento
harmônico simples de amplitude A = 0,40 m, preso a
uma mola de constante elástica k = 18 N/m. Calcule a
velocidade máxima atingida por esse corpo.

Resolução:
A figura ilustra o movimento do corpo, oscilando entre as
posições de abscissas x = –0,40 m e x = 0,40 m. A energia
mecânica do corpo é:

18(0,40)2
​ k ⋅  ​
Em = ____ A2  =_______
​   ​   ⇒ Em = 1,44 J
2 2

62
A velocidade máxima do corpo ocorre na posição de maior energia cinética, ou seja, quando a abscissa é nula (x = 0).
Como, nesse ponto, a energia potencial também é nula, a energia mecânica é igual à energia cinética:
(2,0)v2
​ mv ​  = 1,44 ⇒ _____
2
Ec = Em ⇒ ___ ​   ​   = 1,44 ⇒ v = 1,2 m/s
2 2

2.1. Gráficos horários do MHS


O MHS é um movimento periódico. Dessa forma, o gráfico da elongação em função do tempo deve ser uma curva que se
repete (possui a mesma forma) a cada período, isto é, deve se repetir periodicamente. Essa curva não deve ter nenhum
trecho retilíneo, pois a velocidade não é constante em nenhum momento (lembre-se de que, quando a velocidade é
constante, a posição em função do tempo é uma reta).
No caso do MHS, o gráfico da elongação em função do tempo é uma senoide (ou cossenoide), como é possível observar na
figura a seguir.

A posição varia entre + A e – A, sendo A a amplitude do


movimento. O período T corresponde ao intervalo de tem-
po de uma oscilação completa. Os pontos X, Y, Z, M e N
correspondem a inversões no sentido do movimento. Nes-
sas posições a aceleração é máxima. Esse pontos também
correspondem aos pontos em que a velocidade é nula.
Assim:
instantes tx, ty, tz, tm e tn ⇒ velocidade nula
As posições determinadas pela intersecção da função com
a a
o eixo das abscissas correspondem às posições em que a
velocidade é máxima. a

A função que descreve a posição no MHS é dada por:


x(t) = A ⋅ cos(ω t + ϕ)
Observando os gráficos, pode-se perceber que a velocidade
Em que A é a amplitude, ω é a velocidade angular e ϕ é o é máxima quando o móvel passa pela posição de equilí-
ângulo inicial. brio, x(t) = 0, em que t = T/4 ou t = 3T/4; nesse instante, a
A função da velocidade é dada por: velocidade é máxima e assume o valor de |vmáx| = ωA. Já a
aceleração é máxima quando a posição assume seu valor
v(t) = –A ω sen(ω t + ϕ)
máximo, ou seja, quando x(t) = –A ou x(t) = +A, em que
A aceleração é dada por: t = 0 ou t = T/2, assumindo o valor |amáx| = ω²A.
a(t) = –A ω² cos(ω t + ϕ)
Os gráficos de posição por tempo, velocidade por tempo e 2.2. Período do MHS
aceleração por tempo, para ϕ = 0, são mostrados na figura Para o MHS, o período do sistema massa-mola não depen-
a seguir. de do valor da amplitude e é dado por:

63
__ o sentido negativo, ou seja, para a abscissa x = –5 m.
​  m ​ ​  
T = 2p ​ __ √ O intervalo de tempo entre a posição de equilíbrio e o
k extremo da trajetória é igual a um quarto do período
(T/4 = 4/4 = 1 s). Assim, após 1 s, a partícula deve
Essa equação também é válida se o sistema massa-mola estar em x = –5 m. Como no caso anterior, após 2
estiver na vertical, como ilustrado na figura a seguir. A dife- s (T/2), a partícula deve estar no outro extremo da
rença do sistema nessa configuração é que, na posição de trajetória, x = +5 m, e retornar à posição inicial em
equilíbrio, o comprimento da mola é maior. seguida, completando uma oscilação completa em 4
s (um período).

É possível demonstrar que os gráficos da velocidade e da


aceleração em função do tempo também são senoides.

3. Pêndulo simples
Aplicação do conteúdo O pêndulo simples é formado por um corpo de pequenas
dimensões preso ao fio ideal (massa desprezível) e fixado
1. Uma partícula executa MHS de período T = 4 s entre pela outra extremidade do fio, como é possível observar na
os pontos de abscissas +5 m e –5 m, como ilustra a figu- figura a seguir. A denominação pêndulo simples deve-se
ra. Esboce o gráfico da elongação (abscissa) em função
ao fato de que as dimensões do corpo são pequenas em
de tempo em cada um dos casos a seguir:
relação ao comprimento L do fio. A figura também ilustra o
movimento oscilatório do pêndulo entre as posições A e C.
A posição B é a posição de equilíbrio do pêndulo.

a) No instante t = 0, a partícula tem abscissa x = +5 m.


b) No instante t = 0, a partícula tem abscissa x = 0 e
velocidade negativa.
Resolução:
Quando a amplitude de oscilação de um pêndulo simples é
a) Por se tratar de um MHS, o gráfico do movimento é
uma senoide (ou cossenoide) que deve estar entre +5 pequena, o período de oscilação é dado por:
e –5 m, que é a amplitude do movimento. No instante
t = 0, a abscissa da partícula é +5 m, ou seja, ela
está em um dos extremos da trajetória. Portanto, sua
T = 2p ​ __ d
​  gL  ​  ​ 
XX

abscissa deve diminuir em seguida, pois a partícula se


dirige para a posição de equilíbrio. Como o período é Em que g é o módulo da aceleração da gravidade.
de 4 s, em 2 s a partícula deve estar no outro extre-
mo da trajetória (x = –5 m). Depois 4 s, equivalente
a uma oscilação completa, a posição deve ser nova- Aplicação do conteúdo
mente igual à inicial, x = +5 m.
1. Um pêndulo simples, de comprimento L = 2,5 m, oscila
com pequena amplitude num local em que g = 10 m/s2.
Calcule:
a) o período do movimento;
b) a frequência do movimento.
Resolução:
d
XXX
2,5
d
XX
a) T = 2p ​ __ ​  gL  ​ ​ = 2p ​ ___ ​   ​ ​  = 2p d​ XXXX =p⇒T=p
0,25 ​ 
b) Nesse caso, no instante inicial (t = 0), a abscissa 10
s ≅ 3,1 s
da partícula é nula (x = 0). Como nesse instante a
​ 1 ​  =  ​__
b) f = __ ​  1 ​​ ≅ ___ ​  1   ​ ≅ 0,32 ⇒ f = 0,32 Hz
velocidade é negativa, o movimento da partícula tem T π 3,1

64
4. Ressonância O pêndulo simples ideal consiste em uma massa m pe-
quena (para que o atrito com o ar possa ser desprezado)
Nos dois sistemas tratados anteriormente, massa-mola e presa a um fio de massa desprezível e comprimento L
como mostra a figura anterior. Para oscilações pequenas,
pêndulo simples, as oscilações têm uma frequência determi-
o período T e a frequência angular
____ v são relacionados
nada. Contudo, sistemas mais complexos, como um edifício de forma que T = 2π/v = √  , em que g é a acele-
​ (L/g) ​
ou uma ponte, também oscilam, e essas vibrações ocorrem ração da gravidade. Com o intuito de determinar o va-
em frequências denominadas frequências próprias. lor da aceleração da gravidade em sua casa, um aluno
montou um pêndulo simples e mediu o período de os-
Caso uma força externa periódica seja aplicada com frequência cilação para diferentes comprimentos do fio. Ele usou
igual à frequência própria do sistema, a amplitude do mo- uma régua graduada em centímetros e um sensor de
vimento não se manterá constante e aumentará cada vez movimento para determinar a posição horizontal x do
mais. Esse efeito é denominado ressonância entre o sis- pêndulo em função do tempo.
tema e a força externa. Um exemplo simples dessa situação a) O gráfico a seguir mostra a posição horizontal do
está ilustrado na foto anterior. A mulher exerce uma força pêndulo para dois experimentos, com comprimentos
periódica sobre o balanço com a mesma frequência de osci- de fios diferentes, em função do tempo. Com base
lação do balaço. Assim, por causa da ressonância, a amplitu- nesses resultados, calcule a razão entre os compri-
mentos dos fios para os dois experimentos.
de de oscilação do balanço será cada vez maior.

Aplicação do conteúdo
1. (UPF) Um pêndulo simples, de comprimento de 100
cm, executa uma oscilação completa em 6 s num deter-
minado local. Para que esse mesmo pêndulo, no mesmo
local, execute uma oscilação completa em 3 s, seu com-
primento deverá ser alterado para:
b) O aluno realizou novas medidas e montou o grá-
a) 200 cm. d) 50 cm.
fico do período do pêndulo ao quadrado em função
b) 150 cm. e) 25 cm.
do comprimento do fio. Com base nesses resultados,
c) 75 cm. calcule o valor da gravidade encontrado pelo aluno.
Resolução:
Para o pêndulo simples, a expressão que relaciona seu perí-
odo de oscilação T com o seu comprimento L é:
___
T = 2π √
​ L/g ​ 
Usando os dados fornecidos e fazendo a razão entre as
expressões, tem-se:
___ __ __

__T 2π √
​ L1
/g ​  T √
​ L1
 ​
  __ T √

2 1
L  ​ 
​  1 ​ =________
​  ____  ​   ⇒ __
​  1 ​ = ___ ​ L2 ​ =​ _____
​  __ ​  ⇒ √  ​   ⇒
T2 2π √ ​ L2/g  ​  T2 ​√L2 ​  T1
T 2L (3 s)2 ∙ 100 cm
L2 = ____
​  2 2 ​1  ⇒ L2 =___________
​   ​    
[ L2 = 25 cm
T1 (6s)2
Resolução:
Alternativa E a) Do gráfico: T1 = 0,4 s e T2 = 0,2 s
___ T1 2π ________ T1 ___
2. T = 2π √ ​ L/g ​ ⇒ __ ​   ​ = ___
​   ​ √  ​ ⇒ __
​ L1/g ∙ g/L2  ​    ​= √
​ L1/L ​2 
T2 2π T2

{  } T1 2 L1
⇒ ​ __ ​   ​   ​ = __
​   ​ 
T2 L2

{  }
L 0,4 2 L1
​ __  ​=
  ​ ___
​   ​  ​ ⇒ __
1
​   ​ = 4
L2 0,2 L2
b) Dado: π ___
= 3,14
​  gL  ​
​ L/g ​ ⇒ T2 = 4π2 __
T = 2π = √
Do gráfico: L = 1m ⇒ T2 = 4 s2
Substituindo esses valores na expressão:
​ 4π
2
4 = ___   ⇒ g = π2 = 3,142 ⇒ g = 9,86 m/s2
g ​1

65
3. (Epcar (Afa)) A figura a seguir apresenta os gráficos da
posição (x) em função do tempo (t) para dois sistemas
A e B de mesma massa m que oscilam em MHS de igual
amplitude.

Com isso, tem-se que |vB| > |vA| e, logicamente, ECB > ECA.
Da observação do gráfico, tem-se que as relações entre os
Sendo ECA e ECB as energias cinéticas dos sistemas A e B, períodos dos dois osciladores é:
respectivamente, no tempo t1; EPA e EPB as energias po-
tenciais dos sistemas A e B, respectivamente, no tempo TA = 2 TB
t2 é correto afirmar que:
Sabendo que a expressão do período de um oscilador em
a) ECA = ECB.
MHS é:
b) EPA > EPB. ___
c) ECA > ECB. T = 2π √
​ m/k ​ 
____ _____
d) EPB > EPA. 2π √
​ m/kA ​ = 2 ∙ 2π √   4 kA ⇒ kB > kA
​ m/kB  ​=
Resolução: Para um instante de mesma elongação da mola x, a ener-
Analisando o gráfico, em um ponto de cada curva em que gia potencial elástica depende da constante da mola k,
a elongação da mola é igual para os dois osciladores, nota- sendo assim, EPB > EPA.
-se que a maior inclinação corresponde à maior velocidade Alternativa D
em módulo.

66
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As funções trigonométricas são denominadas funções circulares. Para compreendê-las, é necessário relacioná-las
com as demais voltas no ciclo trigonométrico. No círculo trigonométrico, cada número real é associado a um ponto
da circunferência.

Círculo trigonométrico dos ângulos expressos em graus e radianos

As funções trigonométricas são funções que possuem um comportamento periódico.


Uma função f: A → B é periódica se existir um número real positivo p tal que:
f(x) = f(x + p), ; x 7 A
Em que o menor valor positivo de p é chamado de período de f.
A função seno é expressada por f(x) = sen x; é uma função periódica e seu período é 2π.
No primeiro e no quarto quadrante, a função f é crescente. Já no segundo e no terceiro quadrante, a função f é de-
crescente. O gráfico da função seno f(x) = sen x é uma curva denominada senoide.
y
M 1
y’
sen(x)

x 2
A π π
0 x’ x 2π x
2
-1

A função cosseno é uma função periódica e seu período é 2π, expressada por f(x) = cos x.
No primeiro e no segundo quadrante, a função f é decrescente. Já no terceiro e no quarto quadrante, a função f é
crescente. O gráfico da função cosseno f(x) = cos x é uma curva denominada cossenoide.
y
M 1

x
A π
0 con(x)
cos(x) 0 x π 3π 2π x
2 2
-1

67
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 1
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a
seus usos em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do dia a dia os varia-
dos fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

MODELO 1
(Enem) A corrida dos 100 m rasos é uma das principais provas do atletismo e qualifica o homem mais rápido
do mundo. Um corredor de elite foi capaz de percorrer essa distância em 10 s, com 41 passadas. Ele iniciou a
corrida com o pé direito.
O período de oscilação do pé direito desse corredor foi mais próximo de:
a) 1/10 s.
b) 1/4 s.
c) 1/2 s.
d) 2 s.
e) 4 s.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa questão exige que o aluno tenha assimilado muito bem os conceitos de período e de frequência de
oscilação em um movimento oscilatório.
O tempo decorrido por passo é de aproximadamente:
10
T = ___ 10
​   ​  ≈  ___   T ≈ __1​  ​  s
​   ​  ⇒
41 40 4
Como foi perguntado o período de oscilação apenas do pé direito, pode-se obter esse resultado multipli-
cando o valor de T por 2, uma vez que cada pé toca o solo num tempo que equivale ao dobro do período
de cada passo. Assim:
Td = 2T = 2 ⋅ __1​   ​  
4
1
__
Td = ​  ​  s
2
RESPOSTA Alternativa C

68
DIAGRAMA DE IDEIAS

MOVIMENTO OSCILATÓRIO
MHS
E PERIÓDICO

SISTEMA
A: AMPLITUDE DO MHS
MASSA-MOLA

SISTEMA
EM = EP + EC
CONSERVATIVO
K ⋅ A2
Ep =
2
GRÁFICO MHS m ⋅ vMÁX
2
Ec =
2

FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS


m
PERÍODO = 2π ⋅
T
√ —
K

PÊNDULO SIMPLES


PERÍODO
L
= 2π ⋅ —
T
g √

69
AULAS 37 e 38 1. Pulsos e ondas
O desenvolvimento dos modelos físicos que descrevem a
natureza e as propriedades dos fenômenos ondulatórios
foi possíveis graças ao estudo das ondas. Uma onda rea-
liza o transporte de energia na direção de sua pro-
pagação, mas sem transportar matéria.
INTRODUÇÃO À Considere, como na figura a seguir, duas pessoas seguran-

ONDULATÓRIA do uma corda, cada uma em uma das extremidades. Se


uma das pessoas fizer um movimento brusco para cima e
depois para baixo, uma perturbação será causada na cor-
da. Essa perturbação, uma sinuosidade, vai se deslocar ao
longo da corda até a outra extremidade e, depois, retornará
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 (por conta da reflexão). Essa perturbação que se propaga
pela corda é o transporte de energia fornecida pela pessoa
ao movimentar bruscamente a corda.
HABILIDADES: 1, 6, 17 e 22

Nesse exemplo, a perturbação é denominada pulso. Uma composição de pulsos é chamada de onda. O braço da pessoa,
ao movimentar a corda, é a fonte da perturbação; e a corda é o meio de propagação dessa onda.
Como observado, na propagação do pulso e da onda pela corda, nenhum pedaço da corda foi transportado na direção de
propagação do pulso ou da onda.
As gotas de água, ao caírem e atingirem a superfície calma de um líquido, dão origem a um movimento que se propaga pela
superfície do líquido na forma de circunferências concêntricas, afastando-se do ponto de impacto da gota.

Perturbação provocada pela queda de uma gota de água.

Caso um pedaço de cortiça (material flutuante) fosse colocado próximo ao local de impacto da gota na superfície, seria pos-
sível verificar que a onda, ao atingir a cortiça, faria com que ela oscilasse verticalmente, subindo e descendo, e lateralmente,
em um movimento de pequena amplitude, mas sem ser carregada pela onda.

70
Esse exemplo mostra a característica das ondas de não
transportarem matéria. A cortiça recebe energia da onda
e, por isso, se movimenta para cima e para baixo, mas não
é arrastada pela superfície da água na direção de propa-
gação da onda.
Existem diferentes tipos de ondas, que se distinguem por
sua natureza, pela direção de propagação, por sua forma e
pela direção da vibração.
É importante observar que, devido à necessidade de um
meio material para se propagarem, as ondas mecânicas
não se propagam no vácuo.

2.2. Quanto à direção de propagação


§ Unidimensionais são as ondas que se propagam
em apenas uma direção. As ondas em cordas são um
exemplo de propagação unidimensional.

A cortiça oscila vertical e lateralmente, mas não é arrastada pela onda.

2. Classificação das ondas


A classificação das ondas é realizada de acordo com sua
natureza, direção de propagação e direção de vi-
bração.

2.1. Quanto à natureza § Bidimensionais são as ondas que se propagam num


plano. As ondas na superfície da água em um lago, por
§ Ondas mecânicas são aquelas que se propagam em exemplo, têm propagação bidimensional.
um meio material, como as ondas em cordas, as ondas
sonoras (som) e as ondas na água.

§ Tridimensionais são as ondas que se propagam em


todas as direções, como as ondas sonoras no ar atmos-
férico.

§ Ondas eletromagnéticas são geradas por cargas


elétricas oscilantes e não necessitam de um meio ma-
terial para se propagar (podem se propagar no vácuo,
ou seja, um meio onde não existe matéria). Por exem-
plo: ondas de rádio, de televisão, de luz, de radar, raio
X, raio laser, etc.

71
2.3. Quanto à direção de vibração
§ Transversais são as ondas em que a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. As ondas em cordas
são transversais.

§ Longitudinais são as ondas cujas vibrações coincidem com a direção de propagação. As ondas sonoras, por exemplo,
são ondas longitudinais.
A figura a seguir ilustra a relação entre a direção de vibração e a direção de propagação para as ondas transversais e lon-
gitudinais.

direção de propagação -
direção de v
propagação
v
direção de
vibração
direção de
v vibração

Ondas transversais. Ondas longitudinais

A velocidade de propagação da onda na corda depende da


intensidade da força de tração na corda e da sua densida-
de linear. É possível demonstrar que a velocidade de pro-
pagação de uma onda transversal numa corda é dada por:

XX
v = ​ __d
T  ​ ​ 
​ m
multimídia: vídeo
Em que:
Fonte: Youtube
§ v é velocidade de propagação de onda através da corda.
Ondas longitudinais e transversais
§ T é força que traciona a corda.
​ m ​ é densidade linear da corda (em kg/m).
§ m = __
3. Velocidade de º

propagação de uma onda 4. Ondas periódicas


Nos meios homogêneos, as ondas mecânicas se propagam O caso mais simples de propagação de onda é a propagação
com velocidade constante. Apesar de não necessitarem
de uma onda unidimensional de velocidade constante. Nes-
de um meio para se propagar, as ondas eletromagnéticas
sa situação, por se tratar de um movimento periódico, a onda
também são capazes de se propagar em meios materiais.
pode ser descrita empregando-se conceitos que já foram es-
Assim como ocorre com as ondas mecânicas, se a propaga-
tudados, como o movimento harmônico simples (MHS).
ção ocorre em meios homogêneos, a velocidade de onda
eletromagnética é constante. A figura a seguir mostra uma pessoa executando periodi-
Considere uma corda de massa m e comprimento º, fixada camente um movimento vertical de sobe e desce na extre-
em uma parede em uma das extremidades e sob a ação de midade livre de uma corda.
uma força de tração T. Suponha que a mão de uma pessoa,
agindo na extremidade livre da corda, realize um movimento crista λ crista
vertical, periódico, de sobe e desce. Uma onda transversal se A
propaga através da corda com velocidade v (figura a seguir). A
λ
v vale vale
T

72
A onda pode ser descrita a partir de suas características. ​ 1 ​ 
∆S = v · ∆t ä † = v · T ä † = v · __
f
A parte mais elevada da onda é denominada crista, e a
Obtém-se, então, a seguinte equação:
cavidade, ou seja, a parte mais baixa entre duas cristas,
denomina-se vale. v = †f
O tempo necessário para que duas cristas consecutivas
passem pelo mesmo ponto da corda é o período (T) da Essa é a equação fundamental da ondulatória e é
onda. A frequência (f) de uma onda é o número de cris- valida para qualquer onda periódica (som, ondas na água,
tas consecutivas ou de vales consecutivos que passam por luz, etc.).
um mesmo ponto da corda a cada unidade de tempo.
Caso não exista dissipação de energia durante a propa-
O período e a frequência se relacionam pela equação: gação da onda, a amplitude do MHS dos pontos da corda
será igual à amplitude do MHS produzido pela fonte.
​ 1 ​ 
f = __
T

O comprimento de onda é a distância entre duas cristas


ou entre dois vales consecutivos, em geral, representado
pela letra grega l (lambda). A amplitude (A) da onda é
a distância máxima alcançada pela vibração. No SI, a uni-
dade de medida para o comprimento de onda e para a multimídia: vídeo
amplitude é o metro (m).
Fonte: Youtube
No caso de o pulso ou a onda se propagar com velocida- Ondas 01 Conceitos Frequência, período
de constante, vale a expressão do movimento uniforme, e velocidade exercícios
∆s = v · ∆t.
Utilizando as características da onda, pode-se reescrever
essa equação:
5. Ondas eletromagnéticas
Uma onda eletromagnética é formada por dois campos
∆S = † ∆t = T
perpendiculares entre si, um elétrico e outro magnético, e
Substituindo: ambos também são perpendiculares à direção de propa-
gação da onda. Uma carga elétrica em movimento pode
gerar uma onda eletromagnética.
No vácuo, a velocidade de propagação da onda eletromag-
nética é de 3 · 108 m/s. Essa velocidade é designada pela
letra c. Luz, ondas de rádio e de TV e raios–X são ondas
eletromagnéticas que diferem por suas frequências. O con-
junto de todas as ondas eletromagnéticas, baseado na fre-
quência e no comprimento de onda, constitui o espectro
eletromagnético.

campo
elétrico
campo
magnético
direção de
programação
propagação
da onda

Os campos elétricos e magnéticos de uma onda eletromagnética são perpendiculares entre si e


também à direção de propagação da onda.

73
O espectro eletromagnético caracteriza as ondas dependendo de suas frequências.
Cada intervalo recebe classificações diferentes, desde as ondas de rádio até os raios gama.

Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir representa uma onda formada por um vibrador de 3.600 rpm.

Determine: § Maior comprimento de onda (f = 550 · 103 Hz)


a) o comprimento de onda (l);
v = †f ä 3 · 108 = 550 · 103 ä † ≈ 545 m
b) a amplitude (A);
c) a velocidade de propagação da onda (v).
Resolução: 6. Reflexão de um pulso
a) Do gráfico, observa-se que a onda se repete a cada Considere uma corda com uma de suas extremidades fi-
2 cm. Portanto, † =2 cm.
xada em uma parede. Caso seja produzido um pulso que
b) Observando os valores no eixo y, o valor máximo é
se propague pela corda, o que ocorrerá quando o pulso
4 mm. Portanto, a amplitude é A = 4 mm.
c) A frequência informada da fonte é de 3.600 rpm.
atingir a parede?
A resposta correta é que o pulso voltará pelo caminho de
​ 3600
f = ___  ​   ä f = 60 Hz
60 onde veio. Esse fenômeno é denominado reflexão do
v = †f = 2 · 60 ä v = 120 cm/s pulso. A reflexão pode ocorrer com a extremidade da cor-
da sendo fixa ou livre.
2. Um rádio receptor opera em duas modalidades: em
AM, cobre o intervalo de 550 a 1550 kHz, e em FM, de Se a extremidade for fixa, ao ser refletido, o pulso
88 a 108 MHz. Quais são, aproximadamente, o menor e sofrerá inversão de fase, mas manterá todas as outras
o maior comprimentos de ondas que podem ser capta-
características. Essa inversão de fase é uma inversão do
dos por esse rádio? A velocidade das ondas eletromag-
néticas é de 3 · 108 m/s. pulso, ou seja, se o pulso que incide sobre a parede
tiver um “formato” para cima, o pulso refletido terá a
Resolução: mesma forma, mas voltado para baixo, como mostra a
A partir da equação v = †, calcula-se o comprimento de figura a seguir.
onda, reescrevendo † = _​ v ​.  Assim, o menor comprimento
f
de onda corresponde à maior frequência, e o maior compri-
mento de onda corresponde à menor frequência.

§ Menor comprimento de onda (f = 108 · 106 Hz)


v = †f ä 3 · 108 = † · 108 · 106 ä l ≈ 2,8 m Reflexão com inversão de fase.

74
A explicação desse fenômeno é simples. Ao atingir a ex- 2. Quando a densidade linear da primeira corda é maior
tremidade fixa na parede, a energia do pulso tende a fa- que a da segunda, ocorre refração e reflexão no momento
zer com que a parede execute o mesmo movimento dos em que o pulso atinge o ponto que une as cordas. Esse
pontos da corda (subir e descer). Entretanto, a parede tem ponto corresponde a uma extremidade livre; assim, o pulso
inércia muito maior do que a corda, o que faz com que a refletido retorna sem inversão de fase.
reação da parede à força aplicada pela corda cause uma
O pulso refratado sempre está na mesma fase que o
força para baixo, produzindo uma reflexão com inversão de
pulso original; no entanto, como parte da energia é car-
polaridade (denominada inversão de fase).
regada no pulso refletido, o pulso refratado tem menor
Se a extremidade for livre, ou seja, se a extremidade amplitude. Quando a força de tração é igual em ambas
puder oscilar de algum modo pela parede, o pulso sofrerá as cordas, e a velocidade é inversamente proporcional
reflexão e voltará sem inversão de fase. Se o “formato” do à densidade linear, o pulso refratado possui maior velo-
pulso incidente for para cima, a forma do pulso refletido cidade. A frequência sempre é a mesma que a do pulso
também o será. Observe a figura a seguir: original.
3. Quando a densidade linear da primeira corda é menor
que a da segunda, ocorre refração e reflexão no momento
em que o pulso atinge o ponto que une as cordas. Esse
ponto, por sua vez, corresponde a uma extremidade fixa, e
Reflexão sem inversão de fase. o pulso refletido retorna com inversão de fase.
O pulso refratado sempre está em concordância de fase,

7. Refração de um pulso mas com menor amplitude. Dado que a segunda corda é
mais densa, a velocidade de propagação do pulso refra-
Foi estudada a propagação de ondas em cordas homogê- tado é menor. A frequência sempre é a mesma que a do
neas com a mesma densidade linear por toda sua exten- pulso original.
são. Mas o que aconteceria com um pulso propagando-se
numa corda não homogênea, ou seja, que não possuísse a 7.1. Equação da onda harmônica
mesma densidade linear em toda a sua extensão?
Como uma onda periódica é um movimento harmônico
Quando um pulso se propaga por uma corda de de- simples, é possível utilizar as equações do MHS para des-
terminada densidade linear e, depois de certa posição, crever o movimento ondulatório.
passa a se propagar por uma corda ligada à primeira,
mas com outra densidade linear, afirma-se que o pulso y(cm)
sofreu uma refração. Devido à refração, ocorre a modi- 6
ficação da velocidade de propagação da onda de um 4
meio para o outro.
2
0
x(cm)
-2
-4
Contudo, ao sofrer refração, a frequência do pulso não se -6
modifica. No exemplo, (f1 = f2). Utilizando as equações an- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
teriores, pode-se relacionar a velocidade e o comprimento A equação da posição no MHS é chamada de equação da
de onda nas duas porções da corda: onda harmônica e fornece a posição da onda.

