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Comandante da Marinha

JOÃOZINHO DA SILVA, brasileiro, militar da Reserva Remunerada da Marinha do


Brasil, CPF nº 001.002.003-00, RG nº 444333, residente à _______________________ - xxx-UF -
CEP: 70700-000, endereço eletrônico: ___________________, requer que se digne conceder,o
reenquadramento do seu Adicional de Habilitação para “Altos Estudos - Categoria I”, cujo
percentual passou a ser de 54% (cinquenta e quatro por cento) a partir de 1º de julho de 2021,
conforme anexo III da Lei nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019. Para tal, faz-se necessária a
atualização do anexo A que acompanha a Portaria Normativa nº 86/GM-MD, de 22 de setembro de
2020, que estabelece os cursos que dão direito à concessão do Adicional de Habilitação aos
militares das Forças Armadas, a fim de tornar equivalente o Curso de Aperfeiçoamento para
Praças (C-Ap-PR) bem como o Curso Especial de Habilitação para Promoção a Suboficial (C-Esp-
HabSO), ao Curso de Assessoria em Estado-Maior para Suboficiais (C-ASEMSO),conforme listado
na alínea f do inciso I do Anexo A, da Portaria Normativa acima mencionada pelos fatos e
fundamentos a seguir:

SÍNTESEFÁTICA

1- O requerente incorporou à Marinha do Brasil em ________ de _____________;


promovido as respectivas graduações nas datas citadas ao lado, conforme abaixo descrito:
a) MN – 13/12/1986;
b) CB – X ;
c) 3ºSG – X ;
d) 2ºSG – X ;
e) 1ºSG – X ;e
f) SO – X .
2- Realizou, no ano de __________, na graduação de __________, o Curso de
Formação de Sargento (C-FSG) e o C-Ap-PR, concluindo-os com aproveitamento, conforme a Ordem
de Serviço nº _____/_____, publicada no Boletim TOMO II nº _____, de ___ de _________ de
______, respectivamente;
3- Foi promovido a graduação de Suboficial por merecimento, justamente por ter sido
aprovado nos cursos citados no item anterior e no C-Esp-HabSO; além de possuir os demais
requisitos exigidos, passando a contar antiguidade a partir de _____ de __________ de _______, de
acordo com a Portaria nº ________/DPMM, de ___ de _______ de _______, publicada no Boletim
TOMO II nº _____, de _____ de ______ de _______;

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4- Permaneceu em serviço ativo por ______ anos.
Nesse período, passou pela implementação da Medida Provisória (MP) nº 2.215-
10, de 31 de agosto de 2001, onde aconteceram várias reformações em relação a Lei de
Remuneração dos Militares vigente à época, dentre as inúmeras podem ser destacadas a perda da
graduação superior, na passagem para a inatividade (embora não tivesse tempo para tal), bem
como, a extinção do Adicional de Tempo de Serviço (sendo assegurado ao militar o percentual
correspondente aos anos de serviço a que fizer jus em 29 de dezembro de 2000, conforme o art.
30 da citada MP);

