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ABNT ISO/TR 14121-2:2018

4.2 Usando a abordagem de equipe para a apreciação de riscos

4.2.1 Generalidades

A apreciação de riscos é geralmente mais completa e eficaz quando realizada por uma equipe. O tama-
nho de uma equipe varia de acordo com

 a) a abordagem de apreciação de riscos selecionada,

 b) a complexidade da máquina, e

 c) o processo dentro do qual a máquina é utilizada.

Convém que a equipe reúna conhecimento em diferentes disciplinas e uma variedade de experiências
e conhecimentos. No entanto, uma equipe que é muito grande pode ter dificuldades para permanecer
focada ou para chegar a um consenso. A composição da equipe pode variar durante o processo de
apreciação de riscos, de acordo com os conhecimentos necessários para um problema específico.
Recomenda-se que haja um líder de equipe, claramente identificado e dedicado ao projeto, uma vez
que o sucesso da apreciação de riscos depende de suas habilidades.
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Convém que uma estimativa de riscos seja feita por uma equipe para gerar consenso, não se esperando
que o resultado detalhado seja sempre o mesmo com diferentes equipes que analisem situações
semelhantes. No entanto, nem sempre é prático montar uma equipe de apreciação de riscos e pode
não ser necessário para as máquinas onde os riscos são bem compreendidos.

NOTA A confiança nos resultados de uma apreciação de riscos pode ser melhorada pela consulta aos
outros com conhecimento e experiência, como a mencionada em 4.2.2, e por outra pessoa competente,
revisando a apreciação dos riscos.

4.2.2 Composição e papel dos membros da equipe

Recomenda-se que a equipe tenha um líder. Convém que o líder da equipe seja totalmente respon-
sável por assegurar que todas as tarefas envolvidas no planejamento, execução e documentação
(de acordo com a ABNT NBR ISO 12100:2013, Seção 7) da apreciação de riscos sejam realizadas
e os resultados/recomendações sejam relatados à(s) pessoa(s) adequada(s).

Recomenda-se que os membros da equipe sejam selecionados de acordo com as habilidades e com-
petências necessárias para a apreciação dos riscos. A equipe pode incluir pessoas que

 a) possam responder a perguntas técnicas sobre o projeto e as funções da máquina,

 b) tenham experiência real de como a máquina é operada, montada, mantida, atendida etc.,

 c) tenham conhecimento do histórico de acidentes deste tipo de máquinas,

 d) tenham um bom entendimento dos regulamentos pertinentes, normas, em particular a


ABNT NBR ISO 12100 e quaisquer questões de segurança específicas associadas à máquina, e

 e) compreendam os fatores humanos (ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.3.4).

4.2.3 Seleção de métodos e ferramentas

Este documento é destinado a ser utilizado para a apreciação de riscos em uma ampla variedade de
máquinas, em termos de complexidade e potencial de dano. Há também uma variedade de métodos

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e ferramentas para a realização da apreciação de riscos (ver 5.4.4). Ao selecionar um método ou


ferramenta para estimar riscos, convém que sejam levados em consideração a máquina, a provável
natureza dos perigos e o propósito da apreciação de riscos. Convém que também seja dada conside-
ração às habilidades, experiências e preferências da equipe para os métodos particulares. A Seção 5
oferece informações adicionais sobre os critérios para a seleção de métodos e ferramentas adequa-
das para cada etapa do processo de apreciação de riscos

4.2.4 Fonte de informação para a apreciação de riscos

A informação necessária para a apreciação de riscos está listada na ABNT NBR ISO 12100:2013,
5.2. Esta informação pode apresentar numa variedade de formas, incluindo desenhos técnicos,
diagramas, fotos, imagens de vídeo, informações para uso [incluindo informações de manutenção e
procedimentos operacionais padrão (POP)], se disponível. Acesso a máquinas semelhantes ou a um
protótipo do projeto, quando disponível, é frequentemente útil.

5 Processo de apreciação de riscos


5.1 Generalidades
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As subseções seguintes explicam o que tem de ser considerado em cada etapa do processo de
apreciação de riscos, como mostrado na ABNT NBR ISO 12100:2013, Figura 1.

5.2 Determinação dos limites da máquina

5.2.1 Generalidades

NOTA Esta subseção engloba alguns dos requisitos da ABNT NBR ISO 2010:2013, 5.3.

O objetivo desta etapa é ter uma clara descrição das propriedades mecânicas e físicas, da capacidade
funcional da máquina, da sua intenção de uso e mau uso razoavelmente previsível, e do tipo de
ambiente em que ela provavelmente será utilizada e mantida.

Isto é facilitado por um exame das funções da máquina e das tarefas associadas à forma como a
máquina é utilizada.

5.2.2 Funções da máquina (com base em máquina)

Uma máquina pode ser descrita em termos de partes distintas, mecanismos ou funções, com base na
sua construção e operação, como

—— fonte de energia;

—— controle;

—— modos de operação;

—— alimentação;

—— movimento/curso;

—— elevação;

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—— estrutura da máquina ou chassi que proporciona estabilidade/mobilidade, e

—— anexos.

Quando são introduzidas medidas de proteção e redução de riscos no projeto, convém que sejam
descritas as suas funções e suas interações com outras funções da máquina.