__ v †1
​  v1 ​ = __
​   ​  y = A ∙ cos (ωt + θ0)

(  ( T ) )
2 2
y = A ∙ cos ​ 2 π ​ _​  t ​ - _​ xx ​  ​θ0  ​
Algumas considerações:
1. Quando a densidade linear das cordas é a mesma, não Para cada ponto da corda, a abscissa x é fixa, e a ordenada
ocorre reflexão, e a onda transmitida mantém todas as y varia em função do tempo, de acordo com essa função,
suas características: frequência, amplitude, velocidade e em que A é amplitude, T é o período de oscilação e λ é o
comprimento de onda. comprimento de onda.

75
Aplicação do conteúdo
1. (Fatec) Com a descoberta de que um corpo aquecido
podia emitir calor em forma de radiação térmica, Max
Planck realizou pesquisas nessa área, sendo que seu
trabalho é considerado o marco do surgimento da física
quântica. Radiação é uma energia, sob forma de onda,
multimídia: vídeo emitida pelos corpos devido à sua temperatura. É dessa
Fonte: Youtube
forma que o calor e a luz do Sol chegam à Terra.
Alguns tipos de radiação atravessam nosso corpo, compri-
Ondulatória - Os tipos de onda e mento de onda por volta de 10-10 m. Outros não conseguem
os elementos de uma onda e são retidos na superfície, comprimento de onda por volta
de 10-8m, tornando-se nocivos à nossa saúde. A figura a
seguir mostra uma escala de frequência e as radiações.

A faixa de frequência que é nociva à nossa saúde cor- Resolução:


responde, no gráfico, à:
Observe no gráfico que λ = 4,0:
a) raios gama;
b) micro-ondas;
c) ondas de rádio;
d) raios ultravioleta;
e) raios infravermelhos.
Resolução:
Se os raios nocivos são os de comprimento de onda de 10-
8
m, eles são os raios ultravioleta.
Alternativa D Dessa forma, segue que:

2. (UFLA) Uma onda transversal de frequência 1 Hz se v = 4m · 1/s = 4 m/s


desloca em uma corda, conforme diagrama a seguir. É
Alternativa A
CORRETO afirmar que sua velocidade de deslocamento é:
3. (UFRJ) O gráfico a seguir registra um trecho de uma
corda esticada, onde foi gerada uma onda progressiva,
por um menino que vibra sua extremidade com um pe-
ríodo de 0,40 s.

a) 4 m/s.
b) 0,5 m/s.
c) 5 m/s.
d) π m/s.

76
A partir do gráfico, obtenha as seguintes informações:
a) amplitude e comprimento de onda;
b) frequência e velocidade de propagação.
Justifique sua resposta.
Resolução:
a) A amplitude corresponde a uma medida vertical
= 7,5 cm. multimídia: site
O comprimento de onda vale 4 medidas horizontais
= 28 cm.
b) Frequência = __ ​ 1 ​ = ___
​  1   ​ = 2,5 Hz. www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/
T 0,4
classificacao.php
​ λ ​ = ​ ___
Velocidade = __ 28  ​ = 70 cm/s ou 0,7 m/s.
T 0,4 brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas.htm
www.infoescola.com/fisica/ondulatoria-ondas/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ondas-2.htm
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ondulatoria.htm

77
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreve-
rem e explicarem fenômenos físicos.

MODELO 1
(Enem) A radiação ultravioleta (UV) é dividida, de acordo com três faixas de frequência, em UV-A, UV-B e UV-C,
conforme a figura.

Para selecionar um filtro solar que apresente absorção máxima na faixa UV-B, uma pessoa analisou os espec-
tros de absorção da radiação UV de cinco filtros solares:

Considere: velocidade da luz = 3,0 × 108 m/s e 1 nm = 1,0 × 10–9 m/s


O filtro solar que a pessoa deve selecionar é o:
a) V. b) IV. c) III. d) II. e) I.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Questão muito bem elaborada pela banca. Cabe ao aluno saber aplicar a equação fundamental da onda para cal-
cular os comprimentos de onda e interpretar o resultado ao retornar ao gráfico, escolhendo a alternativa correta.
Usando a equação fundamental da ondulatória, calculam-se os comprimentos de ondas mínimo e máximo para a
faixa UV-B.

Assim: (291 < UV-B < 321) nm


Nessa faixa, a curva de maior absorção corresponde ao filtro IV.

RESPOSTA Alternativa B

78
DIAGRAMA DE IDEIAS

PERTURBAÇÕES QUE
ONDAS
SE PROPAGAM

MECÂNICA

NATUREZA

ELETROMAGNÉTICA

UNIDIMENSIONAL

DIREÇÃO DE
BIDIMENSIONAL
PROPAGAÇÃO

TRIDIMENSIONAL

TRANSVERSAL
DIREÇÃO DE
VIBRAÇÃO
LONGITUDINAL

DEPENDE DO MEIO
VELOCIDADE
DE PROPAGAÇÃO

FREQUÊNCIA DEPENDE DA FONTE

ONDAS EQUAÇÃO DA ONDA


PERIÓDICAS HARMÔNICA

79
Se uma pessoa bate periodicamente com uma régua na
AULAS 39 e 40 superfície de uma piscina calma, é possível produzir frentes
de ondas lineares. Desse modo, criam-se ondas retas, cujas
frentes de ondas serão segmentos de reta.

FENÔMENOS
ONDULATÓRIOS

COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6

HABILIDADES: 1, 6, 17 e 22

multimídia: vídeo
1. Frente de onda Fonte: Youtube
Cuba de Ondas
Uma perturbação em um meio material se propaga para
outros pontos desse meio. Um exemplo bastante simples
é a perturbação gerada na superfície de um lago pelo lan-
çamento de uma pedra. Nesse caso, a propagação tem
origem no ponto de impacto da pedra no lago. À medida
2. Princípio de Huygens
que essas ondas se propagam, elas se afastam da fonte O holandês Christian Huygens (1629-1695) propôs uma
de modo concêntrico. Por convenção, pode-se considerar teoria ondulatória para explicar os fenômenos luminosos
a crista de uma dessas ondas circulares como uma frente nos primórdios do estudo moderno da Óptica. Um resulta-
de onda que se desloca radialmente. Assim, o conjunto dos do do seu modelo é que a luz tem a velocidade reduzida
em meios mais densos.
pontos localizados na crista dessa onda é considerado uma
frente de onda. Huygens formulou um princípio para descrever a propaga-
ção das ondas. Esse princípio estabelece que cada ponto
da frente de onda, em certo instante, age como uma fonte
pertubadora e gera novas ondas, transferindo a energia
aos pontos vizinhos.
O princípio de Huygens pode ser enunciado da seguinte
maneira:

Cada ponto de uma frente de onda, em determinado


Ondas circulares geradas por uma pedra lançada na água. instante, é fonte de ondas secundárias que têm carac-
terísticas iguais às da onda inicial.
A velocidade de movimento da crista, ou da frente de onda,
é a velocidade de propagação da onda. Se a trajetória for
acompanhada de certo ponto dessa frente de onda, será Esse princípio tem as seguintes consequências:
possível observar que ela descreverá uma reta radial. Essa
reta é justamente a trajetória que auxilia na definição de § A frente de onda posterior A’B’ é resultante das ondas
raio de onda, como os raios de luz estudados em Óptica. secundárias criadas pelas fontes, também secundárias,
A direção de propagação da onda é dada pelos raios de 1, 2, 3, 4 e 5.
onda e também são perpendiculares às frentes de onda § O comprimento de onda † é a distância entre duas
em cada ponto. frentes de ondas consecutivas.

80
§ A direção de propagação da onda, representada pelo raio de onda, é sempre perpendicular à frente de onda.

3. Reflexão de ondas
Um modo de perceber a reflexão de ondas é observar as ondas produzidas pelos banhistas em uma piscina. Ao atingir a
borda da piscina, as ondas continuam se propagando em outro sentido, ou seja, são refletidas, mas mantêm suas caracterís-
ticas. Assim, quando ondas provenientes de uma fonte encontram um obstáculo plano que não absorve sua energia, ocorre
uma mudança de sentido de propagação denominada reflexão, mantendo-se constante sua velocidade. A reflexão ocorre,
por exemplo, quando a luz atinge um espelho plano.

A figura a seguir representa a reflexão de ondas retas por um obstáculo plano.

Representação da reflexão de ondas, com os segmentos da reta paralelos às frentes de onda.

AI: raio de onda incidente


IB: raio de onda refletido
NI: reta normal ao ponto de incidência
i: ângulo de incidência
r: ângulo de reflexão
†: comprimento de onda
A reflexão de ondas obedece a duas leis:
1. O raio incidente, o raio refletido e a normal são coplanares.
2. Os ângulos de incidência e reflexão são iguais (i = r).

81
A partir dessas leis, pode-se determinar as duas proprieda- O raio da onda incidente (AI), que se propaga no meio 1
des da reflexão: com velocidade v1, depois de incidir na superfície S e sofrer
refração, passa a se propagar no meio 2 com velocidade v2.
1. A frequência, a velocidade e o comprimento de onda
não variam na reflexão. Leis da refração:
2. Na reflexão, a fase pode ou não variar. 1. Os raios de onda incidente e refratados e a normal são
coplanares.
2. Lei de Snell-Descartes:
n1 · sen i = n2 · sen r
Essa relação é uma constatação experimental de que o
seno do ângulo da onda incidente e o seno do ângulo da
onda refratada possuem uma relação direta com as velo-
multimídia: vídeo cidades nos meios (1) e (2). A constante n é o índice de
Fonte: Youtube refração do meio.
Ondulatória - Fenômenos
ondulatórios: A Reflexão

4. Refração de ondas
Em um meio homogêneo, um onda sempre tem a mesma
velocidade, a mesma frequência e o mesmo comprimento multimídia: vídeo
de onda. Quando a onda atinge uma região em que as
Fonte: Youtube
características do meio são diferentes, a velocidade de pro-
pagação da onda se altera. Tema 13 - Fenômenos Associados à
Propagação Ondulatória | Experimentos -
Como indicado na figura a seguir, considere que uma onda Cuba de ondas: refração
esteja se propagando no meio 1 e incidindo na superfície S
que separa os meios 1 e 2.
As leis da refração permitem também definir duas proprie-
dades características:

§ A frequência e a fase não variam (na refração).

§ A velocidade de propagação e o comprimento de onda


variam na mesma proporção.
Para as ondas luminosas, o índice de refração n é defi-
nido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo c e
a velocidade da luz v no meio em questão:

n = _​ vc  ​

Para uma refração que ocorre em meios de índices de refra-


ção n1 e n2, e de acordo com a relação de Snell-Descartes:
Representação da refração de ondas, com os segmentos de
reta paralelos indicando as frentes de onda (†† > †1).
sen i 
____ __n2 __ †1 __ v1
AI: raio de onda incidente ​ sen r ​ = ​ n1  ​ = ​ †  ​ = ​ v2  ​
2
IB: raio de onda refratado
NI: normal Analisando essas equações, encontram-se as seguintes
i: ângulo de incidência relações:
r: ângulo de refração
Se n2 > n1 é †2 < †1 é v2 < v1 é r < i
†1: comprimento de onda no meio (1)
†2: comprimento de onda no meio (2) Se n2 < n1 é †2 > †1 é v2 > v1 é r > i

82
Para visualizar esse fenômeno, considere as ondas produ-
Aplicação do conteúdo zidas na água:
1. A figura a seguir mostra uma onda luminosa repre-
sentada pelo raio de onda e que se propaga do meio 1
para o meio 2. Sabe-se que a velocidade de propaga-
ção da onda no meio 1 é v = 2,50 · 108 m/s, a frequên-
d
​ XX
3 ​ 
cia f1 = 5 · 1014 Hz, sen £2= ​ 1
__  ​e sen £ = ​ ___
 ​ . Determine o
2 1
2
comprimento de onda no meio 2.

Difração de ondas ao contornar o barco.

Difração de ondas ao atravessar uma fenda estreita.

§ Considere uma fonte F emitindo, em um tanque de


água, ondas retas que atingem um obstáculo. Ao che-
Resolução:
garem ao obstáculo, as ondas o contornam, sofrendo
Aplicando a Lei de Snell-Descartes um desvio de propagação.
sen £1 · n1 = sen £2 · n2
§ Considere a fonte F, por exemplo, uma régua percu-
sen £1 · __c __c tindo levemente a superfície da água, emitindo on-
v​    ​ = sen £2 · v​    ​ 
1 2 das retas que atingem a fenda (abertura) entre dois
sen £1 _____
_____ sen £2 obstáculos. Se a largura da fenda for menor ou igual
​   ​  
= ​   ​  ao comprimento da onda incidente, ela contornará
†1 · f1 †2 · f2
o obstáculo. Caso contrário, o contorno será pouco
Como na refração a frequência não se altera: perceptível.
f1 = f2 e †1 = __ ​ v  ​
f1
Assim:
dXX
sen £ sen £ ​ ​ 3 ​ ​   
___ ​  1 ​ 
__
_____
​  1 _____2
 ​  
= ​  _______
é ​ 
 ​   2   ​ = 2
__
 ​    ​  é †2 = 2,88 · 10-7 m
†1 · f1 †2 · f2 _______ 2,5 · 108 †2
​   ​ 

5 · 1014

5. Difração
Como foi visto, as ondas se propagam sempre em li-
nha reta nos meios homogêneos. Em determinadas
circunstâncias, as ondas contornam bordas de aber-
turas e obstáculos. Esse encurvamento das ondas é
denominado difração. Para que a difração ocorra, é
preciso que as bordas de obstáculos e de aberturas
(fendas) tenham dimensão da ordem de grandeza do
comprimento de ondas.
Quando duas pessoas conversam separadas por um muro
alto, cada uma delas pode ouvir a outra falando do outro
lado, mesmo sem contato visual; isso ocorre por causa da
difração das ondas na borda do muro. Nesse caso, o som
parece estar sendo emitido de cima do muro, e não do
local em que a pessoa se encontra.

83
utilizadas para polarizar as luzes emitidas pelo Sol e pelas
lâmpadas, que não são polarizadas.
Uma onda não polarizada, ao atravessar um meio em que
as partículas possam vibrar somente numa direção, sofre
uma espécie de filtragem, que faz com que apenas as on-
das que vibrem nessa direção privilegiada atravessem esse
meio. Como resultado desse processo, a onda incidente,
inicialmente não polarizada, passa a ser uma onda pola-
rizada.

y
y
z
z
6. Polarização
Qual é a função de uma lente polaroide? A seguir, será
estudada a polarização das ondas transversais. Em segui-
x
da, será analisado o papel das polaroides. Polarização vertical Polarização horizontal

Considere novamente o caso simples de uma onda em uma


corda gerada pela oscilação dos braços de uma pessoa. Se y
y
o movimento realizado pela pessoa for um movimento vi-
z
bratóriozem apenas uma direção, perpendicular ao eixo da
corda, movendo-a verticalmente para cima e para baixo,
por exemplo, as partículas da corda vibrarão perpendicu-
larmente à direção de propagação da onda. Essa onda é
denominada onda polarizada. Assim, polarizar uma onda x x
Polarização Polarização horizontal
significa que a vibraçãovertical
estará orientada em uma única di-
reção ou plano.
Ao se colocar dois polaroides alinhados, de tal modo que
um permita a vibração na direção vertical, e o outro, na di-
reção horizontal, não ocorre a passagem da luz. O conjun-
to dos dois polaroides se comporta como um meio opaco.

direção direção
de vibração de vibração

direção direção
de vibração de vibração

Uma situação diferente ocorre quando as ondas são pro-


duzidas pela vibração da corda em direções diferentes: na
vertical, em seguida na diagonal, depois na horizontal, de-
pois em outra diagonal, e assim por diante. Nesse caso,
a onda produzida não é polarizada, pois não possui uma
direção de vibração definida.
A polarização das ondas é realizada por dispositivos deno-
minados polarizadores. As lentes polaroides de óculos ou A orientação dos polarizadores parcialmente sobrepostos
de máquinas fotográficas são dispositivos polarizadores, determina a intensidade da luz que os atravessa.

84
7. Princípio da superposição
Observe a figura mostrando dois pulsos se propagando em sentidos opostos. Ao se encontrarem, os pulsos se unem e,
durante o intervalo de tempo em que os pulsos se cruzam, a forma do pulso na corda é determinada pelo príncipio de
superposição.
“A perturbação resultante é a soma das perturbações individuais de cada onda.”
Depois de ocorrer o cruzamento, os pulsos voltam à sua configuração inicial. Essa característica é denominada indepen-
dência das ondas.

pulsos de onda não sofrem a superposição

pulsos de ondas superpostos

pulsos de ondas após superposição

Observe na figura anterior que as ondas 1 e 2, ao se deslocarem, acabam de se superpor, e o resultado é que apenas um
pulso de amplitude equivalente à soma algébrica das amplitudes individuais das ondas 1 e 2 existe. Depois da superposição,
ambas as ondas continuam o seu movimento, como se nada tivesse acontecido.
A superposição também ocorre se os deslocamentos verticais forem invertidos, conforme a figura a seguir:

a₁
P

a a = a₁ - a₂

a₂
a₁

Durante a superposição, a amplitude equivalente será a subtração algébrica das amplitudes individuais das duas ondas.

8. Interferência de ondas bidimensionais


Quando duas fontes geram perturbações simultâneas de mesma frequência, por exemplo, na superfície de um líquido inicial-
mente em repouso, provocam ondulações que se propagam e se encontram em muitos pontos.
Nas regiões em que ocorrem o encontro dos picos das ondas, ocorre interferência construtiva e a amplitude da onda re-
sultante nessas regiões aumenta. Quando uma crista se sobrepõe a uma depressão de outra ondulação em um ponto de
encontro das ondas, a interferência é destrutiva e a amplitude é mínima, podendo inclusive ser nula.

85
Interferência de ondas na superfície de um líquido.

Esses dois tipos de interferência, que podem ocorrer no encontro das ondas, estão representados no diagrama da figura a
seguir. As duas fontes, F1 e F2, oscilando em fase e simultaneamente, produzem ondas na superfície em repouso da água,
com amplitude e frequência iguais, e pulsos circulares que se propagam pela superfície.
As cristas das ondas são representadas pelas circunferências de linhas cheias, e as linhas tracejadas representam os vales.
Quando ocorre a superposição de duas cristas ou de dois vales, tem-se a interferência construtiva. A superposição de uma
crista com um vale origina uma interferência destrutiva.
Os pontos escuros (pintados) representam regiões em que as ondas se reforçam positivamente (encontro de duas cristas) e
negativamente (encontro de dois vales). Nos pontos vazados, quando uma crista e um vale se encontram, a vibração resul-
tante é nula.
linhas de
linhas de interferência
interferência construtiva
destrutiva
N₃ N₂ N₁ N₁ V₁
V N₃
V₂
V₂
N₃
N₃

crista

vale

F₁ F₂

Quando os pontos de interferência construtiva são unidos No caso em que os fatores estejam em concordância de
ao longo de uma linha, encontram-se as linhas ventrais (V, fase, tem-se:
V1, V2, ...). As linhas nodais são as linhas formadas pelos
§ Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor ab-
pontos de interferência destrutiva (N1, N2, N3 ...).
soluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as
Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor absolu- fontes emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro
to da diferença das distâncias entre esse ponto e as fontes par de meio comprimento de onda, sendo tais pontos
emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro par de meio de interferência construtiva.
comprimento de onda.
∆d = n ​ __
2 (  )
​ † ​    ​    (n = 0, 2, 4, 6, ...)

§ Para qualquer ponto N, o valor absoluto das distâncias


entre as fontes emissoras F1 e F2 é um múltiplo ímpar
de meio comprimento de onda, sendo tais pontos de
interferência destrutiva.

∆d = n ​ __
2 (  )
​ † ​    ​    (n = 1, 3, 5, 7, ...)
∆d = |d2 – d1|

86
Nota:
No caso em que os fatores estejam em oposição de fase,
tem-se:

§ Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor ab-


soluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as
fontes emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro
par de meio comprimento de onda, sendo tais pontos
de interferência destrutiva.
Δd = n ​__(  )
​  λ ​  ​ (n = 0, 2, 4, 6, ...)
2
Para qualquer ponto N, o valor absoluto das distâncias en- A experiência de Young permite determinar o comprimento
tre as fontes emissoras F1 e F2 é um múltiplo ímpar de meio de onda da luz utilizada. Observe a figura a seguir:
comprimento de onda, sendo tais pontos de interferência
construtiva. P

Δd = n ​__ (  )
​ λ ​  ​(n = 1, 3, 5, 7, ...)
2 S1
Y

9. Experiência de Young SO d C
θ θ
O
A experiência da dupla fenda consiste em deixar que a luz D

visível sofra difração em duas fendas. Os padrões de inter- S2
ferência mostram regiões claras e escuras que correspon-
L
dem aos locais em que as ondas luminosas interferiram
entre si, construtiva e destrutivamente.
Seja d a distância entre as fendas S1 e S2, L a distância entre
as fendas e o anteparo e y a distância entre o ponto P e a
franja central em O.
Ocorrerá interferência construtiva e serão vistas franjas cla-
ras quando D = nλ/2, com n sendo par; e interferência
destrutiva e serão vistas franjas escuras quando D = iλ/2 ,
com i sendo ímpar.
Matematicamente, é possível se provar que:
A luz penetra pelo obstáculo A, que só possui uma fenda
S0, produzindo uma nova onda circular que, por sua vez, d.y
chega ao obstáculo B, que possui duas fendas S1 e S2, so- D = ____
​   ​   
L
frendo uma outra difração e produzindo duas novas ondas,
que irão se sobrepor, produzindo interferência construtiva
e destrutiva.
As ondas que partiram das fendas S1 e S2 e atingiram o
10. Interferência em
anteparo C descrevem trajetórias que: lâminas delgadas
§ são iguais ou diferem por um número par de meios Em lâminas delgadas, é possível observar figuras de in-
comprimentos de ondas, determinam franjas claras, terferência luminosa devido à superposição de ondas que
ou seja, ocorrendo interferência construtiva; atravessam as lâminas e ondas que foram refletidas nas

( 
faces da lâmina.
​ 2λ ​,  ___
​ 0, ___
2 2 2
​ 4λ ​,  ____
​ 6λ ​,... 
   ​ ) A figura a seguir mostra uma lâmina de espessura d co-
§ são iguais ou diferem por um número ímpar de meios locada no ar, onde se incide uma luz monocromática de
comprimentos de ondas e determinam franjas escu- comprimento de onda λ. No ponto P, dois raios luminosos
ras, ou seja, ocorrendo interferência destrutiva. se sobrepõem, o raio 1, que penetrou na lâmina e sofre

( 
​ 1λ ​,  ___
​___
2, 2 2
​ 3λ ​,  ___ )
​ 5λ ​,... 
   ​
reflexão na segunda face dela, e o raio 2, que sofre reflexão
na primeira face.

87
1
Ar Vidro Ar
2

P
Observador
2 multimídia: vídeo
1 Fonte: Youtube
d
A acústica do Anfiteatro da
Quebrada das Conchas
O raio 2 sofreu reflexão na primeira face da lâmina; como
passava do meio menos refringente para o meio mais refrin-
gente, houve inversão de face. Considerando que os raios
sejam quase perpendiculares, a diferença de caminhos Δ é 11. Ressonância
igual ao dobro da espessura da lâmina. Assim, tem-se: O conceito de ressonância pode ser compreendido a partir
de um exemplo: se uma criança, sentada num balanço, es-
λ   ​,  sendo n = 0, 2, 4, 6,...
D = 2d = n​ __ tender as pernas quando o balanço se mover para a frente e
2 encolher as pernas quando o balanço se mover para trás, mas
haverá interferência destrutiva (franja escura). de modo que esses movimentos ocorram numa frequência
λ   ​,  sendo i = 1, 3, 5, 7,...
D = 2d = i​ __ que coincida com a frequência natural do balanço, a ampli-
2 tude do movimento da criança no balanço aumentará. Nesse
haverá interferência construtiva (franja clara). situação, o sistema balanço-criança entra em ressonância.

Na figura a seguir, observa-se a situação em que ocorre


interferência por transmissão. Novamente, uma lâmina de
espessura d é colocada no ar, onde se incide uma monocro-
mática de comprimento de onda λ.
3
Ar Vidro Ar
A amplitude do movimento no balanço aumenta quando
4 o sistema balanço-criança entra em ressonância.

Q Qualquer material tem uma (ou mais) frequência natural


de vibração. Os rádios receptores de FM e AM, a partir de
Observador
3 circuitos elétricos específicos, permitem o ajuste das frequ-
d 4 ências. Desse modo, ao selecionar uma estação de rádio,
esse circuito está sendo ajustado para oscilar na mesma fre-
Os raios luminosos 3 e 4 atravessam a lâmina, sendo que quência da estação de rádio que emitiu o sinal. As pilhas ou
o raio 3 penetra a lâmina na primeira face, onde ocorre a rede elétrica ampliam o sinal sintonizado que é enviado
uma refração e, depois, na segunda face, em que ocorre re- aos alto-falantes, que são postos a vibrar, gerando o som.
flexão; em seguida, retorna à primeira face, onde também Na ressonância, tem-se um processo de transferência de
ocorre reflexão, e sai pela segunda face. O raio 4 penetra energia entre uma fonte e um sistema receptor. Essa trans-
na primeira face, em que ocorre refração, e sai pela segun- ferência de energia é máxima quando a fonte emite ondas
da face. Não há inversão de face para nenhum dos raios; numa das frequências naturais de oscilação do receptor.
logo, eles estão em concordância de face. Sendo assim:
A ressonância é um fenômeno que pode ser desastroso
se não for controlado, como ocorre em abalos sísmicos
​ λ ​,  sendo n = 0, 2, 4, 6,...
D = 2d = n __ (terremotos) de grande intensidade. Por outro lado, o co-
2
haverá interferência construtiva (franja clara). nhecimento do fenômeno permite o desenvolvimento de
aparelhos para ouvir rádio, falar ao telefone, afinar ins-
​ λ ​,  sendo i = 1, 3, 5, 7,...
D = 2d = i __
2 trumentos musicais, fazer exames médicos (ressonância
haverá interferência destrutiva (franja escura). magnética) e aquecer alimentos num forno de micro-on-
das, por exemplo.

