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Livro Assédioesuasvertentes Defesapessoal
Livro Assédioesuasvertentes Defesapessoal
Assédio
sexual e
suas
vertentes
DEFESA
PESSOAL
PARA MULHERES:
Agradecimentos,
Ao Mestre Wesley,
Por dividir seus conhecimentos e estar aberto a aceitar novidades.
APRESENTAÇÃO
Depois de mais de 40 anos sem entender como no Brasil ainda temos
certos entendimentos preconceituosos tanto dos que praticam assédio quanto
de alguns que se dizem defensores das mulheres, resolvi criar um livro para
auxiliar aos cursos que anualmente costumo fazer para mulheres no qual
abordamos diversas situações de assédio e técnicas variadas para prevenir,
combater e evadir.
Introdução
Little Dragon
Diretor Executivo
Manoel Gomes
Aracaju (SE)
MANOEL GOMES DE OLIVEIRA JUNIOR (79)
4
98863-0425 WhatsApp 79 98863-0425
E-mail: dpessoalinteligente@gmail.com
ASSÉDIO SEXUAL E SUAS VERTENTES CURSO LITTLE DRAGON EVENTOS
Pontos que geram disputas como aborto não podem ser tratados como
mera questão de ganhar votos, raro encontrar quem lide com a questão
eticamente e não de forma eleitoreira. Mas não é essa a nossa discussão. Aqui
vimos que apesar de leis, educações, polícia, o predador ainda segue a lei da
selva “O mais forte faz o que bem entende”.
por um padre que estuprava crianças em uma entrevista com o Pedro Bial. É
como tivesse uma justificativa aceitável para o crime cometido.
ESTÓRIAS DE MARIAS
Assédio em construção
Maria tem muita vergonha de tudo que está acontecendo e não tem
coragem de denunciar seja no 180 ou para o dono da obra o ocorrido. Ela
se culpa pelo fato e procura resposta para o acontecido, seriam suas
roupas? Seu jeito de andar?
Por que ela faz isso? Como pode Maria se culpar? Maria ter medo? Ou até
mesmo chegar ao cúmulo de arrumar uma desculpa de conformidade?
Assédio chegando...
No vagão das mulheres não havia mais vaga, então ela decidiu ir
assim mesmo em um vagão normal. Lembrava sempre de Londres.
Ela sente uma mão passando pelas suas nádegas seguida de uma
coxa. Maria Lara é estudada, capaz, independente e mesmo assim ela se
envergonha, se cala, depois de um curto tempo consegue sair daquele
local, se sente usada, suja, mas sai do vagão sem denunciar seu
assediador.
Assédio Cyber
Maria Augusta acha aquilo um absurdo, vai logo pela manhã no outro
dia confrontar seu chefe. Ele pede desculpas, implora para ela não contar
nada a ninguém e que apagasse as mensagens e a foto.
Assédio caseiro
Ele aproveita para voltar outras vezes pede para sobrinha dançar
para ele, pede para ela se vestir para ele e a presenteou com vários
shortinhos e lingerie dizendo para ser um segredo só deles.
E agora?
Assédio no varejo
Legislação e Conceitos
Denúncia
Todos esses casos devem ser denunciados em 3 lugares
preferenciais:
Delegacia da mulher,
Disque-denúncia 180 e
Polícia 190.
Dissecando o assédio
MEDO
Quem na vida não tem medo de algo? Como dizia uma frase clichê de
filmes: “Não podemos deixar de sentir medo, mas podemos controlar o que
fazer com ele”. Principais tipos:
Medo de se machucar,
Medo de outros se machucarem,
Medo de machucar outro,
Medo de que uma situação vire outra pior (estupro, sequestro,
fome, etc.),
Medo/Culpa do que as outras pessoas vão pensar,
Medo/vergonha da situação em si,
Medo/Problemas de saúde (Síndromes de pânico, ansiedade,
fobia, etc.).
Medo de se machucar
Por causa desse medo conectados com outros que a vítima permite ao
agressor agir, vem junto com pensamentos como: “E se ele me bater”, “E se
ele resolver se vingar”, “E se eu não conseguir”, etc.
Lido muito com isso durante o curso, a ilusão de quando precisar usar
a violência se usar sem machucar outro ou pior se achar o errado ao se
defender da agressão de alguém.
comigo do que volte depois para se vingar caso eu faça algo (aqui temos uma
submissão de prazo indefinido).
