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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Felipe Veiga da Fonseca
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Luana Ramos Rocha
e busca por tecnologia, informação e conheci- Marta Yumi Ando
mento advindos de profissionais que possuam
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Produção Audiovisual:
cia no mercado de trabalho. Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Aliana de Araujo Camolez
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1 - O QUE É A PSICOLOGIA? .................................................................................................................................... 6
2 - ESPECIALIDADES DA PSICOLOGIA .................................................................................................................... 7
3 - BREVE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ................................................................................................................... 9
4 - MARCOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA ............................................................................................................... 11
4.1. ESTRUTURALISMO: OS ELEMENTOS DA MENTE .......................................................................................... 11
4.2. FUNCIONALISMO: A FUNÇÃO DA MENTE ..................................................................................................... 12
4.3. BEHAVIORISMO: OS ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO ......................................................................... 12
4.4. PICOLOGIA DA GESTALT: A PERCEPÇÃO DO TODO ...................................................................................... 12
4.5. PSICANÁLISE: O INCONSCIENTE ................................................................................................................... 13
4.6. PSICOLOGIA HUMANISTA: O SER HUMANO COMO UM TODO ................................................................... 13
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4.7. PSICOLOGIA COGNITIVA: A CAIXA PRETA ..................................................................................................... 14
5 - DEBATES DA PSICOLOGIA ................................................................................................................................ 15
6 - CÉREBRO ............................................................................................................................................................ 16
7 - SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO ................................................................................................................................. 21
8 - ATENÇÃO ............................................................................................................................................................ 23
9 - MEMÓRIA ........................................................................................................................................................... 25
9.1. MEMÓRIA SENSORIAL (MS) ........................................................................................................................... 26
9.2. MEMÓRIA A CURTO PRAZO (MCP) ............................................................................................................... 26
9.3. MEMÓRIA A LONGO PRAZO (MLP) ................................................................................................................ 27
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
O estudo do porquê as pessoas se comportam de certa forma tem sido durante muito
tempo o tema preferido de filósofos, poetas, historiadores, escritores e de muitos outros. A
unidade 1 apresenta diversos temas, tais como a Psicologia como ciência independente, os
diferentes ramos ou especialidades que a psicologia oferece à sociedade, os principais marcos
teóricos desta disciplina e, ao final, dois grandes debates polêmicos dentro da psicologia.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - O QUE É A PSICOLOGIA?
A Psicologia é uma disciplina ampla e a definimos como sendo a ciência que estuda os
processos mentais e o comportamento dos organismos, principalmente dos seres humanos. No
entanto, vamos analisar esta definição palavra por palavra. O termo “Psicologia” procede das
palavras gregas psyche (alma) e logos (estudo), e revela que em suas origens se referia ao estudo
da alma (mais tarde, o estudo da mente). Literalmente, Psicologia significa ciência da alma, no
entanto, contemporaneamente, a Psicologia faz parte das ciências humanas, sociais e da saúde
(DAVIDOFF, 2002; MORRIS; MAISTO, 2013).
Neste sentido, se a Psicologia é considerada uma ciência, o que ela tem em comum com
as outras ciências? Para uma ciência ter esse status, deve-se utilizar o método cientifico. Sendo
assim, os psicólogos recolhem dados através da observação sistemática e tratam de explicar o
que observaram desenvolvendo teorias, e fazendo novas predições a partir dessas teorias, logo
submetem essas predições a prova sistemática por meio de novas observações e experimentos
controlados para determinar se são corretas ou não (KANTOWITZ; ROEDIGER III; ELMES,
2006).
Os psicólogos não se contentam apenas com a descrição dos eventos, eles vão mais longe
e tentam explicar, predizer e por último modificar, visando melhorar a vida das pessoas e da
sociedade em geral. Alguns dos objetos de estudo são: a) O comportamento dos organismos
individuais em interação com seu ambiente; b) Os processos mentais dos indivíduos.
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Mas por que a Psicologia é tão fascinante? São muitos os desafios que a Psicologia enfrenta
e que a fazem uma disciplina complexa. Entre esses desafios estão (MORRIS; MAISTO, 2013):
• E por último, o comportamento de uma pessoa também está determinado pela cultura.
As diferenças culturais, na mesma medida que as diferenças individuais, limitam as generalizações
que os psicólogos possam estabelecer sobre a natureza humana.
Por todas estas razões deve-se ter cautela ao confiar no senso comum ou nas intuições.
2 - ESPECIALIDADES DA PSICOLOGIA
Como visto até o momento, a psicologia é uma ciência complexa e com formas diferentes
de observar a mente e o comportamento humano. Assim, por ser um campo tão variado, oferece
uma rica seleção de oportunidades profissionais para os indivíduos, em diferentes áreas de
atuação como mostra a tabela 1.
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O que é Psicologia?
http://tiny.cc/0vcpez
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Tabela 2: Cronologia dos acontecimentos mais importantes da História da Psicologia Cientifica. Fonte: autora
Esse movimento histórico deu origem à Psicologia como ciência independente. Todas as
perspectivas teóricas deram alguma contribuição valiosa a psicologia cientifica. Por esta razão,
dando continuidade, vamos percorrer os sete marcos e veremos que a opinião da psicologia sobre
o que a constitui como ciência e seu enfoque foi mudando ao longo do tempo.
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A psicologia da gestalt teve três psicólogos que foram os iniciadores dessa abordagem.
De acordo com Kantowitz, Roediger III e Elmes (2006), os psicólogos da gestalt defendiam que a
percepção dos objetos era de um todo agregado e não a soma das partes. Com o passar do tempo,
a psicologia da gestalt também mostrou descontentamento com o behaviorismo. Os psicólogos
gestaltistas não aceitavam que as descrições dos comportamentos se definissem simplesmente em
termos de estimulo e resposta. Contudo, os psicólogos da gestalt contentavam-se em apresentar
um ou outro conceito por meio de demonstrações simples, sem recorrer ao método cientifico.
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ou pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=Hv3pUEW58PY
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5 - DEBATES DA PSICOLOGIA
Existem principalmente, dois grandes debates que determinaram a Psicologia
desde seus inícios e parece que continuarão no futuro.
A. CONTROVÉRSIA HERANÇA-AMBIENTE
Este debate levanta a seguinte questão:
- Nossos comportamentos são atribuíveis a nossos genes (herança) ou ao entorno em que
somos criados?
Esta controvérsia herança-ambiente tem sido polêmica em diversos campos da Psicologia,
tais como o da inteligência, personalidade e da psicopatologia (transtornos psicológicos). Isso
começou na época em que John Locke (1632-1704), filósofo britânico, comparava a mente humana
ao nascer com uma folha em branco, mais tarde, outros autores se referiam à mente como uma
tábua rasa, isso quer dizer, que para Locke e seus seguidores, as pessoas veem o mundo sem ideias
preconcebidas geneticamente, que vamos formando a partir do meio, do entorno.
Durante o século XX, a maioria dos psicólogos supôs que praticamente a totalidade do
comportamento humano era exclusivamente produto da aprendizagem. Mas pesquisas levadas a
cabo por geneticistas do comportamento, que empregam modelos complexos sobre as bases de
estudos com gêmeos e adoção, puderam demonstrar que os traços psicológicos mais importantes,
B. LIVRE-ARBITRIO-DETERMINISMO
Outra controvérsia é o livre arbítrio – determinismo que apresenta a seguinte questão:
Até que ponto nossos comportamentos são selecionados livremente ou causados por fatores
que escapam a nosso controle?
A maioria de nós gosta de crer que somos livres para escolher o curso dos acontecimentos
de nossas vidas. Por exemplo, neste momento você pode decidir se continuar lendo este material
até o final, ou fazer um descanso para ver televisão. No entanto, muitos psicólogos mantêm a
afirmação de que o livre arbítrio é uma ilusão (SKINNER, 1972). Skinner afirmava que nossa
sensação de livre-arbítrio surge de que não somos conscientes das muitas influências ambientais
que afetam a nosso comportamento em todo o momento.
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6 - CÉREBRO
A mente é um conceito abstrato que tenta definir o que o homem tem de místico ou
espiritual, envolve todo o leque de emoções, sentimentos, pensamentos e funções intelectuais.
Esta mente (ou psique ou alma) foi objeto de estudo de muitos pesquisadores e filósofos que
tentaram dar uma explicação de sua presença no ser humano, assim como de sua estrutura.
No debate mente-corpo os psicólogos se colocam em uma encruzilhada em que o sentido
do “eu” cruza com os avanços no conhecimento científico.
Como é que o órgão que chamamos cérebro cria a experiência do que chamamos mente?
