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01) O desafio deste livro é pensar criticamente nas práticas da mídia em um cenário onde
elas são rápidas, divertidas e onipresentes. (...) Um problema específico da teoria da mídia
crítica é a turbulência das comunicações em rede: ou seja, a rapidez da inovação, adoção,
adaptação e obsolescência.

(p. 02) A crítica de Theodor Adorno à paixão pela informação na cultura de massa aplica-se
mais às redes de comunicação e entretenimento contemporâneas do que ao cinema e ao
rádio, os meios de comunicação de massa que ele tem em mente quando escreve: "Por mais
útil que seja do ponto de vista prático ter o máximo possível de informação à disposição, ainda
prevalece a lei de ferro de que a informação em questão nunca deve tocar o essencial, nunca
deve degenerar em pensamento. À medida que as ideias e imagens multi-recombinantes
circulam, estimulam, elas nos distraem dos antagonismos constitutivos da sociedade
contemporânea, convidando-nos a pensar que cada opinião é igualmente válida, cada opção é
igualmente provável, e cada clique é uma intervenção política significativa. O dilúvio de
imagens e anúncios, nos obrigando a reagir, a sentir, a transmiti-los (p. 03) a nossos amigos,
corrói as capacidades teórico-críticas - não são realmente apenas opiniões de qualquer forma?
Sentimentos vestidos de jargão? Afogados na pluralidade, perdemos a capacidade de
compreender qualquer coisa como um sistema. Reage e avança, mas não pensa de forma
alguma.

(...) É fácil ceder à tentação de seguir em frente, seguir os links, ver o que os outros pensam
sobre isso antes mesmo de saber o que "aquilo" pode ser, depois ver o que os outros estão
pensando, especialmente se seus posts não forem muito longos ... e uma vez que já estamos
com alguns cliques, por que não ir em frente e verificar as estatísticas de nosso blog, atualizar
nossos perfis no Facebook e participar de algumas rodadas de Mafia Wars ou outros jogos
fornecidos de forma útil por nossa rede social favorita. Leva apenas um minuto. Ou dois. (...)
Tomo a posição de que os meios de comunicação contemporâneos capturam seus usuários em
redes intensivas e extensas (p. 04) de diversão, produção e vigilância. Meu termo para esta
formação é capitalismo comunicativo. Assim como o capitalismo industrial dependia da
exploração do trabalho, também o capitalismo comunicativo depende da exploração da
comunicação. Como Michael Hardt e Antonio Negri argumentam, "a comunicação é a forma de
produção capitalista na qual o capital conseguiu submeter a sociedade inteira e globalmente a
seu regime, suprimindo todos os caminhos alternativos". (...) O capitalismo comunicativo é
aquela forma econômico-ideológica em que a reflexividade captura a criatividade e a
resistência de modo a enriquecer os poucos, pois aplaca e desvia os muitos.

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