Algo próximo disso seria quando alguém cai na rua e todos ao redor
riem dela. Apesar de não ter feito nada de errado a pessoa ainda se sente
envergonhada de ter sido fraca, desastrada, vulnerável, ou seja, de não ser
capaz de lidar com algo “simples” sozinha.
FORÇA
Seja uma faca, bastão, arma de fogo, etc. Forma mais perigosa, porém
menos comum nos crimes de assédio. O inimigo tem uma arma em mãos ou
algo que assim o valha sendo assim nunca devemos achar que ele não irá usá-
la.
Força de grupo
Ameaças de poder
seita que assedia suas fiéis.), financeiro (dinheiro, posição social, etc. “quem
tem dinheiro pode tudo”), político (poder de governo, como os vários casos
de deputados e vereadores presos por exploração sexual de menores).
Ameaças psicológicas
Exemplo: ficar dizendo que alguém não vale nada, até que a pessoa
aceite o fato de ser desrespeitada como uma normalidade, afinal, ela não vale
nada. Nesse foco o uso de termos como “estamos fazendo isso de comum
acordo” ou “é só isso que estamos fazendo”, fazendo a vítima se iludir da
normalidade do ato. .
O Assediador
Afinal que seria esse tal triângulo do crime? São os fatores básicos que
todo criminoso procura para cometer sua ação:
Prevenção de situações de
assédio ou de risco
A prioridade da segurança em qualquer nível é a prevenção, ou seja, adquirir
conhecimento para se ter hábitos que dificultem o acontecimento do crime.
Como exemplo: de se evitar passar por uma rua onde já se sabe ter um bar
que está sempre cheio de bêbados imorais. Uma das importâncias de se
combater o assédio rapidamente é evitar que que ele se transforme em outro
delito.
De lugar
Possui 3 aspectos:
Exemplo:
Maria vai comprar pão como sua mãe pediu, ela estava em casa de
shortinho e decide ir assim mesmo. Ela é menor, tem 14 anos e acha mais
seguro seguir como sua mãe mandou ir direto para padaria que fica a duas
esquinas de casa (problema: tem o tal bar que só vive com bêbados no
caminho). Percebam que Maria não pode mudar o caminho indo por outra rua,
contudo ela ainda pode evitar o bar se a rua não for muito movimentada
atravessando para o outro lado da rua e voltando apenas na frente da padaria
(Rota segura). Maria escolheu na rua três pontos seguros: A padaria que
sempre tem um vigilante na porta, a casa do seu tio Alberto que fica ao lado
do bar e sua própria casa. Como é uma rua aberta, a rota de fuga já está
estabelecida é correr pela rua ou calçada até um ponto seguro.
Aqui vem o ponto chave: O Pai de Maria manda ela usar uma calça
“para não parecer uma puta” – Agora sim, foi estabelecido o preconceito em
chamar a filha de puta, em afirmar que existe roupa de “puta” e em
estabelecer o link “se vestir como puta, deve ser tratada como puta” logo os
caras do bar estão certos.
Não devemos ser levianos e jogar tudo como preconceito, assim como
existe lógica de ao se passar na praça da Sé, esconder celular, correntinhas e
anéis para evitar ser assaltado, também de evitar certas roupas em certas
ocasiões. Deixamos claro novamente que qualquer assediador é o culpado
pelo crime.
Própria
Coisas que se pode fazer consigo mesmo, por exemplo: Estar atento,
fazer defesa pessoal, usar tênis para poder correr no lugar de um salto alto,
usar capacete ao andar de moto, etc. São escolhas pessoais que somente o
indivíduo pode fazer: andar desatento no celular ou olhando atentamente por
onde anda é uma escolha. Decidir sair com 40 mil reais na mão pela rua ou
fazer uma transferência bancária novamente é por sua conta. Detalhando:
Do criminoso
Na tardia, não significa que você foi abordado, mas que de alguma
forma entrou numa situação complicada. Exemplo: Dobrar uma esquina e
ficarmos de frente com um bandido ou suspeito. Ou entrar num
estabelecimento e perceber que tem uma confusão. Ou ainda a situação
chegar até você dentro de um ônibus. Continua-se com a mesma atitude,
normalmente começar por uma prevenção de lugar, como evadir do local, só
que agora provavelmente tomando uma atitude enérgica como empurrar
alguém. O mais rapidamente possível tentar estar pronto para um confronto e
evadir.
Muitas vezes a falta de uma atitude defensiva como demonstrar que não
é “inofensiva”, afastamento, procura por ajuda, chamar atenção, intimidação
é vista como um “convite” pelo criminoso.
