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"Sacrifício"
Após isso, ela se viu perdida na cidade, que praticamente não conhecia, ficou
na rua por alguns dias. Bendita a mãe que sem coração, desconhece a dor de sua
filha, correndo, roubando e procurando qualquer fonte de água e comida que
encontrasse. Num dado momento, ela estava sozinha em um beco, descansando, quando
foi encontrada por outra pessoa, pelo menos à primeiro momento, o mesmo vestia
roupas que mantinham certa discrição, ele falava coisas que ela não entendia, até o
momento que ela entendeu, e ele a chamou de semideusa, falando que lá seria onde
ela morreria. Sem ter pra onde correr, a garota ficou encostada na parede do final
da viela em que se encontrava, desesperada, gritando por ajuda, mas as pessoas
ignoravam, ou nesse ponto nem mesmo escutavam. O homem começou a andar em sua
direção enquanto tirava uma lâmina de seu bolso, até que um homem mal vestido
entrou na viela, talvez fosse um morador de rua, mas ele atraiu quase que
imediatamente a atenção do homem armado, que se virou ao notar sua presença e
começou a desferir golpes nele, quase como se fosse inevitável ignorar a presença
da garota naquele momento, que por um impulso de seus instintos, começou a correr e
correr, até sua própria exaustão.
"Apoteose"
Emy nunca foi de muitos amigos, e foi legal aos seus, porém cresceu causando
certos problemas na escola, pois adorava causar discórdia entre quem não gostava
dela, lentamente aprendendo a controlar a influência de sua presença e
desenvolvendo certo apreço pelas intrigas que ela causava. Porém, um dia ela se
envolveu diretamente numa briga, e seus pais adotivos foram chamados na escola.
Enquanto ela esperava do lado de fora da sala da coordenadora, seus pais estavam lá
dentro, recebendo um sermão sobre educação. Ao fim da reunião, eles voltaram pra
casa, e foram ter aquela conversa, novamente a garota ouviu em silêncio, de um lado
sua mãe apaziguava, e do outro seu pai atacava as duas. Olhando pro seu rosto, era
possível notar certo sinal de embriaguez, somado a que não fora ele dirigindo,
consolidavam-se os fatos. O pavio lentamente começou a queimar novamente, enquanto
a garota tinha outra crise, dessa vez, envolvendo pessoas que ela amava, lentamente
ela ia deixando de falar nessa "conversa" e ia encolhendo, até chegar em seu ápice
e ela dar um grito, sua mãe, que estava sentada ao sei lado colocou uma mão na
cabeça enquanto a outra ia para as costas da garota, como uma luz em meio à
escuridão. Mas o pavio há de queimar, no calor do momento, com tanta dor, e num
impulso totalmente descontrolado, ela acusou falsamente sua mãe de adultério,
dizendo que havia fotografado ela com outra pessoa, mas com tanta experiência e até
mesmo sobrenaturalmente, sua atuação convenceu até si mesma de que era verdade. Ela
puxou o celular e viu seus pais aparentarem estarem bêbados, isso não fazia sentido
pra ela, mas sua atenção e seu celular foram tomados pela sua mãe e num instinto
violento, seu pai se jogou encima dela, tentando pegar o celular. A garota se
levantou e se colocou contra a porta, tentada a fugir, mas hesitou, não acreditava
no que estava acontecendo, até ver o sangue de sua mãe jorrar. Seu rosto
rapidamente mudou pra uma expressão de pânico e medo, ao mesmo tempo que ela
começou a choramingar e ver seu pai se transformar lentamente num monstro, como
aconteceu no convento. Ela então saiu do quarto, saiu de sua casa e correu pela
rua, até eventualmente sair da cidade, ela só queria fugir, correr pra longe de
tudo. "Not everyone can see the truth, but anyone can be the truth".
"Supernova"
Expulsão:
A garota passou pelas grandes portas de madeira, e do outro lado, que ela já
havia visto bastante, era como o de um escritório, exceto pelos adornos e a
decoração religiosa. Ela olhou para cada um presente, no total de 4, contando si
mesma, e se sentou na única cadeira restante. Elas estavam fazendo um círculo, e
cada assento era de pessoas influentes dentro do convento, com exceção de uma em
que o responsável pelo local estava sentado. A garota os cumprimentou, e eles
cumprimentaram de volta, com um deles adicionando reprovação pelo seu cabelo
desleixado. Ela ficou em silêncio enquanto olhava pra baixo, e o responsável pelo
convento começou a falar, explicando sobre como ela havia feito várias
transgressões ao longo de sua estadia, até o assunto chegar em seu ápice, sua
expulsão. Nesse momento, a garota não possuía sentimentos bons, e sua crise veio à
tona, por que ela estava lá todo esse tempo se não aprendera nada? Um dos 4 padres
se levantou, argumentando sobre medidas rígidas, numa tentativa de reabilitar a
garota ao convento, mas como fogo num pavio, essa leve discussão foi levando a algo
maior, e ela gostava, mesmo sabendo que não era certo e nem sabia a razão, era como
se isso estivesse plantado em sua alma, esse gosto. E sentia que sua presença havia
causado essa discussão. Quando eles começaram a gritar como animais e a brigar,
lentamente foram mudando de forma aos olhos da garota, que começou a enxergá-los
não como humanos, mas sim como monstros. A garota confusa e com medo correu, ela
fugiu do convento pra cidade que ela havia visitado pouquíssimas vezes, e que era
bem perto dali.
Escola: