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Resumos de Português:

1. Orações subordinadas:

1.1- Orações subordinadas adverbiais:

● Temporais– Exprime uma ideia de tempo relativamente à

oração subordinante ;

● Causal- Transmite a causa do que é afirmado na oração

subordinante;

● Final- Expressa a finalidade da ideia indicada na oração

subordinante;

● Condicional- Indica a condição que permite a realização do

que é expresso na oração subordinante;

● Comparativa- Estabelece uma comparação com a oração

subordinante;

● Consecutiva-Exprime uma consequência de um facto

apresentado na oração subordinante;

● Concessiva- Transmite uma exceção face à oração

subordinante;
1.2-Oração subordinada adjetiva:

● Relativa restritiva- Exerce a função sintática de modificador

restritivo de nome;

● Relativa explicativa- Exerce a função sintática de modificador

apositivo do nome. Esta oração está sempre isolada por

vírgulas;

1.3- Oração subordinada substantiva:

● Completiva- Desempenha, entre outras, a função sintática de

Complemento Direto da subordinante;

2. Funções sintáticas:

● Sujeito» Quem?

● Complemento Direto» O quê?» Pode ser substituído por

pronomes(o,a,os,as)

● Complemento Indireto»A quem?» Pode ser substituído por

pronomes (lhe\lhes);
● Complemento Oblíquo» É necessário ao verbo e à frase (para

que que faça sentido) e não é CD ou CI;

● Predicativo do sujeito» É pedido por um verbo copulativo (

ser, estar, ficar, permanecer. parecer, tornar-se revelar-se,

andar e continuar);

● Modificador do Grupo Verbal» É uma Informação extra e

tem valor de tempo, lugar ou modo;

● Modificador de frase» É uma informação extra e tem a ver

com os conhecimentos ou sentimentos do enunciador do discurso.

● Modificador do nome»

● Apositivo» Está entre vírgulas;

● Restritivo» está colado ao nome;

3. Os Lusíadas:

3.1. Consílio do Deuses»


A ideia introduzida na estrofe 19 não é terminada no último verso. Ela é continuada na

estrofe 20. Por isso se utilizou a construção "Já... Quando...", transmitindo a ideia de

ligação temporal entre as duas estrofes: os navegadores portugueses já navegavam no oceano

Índico, quando os deuses se reuniram no Olimpo para decidirem se permitiam ou não que os
portugueses encontrassem um lugar onde pudessem descansar e recuperar novas forças para

enfrentar a viagem no desconhecido.

A ligação entre as duas estrofes não é meramente sintática, mas revela que a viagem de

descoberta do caminho marítimo para a Índia depende do parecer favorável dos deuses, da

sua vontade perante estes humanos tão decididos. Logo, interligam-se também aqui o plano

da viagem e o plano mitológico e esta associação está presente em toda a Narração. Os

deuses, ao dificultarem ou facilitarem a viagem dos portugueses, permitem que a ação se

desenvolva. O plano mitológico era fundamental numa epopeia, mas nesta obra os deuses não

têm apenas a função de embelezar a ação, eles são elementos geradores (provocadores) da

própria ação.

Depois de caracterizado o espaço onde se vão reunir os deuses, o Consílio inicia-se com o

discurso de Júpiter, o pai dos deuses (estrofes 24 a 29) que, após apresentar alguns feitos

heroicos do povo português, se refere concretamente ao novo feito que os navegadores

pretendiam alcançar e que o destino, o "Fado eterno" , como lhe chama Júpiter, lhes tinha

reservado. A descrição que Júpiter faz da Nação portuguesa permite a exaltação deste

povo, capaz de atos tão grandiosos. Júpiter determina, então, que os navegadores sejam

"agasalhados" na costa africana, quer dizer, que possam descansar em lugar seguro. O

discurso de Júpiter é apresentado através do discurso direto.