Convém que uma apreciação de riscos inclua uma observação de cada parte funcional, por vez,
certificando-se de que cada modo de operação e todas as fases de uso sejam devidamente considera-
dos, incluindo a interação homem-máquina em relação às funções identificadas ou partes funcionais.

5.2.3 Uso da máquina (baseado em tarefas)

Considerando todas as pessoas que interagem com a máquina em um determinado ambiente (por
exemplo, fábrica, uso doméstico), o uso da máquina pode ser descrito em termos das tarefas associa-
das à utilização prevista e ao mau uso razoavelmente previsível da máquina.

NOTA Ver ABNT NBR ISO 12100:2013, Tabela B.3, para uma lista de tarefas típicas e genéricas da máquina.

Sempre que possível, convém que o fabricante/fornecedor e o usuário da máquina se comuniquem,


a fim de certificaram-se de que todos os usos da máquina, incluindo os maus usos razoavelmente
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previsíveis, sejam identificados. Convém que a análise de tarefas e de situações de trabalho, envolva
o pessoal de operação e manutenção. Convém também que seja considerado o seguinte:

 a) informações para uso fornecido com a máquina, quando disponível;

 b) a maneira mais fácil ou mais rápida para realizar uma tarefa pode ser diferente das funções
referidas nos manuais, procedimentos e instruções;

 c) o reflexo comportamental de uma pessoa, quando confrontado com um mau funcionamento,
incidente ou falha ao utilizar a máquina, e

 d) erro humano.

A consideração de condições individuais para a utilização/operação de uma máquina é válida na


medida em que este conhecimento pode ser razoavelmente atingido pelo projetista/fabricante. Nestes
casos, convém que a fabricação considere o uso devido e o mau uso razoavelmente previsível.

5.3 Identificação de perigo

5.3.1 Generalidades

NOTA 1 Ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.4.

O objetivo da identificação de perigo é produzir uma lista de perigos, situações perigosas e/ou eventos
perigosos que permitam a descrição dos possíveis cenários de acidentes, em termos de como e
quando uma situação perigosa pode levar a danos. Um ponto de partida útil para perigos pertinentes
está na ABNT NBR ISO 12100:2013, Anexo B, que pode ser usada como uma lista de verificação
genérica. Outras fontes para a identificação de perigos podem ser baseadas na informação indicada na
ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.4.

NOTA 2 Um exemplo de uma ferramenta para a identificação de perigos é dado em 5.3.4.

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Fazer referência a quaisquer normas internacionais que são pertinentes para um determinado perigo
ou a segurança de um tipo específico de máquina, é útil tanto para a identificação de perigos quanto
para a antecipação de medidas de proteção e redução dos riscos.

NOTA 3 Um exemplo de norma relevante para riscos específicos é a IEC 60204-1, que trata de perigos
elétricos.

NOTA 4 Exemplos de normas de segurança específicas de máquinas são: ISO 10218, referente a robôs;
ISO 11111, referente a máquinas têxteis; e ISO 3691, referente a caminhões industriais.

A identificação de perigos é o passo mais importante em qualquer apreciação de riscos. Somente


quando um perigo tiver sido identificado, é possível tomar medidas para reduzir os riscos associados
com ele, ver Seção 6. Perigos não identificados podem levar a danos. É, portanto, de vital importância
assegurar que a identificação de perigos seja tão sistemática e abrangente quanto possível, levando
em conta os aspectos relevantes descritos na ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.3.

5.3.2 Métodos de identificação de perigo

Os métodos ou ferramentas mais eficazes são aqueles estruturados para assegurar que todas as
fases do ciclo de vida de máquinas, modos de operação, funções e tarefas associadas à máquina
sejam minuciosamente examinadas.
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Vários métodos estruturados para a identificação de perigos estão disponíveis. Em geral, a maioria
segue uma das duas abordagens descritas abaixo (ver Figura 1).

Danos
de cima para baixo

de baixo para cima


Situações perigosas Eventos perigosos

Zona de perigo Presença de pessoa(s)

Perigo

Figura 1 – Abordagem de cima para baixo e de baixo para cima

A abordagem de cima para baixo é aquela que toma como ponto de partida uma lista de verificação de
possíveis consequências (por exemplo, o corte, o esmagamento, a perda auditiva – ver consequências
em potenciais na ABNT NBR ISO 12100:2013, Tabelas B.1 e B.2) e estabelece o que poderia causar
dano (voltando a analisar o evento perigoso e a situação perigosa, e daí o próprio perigo). Cada item
na lista de verificação é aplicado a todas as fases de utilização da máquina e em toda parte/função
e/ou tarefa por vez. Um dos inconvenientes de uma abordagem de cima para baixo é o excesso de
confiança da equipe na lista de verificação, que pode estar incompleta. Uma equipe inexperiente não
necessariamente irá perceber isto. Portanto, não convém que a lista de verificação seja interpretada
como exaustiva, mas recomenda-se incentivar o pensamento criativo para além da lista.