88
Considerando que as torres e o celular são puntiformes,
Aplicação do conteúdo e que estão sob o mesmo plano, qual o número mínimo
de torres necessárias para se localizar a posição do te-
1. As fontes, F1 e F2, da figura, em concordância de face, lefone celular que originou a ligação?
emitem sinais que são detectados no ponto P.
a) Uma d) Quatro
Determine o maior valor do comprimento de onda das
b) Duas e) Cinco
fontes para que o ponto P seja:
c) Três
Resolução:
Sendo c a velocidade de propagação da onda, o tempo de
resposta é dado pela distância da torre até o ponto onde
se encontra o telefone celular.
Dt = ​ d__c ​ 
Cruzando as informações obtidas através desses tempos,
identifica-se a posição correta do aparelho. Vejamos num
esquema.

a) um ponto máximo de interferência;


b) um ponto mínimo de interferência.
Resolução:
a) Sendo d2 = 8 m e d1 = 10 m, deve-se aplicar o
teorema de Pitágoras no triângulo F1PF2 e determinar
Dd.
∆d = 2 m.
Na expressão ∆d = n · __ ​ † ​ ,  se n for um número par, a Com apenas uma antena, o aparelho pode estar em qual-
2
interferência será construtiva e P, um ponto de má- quer ponto P da circunferência.
ximo. Como d1 > d2, n = 2 corresponde ao menor
número par diferente de zero para o maior valor de †.
​ † ​  ä 2 = 2 · __
∆d = n · __ ​ † ​  ä † = 2 m
2 2
b) Se n for ímpar, a interferência será destrutiva e P,
um ponto de mínimo. N = 1 corresponde ao menor
número ímpar para o maior valor de †.

​ † ​  ä 2 = 1 · __
∆d = n · __ ​ † ​  ä † = 4 m
2 2
Com duas antenas, o aparelho pode estar em qualquer um
2. (Enem) Para obter a posição de um telefone celular,
a polícia baseia-se em informações do tempo de res- dos pontos P1 ou P2.
posta do aparelho em relação às torres de celular da
região de onde se originou a ligação. Em uma região,
um aparelho está na área de cobertura de cinco torres,
conforme o esquema.

Com três antenas, o aparelho somente pode estar em P1.


Alternativa C

89
3. (PUC-SP) IV. O princípio de Huygens permite explicar os fenôme-
nos da reflexão e da refração das ondas luminosas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
Resolução:
Justificando as afirmativas incorretas:
As Nações Unidas declararam 2015 como o ano inter-
nacional da luz e das tecnologias baseadas em luz. O I. A frequência depende somente da fonte do feixe lumino-
Ano Internacional da Luz ajudará na divulgação da im- so. Quando um feixe passa de um meio para outro (refra-
portância de tecnologias ópticas e da luz em nossa vida ção), a fonte é a mesma e, por isso, a frequência permane-
cotidiana. A luz visível é uma onda eletromagnética,
ce constante.
que se situa entre a radiação infravermelha e a radiação
ultravioleta, cujo comprimento de onda está compreen- III. O fenômeno da dispersão ocorre exatamente quando
dido num determinado intervalo dentro do qual o olho a velocidade de propagação de um meio depende da fre-
humano é a ela sensível. Toda radiação eletromagnética, quência.
incluindo a luz visível, se propaga no vácuo a uma velo-
cidade constante, comumente chamada de velocidade As afirmativas II e IV estão corretas; portanto, a resposta
da luz, contituindo-se, assim, numa importante constan- é a B.
te da Física. No entanto, quando essa radiação deixa o
vácuo e penetra, por exemplo, na atmosfera terrestre, Alternativa B
essa radiação sofre variação em sua velocidade de pro-
pagação e essa variação depende do comprimento de
onda da radiação incidente. Dependendo do ângulo em
que se dá essa incidência na atmosfera, a radiação pode
sofrer, também, mudança em sua direção de propaga-
ção. Essa mudança na velocidade de propagação da luz,
ao passar do vácuo para a camada gasosa da atmosfera
terrestre, é um fenômeno óptico conhecido como:
a) interferência. multimídia: site
b) polarização.
c) refração.
d) absorção. www.coladaweb.com/fisica/ondas/fenomenos-ondu-
e) difração. latorios
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/
Resolução:
reflexao.php
O fenômeno que ocorre quando a luz passa de um meio educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-e-luz/
para outro é chamado de refração. fenomenos-ondulatorios.html
Alternativa C
4. (UFPR) Considere as seguintes afirmativas relaciona-
das aos fenômenos que ocorrem com um feixe lumino-
so ao incidir em superfícies espelhadas ou ao passar de
um meio transparente para outro:
I. Quando um feixe luminoso passa do ar para a água, a
sua frequência é alterada.
II. Um feixe luminoso pode sofrer uma reflexão interna
total, quando atingir um meio com índice de refração
menor do que o índice de refração do meio em que ele
está se propagando.
III. O fenômeno da dispersão ocorre em razão da inde-
pendência entre a velocidade da onda e sua frequência.

90
VIVENCIANDO

A ressonância já foi responsável pela queda de algumas pontes, como ocorreu no caso da ponte de Tacoma, nos EUA.
Ela também está presente no aparelho de micro-ondas, que, por sua vez, funciona na frequência natural da água. Por
esse motivo, ele esquenta tudo que possui água em sua composição.

Ponte de Tacoma

A polarização é utilizada, por exemplo, nos cinemas 3D, em que são usados óculos que filtram a luz refletida da tela,
mas que, na verdade, são de duas imagens produzidas com um pequeno ângulo de diferença.

91
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 1
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a
seus usos em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do cotidiano os
diversos fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreve-
rem e explicarem fenômenos físicos.

MODELO 1
(Enem) Certos tipos de superfícies na natureza podem refletir luz de forma a gerar um efeito de arco-íris. Essa
característica é conhecida como iridescência e ocorre por causa do fenômeno da interferência de película fina.
A figura ilustra o esquema de uma fina camada iridescente de óleo sobre uma poça d’água. Parte do feixe de
luz branca incidente (1) reflete na interface ar/óleo e sofre inversão de fase (2), o que equivale a uma mudança
de meio comprimento de onda. A parte refratada do feixe (3) incide na interface óleo/água e sofre reflexão
sem inversão de fase (4). O observador indicado enxergará aquela região do filme com coloração equivalente à
do comprimento de onda que sofre interferência completamente construtiva entre os raios (2) e (5), mas essa
condição só é possível para uma espessura mínima da película. Considere que o caminho percorrido em (3) e
(4) corresponde ao dobro da espessura E da película de óleo.
Expressa em termos do comprimento de onda (λ), a espessura mínima é igual a:
a) λ/4. b) λ/2. c) 3λ/4. d) λ. e) 2λ.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Excelente questão elaborada pela banca. O aluno deve saber interpretar um problema e reparar a presença de
reflexão e interferência de ondas com inversão de fase.
A diferença entre os caminhos percorridos pelos dois raios que atingem o olho do observador é ∆x = 2E.
Como há inversão de fase numa das reflexões, a interferência ocorre com inversão de fase. Assim, a diferença de
(  )
​ λ ​ ​.
caminhos deve ser igual a um número ímpar (i) de semiondas ​ __
2
Então:
 λ​  (i = 1, 3, 5, 7, ...) = 2E
∆x = 1​__
2
Como o enunciado pede a espessura mínima, i = 1. Assim:
λ  ​  ⇒ E = __
2Emín = 1​ __ ​  λ  ​.
2 mín 4

RESPOSTA Alternativa A

92
MODELO 2
(Enem) Ao sintonizarmos uma estação de rádio ou um canal de TV em um aparelho, estamos alterando algu-
mas características elétricas de seu circuito receptor. Das inúmeras ondas eletromagnéticas que chegam simul-
taneamente ao receptor, somente aquelas que oscilam com determinada frequência resultarão em máxima
absorção de energia.
O fenômeno descrito é a:
a) difração;
b) refração;
c) polarização;
d) interferência;
e) ressonância.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa é uma típica questão da banca do Enem. Nela, é apresentada uma situação do cotidiano do estudante e cabe
a ele saber a qual fenômeno ondulatório o caso descrito se refere.
Para ocorrer máxima absorção de energia, o circuito receptor deve oscilar com a mesma frequência das ondas emi-
tidas pela fonte, a estação de rádio ou o canal de TV. Isso caracteriza o fenômeno da ressonância ​.

RESPOSTA Alternativa E

93
DIAGRAMA DE IDEIAS

FENÔMENOS
ONDULATÓRIOS

CONJUNTO DE PONTOS
FRENTE DE ONDA
LOCALIZADOS NA CRISTA

PRINCÍPIO DE PONTO DE UMA FONTE


HUYGENS FRENTE DE ONDA SENCUNDÁRIA

REFLEXÃO i=r

seni λ1 v1
REFRAÇÃO ——— = —— = ——
senr λ2 v2

MUDANÇA CONTORNO DE
DIFRAÇÃO
NA FORMA OBSTÁCULOS

APENAS EM ONDAS VIBRAÇÃO


POLARIZAÇÃO
TRANSVERSAIS ORIENTADA

PRINCÍPIO DE
PULSOS
SUPERPOSIÇÃO

CONSTRUTIVA

INTERFERÊNCIA
DESTRUTIVA

EXPERIMENTO DE YOUNG
RESSONÂNCIA

LÂMINA DE FACES
PARALELAS
FREQUÊNCIAS IGUAIS

94
A seguir, serão estudados o modo como o som é produzido
AULAS 41 e 42 e propagado e os fenômenos sonoros. Esse ramo de estudo
da Física ondulatória é denominado Acústica.

2. Produção do som
A figura representa uma lâmina muito fina de aço com
uma das extremidades fixada em um suporte. A patir desse
ACÚSTICA exemplo, será possível compreender a natureza do som e
como ele é produzido. Se essa lâmina for colocada para
vibrar rapidamente, um som sibilante será produzido.

COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6

HABILIDADES: 1, 6, 17 e 22

1. Introdução
Por meio dos sentidos, o ser humano está em contato com
todo o ambiente ao seu redor. Um dos sentidos, em espe-
cial, será o tema do estudo a seguir: a audição. A audição Ao vibrar para a direita, o deslocamento da lâmina com-
permite reconhecer os sons e obter um grande número de prime o ar nessa região, criando uma camada de alta
informações sobre o meio circundante. pressão e transferindo-lhe energia, que tende a se pro-
pagar. Nesse momento, na região à esquerda da lâmina,
por causa da forte rarefação produzida pela lâmina, o ar
fica com baixa pressão. Essa rarefação também tende a
se propagar, pois, para produzi-la, também foi necessária
uma parte da energia de movimento da lâmina. Quando
a lâmina oscila para o sentido contrário, essas regiões de
ar vão se comprimindo e rarefazendo simetricamente.
Como a lâmina oscila rapidamente, esse fenômeno é repe-
tido a cada ciclo do movimento da lâmina, muitas vezes a
cada segundo. Assim, essas regiões sucessivas de compres-
são e rarefação do ar, ao se propagarem em todas as dire-
Apresentações musicais exigem boas condições acústicas. ções do espaço ao redor, produzem o som característico da
lâmina oscilante. Devido ao modo natural de vibração de
cada lâmina, o som produzido é bem característico.

O diapasão, instrumento de afinação dos instrumentos


Ondas sonoras acompanham os batimentos cardíacos. musicais, funciona de acordo com esse princípio. O som

95
produzido pelo diapasão, por ser ajustado na sua constru- 3.1. Altura ou tom
ção, é a base para a comparação das notas ao ser usado
para afinar outros instrumentos musicais. Além disso, esse A altura, ou tom, permite qualificar os sons em graves e
mesmo princípio de funcionamento explica o modo como agudos. Quanto mais grave, mais baixo é o som. Em geral,
o som é produzido pelas nossas pregas vocais, que são é chamado de tom grosso. Como exemplo, os sons graves
membranas que oscilam com a passagem do ar. são produzidos pelas tubas ou pelos baixos e contrabaixos
de um coral. Os sons agudos são os sons altos, chamados
É importante registrar que o som é uma onda e, como de tom fino. Exemplos de sons agudos são aqueles produ-
tal, transmite energia sem transportar matéria. Assim, as zidos por violinos e guitarras, ou por tenores e contraltos
ondas sonoras não são ondas no ar que se propagam até em óperas e corais.
as membranas timpânicas. Afinal, não existem “ventos
sonoros” nas membranas. São as regiões de compressão
e de rarefação que se propagam, ou seja, a compressão e
a rarefação do ar se deslocam no meio material.

2.1. Propagação do som


Por serem ondas mecânicas, os sons não se propagam
no vácuo. Em geral, os sólidos transmitem o som melhor
Guitarra elétrica
do que os líquidos, que, por sua vez, transmitem o som
melhor do que os gases. Essa diferença ocorre porque as
partículas no sólido estão mais unidas (mais juntas), o A altura do som está atrelada à sua frequência. Os
que permite que a energia da perturbação seja transmiti- sons graves têm frequências menores, e os agudos,
da mais eficazmente. Nos líquidos e nos gases, a distância frequências maiores.
entre as partículas é maior, além de estarem soltas, o que
resulta em uma dificuldade maior para a propagação do Quando uma pessoa emite um som agudo, ou alto, com
som. Nos gases, a velocidade do som é a menor de todas, sua voz, as pregas vocais dessa pessoa vibram com uma
pois a perturbação é transmitida com menor eficiência frequência alta. A frequência da voz masculina adulta, em
por causa das distâncias existentes entre as partículas. geral, varia entre 100 Hz e 200 Hz, e é considerada grave
A tabela a seguir apresenta a velocidade de propagação ou grossa. A voz feminina adulta emite sons, em geral, com
do som a 25 °C em alguns materiais. frequências de 200 Hz a 400 Hz, que costumam produzir
uma voz aguda ou fina.
Meio Velocidade (m/s)
Ar 346 3.2. Intensidade
Água 1.498 A intensidade é a característica que permite distinguir um
Vidro 4.540 som forte de um som fraco. A intensidade do som é maior
Alumínio 5.000
quando a amplitude de vibração da fonte sonora também
é maior. Por exemplo, ao dedilhar levemente a corda de um
Ferro 5.200
violão, o som é mais fraco do que ao dedilhar a corda com
mais força.
3. Qualidades do som
Os sons são próprios de cada pessoa, instrumento ou ob-
jeto. Além disso, uma mesma fonte sonora pode produzir
diversos sons, como as pregas vocais ou um violino. Por-
tanto, é possível classificar os sons segundo determinadas
características. Algumas dessas características podem ser
assim identificadas:

§ altura ou tom;
§ intensidade ou volume;
§ timbre.

96
A unidade de intensidade sonora é denominada bel (B), em
Um mesmo som (mesma frequência) é mais forte ou homenagem ao cientista britânico Graham Bell, o inven-
mais fraco em função das amplitudes (maiores ou me- tor do telefone. Em geral, é utilizado o submúltiplo decibel
nores) das oscilações. (dB). Nesse caso, a expressão fica:
d© = 10 log __ ​ I  ​ 
Embora a intensidade do som dependa da amplitude de I0
vibração da fonte, deve-se considerar o fato de as ondas
sonoras transportarem energia de uma região do espaço
para outra. A energia transportada por uma onda sonora
pode ser descrita por meio da intensidade física (I),
definida como a quantidade de energia que atravessa
perpendicularmente uma superfície de área unitária em
uma unidade de tempo. De modo geral, tem-se: multimídia: vídeo
​  E   ​  
I = _____ ​  P  ​
= __ Fonte: Youtube
A · ∆t A
Escala decibel
​ E  ​ é a potência da fonte sonora.
E é a energia e P = __
∆t
A unidade de intensidade física no SI é: _____ ​  J   ​   ​  W  ​. 
ou ___
m2 · s m2 3.3. Timbre
A intensidade do som varia com a distância r entre a fonte
Os sons produzidos por fontes diferentes, mas de mesma
e um determinado ponto. Para as ondas tridimensionais
altura e de mesma intensidade, podem ser identificados e
esféricas, a intensidade é inversamente proporcional ao
diferenciados devido ao timbre. O timbre é, por analogia,
quadrado da distância entre o ponto considerado e a fonte
o “documento de identidade” dos instrumentos musicais.
emissora.
A mesma nota, produzida por um piano ou por um violino,
pode ser distinguida porque produz sensações sonoras di-
ferentes, ou seja, timbres diferentes.
É possível identificar a voz de diferentes pessoas no telefone,
por exemplo, devido aos timbres diferentes. Essa diferença é
produzida pela forma da vibração das pregas vocais.
O timbre depende da forma como ocorrem as vibrações na
fonte sonora, ou seja, do formato das ondas sonoras. São
poucas as fontes sonoras que produzem vibrações de ape-
nas uma frequência. Um exemplo já mencionado é o som
emitido por um diapasão, se percutido levemente.
​  P   ​  
I = ____
4pr2
Existe uma intensidade física mínima (I0) ou limiar de
audibilidade para cada frequência, que é de aproxima-
damente 10– 12 W/m2. O som não é audível abaixo dessa
intensidade. Caso a intensidade física ultrapasse 1 W/m2,
a sensação auditiva é acompanhada de uma sensação do-
lorosa.
Como os intervalos dos valores de intensidade variam bas- Diapasão
tante, são utilizados logaritmos e define-se intensidade
auditiva ou nível sonoro © de um som como: Entretanto, os sons produzidos pela maioria dos instrumen-
tos musicais são misturas do som fundamental e uma sé-
​ I  ​ 
© = log __ rie de outros sons de maior frequência, denominados sons
I0
Em que: harmônicos, que não são perfeitamente audíveis, por terem
intensidades menores que as do som fundamental. Contu-
§ © = intensidade auditiva ou nível sonoro; do, são os sons harmônicos que ajudam a distinguir o som
§ I = intensidade física do som considerado; fundamental. Assim, o som (a nota) emitido por um piano
ou por um violino é diferenciado (distinguido) por conta do
§ I0 = limiar de audibilidade. número e da intensidade dos harmônicos que acompanham

97
o som fundamental de cada instrumento. Essa diferença pro-
porciona timbres diferentes ao mesmo som fundamental.
A presença dos harmônicos, em quantidades e intensida-
des diferentes, determina formas variadas de ondas do
mesmo som (nota) emitido por um instrumento.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O que é Decibel (dB)? Usos e exemplos!

3.4. Escala musical


As notas musicais foram escolhidas por convenções em
função da harmonia dos diferentes instrumentos musicais
e, sobretudo, da sensibilidade e seletividade da audição hu-
Ondas de mesma frequência emitidas por um mana. Afinal, não é qualquer frequência sonora (som) que
diapasão, um violino e um piano. agrada os ouvidos humanos.

Nota Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

F (Hz) 261,7 293,7 329,7 349,2 392,0 440 493,9

f
Se duas frequências (f1 e f2) forem múltiplas de 2, ou seja, __
​  1 ​ = 2, a nota da segunda frequência (f2) será igual à nota da
f2
primeira frequência (f1), mas uma oitava acima. Apesar de serem a mesma nota musical, a altura das notas é diferente. Por
exemplo, a nota Lá (440 Hz) uma oitava acima tem 880 Hz.

Aplicação do conteúdo
1. O gráfico da figura indica, no eixo das ordenadas, a intensidade de uma fonte sonora, I, em watts por metro
quadrado (W/m2), e o correspondente nível de intensidade sonora, ©, em decibéis (dB), percebido, em média, pelo
ser humano. Em escala logarítmica, no eixo das abscissas, estão representadas as frequências do som emitido. São
indicados na figura o limiar da dor (linha superior) – acima dessa linha, o som causa dor e pode provocar danos ao
sistema auditivo das pessoas – e o limiar da audição (linha inferior) – abaixo dessa linha, a maioria das pessoas não
consegue ouvir o som emitido.

Supondo que você está assessorando o prefeito de sua cidade em questões ambientais.
a) Qual o nível de intensidade máximo que pode ser tolerado pela municipalidade? Que faixa de frequências você reco-
mendaria ser utilizada para dar avisos sonoros que sejam ouvidos pela maior parte da população?

98
b) A relação entre a intensidade sonora, I, em W/m2, e o som direto, uma vez que a quantidade de energia será menor
nível de intensidade, ©, em dB, é © = 10log​ __I  ​ , em que I0 do que a da onda direta. A reverberação corresponde, en-
I0
= 10–12 W/m2. Qual a intensidade de um som, em W/ tão, à persistência do som ouvido após cessar a emissão. Nos
m2, para o nível de intensidade de 50 dB? Consultan-
auditórios fechados (teatros, salas de música, etc.), ocorrem
do o gráfico, você confirma o resultado que obteve?
múltiplas reflexões do som nas paredes, no teto, no piso e
Resolução: mesmo na plateia presente, o que pode reforçar e/ou prolon-
a) Supondo que o nível de intensidade sonora má- gar os sons durante um pequeno intervalo de tempo, mesmo
ximo que pode ser “tolerado pela municipalidade” depois de terminada sua emissão. A reverberação excessiva,
refere-se ao limiar da dor, o valor correspondente é que prejudica a qualidade do som (ambiente “sem acústi-
120 dB (curva do limiar da dor). ca”), é evitada pela adaptação de placas de plástico acima da
O gráfico fornecido também permite perceber que a
orquestra ou do palco e mesmo no teto. As paredes também
faixa de frequência na qual o limiar da audição é mais
baixo corresponde às frequências entre 2.000 Hz e
recebem um tratamento específico, apresentando relevos e
4.000 Hz. revestimento particular, com materiais especiais (de tapeça-
b) A partir da expressão fornecida, tem-se: ria) que absorvem parte da energia da onda, possibilitando
um equilíbrio entre a absorção e a reverberação. As condições
​ I  ​,  para © = 50 dB e I0 = 10–12 ___
© = 10 · log __ ​  W2  ​ 
I0 m acústicas do ambiente não devem permitir reverberações que
Assim: ultrapassem de um a dois segundos.
50 = 10 · log ____ ​  I–12 ​  W2  ​ 
   ​ ä I = 10– 7 ___
10 m
O valor encontrado para I está coerente com os valo-
res contidos no gráfico fornecido.

4. Fenômenos sonoros
A reflexão, a refração, a difração, a ressonância e a inter-
ferência são fenômenos que ocorrem com o som, que, por
ser um fenômeno ondulatório, obedece às mesmas leis e
condições obedecidas por qualquer tipo de onda. A po-
larização, no entanto, não ocorre, pois as ondas sonoras Na sala de concerto São Paulo, além do uso de materiais
são ondas longitudinais, e a polarização acontece somente que favorecem uma reverberação adequada e a absorção
de sons indesejáveis, a altura do forro móvel do teto pode
para as ondas transversais. ser modificada para melhorar a acústica do ambiente.

Dois fenômenos interessantes causados pela reflexão do O eco é um fenômeno no qual o som direto e o som re-
som são a reverberação e o eco. A persistência auditiva fletido em algum obstáculo são captados separadamente.
humana, ou seja, o tempo necessário para ocorrer o acon- Por exemplo, uma pessoa pode produzir um som e ouvir
tecimento total do som no aparelho auditivo é, em média, o eco se estiver localizada no mínimo a 17 m do ponto
de 0,10 s. Assim, ao ouvir o som direto da fonte, o som se refletor. Essa distância mínima para a percepção dos dois
extinguirá ao cabo de 0,10 s. Entretanto, caso um som re- sons (direto e refletido) se deve ao intervalo de tempo igual
fletido chegue ao ouvido antes desse tempo (∆t < 0,10 s), ou maior que 0,10 s. Nesse intervalo de tempo, a onda
haverá um efeito de adição desse som com o som direto, e sonora percorre 34 m, 17 m na ida e 17 m na volta, pro-
a sensação auditiva será reforçada, dando uma percepção pagando-se com velocidade de 340 m/s.
continuada em tempo e aumentada em intensidade.
O sonar, instrumento utilizado na navegação marítima, é
Para exemplificar esse efeito, considere uma pessoa cantando um exemplo importante da aplicação do eco na medida da
o som da palavra livro. Se, antes da extinção do som direto, o profundidade dos oceanos e na localização de submarinos,
som refletido chegar ao ouvido da pessoa, haverá mistura dos de cardumes e de outros objetos nas profundezas do mar.
sons correspondentes – como da última sílaba do som direto
com a primeira sílaba do som refletido –, e o som resultante
será reforçado. Nesse caso, apesar de a intensidade ser maior,
o entendimento da palavra livro será prejudicado devido à
superposição das diferentes sílabas. No entanto, se a onda
refletida chegar ao aparelho auditivo da pessoa exatamente
no limiar dos 0,10 s, haverá prolongamento da sensação au-
ditiva e ocorrerá a reverberação. A palavra livro será ouvida
por mais 0,10 s, mas com intensidade menor do que a do O sonar emite e depois capta os ultrassons refletidos no fundo do mar.

99
5. Efeito Doppler
O efeito Doppler pode ser observado quando uma ambu-
lância com as sirenes ligadas passa velozmente. O som da
sirene parece mais agudo quando a ambulância se aproxi- λ'' < λ
ma e fica mais grave quando ela se afasta. Esse fenômeno λ' > λ
é causado pelo efeito Doppler.
Ao sair da fonte e chegar até certo ouvinte, ambos em re-
pouso (sem movimento relativo), a frequência do som não
se altera. Imagine que a fonte sonora emite ondas numa
Nessa figura, a ambulância está se afastando
única frequência. Por exemplo, se uma sirene em repouso
da moça e se aproximando do rapaz.
em relação ao ouvinte toca a nota Ré, o ouvinte ouve a
nota Ré, pois a frequência com que as ondas sonoras o A relação entre a frequência emitida f pela fonte e a frequên-
alcançam é a mesma da fonte. Assim, as distâncias entre cia f’ captada pelo observador é dada pela relação:

(  )
as cristas das ondas sonoras se mantêm constantes e, por- v±v
f’ = f · ​v_____
​  ± v 0 ​   ​
tanto, têm o mesmo comprimento de onda. F

Em que:
v = velocidade da onda
vF = velocidade da fonte
v0 = velocidade do observador
f = frequência emitida pela fonte
f’ = frequência aparente recebida pelo observador
Observador Observador
À medida que a ambulância se afasta ou se aproxima, o som
da sirene chega ao ouvinte com frequências diferentes.
Fonte Fonte
Entretanto, na situação em que a fonte sonora está se mo-
vimentando em direção a um ouvinte, o comprimento da + +

onda sonora parece diminuir, e, ao ouvir o som da sirene


que se aproxima, a frequência do som é maior do queOa O F F

frequência emitida pela fonte, ou seja, é ouvido um som


mais agudo (som de maior altura), como uma nota Mi, por Na equação, aparece o sinal ±. Isso significa que, depen-
exemplo. Contudo, depois que a sirene se afastar, a pes- dendo do caso, deve-se utilizar a soma ou a subtração.
soa ouvirá sons mais graves (som de menor altura), pois os Para a manipulação correta da expressão, deve-se adotar
comprimentos de onda se tornarão maiores, e as frequên- a convenção:
cias, menores, aparentando que a sirene emite uma nota § Se o observador se aproxima da fonte, utiliza-se +v0; se
Dó, por exemplo. o observador se afasta da fonte, usa-se –v0.
Essa situação também ocorre na situação oposta, ou seja, se
§ Se a fonte se afasta do observador, utiliza-se +vF; se a
o ouvinte estiver em movimento em relação à fonte sonora.
fonte se aproxima do observador, usa-se –vF.
A trajetória é orientada positivamente no sentido de O para F.