Até a pouco tempo essa pergunta parecia não ter resposta. Depois, o corpo e o cérebro
passaram a ser entidades físicas observáveis. Em contraste a mente, que é uma entidade subjetiva,
particular e única sendo só observável pelo seu possuidor (DAMASIO, 1996).
Desde a década de 90 (conhecida como a década do cérebro), os neuropsicólogos
aprenderam mais acerca do cérebro, do que durante toda a história anterior da psicologia. Novas
tecnologias permitiram identificar quais áreas do cérebro se ativam durante a atividade como,
por exemplo, ao nomear um objeto ou estudar um rosto.
De acordo com Nolen Hoeksema et al. (2009), os antigos egípcios acreditavam que a alma
humana estava localizada no coração e que o cérebro carecia de importância para a atividade
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Gageen não morreu, perdeu a visão do olho esquerdo e os médicos trataram suas feridas
durante algumas semanas, até que se recuperou e pode voltar junto à sua família. Fisicamente
parecia recuperado, mas seu temperamento havia mudado, não voltou ao trabalho e seus colegas
diziam que “após o acidente nunca mais foi o Gageen”.
Como está organizado o sistema nervoso central? Todas as partes do sistema nervoso se
conectam entre si. No entanto, para entender sua anatomia e funções é necessário analisar o
sistema nervoso a partir de suas divisões e subdivisões como mostra a figura 3.
O sistema nervoso central está composto pelo encéfalo e a medula espinhal, que em
conjunto contêm mais de 90% dos neurônios do corpo. Por outro lado, o sistema nervoso
periférico consta de nervos que conectam o cérebro e a medula espinhal com todas as partes
do corpo, levando e trazendo mensagens entre o sistema nervoso central e os órgãos sensoriais,
os músculos e as glândulas. O sistema nervoso periférico se subdivide por um lado em sistema
nervoso somático, que transmite a informação acerca dos movimentos corporais e o ambiente
externo e, por outro, em sistema nervoso autônomo, que transmite informação a partir das
glândulas e órgãos internos (NOLEN HOEKSEMA et al., 2009).
Quais são as principais estruturas e áreas do encéfalo e que funções cumprem? O encéfalo
humano é o produto de milhões de anos de evolução durante os quais aumentou de tamanho
e complexidade sináptica. Uma forma de entender o encéfalo é examinando as três capas que
evoluíram em diferentes etapas na linha do tempo (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2007).
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Outra estrutura do encéfalo é o sistema límbico. Esse sistema tem o formato de um anel
de estruturas indiretamente conectadas, que se localizam entre o núcleo central e os hemisférios
cerebrais. O sistema límbico desempenha um papel importante, pois é o que regula as emoções,
como por exemplo, nos momentos de estresse em que coordena e integra a atividade do sistema
nervoso. Pode-se imaginar o sistema límbico como o centro emocional do cérebro (DAVIDOFF,
2001).
O sistema límbico está formado por quatro áreas; o tálamo, o hipotálamo, a amígdala e o
hipocampo (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2007).
O tálamo contém muitos núcleos, e, cada um deles está conectado com uma região. Uma
parte do sistema límbico, específica do córtex cerebral. Podemos pensar no tálamo como uma
porta de acesso às áreas corticais sensitivas.
A amígdala é denominada assim por causa do seu aspecto, ou seja, possui uma forma
amêndoa. Ela participa na regulação das emoções e no estabelecimento de lembranças emocionais,
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O cérebro Humano
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7 - SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
De acordo com Davidoff (2001), os sentidos são canais de informação que captam
os estímulos e os transmitem ao cérebro onde se geram sensações. Pode-se dizer que todo o
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▶ SENSAÇÃO ▶ PERCEPÇÃO ▶
Figura 4 - Sensação e percepção. Fonte: Adaptado de C.P.E.P.A Miguel Hernández (2010).
- Repetição.
- Tamanho, os objetos grandes atraem nossa atenção com maior probabilidade que os
objetos pe- quenos.
- A atenção.
- A cultura que exerce um papel fundamental na percepção, pois nos ensina a perceber
(atitudes, valores e etc.).
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Ainda continuando com os mesmos autores, pode-se dizer que foram os gestaltistas que
se aprofundaram no estudo da percepção e formularam uma série de princípios, principalmente
sobre fenômenos visuais, que descrevem como o cérebro organiza as sensações em um todo
significativo. Alguns desses princípios são:
- Relação figura e fundo. Dividir as impres- sões visuais em figura e fundo é fundamental
na organização das percepções visuais. A figura possui uma forma e contorno definido e se percebe
mais próxima ao indivíduo que o fundo. A figura, pelo contrário, carece de contornos precisos e
se percebe menos nítida. Existem figuras ambíguas que admitem diversas interpretações.
- Leis de agrupação de estímulos. Essa lei mostra a forma que agrupamos os elementos
PENSE NISSO! Por que duas pessoas podem ter as mesmas sensações e percep-
ções diferentes?
8 - ATENÇÃO
Estudar a atenção significa entender a for- ma como o cérebro escolhe determinados
estímulos sensoriais, considerando aqueles que vai descartar e os que vai processar.
Um dos aspectos que dificultam o estudo da atenção é a existência de uma variedade de
definições, que causam uma dificuldade em entendê-la. No presente material vamos nos centrar
na definição de Luria (1979). Segundo este autor, a atenção consiste em um processo seletivo
da informação necessária, a consolidação dos programas de ação elegíveis e a manutenção do
controle permanente sobre o curso dos mesmos. Sendo assim, a atenção pode ser de duas formas:
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- Amplitude se refere tanto à quantidade de informação que uma pessoa pode se ater ao
mesmo tempo.
- Atenção seletiva.
c. Modelo de atenção visual. A partir da década de 80, a maior parte dos pesquisadores
da atenção se interessaram mais pela modalidade de atenção visual do que pela auditiva.
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9 - MEMÓRIA
A memória é uma das capacidades mentais mais importantes que possui o ser humano.
Quase todas as decisões que se tomam ao longo do dia estão baseadas na memória. Se não
tivéssemos memória seriamos incapazes de perceber, aprender ou pensar ou ter lembranças.
Assim, seria muito difícil sobreviver em um mundo em constante mudança (NOLEN HOEKSEMA
et al., 2009).
Ainda de acordo com os mesmos autores, para estudar a memória, o modelo mais
conhecido é o do processamento da informação, tal processo é semelhante à forma de um
computador que codifica, armazena e recupera os dados, considerando os demais fatores sociais,
emocionais e biológicos. Nesse sentido, a memória pode ser definida como o processo pelo qual
somos capazes de recuperar a informação que previamente foi registrada no nosso cérebro.
Nossos sentidos são bombardeados por muita informação, as quais podemos processar,
sendo que a primeira etapa do processamento da informação, implica a seleção da parte do
material para pensar nele e lembrar. Uma vez selecionado o material (percepção e atenção),
ocorrem três operações básicas: a codificação, o armazenamento, e a recuperação, ou seja,
recolher informação, guardá- la de forma organizada e recuperá-la quando seja necessário.
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- Codificação. Por meio da atenção, selecionamos parte da informação para seu processo
posterior. Dessa forma, a informação selecionada fica registrada como uma representação
mental. No entanto, essa codificação nunca é neutra, pois interpretamos a informação de
acordo com nossas ideias sobre o mundo.
- A memória a curto prazo não pode conter um número ilimitado de elementos, segundo
a teoria somente pode reter 7 itens ou unidades de informação não significativas, tais
unidades são pacotes de informação (letras, palavras, números, imagens e frases), mas
sempre agrupadas com um máximo de 7 blocos.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Dentro da MLP podemos encontrar diferentes tipos de lembrança tais como: a Memória
Episódica, que armazena lembranças pessoais de eventos experimentados em um lugar e
- A memória a curto prazo parece que está localizada no córtex pré-frontal e no lobo
temporal;
- A memória episódica também está localizada nos lobos frontais, mesmo que esteja
situada em partes diferentes destas estruturas;
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Memória
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SxIXJYyS2ZqYU&index=40
A memória é uma das capacidades mentais mais importantes que possui o ser
humano. Quase todas as decisões que se tomam ao longo do dia estão baseadas
na memória.
PENSE NISSO! Por que certa informação capta a nossa atenção enquanto outra
fica de lado?