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Uma abordagem de baixo para cima começa examinando todos os perigos e considerando todas as
formas possíveis de que algo pode dar errado em uma determinada situação de risco (por exemplo,
falha de componente, erro humano, mau funcionamento ou ação inesperada da máquina) e como
esta pode levar a danos. Ver ABNT ISO 12100:2013, Tabelas B.1 e B.2. A abordagem de baixo para
cima pode ser mais abrangente e profunda do que a de cima para baixo, mas pode ser também
excessivamente demorada.

NOTA A Figura 1 explica a estrutura das abordagens de identificação de perigo, mas não é destinada a
estabelecer a relação entre a situação perigosa, evento perigoso e danos na forma de um fluxograma.

5.3.3 Registro de informações

Recomenda-se que a identificação do perigo seja registrada à medida que progride. Convém que
qualquer sistema de registro das informações seja organizado de tal forma que assegure que elas
estejam claramente descritas, como apropriada:

 a) o perigo e a sua localização (zona de perigo),

 b) a situação perigosa, indicando os diferentes tipos de pessoas (como pessoal de manutenção,
operadores, transeuntes) e as tarefas ou atividades que eles pretendem que possa ser exposta
a um perigo,
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 c) como a situação de perigo pode levar a danos como resultado de um evento perigoso ou
exposição prolongada, em que fase do processo de apreciação de riscos, às vezes, as seguintes
informações também podem ser antecipadas e utilmente registradas:

 1) a natureza e a gravidade dos danos (consequências) em determinadas máquinas (por exem-
plo, dedos esmagados pela descida do martelo de uma prensa, quando do ajuste da peça de
trabalho) e não (por exemplo, esmagamento) como termos genéricos, e

 2) medidas de proteção existentes para redução de riscos existente e sua eficácia.

5.3.4 Exemplo de ferramenta para a identificação do perigo

5.3.4.1 Identificação de perigo por aplicação de formulários

5.3.4.1.1 Generalidades

O objetivo desta subseção é mostrar o método de identificação de perigo (ver


ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.4) usando como principal ferramenta a lista de verificações dada pela
ABNT NBR ISO 12100:2013, B.2 a B.4.

Recomenda-se que estas listas de verificações sejam usadas para dar início dos pontos de identificação
de perigos relevantes. Em seguida, a fim de assegurar uma completa identificação do perigo, convém
que outras fontes, como, legislações, normas técnicas e experiência em engenharia, sejam levadas
em conta.

Este método pode ser complementado com outros métodos baseados em, por exemplo, discussão de
ideias (brainstorming), comparações com máquinas similares, consulta dos dados sobre os acidentes
e/ou incidentes de máquinas similares.

Este método será mais eficaz quanto mais completas e detalhadas forem as informações disponíveis
para a apreciação de riscos (ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.2) e para a determinação dos limites
da máquina (ver 5.2 e ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.3).

O método é aplicável a qualquer fase do ciclo de vida útil da máquina.

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5.3.4.1.2 Descrição da ferramenta ou método

Levando em conta os limites da máquina, o primeiro passo consiste em determinar a extensão do


sistema a ser analisado, por exemplo, a(s) fase(s) do ciclo de vida da máquina, a(s) parte(s) e/ou a(s)
função(ões) da máquina.

O segundo passo é estabelecer as tarefas a serem executadas por pessoas que interajam com
ou perto da máquina, ou as operações a serem realizadas pela máquina, em cada uma das fases
selecionadas. Nesta etapa a lista de tarefas detalhadas na ABNT NBR ISO 12100:2013, Tabela B.3,
pode ser utilizada.

O terceiro passo é examinar, para cada tarefa ou operação, em cada zona de perigo específica, os
perigos pertinentes e as possíveis situações perigosas. Isto pode ser realizado utilizando tanto uma
abordagem de cima para baixo, se o ponto de partida for a consequência potencial (dano), quanto
uma abordagem de baixo para cima, se o ponto de partida for a origem do perigo. Nesta etapa,
podem ser usadas a ABNT NBR ISO 12100:2013, Tabela B.1, para descrição das origens de perigos,
a ABNT NBR ISO 12100:2013, Tabela B.3, para a descrição de situações perigosas, e a
ABNT NBR ISO 12100:2013, Tabela B.4, para a descrição de eventos perigosos, pode ser usada.

5.3.4.1.3 Documentação
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O formulário em branco apresentado na Tabela A.3 pode ser usado para documentar os resultados da
identificação de perigos.

5.4 Estimativa de riscos

5.4.1 Generalidades

NOTA Ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.

Por definição, os dois principais elementos de risco são a gravidade do dano e a probabilidade
de ocorrência deste dano. O propósito da estimativa de riscos (ver ABNT NBR ISO 12100:2013,
Figura 3) é determinar o risco mais elevado decorrente de cada situação perigosa. O risco estimado
é geralmente expresso como um nível, índice ou pontuação, mas também pode ser descritivo

Existem muitas abordagens diferentes para estimativa de riscos, que vão desde o mais simples
qualitativo ao mais detalhado quantitativo. As características essenciais destas diferentes abordagens
encontram-se descritas a seguir.

5.4.2 Gravidade do dano

NOTA 1 Ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.2.2.

Cada perigo tem o potencial para resultar em várias gravidades diferentes de dano. Pode ser útil para
estimar o risco de uma série de gravidades representativa e considerar o dano mais grave que pode
ocorrer de forma realista (na pior das hipóteses).