Confronto
Confronto não significa necessariamente ter que combater fisicamente
o assediador: Fugir, chamar a polícia, procurar aliados, negociar ou lutar
fisicamente com o inimigo são tratados como “confronto” nesse material. Ou
seja, confrontar é ir de encontro ao desejo do inimigo e não permitir que
aquilo aconteça.
Assédio pode evoluir para outros crimes como assalto, abuso sexual,
estupro, rapto, agressão física ou homicídio. Dessa forma é importante
preveni-lo e confrontá-lo rapidamente antes que o criminoso se sinta seguro
em continuar o crime ou escalar o crime.
Maria estava do outro lado da rua onde achava que estava segura
quando o bêbado voltou a incomodá-la e também atravessou a rua
cambaleante. Maria pensou em correr, porém seu medo a paralisou e
permitiu a aproximação do assediador.
Primeira atitude de Maria teria que ser fugir, correr para um dos pontos
seguros, como ela não se moveu, perdeu a distância para uma fuga eficiente
sem nenhum contato. Ela tenta negociar fala com o sujeito para voltar ao bar
ou ela vai gritar socorro, tentando manter ou aumentar a distância entre eles.
Não havendo a desistência para que se tenha uma fuga segura, ela vai ter que
o atingir com um golpe, resolve empurrá-lo (não recomendado) e consegue
correr chegando na padaria contando o ocorrido e sendo escoltada de volta
para casa pelo vigilante da padaria que também ligara para mãe de Maria
contando o ocorrido.
Mente Combativa
Para se ter uma mente combativa devemos atacar certos pontos:
o Medo de se ferir,
Esses receios não são só das mulheres, mas de todos os seres humanos.
Tornamos parte da educação esses medos, que nossos filhos não
machuquem ninguém e nem se machuquem. E não vai ser por isso que
agora iremos ensiná-los ao contrário.
Porém a mulher deve ter em mente que aquele sujeito que a assedia
não a enxerga com um ser humano, nesse ponto praticamente todos os
treinamentos partem para a prática da desumanização (são práticas do
nosso dia-a-dia ensinadas em cursos como medicina, enfermagem,
bombeiro, policial, até na área gerencial quando se trata de conceder
empréstimos ou financiamentos, etc.).
Pontos:
1) Reconhecer como inimigo – Não importa se um primo, chefe ou
“amigo”, quem te assedia deve ser reconhecido como INIMIGO.
Pense em você como uma espiã caso não consiga afastar o sujeito
de sua vida e sempre procure manter testemunhas e coletar provas
(Celular é algo cheio de recursos, use-o). Caso seja um
desconhecido melhor ainda, antes passar vergonha por ter
chamado a atenção para uma situação que você acredite ser assédio
do que sofrer sozinha. (Obs.: Saia da situação o mais rapidamente
possível).
2) Você não é culpada pelo quanto ele pode ficar ferido – Treine,
tenha um plano, conheça a legislação, use tudo que for possível para
Primeiro eu, toda mulher tem que ter isso em mente, exceto em
raríssimas exceções, quase inexistentes. Ao se ver obrigada a lutar só parar
quando aniquilar toda a ameaça.
O treino presencial libera a mente combativa da aluna para que ela possa
reagir (fugindo ou lutando) em situações de assédio. Além de dar um
embasamento legal para as reações sugeridas.
Conclusão
Assédio é um crime que sempre deixa um trauma de complexidade
variada para as vítimas. Algo vergonhoso que deve ser combatido tanto pela
parte educacional como repressivamente. Parte desse trabalho educativo e
repressivo está no treinamento das possíveis vítimas, quem não quer
violência e não tem condições de se defender não é pacifista, é indefeso.
Pessoas indefesas dependem da boa vontade de seus algozes, já pacifistas e
precavidos sabem até onde podem ou não aceitar situações até que decidam
reagir ou não, com capacidade para tal.
Nada melhor para qualquer criminoso que uma vítima indefesa, alguém
incapaz de se defender socialmente, psicologicamente e fisicamente.
Socialmente confronto pedindo ajuda, buscando aliados, interrompendo
abusos, sendo livre da pressão de grupo, etc. Psicologicamente atuando
sobre seus medos, tendo autocontrole, sendo sagaz.etc. Fisicamente tendo
meios e condições de se defender por si. Alguém capaz de se defender
integralmente tem muito mais chances de garantir sua vida que pessoas
indefesas.