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 32
1 - CONDICIONAMENTO CLÁSSICO OU PAVLOVIANO ....................................................................................... 33
2 - CONDICIONAMENTO OPERANTE OU INSTRUMENTAL ............................................................................... 36
3 - APRENDIZAGEM COGNITIVA ............................................................................................................................ 38
4 - APRENDIZAGEM POR OBSERVAÇÃO OU VICÁRIA ........................................................................................ 39
5 - MOTIVAÇÃO ....................................................................................................................................................... 40
5.1. TEORIA DO IMPULSO (CLARK HULL) ............................................................................................................. 41
5.2. TEORIA HUMANISTA (ABRAHAM MASLOW) ............................................................................................... 42
5.3. TEORIA COGNITIVA ......................................................................................................................................... 42
5.4. A ATRIBUIÇÃO DE FRITZ HEIDER ................................................................................................................... 43
5.5. A TEORIA DE BERNARD WEINER .................................................................................................................. 43
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6 - EMOÇÃO ............................................................................................................................................................. 43
7 - BASES NEUROFISIOLÓGICAS DA EMOÇÃO .................................................................................................... 44
8 - TEORIAS DA EMOÇÃO ....................................................................................................................................... 45
8.1. TEORIA DE W. JAMES – K. LANGE ................................................................................................................. 46
8.2. TEORIA DE W. CANNON-P. BARD ................................................................................................................... 46
8.3. TEORIA BIFATORIAL DAS EMOÇÕES (S.SCHACHTER- J.SINGER) ............................................................. 46
9 - ESTRESSE .......................................................................................................................................................... 47
10 - COPING OU ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DO ESTRESSE ............................................................ 49
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
O elemento comum da unidade 2 é a aprendizagem. Mesmo que a maioria das pessoas
associe a aprendizagem com as aulas e com o estudar para as provas, a definição dos psicólogos
é mais ampla. Nesta unidade 2, trataremos de vários tipos de aprendizagens, tais como, o
condicionamento clássico, o condicionamento operante ou instrumental, a aprendizagem
cognitiva e a aprendizagem por observação.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Ivan Pavlov, em seu laboratório, enquanto media a quantidade de saliva produzida por
seus cachorros ao receber comida, percebeu que eles salivavam somente quando viam a comida
ou escutavam o som de seus passos (SCHULTZ; SCHULTZ, 2007). Esse fato produziu uma
pergunta em Pavlov, como os cachorros aprenderam a salivar frente a visões e sons?
Ainda de acordo com os mesmos autores, para responder a essa pergunta, Pavlov tocou
uma campainha, momento antes de apresentar a comida ao seu cachorro. Geralmente, o som de
uma campainha não faz o cachorro salivar, mas o cachorro de Pavlov começou a salivar enquanto
a campainha tocava, ou seja, depois de escutá-la várias vezes antes de obter comida. Era como
se tivesse aprendido que o som da campainha indicava a aparição da comida e a boca enchia de
saliva frente a esse sinal, inclusive, mesmo que não se apresentasse a comida. Esse cachorro havia
aprendido um reflexo, o de salivar em resposta a um novo estímulo.
O estímulo incondicionado (EI) é um evento que provoca de maneira automática uma
reação reflexa que é a resposta incondicionada (RI). Nos estudos de Pavlov, a comida na boca
era o estímulo incondicionado e a salivação era a resposta incondicionada. O terceiro elemento
do condicionamento clássico é o estímulo condicionado (EC), um evento que se emparelha de
maneira repetida e consistente com o estímulo incondicionado. Pavlov utilizou o som de uma
campainha como estímulo condicionado. No princípio, o estímulo condicionado não provocava a
resposta desejada, mas, logo ao ser emparelhado repetidas vezes com o estímulo incondicionado,
chega um momento em que é capaz de desencadear por si só, uma reação similar à resposta
incondicionada. Essa reação aprendida é a resposta condicionada (RC). O condicionamento
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Por último, está a extinção que ocorre frente a uma resposta já condicionada. Voltando ao
experimento dos cachorros, o estímulo condicionado (som) se apresenta repetidas vezes, mas não
é seguido pelo estímulo incondicionado (alimento), o que ocasiona que a resposta condicionada
(salivação) desapareça de forma gradual e finalmente se extinga, ou seja, desapareça por completo.
Sem o condicionamento clássico não poderíamos desenvolver associações fisiológicas
frente a estímulos que indicam acontecimentos biológicos importantes, como o querer comer
ou fazer com que outros gostem da gente. Muitas das respostas fisiológicas que mostramos no
condicionamento clássico contribuem para nossa sobrevivência, como por exemplo, a conexão
entre o som da buzina de um carro e o risco de ser atropelado. A salivação, por exemplo, nos
ajuda a digerir a comida. Sendo assim, pode-se dizer que o condicionamento clássico é aplicado a
diferentes aspectos da vida cotidiana, como por exemplo, a publicidade (SCHULTZ; SCHULTZ,
2007).
Os profissionais da propaganda e marketing utilizam muito o condicionamento clássico.
Eles associam repetidamente o aspecto e os sons de um produto com fotografias de beleza de
grande atração, ou seja, pretendem estabelecer conexões de condicionamento clássico entre suas
marcas e as sensações positivas. E eles o fazem por uma boa razão, porque funciona!
PENSE NISSO! Você concorda com que tudo pode ser aprendido?
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ENSINO A DISTÂNCIA
2 - CONDICIONAMENTO OPERANTE OU
INSTRUMENTAL
No início do século XX, enquanto Pavlov estava ocupado com seus cachorros, o psicólogo
americano Edward Lee Thorndike (1874-1949) testava o que denominou de caixa problema para
estudar a forma em que os gatos aprendem.
De acordo com Catania (1999), Thorndike trancava um gato faminto na caixa problema
e colocava comida fora da mesma. Para obter a comida, o gato teria que averiguar como abrir o
trinco da porta da caixa, um processo que Thorndike cronometrou. No começo, o gato demorava
para descobrir como abrir a porta, mas em cada tentativa o tempo diminuía, até que no final
podia escapar da caixa quase que imediatamente. Thorndike foi um pioneiro no estudo do tipo
de aprendizagem que envolve emitir certa resposta, devido às consequências que implicam.
Thorndike denominou esse processo como lei do efeito (1911), o qual explicava que se
as ações são acompanhadas ou seguidas de uma experiência agradável, o animal relacionará tal
execução com a satisfação obtida e estará mais propenso a executar as mesmas ações quando se
deparar a uma situação similar. Desse modo, se as ações do animal chegam a vincular-se com
uma experiência desagradável, o animal não as repetirá.
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B.F. Skinner
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Condicionamento operante
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3 - APRENDIZAGEM COGNITIVA
Alguns psicólogos insistem em afirmar que o condicionamento clássico e o
condicionamento operante são os únicos tipos de aprendizagem que podem ser considerados
no estudo cientifico, porque podem ser observados e medidos. Mas outros, sustentam a ideia de
que as atividades mentais são cruciais para a aprendizagem e por isso, não podem ser ignoradas.
Nesse sentido, a aprendizagem cognitiva é definida como os processos mentais que operam em
nosso interior quando aprendemos. Mesmo que seja impossível observar e medir diretamente a
aprendizagem cognitiva, é possível inferi-la a partir do comportamento, o que a converte em um
tema legítimo para o estudo científico.
O tipo de aprendizagem que não é evidente porque ainda não foi demonstrado que
ocorreu pelo indivíduo.
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5 - MOTIVAÇÃO
A motivação é o que inicia, mantém e dirige a ação de um individuo para alcançar
determinados objetivos. Na linguagem comum, costuma expressar-se de diversas formas: amor
próprio, espírito de luta ou força de vontade. A motivação, também, é um fator psicológico que
não pode ser observado diretamente, mesmo que consigamos reconhecê-la através de algumas
manifestações externas. É o processo que explica a intensidade, a direção e a persistência do
esforço de um indivíduo para alcançar uma meta (BRAGHIROLLI, et al., 2002; DAVIDOFF,
2001).
O processo de motivação destaca algumas características comportamentais:
• É proposital: está orientado a uma meta que o individuo quer alcançar. A motivação
integra aspectos cognitivos e afetivos, aumenta a ativação e organiza nossas ações;
• É persistente: os indivíduos gastam muita energia para atingir seus objetivos e superar
os obstáculos que aparecem pelo caminho;
• Os motivos estão organizados hierarquicamente. Existem motivos que cumprem
funções de sobrevivência e outros, que estão orientados para o crescimento pessoal;
• Os motivos podem ser compreensivos ou inexplicáveis, conscientes ou inconscientes.
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Os motivos aprendidos podem ser manipulados. É muito fácil criar novas necessidades,
um exemplo disso é a manipulação publicitária que cria necessidades dispensáveis de consumo.
Os psicólogos que lidam com a questão da motivação tentam descobrir quais são os
fatores responsáveis pelo início, intensidade e direção do comportamento, sendo necessário
conhecer qual é a fonte de energia responsável por ativar o comportamento dos indivíduos. Essa
ativação necessita esforço e persistência para conseguir alcançar a meta final.
