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Priscila, Uma Valiosa Colaboradora na Pregação do Evangelho 1

PRISCILA, UMA VALIOSA COLABORADORA NA


PREGAÇÃO DO EVANGELHO

"O 'Coemeterium Priscilla', uma das mais antigas catacumbas


de Roma, e a 'Titulus Priscilla', uma igreja no Aventino, em
Roma, recordam às pessoas do século vinte uma mulher que
viveu no início desta era, a quem Tertuliano chamou, 'a Santa
Priscila, que pregou o Evangelho'." A Autora

Atos 18:1-4
Atos 18:18.20
Atos 18:24-26
Romanos 16:3-5
l Coríntios 16:19

Priscila. O fato de o nome dela ter sido preservado na história prova


que foi uma mulher notável e distinta. O uso do seu nome antes do nome
do marido é mais uma afirmação disso. Por mais respeitada e
interessante que pudesse ter sido a sua vida em Roma, veio a terminar
abruptamente em 50 A. D., quando o imperador Cláudio expulsou todos
os judeus da cidade.
Priscila e Áquila deixaram Roma e regressaram à Ásia Menor
donde eram naturais, fixando-se finalmente em Corinto.
Parecia que as suas vidas tinham atingido um ponto morto, mas o
plano de Deus para eles revelaria em breve um excitante recomeço. Uma
fascinante nova vida de serviço os aguardava.
Tinham deixado muito para trás – os bens, os amigos. Mas
constituíam um casal harmonioso e o seu matrimônio continuava intacto.
Não precisavam da advertência que mais tarde Paulo dirigiu aos
coríntios que levavam uma vida livre, quando escreveu: "Não vos
prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a
justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" (2
Priscila, Uma Valiosa Colaboradora na Pregação do Evangelho 2
Cor. 6:14) Este casal tinha-se tornado um, de um modo muito especial,
enquanto andavam juntos na sua fé (Amós 3:3).
Tinham chegado a Corinto precisamente antes de Paulo. Ele tinha
confiança neste casal e desejava investir a sua vida neles a fim de que o
Evangelho pudesse ser mais espalhado.
Tanto Priscila como Áquila tinham aprendido um ofício. E mesmo
os judeus ricos faziam com que os filhos aprendessem uma profissão.
Um sábio provérbio que apoiava esta prática dizia assim: "Aquele que
não cuida de ensinar uma profissão ao filho, ensina-o a ser ladrão''. E não
tinha Jesus de Nazaré, o carpinteiro, provado de fato que o trabalho
manual era digno?
Eles faziam tendas, e esta profissão revelou-se um elo entre eles e
Paulo, pois este fazia também. Não só trabalharam juntos, mas viveram
igualmente juntos. Paulo sabia bem que o melhor treino que podia dar
provinha do fato de estarem em contato dia após dia. Como Jesus, ele
escolheu cuidadosamente os seus futuros cooperadores (Mar. 3:14).
Trabalhavam numa pequena loja fora de casa, semelhante às que
ainda hoje são comuns no Médio Oriente. Fartavam-se de conversar à
medida que os dias decorriam e as peles de cabras e o couro se
transformavam nos seus dedos em úteis coberturas de tendas.
Diariamente, Paulo talhava a Palavra de Deus para as suas necessidades.
E eles aprendiam a aplicá-la (Filip 4:9).
Priscila e o marido ouviam ansiosos os ensinos de Paulo. Estavam
interessados na mensagem que Paulo pregava na sinagoga ao sábado.
Oravam a seu favor. E quando atravessava problemas estavam ao seu
lado, prontos a dar a vida por ele. Priscila e Áquila não estavam só muito
unidos pela fé e pela mesma profissão, mas também no seu respeito e
amizade por Paulo. Esta lealdade deve ter significado muito para este
homem solitário, pois pouco antes da sua morte, enviou-lhes as suas
saudações (2 Tim. 4:19).
Priscila, que observava os mínimos detalhes da vida de Paulo,
estava tão impressionada com o que ele fazia, como com o que dizia.
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Surgiu nela um desejo de se tornar seguidora deste homem. Ele deixara
