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S237 Minas Gerais e Orléans : olhares cruzados no Caminho Saint Hilaire / Luciano
Amador dos Santos Jr. (organizador). - Belo Horizonte : Ramalhete, 2021.
215 p. : il. p&b. color.
ISBN 978-65-88959-33-6
CDD: 981.51
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização, por escrito, do(a) autor(a) e da editora.
Este livro foi revisado segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Luciano Amador dos Santos Jr.
(Organizador)
Olhares Cruzados no
Caminho Saint Hilaire
Agradeci-
mentos
Luciano Amador dos Santos Jr‚
Diamantina, Primavera de 2020
Mato Dentro, que são as instituições proponentes do projeto
e que celebraram um ato histórico ao se irmanarem para,
num esforço conjunto, trabalhar para criarem o ambiente
necessário na sua implementação. Gratidão aos Prefeitos,
pelas visões empreendedoras e compreensão ampla e positiva
do projeto para geração de oportunidades socioeconômicas
e turísticas ao território, que possibilitou a empatia e a união
G
de todos em prol do Caminho Saint Hilaire.
ostaria de começar agradecendo a Deus pela graça de
ser o canal para a materialização do projeto Caminho
Saint Hilaire que vem consolidando de maneira positiva nos Auguste François César de Saint-Hilaire
últimos seis anos, por meio de suas conquistas como de ter Caminho Saint Hilaire
grandes parceiros; in memoriam ao naturalista Auguste de
Saint-Hilaire, pela generosidade de suas inspirações, intuições
e grandeza dos registros sobre a região; a minha família pela
cumplicidade e fé em todos os momentos. Carinhosamente,
referenciar aos coautores e articulistas, que doaram o tempo
e a inteligência necessários para a concretização deste
livro. Registre-se também o reconhecimento aos fotográfos
e designers que emprestaram suas imagens e criatividade
para este trabalho, bem como agredecer a todas as pessoas,
profissionais, comunidades e instituições que de alguma
maneira estão contribuindo para o progresso do Caminho,
como exemplos, a Université D’ Orléans, o Instituto de Arte e
Cultura de Diamantina – Diarte, Sebrae/MG, e a Associação
Rede Brasileira de Trilha de Longo Curso com destaque
para as instituições pioneiras de apoio, que aderiram aos
objetivos para que o seu desenvolvimento viabilize de modo
sustentável e permanente: a Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri, o Instituto Estadual de Florestas
e a Embaixada da França, na pessoa do Adido Cultural para
Minas Gerais, que tornou possível a publicação deste livro.
Por fim, e não menos importante, agradecer imensamente
as Prefeituras de Diamantina, do Serro e de Conceição do
5
Prefácio
Philippe Makany
Adido de Cooperação e Ação Cultural para o
Estado de Minas Gerais
Embaixada da França no Brasil
atual das descobertas e dos seus relatos. O conjunto de
palestras, apresentadas com um grande rigor científico e bem
ilustradas, contribuiu para a elaboração de um inventário
das riquezas do território do CaSHi, em especial no que diz
respeito à biodiversidade, às paisagens, aos conhecimentos, à
gastronomia e, à produção de queijo e de vinho.
Os trabalhos efetuados por ASH na região cujas cidades de
7
Apresen-
tação
Juan Pedro Bretas Roa
Professor e coordenador do projeto de extensão
“Caminho Saint Hilaire” junto à Pró-reitoria de Extensão e
Cultura (PROEXC) da Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
A natureza e os costumes do povo foram descritos, com
riqueza de detalhes, pelo ilustre naturalista Auguste de
Saint-Hilaire há mais de 200 anos. Seus relatos inspiraram
este livro e suas descobertas continuam encantando pessoas
de todas as partes do mundo.
Percorrendo o maciço do Espinhaço, da Serra do Cipó até a
Serra dos Cristais, é possível fazer uma imersão pelas Minas
9
Inconfidentes por liberdade, igualdade e fraternidade, mesmo A UFVJM, nos seus 5 campus, nas cidades de Diamantina,
hoje nos aproximaram do povo francês. Ideais capazes de Teófilo Otoni, Janaúba e Unaí, conta com mais de 10.000
inspirar a sociedade a ser mais equilibrada e menos desigual alunos. Desde a década de 1950 vem lapidando jovens
social e economicamente. profissionais, pessoas nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri,
no Noroeste e no Norte mineiro, ofertando, após 67 anos de
Região de chuvas irregulares – abundância no verão e longos
história, mais de 50 cursos de graduação, além de cursos em
períodos de seca que castigam a terra, as pessoas e os sonhos
nível de especialização, Mestrado e Doutorado. A UFVJM
durante o inverno. O berço do Vale do Jequitinhonha, que,
conta ainda com um Centro de Inovação Tecnológica.
frente a um regime hídrico peculiar, renasce com as primeiras
O Centro é responsável por promover ações de apoio às
chuvas, como se cada ano fosse o último a ser vivido. Um
empresas juniores e aos projetos inovadores, o que permite
Vale de uma gente forte, de cultura vasta, da música, do
impulsionar ações que buscam o desenvolvimento regional.
artesanato. Vale que se reinventa a cada estação e que
encanta pela coragem do seu povo, pela força no olhar e pela É nesse espírito que a UFVJM se apoia para desenvolver
inigualável gana de viver e de construir o presente e o futuro. parcerias nacionais e internacionais em ações que envolvam
o ensino, a pesquisa e a extensão. Esperam-se muitos frutos
É na Serra do Espinhaço, na região do Alto Jequitinhonha
da aproximação entre a Universidade de Orléans, na França,
e do Vale do Mucuri, que nasce a Universidade Federal dos
e a UFVJM, com foco na geração de Conhecimento. Esse
Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) – a Universidade
movimento conduz à irmanação da cidade francesa de
dos Vales –, criada em 2005 e que continua o legado iniciado
Orléans, terra natal de Auguste de Saint-Hilaire, com as
por Juscelino Kubitscheck em 1953 com a fundação da
cidades mineiras que recebem e guardam o Caminho Saint
Faculdade de Odontologia. Escola projetada por Oscar
Hilaire: Diamantina, Serro e Conceição do Mato Dentro. São
Niemeyer na convidativa rua da Glória, um dos cartões
ações de cooperação que visam ressignificar os valores de
postais da cidade de Diamantina.
um povo e superar desafios científicos.
Atualmente a UFVJM é uma universidade em um dos
Esta obra mostra os olhares cruzados entre as belezas
territórios mais desiguais do Brasil, abrange uma região
e os encantos da região da Serra do Espinhaço em um
com 185 municípios, mais de 3 milhões de habitantes e tem
mundo contemporâneo. Um caminho de muitos encontros,
como área de influência cerca de 45 % do Estado de Minas
descobertas, sabores e experiências inesquecíveis pelo
Gerais, área um pouco maior que o território do Reino
coração de Minas Gerais inspirados nos caminhos de
Unido. Nesse território, a UFVJM está presente para prover
Auguste de Saint-Hilaire.
o desenvolvimento à região menos populosa do Estado de
Minas Gerais. Região de Vales conhecidos por sua miséria,
que abrigam um povo sertanejo de cultura singular em meio
às serras, ao cerrado e à caatinga.