A psicologia da motivação pode ser estudada desde três perspectivas: biológica (teoria do
impulso ▶ diminuir a tensão), humanista (desenvolvimento completo do individuo) e cognitiva
(atuar de forma propositiva para conseguir atingir metas) (GAZZANIGA; HEATHERTON,
2007).
Hull considera que a necessidade fisiológica não é suficiente para explicar a dinâmica da
motivação, sendo também importante considerar a meta buscada para diminuir essa necessidade.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Alcançar a satisfação dessas necessidades permitirá passar para o seguinte nível, o terceiro,
que são as necessidades de pertencer (ser aceito pelos outros, amor).
A satisfação das necessidades básicas permite desenvolver os motivos superiores, tais
como o saber e o explorar, e as necessidades estéticas (simetria, ordem e beleza). O topo da
pirâmide está representado pela tendência de auto realização da pessoa. A auto realização é um
processo individual que consiste no desenvolvimento integral das possibilidades pessoais.
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6 - EMOÇÃO
A emoção é um impulso involuntário que se origina como resposta aos estímulos
ambientais que provocam sentimentos e comportamentos de reação automática nos seres
humanos.
As emoções são processos psicológicos que colaboram na adaptação e na resposta do
individuo ao meio em que vive. Prazer, tristeza, medo, ansiedade, hostilidade e culpa, estas
e outras emoções contribuem na riqueza da nossa vida pessoal e acrescentam mais paixão a
nossos atos. Sem emoções e sentimentos a vida seria monótona e tediosa, ninguém perceberia os
efeitos de cada situação, nem poderia manter uma relação afetiva e a mente não buscaria o prazer
(BRAGHIROLLI, et al., 2002; FELDMAN, 2015).
De acordo com Nolen Hoeksema et al., (2009), as emoções aumentam o significado da vida
e a profundidade das relações afetivas. Os acontecimentos que satisfazem os objetivos pessoais
originam emoções positivas, aqueles que magoam ou ameaçam seus interesses produzem emoções
negativas. No entanto, também despertam emoções os acontecimentos novos ou inesperados (ex.
um terremoto). Existem dois tipos de emoções, as primárias e as secundárias ou complexas. As
oito emoções primárias são: alegria-tristeza, raiva-medo, expectativa-surpresa, prazer e nojo.
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EMOÇÕES SENTIMENTOS
Duram pouco tempo São estáveis
Muito intensas Menos intensos
Inatas e universais São adquiridos e individuais
Aparecem subitamente Se desenvolvem ao longo do tempo
São provocadas por um estimulo concreto, Dependem do temperamento, experiência e
especifico socialização do individuo
Produzem reações fisiológicas Provocam reações psicológicas
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8 - TEORIAS DA EMOÇÃO
De acordo com Nolen Hoeksema et al., (2009), as pessoas com habilidades emocionais
bem desenvolvidas possuem mais probabilidades de sentirem-se satisfeitas e serem eficazes em
suas vidas.
A psicologia popular considera que o desenvolvimento e a expressão de uma emoção
advêm de vários passos. Em primeiro lugar, observamos um evento importante: ver o incêndio
de nossa casa. Depois, reconhecemos o incêndio como um perigo potencial e se produz uma
experiência emocional no córtex cerebral (medo), a qual desencadeia respostas reflexas em nosso
corpo, o coração acelera, sudorese aumenta, sentimento de náusea no estômago. No entanto,
existem outras teorias que pretendem explicar o vínculo entre os fenômenos psicológicas
subjetivos (emocionais), a atividade dos órgãos viscerais controlados pelo sistema nervoso
autônomo (SNA) e o córtex cerebral (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2007):
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Emoções I
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<https://www.youtube.com/watch?v=TTq3R7jJSh8>.
Acesso em jan. 2017.
Emoções II
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<https://www.youtube.com/watch?v=GyFQj64amhY>.
Acesso em: jan. 2017.
9 - ESTRESSE
Na atualidade, seria raro encontrar alguém que não ouviu falar em estresse. A vida de hoje
das pessoas é estressante, por causa das diferentes demandas e situações que estão no meio. O
estresse é produzido pela tentativa do organismo de se proteger das pressões físicas, emocionais
ou em situações de perigo. É um fenômeno que aparece quando as demandas da vida superam a
resistência do indivíduo. A pessoa pode se sentir ansiosa, tensa e desejar fugir da situação que o
provoca.
O estresse é o que o organismo sente, frente à pressão do mundo exterior ou do interior
do próprio individuo. É uma reação normal na vida das pessoas de qualquer idade. Nesse sentido,
pode-se dizer que uma pessoa está estressada quando se encontra em situações que impliquem
demandas comportamentais difíceis de realizar, por exemplo, a apresentação de uma pessoa que
me atrai e não sei o que dizer nesse momento; tenho uma avaliação na semana seguinte e não sei
se passarei; tenho que falar em público e não sei como o farei (LIPP, 2010).
O estresse surge quando o organismo realiza um esforço excessivo para contrariar o
desequilíbrio induzido por alguma ameaça que altera seu funcionamento normal. O estresse se
ativa por várias causas e produz diversas consequências.
As pessoas que resistem ao estresse se caracterizam por ter um nível alto na auto-estima
e controle emocional, um estilo de vida equilibrado e uma vida social estimulante, uns critérios
morais sólidos e uma atitude positiva perante a vida. Esses aspectos nos permitem enfrentar os
eventos negativos, superar as adversidades e aprender das experiências dolorosas sem renunciar
aos seus objetivos vitais.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CAUSAS CONSEQUÊNCIAS
Incertezas Alteração fisiológica
Mudanças Alteração emocional
Falta de informação Alteração cognitiva
Sobrecarga dos canais de processamento
Falta de habilidades para enfrentar uma
situação
Qualquer situação pode originar o estresse, e como consequência, o estresse pode mudar
a homeostase corporal, o estado emocional do individuo ou sua atividade cognitiva e desencadear
alterações fisiológicas, cognitivas ou mesmo emocionais.
O estresse é uma resposta fisiológica cujas características são respiração rápida, aceleração
da frequência cardíaca, maior tensão muscular, sudorese, etc. Se a ativação fisiológica supera a
resistência do organismo por sua intensidade ou duração, então pode provocar esgotamento.
Em 1956, Hans Selye, médico canadense, iniciou sua pesquisa do estresse com o estudo
dos efeitos deste no corpo. Selye acreditava que o excesso de estresse provocava doenças e
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ENSINO A DISTÂNCIA
Na terceira fase, a do esgotamento, pode ocorrer que se os recursos pessoais são limitados
e faltam boas estratégias para enfrentar o estresse, a resistência pode-se acabar e fazer com que os
níveis de ativação diminuam drasticamente. O leque de consequências possíveis engloba desde
uma disfunção orgânica, depressão ou ansiedade, até um colapso do sistema imunológico (LIPP,
2010).
Estresse
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<https://www.youtube.com/watch?v=KsfR1bIxmQw>.
Acesso em: jan. 2017.
Sintomas do estresse
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<https://www.youtube.com/watch?v=M-zrakeau0M>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
A influência positiva do suporte social não se limita somente às repercussões para a saúde.
As relações afetuosas podem ajudar a enfrentar crises a curto prazo e transições na vida. Um
matrimonio feliz, por exemplo, se protege da depressão inclusive quando as pessoas enfrentam
fatores estressantes graves. No entanto, o fim de uma relação íntima, devido a um divorcio ou
falecimento, está entre os eventos mais estressantes que vivem os seres humanos. Além disso, as
pessoas solitárias e socialmente isoladas apresentam taxas de mortalidade mais elevadas e maior
probabilidade de fumar, beber, fazer pouco exercício físico e apresentar distúrbios do sono.
Outra forma de enfrentar o estresse é tomar o controle de uma situação. Existem cinco
tipos de controle que podem se utilizar em diferentes situações para contribuir para diminuir o
estresse (MORRIS; MAISTO, 2013):
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Resiliência
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Disponível em: <http://tiny.cc/8h2oez>.