bem claro como é que uma pessoa podia seguir a Cristo (1 Cor. 11:1).
Sendo judeus ortodoxos, conheciam bem os ensinos do Velho
Testamento. Mas o novo conhecimento duma fé em Cristo e a obra
constante do Espírito Santo no coração humano eram verdades que
davam novas dimensões à vida.
Paulo deixou Corinto após dezoito meses, durante os quais se
formou uma igreja.
Priscila e Áquila acompanharam-no a Éfeso. Embora os judeus
crentes ali desejassem muito que ficasse, ele partiu pouco depois de
haver chegado. Estava de novo em marcha – desta vez para Cesárea.
O fruto do tempo que Paulo passara com Priscila e Áquila tornava-
se agora evidente. Ele já não era necessário em Éfeso, porque eles
podiam ficar lá e substituí-lo devidamente. O trabalho da sua vida estava
a ser continuado por intermédio deles.
Isto tornou-se muito claro quando Apolo, um talentoso pregador
judeu, de Alexandria, chegou a Éfeso. Falou às pessoas a respeito de
Jesus, com palavras brilhantes e convincentes. O que pregava era
verdade, mas incompleto. Priscila e Áquila detectaram imediatamente
onde é que estavam as falhas na sua mensagem. Verificaram que a sua
pregação terminava na obra de João Baptista. Ele não conhecia a
maravilhosa história do Evangelho – os resultados da morte e da
ressurreição de Cristo. Parecia que nunca tinha ouvido falar no
derramamento do Espírito Santo.
Não condescendendo, convidaram-no prudentemente para o seu lar
onde, de modo muito pessoal, lhe explicaram todo o Evangelho. A Bíblia
descreve isto em simples palavras, mas a parte e a personalidade de
Priscila não podem ser escondidos.
Ela não se retraiu por ser mulher, mas falou com tal amor e tato,
que o culto e dotado pregador aceitou avidamente as palavras do casal
leigo. Era isto que impressionava em Priscila, ela mantinha sob controlo
a sua forte personalidade, ao oferecer indiretamente a sua liderança.
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Seria por isso que os homens com quem trabalhava a apreciavam?
O que é que Apolo ouviu de Priscila e do marido? Exatamente o que
Paulo lhes havia dito a eles. Provaram a Apolo, pelas Escrituras, que
Jesus era o Messias prometido, o Cristo.
Priscila e Áquila tinham começado uma reação espiritual em cadeia
semelhante àquela sobre a qual Paulo escreveu mais tarde a Timóteo, seu
filho na fé, "E o que de mim entre muitas testemunhas ouviste, confia-o a
homens fieis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros." (2
Tim. 2:2).
O que Paulo havia ensinado a Priscila – ou Prisca, como ele gostava
de lhe chamar – e a Áquila, tinham-no eles, por sua vez, transmitido a
Apolo. Também este começou a passá-lo a outros – às pessoas de
Corinto! Assim, Priscila e Áquila multiplicavam-se. Principiaram a
produzir fruto espiritual. Tocaram uma vida, e essa vida floresceu num
discípulo (1 Cor. 16:12), em quem sabiam poder confiar para pregar o
verdadeiro e completo Evangelho também aos outros. Desse modo,
enquanto Paulo viajava para a Palestina antes de regressar à Ásia Menor,
e enquanto Priscila e Áquila abriam o seu lar em Éfeso para edificarem a
igreja, Apolo alimentava os cristãos em Corinto. A Palavra de Deus
crescia rapidamente porque a semente dessa Palavra caía em terreno
preparado. Este apoio pessoal aos novos crentes causava crescimento e
nova vida.
Algum tempo depois, o casal já não era necessário em Éfeso. Uma
igreja tinha sido estabelecida ali, a qual podia continuar o seu trabalho.
Deus chamou-os de novo a Roma. Cláudio tinha morrido. Mais uma vez,
o lar de Priscila e Áquila se tornou o lugar de encontro para os cristãos,
agora em Roma.
Paulo chamava-lhes agora os seus cooperadores em Jesus Cristo. Os
antigos discípulos haviam-se transformado em valiosos colaboradores.