Aplicação do conteúdo
fonte sonora
1. Uma ambulância tem uma sirene que emite um
som com frequência f = 1.000 Hz. Um observador,
em um automóvel, está nas proximidades da ambu-
lância. Sabe-se que a velocidade de propagação do
som, no ar, é de 340 m/s. Para cada um dos casos,
calcule a frequência aparente percebida pelo obser-
vador no automóvel:

100
a) A ambulância está parada e o carro do observador a) 22 Hz.
se aproxima com a velocidade de 20 m/s. b) 46 Hz.
b) A ambulância está parada e o carro do observador c) 84 Hz.
se afasta com velocidade de 20 m/s. d) 92 Hz.
c) O carro do observador está parado e a ambulância e) 352 Hz.
se aproxima com velocidade de 20 m/s.
Resolução:
d) O carro do observador está parado e a ambulância
se afasta com velocidade de 20 m/s. Como as duas ondas se propagam no mesmo meio, elas
Resolução: têm a mesma velocidade.
v±v
Aplicando a expressão f’ = f · ​_____ ( 
​ v ± v ​0F 
  )
  ​utilizando os sinais Como v = λf, a onda de maior comprimento possui menor
frequência. A frequência do batimento é igual à diferença
+ ou – de acordo com a convenção adotada.

( 
v ± v0 de frequências. Assim:
a) f’ = f · ​ _____
) F
​ 340 +  ​
​ v + v  ​  ​ ä f’ = 1000 · ________
340
20 
 = 1059 Hz
λ2 > λ1 ⇒ f2 < f1
( 
v ± v0
b) f’ = f · ​ _____
) F
​ 340 –  ​
​  v + v  ​  ​ ä f’ = 1000 · _______
340
20 
 = 941 Hz
f1 – f2 =fb ⇒ f1 – 88 = 4 ⇒ f1 = 92Hz

( 
v ± v0
c) f’ = f · ​_____
)
​ v + v  ​  ​ ä f’ = ​ 1000 · 340
F
________ ​  
340 – 20
ä f’ = 1063 Hz Alternativa D

( 
v ± v0
d) f’ = f · ​ ​ _____
) 340  ​ 
________
v + vF ​  ​ ä f’ = 1000 · ​ 340 +   20
= 944 Hz

2. (UERN) O barulho emitido pelo motor de um carro


de corrida que se desloca a 244,8 km/h é percebido por
um torcedor na arquibancada com frequência de 1.200
Hz. A frequência real emitida pela fonte sonora, consi-
derando que a mesma se aproxima do torcedor, é de: multimídia: site
(Considere a velocidade do som = 340 m/s)
a) 960 Hz.
www.infoescola.com/fisica/acustica/
b) 1040 Hz.
www.sofisica.com.br/conteudos/FormulasEDicas/
c) 1280 Hz.
formulas14.php
d) 1320 Hz.
brasilescola.uol.com.br/fisica/acustica.htm
Resolução: mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/quali-
Sabendo que a fonte está aproximando-se do observador, dades-som.htm
tem-se que a relação entre frequência observada e frequên- macao.communications.museum/por/exhibition/sec-
ondfloor/MoreInfo/2_8_5_SoundQuality.html
cia emitida pela fonte (ff) é dada por:
www.hinor.com.br/blog/2015/02/23/lei-do-silencio-en-
f0 = v___ v   ​ . f
​  - v f tenda-o-que-e-permitido-e-quais-sao-os-niveis-em-deci-
f
Então: beis-nocivos-a-saude/
mundoestranho.abril.com.br/ciencia/qual-a-diferen-
​  340  ​ 
1200 = _______ .f ca-entre-frequencia-e-decibeis/
340 - 68 f
ff = 960 Hz
4. (Fuvest) Miguel e João estão conversando, parados
Observe que a velocidade do carro (vf ), em m/s, é igual a 68. em uma esquina próxima a sua escola, quando escutam
Alternativa A o toque da sirene que indica o início das aulas. Miguel
continua parado na esquina, enquanto João corre em
3. (UFPR) Foram geradas duas ondas sonoras em um de- direção à escola. As ondas sonoras propagam-se, a par-
terminado ambiente, com frequências f1 e f2. Sabe-se tir da sirene, em todas as direções, com comprimento
que a frequência f2 era de 88 Hz. Percebeu-se que essas de onda λ = 17 cm e velocidade Vs = 340 m/s em relação
duas ondas estavam interferindo entre si, provocando ao ar. João se aproxima da escola com velocidade de
módulo v = 3,4m/s e direção da reta que une sua posi-
o fenômeno acústico denominado “batimento”, cuja
ção à da sirene. Determine:
frequência era de 4 Hz. Com o uso de instrumentos ade-
quados, verificou-se que o comprimento de onda para a) a frequência fM do som da sirene percebido por
a frequência f2 era maior que o comprimento de onda Miguel parado na esquina;
para a frequência f1. Com base nessas informações, assi- b) a velocidade VR do som da sirene em relação a
nale a alternativa que apresenta a frequência f1. João correndo;

101
c) a frequência fJ do som da sirene percebido por João c) Usando a expressão do efeito Doppler:
quando está correndo. vR 343,4
fJ = __
​    ​ fM = _____
​   ​ · 2.000 ⇒ fJ = 2.020 Hz
Miguel, ainda parado, assobia para João, que conti- VS 340
nua correndo. Sendo o comprimento de onda do as- d) Dado: λA = 10 cm = 0,1 m
sobio igual a fA determine: VS 340
f = __
​    ​ = ___
​   ​ = 3.400Hz
d) a frequência fA do assobio percebido por João. λA 0,1
Aplicando novamente a expressão do efeito Doppler:
Note e adote: considere um dia seco e sem vento.
VS
Resolução: fA = _____ ​  340   ​ 
​     ​ ⇒ f = ________ · 3.400 ⇒ fA
VS + v 340 + 0,4
a) Dados: λ = 17cm = 0,17m; Vs = 340 m/s = 3.366,3 Hz
VS = λ fM ⇒ fM VS/λ = 340/0,17 ⇒ fM = 2.000 Hz
b) Dado: v = 3,4 m/s
Como as velocidades têm sentidos opostos, vem:
vR = VS + v = 340 + 3,4 ⇒ vR = 343,4 m/s

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A ecolocalização é uma sofisticada capacidade biológica de detectar a posição e/ou distância de objetos ou animais
através de emissão de ondas ultrassônicas, no ar ou na água, e análise ou cronometragem do tempo gasto para
essas ondas serem emitidas, refletirem no alvo e voltarem à fonte sobre a forma de eco. O morcego emite ondas
ultrassônicas, isto é, com frequência muito alta, na faixa de 20 a 215 kHz, pelas narinas ou pela boca, dependendo
da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com frequência menor. Esses
ecos são recebidos pelo morcego e, com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde
vieram e nas direções de onde nenhum eco veio, os morcegos percebem se há obstáculos no caminho, as distâncias,
as formas e as velocidades relativas entre eles, no caso de insetos voadores que servem de alimento, por exemplo.

O golfinho possui um extraordinário sistema acústico de ecolocalização que lhe permite obter informações sobre ou-
tros animais e o ambiente, pois consegue produzir sons de alta frequência ou ultrassônicos, na faixa de 150 kHz, sob a
forma de “click’s” ou estalidos. Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente no
alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à frente
através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o espermatócito, que dirige as ondas sonoras em feixe
à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na água cinco
vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para comunicações
e é diferente para cada espécie.

102
Fonte: <http://andreiasofias7.blogspot.com.br/2011/06/ecolocalizacao.html>. Adaptado.

VIVENCIANDO

A acústica arquitetônica é a área da acústica que se destina ao estudo do condicionamento acústico de ambientes
como salas de concerto, salas de aula, teatros, igrejas, salas de conferência, escritórios, etc. O estudo da acústica
de salas compreende tanto a caracterização acústica de ambientes já existentes, através de técnicas experimentais,
quanto o projeto e simulação acústica de novos recintos, através de modelos computacionais. Outra frente de pesqui-
sa é a avaliação subjetiva da acústica dos ambientes, feita através de entrevistas com os usuários de tais ambientes.
Tais entrevistas podem ainda ser combinadas com medições e simulações computacionais, de forma a correlacionar
dados objetivos com dados subjetivos.
Basicamente, é possível dizer que um ambiente pode ter suas características acústicas descritas por sua “resposta
ao impulso“. A resposta ao impulso de um ambiente, entre uma fonte sonora e um receptor, é composta pelo som
direto (caminho direto entre fonte sonora e receptor) e pelas reflexões que a onda sonora sofre (no palco, paredes
laterais, teto, piso, etc). Tais reflexões são distribuídas ao longo do tempo e sua densidade tende a aumentar, à medida
que o tempo passa. A amplitude de cada reflexão é controlada pela distância percorrida pelo raio sonoro e pelas
características de absorção das superfícies do ambiente que este encontra. Dessa forma, na distribuição temporal da
densidade de energia sonora, pode-se distinguir três regiões: som direto (composto pelo raio sonoro que percorre o
caminho direto entre fonte e receptor), primeiras reflexões (compostas pelas reflexões que chegam ao receptor em
até 50-80 [ms]) e a cauda reverberante (composta pelas reflexões finais).
Fonte: <www.eac.ufsm.br/pesquisa/areas-de-atuacao>.

Fonte: <www.google.com.br/search?biw=1366&bih=613&tbm=isch&sa=1&q=casa+de+show&oq=casa+de+show&gs_l=psy-
ab.3...9367.9367.0.9693.1.1.0.0.0.0.87.87.1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..0.0.0.Bgoax-1-Og0#imgrc=xcHK6QOp0C7drM:>.

103
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 1
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a
seus usos em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do dia a dia os varia-
dos fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreve-
rem e explicarem fenômenos físicos.

MODELO 1
(Enem) Uma ambulância A em movimento retilíneo e uniforme aproxima-se de um observador O, em repouso.
A sirene emite um som de frequência constante fA. O desenho ilustra as frentes de onda do som emitido pela
ambulância.
O observador possui um detector que consegue registrar, no esboço de um gráfico, a frequência da onda sonora
detectada em função do tempo f0(f), antes e depois da passagem da ambulância por ele.

Qual esboço gráfico representa a frequência f0(f) detectada pelo observador?


a)

b)

104
c)

d)

e)

ANÁLISE EXPOSITIVA
O aluno precisa se lembrar do conceito de efeito Doppler e saber como sua frequência varia com o tempo. É ne-
cessário entender que, inicialmente, a ambulância se aproxima do observador e, em um determinado momento, ela
começa a se afastar dele.
De acordo com o efeito Doppler para ondas sonoras, quando há:

§ aproximação relativa entre a fonte e o observador, a frequência detectada é maior do que a frequência
emitida: f0(t) > fA;

§ afastamento relativo entre a fonte e o observador, a frequência detectada é menor do que a frequência emitida:
f0(t) < fA.

RESPOSTA Alternativa D

MODELO 2
(Enem) A figura 1 apresenta o gráfico da intensidade, em decibels (dB), da onda sonora emitida por um alto-
-falante, que está em repouso, e medida por um microfone em função da frequência da onda para diferentes
distâncias: 3 mm, 25 mm e 60 mm. A figura 2 apresenta um diagrama com a indicação das diversas faixas do
espectro de frequência sonora para o modelo de alto-falante utilizado neste experimento.

Relacionando as informações presentes nas figuras 1 e 2, como a intensidade sonora percebida é afetada pelo
aumento da distância do microfone ao alto-falante?

105
a) Aumenta na faixa das frequências médias.
b) Diminui na faixa das frequências agudas.
c) Diminui na faixa das frequências graves.
d) Aumenta na faixa das frequências médias altas.
e) Aumenta na faixa das frequências médias baixas.

ANÁLISE EXPOSITIVA
É necessário que o aluno consiga retirar informações dos dois gráficos apresentados para resolver a questão proposta.
Analisando o gráfico da figura 1, nota-se que, até 300 Hz, o nível sonoro diminui com o aumento da frequência para
as quatro distâncias. Na tabela da figura 2, constata-se que sons nessas frequências são classificados como graves. ​

RESPOSTA Alternativa C

106
DIAGRAMA DE IDEIAS

ACÚSTICA
ONDAS
LONGITUDINAIS
ONDAS SONORAS
OSCILAÇÕES
DE PRESSÃO

VELOCIDADE VSÓLIDO > VLÍQUIDO > VAR

QUALIDADES

ALTURA OU TOM FREQUÊNCIA

AMPLITUDE
INTENSIDADE
OU VOLUME
NÍVEL SONORO

TIMBRE FORMA DA VIBRAÇÃO

FENÔMENOS

ECO E REVERBERAÇÃO

EFEITO DOPPLER FREQUÊNCIA APARENTE

107
interferência é classificada como construtiva. A su-
AULAS 43 e 44 perposição construtiva ocorre quando os pulsos pos-
suem a mesma face (ambos do mesmo lado em rela-
ção à posição de equilíbrio da corda).

§ Se, na superposição, a amplitude resultante é menor do


que pelo menos uma das amplitudes dos pulsos interfe-
rentes, a interferência é classificada como destrutiva.
TUBOS E CORDAS A superposição destrutiva ocorre quando suas faces de
propagação são invertidas (uma de um lado e outra do
lado oposto em relação à posição de equilíbrio da corda).

COMPETÊNCIA: 1

HABILIDADES: 1, 2, 3 e 4

A interferência pode ser construtiva ou destrutiva.

1. Interferência de 2. Onda estacionária


onda numa corda A onda estacionária é um caso especial de superposi-
ção das ondas. Essa onda é o resultado da superposição
Como visto anteriormente, a superposição ou interferência
de duas ondas de mesma frequência, mesma amplitude e
de ondas ocorre quando duas ou mais ondas se encontram
mesmo comprimento de onda que se propagam em senti-
ou se cruzam em um mesmo meio. Esse fenômeno é regido
dos opostos na mesma direção.
por dois princípios: o princípio da superposição e o princí-
pio da independência das ondas. Como ilustrado na figura a seguir, considere uma corda fi-
xada por uma das extremidades. Ao vibrar periodicamente
Considere dois pulsos propagando-se em sentidos opostos
com a extremidade livre, originam-se perturbações regu-
numa mesma corda.
lares que se propagam pela corda. Então, ao atingirem a
extremidade fixa, refletem-se e retornam com sentido de
deslocamento contrário ao inicial.

Considere que as cristas de ambos os pulsos atinjam o


ponto P da corda no mesmo instante. Pelo princípio da
superposição, a perturbação resultante será igual à soma
algébrica das perturbações causadas por cada pulso, como
se ambos tivessem atingido individualmente o ponto
P. Pelo princípio da independência das ondas, depois da Em consequência, as perturbações produzidas em uma ex-
superposição, os pulsos continuam a se propagar com as tremidade se superpõem às outras que estão retornando
mesmas características iniciais. O princípio da conservação da parede, originando uma onda estacionária.
da energia também se verifica nessas situações, caso não
Uma das características de uma onda estacionária é a
exista dissipação de energia por atrito durante a propaga-
variação da amplitude de ponto para ponto. Ao longo da
ção de ambas as ondas.
corda, existem pontos em que a amplitude é máxima (os
§ Se, na superposição, a amplitude resultante é maior ventres), que são os pontos onde ocorre interferência cons-
do que cada uma das amplitudes individuais, a trutiva, e os pontos que permanecem em repouso (os nós),

108
que são os pontos onde ocorre interferência destrutiva. A Resolução:
configuração de uma onda estacionária não se modifica a) Corda fina: v = 2,0 m/s e † = 20 cm = 0,2 m.
com o tempo. Contudo, a frequência de oscilação controla v = † · f ä 2,0 = 0,2 · f ä f = 10 Hz
o número de nós e de ventres, que pode ser alterado mu- b) Ao passar da corda fina para a grossa, a frequência
dando-se essa frequência de vibração. da onda não é alterada; assim f = 10 Hz.
c) Corda grossa: †’ = 10 cm = 0,1 m.
Para as ondas estacionárias, a distância entre dois nós conse- 2,0 v’
__ ​  v’  ​ é ___
​  v ​ = __ ​   ​ = ___
​    ​ é v’ = 1 m/s
cutivos e a distância entre dois ventres consecutivos vale __​ † ​,  † †’ 0,2 0,1
2
e a distância entre um nó e um ventre consecutivo vale __ ​ † ​. 
4 2.1. Cordas vibrantes
Uma corda de comprimento ℓ, como uma corda de violão,
ao ser esticada pelas extremidades, fica tensionada por for-
ças de tração, ou seja, forças que agem tensionando a corda
nas extremidades. Durante o dedilhado, as cordas vibram e
emitem um som sibilante. Apesar de as extremidades das
cordas do violão não vibrarem, os outros pontos das cor-
das vibram com maior ou menor amplitude. Os pontos das
cordas que não vibram são denominados nós das cordas
vibrantes, e os pontos que vibram com amplitude máxima
são denominados ventres das cordas vibrantes. Os pontos
presos na extremidade das cordas serão sempre os nós, mas
também podem ocorrer outros nós nas cordas. A vibração de
Esquema de uma onda estacionária cada uma das cordas do violão tem frequência natural de
V: ventre
N:nó.
vibração característica da corda.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Ondas estacionárias em cor-
das | Fisicas | Khan Academy

Aplicação do conteúdo
Com a mão esquerda, o instrumentista varia os comprimentos de onda.
1. Na figura, duas cordas de diâmetros diferentes são
Do conjunto de todas as frequências ressonantes que
unidas pelas extremidades. A extremidade mais fina da
corda é vibrada por uma pessoa, criando uma onda. podem ser estabelecidas em uma corda, a mais primária
é denominada modo fundamental ou 1.° harmô-
nico. Nessa frequência ressonante, existe apenas um
ventre entre os nós, um em cada extremidade. Ao to-
car a corda, gera-se uma onda estacionária. No violão,
um instrumentista impulsiona as cordas com os dedos
Sabendo que a velocidade de propagação da onda vale
2,0 m/s na corda fina e o comprimento de onda é de 20 de uma mão e, com os dedos da outra mão, pressio-
cm, e que na corda grossa o comprimento de onda é de na a corda contra os trastes, alterando o tamanho das
10 cm, calcule: cordas. Desse modo, é possível obter, em uma mesma
a) a frequência de oscilação da corda fina; corda, diferentes frequências e gerar diversas notas mu-
b) a frequência de oscilação da corda grossa; sicais. O novo comprimento da corda pressionada é livre
c) a velocidade de propagação da onda na corda grossa. para oscilar em novos harmônicos.

109
a) A nota Lá de certo piano está desafinada e o seu
harmônico fundamental está representado na curva
tracejada do gráfico. Obtenha a frequência da nota
Lá desafinada.
b) O comprimento dessa corda do piano é igual a 1 m e
sua densidade linear é igual a 5,0 · 10–2 g/cm. Calcule
o aumento de tensão na corda necessário para que a
multimídia: vídeo nota Lá seja afinada.

Fonte: Youtube
Resolução:
a) A partir da curva tracejada (Lá desafinada) forneci-
Cordas vibrantes
da no gráfico, tem-se:
2 oscilações completas — ∆t = 5 · 10 – 3 s
Alguns modos de vibração de uma corda de comprimento 1 oscilação completa — T
ℓ de um instrumento musical estão representados a seguir. π T = 2,5 · 10–3 s
Como f = __​ 1 ​ , segue: f = 400 Hz.
Para se obter a frequência do som correspondente aos har- T
mônicos, considere que: b) O modo fundamental de vibração de uma corda
corresponde ao esquema:

​  † ​  = º ä † = 2º
__
2
A velocidade de propagação de pulsos transversais
​ 2º
† = __ __v __ 2º __v
n ​  é ​ f   ​ = ​  n ​  é fn = n​ 2º  ​ 
n
em corda é dada pela equação:
d XX
v = ​ __ F  ​ ​ 
​  m
Em que v é a velocidade de propagação da onda transver- Em que F é a intensidade da força de tração da corda
sal na corda. e m é a densidade linear da corda.
Como v = †f, pode-se expressar a frequência de vi-
É importante observar que as frequências dos harmônicos
bração da corda, no seu modo fundamental, por:
são múltiplos da frequência fundamental.
Fundamental ä f1
​ v ​ = __
f = __
† 2º m
d
​  1  ​ · ​ __
​  T  ​ ​ 
XX

A partir dessa expressão, é possível obter a intensida-


2.º harmônico ä f2 = 2f1 de da força de tração na corda para as duas situações:
3.º harmônico ä f3 = 3f1 I. Corda afinada (f = 440 Hz):

d
​  1   ​ · ​ ______
XXXXXXX
n.° harmônico ä fn = nf1 440 = ____ ​  T   ​ ​ 

2 · 1 5 · 10–3
De onde obtém-se T = 3.872 N.
Aplicação do conteúdo II. Corda desafinada (f’ = 400 Hz):

d
​  1   ​ · ​ ______
XXXXXXX
1. (Unicamp) Para a afinação de um piano, usa-se um 400 = ____ ​  T   ​ ​ 

2 · 1 5 · 10–3
diapasão com frequência fundamental igual a 440 Hz,
correspondente à frequência da nota Lá. Nesse caso, T’ = 3.200 N.
Comparando os valores de T e T’, pode-se concluir
que o aumento necessário na intensidade da tração,
para que a corda seja afinada, é de:
T – T’ = 3.872 N – 3.200 N = 672 N

3. Tubos sonoros
Foi analisado anteriormente como as cordas podem
produzir sons. Mas como funcionam os instrumentos de

110
sopro? Como são produzidas as várias frequências nesses instrumentos?

Flauta doce

Clarinete

O funcionamento desses instrumentos musicais de sopro, como a flauta e o clarinete, está relacionado à vibração longitudi-
nal da coluna de ar no seu interior, denominado tubo sonoro.
A partir do sopro do instrumentista na embocadura, a coluna de ar adquire vibração estacionária dentro dos tubos sonoros.
Se as duas extremidades do tubo são abertas, o tubo é chamado de tubo aberto; se uma das extremidades é fechada, o tudo
é chamado de tubo fechado.
a) Nos tubos abertos, a vibração é livre nas extremidades; portanto, formam-se ventres em ambas as extremidades.
b) Nos tubos fechados, a vibração é livre apenas na extremidade aberta (embocadura), onde se formam os ventres; na extremi-
dade fechada, não há vibração e forma-se um nó.

A frequência do som produzido pela coluna de ar depende do tamanho do tubo: quanto maior o tubo, menor será a frequên-
cia de vibração. Assim, os sons graves são produzidos pelas colunas de maior comprimento, enquanto das curtas produzirão
os sons agudos.
Nos instrumentos de sopro, é possível alterar o comprimento da coluna ao fechar ou abrir os orifícios ou as válvulas. Assim,
a frequência pode ser alterada, de modo a obter-se a nota musical desejada.

111
3.1. Tubo aberto
No tubo aberto, as ondas estacionárias apresentam
um ventre na embocadura e um ventre na extremida-
de aberta.
Como exemplo, considere um tubo aberto de comprimento
multimídia: vídeo º e um número n de nós. Entre as extremidades pode haver
um número qualquer de nós:
Fonte: Youtube
ONDULATÓRIA # 11 - Tubos Sonoros

​ 2º ​ é f1 = __
1.º harmônico: †1 = __ ​ v  ​ = __
​  v  ​ 
1 †1 2º

2.º harmônico: †2 = __ ​ v  ​ = __


​ 2º ​ é f2 = __ ​  v  ​  = __
​ 2v ​  é f2 = 2f1
2 †2 __ 2º
​   ​  2º
2

​ 2º ​ é f3 = __
3.º harmônico: †3 = __ ​ v  ​ = __ ​ 3v ​  é f2 = 3f1
​  v  ​  = __
3 †3 __ 2º
​   ​  2º
3
:  :  : :  :  :

​ 2º
n-ésimo harmônico: †n = __ ​ v  ​ = __
__
n ​ é fn = † ​  v  ​  = __
​ nv ​  é f2 = nf1
n
__2º
​  n ​  2º

Todos os harmônicos existem em um tubo aberto, ou seja, f1, f2, f3,..., fn.

3.2. Tubo fechado


No tubo fechado, as ondas estacionárias apresentam um ventre na embocadura e um nó na extremidade fechada.
Considere, como exemplo, um tubo fechado de comprimento † e um número n de nós.

(1.º modo de vibrar)


​ v  ​ = __
1.º harmônico: †1 = 4º é f1 = __ ​  v  ​ 
†1 4º

(2.º modo de vibrar)


​ 4º ​ é f3 = __
3.º harmônico: †3 = __ ​ v  ​ = __ ​ 3v ​  é f3 = 3f1
​  v  ​  = __
3 †2 __ 4º
​   ​  4º
3
(3.º modo de vibrar)
​ 4º ​ é f5 = __
5.º harmônico: †5 = __ ​ v  ​ = __ ​ 5v ​  é f5 = 5f1
​  v  ​  = __
5 †5 __ 4º
​   ​  4º
5

:  :  :

112
Para o n-ésimo harmônico, de ordem (2n – 1), tem-se: A alternativa correta é:
a) C.
​  4º   ​ 
†2n – 1 = _____ ​ v   ​
ä f2n – 1 = (2n – 1) · __ b) A.
2n – 1 4º
c) B.
ä f2n – 1 = (2n – 1) · f1 d) D.

No tubo fechado, apenas os harmônicos de frequências Resolução:


ímpares podem ser obtidos, ou seja, f1, f3, ..., f(2n – 1). Analisando o enunciado, tem-se os seguintes dados:
f1 = 440 Hz
Aplicação do conteúdo f2 = 880 Hz
1. Dois tubos sonoros, um aberto e um fechado, emitem v2 = 2 · v1
o som fundamental com a mesma frequência. Conside- l1 = 80 cm = 0,8 m
rando que o comprimento do tubo aberto é de 0,5 m e a
velocidade de propagação do som é de 340 m/s, calcule: Sabendo que a frequência de um harmônico é dada por:
a) o comprimento do tubo fechado; ​  n · v  
fn = ____ ​ 
b) a frequência do 3.° modo de vibrar para os dois tubos.
2·1
Analisando a 1.ª corda, tem-se:
Resolução: 1 . v1
f1 = n · v1/2 . l1 ∴ 440 = _____
​    ​  
a) Para o tubo aberto: fn = n · v/2º 2 · 0,8
Para o som fundamental, n = 1. Assim, f1 = 1 · ​ _____ 340  ​   v1 = 440 · 1,6
2 · 0,5
= 340 Hz.
v1 = 704 m/s
Para o tubo fechado: f2n – 1 = (2n – 1) · __ ​ v  ​ 

Os tubos emitem o som fundamental com a mesma Analisando a 2.ª corda, tem-se:
frequência f1 = 340 Hz. nv2 n(2 · v1)
Para o som fundamental n = 1, tem-se: f1 = _____
​   ​  ______
  ​ =   ​ 
 [ 880
1 ··2I­2· 704 2 · I­2
2_________
f2 · 1 – 1 = (2 · 1 – 1) · __ ​ 340   ​ ä 340 = ___
​ v  ​ ä f1 = 1 · ___ ​ 340   ​ = ​    ​   [ I2 = 0,8 m
4º 4º 4º 2 · I2
ä º = 0,25 m
b) O tubo aberto apresenta todos os harmônicos; en- Alternativa C
tão, para o 3.° modo de vibrar, n = 3: 3. (Udesc) Dois tubos sonoros de mesmo comprimen-
fn = n · __ ​  340  ​ 
​ v  ​ ä f3 = 3 · _____ = 1.020 Hz to se diferem pela seguinte característica: o primeiro é
2º 2 . 0,5
O tubo fechado só apresenta harmônicos de frequên- aberto nas duas extremidades e o segundo é fechado
cias ímpares, então: em uma das extremidades. Considerando que a tempe-
1.° modo de vibrar: n = 1 ä 1.° harmônico ratura ambiente seja de 20ºC e a velocidade do som
2.° modo de vibrar: n = 2 ä 3.° harmônico igual a 344 m/s, assinale a alternativa que representa a
3.° modo de vibrar: n = 3 ä 5.° harmônico razão entre a frequência fundamental do primeiro tubo
e a do segundo tubo.
Tem-se:
f2n – 1 = (2n – 1) · f1 a) 2,0.
f2 · 3 – 1 = (2 · 3 – 1) · 340 ä f5 = 1700 Hz b) 1,0.
c) 8,0.
2. (Acafe) Um professor de Física, querendo ensinar ondas d) 0,50.
estacionárias aos seus alunos, construiu um experimento e) 0,25.
com duas cordas, como mostra a figura. Pressionou a cor-
da 1 a 80 cm do ponto fixo e, tocando na corda, criou o Resolução:
primeiro harmônico de uma onda estacionária. Sabendo
que a frequência conseguida na corda 1 é 440 Hz, e que
a velocidade da onda na corda 2 é o dobro da velocida-
de da onda na corda 1, determine a posição que alguém
deverá pressionar a corda 2 para conseguir o primeiro
harmônico de uma onda estacionária com o dobro da fre-
quência conseguida na corda 1.