No entanto, a gravidade do dano a ser considerada nem sempre é fácil. A mais grave pode ser muito
improvável e a gravidade mais provável pode ser insignificante, de modo que o uso de uma ou outra
pode conduzir a uma estimativa de riscos inadequada. Por exemplo, é quase sempre possível que
a morte seja a gravidade do dano: um corte pode matar se ele se tornar séptico ou rompa uma
artéria. Todavia, embora a probabilidade de receber um corte seja alta, a morte é, geralmente uma
probabilidade remota. Pode, portanto, ser útil para estimar os riscos de uma variedade de gravidades
representativas e usar o que fornece/oferece o maior risco.

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NOTA 2 Em geral, quanto menor for a possibilidade do perigo, menor a gravidade dos danos potenciais
relacionados. A gravidade do dano potencial pode também estar relacionada à parte do corpo que esta
exposta, por exemplo, um perigo que pode causar lesões por esmagamento é geralmente fatal se todo o
corpo ou a cabeça for exposto(a).

Para exemplos de diferentes formas de classificação de gravidade, consultar as ferramentas de esti-


mativa de riscos descritas na Seção 6.

5.4.3 Probabilidade de ocorrência de dano

5.4.3.1 Generalidades

NOTA Ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.2.3.

Convém que todas as abordagens para a estimativa de riscos requeiram a estimativa da probabili-
dade de uma ocorrência de dano, considerando:

 a) a exposição de pessoa(s) ao perigo (ver ABNT NBR ISO 12100: 2013, 5.5.2.3.1),

 b) a probabilidade de ocorrência de um evento perigoso (ver ABNT NBR ISO 12100: 2013, 5.5.2.3.2), e
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 c) as possibilidades técnicas e humanas para evitar ou limitar os danos (ver


ABNT NBR ISO 12100: 2013, 5.5.2.3.3).

Existe uma situação perigosa quando uma ou mais pessoas estão expostas a um perigo. Danos
ocorrem como resultado de um evento perigoso, como ilustrado na Figura 2.

Ao estimar a probabilidade de danos, convém que os aspectos relevantes descritos na


ABNT NBR ISO 12100: 2013, 5.5.3, também sejam considerados.
Presença de Zona de perigo Presença de Zona de perigo
pessoas pessoas

Situações
Pessoas Perigo Exposição Perigo
perigosas
(origem técnica
ou humana)
perigosos
Eventos

Tempo

Possibilidade de evitar ou limitar o dano (fatores técnicos ou humanos)

Dano Dano
(lesão) (perda da saúde)

Processo agudo Processo crônico

Figura 2 – Condições de ocorrência de danos

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5.4.3.2 Probabilidade de ocorrência de dano acumulativo (aspectos de saúde)

Situações de perigo que levam ao dano devido a uma exposição acumulativa ao longo de um período
de tempo (como dermatite, asma ocupacional, perda auditiva ou lesão por esforço repetitivo) precisam
ser tratadas de forma diferente das que levaram a graves danos (como cortes, ossos quebrados,
amputações, problemas respiratórios em curto prazo).

Uma condição crônica de saúde (por exemplo, perda auditiva) pode ocorrer devido à exposição acima
de um nível prejudicial. A probabilidade de danos é dependente da dose total ao longo do tempo.
A dose total pode ser constituída por um número de diferentes exposições de diferentes durações
e níveis de várias fontes.

EXEMPLO Para danos respiratórios, a perda é dependente da dose e/ou da concentração da substância.
Para a perda auditiva, o dano é dependente dos níveis de ruído e da duração da exposição, e para lesões por
esforços repetitivos, o dano ocorre pelo esforço envolvido e pela repetição da ação.

A diferença entre dano causado repentinamente e dano causado pela exposição prolongada pode ser
ilustrada por duas causas diferentes de lesão lombar. O primeiro pode ser causado imediatamente ao
pegar uma carga que é muito pesada. O último pode ser causado por manipulação repetidamente de
cargas relativamente leves.
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NOTA A probabilidade de ocorrência de dano acumulativo (aspectos de saúde) está intimamente


relacionada às condições específicas de uso da máquina (em particular, o nível e a duração da exposição
individual). Em circunstâncias normais, o projetista ou o fabricante de uma máquina pode fornecer apenas
os dados de emissão reais (por exemplo, para ruído e vibração) relevantes para uma máquina. Estes dados
podem ser utilizados pelo usuário (com um conhecimento detalhado sobre as condições individuais para
o uso da máquina) para determinar a probabilidade de ocorrência de dano acumulativo (aspectos de saúde).

6 Ferramentas de estimativa de riscos


6.1 Generalidades

A fim de auxiliar um processo de estimativa de riscos, uma das várias ferramentas de estimativa
de riscos pode ser selecionada e usada. A maior parte das ferramentas de estimativa de riscos à
disposição usa uma das três seguintes ferramentas ou métodos:

 a) matriz de riscos (ver 6.2),

 b) gráfico de riscos (ver 6.3),

 c) pontuação numérica (ver 6.4).

Há também ferramentas híbridas que utilizam uma combinação de métodos (ver 6.5).

