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A FRANÇA EQUINOCIAL E SUA REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA

MARCADA NA PAISAGEM: um réquiem modular da ilha de São Luís 1

Alexsandro Costa de Sousa2


alexgeografia2014@gmail.com

INTRODUÇÃO

“Cette terre est à nous”3. Com essas palavras, acredito que vociferadas
de maneira alardeante, os “passagers” << se assim posso classificar>> das
embarcações francesas em 1612, deixaram o Golfão Maranhense em
expectativa de quem eram esses “étrangers”, de uma língua não comum por
aqui, a brandarem ferozmente? As águas turvas que rodopiam na região do
que hoje é chamando de beira-mar, percebiam que as naus alojadas acima de
si, se entremeavam a fim de alcançar o mais rápido “la terre”4.
Uma busca nos anais deste século, pode-se precisar quantos dias
esses “étrangers” passaram nas suas casas provisórias flutuantes em busca da
sua missão principal: a ocupação “de la terre”. Seria muito querer bisbilhotar
um pouco do que se passava nas mentes dos “étrangers”? Para um curioso do
como a ilha de São Luís e por que ela foi ocupada, isso não soa um bisbilhotar
para desenvolver uma narrativa fantástica ou mesmo uma construção silológica
inverossímil, ou até mesmo ‘uma estória’ apenas, sobretudo, porque os dados
e manifestações históricas se particularizam em suas condições, não
saberíamos nós dos dados, da historização e da ocorrência geográfica da
ocupação pelos franceses em terras brasileiras, no chamado Grão-Pará 5, se
não fosse todo um levantamento geohistoriográfico.

1
Ensaio apresentada na disciplina: Paisagem Cultural ministrada pelo docente Prof. Drº Igor
Robaina. Tal perspectiva escrita é uma tentativa de levar ao leitor um pouco de conhecimento a
partir de uma historização e principalmente voltada a uma geografização particular da Ilha de
São Luís e em especial a parte do Centro Histórico.
2
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do
Espírito Santo-UFES. Bolsista Capes e estagiário na disciplina supracitada.
3
Tradução livre: “Essa terra é nossa”.
4
Tradução livre: “A terra”.
5
Essa foi a nomenclatura dada historicamente e de forma a organizar a colônia portuguesa.
Essa região [Grão-Pará] inserida nas grandes regiões, parte da região
norte e parte da região nordeste, devendo aqui ser observado que sua
ocupação tem inicio nesse processo da ocupação dos franceses em terras
brasileiras, mais precisamente como já citado em 1612, acrescentado nesse
período da ocupação parte de sua configuração na paisagem local com a
construção de um forte (GADELHA, 2005). Poderia aqui retratar sobre a
expansão territorial do país, das grandes disputas e das mudanças nos
espaços bem como a construção topológicas de insigne relevância para
principalmente o contexto geográfico, mas me detenho a estabelecer as
marcas principais para este ensaio sobre a ilha de Upaon-açu, São luís no
estado do maranhão, sendo essas marcas que marcam toda a existência de
um réquiem como estabeleço no subtítulo deste trabalho 6.
O levantamento introdutório é para criar uma situação, onde o leitor
consiga gerar um entendimento pelo qual a condição que levou a Ilha de São
Luís a título de Patrimônio de Humanidade, mas que ao mesmo tempo e por
muito tempo teve sua forma des-apresentável 7, mas que amparada por leis e
decretos a região que será evidenciada está passando por uma reconfiguração,
repaginação no seu velho exterior e interior, contudo mantendo a sua
originalidade. Ao pontuar sobre o que está sendo reconfigurado e repaginado,
também quero registrar que não são apagadas todas as marcas e matizes 8
deixadas na arquitetônica representação da paisagem cultural e espacial do
Centro Histórico e do chamado Reviver. Esses dois espaços, um macro [Centro
Histórico] que engloba o micro [Reviver], possui uma força de expressão de
alta relevância para três principais aspectos, sendo eles:
Geográficos e espaciais;
Históricos e Culturais;
Fenomenológicos e Ontológicos.

