Você está na página 1de 7

www.cers.com.

br 1
Lei 12846/13 – Lei anticorrupção

Responsabilização administrativa e civil das PJ por atos contra a adm

Independente das sanções das PF


Aplicação da 8429 e 8666
Fusão ou incorporação

Sociedades controladas ou coligadas – resp. solidária

Atos lesivos:

1 – dar ou prometer vantagem a agente


2 – patrocinar ilícito adm
3 – ocultar beneficiários de ato ilícito
4 – fraudes nas licitações e contratos
5 – dificultar investigação adm das agências reguladoras ou sistema financeiro

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Sanções:

1 – multa 0,1% a 20% do faturamento bruto (ou 6000 a 60.000.000,00)


2 – publicação extraodinária da condenação

Proporcionalidade na aplicação das penas. Art. 7º

Processo adm:

Instauração – autoridade máxima de cada órgão – admitida delegação


CGU – competência concorrente – executivo federal
Comissão - 2 estáveis
Instrução probatória – defesa 30 dias

Relatório e Julgamento
Prazo 180 dias
Possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica

Acordo de leniência com a CGU

Requisitos cumulativos:

1 – primeira PJ a se manifestar interessada


2 – cessar seu envolvimento com o fato
3 – cooperar às suas expensas com a investigação até o final

Benefício:

Não aplicação das penas de: publicação extraordinária da sanção - proibição de receber incentivo fiscal e
creditício.
Redução de 2/3 da multa – ressarcimento ao erário
A rejeição de proposta pela adm não faz prova contra a PJ que demonstre interesse.

RESPONSABILIDADE JUDICIAL

Ação – competência: entidade lesada ou MP.

www.cers.com.br 2
Penas:

1 – perda de bens
2 – suspensão das atividades
3 – dissolução compulsória da PJ
4 – proibição de receber benefícios e incentivos de 1 a 5 anos
CNEP – cadastro nacional de empresas punidas

*RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO*

1.0- CONCEITO:

- Obrigação que tem o Estado de reparar os danos causados a terceiros em razão de comportamentos lícitos e
ilícitos ou atividades materiais.

2.0 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA:

2.1→ Teoria da Irresponsabilidade do Estado (“The King can do not wrong”)

2.2 →Teoria da Responsabilidade de Direito Privado:

- O Estado respondia desde que se demonstrasse a culpa individualizada do seu agente, ou seja, a
Responsabilidade do Estado era idêntica à Responsabilidade do Direito Privado.

2.3 → Teoria da Responsabilidade de Direito Público:

- Surge com o caso “Blanc”, na França, no fim de século 19.

A) Teoria da Culpa Administrativa, ou Culpa do Serviço ou Culpa Anônima:

- Pregava uma Responsabilidade Subjetiva distinta da Responsabilidade subjetiva do Direito Privado, na medida
em que exigia que se provasse uma Culpa Especial do Estado, e não mais uma culpa individualizada do seu
agente, a culpa não era mais atribuída ao agente pública,

e sim uma culpa relacionada ao serviço, que seria a Culpa Administrativa, Anônima.

Paul Duez: Haverá Culpa Administrativa quando (“Faute du Service”):

➢ O serviço não funcionou.


➢ O Serviço funcionou mal.
➢ O Serviço funcionou de forma retardada, não célere.

B) Teoria do Risco Administrativo:

- A Atividade do Estado, potencialmente, pode produzir riscos aos administrados. Obs.

A Teoria da Culpa Administrativa defende que só haveria responsabilidade por atos ilícitos praticados pelo Estado.
- Haveria, então, uma Responsabilidade Objetiva, lastreada apenas em um nexo de causalidade entre a atuação
do Estado e o dano ocorrido, sem a necessidade do elemento culpa, mesmo que o dano seja produzido por
Atividade Lícita do Estado.