A velocidade de uma onda, expressa em função da frequ-


ência e de seu comprimento de onda, é:
v=λ.f

113
Sabendo que a velocidade de propagação de ambas são
iguais:
v1 = v2 ⇒ λ1 · f1 = λ2 · f2
λ
Para o tubo 1: L = __
​  1 ​ ⇒ λ1 = 2L
2
λ
Para o tubo 2: L = __
​  2 ​ ⇒ λ2 = 4L
4
Com isso, a razão das frequências será: multimídia: livro
f
λ1 · f1 = λ2 · f2 ⇒ 2L · f1 = 4L · f2 ∴ __
​  1 ​ = 2
f2 Leonard Mlodinow - A janela de Euclides
Alternativa A Livro que aborda de maneira simples, divertida e curiosa
a evolução de conceitos-chave de geometria e o modo
4. (Enem) Em uma flauta, as notas musicais possuem fre-
quências e comprimentos de onda (λ) muito bem defi- com que a humanidade compreende o espaço.
nidos. As figuras mostram, esquematicamente, um tubo
de comprimento L, que representa de forma simplificada
uma flauta, em que estão representados: em A, o pri-
meiro harmônico de uma nota musical (comprimento de
onda λA); em B, seu segundo harmônico (comprimento de
onda λB); e em C, o seu terceiro harmônico (comprimento
de onda λc), onde λA > λB > λC.

multimídia: site

www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/tubos-so-
noros.htm
www.if.ufrgs.br/~dschulz/cordas_vibrantes.pdf
www.brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas-estaciona-
rias.htm
www.respondeai.com.br/resumos/1/capitulos/1
pt.khanacademy.org/math/precalculus/vectors-precalc
Em função do comprimento do tubo, qual o comprimento
de onda da oscilação que forma o próximo harmônico?
a) ​ __L  ​.
4
b) ​  L  ​.
__
5
L
__
c)​    ​.
2
d) ​ __L  ​.
8
6L 
e) ​   ​ . ​
___
8
Resolução:
O próximo é o 4.º harmônico. No caso, a flauta comporta-
-se como um tudo aberto, sendo a ordem do harmônico
(n = 4) igual à do número de fusos. Se o comprimento de
um fuso é igual ao de meio comprimento de onda, tem-se:
 λ ​ = L ⇒ λ = __
4​ __ ​ L  ​
2 2
Alternativa C

114
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Existe uma equação que permite aos engenheiros e físicos compreenderem a frequência de qualquer tipo de sinal.
Essa equação é tão poderosa que, em 1867, o físico Lord Kelvin (o mesmo da escala termométrica) fez a seguinte
declaração sobre ela: “Não é apenas um dos mais belos resultados da análise moderna, mas podemos dizer que ele
fornece um instrumento indispensável no tratamento de quase todas as perguntas recônditas na física moderna”.
Essa equação em questão é a “transformada de Fourier“. Elaborada pelo físico e matemático Jean-Baptiste Joseph
Fourier, foi publicada pela primeira vez em seu livro Teoria analítica do calor, um marco nos estudos da físico-matemá-
tica. A transformada de Fourier permite uma análise das frequências que compõem um sinal, de forma que é possível,
por exemplo, diminuir drasticamente o tamanho de arquivos de música digital, deixando apenas as frequências que
aparecem mais e jogando fora as frequências menos importantes. Pode-se também usá-la para tirar a voz das can-
ções ou para a compressão de uma imagem, por exemplo.
Uma curiosidade sobre Fourier é que ele era próximo de Napoleão e foi junto com o então segundo-tenente do re-
gimento de artilharia de La Fère para uma expedição no Egito. Mais tarde, Fourier foi nomeado prefeito de Grenoble
por Napoleão, local onde pôde desenvolver a maioria dos seus trabalhos em física e matemática.

Retrato de Fourier, feito em 1820

115
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 1
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a
seus usos em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de aplicar as características ondulatórias ao uso cotidiano.

MODELO 1
(UFRGS 2019) Uma onda sonora propagando-se no ar é uma sucessão de compressões e rarefações da densi-
dade do ar. Na figura abaixo, estão representadas, esquematicamente, ondas sonoras estacionárias em dois tu-
bos, 1 e 2, abertos em ambas as extremidades. Os comprimentos dos tubos 1 e 2 são, respectivamente, L e L/2

Sendo λ1 e λ2 os respectivos comprimentos de onda das ondas representadas nos tubos 1 e 2, e f1 e f2 suas fre-
quências, as razões entre os comprimentos de onda λ1 e λ2 e as frequências f1/f2 são, nessa ordem,
a) 1 e 1
b) 2 e 1
c) 2 e 1/2
d) 1/2 e 1
e) 1/2 e 2

ANÁLISE EXPOSITIVA
Percebe-se que ambos os tubos estão representando o 1.º harmônico, assim cada um deles apresenta
meio comprimento de onda. Assim, a razão entre os comprimentos dos tubos representa também a
razão entre os comprimentos de onda.

A razão entre as frequências é obtida através da equação fundamental que relaciona também velocidade de pro-
pagação e comprimentos de onda.

RESPOSTA Alternativa C

116
DIAGRAMA DE IDEIAS

ONDAS ESTACIONÁRIAS

PRINCÍPIO DA
SUPERPOSIÇÃO

CORDAS TUBOS ABERTOS TUBOS FECHADOS

2ℓ 2ℓ 4ℓ
λn = n λn = n λn = n

n.v n.v n.v


Fn = Fn = Fn =
2ℓ 2ℓ 4ℓ

V= T Ventres nas
Extremidades
extremidades

Aberta Fechada

Nós nas
extremidades Ventre Nó

117
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova é bastante interligada entre as Físicas, Um dos temas deste livro mais cobrado é
relacionando eletromagnetismo com a mecânica o de campo magnético, com atenção aos
clássica, com questões que podem exigir inter- conceitos fundamentais de ímãs e força
pretação de figuras, como máquinas, dispositivos magnética em partículas.
ou equipamentos que funcionam à base do
eletromagnetismo.

Pode aparecer na prova a relação entre partícula Dentre os temas abordados neste livro, Um dos temas deste livro mais cobrado é o de
e campo magnético, fazendo o uso das equações força magnética em um fio é presente campo magnético, com atenção aos conceitos
fundamentais. na prova. O candidato precisa entender fundamentais de ímãs, relacionando com
as equações e regras que exigem nesse espiras e fios que passam corrente elétrica.
conteúdo.

Dentre os temas abordados neste livro, força A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
magnética entre fios pode aparecer na prova. porém o conteúdo força magnética em temas. Eventualmente, podem aparecer porém campo magnético gerado por fio
O candidato precisa entender as equações e partícula pode aparecer. questões conceituais sobre magnetismo, aparece com alguma frequência, exigindo do
regras que exigem nesse conteúdo. mesmo não aparecendo nos últimos anos. candidato interpretação de figuras, equações e
regras do eletromagnetismo.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas. A prova da UFPR tem uma grande variação A prova tem uma grande variação de temas.
Eventualmente, pode aparecer magnetismo de temas. Eventualmente podem aparecer Eventualmente, podem aparecer partículas
relacionado com assuntos da eletricidade, em partículas dentro do campo magnéti- dentro do campo magnético e ímãs, com
questões mais objetivas e que exigem um alto co e ímãs, com questões que exigem questões que exigem interpretação gráfica e
nível de manipulações matemáticas. interpretação gráfica e base nas equações base nas equações fundamentais.
fundamentais.

Eventualmente, podem aparecer questões Magnetismo não é tão cobrado na prova, Não há uma cobrança grande de eletrostática,
sobre magnetismo com partículas em movi- porém pode aparecer alguma questão rela- porém podem aparecem questões que exigem
mento dentro de um campo magnético. cionada à interação entre partícula e campo análise de figuras de campos magnéticos.
magnético.
ELETROMAGNETISMO
Essa expressão corresponde à lei de Ohm generalizada.
AULAS 35 e 36 Se o trecho do círculo for percorrido em sentido contrário
ao da corrente, invertem-se os sinais da expressão acima.

Aplicação do conteúdo
1. Calcule a ddp entre os pontos A e B do circuto, saben-
LEIS DE KIRCHHOFF do-se que a intensidade da corrente é 0,1 A.

Resolução:
Partindo do ponto A, de potencial VB e caminhado no sen-
COMPETÊNCIAS: 2e6
tido da corrente, tem-se:
HABILIDADES: 5, 6, 7 e 17 VA – VB = S« – S«‘ – R i
VA – VB = 5 + 4 + 10 – 10 · 0,1 – 0,5 · 0,1 – 5 · 0,1 – 1 · 0,1
VA – VB = 19 – 1,65
VA – VB = 17, 35 V
1. Lei de Ohm generalizada 2. Considere o circuito representado e calcule:
A lei de Ohm generalizada permite o estudo de apenas
uma parte de um circuito elétrico. Assim, não há necessida-
de de estudar o circuito completo.
Considere o exemplo a seguir, do trecho AB de um circuito
composto por geradores e resistores. O sentido da corrente
elétrica é de A para B (VA > VB).

A ddp entre A e B é determinada adicionando as variações a) a intensidade da corrente no circuito;


b) a diferença de potencial entre os pontos X e Y.
de potencial de cada um dos elementos. Esse trecho do cir-
cuito será percorrido, no sentido da corrente, adicionando Dados: «1 = 30 V; «2 = 50 V; r1 = 1 V; r2 = 2 V; R3 = 3
algebricamente todas as variações de potencial que ocor- V; R4 = 4 V.
rem em cada um dos seus elementos. Lembre-se de que os
Resolução:
receptores e resistores retiram energia das cargas elétricas,
a) Em primeiro lugar, deve-se adotar o sentido horário
provocando a queda do potencial, enquanto os geradores de percurso para a corrente elétrica (esse sentido é
aumentam o potencial. arbitrário). A partir da lei de Ohm generalizada, de-
ve-se percorrer todo o circuito, adicionando algebri-
A partir do ponto A, de potencial elétrico VA, até o ponto B,
camente as diferenças de potencial que ocorrem em
de potencial elétrico VB, cada um dos seus elementos. Assim, deve-se partir
VA – «1 + r1i – «2 + r2i + «‘1 + r’1i + do ponto x de potência V1 e percorrer o circuito no
sentido horário. Ao percorrer todo o circuito, deve-se
«‘2 + r’2i + R1 · i + R2 · i = VB
retornar ao mesmo ponto x de potencial V1. Assim:
Assim, a ddp entre os pontos A e B é igual a:

VA – VB = + «1 + «2 – «‘1 – «‘2 – r1i


– r2i – r’1i – r’2i – R1i – R2i
De forma geral, a ddp em um trecho AB de circuito con-
tendo vários geradores, receptores e resistores é dada por:
VA – VB = S« – S«‘ - Reqi

120
V1 – «2 + r2i + R4i + R3i – «1 + r1i = V1
–50 + 10i – 30 = 0
i=8A
Como o ponto inicial e final é o mesmo, a soma dos
potenciais é nula.
b) Mantendo o sentido de circulação da corrente indi-
cado no início e percorrendo o trecho de circuito entre
os pontos X e Y: multimídia: livro
VX – «2 + r2i + R4i = Vy
Análise de circuitos em corrente contínua,
⇒ Vx – 50 + 2(+ 8) + 4 (+ 8) = Vy de Rômulo Oliveira Albuquerque
Apresenta os princípios e componentes básicos usados
⇒ Vx – Vy = 2 V em circuitos. Os principais assuntos tratados são: bipolos,
lei de Ohm, associação de resistores e geradores, resisti-
vidade, galvanômetros, medidas, ponte de Wheatstone,
2. Variação de potencial Kirchhoff, Thévenin, Norton, Maxwell e superposição de
efeitos. Além dos tópicos teóricos, contém exercícios re-
entre os terminais de solvidos e propostos.
elementos de um circuito
Quando um circuito é percorrido por uma corrente elétrica, cada elemento tem um efeito diferente sobre o potencial. A ta-
bela a seguir mostra os principais dispositivos encontrados nos circuitos elétricos, como geradores, receptores e capacitores,
e as relações com o potencial.

Elemento Potencial VA VB UAB

Diminui VA VA – R · i R·i

Resistor

Aumenta VA VA + « – r · i –«+r·i

Gerador

Diminui VA VA – «' – r' · i «' + r'.i

Receptor

Quedas de tensão em diferentes elementos do circuito

Ao atravessar um resistor R no sentido da corrente elétrica, ocorre uma queda de potencial igual a R.i. Em um gerador, ocorre
um aumento de potencial igual a (« – r · i), e, em um receptor, uma queda de potencial igual a (« + r · i).

3. As Leis de Kirchhoff
As Leis de Kirchhoff são importantes ferramentas para
calcular as correntes e tensões em circuitos elétricos mais
complexos, nos quais apenas a Lei de Pouillet não é sufi-
ciente. Essas leis se devem ao físico alemão Gustav Robert
Kirchhoff (1824-1887).

Observe o circuito a seguir: Circuito elétrico em duas malhas

121
Nesse circuito, existem dois geradores («1, r1) e («2, r2), Observe o circuito da figura a seguir:
um receptor («3, r3) e três resistores R1, R2 e R3. Antes da
aplicação das Leis de Kirchhoff, deve-se identificar alguns
elementos do circuito:

§ Nós são os pontos do circuito nos quais a corrente se


divide ou se une. Um nó é formado pela união de três fios.
No circuito de exemplo, existem dois nós, os pontos B e E.

§ Ramos são trechos do circuito entre os nós. A identifi-


cação de um ramo pode ser feita percorrendo o cami-
nho que liga um nó a outro nó. É importante perceber Circuito de uma única malha
que cada ramo possui uma corrente própria. Nesse De início, os elementos de tensão que funcionarão como
caso, é possível identificar três ramos: EFAB, EB e BCDE. geradores e que funcionarão como receptores são inde-
§ Malha é a união de dois ramos, formando-se um ca- terminados. Em primeiro lugar, deve-se analisar que as
minho fechado. No circuito representado, existem três forças eletromotrizes dos elementos de tensão de 3 V e
malhas possíveis: EFABE, EBCDE e ABCDEFA. 6 V se somam, ao passo que o elemento de tensão de 1 V
se opõe aos dois primeiros. Assim, os elementos de tensão
Levando em consideração a definição desses termos, as
de 3 V e 6 V funcionam como geradores e o elemento de
duas Leis de Kirchhoff são enunciadas como:
tensão de 1 V funciona como receptor. A resistência equi-
valente do circuito é a soma de todas as resistências, pois
Lei de Kirchhoff das correntes (LKC) ou lei dos nós estão em uma associação em série.
– o somatório das correntes que chegam a um nó é
Pela Lei de Pouillet, segue que:
igual ao somatório das correntes que saem desse nó.
​  6 + 3 – 1 
i = ___________  ​ 
= 1 A, sentido horário.
1+2+3+2
Lei de Kirchhoff das tensões (LKT) ou lei das ma-
lhas – ao se percorrer uma malha segundo alguma
orientação, o somatório algébrico das tensões é nulo.

Representação da corrente no circuito

multimídia: vídeo Os elementos de tensão de 3 V e 6 V são percorridos por


corrente do polo negativo para o positivo, o que caracteriza
Fonte: Youtube geradores elétricos, ao passo que o elemento de tensão
Leis de Kirchhoff de 1 V e os resistores são percorridos por corrente do polo
positivo para o negativo, que caracteriza os receptores elé-
tricos e os resistores.

4. Resolução de 4.1.2. Segundo método


circuitos elétricos O problema pode ser resolvido pela Lei de Kirchhoff de
tensões (LKT).
4.1. Circuitos com uma única malha Para que as Leis de Kirchhoff possam ser aplicadas, de-
ve-se supor arbitrariamente um sentido de percurso para
4.1.1. Primeiro método a corrente elétrica, por exemplo, o sentido anti-horário,
Os circuitos formados por uma única malha são simples de uma vez que o sentido real não é conhecido. Assim, con-
serem resolvidos a partir da Lei de Pouillet, no caso mais siderando a corrente nesse sentido, o circuito pode ser
geral, ou princípio do cabo de guerra. visto na figura a seguir:

122
Em primeiro lugar, é preciso identificar os nós, os ramos e
as malhas. No circuito, existem:

§ dois nós: representados pelas letras B e E;

§ três ramos: EFAB, EB e BCDE.


É importante lembrar que cada ramo possui uma corrente.
A corrente do ramo EFAB será chamada de i1; a corrente
do ramo EB, de i2; e a corrente do ramo BCDE, de i3. Essa
Representação da corrente no circuito escolha é totalmente arbitrária. Os sinais das correntes ao
Depois de escolhido um sentido para a corrente, pode-se apli- final da resolução do circuito indicarão se os sentidos fo-
car a lei de malhas. Partindo do ponto O, indicado como ten- ram escolhidos corretamente ou não. Se o sinal obtido for
são nula (terra), e percorrendo o circuito no sentido da corren- negativo, o sentido escolhido estará incorreto e o sentido
te, obedecendo à tabela da variação do potencial, tem-se que: real será oposto ao escolhido.
–1 + 3i + 2i + 6 + 1i + 2i + 3 = 0 Essas correntes foram escolhidas de acordo com a figura
a seguir:
Resolvendo a equação acima, obtém-se:
i = –1 A
O sinal negativo para a corrente indica que o sentido esco-
lhido para a corrente não é correto. Nesse caso, o sentido
da corrente elétrica é o sentido horário. Observe que o re-
sultado coincide com o resultado encontrado no primeiro
método, em que foi utilizada a Lei de Pouillet. Se o sentido
horário tivesse sido o escolhido, a corrente positiva teria
sido obtida diretamente. Representação das correntes nos circuitos

A Lei de Kirchhoff dos nós, aplicada ao nó B, resulta na


seguinte relação:
i1 + i2 = i3.
O somatório das correntes que chegam ao nó B (i1 e i2)
deve ser igual ao somatório das correntes que saem desse
nó (i3).
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Leis de Kirchhoff – Eletrodinâmica

4.2. Circuitos com mais de uma malha


multimídia: vídeo
A utilidade das Leis de Kirchhoff ficam claras quando se
Fonte: Youtube
trata de circuitos com mais de uma malha, como o do
exemplo a seguir. Leis de Kirchhoff – Lei das tensões de Kirchhoff

A Lei de Kirchhoff das malhas é aplicada em ambas as


malhas: EFABE e EBCDE.
A convenção é a seguinte:

§ se a corrente entra no polo positivo e sai no polo negati-


vo de um elemento coincidindo com o sentido da corren-
te adotado, o sinal atribuído é positivo; se for contrária
Circuitos com duas malhas ao sentido adotado, o sinal atribuído será negativo;

123
§ se a corrente entra no polo negativo e sai no polo po- a) 2,0 A, 3,0 A, 5,0 A.
sitivo coincidindo com o sentido da corrente adotado, b) –2,0 A, 3,0 A, 5,0 A.
o sinal atribuído é negativo; se for contrária ao sentido c) 3,0 A, 2,0 A, 5,0 A.
adotado, o sinal atribuído será positivo. d) 5,0 A, 3,0 A, 8,0 A.
e) 2,0 A, –3,0 A, –5,0 A.
Para a malha EFABE, partindo do nó E e percorrendo a ma-
lha no sentido horário, tem-se: Resolução:

i1 – 26 + 0,5 · i1 + 0,5 · i1 – 0,5 · i2 + 20 – 0,5 i2 = 0 Pela lei das malhas de Kirchoff:

2 · i1 – 1 · i2 = 6
Para a malha EBCDE, partindo do nó E, no sentido horário:
0,5 · i2 – 20 + 0,5 · i2 + 3 · i3 + 6 + 1 · i3 = 0
4 · i3 + i2 = 14
Assim, é obtido um sistema com três equações e três in-
cógnitas:
B
i1 + i2 = i3
2 · i1 – 1 · i2 = 6
6 + 4 – 5 ∙ i1 = 0 ∴ i1 = 2A
4 · i3 + 1 · i2 = 14
Resolvendo esse sistema por substituição, segue que: 8 + 4 – 4 ∙ i2 = 0 ∴ i2 = 3A

​ 22 ​ A; i2 = __
i1 = ___ ​ 2 ​ A e i3 = ___
​ 24 ​ A Pela lei dos nós de Kirchoff no ponto B, tem-se:
7 7 7
Ou seja, os sentidos das correntes foram adequadamente es- i1 + i2 = i3 ∴ i3 = 2 + 3 = 5A
colhidos devido ao fato de que os sinais foram todos positivos. Alternativa A
2. (IME)

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Me Salva! CRC14 – Leis de Kirchhoff

Aplicação do conteúdo
1. (Udesc) De acordo com a figura, os valores das cor- A figura anterior apresenta um circuito composto por
rentes elétricas i1, i2 e i3 são, respectivamente, iguais a: quatro baterias e três resistores. Sabendo-se que I1 é
igual a 10 ​ U
__  ​ determine, em função de U e R:
R
a) a resistência r;
b) o somatório de I1,I2 e I3;
c) a potência total dissipada pelos resistores;
d) a energia consumida pelo resistor 3R em 30 minutos.
Resolução:
Identificando os nós com as letras A, B, C e D na figura 1,
pode-se redesenhar um circuito de uma forma mais sim-
ples, como mostra a figura 2.

124
§ Nó C:
(U + 15U
​ U  ​ + ___
I3 = ICD + ICB ⇒ I3 + ___ ​ 5U ​  ⇒ __________
​   ​   ​ 16U ​ 
⇒ I3 = _____

3R R 3R 3R
Então:
(30 – 46 + 16)U
​ 10U
I1 + I2 + I3 ⇒ ____ ​ –46U
 ​  + _____ ​ 16U ​   ⇒​  _____________
+ ____
 ​       ​  
R 3R 3R 3R
0U ​  ⇒ I + I + I = 0
⇒​  ___
3R 1 2 3

c) A potência total dissipada pelos resistores é igual à


potência líquida fornecida pelas baterias.
Pdissip = Plíq ⇒ UI1 – 3UI2 + (4 – 2)UI3 ⇒
10U
U​ ____ ​ – 46U
 ​  – 3U _____ 16U ​   ⇒
+ 2U​ ____
 ​  
R 3R 3R
10U
____ 2
46U 2
32U 2 (30 + 138 + 32)U2
​   ​  + ____
​   ​  + ____
​   ​   = ______________
  
​   ​   ⇒
R R 3R 3R
200 U ​
Pdissip =​  ______
2


3R
d) Dados: ∆t = 30 min = 1.800 s
 2​  ∆t ⇒ ∆E = 3R ​___
∆ECD = PCD ∆t = 3RI​ CD
3R (  )
​  U  ​   ​
​  U 2  ​  1800 ⇒
2
1800 ⇒ 3R ____
2

9R
​ 600U
2
∆ECD = _____  ​  
R
3. (IME)
​ U ​ 
a) Dado: I1 = 10 __
R
Aplicando a lei das malhas, calcula-se a intensidade da cor-
rente em cada resistor.
Malha DBAD:
​ 4U
rIDB – 3U – U = 0 ⇒ IDB = ___r ​  
§ Malha CDAC:
3RICD + U + 2U – 4U = 0 ⇒ ICD = ___ ​ U  ​  
3R
§ Malha CBAC:
No circuito apresentado na figura anterior, a chave S é fe-
RICB – 3U + 2U – 4U = 0 ⇒ ICB = ___ ​ 5U ​   chada e a corrente fornecida pela bateria é 20 A. Para que
R
Aplicando a lei dos nós no ponto: o fusível F, de 1,5 A, não abra durante o funcionamento
do circuito, o valor da resistência variável R, em ohms, é:
​ 10U
I1 + ICD = IDB ⇒ ____ ​  U  ​ = ___
 ​  + ___ ​ 4U ​  ⇒ __ ​ 30 + ​1  
​ 4r ​ = ______ ⇒r
R 3R r 3R Consideração: o capacitor está descarregado antes do
fechamento da chave S.
​ 12R ​  
= ____
31 a) R ≥ 120.
b) Aplicando a lei dos nós no ponto A. b) 95 ≤ R ≤ 115.
I1 + I2 + I3 = 0. Isso indica que ao menos uma das correntes c) 80 ≤ R ≤ 100.
tem sentido oposto ao indicado na figura dada. Esse fato d) 55 ≤ R ≤ 65.
pode ser constatado ao se calcular a intensidade de cada e) R ≤ 45.
uma dessas correntes. Novamente pela lei dos nós. Resolução:
§ Nó B: Dados: I = 20 A; iF = 1,5 A
​ 4U
I2 + IDB + ICB = 0 ⇒ I2 + ___ 5U
___ ​ – 4U ​  – ___
____
r ​  + ​  r ​  ⇒ I2 = ____ ​  5U ​  No instante em que a chave é ligada, a ddp no capacitor
12R
​   ​   3R
31 é nula. Então ele pode ser ignorado e trocado por um fio.
(–31 – 15)U – 46U O resistor de 5 Ω fica em curto-circuito. A figura 1 ilustra
⇒ __________
​   ​  ⇒ I2 = _____
  ​   ​  
3R 3R a situação.