6
Em outra sessão será apresentada a escolha do título e do seu acompanhante secundário
7
A questão é que São Luís ao longo de muitos anos foi esquecida pelo poder pública e apenas
agora a partir das condições dadas ou estabelecidas pelo Governo Municipal e estadual,
deliberaram pela revitalização desse espaço, trato especificamente do Centro Histórico de São
Luís.
8
Como trata Augustin Berque em seu texto Paisagem-marca, Paisagem-matriz: Elementos da
Problemática para uma Geografia Cultural.
Cada um possuí uma extensão plástica na abordagem e na
apresentação, o que singulariza, cria atmosferas 9, insuflam bolhas10, convidam
a animação11, as suas performáticas próprias mesmo ainda ressoando 12 um
réquiem13, são capazes de através dos seus sujeitos co-patriativos 14 no uso das
suas antropotécnicas15 evidenciam e vitalizam por si o própria espaço e lugar
por onde deixam parte de si e levam parte de outros. Não apenas em uma
dialetização entre o que se pode ver na paisagem, mas na transfiguração de
autopoieses espaciais que (trans)perpassa o tempo, mesmo sofrendo poucas
alterações na sua constituição original. Uma constituição na paisagem e da
paisagem, a partir dos sujeitos que territorializam por momentos seu lugar,
dentro de um espaço em convívio direto com outros lugares e outros sujeitos.
Constantemente, lemos artigos, ensaios, amalgamados de teorizações,
diálogos amplos que parecem degladiações de quem vai ganhar o debate. Nas
apresentações que seguem à risca o rigor científico e técnico, ganham espaços
o texto em diálogo amplo em um campo próprio de batalha- em que o escritor,
pesquisador serve como o juiz- mais formatos visuais, como: números em
tabelas e gráficos, readaptações esquemáticas, desenvolvimentos dos
direcionamentos conceituais e por fim, imagens.
Partindo dessa construção que tentará em movimento fenomenológico
do contato com os fenômenos da paisagem cultural em São Luís e com as
imagens fotografadas, servirá como um fio condutor, não como método, mas
uma condução do fato-fenômeno-fenomenalidades presenciadas e sentidas,
em um âmbito que se converta em uma leveza da escrita. Em fuga da pontual
exigência expositiva insensível16, mas com algumas tantas notas de rodapé
para a complementação deste artigo, seguido do ‘sintoma do encontro’ que é

9
Representar Sloterdijk
10
Idem
11
Sloterdijk
12
Ressonância do Sloterdijk
13
A ideia do Réquiem tanto para o subtítulo como em algumas passagens é para garantia do
entendimento do sentido do texto, logo, sendo o réquiem um repouso, descanso, a cidade de
São Luís e o Reviver mantém características em um repouso do pretérito-presente, um ontem-
hoje.
14
Aqueles que acreditam ser a sua Pátria esse lugar que vivem, dando a partir da sua
animação, das suas atividades, vida, força e beleza para romper com o cronos rugoso
15
Sloterdijk
16
Há casos que a leitura se torna tão exaustiva, devido o diálogo extenso entre diversos escritores que o
leitor não se sente atraído a ler a totalidade do texto.
permitido nessa pequena expressão geográfica-fenomenológica da paisagem
cultural e urbana.
O que nos reserva então a partir desse ponto? Como irão se configurar
expressivamente a construção do texto, que tem como partida o olhar e a
sensação espacial? Quais serão os fenômenos a se evidenciarem no contato e
no sintoma do encontro do e no lugar? Mesmo os recortes e entrecortes da
totalidade serão capazes de dar segurança a transmissão do fenômeno?
Como a geografia e a fenomenologia intercaladas sustentam o olhar daquilo
que está lá, ali ou aqui? As perguntas dentro das possibilidades serão
respondidas, acrescento que as respostas partem de um olhar próprio e
singular e que dependendo de outra interferência as observações e sensações
podem se ocorrer por outras vias e interpretações.
Devo explicar que o primeiro momento partiu de uma situação real-
fantasiosa, com base principalmente na construção histórica e desembocando
para prerrogativas pessoais do imaginário fenomenológico e da possibilidade
em naquele momento os invasores franceses utilizarem da usucapião frasal,
alardeando com a similar frase da época da ocupação colonial portuguesa em
nossas terras. Da “terra a vista” para “essa terra é nossa”. Do real ao
imaginário fantástico. Iniciamos então.

DIREÇÃO DO TEMA E O ACOMPANHANTE SECUNDÁRIO

O tema escolhido para essa construção, parte de uma intrínseca


vontade de apresentar a ilha de São Luís para os apaixonados por lugares, aos
amantes da arquitetura colonial, aos receptivos sujeitos que encontram na
paisagem cultural e a percebem enquanto fonte de riquezas hermenêuticas.
Não basta apenas olhar para um lugar, não basta apenas falar desse lugar,
não basta apenas sentir. Importa, que se olho, se falo e se sinto esse lugar,
essa paisagem que me circunda, posso tentar ser os olhos de um outro, a fala
de um outro e o sentir do outro, levando a partir de uma imersão
fenomenológica nesse lugar e nessa paisagem.
Revisitando algumas passagens da literatura especializada e
antecedente, podemos ver que “a paisagem só surge quando a vida pulsando
na intuição e no sentimento” (SIMMELL, 2009, p. 8), mas “as paisagens são
hoje tratadas no âmbito de uma reflexão mais geral sobre as cidades” (BESSE,
2014, p. 8), e que ainda “a paisagem fala-se dos homens 17, dos seus olhares e
vida pulsando Seres humanos-olhares e valores
homens-olhares
dos seus valores” (BESSE, 2014, p. 13). Considerando essasetrês
valores
pequenas
citações sobre a paisagem, podemos extrair as seguintes fontes-chaves: vida
Paisagem
pulsando, reflexão geral, seres humanos-olhares e valores. A partir dessas
cultural
fontes-chaves, é oportuno reposiciona-la em ascendência, vejamos o novo
formato: “A paisagem se apresenta na vida pulsante dos seres humanos, dos
seus olhares e valores capacitadores de uma reflexão geral sobre suas
reflexão marcas
geral
e matrizes
Imagem
Figura
criadas”.
01.01. Fontes-chaves
Fontes-chaves na na construção
construção do do entendimento
entendimento sobre
sobre a paisagem
a paisagem cultural
cultural
Fonte:Produzido
Fonte: Produzidopelo
peloautor
autor