Repara no exemplo: "Quando Júpiter alto, assim dizendo,/Cum tom de voz começa,

grave e horrendo:". O Poeta indicou a personagem que ia falar, utilizando para isso um

verbo declarativo "dizendo" , os dois pontos e a mudança de verso para iniciar o discurso de

Júpiter: "Eternos moradores do luzente...".

Depois de apresentada a decisão de Júpiter, os deuses vão dando a sua opinião (estrofes

30 a 34), destacando-se a de Baco, que é contra os portugueses, pois considera que eles se

tornarão superiores a si no Oriente, e a de Vénus, que defende com amor os portugueses. As

suas opiniões não são, no entanto, transmitidas em discurso direto, mas sim em discurso

indireto.
Repara também no exemplo: "O padre Baco ali não consentia/No que Júpiter disse,

conhecendo...". Neste exemplo, não foi Baco que transmitiu a sua opinião, mas sim o Poeta

que a deu a conhecer.

Há ainda uma terceira forma de discurso que não surge neste caso, mas que deves

conhecer, o chamado discurso indireto livre

Apesar de não haver nenhum caso de discurso indireto livre no texto, imagina este

exemplo: Entre os deuses, Baco dava a sua opinião. Não consentia! Então, os portugueses

iam tornar-se mais famosos do que ele no Oriente? Nem pensar em perder a sua glória!

Se leres a estrofe 35, apercebes-te que a confusão gerada entre os deuses foi grande, até

os próprios verbos sugerem essa confusão: "rompendo", "Brama", "murmura",

"Rompem-se", "ferve". O tom utilizado nesta estrofe é hiperbólico, há um exagero

intencional da realidade para enfatizar a confusão. É nesse momento que Marte, o deus da

guerra, colocando fim à questão "E , dando uma pancada penetrante" que até fez tremer o

céu (hipérbole ) , apresenta a sua opinião favorável aos portugueses (estrofes 36 a 40),

pelo seu amor a Vénus ou por verdadeira admiração destes homens, aconselhando Júpiter a

não voltar atrás na sua decisão, que, assim, acaba por consentir no que Marte dissera e

terminar o Consílio.

Quando um grupo de pessoas se reúnem para deliberar sobre alguma coisa, como foi o

caso do Consílio dos deuses, é necessário redigir uma ata dessa reunião. A palavra Ata teve

a sua origem na língua latina e significa "feitos".

Aquilo que se escreve numa ata deve ser inteiramente fiel ao que na realidade se passou

na reunião, não se podem inventar ou exagerar factos. Também não se pode, no caso de

haver um engano, apagar ou rasurar o texto. Deve-se escrever entre vírgulas "digo" e

corrigir a informação errada que se deu. Imagina o seguinte exemplo: Marte, digo, Júpiter

presidiu o Consílio dos deuses.

Sempre que tiveres necessidade de escrever números na ata, deves fazê-lo por extenso,

mesmo a data deve ser totalmente em extenso, como, por exemplo: Aos vinte e quatro dias

do mês de novembro de mil novecentos e noventa e nove…


Para que ninguém altere nada do que foi escrito, todos os espaços em branco da ata

devem ser trancados com um traço. A linguagem a utilizar deve ser muito clara e objetiva e

não se deve recorrer a siglas ou abreviaturas para se escrever mais rapidamente.

Uma ata tem um número próprio que a abre e deve seguir a seguinte estrutura:

• introdução — onde se deve indicar a data de realização da reunião, o local e a hora, quem

presidiu à reunião, o número de pessoas que estiveram presentes e a identificação das que

faltaram e ainda a ordem de trabalhos a tratar.

• desenvolvimento — onde são referidos os assuntos tratados, as várias intervenções das

pessoas presentes, as decisões que foram tomadas, bem como os resultados de uma votação,

se for realizada.

• encerramento — onde se termina a ata com uma fórmula própria que indique o

encerramento da reunião por não haver mais nenhum assunto a tratar, a que se segue a

assinatura do presidente da reunião e do secretário que lavrou a ata.