10
Mosaico das cidades de Diamantina, Serro e Conceição do Mato Dentro
Ricardo Luiz, 2020
Carta de
Diamantina
Juscelino Brasiliano Roque
Prefeito Municipal de Diamantina
Destacamos ainda outra enorme contribuição do Caminho
Saint Hilaire: a sua força de integração, levando a cidade de
Diamantina a se irmanar com as cidades de Serro e Conceição
do Mato Dentro e assim, como proponentes do projeto, criando
um pensamento estratégico comum de desenvolvimento
do território ao integrarem dois circuitos turísticos: o dos
Diamantes e o do Parque Nacional da Serra do Cipó, por meio
S abemos que o prestigiado naturalista e botânico francês de um projeto que potencializa as especificidades naturais,
Auguste de Saint-Hilaire poderia ter conquistado e culturais e históricas da região, buscando promover ainda mais
mantido seu prestígio profissional se tivesse permanecido a atividade turística do território.
em Paris, lecionando como professor no Museu de História Nesse sentido, o município de Diamantina através de sua
Natural da capital francesa. Mas Saint-Hilaire aspirava mais Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio se coloca como
e audaciosamente embarcou numa jornada exploratória grande parceiro, coprotagonista e entusiasta do projeto
pelo Brasil, então colônia portuguesa, em 1816, e aqui Caminho Saint Hilaire, enxergando nele um potencial
suas aventurosas viagens e indeléveis registros elevaram econômico, turístico e cultural de destaque para a região e
o professor de Orléans ao título de “viajante do mundo”, que se estende para além do Atlântico, até onde remonta
deixando um importante legado não apenas científico no as origens desse filho tão ilustre e que certamente enche
campo da Botânica, mas sobretudo no que diz respeito à de orgulho o povo francês. Com o mesmo compromisso,
história e aos costumes do nosso povo em formação. também ressaltamos a importância da constituição do
Resgatar e valorizar esse rico legado histórico e cultural é, Instituto Auguste de Saint-Hilaire para que a condução desse
sem dúvida, uma das mais importantes contribuições que a projeto possa encontrar os profissionais e ferramentas
efetivação do projeto Caminho Saint Hilaire poderá trazer ao institucionais mais adequadas ao alcance do seu potencial.
município de Diamantina e região. No entanto, não é a única
e nem a mais importante. Se bem desenvolvido pelos órgãos
e entidades proponentes, e futuramente bem conduzido
pelo Instituto Auguste de Saint-Hilaire, este projeto poderá
estender o seu grande potencial turístico e econômico
para mais além. Poderá também inspirar os profissionais
envolvidos, às comunidades inseridas e aos turistas que se
aventurarem a seguir os passos do emblemático viajante
francês a aspirarem mais para suas vidas ao encarar jornadas
tão desafiadoras quanto as aventuras de Saint-Hilaire pelo
Brasil do século XIX.
13
Carta de
Serro
Guilherme Simões Neves
Prefeito Municipal de Serro
Gestão 2017/2020
Dentro e as tratativas junto aos órgãos parceiros, como a
Embaixada da França, a Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri, que fornecem juntos às demais
prefeituras a sustentação institucional e oficial ao projeto.
Dessa união surgiu o amálgama entre o extenso trabalho de
Saint-Hilaire e as nossas riquezas naturais e culturais, e liga
definitivamente este importante naturalista à nossa História.
15
Carta de
Conceição do
Mato Dentro
José Fernando Aparecido de Oliveira
Prefeito Municipal de Conceição do Mato Dentro
hospitalidade, surge um novo olhar acerca das rotas, que
buscam por meio do turismo agregar valor regionalmente,
aliando a identidade cultural à geração de renda por meio do
desenvolvimento turístico.
Neste contexto, o projeto Caminho Saint Hilaire – CaSHi –
será um grande elo de integração para consolidar a política
de regionalização do turismo, possibilitando o crescimento
17
Os autores
Danielle Piuzana Mucida
Entendedora das pedras e admiradora das
plantas. É professora da UFVJM.
http://lattes.cnpq.br/1730953268502384
19
Luciano Amador dos Santos Jr.
Sabedor de turismo, apaixonado pela Serra
do Espinhaço, território do CaSHi e suas
comunidades. Idealizador do projeto Caminho
Saint Hilaire.
http://lattes.cnpq.br/3820866558905146
Marcos Guião
Entendedor e contador de histórias das plantas
do sertão. É produtor e instrutor de plantas
Hebert Canela Salgado medicinais do Senar Minas.
Viajante, errante, aventureiro de olhar www.ervanariamarcosguiao.com
caminhante entre o Sertão Gerais, as Serras do
Espinhaço e o mundão devir. É observador das
viagens e Professor da UFVJM.
http://lattes.cnpq.br/6969797795006664
Mônica Martins Andrade Tolentino
Arquiteta e restauradora, encontrou em
Diamantina fonte inesgotável de inspiração e
Jean Pierre Vittu prazer. É professora da UFVJM desde 2010.
Professor Emérito da Universidade de Orléans http://lattes.cnpq.br/9725102677803443
- França, estudioso de História Moderna e
estudos sobre Saint-Hilaire.
jean-pierre.vittu@univ-orleans.fr
20
Sumário
Campos limpos e sujos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
A Mata Atlântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Floresta Ombrófila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Florestas Estacionais Semideciduais. . . . . . . . . . . . . . . 68
3.3 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
As plantas e as flores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.1 De Diamantina a Serro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Parte I: O inspirador Saint-Hilaire . . . . . . . . . . . . . . 25
4.2 De Serro a Conceição do Mato Dentro. . . . . . . . . . . . 84
Saint–Hilaire de Orléans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.1 Um herdeiro da alta nobreza de Orléans. . . . . . . . . . . 27 A serventia das plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
1.2 O nascimento de uma vocação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 5.1 Tem plantas medicinais nos caminhos de
Saint-Hilaire.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
1.3 As estratégias da construção de uma carreira. . . . . . 33
5.2 Apresentação das plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
A idealização de um caminho e seu território. . . . 39 5.3 Considerações Finais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
2.1 O território. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Parte IV: O caminho histórico e cultural . . . . . . . 119
Parte II: O caminho natural e medicinal . . . . . . . . 49
As construções pelo caminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
A paisagem‚ as plantas e os saberes: uma 6.1 Diamantina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 6.2 Serro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
3.1 Espinhaço: A serra, o Supergrupo e a Reserva da A celebração da cultura: queijos, vinhos e arte. . .135
Biosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
7.1 O queijo: arte do fazer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
A Serra do Espinhaço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
7.2 Um brinde: descobrindo o vinho com Saint-Hilaire. . 143
O pacote rochoso: Supergrupo Espinhaço. . . . . . . . . . 56
7.3 O sagrado e o feminino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
A Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. . . . . . . 59
7.3.1 Quem é essa Donzela? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
3.2 Domínio Fitogeográfico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
7.3.2.Sibilas do Tijuco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
O Cerrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
7.3.3 Quem é essa Senhora?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Matas Ciliares e de Galeria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
7.3.4 Memórias que se cruzam pelo caminho . . . . . 154
Cerrado sentido restrito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
7.3.5. Cinema, memória e história. . . . . . . . . . . . . . . 156
Campo rupestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Parte IV: O Caminho Saint Hilaire . . . . . . . . . . . . . . 161
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
trecho entre Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina.
Invocamos, a partir de suas obras, a paisagem, as plantas e
flores encontradas nesta região, bem como a “serventia” de
inúmeras dessas plantas para o ser humano, seja na cozinha,
seja pela medicina.
Apesar de sua formação em Botânica, nada fugia ao seu
olhar de naturalista. Neste sentido, a Parte III conta
Introdução
com capítulos que buscam descrever, a partir das obras
do naturalista, a riqueza das construções pelo caminho
percorrido entre os municípios, um patrimônio que conta
sobre nossa História. Pontuamos partes específicas com o
viés da manufatura dos queijos – patrimônio dos mineiros
23
Parte I:
O inspirador
Saint-Hilaire
25
Vista de Orléans, a partir da margem sul do rio Loire (leste).
Fonte: Museum de Orléans.
1.
Pouco conhecidas até o momento, as origens orleanenses
da carreira de Auguste de Saint-Hilaire podem ser
reconstituídas graças a duas fontes principais – seu
herbário dos anos 1805-1813 e suas primeiras publicações
- que testemunham o interesse crescente pela Botânica e a
constituição de uma rede acadêmica.