125
Esse é o máximo valor de R, pois se ultrapassar esse valor, a
corrente i diminui aumentando a corrente i’ e, consequen-
temente, a corrente iF no fusível, abrindo-o. Portanto:
R ≤ 45Ω
Alternativa E
4. (ITA) Considere o circuito elétrico mostrado na figura
formado por quatro resistores de mesma resistência R
= 10 Ω e dois geradores ideais, cujas respectivas forças
eletromotrizes são ε1 = 30V e ε2 = 10V. Pode-se afirmar
que as correntes i1, i2, i3 e i4 nos trechos indicados na
figura, em ampères, são, respectivamente, de:

Aplicando a lei das malhas para os percursos ACDA e


CBDC:
ACDA: 4 i1 – 12i2 = 0 ⇒ i1 = 3 i2 (I)
CBDC: 3(i1 – 1,5) – 6 (i2 + 1,5) = 0 ⇒ 3 i1 – 6 i2 = 13,5 (II)
Substituindo (I) em (II):
a) 2, 2/3, 5/3 e 4.
3 (3 i2) – 6i2 = 13,5 ⇒ 3 i2 = 13,5 ⇒ i2 = 4,5 A
b) 7/3, 2/3, 5/3 e 4.
Voltando em (I): c) 4, 4/3, 2/3 e 2.
d) 2, 4/3, 7/3 e 5/3.
i1 = 3(4,5) ⇒ i2 = 13,5 A.
e) 2, 2/3, 4/3 e 4.
Calculando as demais correntes pela lei do nós:
Resolução:
i’ = i1 + i2 = 13,5 + 4,5 ⇒ i’ = 18 A Redesenhando o circuito, já com os dados.
i + i’ = I ⇒ i + 18 = 20 ⇒ i = 2 A
A figura 2 mostra os valores das correntes.

Aplicando as Leis de Kircchoff:


Nó D:
i1 = i2 + i3 (I)
Malha CDBC:

Calculando a ddp entre os pontos A e B: 10 i1 + 10 i2 – 30 = 0 ⇒ i1 + i2 = 3 (II)


(I) em (II):
UAB = UAC + UCB ⇒ UAB = 4(3,5) + 3(12) = 90 V
(i2 + i3) + i2 = 3 ⇒ 2 i2 + i3 = –1 (III)
Aplicando essa ddp no resistor R: Malha ABCDA:
UAB = Ri ⇒ 90 = R(2) ⇒ R = 45 Ω –10 i2 + 10 i3 – 10 = 0 ⇒ i2 – i3 = –1 (IV)

126
Somando (III) e (IV):
2 i2 + i3 = 3 (III)
i2 – i3 = –1 (IV)
⇒ 3 i2 = 2 ⇒ i2 = __ ​ 2 ​ A
3
Substituindo em (IV):
​ 5 ​ 
​ 2 ​ + 1 = i3 ⇒ i3 = __
i2 + 1 = i3 ⇒ __
multimídia: site
3 3
Malha CABC:
www.infoescola.com/eletricidade/leis-de-kirchhoff/
10 i4 – 10 – 30 = 0 ⇒ 10 i4 = 40 ⇒ i4 = 4 A mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/regras-kirch-
Voltando em (I): hoff.htm
www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/cap_04/leiskirc.
i1 + i2 + i3 ⇒ i1 = __ ​ 5 ​ ⇒ i1 = __
​ 2 ​ + __ ​ 7 ​  A htm
3 3 3
e-lee.ist.utl.pt/realisations/CircuitsElectriques/Appro-
Alternativa B
cheCircuits/LoisKirchhoff/3_cours.htm

127
DIAGRAMA DE IDEIAS

LEIS DE KIRCHHOFF

LEI DE Ohm GENERALIZADA DDP PARA UM TRECHO

LEI DAS CORRENTES


OU LEI DOS NÓS

SOMATÓRIA DAS SOMATÓRIA DAS


CORRENTES QUE CHEGAM CORRENTES QUE SAEM

LEI DAS TENSÕES OU


LEI DAS MALHAS

SOMATÓRIA DAS
TENSÕES É NULA

128
metais, como cobre, carbono, prata e ouro. A segunda
AULAS 37 e 38 propriedade é a capacidade de transmitir a esses metais
o“poder” de atração magnética. Na figura a seguir, pode-
-se observar um experimento: o clipe que está em contato
com o ímã também passa a atrair um segundo clipe. Nesse
caso, afirma-se que o primeiro clipe fica magnetizado.
A terceira propriedade dos ímãs é a atração ou repulsão
CAMPO MAGNÉTICO: ÍMÃ entre polos:

§ polos de mesmo nome se repelem;

§ polos de nomes diferentes se atraem.

COMPETÊNCIAS: 5e6

HABILIDADES: 17, 20 e 21

1. O magnetismo dos ímãs


O efeito magnético dos ímãs sempre despertou a curiosi-
dade dos físicos, resultando em diversas tentativas de ex-
plicá-lo. Chegou-se a pensar até na existência de um fluido
invisível que sairia do ímã e atrairia os objetos de ferro.
No início do século XIX, alguns experimentos conseguiram
demonstrar que o magnetismo estava relacionado com a
carga elétrica. No entanto, não se tratava de uma simples
atração eletrostática entre duas cargas opostas, como será
analisado a seguir. No exemplo, será utilizada uma agulha magnética, livre
A explicação do magnetismo tem certo grau de complexi- para girar horizontalmente, e um ímã em forma de barra. O
dade. A princípio, pode-se afirmar que o magnetismo é uma polo norte do ímã é indicado pela cor vermelha. As figuras
consequência do movimento de elétrons no interior dos ímãs. a seguir ilustram o experimento.

Em resumo:

§ cargas elétricas em repouso produzem somente o efei-


to elétrico de atração ou de repulsão;

§ cargas elétricas em movimento produzem o efeito


magnético e também o efeito elétrico.
Quando o polo norte do ímã é aproximado do polo
Até o início do século XIX, a eletricidade e o magnetismo norte da agulha, também ocorre repulsão.

eram estudados em disciplinas distintas. Entretanto, com a


descoberta de que o magnetismo está relacionado com a
carga elétrica, estabeleceu-se um novo campo de estudo
denominado Eletromagnetismo ou Eletrodinâmica.

2. Propriedades dos ímãs


A primeira propriedade dos ímãs é a capacidade de atrair Quando o polo sul do ímã é aproximado do
metais como ferro, cobalto e o niquel. E não atrair outros polo sul da agulha, ocorre repulsão.

129
formato de um losango, que é usada como agulha magné-
tica das bússolas, em forma de U, etc.

Quando o polo norte do ímã é aproximado do


polo sul da agulha, ocorre atração.

Existe ainda uma outra propriedade observada nos ímãs, a


inseparabilidade de seus polos. Quando se divide transver-
salmente um ímã na tentativa de separar o polo norte do
polo sul, algo surpreendente acontece: em vez de se obter
um polo em cada parte, obtém-se dois ímãs menores, isto é,
cada parte passa a apresentar um polo norte e um polo sul.

Alguns formatos de ímãs

Como foi visto, todo ímã possui dois polos, sendo possível
combiná-los para se obter um ímã com quatro polos ou mais.

Da mesmo modo, da divisão de cada ímã se gera dois novos


ímãs. Essa propriedade levou os físicos a elaborarem uma
teoria muito interessante: um ímã é constituído por uma
grande quantidade de ímãs microscópicos, como na figura. Alguns formatos de ímãs

polo norte polo sul


3. Campo magnético de um ímã
do imã do imã Foi visto no estudo de Eletrostática que uma carga elétrica
cria um campo elétrico em torno de si. De maneira seme-
lhante, afirma-se que um ímã cria em torno de si um cam-
po magnético. Assim como o campo elétrico, o campo
magnético também é uma grandeza vetorial, pois possui
direção, sentido e intensidade. A seguir, serão determina-
dos sua direção, sentido e módulo.

3.1. Direção e sentido do


multimídia: vídeo campo magnético
Fonte: Youtube Para determinar a direção e o sentido do campo magnético
Propriedades dos ímãs e Campo magnético em um ponto qualquer, será usada uma bússola. A agulha
magnética da bússola indicará a direção do campo, e o
polo norte da agulha indicará o sentido do campo.
2.1. Alguns formatos e algumas ​___›
O símbolo B ​
​   será
​___› usado para representar o campo magné-
montagens de ímãs tico, e o vetor B ​
​   será usado para representar a direção e o
Os ímãs podem ter diversos formatos, como mostrado na sentido num ponto. A ilustração a seguir descreve esse
figura: barra retangular, barra cilíndrica, pastilha, lâmina no procedimento:

130
Essas linhas devem ainda ser orientadas, usando-se,​___para

isso, o sentido fornecido pela bússola; assim, o vetor B ​
​  e a
linha terão o mesmo sentido.
Para verificar a existência e a configuração dos campos
magnéticos, pode-se também fazer um experimento bem
simples utilizando um ímã e limalha de ferro (pequenas
Uma pequena bússola é colocada em um ponto do campo magnético. lascas de ferro). Como o ferro é um material ferromag-
nético, seus dipolos se alinham na presença de um ímã;
assim, a limalha passa a se comportar também como um
ímã enquanto estiver na presença do campo. Uma vez que
a limalha de ferro é muito leve, ela se ajusta na direção do
campo do ímã e “desenha” sua distribuição em torno dele.

_​__›
A bússola é então retirada e desenha-se o vetor ​B ​  
indicando a direção e o sentido do campo magnético.

Por meio desse procedimento, pode-se determinar a dire-


ção e o sentido do campo magnético em torno de um ímã
em forma de barra. Para isso, deve-se colocar uma peque-
na bússola em diversos pontos em torno do ímã e, assim,​
mapear
___› o seu campo magnético. Em cada ponto, o vetor​
B ​   correspondente deve ser desenhado. A figura a seguir
mostra o resultado obtido. O campo magnético de um ímã em forma de U é um caso im-
portante. Entre os dois polos desse tipo de ímã se estabelece
um campo magnético de linhas retilíneas, ou seja, trata-se de
um campo magnético uniforme. Entretanto, na região externa
próxima aos polos as linhas se curvam.

A figura mostra que o sentido do campo magnético de um


ímã é tal que, em cada ponto, se afasta do polo norte e se
aproxima do polo sul.
Assim como foi feito para o campo elétrico, o campo magnéti-
co será representado por meio de linhas de força. Nesse caso,
a linha deverá ter um traçado tal que,
​___›
em cada um de seus
pontos, ela será tangente a um vetor B ​
​ .  Observe a figura.

3.2. Ímãs permanentes e temporários


Existem dois tipos de ímãs: os permanentes e os temporá-
rios. Um ímã permanente é aquele que permanece mag-
netizado mesmo depois de ter sido removido o campo
magnético responsável por sua imantação. Os ímãs tem-
porários, por sua vez, permanecem magnetizados somente
na presença de outro campo magnético.
Em geral, os ímãs permanentes são confeccionados com
aço temperado em tamanhos e formas diversas. Para obter

131
esse tipo de aço, durante o processo de preparo ele é res-
friado rapidamente, e, assim, adquire dureza e resistência
5. Campo magnético criado
mecânica, além da imantação permanente. por corrente elétrica em
Os ímãs temporários, como o chamado ferro doce, são
obtidos com ferro puro aquecido e esfriado lentamente.
condutores retilíneos
Por exemplo, os alfinetes, quando submetidos à ação de No início do século XIX, o dinamarquês Hans Christian
um campo magnético, conseguem atrair outros alfinetes. Oersted (1777-1851) percebeu uma curiosa relação entre
Retirando-se a presença do ímã que originou o campo o magnetismo e a eletricidade, que até então eram trata-
magnético externo, eles perdem sua imantação e não se dos como objetos distintos. Uma bússola, quando posicio-
comportam mais como um ímã. nada próxima a um fio condutor, sofria a ação de algum
campo magnético quando havia corrente passando pelo
fio. As estruturas do magnetismo e da eletricidade foram
4. O campo magnético da Terra modificadas depois dessa observação, pois as cargas elétri-
Como foi visto, um ímã suspenso se orienta aproximada- cas em movimento estavam gerando campos magnéticos,
mente na direção norte-sul. A orientação adquirida pela além dos campos elétricos. Mais tarde, esses dois campos
agulha de uma bússola indica o polo norte da Terra. Assim, foram unificados, formando, assim, o eletromagnetismo.
o planeta também produz um campo magnético, como se O sentido do campo magnético gerado por um fio retilíneo
fosse um grande ímã. atravessado por uma corrente elétrica pode ser determina-
Como o polo norte da agulha da bússola aponta para o nor- do facilmente.
te geográfico, o “ímã” produzido pela Terra tem o polo sul As linhas de forças geradas são circulares, centradas no fio.
magnético no norte geográfico. Do mesmo modo, o polo sul A determinação do sentido é dada pela regra da mão di-
da agulha da bússola aponta para o polo sul geográfico; as- reita. Para aplicá-la, observe as instruções acompanhando
sim, nesse polo, localiza-se o polo norte magnético. a figura:

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Magnetismo e Eletromagnetismo
§ Imagine sua mão direita segurando o condutor, envol-
vendo-o com os dedos e com o polegar apontado no
Esse grande ímã hipotético não tem os polos coincidindo sentido convencionado da corrente.
rigorosamente com os polos da Terra. O eixo desse ímã é
inclinado em relação ao eixo de rotação do planeta em § O sentido das linhas de força é dado pela indicação dos
aproximadamente 11º. dedos que envolvem o condutor.
O campo magnético da Terra deve-se ao movimento de § Por fim, o campo magnético sempre é tangente à linha
cargas elétricas em seu núcleo. de força.
eixo de rotação da Terra
sul magnético Norte geográfico
11º

norte magnético
Se o sentido da corrente no fio for para cima, as linhas de
Sul geográfico força estarão orientadas no sentido anti-horário.

132
Resolução:
As agulhas das bússolas orientam-se tangenciando as
linhas de força que, por convenção, estão orientadas do
norte para o sul, conforme mostrado na figura.

Se o sentido corrente no fio for para baixo, as linhas


de força estarão orientadas no sentido horário.

Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Um ímã em forma de barra, com seus polos
norte e sul, é colocado sob uma superfície coberta com
partículas de limalha de ferro, fazendo com que elas se
alinhem segundo seu campo magnético. Se quatro pe- Alternativa C
quenas bússolas, 1, 2, 3 e 4, forem colocadas em repouso
2. (IFSP) Dispõe-se de três ímãs em formato de barra,
nas posições indicadas na figura, no mesmo plano que
conforme mostra a figura a seguir:
contém a limalha, suas agulhas magnéticas orientam-se
segundo as linhas do campo magnético criado pelo ímã.

Sabe-se que o polo A atrai o polo C e repele o polo E. Se


o polo F é sul, pode-se dizer que:
a) A é polo sul e B polo sul.
b) A é polo sul e C é polo norte.
c) B é polo norte e D é polo norte.
d) A é polo norte e C é polo sul.
e) A é polo norte e E é polo sul.
Resolução:
Sabe-se que as forças magnéticas entre polos de:
Desconsiderando o campo magnético terrestre e consi-
derando que a agulha magnética de cada bússola seja § mesmo nome são de repulsão;
representada por uma seta que se orienta na mesma di- § nomes contrários são de atração.
reção e no mesmo sentido do vetor campo magnético
associado ao ponto em que ela foi colocada, assinale a Assim:
alternativa que indica, correta e respectivamente, as con- Se F é polo sul, E é polo norte.
figurações das agulhas das bússolas 1, 2, 3 e 4 na situa-
A repele E → A é polo norte;
ção descrita.
a) A atrai C → C é polo sul.
Alternativa D
b) 3. (FGV) Desde tempos remotos, muito se especulou
acerca da origem e, principalmente, das característi-
cas do campo magnético terrestre. Recentes pesquisas,
c) usando sondas espaciais, demonstram que o campo
magnético terrestre:
a) limita-se a uma região de seu entorno chamada
d) magnetosfera, fortemente influenciada pelo Sol;
b) limita-se a uma região de seu entorno chamada
magnetosfera, fortemente influenciada pela Lua;
e) c) é constante ao longo de toda a superfície do plane-
ta, sofrendo forte influência das marés;

133
d) é constante ao longo de toda a superfície do plane-
ta, mas varia com o inverso do quadrado da distância
ao seu centro.
e) é produzido pela crosta terrestre a uma profundi-
dade de 5 a 30 km e é fortemente influenciado pela
temperatura reinante na atmosfera.
Resolução:
multimídia: site
O planeta Terra comporta-se como um grande ímã, geran-
do em seu entorno um campo magnético. Contudo, não é
somente disso que depende o formato e intensidade desse www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/
campo. O Sol, devido às interações existentes em suas par- CampoMagnetico/imasemagnetos.php
tículas (fusão entre partículas de hidrogênio e hélio), faz www.infoescola.com/fisica/ima/
com que sejam emitidas radiações que muitas vezes trafe- mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-mag-
gam em direção à Terra. A interação entre essa radiação e netico.htm
o campo magnético terrestre faz com que haja uma “de- www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/
formação” no modelo básico (campo magnético gerado CampoMagnetico/campo.php
por um imã) do campo magnético do planeta Terra. Essa
interação forma o que é chamado de magnetosfera.
Alternativa A

134
DIAGRAMA DE IDEIAS

ÍMÃS MAGNETITA

ATRAEM FERRO

TRANSMITEM PODER DE ATRAÇÃO AO FERRO

REPELEM POLOS IGUAIS

ATRAEM POLOS DIFERENTES

INSEPARABILIDADE DOS POLOS MAGNÉTICOS

CAMPO MAGNÉTICO SAEM DO NORTE


LINHAS DE CAMPO ENTRAM NO SUL

PERMANENTES OU TEMPORÁRIOS

CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE

NORTE GEOGRÁFICO SUL MAGNÉTICO

SUL GEOGRÁFICO NORTE MAGNÉTICO

REGRA DA MÃO
EM FIOS RETILÍNEOS
DIREITA

135
AULAS 39 e 40

CAMPO MAGNÉTICO multimídia: vídeo


GERADO POR UMA Fonte: Youtube
Campo magnético de correntes elétricas
CORRENTE

1.1. Intensidade do campo magnético


COMPETÊNCIAS: 5e6 A intensidade do campo criado pela corrente elétrica va-
ria com a intensidade da corrente i no condutor retilíneo
HABILIDADES: 17, 20 e 21 e com a distância r entre o ponto externo considerado
e o condutor. Essa variação foi observada experimental-
mente por Ampère. Para determinar a relação entre essas
variáveis, Ampère mediu a intensidade do campo em um
ponto fixo do espaço externo ao condutor para valores
1. Campo magnético criado diferentes de corrente. Além disso, mantendo a corren-

por corrente elétrica em te constante, ele também mediu o valor do campo em


pontos diferentes do espaço em volta de uma seção do
condutores retilíneos condutor. Como resultado, descobriu que a intensidade
B do campo magnético é diretamente proporcional à
Foi estudado anteriormente que um condutor retilíneo, intensidade i da corrente e inversamente proporcional à
quando percorrido por uma corrente elétrica, gera ao seu distância r:
redor um campo magnético circunferencial com sentido
dado pela regra da mão direita. m
​    ​ · _​ ri  ​
B = ___
2p

A constante m é denominada permeabilidade magné-


tica do meio.
A permeabilidade magnética do vácuo tem valor igual a
m0 = 4p · 10–7 unidades do SI. Nos casos em que o meio
for o ar, será considerado que μ = μ0.
No SI, a unidade de campo magnético é o tesla (T), nome
dado em homenagem ao cientista croata Nicola Tesla
(1856-1943).
A figura a seguir ilustra como é feita a representação
do campo magnético de um fio que está no plano da
página:

A seguir, será analisado como é feito o cálculo da intensi-


dade desse campo magnético.

136
Resolução:
em perspectiva
Dados: i = 2 A; r = 10 cm = 0,1 m; m0 = 4p · 10–7 T · m/A
A intensidade é dada por:
m
​ 4p · 10
​  0 ​ · _​  i  ​ = _______ ​  2  ​ = 4 · 10–6 T
–7
B = ___   ​  · ___
2p r 2p 0,1
De acordo com a regra da mão direita, é possível encontrar
a direção e o sentido do campo magnético (indicados na
figura). Portanto, B = 4 · 10–6 T, saindo perpendicularmente
do plano da página.
Uma visão em perspectiva seria:
O símbolo de um círculo com ponto central ( ) é a re-
presentação do vetor campo magnético perpendicular ao
plano da folha do papel e orientado para fora, ou seja, do
vetor que está “saindo da página” (simboliza a ponta da
seta). A representação de uma corrente elétrica “saindo”
da página também é feita utilizando esse mesmo símbolo.
O símbolo de um círculo com um “x” no interior ( ) é a
representação do vetor campo magnético perpendicular ao 2. Os dois fios metálicos longos (1) e (2) são percorridos
plano da folha do papel e orientado para dentro, ou seja, pelas correntes ii = 2 A e i2 = 6 A, respectivamente. Cal-
do vetor que está “entrando na página” (corresponde à cule a intensidade do vetor indução magnética resul-
cauda da seta). Esse símbolo também é utilizado para re- tante no ponto M. Considere que o meio é o vácuo, m0
presentar uma corrente “entrando” na página. = 4p · 10–7 T · m/A.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Lei de Biot-Savart Regra da mão direita
Resolução:
Dados: i1 = 2 A; r1 = 0,8 m; i2 = 6 A; r2 = 0,4 m;
m0 = 4p · 10–7 T · m/A
Aplicação do conteúdo
Pela regra da mão direita, determina-se o sentido dos ve-
1. Uma corrente de intensidade 2A percorre um con- tores B1 e B2 no ponto M: para o condutor da esquerda, o
dutor reto e extenso. Determine a intensidade e o campo magnético “sai” da página, enquanto que, para o
sentido do vetor indução magnética no ponto P, loca-
lizado a 10 cm do condutor, como ilustrado na figura.
condutor da direita, o campo magnético “entra” na pági-
(Use m0 = 4p · 10–7 T · m/A.) na, ambos perpendicularmente ao plano da página.

mi
Calculando: B = ___
​  0   ​  
2pr

137
​ 4p · 10  ​ · 2 
–7
B1 =__________ =
  5 · 10–7 T m
2p · 0,8 ​   ​ · ​ _ri  ​
B = __
2
​ 4p · 10  ​ · 6 
–7
B2 =__________ = 30 · 10–7 T
2p · 0,4 ​ Para N espiras circulares iguais
​___› e justapostas (bobina cha-
O vetor resultante
____› ​____› ​____› em M é dado pela soma vetorial:​ ta), a intensidade do vetor B ​
​   no centro da bobina vale:
BR ​  = B​ 1 ​  + B​ 2 ​.  
BR = B2 – B1 ä BR = 30 · 10–7 – 5 · 10–7
BR = 25 · 10–7 T ou BR = 2,5 · 10–6 T

m
​   ​ · ​ _ri  ​
B = N __
2

multimídia: vídeo A partir da regra da mão direita, pode-se estabelecer que,


na espira circular, o lado pelo qual entram as linhas de
Fonte: Youtube
campo magnético é associado ao polo sul, e o lado por
Exercício 5 Regra da mão direita Lei de Biot-Savart onde as linhas de campo saem é associado ao polo norte.

2. Campo magnético
criado por uma corrente
numa espira circular
Quando as partes que compõem um motor elétrico, uma
campainha ou um eletroímã são observadas, nota-se que
sempre existe nesses objetos um núcleo composto por um
fio enrolado várias vezes em torno dele. Cada volta desse
fio constitui uma espira, e o conjunto de espiras é denomi-
nado bobina. Adiante, serão analisadas as características
do campo produzido por uma espira percorrida por corren-
te. Os objetos citados são exemplos de equipamentos que
fazem uso das espiras (e bobinas). multimídia: vídeo
Considere uma espira circular de centro O e raio r, per- Fonte: Youtube
__› corrente de intensidade i. O vetor campo
corrido por ​_uma
Campo Magnético Espira circular
magnético B ​
​ ,   localizado no centro O da espira, é perpendi-
cular ao plano da espira e tem seu sentido obtido pela re-
gra da mão direita, uma vez que é dependente do sentido
da corrente. Aplicação do conteúdo
1. Determine a intensidade, a direção e o sentido do ve-
tor indução magnética no centro de uma espira circular
de raio 20 cm, percorrida por uma corrente de 12 A no
sentido horário (use m0 = 4p · 10–7 T · m/A).

A intensidade do vetor campo magnético vale:

138
Resolução:
Dados: r = 20 cm = 0,2 cm; i = 12 A; m0 = 4p · 10–7 T ·
m/A; p = 3,14
A intensidade é dada pela expressão:
m
​   ​0 · _r​  i  ​= 4p · 10–7 · _____
B = ___ ​  12  ​ 
= 3,8 · 10–5 T
2 2 · 0,2
A direção é perpendicular ao plano da espira. multimídia: vídeo
​___›
O sentido é obtido pela regra da mão direita. Nesse caso, B ​
​    Fonte: Youtube
​___›
está entrando na página, portanto, B ​​ .   Campo Magnético – Espira circular
– Eletromagnetismo
2. A figura mostra duas espiras circulares, concêntricas
e coplanares, de raios 3p m e 5p m, e que são percorri-
das por correntes de 3 A e 4 A, respectivamente. Calcule
a intensidade do vetor indução magnética no centro
das espiras.
3. Campo magnético criado
por corrente em um solenoide
Um solenoide é um dispositivo formado por um fio condu-
tor enrolado na forma helicoidal (formato de uma hélice), de
modo que as espiras fiquem bem próximas umas das outras.
O solenoide também é denominado bobina longa.

Resolução:
Dados: R1 = 3p m; R2 = 5p m; i1 = 3 A; i2 = 4 A; m0 =
4p · 10–7 T m/A.
​____›
Cálculo da intensidade de B​ 1 ​:  

Solenoide

Uma das aplicações industriais do solenoide deve-se ao fato


de que, quando percorrido por uma corrente elétrica, ele
apresenta o mesmo comportamento de um ímã na forma de
barra, no qual o polo sul é o lado por onde as linhas de in-
m i1 __________
​    ​ = ​ 4p · 10   · 3​  dução entram no solenoide, e o polo norte é o lado por onde
–1
B1 = ___
​   ​0 · __ =
  2 · 10–7 T
2 R1 2 · 3p as linhas saem. O sentido do campo magnético no solenoide
​____›
B​ 1 ​  “sai da página”. também é determinado pela regra da mão direita.
​____›
Cálculo da intensidade de B​ 2 ​:  
p i2 __________
​    ​ = ​ 4p · 10   · 4​ 
–7
B2 = ___
​   ​0 · __ =
  1,6 · 10–7 T
2 R2 2 · 5p

A configuração das linhas do campo magnético criado por um


solenoide é idêntica à de um ímã de barra com o mesmo formato.

A intensidade do vetor indução magnética no interior de


​___› um solenoide, de características iguais aos do solenoide da
B​2 ​  “entra na página”. figura anterior, é dada pela expressão:
Cálculo da intensidade do vetor indução magnética resul-
tante: ​ N ​  · i
B = m __
º
​____› ​____› ​____›
B​ R ​  = B​ 1 ​  + B​ 2 ​  ä BR = B1 – B2 ä BR = 2 · 10–7 – 1,6 · 10–7
N é o número de espiras, º é o comprimento do solenoi-
BR = 0,4 · 10–7 T ä BR = 4 · 10–8 T de e i é a intensidade da corrente elétrica que percorre
​____›
O vetor indução magnética resultante “sai” da página: B​ R ​.   o fio condutor.

139
O campo magnético tem direção perpendicular ao plano A intensidade do campo de um solenoide se deve à quanti-
das espiras, e o sentido é determinado pela regra da mão dade de voltas do fio condutor enrolado sobre o núcleo de
direita. Um modo de determinar o sentido é envolver o so- ferro. Geralmente, os solenoides são usados em relés, chaves
lenoide com a mão direita, de maneira que os dedos curva-​___› automáticas, campainhas elétricas, alto-falantes, receptores
dos indiquem o sentido da corrente. Assim, o sentido de B ​​    telefônicos, disjuntores, guindastes eletromagnéticos, etc.
será aquele indicado pelo polegar.