Acesso em: jan. 2017.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
COGNIÇÃO E DESENVOLVIMENTO
HUMANO AO LONGO DO CICLO DA VIDA
PROF.A DRA. CONSTANZA PUJALS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 54
1 - OS ELEMENTOS DO PENSAMENTO ................................................................................................................ 55
2 - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ......................................................................................................................... 56
3 - TOMADA DE DECISÃO ...................................................................................................................................... 58
4 - INTELIGÊNCIA .................................................................................................................................................. 60
4.1. AS PRIMEIRAS LINHAS DE PESQUISA ........................................................................................................... 61
4.2. TEORIAS FATORIAIS ......................................................................................................................................... 61
4.3. TEORIAS COGNITIVAS ...................................................................................................................................... 61
5 - MODELO BIO-PSICO-SOCIAL ........................................................................................................................... 63
6 - O RECÉM-NASCIDO .......................................................................................................................................... 63
7 - INFÂNCIA ............................................................................................................................................................ 64
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7.1. DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO ............................................................................................................. 64
7.2. DESENVOLVIMENTO FÍSICO E MOTOR ......................................................................................................... 64
7.3. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ................................................................................................................... 64
8 - ADOLESCÊNCIA ................................................................................................................................................ 65
9 - ADULTO .............................................................................................................................................................. 66
10 - IDOSO ............................................................................................................................................................... 67
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A cognição é um dos aspectos mais importantes do ser humano, pode-se dizer que é o
que nos diferencia de outras espécies. Por esta razão, é importante entender como funcionamos.
Em unidades anteriores, já revisamos os processos cognitivos da percepção, da aprendizagem,
da atenção e da memória. Nesta unidade 5, nos centraremos nos processos cognitivos superiores
como é o pensamento, a solução de problemas, a tomada de decisão e a inteligência. Por isso,
de forma explicativa, em tópicos, poderíamos elencar nossos objetivos de aprendizagem nesta
unidade:
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - OS ELEMENTOS DO PENSAMENTO
Grande parte do pensamento tem lugar, sem expressão manifesta e às vezes inclusive
é alheio à nossa consciência. No geral, podemos definir pensamento como qualquer atividade
mental ou processamento da informação. Isto inclui a aprendizagem, a memória, a percepção, as
crenças, a solução de problemas e também a tomada de decisão (GAZZANIGA; HEATHERTON,
2007).
Os elementos mais importantes do pensamento, de acordo com Morris e Maisto (2013),
são a linguagem, a imagem e o conceito. Quando você pensa em alguém conhecido, pode ocorrer
que se lembre dele ou dela de três formas: por uma afirmação que vem à cabeça “Estou com
vontade de falar com Maria”, por uma imagem da pessoa (lembrar do rosto de Maria) ou ainda
por um conceito sobre ela (Maria é atenciosa). Estes três elementos podem ocorrer também ao
mesmo tempo.
A linguagem é um sistema de comunicação que combina símbolos, tais como palavras ou
sinais gestuais, de acordo com umas regras concretas para criar significado. A linguagem cumpre
muitas funções, no entanto, a mais óbvia é a transmissão de informação. Outras funções que
cumpre a linguagem é a social e a emocional. Ela nos permite expressar pensamentos e pontos de
vista em interações sociais (FELDMAN, 2015).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Esta teoria sobre o determinismo linguístico não tem muito apoio empírico, por isso,
outra perspectiva menos radical proposta é o relativismo linguístico. Neste, as características de
linguagem dão forma aos processos mentais.
Outro elemento do pensamento é a imagem pode-se dizer, segundo Morris e Maisto
(2013), é a representação mental de alguma experiência sensorial que pode ser usada para pensar
nos objetos, nas pessoas, nas paisagens, etc. As imagens também nos permitem usar formas
concretas para representar ideias complexas e abstratas.
O último elemento do pensamento analisado neste material é o conceito. Ele ajuda a
economizar cognitivamente, ou seja, permite diminuir de forma segura o esforço cognitivo na
aquisição do conhecimento básico, liberando assim recursos cognitivos para poder participar em
processos emocionais e de raciocínio mais complexos.
Os conceitos são categorias mentais para classificar as pessoas, os objetos ou os eventos
específicos. Quando pensamos em algo especifico (monte Everest) costuma-se pensar em fatos
e ter uma imagem daquilo que se está pensando, mas também é possível que pensemos nos
conceitos que se aplicam, tais como a mais alta, a mais perigosa, etc. (MORRIS; MAISTO, 2013).
Mas, muitas vezes é tentador pensar que os conceitos são simples e definidos, pois a maior parte
dos conceitos que usamos é confusa e por vezes estão mal definidos. Da mesma forma que a
linguagem e as imagens, os conceitos contribuem ao processo de pensamento.
PENSE NISSO! Como os conceitos contribuem para ter um pensamento mais efi-
ciente?
2 - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
O que é um problema? Quais são as condições para que possamos afirmar que nos
encontramos frente um problema?
Estamos frente a um problema quando existem diferenças entre a situação na qual nos
encontramos e a situação na qual nos propomos chegar e não dispomos de um caminho direto para
alcançar. Neste sentido, realizar uma classificação dos problemas será de utilidade para analisar
quais processos e passos podem apresentar dificuldades. Os critérios clássicos para realizar uma
classificação dos problemas são são estabelecidos por Morris; Maisto (2013) e Feldman (2015):
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ENSINO A DISTÂNCIA
Esses autores ainda explicam que a dimensão em que podem variar os problemas é o
grau em que estão especificados seus componentes: situação atual, situação desejada e ações que
podem ou não ser empregadas para passar da primeira à segunda. A maioria dos problemas que
enfrentamos em nossa vida cotidiana, estão mal definidos.
Outra categoria de problemas que entra na dimensão gradual ou repentina tem o nome
de problemas de solução súbita, que são aqueles problemas cuja solução depende da superação de
um passo que nos parece difícil, por causa da forma como foi focado o problema. Por outro lado,
estão os problemas de solução gradual, que representam uma aproximação gradual para a meta.
E, por último, a categoria de quantidade de conhecimento. Nesta categoria, estão
os problemas que não requerem conhecimento. O problema que requer conhecimento é um
problema que não podemos resolver empregando unicamente estratégias gerais de raciocínio,
mas que requer uma formação na área que pertence o problema.
Os seres humanos, segundo Gazzaniga e Heatherton (2007), se enfrentam constantemente,
tendo problemas que vão desde os mais simples até os mais complexos. Geralmente, quem resolve
um problema identifica o desafio e se prepara para enfrentá-lo, trabalha para resolvê-lo e, por
último, avalia a solução. Neste sentido, entendemos como solução de problemas, a procura de
estratégias cognitivas para alcançar um objetivo.
A solução de problemas pode ter uma série de passos, de acordo com Morris e Maisto
(2013).
O primeiro passo para resolver um problema é fazer sua representação, implicando sua
interpretação, delimitação ou definição.
Os problemas que têm mais de uma solução correta e nos quais existe uma aproximação
flexível, requerem um tipo de pensamento que se denomina pensamento divergente. O
pensamento divergente se refere a gerar diferentes respostas possíveis. Pelo contrario, o
pensamento convergente é aquele que foca em uma só solução (FELDMAN, 2015).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Outro aspecto importante para resolver um problema e que se refere à representação dele,
é decidir a que categoria pertence esse problema. Por exemplo, os jogadores de xadrez costumam
classificar de imediato uma situação de jogo, comparando-a com várias situações padronizadas
que têm armazenadas em sua memória à longo prazo. Esta estratégia, os ajuda a interpretar o
padrão atual das peças de xadrez com maior rapidez e precisão, do que um novato.
Uma vez que o problema foi interpretado de forma apropriada, o próximo passo é escolher
uma estratégia de solução e avaliar o progresso para a meta.
Os autores Morris e Maisto (2013) descrevem algumas regras práticas conhecidas como
vieses, ou seja, são um conjunto de procedimentos para resolver o problema:
PENSE NISSO! Por que é tão importante a representação do problema para encon-
trar uma solução eficaz?
3 - TOMADA DE DECISÃO
A tomada de decisão é um tipo especial de solução de problemas em que já se conhecem
todas as soluções ou opções possíveis. O objetivo não é inventar novas soluções, senão identificar
a melhor disponível. Tomar decisão é uma atividade constante do ser humano em todos os
setores de sua vida, ou seja, falar da tomada de decisão na linguagem do dia-a-dia, supõe realizar
uma escolha que ofereça várias alternativas possíveis, por exemplo, escolher qual marca de carro
é a mais adequada e barata, que tipo de sapato é o mais conveniente para começar a correr,
entre tantas outras. Além disso, para tomar uma decisão, não importa sua natureza, é necessário
conhecer, compreender e analisar a situação para que assim se possa encontrar uma solução
(GAZZANIGA; HEATHERTON, 2007).
A maioria das decisões implica em acontecimentos futuros, as pessoas devem aprender a
analisar a certeza, o risco e a incerteza, associados a diversas ações que podem ser empreendidas.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Diante disto, de acordo com Aguiar (2004), a decisão pode ser paramétrica, se o contexto
é considerado como um parâmetro, ou estratégica, se a decisão das pessoas é interdependente,
de forma que a decisão dependa de como os outros se comportam. A este fato deve-se incluir
a quantidade de informação com que o indivíduo conta para decidir-se por uma opção de seu
conjunto. Neste sentido, ainda seguindo a linha de raciocínio do mesmo autor, pode-se dizer
que os processos de decisão se classificam de acordo com sua natureza, ou seja, segundo o grau
de conhecimento que se tem sobre esses fatores ou variáveis não controladas pelo decisor e que
podem influenciar no resultado final (esses fatores são conhecidos como ambiente ou contexto).