27
juristas letrados e clérigos nascida das diversas instituições empresa situada na Rua Notre-Dame-de-Recouvrance, onde
estabelecidas em Orléans: a intendência administrativa ainda se vê o hotel que eles tinham construído (Figura 1.1).
orleanense; os tribunais de baillage (entidade territorial) e
O melaço das Antilhas, que desde o século XVII era
présidial (tribunal de justiça do antigo regime); o colégio; a
tratado pelos refinadores para produzir um açúcar de cana
Biblioteca Pública da cidade, uma das primeiras fundadas na
largamente apreciado no Reino, desembarcava em Nantes
França, em 1694, por um jurista; a Universidade de Direito,
e subia pelo rio Loire, em barcos, até chegar na cidade de
que tinha 400 anos de idade; a Escola Real de Cirurgia, aberta
Orléans, que controlava uma encruzilhada maior: a da
em 1762; o Bispado, o Seminário e, enfim, inúmeros conventos
direção oeste-leste, que constitui o Loire, e do eixo Norte-
femininos ou masculinos (DEBAL, 1982).
Sul, que ia de Paris à Espanha (CAILLET, 2012). A figura da
abertura do capítulo retrata esta área.
Esse tipo de Aliança entre “nobreza de funções” e negócios
era muito frequente entre os orleanenses notáveis do século
XVIII. Por seus dois ramos familiares, Auguste de Saint-
Hilaire era aparentado a muitas grandes famílias notáveis
de Orléans: os Massuau já citados, os Vandeberge de
Villebouré (de onde também veio um prefeito da cidade); os
Sarrebourse, grandes refinadores; os Rocheron d´Amoy; os
Velard e, enfim, o antigo lugar-tenente da polícia de Paris,
Jean Charles Pierre Lenoir.
Não é de se espantar que esses mesmos grupos, de
empresários e administradores, participassem da criação
de novas instituições culturais no fim do século XVIII, a
Escola de Desenho e, sobretudo, a Academia de Ciências
Figura 1.1: A casa da família Jogues, da cidade, que foi, de início, intitulada Sociedade de
Rua Notre-Dame-de-Recouvrance.
Física. Em abril de 1781, essa Sociedade de Física, História
Fonte: arquivo pessoal - 2019
Natural e Artes foi fundada por um grupo de notáveis e de
“capacitados” orleanenses: trinta e seis membros titulares
Por outro lado, o ramo materno pertencia ao grande negócio. moradores de Orléans, que eram médicos, boticários,
A família Jogues de Guédreville possuía uma das mais juristas ou antigos oficiais tanto do Exército quanto da
importantes refinarias de açúcar em Orléans, desenvolvida Marinha. A esses titulares foram adicionados, de uma
pelo avô e depois pelo pai de Anne-Antoinette Jogues, ambos parte, vinte associados livres, estabelecidos em diversas
chamados Augustin, que tinham ampliado o espaço de sua cidades dos arredores e que pertenciam ao grupo dos
meu texto.
Villa do Principe
Conceição
Detalhe da região entre Diamantina, Serro e Conceição do Mato Dentro no novo mapa da
Capitania de Minas Gerais (Eschwege, 1821).
Modificado de Renger et al. (2004)
um caminho e
desenvolvimento territorial por meio de um processo
turístico nas comunidades da região.Desta maneira
seu território
despertou oo desejo de desenvolver um projeto (que poderá
ser melhor entendido na sua totalidade no capítulo 8º deste
livro) que comunga com as especificidades regionais e que
seja uma ação endógena, desenvolvida com as inteligências
locais com oportunidades para um processo econômico
Luciano Amador dos Santos Jr. turístico includente, pensando nas comunidades que
abarcam o CaSHi.
O projeto Caminho Saint Hilaire foi planejado para estimular O nome do projeto surgiu pela busca de um elo de
a conservação do meio ambiente, do patrimônio histórico conectividade e sentido ao que se propunha para o território.
e cultural e valorizar a importância do naturalista Auguste Assim, Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) descortinou com
de Saint-Hilaire, bem como o meio de vida local com toda a magnitude de suas anotações, disponíveis atualmente
suas tradições e costumes. Neste sentido, almeja-se que na forma de livros conhecidos como “literatura de viagem”,
características locais sejam respeitadas e ‘experienciadas’ com inspirações que dão significado a tudo o que fora
pelas pessoas, promovendo a autoestima dos membros projetado.
comunitários ao fortalecer o sentimento de pertencimento O nome Caminho Saint Hilaire homenageia este
pelo território, ajudando a impulsionar o desenvolvimento extraordinário cidadão francês de espírito aventureiro, que
socioeconômico regional por meio do turismo responsável. como naturalista despertou o interesse de conhecer novas
A idealização e escrita do projeto Caminho Saint Hilaire – paisagens ainda inexploradas. Com a mudança do Rei D.João
CaSHi – ocorreu entre os anos de 2014 à 2016, tendo o marco VI para terras brasileiras liberando as fronteiras, agusou o
o ano de 2017, quando pela primeira vez foi apresentado desejo de Saint-Hilaire de conhecer a Terra Nova. Assim,
na sua totalidade para as municipalidades de Diamantina articulou sua vinda na missão diplomática do Duque de
e do Serro. Somente no ano 2018, pelo desejo da cidade Luxemburgo, Embaixador da França, que viria ao Brasil.
39
“[…]o observador sente a necessidade de examinar ou- paisagens, de grande parte do território brasileiro no
tros, e daí esse desejo ardente, que experimentam quase período colonial.
todos os naturalistas, de visitar terras longínquas […] o
Rei D. João VI […] ainda prometia aos naturalistas as Dessa sua extensa missão exploratória, que resultou em
mais ricas messes; foi ela que eu me dispus a percorrer um importante registro literário, grande parte do acervo
[…]Embaixador da França[…] Solicitei-lhe a honra de
bibliográfico é dedicado ao território de Minas Gerais:
acompanha-lo; acedeu a meu pedido[...] e, a 1.° de abril
de 1816, parti de Brest, com o embaixador, na flagata “Viagem pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais”;
Hermione.” (SAINT-HILAIRE, 2000, p.17). “Viagem pelo Distrito dos Diamantes e Litoral do Brasil;
“Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e São
Em 2021 celebra-se, 204 anos (1817) de sua passagem pela
Paulo”; “Quadro Geográfico da Vegetação Primitiva na
Paróquia de Conceição, Vila do Príncipe e Arraial do Tijuco,
Província de Minas Gerais” e “Viagem às nascentes do Rio
atualmente cidades de Conceição do Mato Dentro, Serro e
São Francisco”. Os dois primeiros volumes contêm narrativas
Diamantina. Aqui, nas Minas Gerais, quando demonstrou
capturadas do seu convívio na região entre Diamantina,
sua grande afeição pela sua gente em decorrência do grau
Serro e Conceição do Mato Dentro, bases na idealização do
de cultura e hospitalidade encontrados, o que resultou em
território deste Projeto.
um importante registro histórico: “[…] Em toda a província
de Minas encontrei homens de costumes delicados, cheios de Saint-Hilaire retornou à França pouco antes da Independência
afabilidade e hospedeiros[…]” (SAINT-HILAIRE, 1974, p.33). do Brasil, cheio de interesse humano e de real carinho pelas
terras brasileiras, expressando todo seu sentimento:
O naturalista esteve no Brasil no período entre 1816 e 1822.
Quando retornou à Europa levou uma coleção de cerca de “Vivi no meio de brasileiros; sou ligado a eles pelas for-
ças da simpatia e da gratidão; amo ao Brasil quase tanto
30.000 espécimes, dos quais em torno de seis a sete mil
quanto à minha pátria” (SAINT-HILAIRE, 1974, p.221-222).
espécies de plantas13. Destas, milhares de espécies foram
descritas por ele e podem ser encontradas nos três volumes
da Flora Brasiliae Meridionalis (1825, 1829 e 1832-1833),
personificando seu nome de maneira definitiva à flora
nativa brasileira.