Quando tiveres de assinar uma ata, não o faças sem ler ou ouvir ler o que nela foi

escrito. Uma ata é sempre um documento de grande responsabilidade


A paragem em Melinde...
Tal como os deuses tinham decidido em Concílio, a armada portuguesa encontra um lugar

para descansar (Canto II, estrofe 73), na costa africana, em Melinde, onde os

navegadores são muito bem acolhidos por toda a gente, em especial pelo rei que já tinha

conhecimento da fama dos portugueses. O rei revela a Vasco da Gama a sua vontade de

conhecer melhor o povo lusíado e pede que este lhe conte tudo sobre a sua pátria (Canto II,

estrofes 109 a 113).

É por isso que o Canto III abre com uma nova invocação, desta vez a Calíope, musa da

epopeia e da eloquência, a quem o Poeta pede que o ensine a narrar com exatidão aquilo que

Vasco da Gama contou ao rei de Melinde.


A partir da terceira estrofe deste canto, há uma mudança de narrador da ação, pois deixa

de ser o Poeta, narrador não participante, para ser Vasco da Gama, um narrador

autodiegético. Vasco da Gama revela nas suas palavras o prazer que tem em contar ao rei a

história do seu povo: "Mandas-me, ó Rei, que conte declarando/De minha gente a grão

genealogia;/Não me mandas contar estranha história,/Mas mandas-me louvar dos meus a

glória." Vasco da Gama torna-se narrador, aquele que conta, é o rei de Melinde,

narratário, aquele a quem a história é narrada.

E é assim que Vasco da Gama inicia a narração da História de Portugal, através de uma

longa analepse, desde a fundação da nacionalidade até ao momento da viagem, dando-se

lugar na ação a um outro plano diferente do da viagem e da mitologia, o plano da história.

3.2. Despedidas em belém:

Recorda que esta parte da ação só agora é narrada em analepse, através da retrospetiva

que o narrador faz, visto ser obrigatório que a narração se iniciasse in medias res.

Nas estrofes 84 e 85 é descrito o ambiente festivo que se vivia no dia da partida,

contrapondo-se aos momentos apresentados nas estrofes seguintes quando os navegadores,

preparando-se para a viagem ("Aparelhámos a alma para a morte"), imploram o favor

divino e escutam os lamentos e o choro das muitas pessoas que acorreram à praia (estrofes

88 a 92), e até da própria Natureza que participa destes sofrimentos (estrofe 92).

Dentre essas muitas pessoas, destaca-se a figura de uma mãe (estrofe 90) e de uma esposa

(estrofe 91), que, transmitindo a dor de todas as outras, revelam a sua tristeza pela

incerteza do regresso dos seus familiares. Repara que o discurso de ambas apresenta várias

interrogações. São as chamadas interrogações retóricas, para as quais não se espera uma

resposta direta, mas pretende-se realçar, neste caso, os sentimentos de dúvida e aflição

destas pessoas.
Mas o propósito de partir era firme, por isso Vasco da Gama diz ao rei de Melinde que,

apesar de "Cheio dentro de dúvida e receio"(estrofe 87), embarcaram "Sem o

despedimento costumado" (estrofe 93) antes que se arrependessem. É notória nesta

estrofe a emotividade do capitão, que revela também a sua experiência vivida.

A partida fez-se da praia de Belém, "Que o nome tem da terra, para exemplo, /Donde

Deus foi em carne ao mundo dado." Esta perífrase poderia substituir-se por uma simples

palavra, Belém, mas perder-se-ia toda a beleza da comparação entre o lugar onde Cristo

nasceu e o lugar de onde partiram as naus portuguesas.

Ainda antes de partir, os navegadores vão escutar o discurso do velho do Restelo, um

episódio simbólico, no qual é apresentada a perspetiva de oposição aos Descobrimentos. A

narração da partida só se efetua na 1.ª estrofe do Canto V.

Já no meio da viagem, os portugueses encontram-se face a face com o maior dos perigos e

dos medos: o gigante Adamastor. Vasco da Gama narra também este episódio ao rei de

Melinde, revelando toda a sua experiência e sentimentos (narrativa principal ).

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