2.4→Responsabilidade do Estado no Brasil:

- Constituição de 1824→ No Brasil a Teoria da Irresponsabilidade do Estado nunca foi adotada. A Constituição de
1824 adotou a Teoria da Culpa Administrativa, na qual a Responsabilidade do Estado só existiria quando prova a
culpa deste.

www.cers.com.br 3
- Constituição de 1946 → consagra-se a Teoria do Risco Administrativo, com a Responsabilidade Objetiva do
Estado.
- Constituição Federal de 1988 → Adotou as duas teorias, a do Risco Administrativo e a da Culpa Administrativa.

3.0-Responsabilidade do Estado por Atos Comissivos:

3.1→ Teoria do Risco Administrativo:

- O Estado sempre responderá objetivamente por seus atos comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos ou materiais.

- Comportamento Lícito:

➢ Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido por chefe do executivo;
➢ Material: Produzido em razão de atividade material do Estado.

- Comportamento Ilícito:

➢ Jurídico: Ex. Auto de apreensão de mercadoria sem as formalidades legais.


➢ Material: Ex. Tortura de um preso por um agente carcerário.

4.0- Responsabilidade do Estado por suas Omissões:

- STF→ A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria da Culpa Administrativa. Porém, também
reconhece a Responsabilidade do Estado por Omissão Legislativa, que é inconstitucional.

4.1- Responsabilidade do Estado por suas Omissões por Fato da Natureza:

- Se havia o dever do Estado de atuar de forma a evitar danos por fatos da natureza, e aquele não atuou, o
Estado será responsabilizado, desde que provado que a sua omissão causou o dano.

4.2- Responsabilidade do Estado por Comportamento Material de 3º:

- STF →Responsabilidade Subjetiva do Estado. Ex. Assassinato de Preso por outro preso.

5.0- Responsabilidade por Ato Propiciatório de Risco (Celso Antônio Bandeira de Melo):

- O Estado, apesar de não ser o causador direto do dano, assume atividade que propicie alto risco. O Estado é
causador indireto do dano, respondendo Objetivamente.

Ex. Dano decorrente de fábrica de pólvora instalada em bairro povoado; Dano causado por defeito em semáforo.
- Obs.→ Terceiro que assuma esse tipo de atividade, sem autorização do Estado: Responsabilidade Subjetiva.

6.0 - CONSTITUIÇÃO DE 1988 (Art.37, §6º)

→ Responsabilidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público.

→Responsabilidade Objetiva das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público (Empresas
Públicas,

Sociedades de Economia Mista, Fundações Governamentais de Direito Privado, Permissionárias, Concessionárias


e Autorizatárias).

-STF→A Responsabilidade das Entidades de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público só será Objetiva em
relação aos danos causados ao Usuário do serviço, quando for caso de serviço ‘uti singulis’. Quando o serviço
público prestado for ‘uti universis’ a Responsabilidade dessas Entidades será sempre Objetiva. Ex. Coleta de lixo.

→ Relação de Responsabilidade entre o Estado ou Pessoa Jurídica de Dir.Privado e o Lesado: Responsabilidade


Objetiva pelas ações e Subjetiva pelas Omissões.

www.cers.com.br 4
→Responsabilidade do Agente Público causador do Dano em Relação ao Estado: Será sempre subjetiva: O
Agente só responderá perante o Estado se provado que agiu com culpa ou dolo.

→Direito de Regresso: Direito que assiste ao Estado de cobrar de seu agente público o dinheiro pago à vítima,
quando provado que o agente agiu com dolo ou culpa.

- STF →A Vítima poderá ajuizar a vítima contra o Estado, contra o agente ou contra os dois, hipótese na qual
deverá provar que o agente agiu com culpa ou dolo.

→Denunciação da Lide:

- Não é obrigatória, nem cabível a denunciação à Lide do agente público pelo Estado, na ação ajuizada contra
pela vítima. A Denunciação só será obrigatória e cabível quando não trouxer fundamento novo à lide originária.