Observador que conseguiu captar e escrever não somente
a Botânica, mas também aspectos geológicos, geográficos,
zoológicos, históricos, culturais e sociais. Assim, nos
presenteou, a partir da leitura de suas obras, com um vasto
acervo de informações sobre sua viagem de múltiplas
13
http://hvsh.cria.org.br/history
16
São aquelas cidades que possuem infraestrutura básica e turística além de atrativos
qualificados e são capazes de atrair e/ou distribuir significativo número de turistas
Vista de Diamantina para sudeste, com a Igreja do Amparo em para seu entorno e dinamizar a economia do território em que está inserido: http://
destaque, Pico do Itambé um dos símbolos do CaSHi ao fundo. www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/noticias/acontece/download_acontece/
AirtonPereira_ Destinos_Indutores_manhx_0408.pdf
Foto: Ricardo Luiz – 2020 17
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/diamantina/panorama
19
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/conceicao-do-mato-dentro/panorama
É importante cidade do Circuito Turístico Parque Nacional “A povoação de Conceição [...] se compreendem flores-
da Serra do Cipó e considerada por muitos o melhor local tas desabitadas […] está situada em um vale á margem
de um regato […] Por todos os lados é rodeada de coli-
para a prática do ecoturismo, pela diversidade ambiental
nas […] apresentam em abundância uma espécie curio-
da região, rodeada por serras, morros, rios e deslumbrantes sa […] conhecida no país pelo nome de candeia […]”
cachoeiras, como destacado por Saint-Hilaire: (SAINT-HILAIRE, 2000, p.135).
49
Caminhantes em busca de plantas medicinais, Distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, Serro.
Foto: Danielle Piuzana Mucida - 2019
A paisagem‚
Adentramos os grandes domínios vegetacionais, onde
encontram-se vegetação do Cerrado e suas formações
campestres e as florestas ou matas.
saberes: uma
naturalista, muitas delas, coletadas e descritas por ele.
Descrevemos também plantas exóticas e ou invasoras que já
podiam ser vistas em 1817.
51
Paisagem do Caminho Saint Hilaire - entorno da comunidade do Condado, Serro
Foto: Felipe Marcelo Ribeiro - 2020
3.
Dentre os caminhos de acesso para Minas Gerais, tem-
se o Caminho do Diamante, localizado na Serra do
Espinhaço Meridional. O Espinhaço é um relevante marco
territorial de diversidade geológica, a geodiversidade21 e
a biodiversidade, analisadas por naturalistas, incluindo
A paisagem e a
Saint-Hilaire. O trecho de maior detalhamento é a rota que
liga os municípios de Conceição do Mato Dentro, Serro e
vegetação
Diamantina, aqui intitulado Caminho Saint Hilaire. Nossa
intenção é apresentar a paisagem deste território, a Serra
– as formações rochosas, a diversidade biogeográfica e a
especificidade, muitas vezes endêmica, da flora e fauna.
53
Figura 3.1: Parte do novo mapa da Capitania de Minas Gerais (Levantado por W. von Eschwege) de 1821. Delimitação em vermelho
tracejado da Cadeia do Espinhaço. Área retangular em vermelho é apresentada à direita. 55,0 x 45,5 cm. Litografia; BN (CEH 11945. Direita:
Detalhe da região entre Diamantina, Serro e Conceição do Mato Dentro, bem como para a região do Pico do Itambé, denominado à época
de Serra do Itambé).
Modificado de Renger et al. (2004, p. 191).
“Entre Tijuco e Bandeirinha o terreno é árido e arenoso e O bioma ainda abriga relevante parte da diversidade
não apresenta senão campos, compostos de plantas herbá- biológica do Brasil, com estimativas em torno de 20.000
ceas. Apesar da extrema secura encontrei em flor cerca de espécies de plantas vasculares, sendo 8.000 (40%) de
30 plantas que ainda não possuía. Eram, entre outras, 2 ou espécies endêmicas (PINTO et al., 2006). Registra, ainda,
3 belas Melastomatáceas, 2 Ericáceas, o Ionidium Ianatum
ASH., várias Polygala, enfim a encantadora Deucliexia
o recorde mundial de diversidade de plantas lenhosas (458
muscosa Aug. S. Hil., que se assemelha a um musgo por espécies), em um único hectare no sul da Bahia. Por essa
suas pequenas folhas e seus caules estendidos sobre o chão” razão, 33% do seu território é considerado área prioritária
(SAINT-HILAIRE, 2004, p. 39). para a conservação, e 55% indicado como de extrema
importância biológica (SOS MATA ATLÂNTICA, 2019). Em
termos fitofisionômicos, a Mata Atlântica está representada
A Mata Atlântica
especialmente nas encostas dos morros pelas Florestas
Estacionais Semideciduais e em trechos mais restritos à
Este bioma pode ser compreendido como conjunto florestal
Floresta Ombrófila na região do projeto Caminho Saint
e de ecossistemas que abrigam grande riqueza florística
Hilaire (Figura 3.9).
e diversidade vegetal, com elevada presença de espécies
endêmicas e/ou raras e ameaçadas de extinção (RIZZINI,
1997). É considerada a mais antiga floresta do território
Floresta Ombrófila
brasileiro, estabelecida há cerca de 70 milhões de anos
(LEITÃO-FILHO, 1987). Originalmente a Mata Atlântica A Floresta Ombrófila Densa (Figura 3.9a) é caracterizada
estendia-se do cabo de São Roque (RN) a Osório (RS), com por árvores de grande porte (25 a 30m), copas entrelaçadas,
área aproximada de 1.350.000 km². Atualmente, encontra- formando dossel contínuo (LINGNER et al., 2015), além
se reduzida a fragmentos de mata em locais de topografia de cipós lenhosos e plantas como bromélias e orquídeas
acidentada, principalmente concentrada nas regiões Sudeste em abundância, que as diferenciam das outras formações
e Sul, com menos de 8% da sua extensão original (SOS florestais do bioma Atlântico (IBGE, 2012). Sua característica
MATA ATLÂNTICA; INPE, 2019). ecológica principal reside nos fatores climáticos tropicais
A degradação deste bioma é resultado da colonização do de elevadas temperaturas (~25° C) e de alta precipitação
território brasileiro e de exploração irregular de recursos durante o ano. Apresenta ampla complexidade biológica e
naturais, que ao longo do tempo atuaram de forma drástica com elevados índices de diversidade e riqueza de plantas.
4.
Missões Científicas, viajantes e/ou naturalistas puderam
descrever e interpretar as riquezas do país em diversos
aspectos, principalmente aqueles relacionados às jazidas
minerais (AMORIM FILHO, 2008; SAINT-HILAIRE, 2011).
Apesar do foco nas pedras preciosas, esses viajantes e/
flores
de viagem”) aspectos de cunho biológico, antropológico,
mineralógico, sociológico, geográfico e geológico do Brasil
oitocentista (LOPES et al., 2011).
Cabe ressaltar que, entre todos os viajantes estrangeiros que
estiveram no Brasil no século XIX, Auguste de Saint-Hilaire
Anne Priscila Dias Gonzaga
é talvez o de maior notoriedade no país. Isso possivelmente
Carlos Victor Mendonça Filho
está relacionado às mais de 23.000 amostras botânicas que
Evandro Luiz Mendonça Machado
o naturalista coletou durante os seis anos que percorreu
Fabiane Nepomuceno Costa
diversos estados brasileiros e algumas regiões da Argentina
e do Paraguai (PIGNAL et al., 2013). Este destaque se deve
73
noções novas às que já se possuem relativamente à parte e oferece muitas vezes uma coloração de verde diferente
oriental da América do Sul.” (SAINT-HILAIRE, 2000, p.3). daquela das árvores vizinhas. Vegetais gigantescos que
pertencem às famílias mais longínquas misturam seus
Em outro trecho cita que: galhos e confundem sua folhagem. As Bignoniáceas26
de cinco folhas crescem ao lado das Caesalpinia27, e as
“O estudo dos produtos vegetais do Brasil constituía, sem
flores douradas das Cassias28 se espalham ao cair sobre
dúvida, o objetivo principal de minha viagem; não ne-
fetos arborescentes29. Os ramos mil vezes divididos das
gligenciei no entanto, de recolher fatos que possa, sob
Myrtes30 e das Eugenia31 fazem ressaltar a simplicidade
outros aspectos, dar uma ideia perfeita de região tão in-
elegante das Palmeiras, e entre as Mimosas32 de folíolos
teressante. Não me limitei a seguir os caminhos frequen-
delicados, a Cecropia33 exibe suas largas folhas e seus
tados. Internei-me pelos lugares mais desertos e estudei
galhos que parecem imensos candelabros. Há árvores
as tribos indígenas. Favorecido pelas autoridades locais,
que têm uma casca perfeitamente lisa; algumas são
acolhido em toda parte com a mais generosa hospitali-
defendidas por espinhos, e os enormes troncos de uma
dade, pude ver tudo o que há de mais notável e reunir
espécie de Figueira selvagem estendem-se em lâminas
preciosas informações. Escrevi cada dia um diário minu-
oblíquas que parecem sustentá-la como arcobotantes”
cioso do que se me oferecia à vista, e aí consignava, na
(SAINT-HILAIRE, 2000, p.20).