5- Foi transferido para a reserva remunerada da Marinha em _____ de _______ de


________ (Portaria nº ______/DPMM, de ____ de _______ de _________, publicada no Boletim
TOMO II nº ___, de ______ de ______ de _______). Naquele mesmo ano, porém somente no mês
de dezembro, resultou sancionada a Lei nº 13.954, que dispõe sobre a reestruturação da
remuneração dos militares e com o seu advento, a Portaria Normativa nº 86/GM-MD, de 22 de
setembro de 2020, estabeleceu em seu artigo 4º o seguinte, in verbis:
Art. 4º Os Comandantes das Forças Armadas estabelecerão a equivalência entre
cursos inerentes às diferentes linhas de carreira, realizados no exterior, em
instituições do sistema de ensino civil ou em outras Forças Armadas.
6- Diante da normativa acima, foi criado, entre outros, o C-ASEMSO, nos termos
seguintes:
(...)
I - Cursos de Altos Estudos, Categoria I, a partir de oficiais superiores e, no caso de
praças, a partir de primeiros sargentos: e
(...)
7- Ocorre que, ao criar o C-ASEMSO, implantou-se, no âmbito da Força Naval,
distorções remuneratórias entre militares concludentes desse curso com aqueles que não tiveram a
chance de fazê-lo, mas que realizaram outros cursos, até então existentes que os tornavam aptos e
capazes a ascender à graduação de Suboficial, portanto, é crível, razoável, justo e legal, que os
militares apodíctos desses cursos façam jus ao Adicional de Habilitação no mesmo percentual
daqueles que cursam o C-ASEMSO, ou seja, Altos Estudos Categoria I, cujo percentual atualmente é
de 54% (cinquenta e quatro por cento).
8- Ora, o C-ASEMSO não é curso de carreira, e apesar de o que possa oferecer o seu
conteúdo, no intuito de servir como propósito em qualificar Suboficiais para exercerem atividades
na intenção de assessorar os Oficiais, se assemelha substancialmente ao C-Esp-HabSO, que
inclusive é considerado curso de carreira, onde as suas similaridades, em conteúdo, coexistem.
Aliás, o C-Esp-HabSO tem até uma duração e carga horária maiores que o C-ASEMSO. Todavia, o
que desperta curiosidade é que não há nenhuma exigência por parte da administração naval, em
seus regulamentos, dado que, logo após a conclusão do C-ASEMSO, o militar, ao ter todos os
requisitos para a transferência para a Reserva Remunerada, nada o impede em fazê-lo. Não se vê
uma espécie de “carência” e ou condição de aplicação por tempo determinado, dos conhecimentos
adquiridos com a realização do mesmo;
9- Desta forma, a distorção gerada é gravíssima e atenta contra normas e princípios
que norteiam a vida castrense, mormente a Lei nº 6.880/1980, o Estatuto dos Militares, e a MP

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nº 2215-10/2001 e seu Decreto Regulamentador nº4.307/2022, como restará demonstrado a
seguir:
Estatuto dos militares:
Art.3°OsmembrosdasForçasArmadas,emrazãodesuadestinaçãoconstitucional,
formam uma categoria especial de servidores da Pátria e são denominados
militares.
§1° Os militares encontram-se em uma das seguintes situações:
a) Na ativa:
(...)
b) Na inatividade:
I - os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças
Armadas e percebam remuneração da União, porém sujeitos, ainda, à prestação de
serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização;e
II - os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores
estejam dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas
continuem a perceber remuneração da União.
(...)
Art. 8°O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber:
I- Aos militares da reserva remunerada e reformados;
(...)
Art.50. São direitos dos militares:
I-
agarantiadapatenteemtodaasuaplenitude,comasvantagens,prerrogativasedevere
saelainerentes,quandooficial,nostermosdaConstituição;
I-A. - a proteção social, nos termos do art. 50-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019) .
“ Art. 50-A. O Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas é o
conjunto integrado de direitos, serviços e ações, permanentes e interativas, de
remuneração, pensão, saúde e assistência, nos termos desta Lei e das
regulamentações específicas.”
II - o provento calculado com base no soldo integral do posto ou da graduação
que possuía por ocasião da transferência para a inatividade remunerada: (Redação
dada pela Lei nº 13.954, de 2019) ;
Art.53. A remuneração dos militares será estabelecida em legislação específica,
comum às Forças Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de
31.8.2001)
I - na ativa; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) soldo, gratificações e indenizações regulares; (Redação dada pela Lei nº 8.237,
de 1991)
II - na inatividade: (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) proventos, constituídos de soldo os quotas de soldo e gratificações incorporáveis;
(Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
b) adicionais. (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
Art. 53-A. A remuneração dos militares ativos e inativos é encargo financeiro do
Tesouro Nacional. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)

10- Da mesma forma e não menos importante a MP nº 2.215-10/2001, de 31 de


agosto de 2001, no art. 3º, inciso III,inclui entre os adicionais, o adicional de habilitação.

Art. 3º Para os efeitos desta Medida Provisória, entende-se como:

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I- soldo - parcela básica mensal da remuneração e dos proventos, inerente ao
posto ou à graduação do militar, e é irredutível;

II- adicional militar - parcela remuneratória mensal devida ao militar, inerente


a cada círculo hierárquico da carreira militar; (grifei)

III- adicional de habilitação - parcela remuneratória mensal devida ao militar,


inerente aos cursos realizados com aproveitamento, conforme regulamentação;

11- No mesmo diapasão, a regulamentação da matéria se deu através do Decreto nº


4.307, de 18 de julho de 2002, que no seu art. 3º, delegou ao Ministro da Defesa estabelecer os
critérios para o pagamento do adicional de habilitação, verbis:
Art. 3º O adicional de habilitação é parcela remuneratória mensal devida ao militar,
inerente aos cursos realizados com aproveitamento. (Redação dada pelo Decreto
nº 11.020, de 2022)Vigência.
§ 1º Caberá ao Ministro de Estado da Defesa, ouvidos os Comandantes das
Forças Armadas, estabelecer os cursos que darão direito ao adicional de
habilitação, observada a disponibilidade orçamentária. (Redação dada pelo
Decreto nº 11.020, de 2022)Vigência.

