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Resumo
Palavras chaves
INTRODUÇÃO
“Cette terre est à nous”3. Com essas palavras, acredito que vociferadas
de maneira alardeante, os “passagers” << se assim posso classificar>> das
embarcações francesas em 1612, deixaram o Golfão Maranhense em
expectativa de quem eram esses “étrangers”, de uma língua não comum por
aqui, a brandarem ferozmente? As águas turvas que rodopiam na região do
1
Ensaio apresentada na disciplina: Paisagem Cultural ministrada pelo docente Prof. Drº Igor
Robaina. Tal perspectiva escrita é uma tentativa de levar ao leitor um pouco de conhecimento a
partir de uma historização e principalmente voltada a uma geografização particular da Ilha de
São Luís e em especial a parte do Centro Histórico.
2
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do
Espírito Santo-UFES. Bolsista Capes e estagiário na disciplina supracitada.
3
Tradução livre: “Essa terra é nossa”.
que hoje é chamando de beira-mar, percebiam que as naus alojadas acima de
si, se entremeavam a fim de alcançar o mais rápido “la terre”4.
Uma busca nos anais deste século, pode-se precisar quantos dias
esses “étrangers” passaram nas suas casas provisórias flutuantes em busca da
sua missão principal: a ocupação “de la terre”. Seria muito querer bisbilhotar
um pouco do que se passava nas mentes dos “étrangers”? Para um curioso do
como a ilha de São Luís e por que ela foi ocupada, isso não soa um bisbilhotar
para desenvolver uma narrativa fantástica ou mesmo uma construção silológica
inverossímil, ou até mesmo ‘uma estória’ apenas, sobretudo, porque os dados
e manifestações históricas se particularizam em suas condições, não
saberíamos nós dos dados, da historização e da ocorrência geográfica da
ocupação pelos franceses em terras brasileiras, no chamado Grão-Pará 5, se
não fosse todo um levantamento geohistoriográfico.
Essa região [Grão-Pará] inserida nas grandes regiões, parte da região
norte e parte da região nordeste, devendo aqui ser observado que sua
ocupação tem inicio nesse processo da ocupação dos franceses em terras
brasileiras, mais precisamente como já citado em 1612, acrescentado nesse
período da ocupação parte de sua configuração na paisagem local com a
construção de um forte (GADELHA, 2005). Poderia aqui retratar sobre a
expansão territorial do país, das grandes disputas e das mudanças nos
espaços bem como a construção topológicas de insigne relevância para
principalmente o contexto geográfico, mas me detenho a estabelecer as
marcas principais para este ensaio sobre a ilha de Upaon-açu, São luís no
estado do maranhão, sendo essas marcas que marcam toda a existência de
um réquiem como estabeleço no subtítulo deste trabalho 6.
O levantamento introdutório é para criar uma situação, onde o leitor
consiga gerar um entendimento pelo qual a condição que levou a Ilha de São
Luís a título de Patrimônio de Humanidade, mas que ao mesmo tempo e por
muito tempo teve sua forma des-apresentável 7, mas que amparada por leis e
4
Tradução livre: “A terra”.
5
Essa foi a nomenclatura dada historicamente e de forma a organizar a colônia portuguesa.
6
Em outra sessão será apresentada a escolha do título e do seu acompanhante secundário
7
A questão é que São Luís ao longo de muitos anos foi esquecida pelo poder pública e apenas
agora a partir das condições dadas ou estabelecidas pelo Governo Municipal e estadual,
deliberaram pela revitalização desse espaço, trato especificamente do Centro Histórico de São
Luís.
decretos a região que será evidenciada está passando por uma reconfiguração,
repaginação no seu velho exterior e interior, contudo mantendo a sua
originalidade. Ao pontuar sobre o que está sendo reconfigurado e repaginado,
também quero registrar que não são apagadas todas as marcas e matizes 8
deixadas na arquitetônica representação da paisagem cultural e espacial do
Centro Histórico e do chamado Reviver. Esses dois espaços, um macro [Centro
Histórico] que engloba o micro [Reviver], possui uma força de expressão de
alta relevância para três principais aspectos, sendo eles:
Geográficos e espaciais;
Históricos e Culturais;
Fenomenológicos e Ontológicos.
Cada um possuí uma extensão plástica na abordagem e na
apresentação, o que singulariza, cria atmosferas 9, insuflam bolhas10, convidam
a animação11, as suas performáticas próprias mesmo ainda ressoando 12 um
réquiem13, são capazes de através dos seus sujeitos co-patriativos 14 no uso das
suas antropotécnicas15 evidenciam e vitalizam por si o própria espaço e lugar
por onde deixam parte de si e levam parte de outros. Não apenas em uma
dialetização entre o que se pode ver na paisagem, mas na transfiguração de
autopoieses espaciais que (trans)perpassa o tempo, mesmo sofrendo poucas
alterações na sua constituição original. Uma constituição na paisagem e da
paisagem, a partir dos sujeitos que territorializam por momentos seu lugar,
dentro de um espaço em convívio direto com outros lugares e outros sujeitos.