Desta forma na aglutinação temos desde a apresentação da paisagem


como a própria vida que pulsa diante e em nós, sobretudo porque o sujeito
envolvido possuidor de diferentes olhares e com valores capazes de constituir
a própria cultura visível em épocas e espaços diferentes. Isso que a paisagem
cultural deflagra sobre uma reinterpretação que distancia-se apenas do natural
para depreender sobre o elemento tocado e produzido pelo sujeito humano.
Nesse caminho a proposta é explicitar tanto e quanto for possível, a
eternidade em repouso da arquitetura, tentando ver e sentir os fenômenos que
se instituíram a ela, capazes de alguma forma de se evidenciarem por si só.
Alguns séculos de histórias estão presos a esse réquiem da paisagem e desse
lugar. Entretanto, se novos olhares e novos valores conseguem se inserir na
sociedade, tal, reverberação arrebenta também para o lado não apenas das
relações socializadoras, mas acima de tudo na capacitação demonstrável da

17
Será atribuído ao texto em substituição ao termo homem, a palavra-seres humanos.
paisagem atual. Mesmo sendo réquiem, tem-se uma modulação, um modular
ressoante que atravessa tempos.
A fenomenologia é aliada direta nesse afazer, pois, além de ajudar na
reconstituição, o conjunto de descrições que são advindas dela, constituem a
via inversa do que já se tem realizado constantemente sobre os estudos da
paisagem. Aqui não teremos explicações, tampouco classificações, mas
tentativas de compreensões dos fenômenos descritos. Seguimos.

A ILHA DE UPAON-AÇU: São Luís

Diversos topônimos são atribuídos a São Luís- MA, posso aqui apontar
alguns: Ilha de Upaon-Açu, Athenas Brasileira, Ilha do Amor, Jamaica
Brasileira, Terra do Boi-bumba, Capital da França Equinocial, Ilha bela, cidade
dos azulejos e dos sobradões18. Alguns destes são ainda bem utilizados, outros
um pouco esquecidos, talvez, mais utilizados pelos nostálgicos literatos e
historiadores. A Ilha de Upaon-Açu, que é um dos nomes que mais aprecio
para respaldar a lembrança dos verdadeiros donos desta terra, é de matriz
indígena: os tupinambás.
São Luís, possui cerca de 831,7 km³ e compreende uma região ampla
que agrega principalmente outros três municípios: Paço do Lumiar, São josé de
Ribamar e Raposa. Esses municípios faziam parte administrativamente da
grande ilha, contudo, desde as ... para seguir sua autonomia política e
administrativa. Entretanto, ao se tratar da condição física os municípios
desmembrados administrativamente, é inconcebível a separação nessa
condição mencionada.

SÃO LUÍS: como é viver por aqui?

Desejo iniciar essa seção com o trecho da música ‘Ilha Magnética’, do


cantor e compositor maranhense César Nascimento, que reflete o apelido de
‘Ilha do Amor’ que São Luís conquistou ao longo dos seus 409 anos 19.

18
Disponível em: https://oimparcial.com.br/noticias/2015/09/conheca-os-varios-nomes-dados-a-
cidade-de-sao-luis/. Acessado em: 29 de set de 2021.
19
Disponível em: https://oimparcial.com.br/noticias/2015/09/conheca-os-varios-nomes-dados-a-
cidade-de-sao-luis/. Acessado em: 29 de set de 2021.
Á que horizonte belo
De se refletir
Outro dia me disseram
Que o amor nasceu aqui
Saiu de trás do sol com o jeito de guri
Tanto novo como leve o amor nasceu aqui
Ponta da areia, Olho d’água e Araçagi
Mesmo estando na Raposa
Eu sempre vou ouvir
A natureza me falando que o amor nasceu aqui
Ah que ilha inexata quando toca o coração,
Eu te toco, tu me tocas
Cá nas cordas do violão
E se um dia eu for embora
Para bem longe deste chão
Eu jamais te esquecerei
São Luís do Maranhão
Eu jamais te esquecerei
São Luís do Maranhão
Eu jamais te esquecerei
São Luís do Maranhão