-OBS→ Mesmo no caso da Responsabilização por Omissão do Estado, a denunciação da lide poderá não ser
cabível, já que a vítima deve demonstrar dois tipos de culpa diferente, a culpa individual do agente e a culpa
administrativa do Estado. Entretanto, se o próprio autor da ação trata da culpa individual do agente, o Estado
poderá denunciá-lo à lide, porque, nesse caso, não há fundamento novo, já que o autor tratou da questão na
inicial.

7.0 - CAUSAS EXCLUDENTES de RESPONSABILIDADE do ESTADO:

7.1- Quando a Responsabilidade do Estado for Objetiva:


a. Caso Fortuito e Força Maior. Obs→ Dirley entende, juntamente com algumas decisões jurisprudenciais, que a
demonstração de que houve Caso Fortuito ou Força Maior, por si só, não excluem a Responsabilidade do Estado.
A Pessoa Jurídica deverá provar que agiu de forma a tentar evitar o dano causado.

Ex. Responsabilidade do Transportador por assalto realizado dentro do ônibus: Se provado que os assaltos na
região são freqüentes, o Transportador deverá demonstrar que agiu de forma a tentar evitar assaltos, do contrário
haverá Responsabilização.

b. Culpa Exclusiva da Vítima.

7.2- Teoria do Risco:

a) Risco Administrativo: O Estado pode demonstrar as causas excludentes de responsabilidade.

b. Risco Integral: O Estado não pode invocar nenhuma das excludentes para se eximir de sua Responsabilidade.
Esta Teoria é válida em 02 situações: Danos decorrentes de atividade nuclear desenvolvida pelo Estado;
Responsabilização de qualquer Pessoa Jurídica por Danos Ambientais.

7.3- Quando a Responsabilidade do Estado for Subjetiva:


- Se o Estado demonstra que o serviço funcionou, ou que funcionou bem ou que funcionou de forma célere; Além
das outras excludentes, que também valem para a Responsabilidade Objetiva.

8.0- RESPONSABILIDADE do ESTADO por ATOS LEGISLATIVOS e JUDICIAIS.

8.1- Atividade Legislativa:

- A Atividade Legislativa ensejará responsabilidade do Estado sempre que Inconstitucional e Lesiva a terceiros, ou
quando houver Omissão Inconstitucional do Estado em legislar.

- A responsabilização do Estado por lei inconstitucional poderá ser decorrente de decisão judicial decorrente de
controle concentrado ou difuso de constitucionalidade, desde que seus efeitos sejam ex tunc, se forem ex nunc
não haverá responsabilização do Estado.

www.cers.com.br 5
- STF → Consagrou o direito dos servidores ao reajuste anual dos seus vencimentos, direito este que foi
introduzido pela Emenda Constitucional 19/98.

- O STF Exige prévia declaração de Inconstitucionalidade da Lei, ou a prévia declaração de Omissão do Estado
no seu dever de legislar, seja por meio de ADIN por omissão, seja por meio de Mandado de Injunção, para que
possa haver responsabilização do Estado.
8.2- Atividade Jurisdicional: O Estado poderá ser responsabilizado por Atos judiciais lesivos ou por Erros
Judiciários. Haverá direito de regresso contra o magistrado sempre que este tenha agido com dolo ou culpa.

9.0- DANO INDENIZÁVEL (requisitos):

- Tem que ser dano essencialmente jurídico, ainda que seja um dano não econômico (o dano exclusivamente
econômico, que não for jurídico, não enseja indenização). O Dano será jurídico quando houver direito lesado.

- O Dano tem que ser Real, Concreto, não fictício, não abstrato.

- OBS. Responsabilidade do Estado por comportamentos Lícitos: O Dano, além de ser jurídico, certo e real, terá
que ser também:

a. Especial: Não poderá ser um dano geral, deve ser um dano concreto, que incide sobre pessoa(s)
determinada(s).
b. Tem que ser Dano Anormal: Faz com que recai sobre indivíduo um ônus impossível de ser suportado.

www.cers.com.br 6
www.cers.com.br 7

Você também pode gostar