Constantemente, lemos artigos, ensaios, amalgamados de teorizações,
diálogos amplos que parecem degladiações de quem vai ganhar o debate. Nas
apresentações que seguem à risca o rigor científico e técnico, ganham espaços
o texto em diálogo amplo em um campo próprio de batalha- em que o escritor,
8
Como trata Augustin Berque em seu texto Paisagem-marca, Paisagem-matriz: Elementos da
Problemática para uma Geografia Cultural.
9
Representar Sloterdijk
10
Idem
11
Sloterdijk
12
Ressonância do Sloterdijk
13
A ideia do Réquiem tanto para o subtítulo como em algumas passagens é para garantia do
entendimento do sentido do texto, logo, sendo o réquiem um repouso, descanso, a cidade de
São Luís e o Reviver mantém características em um repouso do pretérito-presente, um ontem-
hoje.
14
Aqueles que acreditam ser a sua Pátria esse lugar que vivem, dando a partir da sua
animação, das suas atividades, vida, força e beleza para romper com o cronos rugoso
15
Sloterdijk
pesquisador serve como o juiz- mais formatos visuais, como: números em
tabelas e gráficos, readaptações esquemáticas, desenvolvimentos dos
direcionamentos conceituais e por fim, imagens.
Partindo dessa construção que tentará em movimento fenomenológico
do contato com os fenômenos da paisagem cultural em São Luís e com as
imagens fotografadas, servirá como um fio condutor, não como método, mas
uma condução do fato-fenômeno-fenomenalidades presenciadas e sentidas,
em um âmbito que se converta em uma leveza da escrita. Em fuga da pontual
exigência expositiva insensível16, mas com algumas tantas notas de rodapé
para a complementação deste artigo, seguido do ‘sintoma do encontro’ que é
permitido nessa pequena expressão geográfica-fenomenológica da paisagem
cultural e urbana.
O que nos reserva então a partir desse ponto? Como irão se configurar
expressivamente a construção do texto, que tem como partida o olhar e a
sensação espacial? Quais serão os fenômenos a se evidenciarem no contato e
no sintoma do encontro do e no lugar? Mesmo os recortes e entrecortes da
totalidade serão capazes de dar segurança a transmissão do fenômeno?
Como a geografia e a fenomenologia intercaladas sustentam o olhar daquilo
que está lá, ali ou aqui? As perguntas dentro das possibilidades serão
respondidas, acrescento que as respostas partem de um olhar próprio e
singular e que dependendo de outra interferência as observações e sensações
podem se ocorrer por outras vias e interpretações.
Devo explicar que o primeiro momento partiu de uma situação real-
fantasiosa, com base principalmente na construção histórica e desembocando
para prerrogativas pessoais do imaginário fenomenológico e da possibilidade
em naquele momento os invasores franceses utilizarem da usucapião frasal,
alardeando com a similar frase da época da ocupação colonial portuguesa em
nossas terras. Da “terra a vista” para “essa terra é nossa”. Do real ao
imaginário fantástico. Iniciamos então.
16
Há casos que a leitura se torna tão exaustiva, devido o diálogo extenso entre diversos escritores que o
leitor não se sente atraído a ler a totalidade do texto.
O tema escolhido para essa construção, parte de uma intrínseca
vontade de apresentar a ilha de São Luís para os apaixonados por lugares, aos
amantes da arquitetura colonial, aos receptivos sujeitos que encontram na
paisagem cultural e a percebem enquanto fonte de riquezas hermenêuticas.
Não basta apenas olhar para um lugar, não basta apenas falar desse lugar,
não basta apenas sentir. Importa, que se olho, se falo e se sinto esse lugar,
essa paisagem que me circunda, posso tentar ser os olhos de um outro, a fala
de um outro e o sentir do outro, levando a partir de uma imersão
fenomenológica nesse lugar e nessa paisagem.