Viver em São Luís é ter marcado na pele uma geografia histórica


latente e singular. As ocupações em território brasileiro são diversificadas, em
São Luís as marcas vão além dessa constituição. Suas marcas e matrizes
como Berque (2004) apresenta sobre as paisagens estão presentes e que de
maneira fenomenológica é compreendida. Por detrás de todas as cores azuis e
brancas e alguns símbolos dos azulejos que são as vestes corrompidas pelo
tempo dos casarões há de maneira implícita correspondências com os níveis
sociais em que os sujeitos abonados dos séculos passados podiam
demonstrar, suas condições financeiras e seus níveis estruturais e culturais. As
roupas-azulejos- que ainda vestem as fachadas dos casarões tombados,
diferenciavam os poderosos dos que eram sujeitados. São Luís do Maranhão
tem essas marcas capazes de serem admiradas e ao mesmo tempo
questionadas, de como tais peças de azulejo eram possuidoras de tanta beleza
e repetição dos seus desenhos- indicadores de riqueza-. Viver em São Luís é
viver com essas marcas que mantem matrizes silenciosas, reveladas apenas
pelos historiadores e entes da Pandemia pelos guias dos casarões que
atualmente possuem muitas funções, são espaços educacionais, promotorias,
bibliotecas, sebos, cafés, restaurantes, bares, ateliers e até pequenos
shoppings de artesanato.
Viver em São Luís e em especial, em visitações ao Centro Histórico-
Reviver, é saber que há uma parte de si nessa cidade. Assim como e quando o
poeta Gonçalves Dias expressou na canção do exílio a suas nostalgias,
lembrando do seu estado, das paisagens e do seu lugar quando este
encontrava-se distante. Os ludovicenses20 sentem nostalgias da região já
mencionada. Por isso, como em forma de uma condição de ir em busca do que
falta em si, sempre o ludovicense frequenta dois lugares de maneira sagrada:
as praias e o Centro Histórico.
No primeiro é para sentir o perfume do mar, sua voz e deliciar-se com a
luz do sol. Já no segundo, assim como existem espaços de prazeres
nirvânicos, por assim dizer, o Centro Histórico, suas ladeiras, ruas entradas e
saídas, suas pedras, que são pontos que as pessoas se encontram, tem o
mesmo poder de transcendência, devido a sua calmaria. Adiante, será descrito
a sensação de estar nesse espaço em um dia de calmaria e tranquilidade.

A PAISAGEM DIANTE DA LUZ: desocultamento da verdade ou ocultamento?

Como então conduzir a uma observação própria a minha condição de


estar e sentir o lugar e ambientar-me na paisagem? Sei que a paisagem não é
apenas um elemento dado, visto, comtemplado. Tudo vai além dessas
observações. Observações que não são apenas observações, desinteressadas
ou quando interessadas, estão deslocadas para um campo de funcionalidade,
de objetividades e de sentidos. Mas, é se não tiver sentido? Se o que a
paisagem em relação como o outro, ressoa 21 apenas naquele as suas
naturalidades intrínsecas e extrínsecas? Se essa paisagem mantém diálogos
diferentes com diferentes sujeitos? Será que não haverá legalidade no que é
apresentado? Tenho me acostumado e questionar sobre a única cadência
20
Adjetivo pátrio, aquele ou aquela que nasce na ilha de São Luís.
21
Sobre a ressonância, este termo é bem usual e ao longo de mais de 10 anos o filósofo Peter
Sloterdijk tem utilizado nas suas discussões fenomenológicas e ontológicas do íntimo e das
relações diádicas. A todo momento estamos em relações pareadas, necessárias por sinal, em
busca de uma imunologia-proteção-, seja com o outro nessas relações, seja com as coisas, o
que Heidegger chama de intramundanos.
delimitadora, o manual de estabelecer explicações e por último o escárnio por
conta daqueles atrofiados metodologicamente.
Um geógrafo ao permitir aberturas epistemológicas, também consegue
ampliar o nível de ressonância para o além-físico, já que o contexto perpassa
pela linha ontológica, tal constituição só é capaz mediada pela fenomenologia,
que é ara muitos confundido com psicologismo barato. Mesmo, não
entendendo que a segurança dada pela fenomenologia é o encontro com o
anterior, na forma mais real e inocente como este pode se revelar para o seu
inquiridor. Aqueles que beberam da fonte fenomenológica e que posteriormente
deixaram de fazer fenomenologia, certamente não introjetaram como postura,
mas devem ter levado para a rigorosidade cientificista hermética-objetiva em
aberturas. Isso é incabível.
Essas digressões gerais são para assegurar a tentativa de mostrar a
São Luís e suas paisagens, tanto em um momento de máxima transparência-
no sentido físico solar, essa transparência, faço referência ao dia, ao claro-, e
ao momento em que a provisão artificial é tomada como aliada da paisagem
para que seja mostrada ou ocultada a sua verdade.
Durante o dia, em especial no dia de domingo, esse setor [Centro
Histórico], é muito visitado, em uma determinada área, para situar melhor o
leitor, devido as escadarias que fazem parte da paisagem, há uma parte mais
baixa e outra mais alta no Centro Histórico, a parte de baixa é o Reviver, um
lugar de extrema calmaria durante o período da manhã. De uma maneira que
se possa entender, o Reviver faz realmente com as pessoas que por ali
passam, revivam memórias, situações, mas também avivam imaginações. Há
um mundo paralelo praticamente nesse encontro entre o silêncio do reviver,
uma fala mais leve logo acima na chamada praça dos poetas, local do palácio
do governo e na parte final deste conjunto que a fala da paisagem e da cidade
ocorre de forma mais acentuada, pois, já se mistura com os milhares de
veículos e transeuntes que passam em suas cadências rítmicas próprias da
vida em modo acelerado.
Voltando então para a parte de baixo, do Centro Histórico, o reviver é
espaço onde, muitos casarões estão tombados, abandonados, sendo
recuperados, mas também ocupados por pessoas que residem de maneira
precária e que vivem mais nas ruas do que nesses casarões.
Abaixo apresento os casarões em situações distintas.