medida em que me permitiam os conhecimentos, o que
pudesse contribuir para dar uma ideia exata das zonas Outros pontos que merecem destaque nos relatos e que
que percorria.” (SAINT-HILAIRE, 2000, p.3).
chamavam a atenção de Saint-Hilaire referem-se à enorme
Sua contribuição para a Botânica foi enorme, com uma diversidade de produtos, serviços e benefícios que as plantas
coleção que até os dias atuais é fonte de estudos de presentes no território nacional possuem. O que nos faz
diversos pesquisadores, principalmente na área da Botânica
Sistemática23. Dentre as suas contribuições para a flora Família que inclui árvores, arbustos e lianas, com aproximadamente 110 gêneros e
26
brasileira, não se pode deixar de mencionar sua fascinação 800 espécies. Possui vasta distribuição, nas regiões tropicais e subtropicais. Conheci-
da por ser a família dos ipês.
pela elevada riqueza florística observada ao percorrer o Brasil 27
Gênero de plantas da família Fabaceae. As espécies deste gênero são plantas lenho-
e que está muito bem documentada em diversos trechos da sas que ocorrem em zonas tropicais e subtropicais.
pseudothea A.St.-Hil. (atualmente Lippia pseudothea); a quina Esses exemplares utilizados para descrição científica de uma espécie nova são de-
36
44
Descrição da região do Distrito de Pinheiro, Diamantina.
Espécies que se instalam ou são introduzidas em locais onde não são naturalmente
45
encontradas.
Espécies que proliferam sem controle e passam a representar ameaça para espécies
46
Figura 4.2: Fotografias de espécies exóticas e invasoras, bem como de ações degradatórias que foram
documentadas por Saint-Hilaire no século XIX ao longo do Caminho Saint Hilaire. (A) ocorrência
de Pteridium aquilinum, samambaia; (B) ocorrência de Furcraea foetida, piteira; (C) ocorrência
de Melinis minutiflora, capim gordura; (D) registro de ocorrência de incêndios nos arredores de
Diamantina, MG; (E) registro de atividade minerária de diamante do século XIX abandonada no
Parque Estadual do Biribiri.
Fotos: Elisa de Morais Paschoal (A), Evandro Luiz Mendonça Machado (B), Forest & Kim Starr (C),
Simone Nunes Fonseca (D) e Israel Marinho Pereira (E)
53
Hoje conhecida por Pombalia lanata
e f g
Figura 4.3: Fotografias do ambiente natural e detalhes de plantas coletadas por Saint-Hilaire na região de
Diamantina: (A) Drosera ascendens A.St.-Hil.; (B) Drosera tomentosa A.St.-Hil.; (C) Drosera spiralis A.St.-
Hil.; (D) detalhe de ambiente ciliar na região do Caminho Saint Hilaire; (E) Drosera sessilifolia A.St.-Hil.; (F)
Utricularia nana A.St.-Hil. & Girard; (G) Genlisea aurea A.St.-Hil.
Fotos: Paulo Sergio Minatel Gonella Silva (A, B, C, E, F, G) e Bruno Vinícius da Silva (D)
d e f
Figura 4.4: Fotografias de plantas coletadas por Saint-Hilaire na região de Diamantina, trecho do
Caminho Saint Hilaire. (A) Declieuxia muscosa A.St.-Hil.; (B) Pombalia lanata (A.St.-Hil.) Paula-Souza;
(C) Marcetia taxifolia (A.St.-Hil.) DC.; (D) Cambessedesia hilariana (Kunth) DC.; (E) Campomanesia
adamantium (Cambess.) O.Berg.; (F) Schwartzia adamantium (Cambess.) Bedell ex Gir.-Cañas.
Fotos: Evandro Luiz Mendonça Machado (A), Jair Eustáquio Quintino de Faria Júnior (B, E), Darliana da
Costa Fonseca (C), Leonardo Jorge (D), Thiago José Ornelas Otoni (F)
relato sobre as cores pardo-acinzentadas dos rochedos e Gênero pertencente à família Asteraceae com cerca de 39 espécies, hoje conhecida
59
Figura 4.5: Fotografias do ambiente natural e detalhes de plantas coletadas por Saint-Hilaire. (A)
Erythroxylum suberosum (Mart.) A.St.-Hil.; (B) Davilla angustifolia A.St.-Hil.; (C) Duguetia lanceolata A.St.-
Hil. (D) população de Lychnophora pohlii Sch. Bip. nos arredores de Diamantina (MG), trecho do Caminho
Saint Hilaire.
Fotos: Manoel Cláudio da Silva Júnior (A, B), Helton Josué (C) e Evandro Luiz Mendonça Machado (D).
b c
Figura 4.6: Fotografias do ambiente natural e detalhes de dois fetos arborescentes (xaxins) que
despertaram tanto o interesse de Saint-Hilaire. (A) vista geral do interior de um remanescente florestal
em Conceição do Mato Dentro, MG trecho do Caminho Saint Hilaire; (B) Cyathea delgadii Sternb. (C)
Dicksonia sellowiana Hook.
Fotos: Cassiano Cardoso Costa Soares (A) e Evandro Luiz Mendonça Machado (B, C)
70
Área ecológica ou ambiental que é habitada por uma determinada espécie. mília Cyperaceae.
71
International Union for Conservation of Nature/União Internacional pela Conser- 77
Possivelmente trata-se Lagenocarpus rigidus.
vação da Natureza. 78
Gênero pertencente à família Velloziaceae, com 121 espécies.
72
Possivelmente trata-se de Centrolobium tomentosum, espécie da família Fabaceae. 79
Piptolepis monticola Loeuille, espécie da família Asteraceae, que foi inicialmente
73
Galium noxium, espécie da família Rubiaceae, que foi descrita por Saint-Hilaire. descrita por Saint-Hilaire como Vernonia pseudomyrtus.
80
Citada por ele como serra da Lapa.
Figura 4.7: Fotografias de plantas coletadas por Saint-Hilaire. (A) Luxemburgia speciosa A.St.-Hil.; (B) Styrax
ferrugineus Nees & Mart. (C) Sauvagesia elegantissima A.St.-Hil. (D) Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc.
Fonte: imagem de coleta realizada por Saint-Hilaire (A)
Fotos: Manoel Cláudio da Silva Júnior (B), Domingos Cardoso (C) e Evandro Luiz Mendonça Machado (D)
5.
menos água. Essas são adaptações desenvolvidas ao longo
de centenas de milhares de anos para garantir melhor
sobrevivência e sucesso nesse ambiente hostil. Sim, hostil. Há
períodos prolongados de seca; o solo é pobre em nutrientes e
pouco profundo para as raízes se desenvolverem; há muitos
A serventia das
predadores que se alimentam de vegetais como fungos,
bactérias e vírus; existe a ocorrência de fogo de origem natural
plantas
devido a uma combinação de mato seco e raios atmosféricos...
As plantas desses ambientes hostis apresentam muitas
adaptações para sobreviver e interagir com o entorno. Essas
adaptações, que muitas vezes não são visíveis aos nossos
olhos, incluem a produção de substâncias químicas especiais
Marcos Guião e muito específicas, de restrita distribuição na natureza.
Cristiane Fernanda Fuzer Grael Algumas dessas substâncias podem ter sabor ou cheiro
Danielle Piuzana Mucida desagradável, para afastar os herbívoros ou serem tóxicas
para parasitas e predadores. Outras protegem os tecidos
vegetais da radiação solar, que causa danos à vida.