O primeiro tipo de teoria da decisão é a teoria paramétrica da decisão, que aborda a
natureza formal das decisões individuais e analisa critérios de decisão sob o contexto informativo
em que se desenvolve o indivíduo. Tal natureza formal pode-se tratar de maneira normativa,
prescritiva ou descritiva (BELL; RAIFFA; TVERSKY, 1988). No primeiro caso, a normativa,
estuda quais decisões um indivíduo deve tomar, ou seja, um agente idealizado (que nunca sofre
incoerências lógicas). Já, a teoria prescritiva da decisão, se ocupa de como os indivíduos reais
podem escolher a partir de suas limitações cognitivas e informativas. E, por último, a teoria
descritiva da decisão estuda como as pessoas decidem de fato.
Um segundo tipo de teoria que consta no modelo da tomada de decisão é a dos jogos ou
estratégia, ela, por sua vez, analisa as decisões individuais que são influenciadas não somente pela
informação contextual disponível, mas também pelas decisões de outros (AGUIAR; CRIADO;
HERREROS, 2003).
Por último, a teoria da escolha social, estuda e propõe critérios para incluir funções
individuais de decisão em uma só função social (BARBERA, 1984).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Além dessas teorias, no final da década de 70, dois autores, Daniel Kahneman e Amos
Tversky, desenvolveram importantes estudos relacionados à tomada da decisão. Estes autores
criaram a teoria da perspectiva ou teoria do prospecto, segundo a qual, os indivíduos tomam
decisões em um ambiente de incerteza, com informação insuficiente, sobreponderando e
superestimando o que se sabe e respondendo com clichês (TVERSKY; KAHNEMAN, 1981). A
este tipo de decisões se conhece como heurísticos, que se referem à capacidade de um sistema
para realizar de forma imediata inovações positivas para seus fins.
A teoria de Daniel Kahneman e Amos Tversky está fundamentada principalmente em
três conceitos cognitivos que são: a avaliação relativa de um ponto de referência, sensibilidade
variável e aversão às perdas. Além disso, Tversky e Kahneman (1992) mostraram em diferentes
artigos, que a intuição das pessoas em relação ao cálculo de probabilidades é muito pobre. Isto faz
com que ocorram vários vieses na tomada de decisão em condições de incerteza.
A importância da tomada de decisão no dia-a-dia deve-se ao emprego de um bom juízo,
ou seja, a tomada de decisão indica que um problema ou situação é valorizado e considerado
profundamente para poder escolher o melhor caminho a seguir, segundo as diferentes alternativas.
4 - INTELIGÊNCIA
A inteligência é tão essencial para a natureza humana que qualquer caracterização de
uma pessoa que omita mencioná-la poderia considerar-se incompleto. A inteligência foi tema
de interesse da psicologia desde seu início, no entanto, ainda tentam entender esse conceito tão
complexo, o que não podia ser diferente. De forma geral, é a capacidade que permite aprender da
experiência, usar este conhecimento para resolver problemas e para adaptar-se a novas situações
(BRAGHIROLLI, et al., 2002; DAVIDOFF, 2001; FELDMAN, 2015). Ao longo da história, houve
várias definições que contribuíram para definir o que é psicologia.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
Robert Sternbert foi defensor das capacidades especificas e estabeleceu a teoria triárquica
da inteligência, que constava de três fatores: inteligência analítica (habilidade para adquirir novos
conhecimentos e solucionar problemas de forma efetiva); experimental ou inteligência criativa
(habilidade para adaptar-se de forma criativa a novas situações); e contextual ou inteligência
prática (habilidade para selecionar contextos nos quais uma pessoa pode se destacar) (MORRIS;
MAISTO, 2013).
Na teoria cognitiva se encontra a teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner
que definiu a inteligência como a capacidade de resolver problemas, propondo sete tipos de
inteligência:
E por último, Daniel Goleman (1996), que propôs a teoria da inteligência emocional, que
se refere à eficiência com que a pessoa percebe, entende suas emoções e as dos outros.
Howard Gardner
forma geral, é a capacidade que permite aprender da experiência, usar este conhe-
cimento para resolver problemas e para adaptar-se a novas situações.
PENSE NISSO! Quais são as teorias de inteligência mais aceitas?
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ENSINO A DISTÂNCIA
5 - MODELO BIO-PSICO-SOCIAL
De acordo com Borrell e Carrió (2002), o estudo do ser humano pode ser feito a partir
de três diferentes enfoques: o biológico, que faz ênfase no estudo da estrutura e funções do
organismo; o psicológico que estuda a personalidade e as relações interpessoais e o das ciências
sociais, que estuda a cultura e a sociedade em que o indivíduo está inserido. Os três enfoques
representam diferentes níveis de abstração e mesmo que utilizem diferentes conceitos e métodos,
têm o mesmo objeto de estudo, que é o ser humano.
6 - O RECÉM-NASCIDO
Antes se acreditava que os bebês, nessa fase, permaneciam alheios ao mundo. Mesmo
que dormindo 20 horas ao dia, no momento que estão acordados, pode-se dizer que estão mais
alertas do que se parece à primeira vista. Por causa de vários reflexos essenciais, eles podem
responder ao seu entorno. Por exemplo, o reflexo de busca, ajuda a encontrar o peito para mamar,
o reflexo da sucção, possibilita o ato de sugar qualquer coisa que esteja na sua boca e o reflexo
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ENSINO A DISTÂNCIA
7 - INFÂNCIA
Ao longo dos 12 anos de vida, aproximadamente um bebê frágil se converte em um
membro de competência da sociedade. São vários os tipos de desenvolvimento que ocorrem
durante seus primeiros anos. Aqui analisaremos as mudanças neurológicas, cognitivos e sociais.
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ENSINO A DISTÂNCIA
8 - ADOLESCÊNCIA
O período da adolescência pode abranger dos 10 aos 20 anos. Sabe-se que as mudanças
não são somente físicas, mas também cognitivas e socioemocionais.
Os adolescentes percebem as mudanças físicas que ocorrem em seu corpo. Os sinais da
puberdade são visíveis, o início do amadurecimento sexual ocorre de forma diferente em ambos
os sexos. Nos meninos, o primeiro sinal é o crescimento dos testículos, por volta dos 11 anos
e, aproximadamente um ano depois, ocorre o crescimento do pênis. O aparecimento do pelo
púbico demora um pouco mais e o pelo facial ainda mais. A mudança na voz é uma das últimas a
ocorrer. Os meninos apresentam as primeiras ejaculações, aproximadamente aos 13 anos e estas
costumam ser durante o sono (DAVIDOFF, 2001; FELDMAN, 2015).
Davidoff (2001) e Feldman (2015) também consideram as mudanças nas mulheres, que
começam ao redor dos 11 anos. Primeiramente os peitos se desenvolvem e aparece pelo púbico.
A menarca ocorre um ano depois. Para a menina, este período significa que já está preparada
para ser mãe, no que diz respeito ao ponto de vista biológico. Os adolescentes têm a capacidade
biológica para ter filhos muito antes de ter maturidade suficiente para deles cuidar. Neste caso, a
sexualidade é um tema complexo e confuso para os adolescentes em nossa sociedade (NOLEN
HOEKSEMA et al., 2009).
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ENSINO A DISTÂNCIA
9 - ADULTO
A chegada da fase adulta varia devido a uma série de fatores, entre os quais podem estar
decisões pessoais e circunstanciais. Geralmente, é uma época marcada pelo interesse do adulto
em ter uma relação amorosa de longa duração (NOLEN HOEKSEMA et al., 2009). Outro evento
que marca esta época é a de ter filhos. A paternidade é um momento importante, no qual os
filhos exigem tempo, sendo assim, em alguns casos pode ocorrer que a mãe que trabalha, possa
ter sentimentos de perda, por ter que deixar o trabalho, ou sentimento de culpa por continuar
trabalhando.
A mudança cognitiva é que enquanto os adolescentes são capazes de provar alternativas e
chegar a uma solução correta de um problema, os adultos vão percebendo com o amadurecimento,
que um problema pode ter mais de uma solução correta. Além disso, os adultos também são mais
práticos, porque buscam soluções mais realistas (FELDMAN, 2015; MORRIS; MAISTO, 2007).