Imagem 01. Casarões do Centro Histórico sendo Imagem 02. Escadaria e


recuperados. casarões
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. Fonte: Arquivo pessoal,
2021.

Na observação sobre a imagem, pode-se ter um olhar em retidão e das


lateralidades, isso para efeitos de comparação. Primeiro a frente observamos a
estrutura dependente de um exoesqueleto – os andaimes de metal-, tal
estrutura física da paisagem cultural, em sua decrépita passagem pelo tempo,
também se consome e é consumida. Tal, exoesqueleto metálico, vai da base
até o alto da estrutura, com a intenção de segurá-la para que não tombe em
definitivo. Estando lá, percebe-se que a sua pele provisória, sua beleza
exterior22, já não se faz presente como o antes, manchada e machucada pela
imponência do chronos, segue ainda em uma tentativa de não ruir por
completo. Nas laterais alguns prédios amigos, começam a passar por
reconstruções, as medidas paliativas na pele da arquitetura, da paisagem. Vejo
essa paisagem como um ser, não apenas com um ente próprio, uma estrutura
física sem reverberar em mim, consigo em minha imaginação constituir-lhe os
aspectos rizomáticos que são definidos por Guatarri e Deleuze (2000).
Ao passear e parar cada vez para extrair uma imagem dessa
composição real, com o silêncio no local a imagem se desnudava para se
mostrar. O toque não era no tato, mas o toque visual, perpassando pelo olfato
e pelas sensações outras em pele. Um misto de temperaturas atmosféricas, um

22
Refiro-me aos azulejos, as portas e janelas, ao telhado.
misto de atmosferas de sentidos. Uma pele-estrutura arquitetônica- sendo
tratada, para tentar sobreviver por mais tempo.
Outra imagem na parte superior do Centro Histórico é a residência do
Governador, o local é chamado de Palácio dos Leões, sede do Governo do
estado do Maranhão.

Imagem 03. Palácio dos leões.


Fonte: Arquivo pessoal, 2021.

Este local é um dos pontos do Centro Histórico mais movimentado pela


manhã. Muitos turistas, preenchem um grande largo, andando para um lado e
para outro, buscando ângulos para extraírem um pouco da verdade aparente
da paisagem. A arquitetura faz parte da construção pelos franceses que
tentavam controlar e combater qualquer inciativa de tomada por outras
potências coloniais, o que hoje é residência do Governador e local de trabalho
de outros setores, era um forte muito bem equipado com canhões direcionados
para o mar.
Como nesse local a altitude é mais elevada que a parte de baixo do
Centro Histórico, sentimos fortemente o soprar do mar em todo nosso corpo,
protegidos por muretas. Os turistas e munícipes que sempre estão nesse local,
direcionam sempre o olhar para o que encontra-se na face esquerda desse
elemento da paisagem. O mar do Golfão Maranhense dá as saudações para
quem deseja um encontro entre o físico e o construído.
Imagem 04. Vista da parte alta do Palácio dos leões.
Fonte: Arquivo pessoal, 2021.