93
A Natureza vem desenvolvendo seus experimentos: as plantas contado com o apoio de gente daqui, como Nhô Chico, que o
produzem certas substâncias consideradas adaptativas ou acompanhava na viagem.
favoráveis àquele ambiente e momento... E assim chegamos
Na segunda parte, apresentamos as plantas medicinais citadas
a uma vasta quimiodiversidade (diversidade química) que se
ao longo do conto, fornecendo informações de como Saint-
traduz também em biodiversidade (diversidade de vida). Nessas
Hilaire descreveu os seus usos pela população à época e dados
bandas de cá, pelo Caminho Saint Hilaire, a biodiversidade e a
científicos recentes sobre a ação dessas plantas como remédio.
quimiodiversidade da vegetação são imensas!
Por fim, é importante registrar que na abertura deste
O ser humano, que é parte desse ambiente, utiliza várias
capítulo, utilizamos desenhos da obra “Plantas Usuais dos
das plantas que contém tais substâncias químicas. A
Brasileiros”, de Saint-Hilaire, escrita em 1824, traduzida para
riqueza de conhecimento acumulada por populações
o português e publicada em 2009 no Brasil. As fotografias
indígenas, tradicionais e comunidades locais sobre o uso
utilizadas neste capítulo foram gentilmente cedidas por
de plantas medicinais foi descrita por Saint-Hilaire e hoje
Marcos Guião e Danielle Piuzana Mucida.
é uma ferramenta de investigação científica, etnobotânica
e etnofarmacológica. Ou seja, estudamos as plantas e as
formas como elas são utilizadas pelo ser humano, como 5.1 Tem plantas medicinais nos caminhos de
os chás, garrafadas e banhos, dentre outras formas de uso. Saint-Hilaire...
Esses preparados com essa ou com aquela raiz ou folhas, ou
cascas, ou frutos nos ajudam a suportar determinada dor ou Marcos Guião
a tratar uma infecção ou outras doenças e, ainda, prevenir
outros males à saúde.
O sol já tava alto quando finalmente conseguimos dar
Neste capítulo, escolhemos algumas plantas medicinais saída do Arraial do Tijuco com nosso pequeno cortejo
que ocorrem entre Diamantina, Serro e Conceição do Mato serpenteando por entre as ruas e vielas. As pedras arranjadas
Dentro, com as quais Saint-Hilaire teve contato no século caoticamente no piso dificultavam o início daquela que seria
XIX. Elas foram interlocutoras em uma primeira parte deste uma das viagens mais marcantes de toda a minha existência.
texto, na forma de um conto: “Tem plantas medicinais
nos caminhos de Saint-Hilaire…”. No conto, o Auguste A comitiva se compunha do naturalista francês Auguste
de Saint-Hilaire aparecerá como “Seu Augusto”, um jeito de Saint-Hilaire, seu criado Prégent, o muladeiro João
brasileiro e carinhoso de nomeá-lo. Voltamos ao passado Moreira, além do índio botocudo Firmiano. Eu, Nhô Chico,
e tentamos nos colocar no lugar desse ilustre naturalista. tava atendendo a um pedido do intendente Câmara,
Buscamos retratar, por meio de muita imaginação e leitura poderoso senhô destas terras de diamantes, pra conduzir
de suas obras – seus diários de viagens, como ele conheceu em segurança o grupo no trecho do Arraial do Tijuco até
e descreveu essas plantas nativas e seus usos medicinais Conceição, passando pela Vila do Príncipe, que distava
tradicionais. Imaginamos que, para tal tarefa, ele teria pouco mais de 10 léguas.
O que a ciência sabe sobre sua ação como remédio? Não Por quais nomes é conhecida? Pé de perdiz, Curraleira
há pesquisas farmacológicas recentes com esta espécie. Qual parte da planta é utilizada? Toda a planta
Saint-Hilaire descreve para os seguintes usos: “A
decocção dessa planta é diurética; ela é também empregada
11- Paratudo
Gomphrena arborescens L.f.; Gomphrena officinalis Mart.
Família: Amaranthaceae 12- Chá de Pedestre
Lippia pseudothea (A. St.-Hil.) Schauer; Lantana pseudothea
Por quais nomes é conhecida? Para-todo, Perpétua, Raiz-
A.St.-Hil.
do-padre-salerma, Para-tudo
Família: Verbenaceae
Qual parte da planta é utilizada? Toda a planta
Por quais nomes é conhecida? Rosmaninho, Capitão
Usos descritos por Saint-Hilaire: “A acreditar nos
do mato
agricultores do interior do Brasil, a raiz dessa planta
seria própria para curar todos os males. Eles a empregam Qual parte da planta é utilizada? Folhas
Macela do campo
Foto: Marcos Guião
119
Medalhão do forro da capela-mor da Igreja do Bom Jesus de Matozinhos – Serro.
Tratamento da Imagem: Mônica Tolentino
Foto: Luciano Amador Jr. 2020
6.
Em 1999, dado o estado de preservação do seu traçado
urbano e de seus bens arquitetônicos e a peculiaridade de
sua implantação junto à Serra dos Cristais, a cidade foi
reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, título
que fortaleceu ainda mais o setor turístico.
pelo caminho
destaque os pitorescos distritos de Curralinho, Borbas e
Vau (pertencentes a Diamantina) e São Gonçalo do Rio das
Pedras, Milho Verde e Três Barras (pertencentes a Serro),
todos eles visitados por Saint-Hilaire. Originados por conta
das minas de ouro e diamantes encontrados na região, quem
Mônica Martins Andrade Tolentino ali atualmente vive dedica-se à pecuária, à agricultura de
subsistência e à coleta de flores sempre-vivas.
121
Igreja de São Geraldo – distrito de Três Barras, município do Serro.
Foto: Luciano Amador Jr. - 2020
81
Taipa é um sistema construtivo baseado no uso de barro e madeira. Existem dois
tipos de taipa: a taipa de mão e a taipa de pilão. A taipa de mão, ou pau a pique,
consiste no entrelaçamento de tronquinhos de madeira para formar uma grade que,
posteriormente, é preenchida com barro. A taipa de pilão, por sua vez, é executada
socando o barro previamente amassado em formas de madeira (ou taipais). Cada
camada de barro tem espessura de quarenta a oitenta centímetros e altura de vinte
centímetros que, após o apiloamento, passa a ter de dez a quinze.
82
Adobes são paralelepípedos com dimensões aproximadas de 0,20x0,20x40m com-
postos de barro, fibras vegetais e estrume de boi secados ao sol.
7.
quando terminava a caminhada do dia, ao fim da tarde;
eram momentos de comer algo quente, em geral feijão
com toucinho e farinha ou fubá, arroz e alguma verdura
comestível quando havia, como couve, quiabo, serralha,
taioba ou ora-pro-nobis; essa era a rotina da viagem,
A celebração da
principalmente quando as paradas eram feitas em pousos
– simples pontos de pernoite sem qualquer abrigo, ou nos
cultura: queijos,
ranchos e barracões cobertos, onde as tropas e viajantes
podiam pernoitar (FRIEIRO, 1982).
vinhos e arte
Quando os pousos eram feitos em estalagens ou fazendas
à beira do caminho, havia comida melhor, aquela que
D. Lucinha (NUNES, 2010) chama de molhada e cujos
quitutes eram cozidos ou assados nos grandes fogões a
lenha: carne de porco sob diversas denominações, galinha
João Francisco Meira para as ocasiões especiais, arroz, farofas e verduras mais
abundantes. Em tais lugares também havia, frequentemente,
os fornos de adobe em forma de cupinzeiro, onde eram
135
Em algumas ocasiões, como relembra sua passagem por
Catas Altas Do Mato Dentro (atual Catas Altas), e também na
residência do Intendente em Tijuco, os pratos eram servidos
em baixela de prata em homenagem ao visitante. Noutras,
participou de festas populares, como a de Pentecostes em
Minas Novas, onde participou de um lauto jantar:
“[…] que consistia em grandes assados, aves, leitões,
arroz e saladas. Cada um dos convivas tinha diante de
si um pequeno pão e, por bebida, ofereceu-se aos con-
vivas cachaça misturada com café e açúcar” (SAINT-
HILAIRE 2000; p.284).