(…)

§ 3º Os Comandantes das Forças estabelecerão as equivalências dos cursos


de que trata o caput, incluídos aqueles realizados no exterior, inerentes à
carreira militar, aos tipos de curso a que se refere o Anexo III à Lei nº 13.954,
de 16 de dezembro de 2019. (Incluído pelo Decreto nº 11.020, de 2022) Vigência.
(originais sem destaque).

12- Com efeito, a remuneração entre militares da ativa e da reserva não pode ser
diferenciada, eis que os militares não se aposentam; permanecem em disponibilidade até atingirem
a idade-limite quando são reformados, isto é, são colocados em situação de não poderem ser
convocados para o serviço ativo somente, mas continuam sendo militares (no orçamento da União,
o pagamento dos militares está incluído no orçamento geral da União e não no orçamento da
seguridade social), diferentemente de um servidor civil que, ao ser aposentado, perde o cargo
mantendo apenas a equiparação, enquanto o militar ao se aposentar continua sendo militar com a
graduação ou posto que detinha na ativa.

13- Ainda na mesma toada, e trazendo novamente o Estatuto dos Militares, esse estabelece
os fundamentos importantes da carreira militar, aduzindo que os militares exercem a profissão
vinculada necessariamente ao Estado, ou seja, carreira típica de Estado, essa Lei
nãofazdistinçãoentremilitaresdaativa,dareservaoureformados,paraefeitodevencimentos,nostermos
dosdispositivosacimatranscritos,especialmenteoart. 3º ou seja, com relação as questões
remuneratórias aplicam-se indistintamente, entre militares da ativa e da reserva o mesmo soldo e
adicionais.

14- Já o art. 59 do mesmo Diploma legal aduz o seguinte, in verbis:


O acesso na hierarquia militar, fundamentado principalmente no valor moral e
profissional, é seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de
conformidade com a legislação e regulamentação de promoções de oficiais e de
praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os
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militares.

15- Repise-se que a criação do C-ASEMSO, para Suboficial, fez nascer disparidades
financeiras entre militares da mesma graduação, em função do seu reconhecimento como curso de
Altos Estudos Categoria I, com percentual de Adicional Habilitação, sobre o soldo de 54%
(cinquenta e quatro por cento) e o Curso de Aperfeiçoamento, cujo percentual é de 34% (trinta e
quatro por cento), e ainda mais grave se fizermos comparação com o C-Esp-HabSO, que não
recebeu nenhum reconhecimento para efeitos de pagamento do aludido Adicional de Habilitação,
um verdadeiro desrespeito para com todas as praças concludentes desse curso ao longo de anos.
16- Com efeito, veja-se que o C-Esp-HabSO se reveste de maior importância para as
Praças do que o C-ASEMSO, por ser um CURSO fundamental para ascensão na carreira, que
encontra-se em vigor e habilita à promoção àquela graduação (Suboficial).
17- Ademais os Cursos acima atendem aos mesmos propósitos, quais sejam: o
aprimoramento da qualificação dos Primeiros Sargentos e Suboficiais, respectivamente, do corpo
de Praças da Armada (CPA) e Corpo Auxiliar de Praças (CAP), a exercerem funções próprias da
graduação de suboficial, que sempre foi a de assessoramento aos oficiais em suas principais
decisões relativas aos assuntos que exigem conhecimentos profissionais desses Militares nas
diversas funções de/em Estados-Maiores existentes nas Organizações militares (OM). Portanto,
inexiste razão para o reconhecimento de um em detrimento do outro.
18- Por oportuno, com o devido respeito, não se faz necessário nenhum estudo de
cognição mais rebuscada, para perceber as injustas distorções surgidas a partir da Lei nº 13.954, de
16 de dezembro de 2019, mormente, para os militares graduados como suboficiais que foram para
a reserva sem, contudo, conseguir cursar o C-ASEMSO.