Revisitando algumas passagens da literatura especializada e
antecedente, podemos ver que “a paisagem só surge quando a vida pulsando
na intuição e no sentimento” (SIMMELL, 2009, p. 8), mas “as paisagens são
hoje tratadas no âmbito de uma reflexão mais geral sobre as cidades” (BESSE,
2014, p. 8), e que ainda “a paisagem fala-se dos homens 17, dos seus olhares e
dos seus valores” (BESSE, 2014, p. 13). Considerando essas três pequenas
citações sobre a paisagem, podemos extrair as seguintes fontes-chaves: vida
pulsando, reflexão geral, seres humanos-olhares e valores. A partir dessas
fontes-chaves, é oportuno reposiciona-la em ascendência, vejamos o novo
formato: “A paisagem se apresenta na vida pulsante dos seres humanos, dos
seus olhares e valores capacitadores de uma reflexão geral sobre suas marcas
e matrizes criadas”.
vida pulsando Seres humanos-olhares e valores
homens-olhares e valores
Paisagem
cultural
reflexão geral
Imagem
Figura 01.01. Fontes-chaves
Fontes-chaves na na construção
construção do do entendimento
entendimento sobre
sobre a paisagem
a paisagem cultural
cultural
Fonte:Produzido
Fonte: Produzidopelo
peloautor
autor
Diversos topônimos são atribuídos a São Luís- MA, posso aqui apontar
alguns: Ilha de Upaon-Açu, Athenas Brasileira, Ilha do Amor, Jamaica
Brasileira, Terra do Boi-bumba, Capital da França Equinocial, Ilha bela, cidade
dos azulejos e dos sobradões18. Alguns destes são ainda bem utilizados, outros
um pouco esquecidos, talvez, mais utilizados pelos nostálgicos literatos e
historiadores. A Ilha de Upaon-Açu, que é um dos nomes que mais aprecio
para respaldar a lembrança dos verdadeiros donos desta terra, é de matriz
indígena: os tupinambás.
São Luís, possui cerca de 831,7 km³ e compreende uma região ampla
que agrega principalmente outros três municípios: Paço do Lumiar, São josé de
Ribamar e Raposa. Esses municípios faziam parte administrativamente da
18
Disponível em: https://oimparcial.com.br/noticias/2015/09/conheca-os-varios-nomes-dados-a-
cidade-de-sao-luis/. Acessado em: 29 de set de 2021.
grande ilha, contudo, desde as ... para seguir sua autonomia política e
administrativa. Entretanto, ao se tratar da condição física os municípios
desmembrados administrativamente, é inconcebível a separação nessa
condição mencionada.
Durante essa visitação, no dia de domingo por volta das 10:00 a.m. O
mar, ou como chamamos por aqui a maré, estava baixa. E um deserto de lama
se formou. A cor acinzentada é devido a estrutura química dessa área. Essa
parte que já compreende um estuário e uma área de manguezais possui essa
tonalidade. Por volta das 15:00 p.m, o líquido que não se apresenta nesse
horário começa a retornar e tonificar mais ainda a cor acinzentada. Entretanto,
agora não mais como deserto de lama, mas um mar traiçoeiro em diversos
pontos. Entretanto, a observação mais detida para esse ponto, pode-se
representar da forma que Eric Dardel apresentou: “o registro afetivo da alegria
propõe seu vocabulário para qualificar o mundo aquático. O riso das águas [...].
Apelo à alegria, vivacidade material do espaço, juventude transparente do
mundo”. (DARDEL, 2015, p. 20)
Acredito que é justamente esse caminho, o de sentir determinadas
sensações no corpo, mesmo que possam se diferenciar de um sujeito para o
outro, formatando experiências e memórias, ora arrebatadoras, ora de apenas
um momento singular. Neste sentido, a claridade apresentada pelo céu, como
o sopro do mar, a formação dos vapores, se fundem ao mesmo tempo, o céu e
o mar em num só elemento (BESSE, 2014). A sujeição da experiência visual e
cenestésica e riquíssima para todos os que não conhecem essa paisagem.
Retornando a parte baixa do Centro Histórico, teremos um complexo
de bares, restaurantes, casas de artesanato, prédios públicos-museus,
promotoria, escolas, centro de convenções, anexos de universidade, bancos, e
outros-, enriquecendo o contato visual, devido a diversificação de elementos.
Mesmo que de lado surjam “novos objetos paisagísticos e, por outro, a
definição de novos valores e normas paisagísticas”. (BESSE, 2014, p. 22)
Uma das partes do Centro Histórico de São Luís que tocam quem
passa por aqui. Ao pisar, nós transeuntes pisamos em pedras de cantaria 23,
trazidas da Europa por volta do século XVII e que se diferem do costumeiro
lúgubre piso que passamos quase que diariamente em diversas regiões.
Diferente das disputas por espaços em outras regiões, das celeridades dos
passos humanos e do tempo em sua absoluta forma. Por aqui, o tempo se
relativiza, não há disputas com outros, com ninguém, há cordialidade, pessoas
que passam e dão um ‘oi’, um ‘bom dia’, ou um vendedor de sorvete artesanal
que passa silenciosamente, carregando nos ombros frutas geladas em forma
de sorvete artesanal em suas casquinhas fabricadas artesanalmente, assim
como o sorvete.