Eram recordados com gratidão em todas as igrejas, tanto por judeus
como pelos não judeus. A sua permanência em Roma foi breve,
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provavelmente devido à horrível perseguição aos cristãos no tempo de
Nero.
Mas ficaram o tempo suficiente para começarem outra igreja.
Aonde quer que iam, vidas eram transformadas e renovadas à medida
que as pessoas chegavam a crerem em Jesus Cristo.
Voltaram a Éfeso. A tradição diz que Priscila e Áquila morreram
finalmente como mártires – decapitados! A Igreja Católica Romana
comemora os seus nomes no dia 8 de Julho na história dos mártires.
Priscila foi uma mulher e uma esposa notável. Muito provavelmente
excedia o marido, uma vez que a história e as inscrições mencionam o
seu nome e não o dele. Ela recebeu um lugar proeminente na história por
causa da sua amizade e colaboração a Paulo.
Seria ela mais famosa que o marido por ser mais inteligente, ter
melhor educação ou caráter mais forte? Ou ter-se-ia ela tornado cristã
antes dele? Teria sido ela a levá-lo a Cristo? A Bíblia não o diz.
Todavia, o seu casamento é fascinante. Estes cônjuges
harmonizavam-se perfeitamente em todos os aspectos da vida – na fé,
nos interesses sociais e espirituais, nas amizades, no lugar que a Palavra
de Deus desempenhava nas suas vidas, tanto para o seu estudo pessoal
como na pregação e na sua prontidão em se darem aos outros sem
quaisquer restrições. O seu propósito na vida era darem-se totalmente a
Deus.
A vida requereu muito de Priscila. Ela tinha de ter grande vitalidade
para se adaptar constantemente a novas situações. Fez grandes e
cansativas viagens. Arriscou a vida pela disseminação do Evangelho. Foi
excepcional nesse período da história, pois trabalhava com os homens,
ao mesmo nível, e todavia, conquistou o seu amor e respeito.
Não sucumbiu à tentação de se tornar uma figura dominadora
dentro do casamento. Honrou a relação que Deus deseja ver entre Ele e a
união dos cônjuges (1 Cor. 11:3).
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Séculos após a sua morte, a vida dela ainda revela às mulheres de
hoje os segredos de uma vida frutífera e de um casamento que se torna
útil na proclamação do Evangelho.
A vida de Priscila mostra também possibilidades que de há muito
vêm sendo negligenciadas a abertura do lar tanto para a evangelização
como para a edificação da Igreja. Teria Paulo aprendido isto com Priscila
e Áquila? Pois ele serviu-se exatamente desse meio no futuro, quando
todas as outras portas se haviam fechado para ele (At. 28:30,31). Mesmo
nos nossos dias Priscila inspira muitos a porem os seus lares ao dispor
para a expansão do Reino de Deus.
Muito mais importante do que o nome de Priscila na história é o
fato de que através das gerações ela tem estimulado as pessoas a
seguirem Cristo – de várias maneiras.

Priscila, uma valiosa colaboradora na pregação do Evangelho.


(Atos 18:1-4,18-20,24-26; Romanos 16:3-5; 1 Coríntios 16:19).

Perguntas:
1. Enumere todas as igrejas em que Priscila e o marido serviram. O
que é que isto revela a respeito do seu caráter?
2. Compare a dedicação de Priscila ao Evangelho com Atos
28:30,31. Qual foi a oportunidade que se revelou única para o
alargamento do Evangelho?
3. Estude o seu encontro com Apolo, à luz de 2 Timóteo 2:2 e
enumere as suas conclusões.
4. Leia Atos 18:24-26, cuidadosamente. Que condições tinha
satisfeito Priscila a fim de poder ser útil nessa situação?
5. Faça o resumo de todas as oportunidades que Priscila utilizou
para ser um instrumento útil na pregação do Evangelho.
6. Em que sentido é que ela constitui um motivo de encorajamento
e estímulo para si? O que vai fazer para seguir o seu exemplo?

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