19- Verifica-se que, a Marinha do Brasil; o Exército Brasileiro; e a Força Aérea


Brasileira, subsidiaram o Ministério da Defesa na elaboração da Portaria Normativa
nº 86/GM-MD/2020, que tem como propósito estabelecer os cursos que dão direito à concessão do
adicional de habilitação aos militares das Forças Armadas. Talvez, um documento publicado na
intenção de padronizar todo o sistema de ensino nas Forças Armadas do Brasil, gerando os
respectivos efeitos financeiros consoantes aos seus respectivos enquadramentos. Entretanto,
quando se refere a cursos, especificamente na Marinha do Brasil, espera-se o reconhecimento e a
prevalência da “MERITOCRACIA”, ao menos, dos cursos que possuam verdadeiro valor e,
particularmente dos que são requisitos para promoções, classificados como sendo de carreira,
como é o caso do C-Esp-HabSO, e, para a surpresa de muitos, não há, na citada Portaria Normativa,
o reconhecimento daquele curso. Da mesma forma, o Curso de Aperfeiçoamento para Praças - CPA
e CAP (C-Ap-PR), não ter sido enquadrado como sendo de Altos Estudos, onde o objetivo geral do
curso é o de atualizar e ampliar os conhecimentos de praças especialistas para execução das
tarefas técnico-profissionais;

20- Recentemente, a Marinha do Brasil, por meio da Diretoria do Pessoal Militar da


Marinha, logicamente que por conta de vários estudos, divulgou um BONO Especial Geral de
nº 338, de 11 de abril de 2022, em que a própria Marinha considera a equivalência de um curso
recém-criado, o de Aperfeiçoamento Avançado para Praças (C-ApA-PR), em detrimento do que já
existe (C-Ap-PR), com o Curso de Qualificação Técnica Especial (C-QTE) e o Programa de Formação
de Operadores do LABGENE (PFOL), que segundo a própria Instituição, são cursos que ampliam a
capacitação dos militares, dentro das respectivas áreas de especialização. Assim, mais uma vez,
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vemos a desvalorização do C-Ap-PR. Contudo, se o C-QTE pode ser considerado como de Altos
Estudos II, conforme as já citadas equivalências, por que não considerar, também, o Tempo de
Função Técnica (previsto no inciso 3.17.7, alínea e, do Plano de Carreiras de Praças da Marinha -
PCPM) para as especialidades que constam em tabela de lotação e/ou reconhecidas em Ordens de
Serviço das OM onde lotam esses militares?

21- Portanto, o que se busca com o presente requerimento é que se corrija tais
distorções, uma vez que fere de morte princípios basilares da Forças Armadas, devendo, o C-Ap-PR,
assim como o C-Esp-HabSO serem reconhecidos como Altos Estudos Categoria I, ou seja, mesmo
patamar do C-ASEMSO, para os Suboficiais que não tiveram chance de realizar o aludido curso.

22- Além disso, com a devida vênia, resta indubitavelmente, comprovadamente que
o pagamento em percentuais diversos, entre militares que concluíram o C-Ap-PR e o C-Esp-HabSO,
em relação aos militares que tiveram a chance de cursar o C-ASEMSO, viola frontalmente o
Princípio Constitucional da Isonomia, devendo ser corrigido incontinenti.

DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto e com o desiderato de corrigir tamanha injustiça, incabível
nas Forças Armadas, que tanto prezam pela disciplina e hierarquia e que, hodiernamente, pratica a
MERITOCRACIA, esteios basilares de sua existência, o Demandante, ora Requerente, requer o
reconhecimento do C-Ap-PR, assim como o C-Esp-HabSO, como Altos Estudos Categoria I, a fim de
estabelecer o legítimo valor dos cursos, de carreira, realizados e dos conhecimentos por ele
adquiridos, especialmente na intenção de que sejam retificados os incontestáveis equívocos
contidos na Portaria Normativa nº 86/GM-MD, de 22 de setembro de 2020, especificamente a
devida atualização em seu Anexo A e, fundamentalmente na Lei nº 13.954/2019.

Nestes termos, pede deferimento.

Brasília, DF,em de junho de2022.

JOÃOZINHO DA SILVA
SO-RM1-___
CPF nº 001.002.003-00

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