Durante essa visitação, no dia de domingo por volta das 10:00 a.m. O
mar, ou como chamamos por aqui a maré, estava baixa. E um deserto de lama
se formou. A cor acinzentada é devido a estrutura química dessa área. Essa
parte que já compreende um estuário e uma área de manguezais possui essa
tonalidade. Por volta das 15:00 p.m, o líquido que não se apresenta nesse
horário começa a retornar e tonificar mais ainda a cor acinzentada. Entretanto,
agora não mais como deserto de lama, mas um mar traiçoeiro em diversos
pontos. Entretanto, a observação mais detida para esse ponto, pode-se
representar da forma que Eric Dardel apresentou: “o registro afetivo da alegria
propõe seu vocabulário para qualificar o mundo aquático. O riso das águas [...].
Apelo à alegria, vivacidade material do espaço, juventude transparente do
mundo”. (DARDEL, 2015, p. 20)
Acredito que é justamente esse caminho, o de sentir determinadas
sensações no corpo, mesmo que possam se diferenciar de um sujeito para o
outro, formatando experiências e memórias, ora arrebatadoras, ora de apenas
um momento singular. Neste sentido, a claridade apresentada pelo céu, como
o sopro do mar, a formação dos vapores, se fundem ao mesmo tempo, o céu e
o mar em num só elemento (BESSE, 2014). A sujeição da experiência visual e
cenestésica e riquíssima para todos os que não conhecem essa paisagem.
Retornando a parte baixa do Centro Histórico, teremos um complexo
de bares, restaurantes, casas de artesanato, prédios públicos-museus,
promotoria, escolas, centro de convenções, anexos de universidade, bancos, e
outros-, enriquecendo o contato visual, devido a diversificação de elementos.
Mesmo que de lado surjam “novos objetos paisagísticos e, por outro, a
definição de novos valores e normas paisagísticas”. (BESSE, 2014, p. 22)
Imagens 05, 06, 07. Reviver, museus e caminho para o mar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2021.

Uma das partes do Centro Histórico de São Luís que tocam quem
passa por aqui. Ao pisar, nós transeuntes pisamos em pedras de cantaria 23,
trazidas da Europa por volta do século XVII e que se diferem do costumeiro
lúgubre piso que passamos quase que diariamente em diversas regiões.
Diferente das disputas por espaços em outras regiões, das celeridades dos
passos humanos e do tempo em sua absoluta forma. Por aqui, o tempo se
relativiza, não há disputas com outros, com ninguém, há cordialidade, pessoas
que passam e dão um ‘oi’, um ‘bom dia’, ou um vendedor de sorvete artesanal
que passa silenciosamente, carregando nos ombros frutas geladas em forma
de sorvete artesanal em suas casquinhas fabricadas artesanalmente, assim
como o sorvete.
Por aqui, quase não se escuta pela manhã, barulhos ensurdecedores,
ou pessoas em discussões e debates pessoais. Algumas pedras, servem como
cadeira para os mais cansados, para aqueles que desejam acompanhar o ritmo
do tempo nesse lugar. Estas por sua vez possuem a proteção das madeixas
esverdeadas das árvores, e de muito longe o vento vem em sua correria
alegre, perpassando por todo o Reviver, encostando no sujeito que agora já é
paisagem também, e que agora as batidas do coração seguem o ritmo, não do
vento que passa rapidamente, e rapidamente, mas o ritmo do silêncio, da
calmaria das pedras, de onde tomamos assento.

23
Enxerto da matéria: Calçadas são destruídas no Centro histórico de São Luís. Disponível
em: Jornal o Imparcial: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/calcadas-historicas-sao-
destruidas-no-centro-historico-de-sao-luis.ghtml. Acessado em: 30 set de 2021
Assentos naturais

Pedras de cantaria
Imagens 08. Assentos naturais e pedras de cantaria que
modelam o Reviver.
Fonte: Arquivo pessoal, 2021.

Como falado acima, essas pedras quadriculares, fazem parte do


Reviver. Durante o dia vemos poucas pessoas sentadas sobre elas, mas é
durante a noite que o Reviver sofre ume radical mudança. Parece que durante
o dia todo, esta paisagem, com seus casarões, suas ruas de pedras de
cantaria e suas escadarias, simplesmente adormece, deixando o sujeito
passeante, olhar com mais calma. Entretanto, sente-se mais a paisagem. O
que ela transmite de calmaria adentra por entre os poros de qualquer sujeito
que ali se encontre.
As escadarias durante a manhã, dificilmente são caminhos para os
transeuntes, servem mais como cenários para documentar que “eu”, “nós”
estivemos aqui ou para registros como sets de modelagem. A paisagem com a
presença dos casarões que olham de cima para baixo os/as modelos, os “eus”
e os “nós”, não se incomodam. Na sua sonolência, ficam apáticos diante do
que se passa pela manhã.
Por isso, a ideia de ocultamento da verdade. Tal calmaria na paisagem
demonstra que as verdades desta ainda estão ocultas, pois, o vento sentido na
pele em sua correria, os casarões decrépitos e despidos da sua beleza jovial,
as escadarias de modelagem artística, são percebidos naturalmente, sem
interferências, quando o sujeito se permite a essas condições. Entretanto,
como seria a paisagem a noite? Ao entardecer, haveria um desocultamento
partindo da provisão da luz artificial? A paisagem nesse sentido se incomoda
com a fluidez maior de sujeitos? Essa fenomenologia do entardecer é
reveladora ou segue o ocultamento da paisagem?
A PAISAGEM DIANTE DA PROVISIONALIDADE DA LUZ: ao entardecer
desoculta-se ou oculta-se a verdade?