23
Enxerto da matéria: Calçadas são destruídas no Centro histórico de São Luís. Disponível
em: Jornal o Imparcial: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/calcadas-historicas-sao-
destruidas-no-centro-historico-de-sao-luis.ghtml. Acessado em: 30 set de 2021
Por aqui, quase não se escuta pela manhã, barulhos ensurdecedores,
ou pessoas em discussões e debates pessoais. Algumas pedras, servem como
cadeira para os mais cansados, para aqueles que desejam acompanhar o ritmo
do tempo nesse lugar. Estas por sua vez possuem a proteção das madeixas
esverdeadas das árvores, e de muito longe o vento vem em sua correria
alegre, perpassando por todo o Reviver, encostando no sujeito que agora já é
paisagem também, e que agora as batidas do coração seguem o ritmo, não do
vento que passa rapidamente, e rapidamente, mas o ritmo do silêncio, da
calmaria das pedras, de onde tomamos assento.
Assentos naturais
Pedras de cantaria
E a paisagem ao entardecer, dizem por aí: “na noite todos os gatos são
pardos”. E a cidade? A paisagem? Se empardam? Se opacificam? Ganham
cores? Perdem cores? No Centro histórico durante o dia, as cores e situações
já foram apresentadas, em meio a imagens e aos textos, ou é justamente
nesse momento em que as particularidades ficam mais complexas de serem
vistas?
Na observação de turistas para o blog do estado 24, suas percepções sobre a
noite no Reviver são de uma forma, não favorável.
24
https://www.blogsoestado.com/danielmatos/2015/05/20/para-internauta-lazer-em-sao-luis-se-
resume-a-sexo-porque-e-grande-a-oferta-de-mulher-facil/
É óbvio que as diferentes percepções, fazem com que se construam
experiências singulares. Em um contexto geral a região do Centro Histórico no
período noturno, exterioriza em si mesma fenômenos bem particulares. Se a
atmosfera durante o dia-manhã ou tarde-, apresenta sensações de calmaria e
tranquilidade, ao entardecer, vozes, sons, barulhos de todas as espécies,
começam a fazer parte da paisagem, assim como o olhar para a arquitetura
que vai se escondendo entre a escuridão e as luzes artificiais que nos postes,
imitam os faroletes citadinos das cidades. Agora, não são mais apenas as
cores que importam, a policromia, não apenas o vento em sua correria, cheiros
e sons, são os fenômenos mais presentes e vividos.
Se durante o dia, essa paisagem é assegurada em mostrar para o
passeante, suas meias-verdades, ou seus desarranjos estruturais, percebidos
nos desmanches prediais, da nudez dos casarões. Na noite, vê-se mais com
outros órgãos dos sentidos. Agora qualquer lugar, canto, é ponto para
despacho de coliformes fecais- por animais e as vezes por moradores de rua-,
urinas também fazem parte desse conjunto de coisas. O cuidado por onde se
anda é bem mais meticuloso.
Desta forma e seguindo uma trilha própria nesta apresentação,
Cauquelin completa:
Porque é verdade que aquilo que chamamos de paisagem se
desenvolve em torno de um ponto, em ondas ou em vagas
sucessivas, para voltar a se concentrar sobre esse único objeto,
reflexo no qual vêm se dar, ao mesmo tempo, a luz, o odor ou a
melancolia. (CAUQUELIN, 2007, p. 22)
O som agora não é mais do vento, vem das caixas de som dos bares, a
variedade musical é o atrativo. As padras de cantaria agora não são mais
arranhadas pelo pisar do sujeito, mas também pelas mesas e cadeiras
arrumadas de modo a atrair aqueles que desejam locais que tenham bastantes
garrafas sobre as mesas.
Moradores de rua, são uma realidade por aqui também, vagueiam de
um lado para o outro pedindo doações, trocados para aqueles que dizendo que
não tem para dar, estão com as suas mesas abarrotadas de todas as marcas
de bebidas etílicas e não etílicas e comidas. Mas, mesmo assim não possuem
doações.
Algumas ruas, são bem sinistras, os que são levados para esses locais
já se acostumaram com esses espaços. As mesmas ruas que durante o dia
não possuem nenhum movimento, a noite são movimentadas e fumaças são
perceptíveis, assim como o elevado aroma diferente, a atmosfera nessa parte
da paisagem é mais tensa. Se for considerado um atalho para se chegar a uma
outra área chamada de Beira-Mar, o sujeito consciente, não segue o atalho,
esse, procura a maior distancia possível para não atravessar pelo
desconhecido. Alguns usuários de entorpecentes nesse desconhecido viram
estátuas, outros trocam sexo por dinheiro, os noticiários as vezes falam de
algumas ocorrências mais sérias. Tais situações estão presentes em qualquer
grande cidade. Retratar essas condições, são mais de conhecimento dos
frequentadores do lado noturno.
PARA NUNCA CONCLUIR
REFERÊNCIAS