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Episódio de “Inês de Castro”

I. Completa o seguinte texto, de acordo com a leitura realizada do episódio de Inês de Castro

Mas, uma vez regressado a Portugal, um caso muito triste ocorreu e ensombrou o seu reinado: ___( 7 )____, ou seja,
o caso de Inês de Castro, a linda Inês, que, ___( 11 )__, colhendo o doce fruto da sua juventude, __( 15 )__ ensinava ___( 1 )___
Era o tempo das ___( 6 )____ que o amor correspondido do seu Príncipe Pedro tornava ameno e doce, não podendo prever-se
quão enganoso era. É que o Amor é uma espécie de deus poderoso que exige sacrifícios humanos e, por isso, exigiu a sua morte.
Como ia dizendo, tudo corria bem até que ___( 8 )____, Afonso IV, que se preocupava com o murmurar do povo e
com o facto de seu filho recusar casar-se com outras princesas, decidiu mandar matar Inês, julgando assim que, ao tirar-lhe a
vida, libertaria o filho de tais amores.
Um dia ___( 10 )____, trouxeram Inês, acompanhada de seus filhos, junto do Rei. Percebendo que queriam matá-la,
dirigiu-lhe as seguintes palavras:
“— A própria Natureza tem o costume de ser piedosa para com as crianças, como aconteceu com a loba que alimentou
Rómulo e Remo, fundadores de Roma, ou com as pombas que alimentaram Semíramis, rainha da Assíria, abandonada por sua
mãe.
Por isso, ___( 13 )____, deves ter respeito a estas criancinhas, mesmo que não tenhas piedade de uma mãe que de
nada é culpada, a não ser de ___( 12 )____.
No entanto, se entendes dever castigar-me, estando eu inocente, manda-me para um lugar longínquo, a Sibéria fria ou
a Líbia ardente, onde poderei criar meus filhos e encontrar entre leões e tigres a piedade que não encontrei entre os humanos. Aí
poderei criar ___( 3 )____ estas relíquias de Pedro, ___( 2 )____ .”
Perante tais palavras, o Rei benigno queria perdoar-lhe, mas tal não permitiram o povo insensível e o destino de Inês. E foi então que ___( 9 )____
ergueram suas espadas contra uma ___( 4 )____, que morreu pronunciando o nome do seu Pedro.
Crime horrendo foi este e bem seria que o Sol tivesse apartado os seus raios nesse momento, para não o presenciar. As ___( 5 )____ choraram
longamente a morte de Inês e converteram suas lágrimas em fonte pura, que ficou sendo chamada dos Amores: ___( 14 )____ .
Quando D. Pedro subiu ao trono, cedo tirou vingança dos assassinos de Inês e se tornou justiceiro feroz contra toda a espécie de criminosos.

[Além disso, como dizia mais atrás, fez coroar Inês, depois de morta, como Rainha de Portugal, e obrigou a Corte a venerá-la como tal. E fez transportar o seu
corpo para um magnífico túmulo, frente ao qual mandou construir um para si, túmulos que podem hoje ver-se no Mosteiro de Alcobaça.]
in Os Lusíadas em prosa, adaptação de Amélia Pinto Pais

1. “aos montes e às ervinhas o nome que no peito escrito tinha(s)” 9. “os brutos matadores”
2. “aquele por quem morro” 10. “os horríficos algozes”
3. “com amor intrínseco” 11. “posta em sossego”
4. “dama fraca e delicada” 12. “ter sujeito o coração a quem soube vencê-la”
5. “filhas do Mondego” 13. “tu, que tens de humano o gesto e o peito”
6. “memórias de alegria” 14. “Vede que fresca fonte rega as flores / Que lágrimas são a água e o nome Amores”
7. “o caso da mísera e mesquinha / que depois de morta foi rainha” 15. “nos saudosos campos do Mondego”
8. “o velho pai sisudo”