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ENSINO A DISTÂNCIA
A maioria das mudanças cognitivas nesta fase podem ser vistas pelo aumento no
vocabulário e memória verbal. No entanto, não ocorre o mesmo com a velocidade perceptual e
a habilidade para fazer cálculos matemáticos, que com o passar do tempo vão se deteriorando.
A chegada da fase adulta varia devido a uma série de fatores, entre os quais po-
dem estar decisões pessoais e circunstanciais.
10 - IDOSO
É fato que a população está envelhecendo e com ela o aumento da expectativa de vida,
o que, de certa forma ocorre, devido a melhores condições nutricionais e de cuidados da saúde.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Este panorama é diferente quando se apresenta a doença de Alzheimer, já que esta doença
causa mudanças cerebrais que provocam a perda progressiva da capacidade de se comunicar e
raciocinar. Esta doença costuma iniciar-se com pequenas perdas de memória, como dificuldade
para lembrar palavras e nomes. A medida que a doença avança (pode durar entre 2 anos e 15
anos) também pode apresentar mudanças na personalidade. As pessoas geralmente se sentem
confusas e a longo prazo perdem a capacidade para falar, cuidar de si mesmos e reconhecer
membros da família. Ainda não se tem uma cura para o Alzheimer (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ALZHEIMER, 2016).
Por último, nesta fase da vida, é normal falar de morte, no entanto, para os idosos raras
vezes isso é preocupante. De fato, os medos dos idosos são outros, tais como, morrer sozinhos,
ter gastos de hospitalização se for o caso e ser uma carga para a família.
Kübler Ross (1969) desenvolveu uma sequência de cinco etapas com as quais as pessoas
se relacionam frente a morte.
Em relação a este modelo existem algumas críticas, no entanto, se reconhece que a autora
foi a primeira em estudar algo que se considerava tabu pela sociedade.
As atitudes também são importantes, pois as pessoas que se sentem úteis, man-
têm os antigos vínculos, desenvolvem novos interesses e conservam o controle
sobre suas vidas, apresentam taxas mais baixas de doenças
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
INTRODUÇÃO À PERSONALIDADE E
TRANSTORNOS MENTAIS
PROF.A DRA. CONSTANZA PUJALS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 71
1 - INTRODUÇÃO À PERSONALIDADE ................................................................................................................... 72
2 - TEORIA DA PERSONALIDADE ........................................................................................................................... 72
3 - TEORIAS PSICANALÍTICAS ............................................................................................................................... 74
3.1. SIGMUND FREUD .............................................................................................................................................. 74
3.2. MODELOS NEOPSICANALÍTICOS ................................................................................................................... 76
4 - TEORIAS HUMANISTAS ................................................................................................................................... 76
4.1. MODELO DA GESTALT ....................................................................................................................................... 77
4.2. TEORIA DE ABRAHAM MASLOW .................................................................................................................... 78
4.3. TEORIA CENTRADA NA PESSOA DE CARL ROGERS .................................................................................... 78
5 - TEORIA DOS TRAÇOS OU FATORES ................................................................................................................. 79
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6 - TEORIAS COGNITIVAS ...................................................................................................................................... 80
7 - TRANSTORNO MENTAL ..................................................................................................................................... 81
8 - ALGUNS TIPOS DE TRANSTORNOS MENTAIS ............................................................................................... 82
8.1. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE (TA) ............................................................................................................. 82
8.2. TRANSTORNOS DE HUMOR ........................................................................................................................... 83
8.3. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ............................................................................................................. 84
8.4. ESQUIZOFRENIA ............................................................................................................................................. 85
9 - TERAPIAS ........................................................................................................................................................... 86
9.1. TERAPIA DE INSIGHT ....................................................................................................................................... 87
9.2. TERAPIAS COMPORTAMENTAIS .................................................................................................................... 87
9.3. TERAPIAS COGNITIVAS ................................................................................................................................... 87
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INTRODUÇÃO
A personalidade é um tema polêmico da Psicologia, vários autores ao longo do tempo
ofereceram definições e teorias a respeito, sendo assim, trataremos nesta unidade algumas das suas
teorias principais, visando: Definir o conceito de personalidade explicando suas características;
Descrever as teorias mais conhecidas para a compreensão dos aspectos da personalidade desde
a perspectiva psicodinâmica (Freud, Jung e Adler); Explicar as diferenças entre as teorias
humanistas e as teorias psicodinâmicas da personalidade; Comparar as teorias dos traços de
Cattell e Eysenck com o modelo atual dos cinco fatores de personalidade;
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1 - INTRODUÇÃO À PERSONALIDADE
Na sociedade, é muito comum escutar a falar sobre personalidade. Os psicólogos durante
muito tempo tentaram definir a personalidade com exatidão. De fato, a personalidade é um
conceito complexo (FADIMAN; FRAGER, 2002). De acordo com esses autores, na época da
Grécia Antiga, os gregos atribuíram o termo persona à máscara que utilizavam os atores nos
teatros para identificarem-se com alguém em particular. Do conceito de persona deriva por
lógica o termo personalidade.
Para com Allport (1961), a personalidade é uma organização dinâmica, interna do
indivíduo, com sistemas psicológicos que criam padrões característicos de comportamento,
pensamento e sentimentos da pessoa.
A personalidade se configura por dois componentes ou fatores: o temperamento e o
caráter. O temperamento se refere à herança genética, ou seja, às características que são herdadas
dos pais, como características cognitivas, comportamentais e emocionais.
O caráter é formado pelas características da personalidade aprendidas no meio em que
está inserido o indivíduo, por exemplo, normas sociais ou mesmo a linguagem (CLONINGER,
2003).
2 - TEORIA DA PERSONALIDADE
De acordo com Fadiman e Frager (2002), diversas são as teorias que tentam abordar o
estudo do ser humano.
Um dos primeiros modelos ou tipologias descritos foi a de Hipócrates entre o ano 460
e 357 a.C.. Ele estabeleceu que as doenças eram causadas por um desequilíbrio dos fluidos
corporais, também chamados humores.
Sendo assim, se originaram quatro personalidades diferentes que tinham origem nos
tipos de fluido (NOLEN HOEKSEMA et al., 2009):
• Sanguíneo;
• Colérico;
• Fleumático;
• Melancólico;
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• Introvertido;
• Extrovertido
• Racional
• Emocional
Personalidade
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3 - TEORIAS PSICANALÍTICAS
A psicanálise tem sido um dos ramos dentro da saúde mental que estudou a personalidade
do ser humano. Um dos maiores representantes foi Sigmund Freud. Ele desenvolveu toda a
teoria da psique humana e consequentemente a formação da personalidade, sendo, portanto,
considerado o pai da psicanálise.
A teoria psicanalista compreende vários elementos primordiais, no entanto, antes de
explicar como se desenvolve a personalidade, é necessário conhecer tais fatores (GAZZANIGA;
HEATHERTON, 2007).
Estes três elementos constituem uma estrutura integrada, é “o aparelho psíquico” e não
podem ser separados. A função do pré-consciente é fazer de filtro a informação inconsciente
à consciência do indivíduo, assim como reter informação que seja inacessível e guardá-la no
inconsciente. A forma em como se distribui o material consciente, pré-consciente e inconsciente
varia de pessoa para pessoa (MORRIS; MAISTO, 2013).
Freud teorizou que o aparelho psíquico aparece antes do indivíduo nascer. Ao nascer e
até o primeiro ano de vida, Freud menciona ser um período muito significativo na formação da
psique humana, principalmente do inconsciente. Nesta etapa, se desenvolve o que ele chama Id.
O id está constituído pelos instintos e desejos básicos que Freud denomina de pulsão, os quais
são: Eros ou pulsão de vida e Thanatos ou pulsão de morte.
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• Fase oral;
• Fase anal;
• Fase fálica;
• Período de latência;
• Fase genital.
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A psicanálise tem sido uma dos ramos dentro da saúde mental que estudou a
personalidade do ser humano.
PENSE NISSO! Qual é a relação da sexualidade com a psicanálise?
4 - TEORIAS HUMANISTAS
Freud acreditava que a personalidade surgia da solução dos conflitos inconscientes
e da crise do desenvolvimento. Muitos de seus seguidores continuaram por outros caminhos,
adotando os pontos de vista básicos da teoria.
Neste sentido, as teorias humanistas da personalidade enfatizam que temos uma motivação
positiva e que progredimos para níveis superiores de funcionamento, em outras palavras, que a
existência humana não se limita somente a manejar conflitos ocultos (FADIMAN; FRAGER,
2002).
Na teoria humanista existem vários enfoques sobre a teoria da personalidade. O
humanismo e a Gestalt teorizam as possibilidades do ser humano em seu crescimento, desta
forma, já não se considera o indivíduo como um ser patológico, como o via a psicanálise, ou
como um ser modificável comportamentalmente.