A escolha de uma ferramenta de estimativa de riscos específica é menos importante do que o


próprio processo. O benefício da apreciação de riscos vem mais da disciplina do processo do
que da precisão absoluta dos resultados, desde que todos os elementos de risco descritos na
ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.2, sejam totalmente considerados. Além disso, os recursos são mais
bem dirigidos a esforços de redução de riscos, em vez de tentar alcançar uma precisão absoluta na
estimativa dos riscos.

Convém que qualquer ferramenta de estimativa de riscos utilize pelo menos dois parâmetros que
representem os elementos de risco. Um parâmetro é a gravidade do dano (ver 5.4.2), o outro parâmetro
é a probabilidade de ocorrência deste dano (ver 5.4.3).

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Algumas ferramentas ou métodos dividem os dois parâmetros em elementos de riscos, como a


exposição, a probabilidade de ocorrência do evento perigoso e a possibilidade do indivíduo evitar ou
limitar os danos (ver ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.2).

Para uma ferramenta específica de estimativa de riscos, é escolhida uma classe para cada parâmetro,
que melhor corresponda à situação/evento perigoso (isto é, cenário de acidente). As classes escolhidas
são então combinadas, usando aritmética simples, tabelas, gráficos ou diagramas, a fim de estimar
os riscos.

6.2 Matriz de riscos

6.2.1 Generalidades

A matriz de riscos é uma tabela multidimensional que permite a combinação de qualquer classe
de gravidade do dano (ver 5.4.2) com qualquer classe de probabilidade de ocorrência deste dano
(ver 5.4.3). As matrizes mais comuns são bidimensionais, mas elas podem ter até quatro dimensões.

A utilização de uma matriz de riscos é simples. Para cada situação perigosa que tenha sido
identificada, uma classe para cada parâmetro é selecionada, com base nas definições dadas.
O conteúdo da célula onde as colunas e linhas correspondentes a cada categoria selecionada inter-
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sectam fornece o nível de risco estimado para a situação de risco identificada. Isto pode ser expresso
como um índice (por exemplo, de 1 a 6, ou de A a D) ou um termo qualitativo, como “baixo”, “médio”,
“alto” ou similar.

O número de células pode variar largamente, desde muito pequenas (por exemplo, quatro células) a
muito grande (por exemplo, 36 células). As células podem ser agrupadas de modo a reduzir o número
de classificações de risco. Muito poucas classificações podem não fornecer informações suficientes
sobre se as medidas de proteção e de redução de riscos proporcionam redução de riscos adequada.
Muitas células podem tornar a matriz confusa de ser utilizada.

Embora existam muitas matrizes diferentes para estimar o risco, é dado um exemplo de uma ferra-
menta de matriz de riscos ou método em 6.2.2.

6.2.2 Exemplo de uma ferramenta ou método de matriz de riscos

6.2.2.1 Generalidades

Existem quatro passos para a abordagem de matriz de riscos de acordo com 6.2.2.2 a 6.2.2.5.

6.2.2.2 Seleção de uma matriz de riscos

Matrizes de riscos têm sido utilizadas por muitos anos, e existem muitas variações diferentes. Um
exemplo é mostrado na Tabela 1.

Como mostrado na Tabela 1, as diferentes matrizes de riscos usam diferentes níveis para cada fator de
risco – por exemplo, a Tabela 1 apresenta quatro níveis de probabilidade. Os níveis variam geralmente
entre três e até dez, sendo quatro ou cinco, o mais comum.

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Tabela 1 – Matriz de estimativa de riscos (exemplo)

Probabilidade de Gravidade do dano


ocorrência do dano Catastrófica Grave Moderada Baixa
Muito provável Alto Alto Alto Médio
Provável Alto Alto Médio Baixo
Improvável Médio Médio Baixo Desprezível
Remota Baixo Baixo Desprezível Desprezível

6.2.2.3 Estimativa da gravidade

Para cada perigo ou situação perigosa (tarefa), convém que a gravidade dos danos ou consequências
que podem resultar seja estimada. Os dados históricos podem ser de grande valor, como uma linha
de base. A gravidade é muitas vezes estimada como lesão ou danos à saúde.

A estimativa da gravidade pode ser realizada utilizando a matriz de riscos selecionada. Como um
exemplo, os níveis de gravidade da Tabela 1 são:
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—— catastrófica – morte ou lesão incapacitante permanente ou doença (incapacidade de voltar ao


trabalho);

—— grave – lesão grave debilitante ou doença (capaz de retornar ao trabalho em algum tempo);

—— moderada – lesão significativa ou doença que requeira mais do que primeiros socorros (capaz
de retornar ao mesmo posto de trabalho);

—— baixa – nenhuma lesão ou ligeira lesão que requer não mais do que os primeiros socorros (pouco
ou sem tempo algum de trabalho perdido).

A estimativa da gravidade geralmente incide sobre o pior dano grave que pode ocorrer de forma rea-
lista (pior possível), em vez de a pior consequência concebível.

6.2.2.4 Estimativa da probabilidade de ocorrência de danos

Para cada perigo ou situação perigosa (tarefa), convém que seja estimada a probabilidade de
ocorrência de danos. Exceto quando estiverem disponíveis os dados empíricos, o que seria raro, o
processo de seleção da probabilidade de um incidente ocorrido volta a ser subjetivo. Por esta razão,
é vantajoso o debate exaustivo com pessoas conhecedoras do processo.