II. Identifica os recursos estilísticos presentes nos versos abaixo:


1. Personificação 3. Comparação 5. Apóstrofe. 7. Dupla / Tripla Adjectivação 9. Anáfora
2. Perífrase. 4. Hipérbole. 6. Antonomásia 8. Metáfora 10. Enumeração
11. Antítese – Apresentação de um contraste/ oposição entre duas ideias ou coisas. Ex: bem e mal
12. Assonância – Repetição intencional dos mesmos sons vocálicos nas sílabas tónicas de várias palavras seguidas. Ex: “E as cantilenas de serenos sons
amenos”
13. Aliteração – Repetição intencional de sons consonânticos dentro de uma mesma palavra ou de várias palavras seguidas.Ex: “Brandas as brisas brincam”
14. Hipálage – Atribuição, a um nome, de uma qualidade que logicamente pertence a outro nome da mesma frase. Ex.: "Fumando um pensativo cigarro"
15. Eufemismo – Expressão que atenua uma realidade violenta, triste ou chocante. Ex: “Exalou o seu último suspiro.” (Modo gentil de dizer que morreu)
16. Pleonasmo – Repetição de uma ideia, recorrendo às mesmas palavras ou outras de sentido equivalente. Ex: “ Vi-os com estes olhos”, “Subir para cima”

a) “Que despois de morta foi Rainha” ( v.8; est. 118)


b) “Tu, só tu, puro amor, com força crua” ( v.1; est. 119)
c) “Se dizem, fero Amor, que a sede tua” ( v.5; est. 119)
d) “De teus anos colhendo o doce fruito” ( v.2; est. 120)
e) “Nos saudosos campos do Mondego” ( v.5; est. 120)
f) “Aos montes ensinando e às ervinhas / O nome que no peito escrito tinhas” ( v.7 e 8; est. 120)
g) “De noite, em doces sonhos que mentiam / De dia, em pensamentos que voavam” ( v. 5 e 6; est. 121)
h) “Tirar Inês ao mundo determina” ( v.1; est. 123)
i) “Ela, com tristes e piedosas vozes” ( v.5; est.124)
j) “Fraca e sem força, só por ter sujeito” ( v.3; est. 127)
l) “Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente” ( v.7; est. 128)
m) “Põe-me em perpétuo e mísero desterro / Põe-me onde se use toda a feridade” ( v.6 e 1; est. 128 e 129)
n) “As obras com que Amor matou de amores” ( v.3; est. 132)
III. Responde às questões com frases completas.

1 . Na estância 119, é apresentado o responsável pela morte de Inês de Castro.


1a) Indica-o.
1b) Qual foi a figura de estilo utilizada pelo autor para apresentar esse responsável ?

2 . A estância 120, descreve a vida de Inês de Castro antes da tragédia.


2a) Descreve, com palavras tuas, como era a sua vida nessa altura.
2b) Indica quem se apresenta como confidente de Inês.

3. A estância 122 apresenta a razão que leva D. Afonso IV a tomar uma decisão relativamente à relação entre Pedro e Inês.
3a) Indica, com palavras tuas, a razão apresentada nessa estância.
3b) Retira do texto o verso que resume a decisão de D. Afonso IV.

4. As estâncias 127 a 129, apresentam-se entre aspas.


4a) Justifica esse sinal de pontuação.
4b) Atenta nos seguintes verbos: est. 127 - “tem” (v.5) e “Mova-te” (v.7); est. 128 - “Sabe” (v.3) e “Põe-me” (v. 6); est. 129 – “Põe-me”. ( v.1). Indica o
Modo verbal em que se encontram conjugados e refere a razão da sua utilização.
4c) Caracteriza a reacção do Rei após ter ouvido esse discurso.

GRAMÁTICA
I. Classifica morfologicamente e de forma completa as palavras sublinhadas.

120. Estavas, linda Inês, posta em sossego, 


1. _____________________________________________________________
De teus1 anos colhendo doce fruito, 
2. _____________________________________________________________
Naquele2 engano da alma, ledo e cego, 
3. _____________________________________________________________
Que a fortuna não deixa durar muito3, 
4. _____________________________________________________________
Nos4 saudosos campos do Mondego5, 
5. _____________________________________________________________
De teus fermosos6 olhos nunca enxuito, 
Aos montes insinando e às ervinhas  6. ______________________________________________
O nome que no peito escrito tinhas.

II. Indica a função sintáctica dos termos sublinhados.

Mas o povo1, com falsas e ferozes 1. ______________________________________ 2. ______________________________________


Razões2, à morte crua3 o4 persuade. 3. ______________________________________ 4. ______________________________________

III. Divide as seguintes frases em orações, classifica-as em coordenadas ou subordinadas e indica a função sintáctica dos termos sublinhados.

a) Buscam Inês em Coimbra e trazem-na arrastada à presença do rei.


b.) O rei perguntou se Inês estava morta.
c.) Ainda se comove o rei, mas não se comovem os conselheiros.
d.) Por causa do destino da pátria, o Rei não queria que Pedro casasse com Inês.

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