No solenoide ilustrado, o fio entra no plano (linha cheia)


e sai por ele (linha pontilhada) diversas vezes.

O campo magnético, no interior da espira e longe das bor-


das, é praticamente uniforme. Por convenção, a mesma
simbologia utilizada para o sentido do vetor indução mag-
nética é usada para o sentido da corrente no solenoide, A sucata metálica é atraída pelo eletroímã do guindaste eletromagnético.
como mostra a figura.
Aplicação do conteúdo
1. Um solenoide retilíneo tem comprimento de 100 cm e
contém 2.000 espiras. Determine a intensidade do vetor
indução magnética na região central do solenoide ao ser
percorrido por uma corrente de intensidade 5 A. Consi-
Corrente saindo perpendicularmente do plano da página. dere a permeabilidade no vácuo m0 = 4p · 10–7 T · m/A.
Corrente entrando perpendicularmente no plano da página.
Resolução:
Dados: º = 100 cm = 1 m; N = 2.000 espiras; i = 5 A; m0
= 4p · 10–7 T · m/A
A intensidade do vetor indução magnética no centro do
solenoide é dada por:
​ 2000
B = m0 · N · _​ i ​ ä B = 4p · 10–7 · ____ ​  · 5
º 1
multimídia: vídeo ä B = 4p · 10–3 T
Fonte: Youtube
2. (PUC-RS) Para uma espira circular condutora, percor-
PH EM MF DEMO 70001A V1025 2D Magnetic... rida por uma corrente elétrica de intensidade i, é re-
gistrado um campo magnético de intensidade B no seu
centro. Alterando-se a intensidade da corrente elétrica

4. Eletroímã na espira para um novo valor ifinal, observa-se que o mó-


dulo do campo magnético, no mesmo ponto, assumirá
O eletroímã é um ímã temporário formado por uma barra o valor 5B. Qual é a razão entre as intensidades das cor-
rentes elétricas final e inicial (ifinal/i)?
de ferro doce envolvida por um solenoide. A magnetização
dos ímãs temporários é possível graças à propriedade do ​ 1 ​ 
a) __
5
ferro doce de magnetizar-se sob a influência de um cam- ​  1  ​ 
b) ___
po magnético externo. Esse campo é gerado pela corrente 25
c) 5
elétrica no solenoide. Ao cessar a corrente, o campo mag- d) 10
nético também deixa de existir e o ferro doce perde a mag- e) 25
netização adquirida.
Resolução:
O campo magnético B, em módulo, no interior de uma es-
pira circular, é dado em função da intensidade da corrente
elétrica i por:
​  i   ​ 
B = m = ___
Eletroímã em forma de barra reta. 2R

140
Como o campo magnético e a corrente elétrica são dire- 4K (Kelvin), por meio de hélio líquido, a fim de manter as
tamente proporcionais, se for aumentada a corrente para características supercondutoras do magneto.
a mesma espira, o campo ficará aumentado pelo mesmo (Disponível em: http://www.famerp.br/projis/
grp25/ressonancia.html. Adaptado.)
fator. Assim, se o campo aumentou cinco vezes, a corrente
também aumentará cinco vezes. Um dos motivos para os altos valores cobrados por exames de
imagem sofisticados é o alto custo desses aparelhos, dos custos
Alternativa C
de instalação e manutenção do equipamento, além da exigên-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. cia de mão de obra extremamente qualificada para operá-los.
Custo e manutenção dos aparelhos de imagem en- Um equipamento de ressonância magnética, por exemplo,
carecem exames pode custar de U$ 2 milhões a US$ 3,5 milhões, dependendo
É inegável que a evolução da medicina diagnóstica permi- da sua capacidade. Além disso, há um adicional anual de cer-
tiu avanços sem precedentes na prevenção e no tratamen- ca de 2 milhões em manutenção, incluindo o custeio de proce-
to de vários tipos de doenças. Se por um lado a tecnologia dimentos para arrefecer as bobinas magnéticas da máquina.
(Disponível em: http://glo.bo/19JB2sB. Adaptado.)
propiciou fidelidade cada vez maior nas imagens obtidas
do interior do corpo humano, por outro ela também co- 3. (Fac. Albert Einstein - Medicina) Nas proximidades da
superfície da Terra, a intensidade média do campo magné-
bra o seu preço. Um exame de ressonância magnética, por
tico é de 5 · 10-5 T e, conforme o texto informa, a intensida-
exemplo, pode chegar a R$1.200,00, em média, se for feito de do campo magnético produzido por alguns aparelhos
sem material para contraste, e R$1.800,00 se essa subs- de ressonância magnética pode chegar a 3 T. Considere,
tância para contraste for utilizada. por hipótese, esses campos magnéticos uniformes e pro-
duzidos por duas bobinas chatas distintas, de raios iguais
a 1 m para o aparelho e RT (raio da Terra) para a bobina da
Terra; cada uma delas composta por espiras justapostas;
percorridas pela mesma intensidade de corrente elétrica e
mesma permeabilidade magnética do meio.

(  )
NTerra
Determine a razão ​ ​  ______    ​  ​entre o número de espiras
Naparelho
das bobinas chatas da Terra e do aparelho, respectiva-
mente. Para simplificar os cálculos, adote o raio da Terra
igual a 6.000 km.
Resolução:
O campo magnético formado pela superposição de N es-
A ressonância nuclear magnética, ou simplesmente res- piras é dado por:
sonância magnética, é um método de diagnóstico por m.i
B = N · ____
​   ​   → N = _____​ B . 2R
 ​  

imagem que usa ondas de radiofrequência e um forte 2R m.i
campo magnético para obter informações detalhadas dos Assim, pode-se escrever:
órgãos e tecidos internos do corpo, sem a utilização de N
______ B .R (5 . 10-5) . (6 . 106)
= ___________
​  Terra  ​   ​  Terra Terra  
    ​ = ​ ______________
    ​   = 100
radiação ionizante. Essa técnica provou ser muito valio- Naparelho Baparelho . Raparelho (3) . (1)
sa para o diagnóstico de uma ampla gama de condições
clínicas em todas as partes do corpo. O aparelho em que
o exame é feito consta de um tubo circundado por um
grande eletroímã, no interior do qual é produzido um po-
tente campo magnético.
Na técnica de ressonância magnética aplicada à medicina
trabalha-se principalmente com as propriedades magné-
ticas do núcleo de hidrogênio, que é o menor núcleo que multimídia: site
existe e consta de apenas um próton.
O paciente a ser examinado é colocado dentro de um brasilescola.uol.com.br/fisica/a-regra-mao-direita.htm
campo magnético intenso, o qual pode variar de 0,2 a 3,0 educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/campo-mag-
teslas, dependendo do aparelho. Esse campo magnético netico---condutor-retilineo-aplicacoes-da-lei-de-am-
externo é gerado pela elevada intensidade de corrente elé- pere.htm
trica circulando por uma bobina supercondutora que pre- www.infoescola.com/eletromagnetismo/lei-de-biot-savart/
cisa ser continuamente refrigerada a uma temperatura de

141
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 21
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

Dentro dos fenômenos eletromagnéticos, a passagem de corrente elétrica por uma bobina é capaz de gerar um
campo magnético no espaço ao seu redor. Saber reconhecer as características do campo magnético produzido faz
parte da habilidade 21, em que se cobra a interpretação dos fenômenos eletromagnéticos.

MODELO 1
(Enem) Um guindaste eletromagnético de um ferro-velho é capaz de levantar toneladas de sucata, dependendo
da intensidade da indução em seu eletroímã. O eletroímã é um dispositivo que utiliza corrente elétrica para
gerar um campo magnético, sendo geralmente construído enrolando-se um fio condutor ao redor de um núcleo
de material ferromagnético (ferro, aço, níquel, cobalto).
Para aumentar a capacidade de carga do guindaste, qual característica do eletroímã pode ser reduzida?
a) Diâmetro do fio condutor
b) Distância entre as espiras
c) Densidade linear de espiras
d) Corrente que circula pelo fio
e) Permeabilidade relativa do núcleo

ANÁLISE EXPOSITIVA
Para aumentar a capacidade de carga do eletroímã, deve-se aumentar a intensidade do campo mag-
nético por ele gerado. A intensidade desse campo é dada pela expressão B = µi__n​  ​,    em que µ é a perme-
L
abilidade magnética do material, i é a corrente elétrica e __n​   ​   é a densidade linear de espiras (número de
L
espiras por metro de comprimento).
Assim, para aumentar a intensidade do campo magnético, deve-se aumentar o número de espiras por
unidade de comprimento, diminuindo a distância entre elas.

RESPOSTA Alternativa B

142
DIAGRAMA DE IDEIAS

CAMPO MAGNÉTICO
GERADO POR

µ·i
FIO RETILÍNEO B = ——
2πr

µ·i
ESPIRA CIRCULAR B = ——
2r

µ·i
BOBINA CHATA B = N ——
2r

N ·µ· i
SOLENOIDE B = ——

143
​___› _​›_ ​___›
uniforme B ​
​ ,   sendo que a direção entre v ​
​    e B ​
​    forma um
AULAS 41 e 42 ângulo £. Fisicamente, observa-se que:

FORÇA MAGNÉTICA § uma força magnética aparece, desde que v ​


​   e B ​
_​›_ _​__›
​   não te-
EM PARTÍCULAS nham a mesma direção, ou seja, £ i £º ou £ i 180º;

§ a intensidade da força magnética depende da carga


elétrica da partícula, mas não da massa;

§ a intensidade da força magnética é diretamente propor-


COMPETÊNCIAS: 5e6 cional ao valor do módulo da carga elétrica q, do módulo
da velocidade de lançamento e do seno do ângulo £.
HABILIDADES: 17, 20 e 21
Assim:
F = k · |q| · v · sen £
Sendo que k é uma constante de proporcionalidade. ​___› Ado-
tou-se o valor da intensidade do campo magnético B ​​   como
1. Força magnética sobre o valor dessa constante; portanto, fazendo k = B, tem-se:
cargas elétricas F = |q| · v · B · sen £
Considere que uma partícula eletrizada seja colocada em​
repouso em uma região onde exista um campo magnético​
___ A partir dessa equação, é possível verificar que, caso o ân-

B ​.   Dessa forma experimental, os físicos verificaram que o gulo £ seja nulo ou de 180º, o valor de sen q é nulo e,
campo magnético não atua sobre as partículas eletrizadas consequentemente, a força magnética também é nula.
em repouso. Assim, quando uma partícula eletrizada em _​__›
repouso é colocada ao lado de um ímã, nenhuma força de 1.1. A intensidade do campo magnético  ​B 
​ 
origem magnética atua sobre ela.
Uma bússola foi utilizada anteriormente ​_para__› definir a
Entretanto, outros experimentos mostraram que, se a par- direção e o sentido do campo magnético B ​ ​ ,   enquanto a
​___›
tícula fosse​___lançada nessa região onde existe ​_um campo
› ›_ equação anterior fornece a intensidade do campo B ​ ​ ,   dados
magnético B ​​ ,   sob certas condições, uma força F ​
​   agiria so- os outros parâmetros
​___› da equação. No Sistema Internacio-
bre a partícula. Essa força foi denominada força magnética. ​   é denominada tesla (símbolo T), em
nal, a unidade de B ​
homenagem ao físico Nikola Tesla (1856-1943), que foi o
inventor de importantes aparelhos elétricos e cujo papel no
desenvolvimento de geradores de corrente alternada foi de
grande relevância.
Em resumo, são utilizadas as seguintes unidades no SI:

Grandeza Unidade Símbolo


multimídia: vídeo Força magnética newton N

Fonte: Youtube Carga elétrica coulomb C

Força magnética sobre cargas – Velocidade metro por segundo m/s


Eletromagnetismo - Aula 3 Campo magnético tesla T

​  F   ​ 
Utilizando a relação B = _________ e substituindo as uni-
q ⋅ v ⋅ senθ
A figura ilustra uma partícula de massa m, eletricamente dades, tem-se:
carregada, com carga elétrica q, que foi lançada no plano
​_›_ ​  N   ​  
T = ______
™ com velocidade v ​
​ .   Na região, existe um campo magnético C · m/s

144
1. A princípio, dispõem-se os dedos da mão esquerda como
na figura. O polegar, o indicador e o dedo médio devem
ficar perpendiculares uns aos outros.
__
​›
F ​​   
​__›
 ​

B​  

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube __
​›
 ​ v​  
Força magnética sobre cargas
- Exercício 1 (UFSCar) 2. Então, a seguinte associação é feita:

§ O dedo
​___› indicador mostra o sentido do campo magné-
Aplicação do conteúdo tico ​B ​. 
_​›_
1. Um campo magnético uniforme de intensidade B = § O dedo médio indica o sentido da velocidade v ​​ .  
5,0 · 103 T atua em uma região onde foi lançada uma _​›_
partícula de carga elétrica positiva q = 3,2 · 10–19 C, § O dedo polegar indica o sentido da força magnética F ​​ .  
​___›
com velocidade v = 2,0 · 106 m/s, de tal
_​_› modo​___› que o Alinha-se o dedo indicador com a direção do vetor B ​
​   e o
ângulo formado entre as direções de ​v ​    e ​B ​    é igual a ​_›_
30º. Qual é a intensidade da força magnética sobre a dedo médio com a direção_​›_ do vetor v ​
​ ;   desse modo, o sen-
partícula no instante do lançamento? tido da força magnética F ​
​   será indicado pelo dedo polegar
(figura anterior).
Resolução:
A partir dos dados fornecidos, basta aplicar a equação:
F = |q| · v · B · sen £
Assim:
F = 3,2 · 10–19 · 2,0 · 106 · 5,0 · 103 · sen 30º
ä F = 1,6 · 10–9 N
multimídia: vídeo
1.2. Direção e sentido da força magnética Fonte: Youtube

A direção da força magnética é outro resultado experimen- Exercício 1 Força magnética de Lorentz
tal importante. A partir dos experimentos, verificou-se que
a direção da força magnética, desde​__ que_​__› não seja nula, é Para as partículas de carga elétrica negativa, a situa-

perpendicular à direção dos vetores v ​
​   e B ​
​ .   ção é a mesma, a não ser pelo sentido da força mag-
Geometricamente, se uma reta r tem direção perpendicular nética, que será oposto ao sentido caso a carga seja
a outras duas retas concorrentes, então a reta r é perpen- positiva. Assim, usa-se então a regra da mão esquer-
dicular ao plano ™ que contém as duas retas concorrentes da, mas deve-se inverter o sentido obtido para a força
(observe a figura a seguir). Assim, a força magnética tem magnética.
direção perpendicular ao plano ™.
A figura mostra a determinação do sentido da força mag-
nética nas duas situações.

O sentido da força magnética pode ser obtido a partir de


uma regra prática, denominada regra da mão esquer-
da. A seguir, será explicado como aplicar essa regra para o
caso de uma carga positiva: Carga positiva: aplica-se a regra da mão esquerda.

145
S

b) Para determinar o sentido da força magnética, usa-


-se a regra da mão esquerda. Como a carga é negati-
va, o sentido do vetor da força magnética é invertido.
Repare que o polegar tem o sentido de “sair” do pla-
no da página, mas a força magnética que age sobre
a partícula tem o sentido oposto, ou seja, de “entrar”
Carga negativa: aplica-e a regra da mão esquerda e no plano da página.
inverte-se o sentido do vetor F.

A figura a seguir mostra outros exemplos do uso da regra


da mão esquerda para determinar a direção e o sentido da
força magnética que atua nas partículas positivas repre- S
sentadas nas figuras.
Como descrito, coloca-se a mão esquerda sobre cada uma
das figuras, de modo que o indicador coincida com o senti-​ 2. Campo magnético uniforme
do
__› do campo magnético e o dedo médio com a velocidade ​_›_ ​ A seguir, serão analisadas as propriedades de um campo
v ​.   O polegar indicará o sentido da força magnética F ​​ .   magnético uniforme.
Observe, na figura, as linhas de campo de um campo mag-
nético uniforme que se formam no interior de um ímã com
formato em U. Perceba as seguintes propriedades:

§ a intensidade do campo é constante em qualquer ponto;


Aplicação do conteúdo § o campo tem a mesma direção e o mesmo sentido em
1. A figura mostra uma partícula de carga elétrica nega- qualquer ponto;
tiva que foi lançada em direção ao interior de um ímã
em formato de U. Determine: § as linhas de campo são retas paralelas de mesmo
sentido, uniformemente distribuídas pela região que o
campo ocupa.
A representação de um campo magnético uniforme, cuja
direção é perpendicular ao plano da página, “entrando”
ou “saindo” dela, é realizada utilizando a convenção apre-
S sentada na aula anterior. Veja as figuras:

a) o sentido do campo magnético do ímã; ​__›


b) a direção e o sentido da força magnética F ​
​    sobre
a partícula.
Resolução:
a) O sentido do campo magnético deve satisfazer a
condição de “nascer” no polo norte e “morrer” no
polo sul do ímã. A figura indica a direção e o sentido
de suas linhas. Campo magnético uniforme “entrando” no plano da página.

146
4.2. Segundo caso: lançamento
perpendicular às linhas do campo
Considere que a partícula eletrizada, com carga elétrica ​_q__,

seja lançada na região de campo magnético uniforme B , ​   
com uma direção perpendicular à direção das linhas de in-
dução do campo (figura a seguir).
Campo magnético uniforme “saindo” do plano da página.

3. Partícula em repouso
no campo magnético
No início da aula, foi visto que o campo magnético não
atua sobre uma partícula em repouso. Essa propriedade
_​_› ​___›
também pode ser verificada a partir da equação da força Lançamento de uma carga positiva: ​v ​  ' ​B ​  .
magnética:
Nesse caso, tem-se £ = 90° e, portanto,
F = |q| · v · B · sen £ sen £ = sen 90 ° = 1.
Observe que a intensidade da força magnética depende F = |q| · v · B · sen £
da velocidade da partícula. Consequentemente, se uma
partícula for colocada em repouso no campo magnético e F = |q| · v · B · sen 90° ä F = |q| · v · B
nenhuma outra força atuar sobre ela, a partícula permane- Como a força magnética é sempre perpendicular à dire-
​_›_
cerá em repouso. ção da velocidade v ​ ​ ,   o módulo da velocidade da partícula
v0 = 0 ä F = 0 ä partícula permanece em repouso não é alterado, e apenas a direção é​_›_ modificada. Em cada​
ponto da trajetória, sempre a força F ​
__ ​   será perpendicular a​

v ​.   Como resultado, a partícula realizará um movimento
4. Partícula lançada no circular uniforme, e a força magnética fará o papel de
força centrípeta desse movimento.
campo magnético
De acordo com a figura a seguir, considere uma partí-
cula de carga positiva (q > 0) lançada em uma região
4.1. Primeiro caso: lançamento em que o campo magnético é uniforme, de tal modo que
​_›_
paralelo às linhas do campo a direção
​___› da velocidade v ​
​  
  seja perpendicular à direção
Observe as figuras a seguir que ilustram uma partícula car- de B ​
​ .   Considere ainda que, durante todo o movimento,
regada lançada em uma região em que existe um campo a partícula não saia do interior da região que contém o
magnético uniforme: campo magnético. A trajetória da partícula será uma cir-
cunferência de raio R.

Partícula lançada paralelamente às linhas de campo.

Considere que a partícula _​›_ seja lançada de modo que a di-


reção da velocidade _​__› v ​
​   seja paralela à direção das linhas do
campo magnético B ​ ​ .   Na figura da esquerda, tem-se £ = 0°
e, na figura à direta, £ = 180°. Em consequência, tem-se:
sen £ = sen 0° = sen 180° = 0
Pela equação da força magnética, a força que atua na
partícula é nula. Caso nenhuma outra força atue sobre a
partícula, o movimento da partícula será retilíneo e uni- Trajetória circular descrita por uma partícula de carga positiva,
forme, paralelo a uma linha de indução do campo. lançada perpendicularmente às linhas do campo magnético.

147
_​›_
Em cada ponto da trajetória, o sentido da força F ​
​   obedece
à regra da mão esquerda. Assim:
​___› ​___› ​___› ​___›
​ v​ 1 ​   ​= ​ v​ 2 ​   ​= ​ v​ 3 ​   ​= ​ v​ 4 ​   ​= v
e
_​___› _​___› _​___› _​___›
           
​F​ 1 ​   ​= ​F​ 2 ​   ​= ​F​ 3 ​   ​= ​F​ 4 ​   ​= ​ q ​· v · B
multimídia: site
4.3. Determinação do raio R da trajetória
Como a força magnética faz o papel de força centrípeta, pt.khanacademy.org/science/physics/magnetic-forc-
tem-se: es-and-magnetic-fields/magnets-magnetic/a/what-is-
​ m · ​
Fcp = _____v2   magnetic-force
R alunosonline.uol.com.br/fisica/movimento-car-
e ga-no-campo-magnetico.html
Fmag = ​ q ​· v · B brasilescola.uol.com.br/fisica/forca-magnetica.htm
www.infoescola.com/fisica/forca-magnetica-so-
Igualando essas duas equações, tem-se:
bre-cargas/
​  m · ​
_____ v2   ​ m · v  ​
= ​ q ​· v · B é R = ____ alunosonline.uol.com.br/fisica/movimento-car-
R ​ q ​· B
ga-no-campo-magnetico.html
​  m ⋅ v  ​ 
R= _____
|q| ⋅ B

As figuras a seguir ilustram as situações de lançamento de Aplicação do conteúdo


partículas de carga positiva
​_›_
e de carga negativa, respecti-
vamente. A velocidade v ​ ​   do lançamento​_›_ é igual nas duas 1. Uma partícula de carga elétrica q e massa
_​__› m foi lan-
situações. O sentido da força magnética F ​ ​ ,   encontrado pela çada em
​__› um campo magnético uniforme ​B ​  , com veloci-
​_›_
regra da mão esquerda, combinada com a velocidade v ​​ ,   dade ​v ​  , sendo o lançamento perpendicular às linhas
apontará o sentido do movimento, determinando se será de campo. Admitindo que o movimento da partícula
não exceda a região ocupada pelo campo magnético
horário ou anti-horário. e dados os valores q = +3,2 · 10–19 C, m = 2,0 · 10–28
kg, v = 6,4 · 105 m/s e B = 2,0 T, determine:
a) a intensidade da força magnética;
b) o raio da trajetória;
c) o tempo que a partícula leva para completar uma
volta (período do movimento).
Resolução:
a) F = |q| · v · B
F = (3,2 · 10–19) · (6,4 · 105) · (2,0) = 40,96 · 10–14N
ä F = 4,096 · 10–13 N
2,0 · 10–28 · 6,4 · 105
b) R = ____ ​ m · v  ​= R = ​ _______________
  
    ​ = 2,0 · 10–4 m
​ q ​· B 3,2 · 10–19 · 2,0
Partícula positiva em MCU no sentido anti-horário.
c) v = ___​ ∆s ​ = ____
​ 2pR ​ 2pR
 ​  é T = ____v ​  
∆t T
2 · 3,14 · 2,0 ‚ 10 –4
= _______________
​     ​  ≈ 2,0 · 10–9 s
6,4 · 105

2. (UFJF-PISM) Em um laboratório de física experimental,


um pesquisador realiza o bombardeio de uma amostra
desconhecida com um laser de alta potência, de forma a
quebrar as ligações entre os átomos deste material. Os
fragmentos do espalhamento são partículas que podem
ser carregadas eletricamente. Com a intenção de saber
algumas propriedades deste material, três fragmentos
passam por um filtro de velocidades, de forma que todos
os três fragmentos, ao deixar o filtro, tenham exatamente
Partícula negativa em MCU no sentido horário. a mesma velocidade v = 2,0 · 103 m/s. Três fragmentos,

148
identificados como 1, 2 e 3, ao deixarem o filtro de ve- 3. (UERN) Numa região em que atua um campo magné-
locidades, entram em uma região de campo magnético tico uniforme de intensidade 4 T é lançada uma carga
constante, de módulo B = 0,5 T, que está entrando no elétrica positiva, conforme indicado a seguir:
plano da folha, assim como mostra a figura a seguir. As
linhas com setas representam a trajetória de cada frag-
mento. Considerando Dx = Dy =2,0 mm, DETERMINE:

Ao entrar na região do campo, a carga fica sujeita a


uma força magnética, cuja intensidade é de 3,2 · 10-2 N.
a) o sinal de cada carga. Justifique sua resposta; O valor dessa carga e o sentido do movimento por ela
b) a aceleração que cada fragmento sente devido à adquirida no interior do campo são, respectivamente:
ação do campo magnético;
a) 1,6 · 10-6 C e horário.
c) a frequência angular do movimento circular de
cada fragmento. b) 2,0 · 10-6 C e horário.
c) 2,0 · 10-6 C e anti-horário.
Resolução: d) 1,6 · 10-6 C e anti-horário.
a) Usando as regras convencionais (mão direita ou
mão esquerda) do eletromagnetismo, conclui-se que: Resolução:
Q1 < 0; Q2 > 0; e Q3 = 0 Utilizando a regra da mão esquerda, percebe-se que a par-
tícula vai executar um movimento no sentido anti-horário.
Para saber o valor da carga, pode ser utilizada a equação
da força magnética sobre uma partícula:
F = q · v B · sen (θ)
F   ​   (3,2 . 10-2)
q = __________
​  ​ ________________
=   
    ​
v . B . sen (θ) (4 . 103) . 4 sen (90º)
q = 2 · 10 –6 C
Alternativa C

b) A partícula 3 realiza movimento retilíneo e unifor- 4. (Unesp) Em muitos experimentos envolvendo cargas
me, tendo aceleração nula. As partículas 1 e 2 reali- elétricas, é conveniente que elas mantenham sua ve-
zam movimento circular uniforme. Então, a acelera- locidade vetorial constante. Isso pode ser conseguido
ção é centrípeta. Assim: fazendo a carga movimentar-se
___
​› em uma região onde ___
​›
atuam um campo elétrico ​E ​   e um campo magnético ​B ​  ,
v
aC = __
​  2 ​ ⇒ ambos uniformes e perpendiculares entre si. Quando as
R magnitudes desses campos são ajustadas conveniente-
(2 · 103)2 __
a1 = aC = ​ _______ = ​ 4 ​  · 109 ⇒ aC = 1,3 · 109 m/s2
 ​  mente, a carga atravessa a região em movimento retilí-
1 3 · 10-3 3 1
neo e uniforme.
(2 · 10 ) __
3 2
a2 = aC = ​ _______ = ​ 4 ​  · 109 ⇒ aC = 2,0 · 109 m/s2
 ​  A figura representa um dispositivo, cuja finalidade é fa-
2 2 · 10-3 2 2
zer com que uma partícula eletrizada com carga elétrica
a3 = 0 q > 0 atravesse uma região entre duas placas paralelas
c) Calculando a frequência angular ou velocidade P1 e P2 eletrizadas com cargas de sinais opostos, se-
angular: guindo a trajetória indicada pela linha tracejada. O sím-
bolo x representa um campo magnético uniforme B =
​ 2 · 10 -3 
3
ω1 = _______ ⇒ ω1= 0,67 · 106 rad/s
 ​  0,004 T com direção horizontal, perpendicular ao plano,
3 · 10 que contém a figura e com sentido para dentro dele. As
​ 2 · 10 -3 
3
ω2 = _______ ⇒ ω2 = 1 · 106 rad/s
 ​  linhas verticais, ainda não orientadas e paralelas entre
2 · 10 si, representam as linhas de força de um campo elétrico
ω3 = 0 uniforme de módulo E = 20 N/C.