A estimativa da probabilidade de ocorrência de danos pode incluir (ver ABNT NBR ISO 12100:2013,
5.5.2.3)

 a) frequência e duração da exposição a um perigo,

 b) número de pessoas expostas,

 c) pessoal que executa as tarefas,

 d) história da máquina/tarefa,

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 e) ambiente de trabalho,

 f) fatores humanos;

 g) confiança das funções de segurança,

 h) possibilidade de burlar ou contornar as medidas de proteção e de redução de risco,

 i) capacidade de manter as medidas de proteção e de redução de riscos, e

 j) capacidade de evitar danos.

Semelhante à gravidade, há muitas escalas utilizadas para estimar a probabilidade da ocorrência de


danos. Alguns métodos não fornecem outras descrições além dos termos utilizados. Outras matrizes
proporcionam descrições adicionais, como na Tabela 1:

—— muito provável – quase certo de ocorrer;

—— provável – pode ocorrer;

—— improvável – não é provável ocorrer;


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—— remota – tão improvável como estar perto de zero.

Alguns métodos estabelecem uma distinção entre probabilidade e possibilidade, onde a probabilidade
é um valor numérico entre 0 e 1, e a possibilidade é uma descrição qualitativa da probabilidade. No,
entanto, muitos métodos não distinguem entre os termos de probabilidade e possibilidade e os usam
como sinônimos.

Convém que a probabilidade seja relacionada com uma base de intervalo de algum tipo, como uma
unidade de tempo ou atividade, eventos, unidades produzidas ou ciclo de vida de uma instalação,
equipamento, processo ou produto. A unidade de tempo pode ser o tempo de vida pretendido da
máquina.

6.2.2.5 Derivação do nível de riscos

Uma vez que a probabilidade e a gravidade sejam estimadas, um nível de risco inicial pode ser
derivado a partir da matriz de riscos selecionado. A matriz de riscos mapeia os fatores de risco para
os níveis de risco, como mostrado na Tabela 1.

Utilizando a Tabela 1 como exemplo, uma gravidade “grave” e uma probabilidade “provável”, eles
produzem um “alto” grau de risco. Como os fatores de risco de gravidade e probabilidade são combi-
nados varia de acordo com diferentes matrizes de riscos. O resultado desta combinação normalmente
irá produzir uma matriz de baixo para alto risco. Uma vez que a estimativa dos riscos é geralmente
subjetiva, os níveis de risco também serão subjetivos

6.2.2.6 Discussão

O método de matriz de riscos proporciona um método simples e eficiente de estimativa de riscos.

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6.3 Gráfico de riscos

6.3.1 Generalidade

Um gráfico de riscos é baseado em uma árvore de decisão. Cada nó no gráfico representa um elemento
de risco (gravidade, exposição, probabilidade de ocorrência de um evento perigoso, possibilidade de
evitar) e cada ramo a partir de um nó representa uma classe do elemento (por exemplo, gravidade
leve ou gravidade grave).

Para cada situação perigosa, convém que uma classe seja alocada para cada elemento. O caminho no
gráfico de riscos é então seguido a partir do ponto de partida. Em cada junção, o caminho prossegue
no ramo apropriado, de acordo com a classe selecionada. Os pontos de ramificação finais do nível
ou do índice de risco estão relacionados com a combinação de classes (ramos) que tenham sido
escolhidas. O resultado final é uma estimativa de riscos qualificada com termos como “alto”, “médio”,
“baixo”, um número, por exemplo, de 1 a 6, ou uma letra, por exemplo, de A a F.

Os gráficos de riscos são úteis para ilustrar a quantidade de redução de riscos proporcionada por uma
medida de proteção, redução dos riscos e qual elemento de risco ela influencia.

Os gráficos de riscos tornam-se muito complicados e desordenados, se houver mais do que dois
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ramos para mais do que um dos elementos de risco. Por esta razão, métodos híbridos tendem a
combinar um gráfico de riscos com uma matriz para um dos elementos; ver 6.5.

Um exemplo de uma ferramenta de gráfico ou método de riscos é dado em 6.3.2.

6.3.2 Exemplo de uma ferramenta de gráfico ou método de riscos

Antes que o risco seja estimado usando o gráfico de riscos, o perigo relacionado, convém que a
situação perigosa, o evento perigoso e os possíveis danos sejam descritos em conformidade com a
ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.4 (ver formulário em branco dado pela Tabela A.4). Um índice de
riscos é então calculado usando o gráfico de riscos dado na Figura 3, com base nos seguintes quatro
elementos de risco, como estabelecido na ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.2.1, cada um tendo as
suas limitações particulares:

Gravidade do dano: S

—— S1: ferimento leve (normalmente reversível; exemplos: arranhão, laceração, contusão, ferida
exposta requerendo primeiros socorros etc.); não mais do que dois dias incapaz de executar a
mesma tarefa;

—— S2: ferimento grave (normalmente irreversível, requerendo fatalidade; exemplos: membros fratu-
rados, ou amputados ou esmagados, lesões graves, exigindo sutura, maior trauma musculoes-
quelético (MST) etc.). Mais de dois dias incapaz de executar a mesma tarefa.