E a paisagem ao entardecer, dizem por aí: “na noite todos os gatos são
pardos”. E a cidade? A paisagem? Se empardam? Se opacificam? Ganham
cores? Perdem cores? No Centro histórico durante o dia, as cores e situações
já foram apresentadas, em meio a imagens e aos textos, ou é justamente
nesse momento em que as particularidades ficam mais complexas de serem
vistas?
Na observação de turistas para o blog do estado 24, suas percepções sobre a
noite no Reviver são de uma forma, não favorável.

Imagens 09. Reviver noturno.


Fonte: https://www.blogsoestado.com/danielmatos/2015

É óbvio que as diferentes percepções, fazem com que se construam


experiências singulares. Em um contexto geral a região do Centro Histórico no
período noturno, exterioriza em si mesma fenômenos bem particulares. Se a
atmosfera durante o dia-manhã ou tarde-, apresenta sensações de calmaria e
tranquilidade, ao entardecer, vozes, sons, barulhos de todas as espécies,
começam a fazer parte da paisagem, assim como o olhar para a arquitetura
que vai se escondendo entre a escuridão e as luzes artificiais que nos postes,
imitam os faroletes citadinos das cidades. Agora, não são mais apenas as
cores que importam, a policromia, não apenas o vento em sua correria, cheiros
e sons, são os fenômenos mais presentes e vividos.
Se durante o dia, essa paisagem é assegurada em mostrar para o
passeante, suas meias-verdades, ou seus desarranjos estruturais, percebidos

24
https://www.blogsoestado.com/danielmatos/2015/05/20/para-internauta-lazer-em-sao-luis-se-
resume-a-sexo-porque-e-grande-a-oferta-de-mulher-facil/
nos desmanches prediais, da nudez dos casarões. Na noite, vê-se mais com
outros órgãos dos sentidos. Agora qualquer lugar, canto, é ponto para
despacho de coliformes fecais- por animais e as vezes por moradores de rua-,
urinas também fazem parte desse conjunto de coisas. O cuidado por onde se
anda é bem mais meticuloso.
Desta forma e seguindo uma trilha própria nesta apresentação,
Cauquelin completa:
Porque é verdade que aquilo que chamamos de paisagem se
desenvolve em torno de um ponto, em ondas ou em vagas
sucessivas, para voltar a se concentrar sobre esse único objeto,
reflexo no qual vêm se dar, ao mesmo tempo, a luz, o odor ou a
melancolia. (CAUQUELIN, 2007, p. 22)

A mistura dos aspectos vão se desenvolver para que a paisagem se


dimensione, apareça, o desocultamento das suas imperiosas verdades, só são
vistas e sentidas, quando tudo ocorre ao mesmo tempo.
Vale observar que os ocultamentos dos fenômenos parecem que vão
no caminho inverso da frase inicial. Andando pelas ruas do Reviver, percebe-se
então, muitas pessoas nos bares em suas confrarias amigáveis, encontros
casuais, as paradas do final do expediente do trabalho. Por entre as
escadarias, agora, à noite, pessoas tomam assento ao lado dos seus
acompanhantes-pessoas, bebidas, mochilas, bolsas- dando espaço mínimo
para os que não param de forma alguma, subindo e descendo. As ruas repletas
de artesãos, tentando vender suas peças para os turistas e transeuntes.

Imagens 10. Reviver noturno- Escadarias ocupadas.


Fonte: https://oimparcial.com.br/cidades/2020/09/
O som agora não é mais do vento, vem das caixas de som dos bares, a
variedade musical é o atrativo. As padras de cantaria agora não são mais
arranhadas pelo pisar do sujeito, mas também pelas mesas e cadeiras
arrumadas de modo a atrair aqueles que desejam locais que tenham bastantes
garrafas sobre as mesas.
Moradores de rua, são uma realidade por aqui também, vagueiam de
um lado para o outro pedindo doações, trocados para aqueles que dizendo que
não tem para dar, estão com as suas mesas abarrotadas de todas as marcas
de bebidas etílicas e não etílicas e comidas. Mas, mesmo assim não possuem
doações.
Algumas ruas, são bem sinistras, os que são levados para esses locais
já se acostumaram com esses espaços. As mesmas ruas que durante o dia
não possuem nenhum movimento, a noite são movimentadas e fumaças são
perceptíveis, assim como o elevado aroma diferente, a atmosfera nessa parte
da paisagem é mais tensa. Se for considerado um atalho para se chegar a uma
outra área chamada de Beira-Mar, o sujeito consciente, não segue o atalho,
esse, procura a maior distancia possível para não atravessar pelo
desconhecido. Alguns usuários de entorpecentes nesse desconhecido viram
estátuas, outros trocam sexo por dinheiro, os noticiários as vezes falam de
algumas ocorrências mais sérias. Tais situações estão presentes em qualquer
grande cidade. Retratar essas condições, são mais de conhecimento dos
frequentadores do lado noturno.