149
Desconsiderando a ação do campo gravitacional sobre
a partícula e considerando que os módulos de B e E se-
jam ajustados para que a carga não desvie quando atra-
vessar o dispositivo, determine justificando se as linhas
de força do campo elétrico devem ser orientadas no
sentido da placa P1 ou da placa P2 e calcule o módulo
da velocidade v da carga, em m/s.

Resolução:
Aplicando as regras práticas (da mão direita ou da mão es-
querda) do eletromagnetismo, conclui-se que a força mag-
nética é vertical e para cima. Para que a partícula eletrizada
não sofra desvio, a resultante das forças deve ser nula. As-
sim, a força elétrica tem direção vertical e para baixo. Como
a carga é positiva, a força elétrica tem o mesmo sentido
das linhas de força do campo elétrico, ou seja, as linhas
de força do campo elétrico dever sem orientadas
no sentido da placa P2, como indicado na figura.

Dados: E = 20 N/C; B = 0,004 T = 4 · 10-3 m/s.


Combinando as expressões das forças elétrica e magnéti-
ca, calcula-se o módulo da velocidade da partícula.
|q| v B = |q| E → v = __ ​  20   ​  
​ E ​ = ______ → v = 5 · 103 m/s
B 4 x 10-3

150
VIVENCIANDO

Aurora polar

Um dos fenômenos mais bonitos da natureza, a aurora polar, é explicado com a ajuda do magnetismo. Quando ocor-
re no Polo Norte, é denominado aurora boreal; quando ocorre no Polo Sul, é chamado de aurora austral, podendo
acontecer em diversos formatos e cores. O fenômeno é causado por elétrons, prótons e partículas alfa alinhados com
o campo magnético terrestre. Quando colidem com a atmosfera terrestre, predominantemente formada por oxigênio
e nitrogênio, parte da energia ioniza os átomos da atmosfera, que, por sua vez, produzem o espetáculo de luzes.

151
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do dia a dia os varia-
dos fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

MODELO 1
(UFJF-PISM 3 2020) A figura abaixo mostra um equipamento para detectar elétrons ejetados de átomos,
através da mudança de trajetória dos elétrons sob ação de um campo magnético. Os elétrons podem ser acele-
rados até a velocidade inicial v0 ao longo do eixo x. O detector e colocado a uma distância d ao longo do eixo
vertical y. Um campo magnético uniforme é aplicado sobre os elétrons, em toda a região abrangida pela figura.
Observou-se que os elétrons chegaram numa posição vertical d/2 abaixo do detector, seguindo a trajetória 1
mostrada na figura. Pode-se modificar a velocidade v0 dos elétrons, o módulo do campo magnético e a sua
direção de aplicação. Devido à alta velocidade dos elétrons, pode-se ignorar o efeito da gravidade. Assinale a
alternativa que descreve o que pode ser modificado no experimento para que os elétrons alcancem o detector,
ou seja, para que eles se desloquem com a trajetória 2 mostrada.

a) Pode-se diminuir a velocidade inicial v0 dos elétrons.


b) Pode-se diminuir o módulo do campo magnético.
c) Pode-se aplicar o campo magnético na direção da velocidade inicial v0.
d) Pode-se aumentar a velocidade inicial v0 dos elétrons.
e) Pode-se aplicar o campo magnético na direção do eixo y.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Devido à ação do campo magnético, o elétron descreve uma trajetória circular no plano da página, com
a força magnética que atua sobre ele atuando como resultante centrípeta. Logo:
mv 2
Fmag =Fcp ⇒ Bqv 0 = 0
R
mv 0
R=
Bq
Sendo assim, para que os elétrons passem da posição d/2 para a posição d, é necessário que se
diminua o raio de sua órbita. O que pode ser feito diminuindo-se v0.

RESPOSTA Alternativa A

152
DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇA MAGNÉTICA
EM PARTÍCULAS

F = |Q| · V · B · SEN θ

REGRA DA MÃO ESQUERDA

INDICADOR CAMPO MAGNÉTICO

DEDO MÉDIO VELOCIDADE

POLEGAR FORÇA MAGNÉTICA

→ →
v paralela a B: força nula

→ →
v perpendicular a B: MCU

FORÇA MAGNÉTICA = RESULTANTE CENTRÍPETA

153
de direção x e y, como indica a figura a seguir. A direção x é
AULAS 43 e 44 perpendicular e a direção y é paralela, respectivamente, às
linhas de campo magnético.

FORÇA MAGNÉTICA
EM FIOS _​_› ​___› ​___›
Decomposição da velocidade ​v ​  nas componentes ​vx ​  e ​vy ​  

O movimento resultante da partícula sob a influência do


campo magnético é a composição do movimento indepen-
dente em cada uma das componentes:
COMPETÊNCIAS: 5e6
§ o movimento
​___›
que ocorreria se houvesse apenas a com-
HABILIDADES: 17, 20 e 21 ponente v​ x ​;  

§ o movimento que ocorreria se houvesse apenas a com-


​___›
ponente v​ y ​.  
​___›
Como v​ x ​  tem direção perpendicular ao campo, a partícula
1. Introdução sofre o efeito da força magnética que produz um movi-
mento circular e uniforme, sendo que F = Fp, na direção do
Na aula anterior, foi estudado o comportamento de uma
plano imaginário ™ perpendicular ao plano da página e às
partícula eletricamente carregada na presença de um cam-
linhas de indução do campo.
po magnético. Especificamente, foram analisados dois ca- ​___›
sos: no primeiro, a partícula era lançada paralelamente ao Na outra componente, a direção de v​ y ​  é paralela ao campo,
campo magnético; no segundo, o lançamento era perpen- então F = 0 e a partícula tem movimento retilíneo uniforme
dicular ao campo. A seguir, será dada continuidade a esse na direção das linhas do campo magnético.
estudo e será tratado um terceiro caso.
Como o movimento da partícula é a resultante do movi-
mento em cada direção, a trajetória será uma ​___› hélice ci-
1.1. Terceiro caso: lançamento líndrica em torno de uma linha central de B . ​    Obseve, na
numa direção não particular figura a seguir, que a trajetória é semelhante à espiral de
um caderno. Entretanto, o nome preciso não é espiral, mas
A figura mostra o lançamento de uma partícula em um
helicoidal, pois lembra a trajetória de um ponto numa héli-
campo magnético uniforme, de tal modo que a direção
ce movendo-se para frente em MRU.
do vetor velocidade não é paralela nem ortogonal à dire-
ção das linhas de campo magnético, isto é, a direção de
lançamento da partícula é obliqua à direção do campo.

Em resumo:

No lançamento de uma carga em um campo magné-


O módulo da força magnética, nesse caso, é dado por: tico uniforme, tem-se os seguintes casos:
F = |q| · v · B · sen £ 1.º caso: θ = 0º ou teta = 180º; F = 0 ä MRU
_​›_ _​__›
Em que £ é o ângulo entre v ​
​    e B ​
​    (que está indicado na 2.º caso: θ = 90º ä MCU
figura). 3.º caso: θ i 0º, £ i 90º e θ i 180º; F i 0 ä movi-
_​›_
A velocidade v ​
​    não
tem uma direção particular; assim, o mento uniforme helicoidal
vetor velocidade deve ser decomposto nas componentes,

154
2. Força magnética sobre F = B · i · L · sen £
um condutor retilíneo
A convenção usada para representar um vetor perpendicu-
O estudo focou-se até agora na força magnética sobre lar à página segue a notação estabelecida anteriormente:
uma partícula lançada em uma região em que existe um
campo magnético. Contudo, o efeito do campo magnéti- é vetor “entrando” no plano da página;
co não ocorre apenas quando a partícula está isolada. Por é vetor “saindo” do plano da página.
exemplo, a força magnética também atua sobre as cargas
elétricas de uma corrente elétrica em um fio condutor pró-
ximo a um ímã.
A seguir, essa situação será analisada considerando um
condutor retilíneo em um campo magnético uniforme.
Considere, como na figura a seguir, um pequeno trecho de
um condutor retilíneo, de comprimento L, em uma região Exemplo:
em que existe um campo magnético uniforme B. Suponha Nas figuras a seguir, está representado um fio​___› retilíneo em
ainda que o ângulo entre o fio e as linhas do campo seja uma região de campo magnético uniforme B ​ ​ .   A partir da
igual a £. A intensidade de corrente elétrica que passa no regra da mão esquerda, determine o sentido da força mag-
​_›_
fio tem intensidade i. nética F ​
​   que atua sobre o fio. O sentido da corrente elétrica
Nesse situação, as partículas em movimento (elétrons) no fio está indicado nas figuras.
no interior do fio são afetadas por uma força magnética,
numa direção contida no plano ™ da figura, e com sentido
determinado pela regra da mão esquerda:

Na figura anterior, a força magnética é perpendicular ao


plano da página e com sentido “saindo” da página em
direção ao leitor.

Fio retilíneo imerso no campo magnético

§ O dedo indicador
_​__› coincide com a direção do campo No segundo caso, a direção da força magnética é perpen-
magnético B ​
​ .   dicular ao plano da página e ao fio, e com sentido “saindo”
da página em direção ao leitor.
§ O dedo médio coincide com direção da corrente elé-
trica i.
Aplicação do conteúdo
§ O dedo polegar
​_›_ indica a direção e o sentido da força
magnética F ​​ .   1. Em certa região, onde existe um campo magnético
uniforme de intensidade B = 2,0 T, um fio retilíneo mui-
É importante observar que, apesar de as cargas elétricas to comprido é percorrido por uma corrente elétrica de
serem negativas, o sentido da força obtida não é inverti- intensidade i = 12 A, como mostra a figura. Deseja-se
do, pois o sentido convencional da corrente elétrica, por determinar:
convenção, é o inverso do sentido real de movimento dos
elétrons.
A intensidade da força magnética que atua no trecho de
comprimento L do fio retilíneo é dada por:

155
a) a direção e o sentido da força magnética sobre o fio; Observe, nas figuras a seguir, o sentido de cada campo,
b) a intensidade da força que atua no trecho MN do separadamente, para cada um dos fios.
fio, de comprimento 50 cm.
Resolução:
a) Usando a regra da mão esquerda, determina-se
​__› o
sentido da força magnética. Assim, obtém-se ​F ​ ,  como
indicado na figura.

  
fio 1 campo gerado pelo fio 1
b) A intensidade da força magnética é dada por:
F = B · i · L · sen θ
Como o fio é perpendicular às linhas do campo mag-
nético, θ = 90º. Assim:
sen θ = sen 90º = 1
Substituindo os valores conhecidos na equação aci-
ma, tem-se:
F = (2,0) · (12) · (0,50) · (1) ä F = 12 N

3. Força magnética entre dois


fios retilíneos e paralelos   
campo gerado pelo fio 2 fio 2
Foi visto até aqui que um fio retilíneo percorrido por uma
corrente elétrica gera um campo magnético ao seu redor Aplicando a regra da mão esquerda em ambos os fios, des-
e que, se o fio percorrido por uma corrente elétrica estiver cobre-se que a força magnética que atua no fio 1 é hori-
em uma região em que exista um campo magnético, o fio zontal e com sentido para a direita, enquanto que, no fio 2,
sofrerá a ação de uma força de origem magnética. a força magnética também é horizontal, mas com sentido
para a esquerda.
A seguir, será analisado o que ocorre quando dois fios re-
tilíneos e paralelos, ambos de comprimento l e separados O campo magnético gerado por um fio retilíneo percorrido
por uma distância r, são percorridos por corrente elétrica. por uma corrente é dado pela seguinte expressão:
m·i
B = ____
​   ​ 
2pr
3.1. Primeiro caso: as correntes E a força magnética é dada por:
possuem o mesmo sentido F = i · B · º · sen £
Observando que a corrente e o campo magnético são per-
pendiculares, o fio 2 ficará sujeito à força magnética:
F1 é 2 = i2 · B1 · º
m·i
F1 é 2 = i2 · ____
​   ​1  · º
2pr
m · i ·i
F1 → 2 =_______
​  1  ​2   ·º
2pr
  E o fio 1 ficará sujeito à força magnética:
fio 1 fio 2

Pela regra da mão direita, o sentido dos campos, nos dois F2 é 1 = i1 · B2 · º


fios, é anti-horário. Na região entre os fios, no entanto, o m·i
F2 é 1 = i1 · ____
​   ​2  · º
sentido do campo de cada fio é oposto ao outro, ou seja, 2pr
o campo do fio 1 “entra” na página, e o campo do fio 2 m·i ·i
F2 é 1 =_______
​  1  ​2   ·º
“sai” da página. 2pr

156
Pelo princípio da ação e reação, as forças que um fio aplica
no outro são iguais, têm mesma direção e sentidos opos-
tos. Uma outra característica é que a força de origem mag-
nética entre os dois fios paralelos percorridos por correntes
de mesmo sentido sempre será de atração.

      
fio1 campo gerado pelo fio 1

Por outro lado, na região do fio 1, o campo gerado pelo fio


2 também é orientado para fora do plano da página.

​______›
  F​ mag ​   
fio 1 fio 2

  
campo gerado pelo fio 2 fio 2

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tema 10 - Cargas Elétricas em Movimento |
Experimentos - Força magnética entre fios

multimídia: vídeo
3.2. Segundo caso: as correntes Fonte: Youtube
possuem sentidos contrários Tema 11 - A Lei de Ampère | Experimentos
- Força magnética entre fio e ima

A partir das equações do campo magnético e da força


magnética utilizadas anteriormente, e notando que a cor-
rente e o campo magnético são perpendiculares, observa-
-se que o fio 2 está sujeito à força magnética expressa por:
F1 é 2 = i2 · B1 · º
m·i
F1 é 2 = i2 · ____
​   ​1  · º
2pr
m · i ·i
F1 é 2 =_______
​  1  ​2   ·º
2pr
   E o fio 1 está sujeito à força magnética:
fio 1 fio 2
F2 é 1 = i1 · B2 · º
Nessa situação, o campo gerado pelo fio 1, pela regra da i ·m·i
mão direita, tem orientação horária, ao passo que o campo F2 é 1 =_______
​ 1  ​2  ·º

2pr
gerado pelo fio 2 tem orientação anti-horária. Na região do m·i ·i
F2 é 1 =_______
​  1  ​2  ·º

fio 2, o campo gerado pelo fio 1 “sai” do plano da página. 2pr

157
Novamente, a intensidade da força de um fio sobre o outro d) 12 · 10–4 N para cima.
é a mesma. Esse resultado era esperado por se tratar de Resolução:
um par de forças ação e reação. Contudo, nessa situação,
as forças são de repulsão entre os fios. Para dois fios re- O condutor 2 ficará sujeito à força magnética dada por:
tilíneos percorridos por correntes contrárias, sempre a força F1 é 2 = i2 · B1 · º2
magnética entre eles será de repulsão.
O campo que o condutor 1 gera é dado por:
m·i
B1 = ____
​   ​1  
2pr
A corrente do condutor 1 é:
​ U ​ 
i1 = __
R
Substituindo na primeira expressão e utilizando os valores
em unidades do SI, tem-se:
0,1 · 4p10–7 · 4 · 0,10
F1 é 2 = _________________
  
​      ​
2p · 0,01
​______› ​______›
F​ mag ​      F​ mag ​   F1 é 2 = 8 · 10–7 N
fio 1 fio 2
Como a corrente no condutor 1 é contrária ao sentido da
corrente no condutor 2, a força magnética será de repul-
são. No condutor 2, o sentido é para a esquerda.
Alternativa C
2. (UFRRJ) Dois condutores metálicos homogêneos (1)
e (2), retos e extensos, são colocados em paralelo. Os
multimídia: vídeo condutores são percorridos por correntes elétricas de
mesma intensidade.
Fonte: Youtube
Aula 3.24 - Aplicação: interação magnética
entre duas correntes retilíneas paralelos

Aplicação do conteúdo A partir das informações dadas, responda às perguntas


1. (PUC-MG) A figura representa um condutor retilíneo propostas:
longo de resistência elétrica R = 3 V ligado a uma fonte a) Qual a condição para que a força magnética entre
de 12,0 V. Próximo a esse condutor existe um segundo os condutores seja atrativa?
condutor de comprimento 10 cm, que é percorrido por b) Qual a condição para que a força magnética entre
uma corrente de 0,1 A, paralelo ao primeiro. O sentido os condutores seja repulsiva?
da corrente no condutor 2 está indicado na figura.
Resolução:
a) De acordo com a teoria vista anteriormente, quando
as correntes têm o mesmo sentido, a força magnética
será de atração. Assim, a condição para a força ser de
atração é as correntes em (1) e (2) terem o mesmo
sentido.
b) Quando as correntes têm sentidos contrários, a for-
ça magnética será de afastamento (repulsão). Assim,
a força será de repulsão quando as correntes em (1) e
(2) tiverem sentidos opostos.
N   ​
Dado: m0 = 4p · 10–7 ​  __ 3. (UFRGS) No esquema da figura a seguir, o fio F ho-
A2 rizontalmente suspenso e fixo nos pontos de suporte
A força do campo magnético sobre o condutor 2 é de:
P, passa entre os polos de um ímã, em que o campo
a) 8 · 10–7 N para a direita. magnético é supostamente horizontal e uniforme. O
b) 6 · 10–5 N para a esquerda. ímã, por sua vez, repousa sobre uma balança B, que
c) 8 · 10–7 N para a esquerda. registra seu peso.

158
Num ponto P do plano xy, situado a uma distância d
de cada um dos fios, lança-se uma partícula, com carga
elétrica positiva q na direção do eixo y, cuja velocidade
tem módulo igual a v.
Sendo m a permeabilidade absoluta do meio e conside-
rando desprezível a força de interação entre as corren-
tes elétricas nos fios, a força magnética que atua sobre
essa partícula, imediatamente após o lançamento, tem
módulo igual a:
Assinale a alternativa que preenche corretamente as a) zero.
lacunas do enunciado a seguir, na ordem em que apa- miqv
recem. b) ______
​   ​. 
2π d2
Em dado instante, a chave C é fechada, e uma corrente m i ℓ q v
elétrica circula pelo fio. O fio sofre uma força vertical, c) ______
​   ​. 

2π d2 
__________, e o registro na balança __________. m i ℓ q v
a) para baixo – não se altera; d) ​  _____2  ​.   
2π d
b) para baixo – aumenta;
Resolução:
c) para baixo – diminui;
d) para cima – aumenta; De acordo com a regra da mão direita em cada ___
​›
condutor,
___
​›
e) para cima – diminui. pode-se visualizar seus campos magnéticos
___
​›
B ​
​  1 e B ​
  ​ 2  , bem
Resolução: como o campo magnético resultante B ​
​ p   gerados no ponto
P, de acordo com a figura:
Com o auxílio da regra da mão esquerda, coloca-se o dedo
indicador no sentido do campo magnético fornecido pelo
ímã (entrando no plano da página), o dedo médio no senti-
do da corrente elétrica (da esquerda para a direita), ficando
o dedo polegar indicando o sentido da força magnética so-
bre o fio que aponta para cima (ação), sendo a força que o
fio aplica no ímã (reação) apontando para baixo, causando
o aumento na massa registrada na balança.
Alternativa D
Texto para a próxima questão
Quando necessário, use:
g = 10 m/s2 Os campos magnéticos resultantes nas direções x e y são:
___
​› ___
​›
sen 37º = 0,6 B ​
​ 1   – B ​
​ 2   = B
___
​›
cos 37º = 0,8 B ​
​ x   = 0
___
​› ___
​› ___ ​› ___ ___ ​› ​›
4. (Epcar (Afa)) Na figura a seguir, estão representados B ​ ​ p   = 2​B ​c   os θ = 2​B ​  ___
​ y   = B ​ ​  L  ​ = B ​
​   __​  L  ​
dois longos fios paralelos, dispostos a uma distância ℓ 2d d
um do outro, que conduzem a mesma corrente elétrica Como o módulo do campo magnético criado por um fio
i em sentidos opostos. condutor é dado por:
m
B = ___​  0 ​ · __​  i  ​ 
2π d
então, a intensidade do campo magnético resultante será:
m iL
B = __ ​  0 ​ . __
​    ​
2π d2
e a intensidade da força magnética resulta:
m qviL
F = qvB → F = __ ​  0 ​ . __
​   ​   
2π d2
Alternativa C
5. (Espcex (Aman)) A figura a seguir representa um fio con-
dutor homogêneo rígido, de comprimento L e massa M,
que está em um local onde a aceleração da gravidade tem

159
intensidade g. O fio é sustentado por duas molas ideais, 6. (Col. naval) Com relação à eletricidade e ao magne-
iguais, isolantes e, cada uma, de constante elástica k. O fio tismo, assinale a opção INCORRETA.
condutor está imerso em um campo magnético uniforme a) Corpos isolantes apresentam pouca quantidade
de intensidade B, perpendicular ao plano da página e sain- de elétrons livres e, por isso, podem ser facilmente
do dela, que age sobre o condutor, mas não sobre as molas. eletrizados.
Uma corrente elétrica i passa pelo condutor e, após o b) Corpos condutores apresentam grande quantidade
equilíbrio do sistema, cada mola apresentará uma de- de elétrons livres e, por isso, apresentam grande difi-
formação de: culdade para serem eletrizados.
c) A força elétrica entre dois corpos eletrizados pode
ser atrativa ou repulsiva, dependendo apenas da car-
ga elétrica dos corpos.
d) A passagem da corrente elétrica por um fio condutor
produz um campo magnético em volta desse fio, que
pode ser verificado pela presença de uma bússola.
e) Os motores elétricos funcionam devido ao apareci-
mento de forças de origem mecânica, cujo movimento
deve-se à passagem de corrente elétrica pelo seu interior.
Resolução:
Os motores elétricos funcionam devido ao aparecimento
Mg + 2K de forças de origem eletromagnética, cujo movimento de-
a) _______
​   ​. 
  ve-se à passagem de corrente elétrica pelo seu interior.
BiL
​  Bil   ​. 
b) _______ Alternativa E
Mg + 2K
c) _________
​  K   ​. 
2(Mg + BiL
Mg + BiL
d) _______
​   ​.  
2K
​ 2K + BiL
e) _______  ​. 

Mg
Resolução:
multimídia: site
Primeiramente, é necessário encontrar o sentido da força
magnética. Para tal, é correto verificar, utilizando a regra
da mão esquerda, que o sentido dessa força é vertical e www.infoescola.com/fisica/forca-magnetica-sobre-fi-
para baixo. os/
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/forca-magnetica-
Assim, pelo equilíbrio de forças, segue que:
--corrente-eletrica-em-que-situacoes-ocorre-a-forca-
magnetica.htm
www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/
ForcaMagnetica/fio.php
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-magneti-
ca-um-condutor-retilineo.htm

Assim:
2 · Fel = P + Fmag
2 · (k · x) = M · g + B · i · L
Mg + BiL
x = _______
​   ​  

2k
Alternativa D

160
VIVENCIANDO

Motor elétrico
Os motores elétricos são um exemplo de aplicação do efeito causado pela força magnética em um fio. O prin-
cípio de funcionamento desse tipo de motor é ilustrado na figura abaixo. Um fio dobrado de forma circular é
colocado na região de um campo magnético. Ao passar corrente elétrica no fio, a espira fica sujeita a forças
magnéticas que a fazem girar. O anel comutador mostrado na figura tem a função de inverter o sentido da
corrente quando a espira estiver na posição horizontal, de modo que o movimento seja mantido. No motor,
usam-se várias espiras enroladas num núcleo de ferro.

  

Alto-falante
O alto-falante também utiliza o efeito da força magnética. Na figura a seguir, está esquematizado um dos tipos
de alto-falante usado em rádios, televisores e caixas acústicas de aparelhos de som. O som que se pretende emi-
tir é transmitido por uma corrente elétrica alternada (que aumenta, diminui e muda de sentido) com a mesma
frequência do som desejado. Essa corrente percorre uma bobina (solenoide) enrolada em volta de um cilindro
oco preso a um cone de papelão (figura abaixo).

O cilindro é colocado de modo que envolva um dos polos (figura abaixo) de um ímã de formato especial. A
corrente, ao passar pela bobina, causa uma força cuja intensidade e sentido dependem da intensidade e do
sentido da corrente elétrica. Consequentemente, o cone oscila, para a frente e para trás, na mesma frequência
da corrente (e do som), produzindo assim a oscilação do ar (som).

161
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 21
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

A habilidade 21 compreende todos os fenômenos eletromagnéticos, inclusive os efeitos magnéticos da passagem


de correntes elétricas por fios condutores imersos em campos magnéticos externos.

MODELO 1
(Enem) Desenvolve-se um dispositivo para abrir automaticamente uma porta no qual um botão, quando acio-
nado, faz com que uma corrente elétrica i = 6 A percorra uma barra condutora de comprimento L = 5 cm, cujo
ponto médio está preso a uma mola de constante elástica k = 5 ∙ 10–2 N/cm. O sistema mola–condutor está
imerso em um campo magnético uniforme perpendicular ao plano. Quando acionado o botão, a barra sairá da
posição do equilíbrio a uma velocidade média de 5 m/s e atingirá a catraca em 6 milissegundos, abrindo a porta.

A intensidade do campo magnético, para que o dispositivo funcione corretamente, é de:


a) 5 × 10–1 T.
b) 5 × 10–2 T.
c) 5 × 101 T.
d) 5 × 10–2 T.
e) 5 × 100 T.

ANÁLISE EXPOSITIVA
​__› ​__›
Na direção do movimento, atuam na barra duas forças: a magnética (F ​​m  ) e a elástica (F ​​el  ).

§ Força magnética:
Dados: i = 6 A; ℓ = 5 cm – 5 × 10–2 m; q = 90º.
Fm = B i ℓ sen q ⇒ Fm = B ∙ 6 ∙ 5 × 10–2 ∙ 1 ⇒ Fm = 0,3 B (I)

§ Força elástica:
Dados: k = 5 × 10–2 N/cm = 5 N/m. A mola deforma de x = 0 a x = C.
Fe = –k x ⇒ Fel = –k (C O) ⇒ Fe = –5 C (II)

162
O gráfico registra essas forças em função do deslocamento:

Considerando que a velocidade média (vm = 5 m/s) refere-se ao trecho OC (que não está claro no enunciado),
calcula-se o deslocamento no intervalo de tempo dado (∆t = 6 ms = 6 × 103 s):

​__›
Considerando, ainda, que no ponto C a resultante das forças (​F ​r)   é nula (o que também não é especificado
no enunciado), tem-se, de (I) e (II):

RESPOSTA Alternativa A

163
DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇA MAGNÉTICA
EM FIOS

F = · B · I · L SEN θ
CONDUTOR RETILÍNEO
REGRA DA MÃO ESQUERDA

FIOS RETILÍNEOS ​  µ · i1 · i2

F = ________ ·
2 → 1  ​
E PARALELOS 2πr

CORRENTES COM
ATRAÇÃO
MESMO SENTIDO

CORRENTES COM
REPULSÃO
SENTIDOS OPOSTOS

164
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientí-
fico-tecnológicas
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
166

Você também pode gostar