NOTA BRASILEIRA A sigla MST refere-se ao termo em inglês Musculoskeletal trauma, não havendo sigla
específica no Brasil.

Frequência e/ou duração da exposição ao perigo: F

—— F1: raro a muito frequente e/ou curta duração da exposição

Duas vezes ou menos por turno de trabalho ou menos de 15 min de exposição acumulada por
turno de trabalho;

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—— F2: frequente a contínua e/ou longa duração da exposição

Mais do que duas vezes por turno de trabalho ou mais de 15 min acumulados de exposição por
turno de trabalho.

Probabilidade de ocorrência de um evento perigoso: O

—— O1: baixa (tão remota que pode ser assumido que a ocorrência pode não ser experimentada)

Tecnologia madura, comprovada e reconhecida em aplicação de segurança; robustez.

—— O2: média (possível de ocorrer em algum momento)

Falha técnica observada nos dois últimos anos. Ação humana inadequada por uma pessoa bem
treinada, ciente dos riscos e com mais de seis meses de experiência na estação de trabalho.

—— O3: alta (possível de ocorrer com frequência)

Falha técnica observada regularmente (a cada seis meses ou menos). Ação humana inadequada
por uma pessoa inexperiente por ter menos de seis meses de experiência na estação de
trabalho.
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Possibilidade de evitar ou reduzir os danos: A

—— A1: possível sob certas condições:

—— Se as peças se moverem a uma velocidade inferior a 0,25 m/s e o trabalhador exposto estiver
familiarizado com o risco e com a indicação de uma situação perigosa ou de um evento
iminente; o trabalhador tem também de ser capaz de observar a situação perigosa e de reagir.

—— Dependendo das condições particulares (temperatura, ruído, ergonômico etc.).

—— A2: impossível.

Probabilidade de
Gravidade Exposição ocorrência de um Possibilidade Índice de
evento perigoso de evitar risco

S1. leve F1, F2 O1, O2 A1, A2 1


O3.
alto
A1, A2 2
Partida baix
o ível
O1. 1 . poss
F1. raro O2. médio A A2. impossível 3
O3. ível
S2. grave
alto
1 . poss
A A2. impossível 4
baix
o vel
O1. . p ossí
F2. frequente O2. médio A1 A2. impossível
5
O3. vel
alto . p ossí
A1 A2. impossível
6

Figura 3 – Exemplo de um gráfico para estimativa de riscos

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Um formulário é preenchido com o resultado desta primeira estimativa dos riscos; para cada situação
perigosa, é atribuído um índice de risco. Neste exemplo, a estimativa de cada situação perigosa é feita
considerando que

 a) um índice de risco 1 ou 2 corresponde ao menor risco,

 b) um índice de risco 3 ou 4 corresponde a um risco médio, e

 c) um índice de risco 5 ou 6 corresponde ao risco mais elevado.

Depois de uma análise dos possíveis meios para reduzir o risco, ele é estimado novamente para o
projeto final, utilizando o mesmo gráfico de riscos da mesma forma que para o projeto inicial.

NOTA O formulário em branco dado como Tabela A.4 pode ser usado para documentar os resultados
desta primeira estimativa dos riscos.

6.3.3 Discussão

Este gráfico de riscos pode ser utilizado para estimar um índice de riscos principalmente para situações
perigosas que podem induzir danos agudos (mecânicos, elétricos ou, em certa medida, perigos
térmicos). O gráfico de riscos proposto não é muito apropriado para estimar os riscos relacionados a
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alguns perigos para a saúde, como o ruído ou a ergonomia. Nestes casos, convém que os resultados
obtidos com esta ferramenta gráfica de riscos sejam comparados com o resultado obtido com
ferramentas específicas dedicadas ao ruído ou à ergonomia.

Foi considerado conveniente por algumas indústrias adequar ligeiramente os parâmetros e os limites
do gráfico de riscos; estas mudanças podem induzir a resultados diferentes.

O gráfico de riscos utilizado neste exemplo é equivalente à matriz de riscos dada na Figura 4.
Cálculo do índice de risco
O1 O2 O3
A1 A2 A1 A2 A1 A2
F1
S1 1 2
F2
F1 2 3 4
S2
F2 3 4 5 6

Figura 4 – Matriz de riscos equivalente ao gráfico de riscos da Figura 3

6.4 Pontuação numérica

6.4.1 Generalidades

Ferramentas de pontuação numéricas têm dois ou mais parâmetros que são divididos em várias classes
da mesma maneira que as matrizes de riscos e gráficos de riscos. No entanto, diferentes valores
numéricos estão associados às classes, em vez de um termo qualitativo. Uma classe é escolhida
para cada um dos parâmetros e os valores associados (ou pontuações) são, então, combinados (por
exemplo, por adição e/ou multiplicação) para dar uma pontuação numérica para o risco estimado. Em
alguns casos, estes valores atribuídos são representados em tabela(s), então sua utilização é muito
semelhante à de uma matriz (ver 6.2).

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Sistemas de pontuação permitem que os parâmetros sejam facilmente e explicitamente ponderados.