PARA NUNCA CONCLUIR

O momento que alguns velhos discursos chamariam de conclusão do


trabalho ou considerações finais. Contudo, neste trabalho prefiro tratar de um
inconclusivo caminho. Caminhar é um dos verbos que aprecio, pois, ao se
caminhar se observa melhor, se tem animações diferentes, contatos com
imaginações virtuosas variadas. Grandes filósofos adoram caminhar, fosse por
estradas de florestas, assim como Heidegger ou em cidades como Nietzsche.
Caminhando e depois navegando que o mundo foi se tornando conhecido.
Façamos uma alusão bioocular quando alguém lê algum livro. Os olhos
caminham por entre as estruturas frasais, de um lado para o outro, param,
voltam, continuam. Agora a alusão é com os dedos, que em conjunto com o
olhar, caminhas pelas folhas do livro, passando uma após outra, parando e
retornando às vezes para alguns pontos.
Essa é uma das posturas que acredito para quem deseja conhecer
melhor a cidade, um lugar ou a paisagem. Meu contexto é direcionar o
caminhar para a paisagem. Em um caminhar longo, partindo até mesmo de
séculos passados em uma geohistória bem demarcada, por lutas territoriais-
França e Portugal-, e se aproximando já quase sem fôlego de tanto caminhar,
eu enquanto passeante, tanto pela paisagem, como pelos diálogos já
apresentados, apresentei um pouco e uma parte da Ilha de São Luis-Ma, a
paisagem cultural marcada pelos toques franceses e de portugueses do Centro
Histórico e do Reviver.
Uma intensa caminhada, mas com as gratificações posteriores com a
apresentação deste trabalho. O que me leva a defender a ideia de uma não
conclusão. Olhar, sentir a paisagem naquele dia específico, naquele horário
especifico, os fenômenos que se aproximaram para a descrição de si,
marcaram aquele momento, o sistema de inconclusão ocorre porque, em
outras oportunidades, outros novos fenômenos poderão se apresentar e se
juntar a experiência anterior em verdadeiras composições novas. Tudo a partir
de um rico sistema de adumbrações, que levam a uma estruturação
fenomenológica da paisagem.
A escolha pelo tema da pesquisa e pela linha caminhante, per se,
mostra que embora viver aqui em São Luís, caminhando, deseja envolver os
leitores, outros caminhantes para esse passeio inconcluso e com direito a
sentar por alguns instantes nas pedras de cantaria do Reviver, degustando
demoradamente de um sorvete artesanal de bacuri, coco ou de cupuaçu, ou
caso não se satisfaça beber da água que sai do coco verde em canudos.
Sentindo o vento em sua correria e a calmaria do tempo. Olhando não
apenas para frente, mas agora para trás também, com a imaginação.
Imaginando como era a paisagem cultural do Centro Histórico e do Reviver, em
dois, três séculos atrás. Imaginação fértil, que mesmo tendo poucos registros
históricos, nos permitem, seja na caminhada, no sentir a paisagem, ser-
paisagem, ser-parte da paisagem.
REFERÊNCIAS

BERQUE, Augustin. Paisagem-Marca, Paisagem-Matriz: elementos da


Problemática para uma Geografia Cultural. In: CORRÊA, Roberto Lobato;
ROSENDHAL, Zeny (org). Paisagem, tempo e cultura. 2 ed. Rio de Janeiro:
UERJ, 2004. p.84-91.

BESSE, Jean-Marc. Ver a Terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia.


São Paulo: Perspectiva, 2014.

BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios da paisagem. Rio de


Janeiro: Eduerj, 2014.

_______. Ver a Terra: Seis Ensaios Sobre a Paisagem e a Geografia. São


Paulo: Perspectiva, 2006.

DARDEL, Eric. O homem e a Terra: natureza da realidade geográfica. São


Paulo: Perspectiva, 2015.

GADELHA, Regina Maria A. Fonseca. Conquista e ocupação da Amazônia: a


fronteira Norte do Brasil. Estudos Avançados. In: Scielo. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ea/a/tJZSwwSYKNrtVLJ9Wp4JQvH/?lang=pt. Acessado
em: 29 de set de 2021

MORETTI, Luiza. "Grão-Pará e Maranhão". In: BiblioAtlas - Biblioteca de


Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível
em: http://lhs.unb.br/atlas/Gr%C3%A3o-Par%C3%A1_e_Maranh%C3%A3o.
Data de acesso: 29 de set de 2021.

Disponível em: https://oimparcial.com.br/noticias/2015/09/conheca-os-varios-


nomes-dados-a-cidade-de-sao-luis/. Acessado em: 29 de set de 2021.
O Imparcial. Confira a história de becos e ruas de São Luís com nomes
diferentes. Disponível em: https://oimparcial.com.br/cidades/2020/09/confira-a-
historia-de-becos-e-ruas-de-sao-luis-com-nomes-diferentes/6/#the-post.
Acessando em: 20. out. 2021

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