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O perfil da mulher presidiária no Brasil é o da mulher com filho, sem estudo

formal ou com pouco estudo na escola elementar, pertencente à camada


financeiramente hipossuficiente e que, na época do crime, encontrava-se
desempregada ou subempregada. Em geral, as mulheres criminosas são
negras ou pardas (20.756 delas, enquanto apenas 9.318 são brancas –
MACEDO, 2010 -, num universo em que a população negra ou parda é de 91
e a branca de 92 milhões de pessoas, no Brasil - SEADE, 2011:1).

Estima-se que haja dez milhões e duzentas mil pessoas presas no mundo, das
quais as mulheres são uma minoria, embora com participação crescente nesse
contingente de pessoas detidas1 . Os principais motivos que levam as
mulheres à prisão são crimes relacionados ao tráfico de drogas e crimes contra
o patrimônio como estelionato e roubo, respectivamente 21% e 9,7% no Brasi

Em razão de uma imagem estereotipada da mulher, vista como dócil e incapaz


de cometer crimes, por muito tempo associou-se a ela tão somente a prática
de delitos passionais ou daqueles chamados crimes contra a maternidade
(aborto e infanticídio). Hoje, as estatísticas demonstram que, majoritariamente,
as mulheres estão sendo encarceradas pelo cometimento de crimes contra o
patrimônio e de crimes ligados ao tráfico de drogas. Conforme dados do
DEPEN, 60% da população carcerária feminina encontram-se presa em razão
de tráfico nacional de drogas[1]. (DEPEN, 2010)

Luiz Flávio Gomes afirma que: “a Lei de Drogas e


Entorpecentes é a lei específica que mais encarcera
mulheres no Brasil, sendo seguida pelo Estatuto do
Desarmamento”[2]. Tal assertiva está lastreada em
informações divulgadas pelo Ministério da Justiça.

Considerando-se a motivação, essas mulheres tornam-se traficantes por


múltiplos fatores: em razão de relações íntimo-afetivas, para dar alguma prova
de amor ao companheiro, pai, tio etc., ou, ainda, envolvem-se com os
traficantes como usuárias, com o fito de obter drogas, e acabam em um
relacionamento afetivo que as conduz ao tráfico (COSTA, 2008; SALMASSO,
2004; BARCINSK, 2009).

Em geral, as mulheres atuam como coadjuvante, enquanto os protagonistas


continuam sendo os homens. Dificilmente alguma delas é chefe do tráfico,
mantendo sua histórica posição subalterna e circunscrevendo-se quase
sempre às funções de vapor, que é o encarregado do preparo e embalagem,
produto para consumo; mula, indivíduos que geralmente não possuem
passagens pela polícia e que se aventuram a realizar o transporte da droga;
e olheiro, como são chamadas as pessoas que se posicionam em locais
estratégicos para vigiar as vias de acesso (BASTOS, 2011).
diante os fatos, vemos que o maior motivo que levam as
mulheres a cometerem crimes estão ligados ao tráfico de
drogas, uma vez que envolvidas com seus parceiros, o trafico
acaba afetando o seu dia a dia, outro fator são que as
mulheres com baixa escolaridade, filhos pra criar, estão mais
propícias a entrar no mundo do crime.

referencias:

http://www.scielosp.org/pdf/csp/v31n3/0102-311X-csp-31-03-00607.pdf

COSTA, Elaine Cristina Pimentel. Amor bandido: as teias afetivas que


envolvem a mulher ao tráfico de drogas. Maceió, EDUFAL: 2008

DEPEN. Formulário Categoria e Indicadores Preenchidos. BRASIL, Dez 2010.


Disponível
em:http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMIDC37B2AE94C6840068B1624D2840
7509CPTBRNN.htm Acesso em 13.11.11

BARCINSK, Mariana. Centralidade de gênero no processo de construção da


identidade de mulheres envolvidas na rede do tráfico de drogas. Ciênc.
Saúde coletiva [online]. 2009, vol.14, n.5, pp. 1843-1853. ISSN 1413-8123.

BASTOS, Paulo Roberto da Silva. Criminalidade feminina: Estudo do perfil da


população carcerária feminina da Penitenciária Professor Ariosvaldo de
Campos Pires – Juiz de Fora (MG)/2009. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 81,
01/10/2010 [Internet].Disponível
emhttp://www.ambito-jurídico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8444. Acesso em 14/11/2011.

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