A utilização de números pode dar uma impressão de objetividade no nível de risco, embora a atribui-
ção de pontuações para cada elemento de risco seja altamente subjetiva. No entanto, isto pode ser
ponderado pelo agrupamento de pontuação em classificações qualitativas de risco, como alto, médio
e baixo.

Existem muitas ferramentas de pontuação numéricas diferentes usadas para estimar os riscos. Um
exemplo de uma ferramenta de pontuação numérica de risco ou método é dado em 6.4.2.

6.4.2 Exemplo de uma ferramenta de pontuação numérica de risco ou método

Neste exemplo, existem dois parâmetros (gravidade e probabilidade de ocorrência de danos) e cada
um destes parâmetros é dividido em quatro classes mostradas.

O parâmetro da gravidade tem as seguintes pontuações e gravidade (SS):

—— catastrófica SS = 100,

—— grave 90 ≤ SS ≤ 99,

—— moderada 30 ≤ SS ≤ 89,
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—— baixa 0 ≤ SS ≤ 29.

A probabilidade da ocorrência de parâmetros de danos tem as seguintes pontuações de probabilidade (PS):

—— muito provável PS = 100 provável ou certo de ocorrer,

—— provável 70 ≤ PS ≤ 99 pode ocorrer (mas não é provável),

—— improvável 30 ≤ PS ≤ 69 não é suscetível de ocorrer,

—— remota 0 ≤ PS ≤ 29 ocorrência de forma remota, que é essencialmente zero

Neste exemplo, a fórmula para a combinação da probabilidade de ocorrência de danos e gravidade é


dada pela Equação (1):

PS + SS = RS

onde RS é a pontuação dos riscos.

A pontuação dos riscos pode, então, ser interpretada de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2 – Categorias usadas da pontuação dos riscos


160 ≤ alta ‒
120 ≤ média ≤ 159
90 ≤ baixa ≤ 119
0≤ desprezível ≤ 89

EXEMPLO Uma tarefa perigosa que está associada com lesão muito grave pode ter SS = 95, e sua
probabilidade pode estar na faixa provável de PS = 80. A pontuação dos riscos para esta tarefa perigosa é
então elevada (95 + 80 = 175 > 160).

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6.4.3 Discussão

Algumas pessoas acham que é mais fácil pensar sobre o risco e como ele é derivado em termos de
números. Isso não é de todo incomum na era digital. Ser capaz de ver risco representado por um
número de alguma forma adiciona especificidade para o processo de redução dos riscos. A capacidade
de selecionar um número dentro do intervalo inteiro dentro das classes pode permitir escolhas mais
refinadas do que o permitido por termos qualitativos, mas pode dar uma falsa impressão de precisão
numérica.

6.5 Ferramenta híbrida

6.5.1 Generalidade

Ferramentas híbridas ou métodos para a estimativa dos riscos existem para combinar duas das
abordagens descritas acima. Comumente, estes são gráficos de riscos que contêm dentro deles
matrizes ou sistemas de pontuação para um dos elementos de riscos. Uma certa quantidade de
quantificação pode também ser incorporada em qualquer uma das abordagens qualitativas, como
dando faixas de frequências de probabilidades ou exposições. Por exemplo, algo que é “provável”
pode ser expresso como sendo uma vez por ano, uma exposição “alta” pode ser especificada como
sendo a cada hora.
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Um exemplo de uma ferramenta híbrida ou método para a estimativa dos riscos é dado em 6.5.2.

6.5.2 Exemplo de uma ferramenta híbrida ou método para a estimativa de riscos

Esta ferramenta ou método de estimativa de riscos quantifica os parâmetros qualitativos. É um método


híbrido de uma pontuação numérica e uma matriz de riscos.

Convém que a forma reproduzida na página 23 seja utilizada em conjunto com a seguinte informação
de orientação.

Estimativa de pré-riscos

Marcar esta caixa indica que esta é a primeira estimativa dos riscos. Isso é feito na fase de conceitos
onde apenas especificação e esboços estão disponíveis. Não há desenhos de detalhe feitos nesta
fase. É usada para decidir sobre os principais sistemas de uma máquina, por exemplo, acionador
mecânico em linha ou servo acionador, aquecedor de ar ou de selagem ultrassônica, proteções móveis
ou cortina de luz.

Estimativa de riscos intermediária

A caixa de estimativa de riscos intermediária é marcada para todas as estimativas de risco interme-
diário realizadas durante o desenvolvimento de uma máquina. Dois conjuntos de perigos são tratados
nesta fase. Onde na fase de pré-estimativa de riscos foram indicadas medidas de proteção e redução
de riscos, estas são implementadas e avaliadas novamente nesta fase. O projeto da máquina muda
durante o desenvolvimento. As apreciações de riscos têm de acompanhar com a revisão ao longo do
projeto. Novos perigos são tratados nesta fase.

Acompanhamento da estimativa de riscos

Esta caixa está marcada no acompanhamento da estimativa de riscos. O acompanhamento é feito em


medidas de proteção e redução de riscos implementadas. Nenhum novo perigo pode aparecer nesta
fase. Contudo, quando um novo perigo é identificado no acompanhamento de medidas de proteção

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