A comida das cidades e vilas, por sua vez, além de dispor dos
ingredientes fornecidos pelos jardins, quintais e fazendas
próximas, como hortaliças e frutas, também incorporava
mercadorias importadas como sal, azeite, licores, vinhos e
queijos, trazidas justamente pelos tropeiros que, por sua vez,
adquiriam mantimentos como toucinho, feijão e milho para
suas longas jornadas pelo sertão nos armazéns e empórios
urbanos (ROCHA, 1897, apud FRIEIRO, 1982).
É fácil perceber que as viagens do nosso visitante retratam
com clareza as características da dicotomia apontada
por Dona Lucinha como a constituição básica da comida
tradicional de Minas Gerais: entre a comida do tropeiro e a
comida da fazenda, a comida molhada e a comida seca.
A comida do tropeiro – seca, porque todos os mantimentos
tinham de ser passíveis de transporte e conservação para
durar durante a viagem – e, por outro lado a da fazenda, onde
se cozinhava de um tudo: cereais, verduras, carnes frescas,
comida molhada, portanto, além das quitandas e doces que
vieram a constituir o cânone da gastronomia mineira.
Dona Elizabete, doceira conhecida pelo seu famoso doce de
marmelo, feito em tachos de cobre. Distrito de Milho Verde, Serro.
Fotos: Luciano Amador dos Santos Jr. - 2019
A maturação, tão famosa em nossos dias, basicamente pode Provavelmente, comer um queijo fresco e
ser definida como uma etapa de fabricação nas quais os branco fosse privilégio de quem morava na roça. Os queijos
queijos são mantidos em condições ambientais específicas vendidos nas vendas das cidades eram mais amarelos, mais
(temperatura e umidade relativa do ar), por tempos firmes e, supondo-se o tempo de maturação e o tempo gasto
variáveis. Durante este tempo, diversas transformações para o transporte, provavelmente tinham sabor e aroma
microbiológicas e bioquímicas acontecem, propiciando a diferenciados, devido à atividade dos microrganismos e de
formação e sabores, aromas, texturas e aparências bastante diversas enzimas. A respeito, Saint-Hilaire (1937) relatou:
peculiares e apreciados. É uma forma de se transformar
“Estes queijos, ao que não se dá outro nome mais do
um queijo branco, de baixo valor e mais apropriado para os
queijo de Minas, são muito afamados: sua substan-
lanches em Queijos maturados, com maior valor agregado e cia é compacta; a côr assemelha-se aos dos queijos de
com maior complexidade sensorial, ideal para momentos de Gruyéres, mas é, eu creio, de um amarello mais carre-
celebração gastronômica. gado; seu gosto é doce e agradavel” (SAINT-HILAIRE,
1937, p.73-74).
Com o passar do tempo, o Queijo começa a expressar em si
os efeitos da propriedade e da Queijaria onde foi produzido, Ouve-se dos moradores mais antigos de nossa região, que
especialmente em função de sua altitude, do solo, da água, os queijos eram maturados em prateleiras de madeiras
das raças e do manejo dos animais, do saber fazer e da nos porões das casas e em gavetas de móveis de madeira.
receita de cada produtor, bem como dos micro-organismos Alguns produtores costumavam maturar os Queijos
ali existentes e da forma como eles se desenvolvem. envoltos em tecidos. Utilizar prateleiras presas ao teto e sem
Tudo isto faz com que os queijos sejam muito especiais e pés (sem contato com o chão) era uma estratégia para evitar
peculiares, repletos de manifestação do seu terroir de origem. o ataque de ratos.
83
Para mais informações ver o site: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/minas-
-dos-queijos/noticia/2019/06/04/queijos-de-mg-conquistam-serie-de-premios-em-
-concurso-mundial-na-franca.ghtml.
84
http://premioqueijobrasil.com.br
85
https://mundialdoqueijodobrasil.com
7.3.2.Sibilas do Tijuco
Após a identificação da visitante, é a dona da casa, Chica da Em um trecho do vídeo, a historiadora diz:
Silva, quem deve ser apresentada. Nesse ambiente, procuramos “No mito, pegamos os valores do presente e projetamos
levar o público a refletir sobre as diferenças entre a Chica (sobre o mito). Então, quais são valores importantes
histórica, tal como interpretada pelos pesquisadores, e a pra gente hoje? A autonomia feminina, a sexualidade,
Chica mítica, cuja trajetória passou por diversas apropriações, são valores importantes que ao longo do tempo foram
projetados em cima da figura da Chica da Silva. Esses
ganhando diferentes significados ao longo do tempo.
valores, autonomia feminina, independência feminina,
não eram os valores cultuados ou dominantes ou de-
sejados nessa sociedade. Então a Chica é uma figura
AINDA VAI CHEGAR O DIA
interessante para entender o passado, mas não para se
DE NOS VIREM PERGUNTAR:
– QUEM FOI A CHICA DA SILVA, QUE VIVEU NESTE LUGAR?
CECÍLIA MEIRELLES,
87
Entrevista disponível em https://www.youtube.com/watch?v=NUjLIiwSSJg. Exi-
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA, 1953 bida com a devida autorização da historiadora e do Museu das Minas e do Metal,
MM Gerdau
Chica da Silva
Alunas: Millene; Mariana, Katia, Élen, Isabel, Ana
Leticia.
161
Idas e vindas pelo Caminho. Região entre Capão Maravilha e Córrego do Mel,
Diamantina.
Fotos: Luciano Amador dos Santos Jr., 2020.
O corredor
culturas dos benzedeiros, raizeiros, ervarias, espagirias,
terapias, dentre várias outras, que remete à ciência espiritual
turístico,
ou antroposófica que, segundo Bernardo Kaliks, “[…]baseia-
se nos métodos das ciências naturais, que nos permitem
histórico,
penetrar em todos os detalhes da natureza física ou corporal do
organismo humano[…] para o conhecimento das organizações
vital, anímica e espiritual […]”89.
163
de aventura, por meio do trekking, do mountain bike de volta, como realizado pelo naturalista: ida a partir de
praticantes do cicloturismo; do geoturismo, na observação Conceição do Mato Dentro até o Serro e volta de Diamantina
da geodiversidade do Caminho; gastronômico, por apreciar a até o distrito de Santo Antônio do Norte (Tapera), fazendo,
cozinha mineira e saborear os vinhos finos, os queijos, cafés, assim, um desvio em ambos os sentidos do caminho original,
cervejas e cachaças artesanais...locais, turismo místico de passando pelo histórico distrito de Córregos.
saúde, para autoconhecimento nas práticas das ciências dos
Segue um pequeno relato de Saint-Hilaire do percurso que
povos tradicionais, dentre outros.
fez para chegar região de Conceição e também do trajeto de
O georreferenciamento da Trilha Regional de Longo Curso sua volta saindo do Tijuco.
