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MODERNIZAÇÃO
DOS SENTIDOS
Tradução
Lawrence Flores Pereira
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U.F.M.G. · BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
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editora.34
1. CASCATAS DE MODERNIDADE
I
da "r~cuj!_eração da função de representago" - o tpo de litera-
estilo literário, assim como a possibilidade de determinar a iden- tura que o presente pós-moderno produ~ não _pod~ ser medido em
tidade de tal momento pelo seu contraste com momentos passa- relação a possíveis referentes. Mesmo que os críticos descubram
dos pertencem ao cron6topo do tempo histórico. A despeito dis- que O nome da rosa de Umberto Eco não descreve adequadamente
so, pode-se observar que os gestos radicais da Alta Modernidade o mundo medieval do aprendizado, que Cem anos de solidão não
perderam hoje seu potencial de provocação. Apesar de retornos tem nada a ver com formas especificamente caribenhas de socia-
ocasionais (e em sua maior parte, nostálgicos) à cena pós-moder- bilidade e que as referências às ações militares e políticas da Se-
arqueologia das ciências humanas, São Paulo, Martins Fontes, 1981.] tische Normen und geschichtliche Reflexion in der 'Querelle des Anciens et
4 des Modernes'". Introdução a Charles Perrault: Parallele des Anciens et des
Uma referência·padrão, cujos pontos de vista eu nem sempre com-
partilho, é Peter Bürger, Theorie der Avantgarde, Frankfurt, 1974.
Modernes en ce qui regarde les Arts et les Sciences. Reprint Munich, 1964,
pp. 8-64. No contexto da minha argumentação, é importante enfatizar que
0Para evitar a ênfase excessiva desse aspecto (secundário) é útil subs- o aspecto concernente à "relatividade dos períodos históricos", tal como se
tituir o conceito de "Pó1·111odernidade" pela noção de "Pós-história" de Ale- produziu nas discussões da Querelle por volta de 1700, não foi conhecido
xandre Kojeve. Ver de Kojeve, lntroduction to the Reading of Hegel. Lec- de modo geral antes do início do século XIX.
tures on the "Phenom,nology of the Spirit", Ithaca, 1969.
15 Ver Niklas Luhmann, ''Weltzeit und Systemgeschichte. Ober Bezie-
6 Para definições dos conceitos de observador posto na sua ordem hierár-
hungen zwischen Zeithorizonten und sozialep. Strukturen gesellschaftlicher
quica, ver Niklas LuhmaM a.o., Beobachter. Konvergenz der Erkenntnistheo- Systeme", in Peter Christian Ludz (ed.), Soziologie und Sozialgeschichte, Opla-
rien?, München, 1990. Unula Llnk-Heer, "Weltbilder, Epistemai, Epochensch- den, 1972, pp. 81-115, e Koselleck, "Vergangene Zukunft in der frühen Neu-
wellen. Mediãvistische úberlegungen im Anschluss an Foucault". ln: Hans- zeit", in Vergangene Zukunft, pp. 17-37.
Jürgcn Bachorski & Werner Roccke (orgs.), Weltbildwandel. Selbstdeutung
und Fremderfahrung "" E.podt•nübergang vom Spiitmittelalter ·zur frühen ® Refiro-me à famosa caracterização de Baudelaire para a moderni-
Neuzeit, Trier, 1995. pp. 19 56, discute os mesmos fenômenos de um ponto dade como "le transitoire, le fugitif, le contingent", de Le peintre de la vie
de vista foucaultiano. moderne. ln: Oeuvres completes, Paris, 1961, p. 1163. [Ver Baudelaire, O
pintor da vida moderna, Lisboa, Vega, 1993.J
7 Ver H.U. Gumbrecht, "Einführung. Formen der Theatr~litãt im Spat-
mittelalter und in der frühen Neuzeit", in Jan-Dirk Müller (ed.), Aufführung Fl Os paralelos entre a descrição acima da situação epistemológica ge-
und Schrift, Stuttgart, 1996. ral depois de 1800 e a filosofia de Hegel vão ainda mais longe. Embora con-