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• História de vida;
• Satisfação das necessidades;
• Autoconceito;
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Carl Rogers
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Psicologia da Gestalt
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• Neuroticismo;
• Extroversão;
• Abertura a experiência;
• Amabilidade;
• Conscienciosidade;
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6 - TEORIAS COGNITIVAS
Os modelos cognitivos surgem a partir das limitações teóricas da escola comportamental,
o reducionismo e a metodologia do paradigma mecanicista não explicavam completamente
os fenômenos relacionados às pessoas. A introdução de conceitos como motivação, ideias ou
pensamentos, formou parte de uma nova escola de pensamento psicológico denominada
cognitivo-comportamental, onde a relação entre os processos psicológicos e o comportamento é
a coluna vertebral da teoria (NOLEN HOEKSEMA et al,.2009).
Na realidade, o modelo cognitivo não descreve uma teoria da personalidade, como o
fizeram os primeiros psicanalistas, no entanto, e de maneira implícita, formularam conceitos
que podem ser utilizados para descrever determinadas capacidades ou facetas na personalidade
humana.
Os modelos cognitivos não desenvolveram propriamente teorias sobre a compreensão
da personalidade humana. As teorias cognitivas explicam de modo pontual a aprendizagem
e processos envolvidos nele. Tentaram modificar a visão reducionista que os teóricos do
comportamental tinham sobre a aprendizagem, e os cognitivistas ampliaram a visão sobre os
resultados de aprendizagem e experiências (FELDMAN, 2015).
Além da associação entre cognição e comportamento, existiram outros teóricos tais como
Estes teóricos dos traços propõem que as pessoas diferem de acordo com o grau
com que possuem certos traços de personalidade, como dependência, ansiedade,
agressividade e sociabilidade.
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7 - TRANSTORNO MENTAL
Em quase todos os transtornos pode-se observar que existe uma falta de adaptação ao
meio. Ou seja, não se ajustam bem às exigências da vida cotidiana. Os padrões do que se considera
transtorno variam com o tempo e entre culturas.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V,
2013), o transtorno mental é caracterizado por uma alteração clinicamente significativa do estado
cognitivo, a regulação emocional ou o comportamento do indivíduo, que reflete uma disfunção
dos processos psicológicos, biológicos ou do desenvolvimento que estão subjacentes na função
mental. Ainda de acordo com o DSM-V (2013), existe uma classificação para os transtornos
mentais como mostra a tabela 1.
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Ainda de acordo com os mesmos autores, o tratamento não era eficaz nem adequado,
mas foi Philippe Pinel que na França iniciou a perspectiva denominada de tratamento moral. Os
defensores do tratamento moral insistiram que as pessoas com doenças mentais fossem tratadas
com dignidade, amabilidade e respeito. Contudo, os tratamentos eficazes eram praticamente
inexistentes. A princípio da década de 1950 houve uma mudança drástica na cena de tratamento
para os transtornos mentais, marcada pelo aparecimento do medicamento denominado
clorpromazina (Thorazine). Era um tratamento para alguns sintomas da esquizofrenia e outros
transtornos com sintomas de perda do contato com a realidade.
Nas décadas de 1960 e 1970, iniciou-se um movimento ou política de desinstitucionalização,
que tinha como ideia reintegrar os pacientes à sociedade e fechar os hospitais psiquiátricos. Este
processo teve suas vantagens e inconvenientes. Alguns pacientes conseguiram ter uma vida
normal, no entanto, muitos outros foram liberados em lugares onde não havia acompanhamento
médico. Sendo assim, deixaram os medicamentos e tratamentos.
Transtornos psicológicos
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Fobia específica é um temor intenso, paralisante e irracional de algo. Este tipo de fobia é
tão grande que leva a pessoa a evitar as atividades rotineiras interferindo no funcionamento de
sua vida. Por exemplo, é normal ter um pouco de medo na decolagem e aterrisagem do avião, no
entanto a pessoa com fobia a voar não sobe no avião. Outros tipos de fobias comuns podem ser
de animais, alturas, lugares fechados, agulhas, sangue, palhaços, entre outros.
De acordo com Nolen Hoeksema et al. (2009), algumas possíveis causas dos transtornos
de ansiedade podem ser comportamentos aprendidos. Durante a evolução desenvolvemos uma
predisposição biológica a associar certos animais potencialmente perigosos com medos intensos.
Por outro lado, os transtornos de ansiedade podem estar relacionados com a herança biológica e
isto pode explicar porque geralmente aparecem em famílias.
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Transtorno bipolar é uma alteração nos períodos de mania e depressão, cada um pode
durar entre dias e meses. Seu aparecimento pode dar-se no final da adolescência ou no início da
fase adulta, também parece ter um componente biológico.
As causas dos transtornos de humor são o resultado de uma combinação de fatores de
risco:
• Fatores biológicos no que se refere à herança genética;
• Fatores psicológicos, considerando que o que pode contribuir são as distorções
cognitivas inadaptáveis.
• Fatores sociais marcados pelas dificuldades nas relações interpessoais.
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8.4. Esquizofrenia
Segundo do DSM-V (2013), o espectro da esquizofrenia, inclui a esquizofrenia, transtornos
psicóticos e transtornos da personalidade esquizotípica. Os sintomas característicos são delírios,
alucinações, pensamento e comportamento motor desorganizado e sintomas negativos. De modo
geral, são condições graves que podem durar meses ou anos. As pessoas com esquizofrenia não
têm contato com a realidade e costumam sofrer alucinações, percepções sensoriais falsas que
pelo geral podem ter forma de escutar vozes que não existem. Os delírios ou crenças falsas sobre
a realidade sem base nos fatos reais podem causar distorções em suas relações. Geralmente os
delírios são paranóides.
Sobre as causas da esquizofrenia, algumas pesquisas sugerem que por uma predisposição
biológica a esquizofrenia pode envolver defeitos na regulação dos neurotransmissores dopamina
e glutamato no sistema central. No entanto, de acordo com os estudos, ainda não são conclusivos
os resultados para que se possa diagnosticar a esquizofrenia somente com base em anomalias
cerebrais ou genéticas.
Transtornos de ansiedade
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Cenas de TOC
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Depressão
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Boderline
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Esquizofrenia
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9 - TERAPIAS
Imagine uma típica sessão de psicoterapia. Nesta situação, o que os clientes fazem? E os
terapeutas? Como é a sala? É possível que venha à mente primeiro uma pessoa deitada no divã, e
o terapeuta sentado atrás com uma caneta e um bloco de notas, tentando desenterrar lembranças
esquecidas, analisando sonhos e animando ao paciente a exteriorizar sentimentos dolorosos. Não
é raro que você tenha imaginado essa cena.
Desde o início da terapia, estas imagens ficaram gravadas na consciência cultural, mas
você descobrirá que esta interação só representa uma pequena parte da grande variedade de
métodos psicoterapêuticos que englobam a terapia individual. Além disso, alguns tipos de
tratamentos podem ser direcionados para grupos ou famílias.
Do mesmo jeito que muitos conceitos psicológicos, a psicoterapia não é fácil de definir.
No entanto, aqui definiremos a psicoterapia segundo Nolen Hoeksema et al., (2009), como uma
intervenção psicológica desenhada para ajudar as pessoas a resolverem problemas emocionais,
comportamentais e interpessoais e a melhorar a qualidade de vida.
Existem vários tipos de psicoterapia. Além disso, as pesquisas mostram que muitas delas
são eficazes. A psicoterapia se baseia na crença de que as pessoas são capazes de mudar. Vamos
ver algumas delas.
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A terapia por inoculação do estresse utiliza a técnica em que a pessoa fala consigo mesma
para ajudar a enfrentar as situações estressantes. O cliente é ensinado a substituir pensamentos
negativos que provoquem ansiedade por pensamentos positivos de enfrentamento. Esta terapia
funciona convertendo os padrões de pensamento do cliente em uma espécie de vacina contra a
ansiedade induzida pelo estresse.
A terapia racional-emotiva foi desenvolvida por Albert Ellis está baseada na ideia de
que a maioria das pessoas que precisam de terapia mantém um conjunto de crenças irracionais
e autodestrutivas. Quando as pessoas com essas crenças irracionais enfrentam problemas reais,
costumam experimentar um mal-estar psicológico excessivo. Os terapeutas confrontam essas
crenças disfuncionais usando uma variedade de técnicas que podem ser desafios, ordens ou
argumentos teóricos.
Sobre a eficácia das psicoterapias pode-se dizer que no geral são consideradas efetivas.
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REFERÊNCIAS
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