Caminho Saint Hilaire90 (Figura 8.1) foi realizado entre 2019
“Para ir de Itambé a Vila do Principe, segui pela estra-
e 2020 e levou em consideração a topografia do terreno, da real […] apensar do nome pomposo que tem, esta
trilhas pré-existentes e valorização da beleza cênica a partir estrada, […] não é, em certos lugares, mais que uma
da pesquisa das obras que compõem os “Diários de Campo de picada tão estreita, que às vezes se tem dificuldade de
Auguste de Saint-Hilaire” (SAINT-HILAIRE, 1974; 2000). O seguir-lhe o traçado “[…] A povoação de Conceição[…]”
“Saindo de Bandeirinha segui um caminho mais curto
trabalho resultou em vários registros fotográficos, que ajudam
que a estrada anteriormente traçada e que vai entro-
a ilustrar este livro com as admiráveis imagens do CaSHi. car-se nela a cerca de uma légua de Toporoca: esse
caminho tem o nome de Caminho Novo. […]” (SAINT-
Na idealização do projeto ressaltou-se as cidades históricas
HILAIRE,2000, p.130,135,136).
por onde Saint-Hilaire passou, que hoje são destinos
indutores consolidados para a geração de fluxo turístico na “Deixei Tijuco a 30 de outubro de 1817[...]” “O inden-
tende dos diamantes havia me induzido a não seguir o
região. Apesar da cidade de Alvorada de Minas não estar
caminho já meu conhecido[…] mas a passar pelo lado
inserida, seu território é contemplado, com destaque para a dessa[…] cadeia chamada Serra da Lapa[…] Segui tal
passagem do CaSHi pelo distrito de Itapanhoacanga. Como conselho” “[…]deixando Tapera para ir a Congonhas[…]
premissa de seu objetivo, o CaSHi privilegiará, na medida subimos uma alta montanha chamada Serra de S.
do possível, as comunidades que se encontram relatadas Antônio […] O caminho de Congonhas me havia sido
mal indicado; fiz duas léguas mais do que devia [...]”
nos “Diários de Campo”, pertencente aos municípios
(SAINT-HILAIRE,1974, p.43, 45, 47, 48).
pioneiros ou que estão no trajeto proposto com núcleo
urbano formado com atratividade de interesse turístico e/ Estima-se que o CaSHi terá em torno de 170km de extensão,
ou infraestrutura básica de atendimento aos turistas. A sendo trecho de Conceição do Mato Dentro a Serro 92km e do
partir desses parâmetros, considerando que Saint-Hilaire trecho Serro a Diamantina 76km. Foi planejado o seu marco
não fez um trajeto direto entre Conceição do Mato Dentro zero a partir do bairro Bandeirinha, na cidade de Conceição
a Diamantina, propõe-se a junção dos percursos de ida e do Mato Dentro, de onde Saint-Hilaire partiu em direção à
cidade de Serro: “Fui acampar […] hospedaria Bandeirinha em
90
O trabalho de campo do georrefereciamento foi realizado pelo geográfo Júlio César
de Paula e o turismólogo Felipe Marcelo Ribeiro, com apoio da Prefeitura de Concei- frente à casa estava uma cruz com vários indivíduos de uma
ção do Mato Dentro e do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
96
http://www.serradoespinhaco.com.br/destaque?cod_destaque=181&pagina=0
Viagens pelo
registradas em inúmeros cadernos de viagem, pela visitação
ou permanência nas cidades, comunidades e vilarejos
caminho
descritos, seja pelo apreço dos diversos olhares dos novos
viajantes, agora virtualizados em redes sociais, a experiência
de conhecer os incríveis lugares do estado, suas diferentes
temporalidades, territorialidades e de vivenciar suas
diversas realidades constitui um deleite inevitável à razão e
à sensibilidade daqueles que apreciam localidades especiais
Hebert Canela Salgado
na vastidão do mundo. Isso por despertar, na imersão, os
sentidos errantes para a fruição estética das paisagens
“Tive a esperança, (...) e me puz a caminho.” culturais regionais, para as artes, para os distintos gêneros
de vida (LA BLACHE, 2012,1954) e tipos de habitat (SORRE,
Auguste de Saint-Hilaire 1984, 1982) para as humanidades emanadas da simplicidade e
da força do bem-viver, nessas terras “sempre-vivas”.
O espírito expedicionário de Auguste de Saint-Hilaire “Minas Gerais é muitas. São, pelo menos, várias Minas”,
permanece vivo na Serra do Espinhaço após duzentos registrou o escritor mineiro João Guimarães Rosa, no
anos de sua passagem pela incrível região de Diamantina, livro “Ave Palavra” (ROSA, 2009). Viajando com e sem
Serro e Conceição do Mato Dentro, celebrando um deslocamento pelas belas paisagens do estado e atento a
convite perene às conquistas caminhantes pelas belezas figuras marcantes que inspiraram personagens como o
da região. As vivências, percepções, olhares e palavras do vaqueiro Manuelzão, a obra roseana também referenciava
181
as viagens naturalistas do século XIX apresentando no opções de atividades e atrativos e a reconhecida conexão
conto “O recado do morro”, do livro “No Urubuquaquá, entre belezas naturais, culinária, artesanato, tradições,
no Pinhém”, a personagem “seu Alquiste ou Oulquiste” religiosidade, arte, criatividade e conhecimentos que
(ROSA, 2001), uma referência inevitável à figura celebram a sua identidade são, cada vez mais, procuradas
dos viajantes que caminharam os sertões brasileiros por viajantes que desejam conhecer o que há de melhor
observando e descrevendo a vida cotidiana, os hábitos e no Brasil.
ambientes que atravessaram suas experiências sensoriais,
No Estado de Minas Gerais, com rica formação étnica e
intelectuais, culturais, físicas, sociais, geográficas e
segundo mais populoso do país, onde é celebrada a passagem
históricas. A forte conexão desse estado com as viagens,
do pesquisador francês e cuja capital, Belo Horizonte,
narrada por Guimarães Rosa e descrita por inúmeros
é reconhecida como Cidade Criativa da Gastronomia
observadores como Saint-Hilaire, Peter Lund, Johann
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Spix, Carl Martius, Wilhelm Eschwege, Richard Burton,
Ciência e a Cultura (UNESCO, 2019a), encontra-se o maior
Johann Tschudi, George Gardner, John Mawe e tantos
número de bens reconhecidos como Patrimônio Cultural da
outros (LOPES et al, 2011); (BOLLE, 2018); (MARTINS,
Humanidade no país, dentre os quais se destaca o Centro
2008); (ANDRADE, 2017), ambientou um cenário que
Histórico da Cidade de Diamantina-MG (UNESCO, 2019b),
ocupa, permanentemente, o imaginário daqueles que
integrado ao Caminho Saint Hilaire - CaSHi. O estado abriga
desejam visitar e conhecer os sertões, vales e serras da
o maior centro de arte contemporânea da América Latina,
região mais montanhosa do país, especialmente quando
a maior concentração espeleológica do país, além de fontes
os olhares se voltam para a intensidade dos fluxos e
hidrominerais, destinos de inverno, de ecoturismo, de
trocas interculturais entre grupos étnicos quilombolas
aventura e rurais, diversidade musical, povos e comunidades
e indígenas, exploradores, desbravadores, bandeirantes,
tradicionais, importantes festas, eventos culturais e
escravos, viajantes, tropas e comitivas de passagem, nas
científicos, feiras de negócios, tecnologia, paisagens
várias localidades, ao longo da história. É nesse contexto
emocionantes e uma sociedade culturalmente expressiva.
que a diversidade sociocultural, paisagística e biológica
Destaca-se, ainda, por possuir um dos maiores sistemas
de Minas Gerais, traduzida nas inúmeras populações,
de Unidades de Conservação do país, com mais de cinco
povos e comunidades tradicionais (BRANDÃO, 2015,
milhões de hectares distribuídos em áreas federais, estaduais,
2010; ALMEIDA, 2011, 2004; DIEGUES, ARRUDA, 2001),
municipais e reservas particulares, em parte conectadas aos
suas peculiaridades históricas e especificidades culturais,
Mosaicos de Áreas Protegidas e à Reserva da Biosfera da
na variedade de formas de relevo, de solos e cobertura
Serra do Espinhaço, reconhecida pelo Programa “O Homem
vegetal, nas particularidades climáticas, gastronômicas,
e a Biosfera-MAB-UNESCO” como um “modelo adotado
arquitetônicas e musicais, faz desse canto de mundo
internacionalmente para gestão integrada, participativa
uma das mais potentes plataformas para as viagens e
e sustentável dos recursos naturais” (UNESCO, 2005).
para o turismo nacional e internacional. As inúmeras
203
Os olhares cruzados dessa jornada encerram-se com a luz escrita de Dona “Lena”, fechando sua porta com o cintilar em suas mãos e chave
presente, que abrirá o vau de novas histórias e paisagens na Serra do Espinhaço, nos quase infinitos empedrados deste lugar que nos nutre
e cura, pelo Caminho Saint Hilaire...
Foto: Luciano Amador Jr. 2019
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